Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
• Exemplos:
f’(x) = f(x)
(x-y’’’)2 –y.y” = (1+y(4))3, onde y=y(x)
• Se a incógnita é uma função de apenas uma
variável, as suas derivadas são ordinárias, e a
equação é dita uma equação diferencial
ordinária (E.D.O.). Caso a incógnita seja uma
função de duas ou mais variáveis, as suas
derivadas são parciais, e a equação é uma
equação diferencial parcial (E.D.P.).
• Exemplos de E.D.P.:
a2.uxx = ut (equação do calor), onde u=u(x,t)
a2.uxx = utt (equação da onda)
• Ordem de uma equação diferencial: é dada
pela derivada de mais alta ordem que aparece
na equação.
• Grau de uma equação diferencial: é o maior
expoente a que está elevada a derivada de
maior ordem.
• Assim, F(x, u(x), u’(x), ..., u(n)(x)) = 0 representa
genericamente uma E.D.O. de ordem n.
Qualquer função y(x) que satisfaça essa
relação é uma solução da E.D.O.
• Exercício: Verifique se as funções sen x, cos x,
tg x, sen x + cos x e sen x + tg x são soluções
da equação y” + y = 0.
RESOLUÇÃO
(sen x)’’ + sen x = – sen x + sen x = 0 sen x é
solução da E.D.O.
• Exemplo:
𝑥 𝑥
𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥𝑒𝑥 +
𝑒 𝑒 − 𝑥𝑒 𝑥
𝑒
𝑥𝑒 𝑑𝑥 é a
𝑒𝑥 𝑥
solução geral de 𝑦 − 2𝑦 + 𝑦 = 𝑒 (𝑒 − 1)2
′′ ′
• A equação diferencial de ordem n
𝐹 𝑥, 𝑦, 𝑦 ′ , … , 𝑦 𝑛 = 0 é dita linear se 𝐹 for
uma função linear das variáveis 𝑦, 𝑦 ′ , … , 𝑦 𝑛 .
Caso contrário, a equação é não-linear. Uma
E.D.O. linear pode ser genericamente
representada por:
• Exemplo:
y’ = sen 2x y = – (1/2).cos 2x + C
• TEOREMA: Se C é um dado no real, então
existe uma e somente uma função f que
satisfaz a equação diferencial f’(x) = f(x) para
todo x real, e que também satisfaz a condição
inicial f(0) = C. Essa função é dada pela
fórmula f(x) = C.ex (Teorema de Existência e
Unicidade).
• DEMONSTRAÇÃO:
i) verifica-se diretamente que f(x) = C.ex é solução da
E.D.O. dada e satisfaz a condição inicial. Falta
demonstrar que essa é a única solução.
ii) seja g(x) uma função qualquer tal que g(x) = g’(x)
para todo x real, e g(0) = C. Seja ainda h(x) = g(x).e-x.
Logo:
h’(x) = g’(x).e-x – g(x).e-x = e-x.[g’(x) – g(x)] =
= e-x.0 = 0 h(x) é constante.
Porém: g(0) = C h(0) = g(0).e0 = C
Como h(x) é constante: h(x) = g(x).e-x = C g(x)=
=C.ex = f(x)
Equações Diferenciais Lineares
de 1ª Ordem
• São equações da forma y’ + P(x).y = Q(x), onde P(x) e
Q(x) são funções contínuas em algum intervalo
aberto I. Desejamos obter as soluções dessa E.D.O.
nesse intervalo.
• Exemplo:
1) (y’)2 – xy’ + y + 1 = 0 , y(0) = 0, não tem solução.
2) y’ = 3y2/3, y(0) = 0, possui duas soluções: y1(x) = 0
e y2(x) = x3.
• Quando existem soluções, muitas vezes não é
possível determiná-las explicitamente, sendo
possível apenas chegar a uma relação entre y
e x conhecida como fórmula implícita.
• Exemplo: y’ = sen y . ln x
• TEOREMA: Seja y = Y(x) uma solução qualquer
da equação separável A(y).y’ = Q(x), tal que Y’
seja contínua em um intervalo aberto I.
Considere que Q e a função composta A[Y(x)]
sejam contínuas em I. Seja G uma primitiva
de A, isto é, G’ = A. Então Y satisfaz a relação
G(y) = Q(x)dx + C. Reciprocamente, se y
satisfaz essa relação, então y é solução da
equação separável.
• DEMONSTRAÇÃO:
(i) Y é solução da E.D.O. separável A[Y(x)].Y’(x) =
= Q(x), x I
G’= A G’[Y(x)].Y’(x) = Q(x) [G[Y(x)]]’ = Q(x)
G[Y(x)] = Q(x)dx + C
• Exemplos:
(x + y)dx + (x – y)dy = 0
(x2 – y2)dx – 2xy.dy = 0.
• Seja M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 uma E.D.O.
homogênea, com grau de homogeneidade k.
Logo:
dy M ( x, y) M ( x, xy / x) x k M (1, y / x) M (1, y / x)
=− =− =− k =−
dx N ( x, y) N ( x, xy / x) x N (1, y / x) N (1, y / x)
(E.D.O. separável)
• Exemplo: determine a solução geral da
equação dy/dx = xy/(x2 + y2), x 0 e y 0.
y du x 2u u du u3
u = u+x = 2 = x =−
x dx x (1 + u ) 1 + u
2 2
dx 1+ u 2
1+ u2 dx du du dx
3 du = − 3 + = − + C
u x u u x
u −2 x2
− + Ln u = − Ln x + C − 2 + Ln y = C
2 2y
y 2 Ln y 2 + Ky 2 = x 2
EQUAÇÕES EXATAS
• A equação diferencial M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0
é dita exata se existe uma função diferenciável
(x,y) tal que /x = M(x,y) e /y =
= N(x,y). Assim, a E.D.O. exata pode ser
representada por xdx + ydy = 0. O membro
esquerdo dessa equação é o diferencial total
da função . Logo, (x,y) = constante = C.
• TEOREMA: sejam M(x,y), N(x,y), My e Nx
funções contínuas. Então a E.D.O. M(x,y)dx +
+ N(x,y)dy = 0 é exata se e somente se My = Nx.
• Demonstração:
(i) suponha que a E.D.O. seja exata. Então:
My = 2/yx e Nx = 2/xy.
Porém, My e Nx são contínuas, de modo que:
2/yx = 2/xy, ou seja, My = Nx
(ii) Assuma que My = Nx, e considere a função:
(x,y) = M(x,y)dx + h(y) y = y M ( x, y)dx + h( y) = M y dx + h' ( y )
Resolução:
My = Nx = – 2y equação exata
u(x,y).M(x,y)dx + u(x,y).N(x,y)dy = 0
• Para que essa equação seja exata, devemos
ter: [u(x,y).M(x,y)]/y = [u(x,y).N(x,y)]/x
u = (ux.N – uy.M)/(My – Nx) (1)
• A E.D.P. (1) pode ter várias soluções, e
qualquer uma delas pode ser usada como
fator integrante. Entretanto, a resolução da
E.D.P. (1) é geralmente tão ou mais difícil do
que a resolução da E.D.O. original. Assim, na
prática, os fatores integrantes só podem ser
encontrados em casos especiais, como
quando u for função apenas de x ou de y.
• Se u = u(x): uy = 0 u = ux.N/(My – Nx)
(My – Nx)/N = ux/u = h(x) du/u = h(x)dx
u = exp(h(x)dx)
My = 3x + 2y Nx = 2x + y (equação não-exata)
• Exemplos:
(1–x2)y” – 2xy’ + a(a+1)y = 0 (Equação de Legendre)
x2.y” + xy’ + (x2 – a2)y = 0 (Equação de Bessel)
• TEOREMA DE EXISTÊNCIA E UNICIDADE: sejam
P1(x), P2(x) e R(x) funções contínuas em um
intervalo aberto I. Então o problema de valor
inicial y” + P1(x)y’ + P2(x)y = R(x), y(x0) = k1,
y’(x0) = k2, possui uma única solução em I.
• Princípio da Superposição: se y1 e y2 são
soluções da E.D.O. homogênea y” + P1(x)y’ +
+ P2(x)y = 0, então a combinação linear c1y1 +
+ c2y2 também é solução da E.D.O., quaisquer
que sejam os valores de c1 e c2.
De fato:
(c1y1 + c2y2)” + P1(x).(c1y1 + c2y2)’ + P2(x).(c1y1 +
+ c2y2) = c1(y1” + P1(x).y1’ + P2(x).y1) + c2(y2” +
P1(x).y2’ + P2(x).y2) = 0.
• Diz-se que y1 e y2 são soluções fundamentais
da E.D.O. homogênea y” + P1(x).y’ + P2(x).y = 0
se qualquer outra solução dessa equação
puder ser escrita como combinação linear de
y1 e y2. Logo, se (x) é uma solução qualquer
da E.D.O., então (x) = c1y1 + c2y2 para
determinados valores de c1 e c2. Diz-se ainda
que {y1,y2} é um conjunto fundamental de
soluções para a E.D.O. homogênea, ou uma
base para o espaço das soluções da E.D.O.
homogênea.
• Seja (x) uma solução arbitrária da E.D.O.
homogênea. Desejamos expressar (x) como
uma combinação linear das soluções
fundamentais y1 e y2. Em outras palavras,
desejamos achar os valores das constantes c1
e c2 tais que (x) = c1y1(x) + c2y2(x), x I.
Assim, seja x0 um ponto fixo de I. Temos o
sistema:
c1 y1 (x 0 ) + c 2 y 2 (x 0 ) = (x 0 )
c1 y1 ' (x 0 ) + c 2 y 2 ' (x 0 ) = ' (x 0 )
• Para que o sistema acima seja determinado
(isto é, possua uma única solução), o valor do
determinante principal deve ser diferente de
zero, ou seja, y1(x0).y2’(x0) – y1’(x0).y2(x0) 0.
Nesse caso, o teorema da existência e
unicidade permite concluir que (x) c1y1 +
+ c2y2, x I. Assim, se o determinante
y1.y2’ – y1’.y2 for diferente de zero x I,
poderemos garantir que qualquer solução da
E.D.O. homogênea será combinação linear de
y1 e y2.
• O determinante y1y2’ – y1’y2 = W(y1,y2,x) é
denominado determinante Wronskiano, ou
simplesmente Wronskiano, em homenagem
ao matemático polonês Jósef Maria Höené-
Wronski. Concluímos que um conjunto {y1,y2}
é fundamental de soluções da E.D.O.
homogênea se e somente se W(y1,y2,x) 0,
x I.
• TEOREMA: sejam P1 e P2 funções contínuas
em um intervalo I, e y1 e y2 duas soluções da
equação y” + P1(x).y’ + P2(x).y = 0. Então,
W(y1,y2,x) = 0 x I, ou W(y1,y2,x) 0 x
I.
W’(y1,y2,x) + P1(x).W(y1,y2,x) = 0
W’(y1,y2,x)/W(y1,y2,x) = – P1(x)
W(y1,y2,x) = K.exp[– P1(x)dx]
Como exp[– P1(x)dx] 0, o membro direito
da equação acima só será nulo se K = 0; nesse
caso, W(y1,y2,x) 0, x I. Por outro lado,
se existir algum x0 I tal que
W(y1(x0),y2(x0),x0) 0, então K 0, e
W(y1,y2,x) 0 x I.
Funções Linearmente
Independentes
• Duas funções f e g são linearmente
independentes (L.I.) em um intervalo I se
a1.f(x) + a2.g(x) = 0, x I a1 = a2 = 0.
Caso contrário, elas são ditas linearmente
dependentes (L.D.).
• TEOREMA: sejam P1 e P2 duas funções
contínuas em um intervalo aberto I, e y1(x) e
y2(x) duas soluções da E.D.O.
y” + P1(x).y’ + P2(x).y = 0
Então y1 e y2 são L.I. se e somente se
W(y1,y2,x) 0 x I.
• Exemplo: y” + 4y’ + 4y = 0
Equação característica: r2 + 4r + 4 = 0
r = – 2 (raiz dupla) y(x) = C1.e-2x + C2xe-2x
Equações Lineares Não-homogêneas
• São equações da forma:
y” + p(x).y’ + q(x).y = g(x)
• Seja L[y] = y” + p(x).y’ + q(x).y = 0 a E.D.O.
homogênea associada à E.D.O. não-
homogênea dada. Sejam y1 e y2 duas soluções
L.I. da eq. L[y] = 0. Desejamos encontrar uma
solução da equação L[y] = g(x) da forma
yp = v1(x)y1 + v2(x)y2, onde v1 e v2 são funções
a serem determinadas.
yp’ = v1’y1 + v1y1’ + v2’y2 + v2y2’
• Demonstração:
Sejam y1 e y2 duas soluções quaisquer da eq.
L[y] = g(x). Assim:
L[y1] = L[y2] = g(x) L[y1 – y2] = g(x) – g(x) = 0
Portanto, y1 – y2 é uma solução da eq.
homogênea L[y] = 0, e pode ser expressa
como uma combinação linear das soluções
fundamentais da equação homogênea t1 e t2:
y2 – y1 = c1.t1 + c2.t2 y2 = c1t1 + c2t2 + y1
y1 y2 ........ yn
y1 ' y2 ' ....... yn '
W ( y1 , y2 , ..., yn , x) =
......................................
y1( n −1) y2( n −1) ... yn( n −1)
• Critério da Linearidade: Sejam y1, y2, ... , yn
soluções da equação homogênea L[y] = 0.
Então y1, ..., yn são L. I. se e somente se
W(y1,y2,...,yn,x) 0 x I.
2) y(4) + y” –2y = 0
Equação característica: r4 + r2 – 2 = 0
r = i21/2 ou r = 1
y = C1ex + C2.e-x + C3cos(x.21/2) + C4.sen(x.21/2)
3) y(6) – 3y(4) + 3y” – y = 0
Eq. característica: r6 – 3r4 + 3r2 – 1 = 0
r = 1 ou r = – 1 (cada uma com multiplicidade
3)