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Plano de Aula

Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia


Professor: Allan de Sousa Soares
Disciplina: Equações Diferenciais
Conteúdo Pragmático: Equações Diferenciais
Tema da Aula: Terminologia e Definições Básicas
Duração: 100 min
Objetivos:
- Apresentar a terminologia e as definições básicas;
- Definir o que é uma solução para uma equação diferencial.
Metodologia:
- Aula expositiva participada.
Recursos Didáticos Utilizados:
- Apostila;
- Pincel e quadro branco;
- Datashow;
Avaliação:
- Observação;
- Resolução de exercı́cios.
Referência Principal:
[1] ZILL, D. G. Equações diferenciais com aplicações em modelagem. 9 ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2011.
Bibliografia:
[2] BOYCE, W. E.; DIPRIMA, R. C. Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores
de Contorno. 7 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
[3] SANTOS, R. J. Introdução às Equações Diferencias Ordinárias. Belo Horizonte: Impressa
Universitária da UFMG, Novembro de 2011.

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Capı́tulo 1

Terminologia e Definições Básicas

1.1 Classificações

Definição 1. Uma equação que contém as derivadas (ou diferenciais) de uma ou mais variáveis
dependentes, em relação a uma ou mais variáveis independentes, é chamada de equação dife-
rencial (ED).

Exemplo 2. Alguns exemplos de equções diferenciais são:


dy
a) dx
− y = 3.
du dv
b) dx
− dx
= x;
00
c) y + 4xy = ex ;
∂u ∂v
d) ∂y
= ∂x
.

Definição 3. Se uma equação diferencial contém somente derivadas ordinárias de uma ou mais
variáveis dependentes, em relação a uma única variável independente, ela é chamada de equação
diferencial ordinária (EDO).

Exemplo 4. São equações diferenciais ordinárias:


dy
a) dx
− y = 3;
2
d y dy
b) dx2
− 5 dx +y = 0;
du dv
c) dx
− dx = x.
Observe que em todos os itens constam somente derivadas com relação à variável x.

Definição 5. Se uma equação diferencial contém derivadas parciais uma ou mais variáveis
dependentes, em relação a duas ou mais variáveis independentes, ela é chamada de equação
diferencial parcial (EDP).

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Exemplo 6. São equações diferenciais parciais:
∂u ∂v
a) ∂y
= − ∂x ;
4 2
b) a2 ∂∂xu4 + ∂∂t2u = 0.
Observe a presença do sı́mbolo ∂.

Neste curso abordaremos somente as equações diferenciais ordinárias.

Definição 7. A ordem de uma equação diferencial é a dada pela ordem da maior derivada
presente em sua fórmula.

Exemplo 8. Vejamos alguns exemplos de algumas equações e suas respectivas ordens.


dy
a) x3 dx + 3y = 4x ⇒ ordem 1;
b) y 00 + (x + 1)y 3 = 4 ⇒ ordem 2;
c) y (3) + y 0 y 4 + 3y = 1 ⇒ ordem 3.
Utilizamos as notações
d2 y 00
y (2) , , y
dx2
para designar uma derivada de ordem 2. Tome cuidado para não confundir com y 2 .

Definição 9. Uma equação diferencial é chamada de linear quando pode ser escrita na forma

dn y dn−1 y dy
an (x) n
+ a n−1 (x) n−1
+ . . . + a1 (x) + a0 (x)y = g(x).
dx dx dx

Do contrário, dizemos que a equação diferencial é não-linear.

Exemplo 10. Vejamos algumas equações e sua classificação quanto à linearidade:


a) y 00 − 3xy 0 + 2y = 4;
a2 (x) = 1, a1 (x) = −3x, a0 (x) = 2 e g(x) = 4 são funções que não figuram a variável y ou
qualquer de suas derivadas. Logo a equação diferencial dada é linear.
b) cos(x)y (3) + 3xy (2) = 2sen(x);
a3 (x) = cos(x), a2 (x) = 3x, a1 (x) = 0, a0 (x) = 0 e g(x) = 2sen(x) são funções que não figuram
a variável y ou qualquer de suas derivadas. Logo a equação diferencial dada é linear.
c) yy 0 + xy = 3x;
Observe que no lugar de a1 (x) temos o coeficiente y, que não é uma função de x;
d3 y dy 4

d) dx 3 + sen(x) dx + 3y = 2.
dy
Observe uma potência na derivada ,
o que não ocorre na definição (11). Portanto, a equação
dx
dy 4 dy 3 dy
 
diferencial é não linear. Uma outra maneira de ver isso é encarar dx como sendo dx . dx e
utilizar um raciocı́nio análogo ao item c).

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1.2 Solução Para Uma Equação Diferencial
Definição 11. Qualquer função f definida em um intervalo aberto I, que, quando substituı́da
na equação diferencial, reduz a equação a uma identidade, é chamada de solução para a equação
neste intervalo.

Exemplo 12. A função y = e2x é uma solução para a equação linear y 00 − 5y 0 + 6y = 0.


Solução: De fato, calculando y 0 e y 00 temos

y 0 = 2e2x e y 00 = 4e2x ,

onde substituindo no lado esquerdo da EDO dada, temos

y 00 − 5y 0 + 6y = 4e2x − 5.2e2x + 6e2x = 0,

que é justamente o lado direito.

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Exemplo 13. A função y − x
= 1 é uma solução, no intervalo (0, +∞), da EDO de primeira
ordem xdy = (1 − y)dx.
Solução: Devemos reorganizar a EDO xdy = (1 − y)dx, que fica melhor escrita assim:

dy
xdy = (1 − y)dx ⇔ x = 1 − y.
dx
dy
Além disso, y = 1 + x3 . Note que dx = − x32 , donde obtemos
   
dy 3 3 3 3
x =x − 2 ⇔− =1−1− =1− 1+ = 1 − y.
dx x x x x

Exemplo 14. A função implı́cita x2 +y 2 = 1 é uma solução para a equação diferencial yy 0 +x =


0 na região correspondente a y > 0.
Solução: Note que

x
x2 + y 2 = 1 ⇒ 2x + 2yy 0 = 0 ⇒ 2yy 0 = −2x ⇒ y 0 = − ⇒ yy 0 = −x ⇒ yy 0 + x = 0.
y

Exemplo 15. A função y = x2 +2x não é solução para a EDO y 0 = 2x+1 em nenhum intervalo
real.
Solução: De fato,
y = x2 + 2x ⇒ y 0 = 2x + 2 6= 2x + 1,

para todo x real.

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1.3 Exercı́cios
Exercı́cio 1. Classifique cada equação a seguir dizendo se elas são lineares ou não-lineares e
dê também sua ordem.
a) (1 − x)y 00 − 4sen(x)y 0 + 5y = cos(x);
b) x3 y (4) − x2 y 00 + 4xy 0 − 3y = 0;
+ x2 y 0 = x;
c) y (3) y 5 r
 2 2
dy d y
d) dx = 1 + dx 2 .

Exercı́cio 2. Verifique que a função dada é uma solução para a equação diferencial.
a) 2y 0 = −y; y = e−x/2
b) y 0 = 25 + y 2 ; y = 5tg(5x)
c) y 0 − x1 y = 1; y = xln(x), x > 0
d) 2xydx + (x2 + 2y)dy = 0; x2 y + y 2 = c, onde c é uma constante.
e) y 00 − 6y 0 + 13y = 0; y = e3x cos(2x)
f) y 00 = y; y = cosh(x) + senh(x)
3
d y 2
2d y dy
g) x3 dx 2 2
3 + 2x dx2 − x dx + y = 12x ; y = ax + bxln(x) + 4x , onde x > 0 e a, b são constantes.

1.4 Respostas dos Exercı́cios


Resposta do Exercı́cio 1. a) linear, segunda ordem; b) linear, quarta ordem; c) não-linear,
terceira ordem; d) não-linear, segunda ordem.

Resposta do Exercı́cio 2. Em caso de dúvida, consulte o professor.

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