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5
6 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: REVISO DAS NOÇÕES B
′
y = f (x, y) ou dx dy
=−
P (x, y)
Q(x, y)
.
∂Φ ∂Φ
P (x, y)dx + Q(x, y)dy = dx + dy = dΦ(x, y).
∂x ∂y
A função Φ(x, y) pode ser en
ontrada a partir do sistema de equações
∂Φ
∂x
(x, y) = P (x, y)
∂Φ
∂y
(x, y) = Q(x, y).
As soluções gerais da equação diferen
ial exata são dadas pela equação im-
plí
ita
Φ(x, y) = c, c ∈ R.
Proposição 1.3.1. Se o domínio das funções P e Q é simplesmente
onexo1,
então a igualdade
∂P ∂Q
(x, y) = (x, y)
∂y ∂x
1 Uma região D ⊂ R2
hama-se simplesmente
onexa se qualquer
urva fe
hada e simples
totalmente
ontida em D
ir
unda apenas pontos de D.
8 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: REVISO DAS NOÇÕES B
é uma
ondição ne
essária e su
iente para que a equação P (x, y)dx+Q(x, y)dy =
0 seja uma equação diferen
ial exata.
∂Φ
= e2x .
∂y
(x, y)
onde C(x) é uma
onstante arbitrária para
ada valor de y , ou seja, uma
função da variável x. Derivando em ordem a x, obtém-se
∂Φ ∂
(x, y) = ye2x + C(x) = 2ye2x + C ′ (x).
∂x ∂x
Comparando
om a primeira equação do sistema,
on
lui-se que
x2 + ye2x = C, C ∈ R,
y = −(x2 + C)e−2x , C ∈ R.
∂Φ
= 3y 2 + ln x.
∂y
(x, y)
λ , do seguinte modo:
(i) A
ada raiz real simples λ
orresponde um termo da forma
i
i
Ci eλi x .
10 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: REVISO DAS NOÇÕES B
forma s s s
m−1 m−1
(A0 +A1 x+. . .+Am−1 x ) cos(βs x)+(B0 +B1 x+. . .+Bm−1 x ) sin(βs x) eαs x .
λ2 + 2λ − 3 = 0.
onde f é uma função não nula,
hama-se equação diferen
ial linear não ho-
mogénea
om
oe
ientes
onstantes.
Para resolver a equação (1.2), pode ser apli
ado o
hamado método de
Lagrange.
Primeiro, resolvemos a EDO homogénea asso
iada à equação (1.2), dada
por
an y (n) + an−1 y (n−1) + . . . + a2 y ′′ + a1 y ′ + a0 y = 0.
Seja
y H = C1 y 1 + C2 y 2 + . . . + Cn y n (1.3)
12 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: REVISO DAS NOÇÕES B
forma
n
.. .. ..
C1 (x)y1 + . . . +Cn′ (x)yn′ =0
′ ′
(n−2) (n−2)
C ′ (x)y1 + . . . +Cn′ (x)yn =0
1′
(n−1) (n−1)
C1 (x)y1 + . . . +Cn (x)yn
′
= f (x).
Resolvendo este sistema e integrando as soluções en
ontradas C (x), i = ′
1, 2, . . . , n).
i i i i
(A cos(βx) + B sin(βx))e , A, B ∈ R.
P P
αx
(b) y = y cos x;
′ 2
(
) (x + 2)dy − (y − 2)dx = 0;
(d) = e ;
dy x+y
(e) dy = dx;
dx
2
(g) = y tan x.
dy
dx
2. Verique que as seguintes equações são equações diferen
iais exatas (ou
reduzem-se a equações exatas) e, a seguir, resolva-as.
(a) (x − y + 1)dy − (x − y − 1)dx = 0;
(b) e dx + (2 − xe )dy = 0;
−y −y
(
) e y dx + (e y − 2y) dy = 0;
2x 2 2x
(b) y + 6y + 13y = 0;
′′ ′
(
) 3y − 2y − 8y = 0;
′′ ′
(d) 4y + 4y + y = 0;
′′ ′
(e) y + 4y + 3y = 0;
(4) ′′
(f) y − y = 0;
(4) ′′
(g) y − 6y + 9y = 0.
(5) (4) ′′′
4. Cal
ule, pelo método de variação das
onstantes, a solução geral das
seguintes equações diferen
iais lineares não homogéneas.
(a) y − 5y + 6y = 13 sin(3x);
′′ ′
(b) y − 3y + 2y = (x + x)e ;
′′ ′ 2 3x
(
) y − y = e ;
′′ −x
(d) y + 2y = 4x + 2.
′′ ′
1.7 Soluções
1. (a) x + y = C, C ∈ R;
2 2
(b) y = − , C ∈ R; 1
(
) y = 2 + C(x + 2), C ∈ R;
sin x+C
(d) e + e = C, C ∈ R;
x −y
(e) y = arctan(x/2) + C, C ∈ R;
(f) y = C(x + 1) , C ∈ R; 3 2
(g) y = , C ∈ R. C
cos x
2. (a) (x − y) + x + y = C, C ∈ R;
1 2
(b) xe + 2y = C, C ∈ R;
2
−y
(
) y e − y = C, C ∈ R;
1 2 2x 2
(d) x − xy = C, C ∈ R;
2
2
(e) x cos(2y) − 3x = C, C ∈ R.
1 2
2
3. (a) y(x) = C e + C e , C , C ∈ R;
1
2x
2
−x
1 2
(
) y(x) = C e + C e , C , C ∈ R;1
2x
2
−4x
3
1 2
1.7. SOLUÇÕES 15
(d) y(x) = (C + C x)e , C , C ∈ R;√
1 2
− x2
1 2
(f) y(x) = C + C x + C e + C e , C , C , C , C ∈ R;
1 2 3
x
4
−x
1 2 3 4
(b) y(x) = e ( − x + 1) + C e + C e .
3x x2
1
x
2
2x
(
) y(x) = C e + (C − )e .
2
x x −x
1 2
(d) y(x) = C + C e + x .
2
−2x 2
1 2
16 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS: REVISO DAS NOÇÕES B
Capítulo 2
Introdução às EDPs
Uma equação diferen
ial par
ial (EDP) estabele
e uma relação fun
ional en-
tre derivadas par
iais (de várias ordens) de uma função (
hamada função
in
ógnita) de várias variáveis. Equações deste género são extremamente im-
portantes para des
rição de vários pro
essos físi
os em meios
ontínuos,
omo
por exemplo propagação de ondas, propagação e distribuição do
alor, deter-
minação de
ongurações de equilíbrio de tensão em materiais de
onstrução,
et
. Neste e nos próximos
apítulos estudaremos EDPs de vários tipos e al-
guns métodos para a sua resolução. Veremos algumas equações parti
ulares
de grande importân
ia na Físi
a e Engenharias,
omo por exemplo a Equação
de onda e a Equação do
alor.
No nal deste
apítulo o estudante deve ser
apaz de
• Classi
ar EDPs (equações lineares e não lineares, a ordem da EDP) e
resolver algumas das equações mais simples usando primitivação direta.
Denição 2.0.1. Chama-se equação diferen
ial par
ial (EDP) a uma equa-
ção que envolve duas ou mais variáveis independentes x, y, t, . . ., uma função
destas variáveis u = u(x, y, t, . . .) (função des
onhe
ida) e as suas derivadas
par
iais ux, uy , ut , . . . , uxy , utt , . . . , uxyt , . . ., et
. Mais pre
isamente,
hama-
se EDP a uma equação de forma
17
18 CAPÍTULO 2. INTRODUÇO ÀS EDPS
ut = a2 uxx .
(g) A função u(x, y, z) = x2 + y 2 − 2z 2 é uma solução da equação de
Lapla
e, uxx + uyy + uzz = 0.
Denição 2.0.3. Chama-se solução geral de uma EDP à família de todas as
suas soluções. Uma úni
a solução duma EDP é também
hamada solução
parti
ular desta EDP.
Exemplo 2.0.3. A solução geral da EDP ux = 0 é a família de funções
{u(x, y) = φ(y), onde φ : R → R é uma função arbitrária }. (Normalmente
diz-se de maneira mais breve: a solução geral desta EDP é u(x, y) = φ(y),
onde a função φ : R → R é arbitrária) A função u(x, y) = y 2 − 1 é solução
parti
ular desta EDP.
2.1. EDPS LINEARES 19
2.1 EDPs lineares
Chama-se EDP linear homogénea a uma equação de forma
Lu = 0,
Lu = f,
onde a função
onhe
ida f não é identi
amente nula e Lu é uma soma nita
da mesma forma (2.1).
Diz-se que a EDP é linear
om
oe
ientes
onstantes, se as funções
a , a , a , b , b , . . . , c , . . . em (2.1) são
onstantes.
A ordem da EDP linear é a maior ordem da derivada de u que se en
ontra
1 2 3 11 12 111
na expressão (2.1).
A seguir estão alguns
asos parti
ulares que vão ser estudados mais tarde.
(a) Uma EDP linear de 1 ordem para a função in
ógnita u = u(x, y) tem
a
a forma
a(x, y)u (x, y) + b(x, y)u (x, y) = c(x, y).
x y
onde a, b, c, d, e, f ∈ R.
Proposição 2.1.1. (Prin
ípio de sobreposição) Se as funções u1 , u2 , . . . , um
são soluções de uma EDP linear homogénea
Lu = 0
20 CAPÍTULO 2. INTRODUÇO ÀS EDPS
(a, b)
(x0 , y0 ) b
Temos
(x, y) ∈ R se e só se x − x0
a
=
y − y0
b
⇔ xb − x0 b = ya − y0 a.
Assim,
se e só se (x, y) ∈ R.
bx − ay = bx0 − ay0
| {z }
k
A solução geral desta equação é u(x, y) = φ(y), onde φ é uma função dife-
ren
iável arbitrária. Agora denotando f (t) = φ − , tem-se que
t
a
f (x, y, u) = c , f (x, y, u) = c ,
1 1 2 (3.7)
2
de forma (3.7).
1 2
Suponha que é pre
iso en
ontrar a solução parti
ular de (3.1), uma fun-
ção u = u(x, y),
ujo grá
o
ontém uma
urva C (que não é uma
urva
ara
terísti
a) denida pelas equações Φ (x, y, u) = 0, Φ (x, y, u) = 0. Mais
geralmente, a solução de (3.1) que pro
uramos pode ser es
rita
omo uma
1 2
f1 (x, y, u) = c1 , f2 (x, y, u) = c2 ,
Φ1 (x, y, u) = 0, Φ2 (x, y, u) = 0.
Resolvendo este sistema, en
ontramos a equação
on
reta c = φ(c ) ou
c = ψ(c ) que determina uma relação entre c e c .
2 1
O fato de a
urva C não ser uma
urva
ara
terísti
a, garante que o
1 2 1 2
sistema a
ima tem uma úni
a solução. No
aso em que a
urva é
ara
terísti
a
o sistema é indeterminado tem um número innito de soluções.
Uma equação de forma
a(x, y, u)u + b(x, y, u)u = c(x, y, u)
x y (3.8)
hama-se quase linear. O método para obter a solução desta equação é idên-
ti
o ao des
rito a
ima.
3.2 Exer
í
ios sobre EDPs lineares e quase li-
neares de primeira ordem
Exer
í
io resolvido 3.2.1. Considere a EDP
ux + uy = 1.
28 CAPÍTULO 3. EDPS LINEARES E QUASE LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM
x+y
u= .
2
(b) Temos o sistema
x − y = c1 ,
x − u = c2 ,
y = 0,
u = 1.
Resolvendo-o, obtemos a relação entre c e c : c1 −1 = c2 , ou seja, x−y −1 =
x − u. Daqui obtemos
1 2
u = y + 1.
u = x2 + y 2 .
(b) Temos o sistema 2
x + y 2 = c1 ,
u = c2 ,
y = 0,
u = x4 .
Resolvendo-o, obtemos c 2
1 = c2 . Daqui obtemos a solução
u = (x2 + y 2 )2 .
√ 4
c1 = 4c2 ; c1 = 2c22 ; c1 − = 0;
c2
et
.
Exer
í
io resolvido 3.2.3. Determine a solução geral da equação
ux − uy = 0.
u = φ(x + y).
u = φ(x − y)e2x .
3.2. EXERCÍCIOS SOBRE EDPS LINEARES E QUASE LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM 31
Exer
í
io resolvido 3.2.5. Determine a solução geral da equação
xuy = u.
dy y y
= d(ln |u|) ⇒ − ln |u| = k ⇒ − k = ln |u|
c1 c1 c1
e portanto,
|u| = e−k ey/c1 .
Denotando ±e = c e substituindo c
−k
=x, temos u = c e y/x
.
A solução geral é:
2 1 2
u = φ(x)ey/x .
dx x x x
+d(ln |y|) = 0 ⇒ d +ln |y| = 0 ⇒ +ln |y| = c2 ⇒ +ln |y| = c2 .
c1 c1 c1 u
x
φ(u) = + ln |y|.
u
Exer
í
io resolvido 3.2.7. Determine a solução parti
ular da equação
yux = u
Resolvendo-o, obtemos 2
− ln |c1 | = c2 ,
c1
donde 2
−c2
|c1 | = e c1 .
Substituindo os valores c 1 =y ec 2 = x
y
− ln |u| , obtemos
|y| = |u|e
2−x
y , donde |u| = |y|e
x−2
y .
Então a solução tem a forma u = ±ye . Tomando em
onta que uma das
x−2
Logo a solução é:
2
u = 3x.
Exer
í
io resolvido 3.2.9. Determine a solução parti
ular da equação
yuux + uy = 0
dx y2 y2
= dy ⇒ dx = c1 y dy ⇒ x − c1 = c2 ⇒ x − u = c2 .
c1 y 2 2
O sistema resultante é:
u = c1 ,
x − u y 2/2 = c2 ,
x = 0,
u = y3.
Resolvendo-o, obtemos y = c , y = −2c , donde c + 2c = 0. Substi-
3 5 5/3
u5/3 − y 2u + 2x = 0.
Daqui obtemos x 2
− y 2 = c1 , y 2 − z 2 = c2 . A equação geral de superfí
ie
ortogonal é:
y 2 − z 2 = φ(x2 − y 2 ).
(
) e u + y u = ye .
1 x
x
2
y
x
equações u = x , y = 1.
x y
2
pelas equações yu + 1 = 0, x = 1.
x y
equações x = y, u = y + 1.
x y
2
equações x = 2, u = −1.
x y
equações u = y, x = 0.
x y
3.4 Soluções
1. (a) u = φ(xy + y ), onde φ é uma função arbitrária.
2
pelas equações yu + 1 = 0, x = 1.
x y
equações x = y, u = y + 1.
x y
2
equações x = 2, u = −1.
x y
∂ ∂ ∂ ∂
uxt = utx ⇔ u= u,
∂x ∂t ∂t ∂x
portanto
∂ ∂ ∂ ∂ h ∂ 2 ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ 2 i h ∂ 2 ∂ 2 i
−a +a u= −a +a −a2 u= −a2 u,
∂t ∂x ∂t ∂x ∂t ∂x ∂t ∂t ∂x ∂x ∂t ∂x
logo a equação (4.1) pode ser es
rita na forma
∂ ∂ ∂ ∂
−a +a u = 0.
∂t ∂x ∂t ∂x
Os operadores fatores desta equação podem ser
on
retizados assim:
o primeiro operador: v 7→ ∂t∂ − a ∂x∂ v = v − a v
t x
e o segundo operador:
∂ ∂
u 7→ +a u = ut + a ux .
∂t ∂x
Desta forma, a equação (4.1) pode ser es
rita na forma do sistema de duas
equações de primeira ordem para as funções in
ógnitas u e v:
ut + a ux = v,
vt − a vx = 0.
ção diferen
iável arbitrária de uma variável. Resta então resolver a equação
ompleta
u + a u = h(x + at).
t x (4.2)
Esta equação é uma EDP linear não homogénea de primeira ordem
om
oe
ientes
onstantes. É fá
il veri
ar que a função
1
uP (x, t) = H(x + at),
2a
sendo H uma primitiva de h, é uma solução parti
ular desta equação. A
solução geral da equação homogénea asso
iada, u + a u = 0, é t x
e desta forma, ξ = 1, ξt = a, ηx = 1, ηt = −a .
Temos
x
ux = wξ ξx + wη ηx = wξ + wη .
Entende-se que ambas as funções w e w nesta fórmula são funções
ompos-
tas, w = w (ξ(x, y), η(x, y)) e w = w (ξ(x, y), η(x, y)).
ξ η
onde φ(x) e ψ(x) são funções
onhe
idas. Desta forma, a função u e a sua
derivada par
ial u são
onhe
idas para t = 0 e para todo o x ∈ R.
Este problema tem a interpretação seguinte. Imagine que
onseguimos
t
1 1 ix+at
= (sin(x + at) + sin(x − at)) + sin s
2 2 x−at
1 1
= (sin(x + at) + sin(x − at)) + (sin(x + at) − sin(x − at))
2 2
= sin(x + at).
42 CAPÍTULO 4. EQUAÇO DA ONDA
f (x + a) + g(x − a) = 0, ∀x ∈ R.
Denotando y = x−a na segunda equação, obtemos f (y+2a)+g(y) = 0, ∀y ∈
R e, substituindo x em vez y , obtemos
f (x + 2a) + g(x) = 0, ∀x ∈ R.
u(x + 2a, t) = f (x + 2a + at) + g(x + 2a − at) = f (x + at) + g(x − at) = u(x, t).
modo, temos
x
onde Ψ(x) = R 0
x
ψ(s) ds + c, c ∈ R é uma primitiva de ψ. Daqui obtemos
1 1
f (t) = φ(t) + Ψ(t) , g(−t) = φ(t) − Ψ(t)
2 2
4.2. PROBLEMA DE VALOR INICIAL 43
e, portanto, a solução tem a forma
1 1
u(x, t) = f (x + t) + g(x − t) = φ(x + t) + Ψ(x + t) + φ(t − x) − Ψ(t − x)
2 2
1 1
= φ(x + t) + φ(t − x) + Ψ(x + t) − Ψ(t − x)
2 2Z
1 1 t+x
= φ(t + x) + φ(t − x) + ψ(s) ds.
2 2 t−x
Exer
í
io resolvido 4.2.5. Considere uma onda2 na reta sujeita à equação
utt = uxx . Suponha que u(x, t)
oin
ide
om e−x quando x = t e quando
x = −t. Determine a solução u(x, t).
Solução. Sabemos que u(x, x) = e e u(x, −x) = e . Usando a
−x2 −x2
donde 2 /4
f (x) = e−x − g(0),
−x2 /4
g(x) = e − f (0),
logo
2 /4 2 /4
u(x, t) = f (x + t) + g(x − t) = e−(x+t) + e−(x−t) − f (0) − g(0).
′
f (x) − g (x) = 0′
para x ≥ 0;
f (t) + g(−t) = cosh t para t ≥ 0.
1
g(x) = e −
2
c
2
−x
para x ≤ 0.
Assim, g(x) = e − para todo o x ∈ R e a solução u(x, t) para x ≥
1 −x c
0, t ≥ 0 é
2 2
1 −(x+t) c 1 −(x−t) c
u(x, t) = f (x + t) + g(x − t) = e + + e − = e−x cosh t.
2 2 2 2
(4.7)
u(0, t) = 0 = u(L, t), t≥0
u(x, 0) = φ(x), x ∈ [0, L]
ut (x, 0) = ψ(x), x ∈ [0, L],
onde φ e ψ são funções dadas e a, L são
onstantes positivas. As
ondições
u(0, t) = 0 = u(L, t), t ≥ 0 são
ondições laterais e elas signi
am que a
4.3. CORDA FINITA PRESA NAS EXTREMIDADES E COM AS CONDIÇÕES INICIAL DADAS 4
orda está presa nas extremidades x = 0 e x = L. As duas últimas
ondições
u(x, 0) = φ(x), u (x, 0) = ψ(x) são
ondições ini
iais, sendo φ : [0, L] → R
e ψ : [0, L] → R funções referentes à posição ini
ial e à velo
idade ini
ial da
t
Temos 1 1
Z at
u(0, t) = φ(at) + φ(−at) + ψ(s) ds
2 2a
e φ é uma função ímpar, portanto φ(at) + φ(−at) = 0. A função ψ também é
−at
Agora temos
−at
Z L+at
1 1
u(L, t) = φ(L + at) + φ(L − at) + ψ(s) ds.
2 2a L−at
logo
−L−at
Z L+at Z L Z L+at
ψ(s) ds = ψ(s) ds + ψ(s) ds
L−at L−at L
Z −L Z L+at
= ψ(s) ds + ψ(s) ds = 0,
−L−at L
1 ix+2t
= sin x cos 2t − cos 2s = sin x cos 2t + sin 2x sin 4t.
2 x−2t
Exer
í
io resolvido 4.3.2. Considere uma
orda presa nas suas extremi-
dades, ou seja, u(x, t) = 0 quando x = 0 ou x = L. Entende-se que a
velo
idade da propagação de onda ao longo da
orda, a, é dada. Suponha que
a
onguração ini
ial da
orda é
2x, se 0 ≤ x ≤ L/2
u(x, 0) =
2L − 2x, se L/2 ≤ x ≤ L
0 L
b
1 1
u(x, t1 ) = φ(x + L/2) + φ(x − L/2),
2 2
e para t 2 = L/a , temos
1 1
u(x, t2 ) = φ(x + L) + φ(x − L).
2 2
0 L
b
2
φ(x + L) + 21 φ(x − L) = −φ(x).
denidas em baixo.
(a) L = 2, a = 1, u(x, 0) = 5 sin (πx) − sin (2πx), u (x, 0) = 0.
3 1
2
5
t
2. (a)
(b)
0, se x ∈ [0, 1/2] ∪ [5/2, 3]
u(x, 1/2) = x − 1/2, se x ∈ [1/2, 3/2] ,
5/2 − x, se x ∈ [3/2, 5/2]
x, se x ∈ [0, 1[
u(x, 2) = 1, se x ∈ [1, 2] .
3 − x, se x ∈]2, 3]
0 1 b
2
b
3
b
x 0 1
b
2
b
3
b
(
)
3. u(x, t) = e −(x− 2t )2
.
50 CAPÍTULO 4. EQUAÇO DA ONDA
Capítulo 5
O método de separação das
variáveis
51
52 CAPÍTULO 5. O MÉTODO DE SEPARAÇO DAS VARIÁVEIS
Y ′ (y) Y ′ (y)
1− =k ⇒ = 1−k ⇒ Y (y) = c2 e(1−k)y .
Y (y) Y (y)
Desta forma, para
ada par de valores reais e temos uma solução de forma
k c
u(x, y) = cekx+(1−k)y .
Repare que a equação original é linear e homogénea; isto impli
a que a
soma de soluções é também uma solução. Portanto para qualquer
onjunto
de números reais c , k , . . . , c , k , a função
1 1 m m
termo da última igualdade deve ser uma
onstante, digamos k, dita
onstante
X(x) Y (y)
de separação.
Obtemos então duas equações diferen
iais ordinárias
7X ′ (x) k
=k ⇒ X(x) = c1 e 7 x ,
X(x)
3Y ′ (y) k
− =k ⇒ Y (y) = c2 e− 3 y .
Y (y)
Assim, k
x − k3 y k k
u(x, y) = X(x)Y (y) = c e c e 1 7
2 = c e 7 x− 3 y .
Apli
ando a
ondição u(x, 0) = 5e , obtemos: −x
k
c e 7 x = 5e−x ⇒ c = 5, k/7 = −1.
Lu = 0
onde
ada função f (x) tem uma das formas ae , a cos(bx), a sin(bx), por
bx
Lu = 0,
u(x, 0) = fi (x), i = 1, . . . , m
Considere um exemplo.
Exer
í
io resolvido 5.2.1. Resolva o problema
uy (x, y) − ux (x, y) = 2x u(x, y),
u(0, y) = −2 sinh y.
Vamos então resolver dois problemas
ujas
ondições ini
iais são (i) u(0, y) =
−ey e (ii) u(0, y) = e , nomeadamente,
−y
portanto,
2 2 2
u(x, y) = −ey+x−x + e−y−x−x = −2e−x sinh(x + y).
o segundo problema é
ut (x, t) = 2uxx (x, t), t > 0, 0 < x < 3;
u(0, t) = 0 = u(3, t);
(ii)
u(x, 0) = −3 sin(8πx)
é limitada para todos os e
u(x, t) x t
Pro
uramos a solução do problema (i) na forma u(x, t) = X(x)T (t). Te-
mos u = X (x)T (t) ⇒ u = X (x)T (t), u = X(x)T (t), logo
x
′
xx
′′
t
′
T ′ (t) X ′′ (x)
ut (x, t) = 2uxx (x, t) ⇒ X(x)T ′ (t) = 2X ′′ (x)T (t) ⇒ = = k.
2T (t) X(x)
X ′′ (x)
= −λ2 ⇒ X ′′ + λ2 X = 0 ⇒ X(x) = c1 cos(λx) + c2 sin(λx).
X(x)
Assim, 2
u(x, t) = X(x)T (t) = ce−2λ t c1 cos(λx) + c2 sin(λx)
e,
onsiderando
a = cc1 , b = cc2 , es
revemos
2
u(x, t) = e−2λ t a cos(λx) + b sin(λx) .
e para b 6= 0,
2 nπ
u(3, t) = 0 ⇒ e−2λ t b sin(3λ) = 0 ⇒ 3λ = πn ⇒ λ = , n ∈ Z.
3
Assim, obtemos a solução de forma
(5.1)
2n2 π 2 t
nπx
u(x, t) = b e− 9 sin .
3
A
ondição ini
ial do problema (i) é u (x, 0) = 5 sin(4πx). Substituindo t = 0
em (5.1), obtém-se que b = 5 e n = 12, logo a solução desse problema é
1
2
u1 (x, t) = 5e−32π t sin(4πx).
2
u3 (x, t) = 2e−200π t sin(10πx).
Somando as soluções dos problemas (i), (ii), (iii), obtemos a solução do
problema original:
u(x, t) = u1(x, t) + u2 (x, t) + u3 (x, t)
−32π 2 t 2 2
= 5e sin(4πx) − 3e−128π t sin(8πx) + 2e−200π t sin(10πx).
problema original.
1 m
e o segundo problema é
ut = uxx , t > 0, x ∈ R
(ii) u(x, 0) = − cos(2x)
u(x, t) é limitada no seu domínio t > 0, x ∈ R.
Pro
uramos a solução do problema (i) na forma
om variáveis separadas
u(x, t) = X(x)T (t). A equação do
alor u = u toma a forma
t xx
T ′ (t) X ′′ (x)
X(x)T ′ (t) = X ′′ (x)T (t) ⇒ = = k.
T (t) X(x)
Obtemos então duas equações diferen
iais ordinárias
′
T = kT e X (x) = k X(x). ′′
−λ2 t
T (t) = c e e X(x) = c cos(λx) + c sin(λx).
1 2
cc , b = cc ; então temos
1 2
1 2
u(x, t) = e
−λ2 t
a cos(λx) + b sin(λx) . (5.2)
Apli
ando a
ondição ini
ial u(x, 0) = 2 sin x, obtém-se que a = 0, b =
1, λ = 1 e a solução do problema (i) é
A solução pro
urada é a soma das soluções obtidas para (i) e (ii):
u(x, t) = u1 (x, t) + u2 (x, t) = 2e−t sin x − e−4t cos(2x).
T ′′ (t) X ′′ (x)
X(x)T ′ (t) = X ′′ (x)T (t) ⇒ = =k
T (t) X(x)
⇒ T ′′ (t) = kT (t), X ′′ (x) = kX(x).
Vamos provar que para toda a solução não nula u(x, t) = X(x)T (t), tem-se
que k < 0. Com efeito, se k > 0, então a equação X (x) = k X(x) tem a ′′
solução geral √
kx
√
− kx
X(x) = c e +c e 1 2
X ′′ (x)
e TT (t)(t) = λ para algum valor numéri
o
′′
⇒ =λ λ ∈ R.
X(x)
As
ondições ini
iais tomam a forma
5
X(x)T (0) = 5 sin(πx) ⇒ X(x) = sin(πx)
T (0)
5.2. SOLUÇÕES DE FORMA U(X, Y ) =
P
I XI (X)YI (Y ) 61
e
X(x)T ′ (0) = 0 ⇒ T ′ (0) = 0.
Daqui segue que
X ′′ (x) = −π 2 X(x) ⇒ λ = −π 2 ,
donde
T (t) = β1 cos(πt) + β2 sin(πt) e T (0) = β1 , T ′ (0) = πβ2 .
5
u(x, t) = sin(πx) · β1 cos(πt) = 5 sin(πx) cos(πt).
β1
Exer
í
io resolvido 5.2.6. Resolva a equação de difusão usando o método
de separação das variáveis:
ut (x, t) − uxx (x, t) = 0, 0 ≤ x ≤ 1, t ≥ 0
u(0, t) = u(1, t) = 0, t≥0
u(x, 0) = 5 sin(2πx).
Daqui temos
T ′ (t) X ′′ (x)
= .
T (t) X(x)
Como é função somente da variável t e da variável x,
ada termo
T ′ (t) X ′′ (x)
Daqui obtém-se
T ′ (t) 2
= −(2π)2 ⇒ T (t) = T (0)e−4π t .
T (t)
Assim, a solução é:
5 2 2
u(x, t) = X(x)T (t) = sin(2πx) · T (0)e−4π = 5 sin(2πx)e−4π t .
T (0)
(
) u (x, y) + 2u (x, y) = 0.
xx xy
(b) zu
2
(x, z) + 2z u (x, z) = u(x, z),
z x
u(x, 1) = cosh 2x.
(
) w(t,
2
w (t, z) = w (t, z) − 3z w(t, z),
z t
1) = 2 cosh 2t.
(d) w(−1,
x2 +1
w (x, t) + tw (x, t) = 0,
2x x t
2
t) = t .
(a) u(x,
u (x, t) + u (x, t) = u(x, t),
x t
x 2x
0) = 6e − 5e + 3e . −3x
(b)
7uy (x, y) − 3ux (x, y) = 2u(x, y),
u(x, 0) = 2 + e4x − e−2x/3 .
5.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 63
(
)
ut (y, t) = uy (y, t),
u(0, t) = e−3t + e2t .
(d) u(1,
x u (x, t) − 2t u (x, t) = 0, x > 0, t > 0,
x t
2
t) = 10t + 9t . −3
4. Considere a equação
uxx − ut = 4u
para a função in
ógnita u(x, t).
(a) Utilizando o método de separação das variáveis, determine algu-
mas (não nulas) soluções desta equação.
(b) Determine a solução do problema
uxx − ut = 4u,
u(x, 0) = e2x − 2ex .
5.4 Soluções
1. (a) u(x, y) = ce , c ∈ R, λ ∈ R;
λ(x+y)
(b) u(x, y) = cx y , c ∈ R, λ ∈ R;
λ λ
5.4. SOLUÇÕES 65
(
) u(x, y) = ce , c ∈ R,λ ∈ R;
λ(y−2x)
(d) u(x, t) = C e + C e e , C , C , k ∈ R.
1
kx
2
−kx (αk 2 −1)t
1 2
3. (a) u(x, t) = 6e − 5e + 3e ;
x 2x−t −3x+4t
(b) u(x, y) = 2e + e − e ;
2y/7 4x+2y −2x/3
(
) u(y, t) = e + e ;
−3y−3t 2y+2t
4. (a) u(x, t) = C e + C e e ;
1
kx
2
−kx (k 2 −4)t
(b) u(x, t) = e − 2e .
2x x−3t
5. u(x, y) = e cos x.
2y
7. u(x, y) = e .
x−y
8. u(x, y) = e .
x+y
9. u(x, y) = e + e .
2x y
(b) u(x, y) = 2e − e .
x −2x−9y
11. u(x, y) = e .
x−y
12. u(x, y) = e .
y−x
16. u(x, t) = sin x(sin 2t + cos 2t) + sin 2x(− sin 4t + cos 4t).
66 CAPÍTULO 5. O MÉTODO DE SEPARAÇO DAS VARIÁVEIS
Bibliograa
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