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Matemática II
1.1 – Diferenciais
dy
Introduzimos anteriormente, a notação para a derivada de y em relação a x, mas em
dx
alguns problemas é útil interpretar dy e dx separadamente. Nesse contexto, dy é denominado a
diferencial de y e dx é a diferencial de x. As diferenciais são utilizadas, por exemplo, em
aplicações do cálculo integral e para aproximar variações da variável dependente, associadas com
pequenas variações da variável independente.
Seja y = f(x) onde f é uma função real. Se x varia de x 1 a x2, a diferença x2 – x1 é chamada
de acréscimo (ou incremento) de x e denotada por ∆x. Assim,
∆x = x2 – x1
∆y = f(x2) – f(x1)
Definição: Seja y = f(x) onde f é uma função real derivável e seja ∆x um acréscimo de x.
dy dy
Por essa definição, podemos escrever que = f (x) e assim, a notação já usada como
dx dx
um símbolo para a derivada pode ser considerada um quociente entre duas diferenciais.
Exemplo 2: Seja y = x3
1
a) Determine dy para x = 2 e dx = 0,01
a) qualquer x e ∆x b) x = 2 e ∆x = 0,1
c) x = 2 e ∆x = 0,01 d) x = 2 e ∆x = 0,001
x ∆x ∆y dy ∆y – dy
2 0,1 1,34 1,3 0,04
2 0,01 0,1304 0,13 0,0004
2 0,001 0,013004 0,013 0,000004
Note, que quanto mais próximo de zero está ∆x, menor é a diferença entre ∆y e dy.
Interpretação geométrica de dy
A reta t é tangente à curva no ponto P. Esta reta corta a reta x = x 2 no ponto R, formando o
triângulo retângulo PMR. O coeficiente angular desta reta t é dado por f (x1) ou tg .
MR
Observando o triângulo PMR, podemos dizer que f (x1) = tg =
PM
dy dy MR
Usando o fato de que f (x1) = , temos daí que =
dx dx PM
2
No exemplo 3 e na figura anterior, fica claro que dy é uma boa aproximação para ∆y desde
que ∆x seja “pequeno”, isto é, se ∆x 0 então ∆y dy.
Este resultado é útil em aplicações onde se deseja apenas uma estimativa da variação de y.
Exemplo 4: Seja f(x) = 3x2 + 5x + 10. Use diferenciais para fazer uma estimativa do valor
de f(2,01)
Exemplo 5: Seja f(x) = 4x5 – 6x4 + 3x2 – 5. Use diferenciais para achar um valor
aproximado para f(0,97).
3
Exemplo 6: Calcule um valor aproximado para 65,5 usando diferenciais
dy
Observação: Todas as fórmulas que fornecem a derivada podem ser convertidas em
dx
fórmulas que dão a diferencial dy. Na lista abaixo, apresentamos algumas das fórmulas básicas para
diferenciais.
1) dc = 0
2) d(u + v) = du + dv
3) d(c.u) = c.du
u vdu udv
6) d =
v v2
3
Exercícios – lista 1
1) Sendo f(x) = 4x2 – 3x + 1, use diferenciais para achar um valor aproximado para f(2,1)
2) Sendo f(x) = x4, use diferenciais para achar um valor aproximado para f(0,95)
x
4) Estime a variação da função f(x) = 3 quando x varia de 4 para 3,8.
x 1
10) Suponha que f(50) = 5.000 e f (50) = 45. Faça uma estimativa do valor de f(52)
11) Suponha que f(100) = 200 e f (100) = 10. Faça uma estimativa de:
a) f(100,5) b) f(99,75)
Respostas:
1) 12,3 2) 0,8
3) 2,1 4) – 0,008
5) 10,05 6) 1,9875
4
1.2 – Antiderivada – Integral Indefinida
Na maioria dos exemplos e problemas estudados até agora, começamos com uma função
dada e calculamos a derivada para obter informações a respeito da função. Em muitas situações, no
entanto, o problema é o inverso: conhecemos a derivada e estamos interessados em determinar a
função. Isso acontece, por exemplo, quando sabemos a taxa com a qual uma população está
aumentando e queremos calcular qual será a população em um determinado instante futuro. A
função encontrada nesse problema é uma antiderivada.
Exemplos:
1
2) g1(x) = 2, g2(x) = – e g3(x) = 2 são antiderivadas de f(x) = 0, pois, a derivada de qualquer
7
função constante é zero. De modo geral, se f é uma função tal que f (x) = 0 para todo x em um
intervalo I, então existe um número real k tal que f(x) = k para todo x em I.
1
4) g1(x) = x2 + 2, g2(x) = x2 – e g3(x) = x2 + 2 também são antiderivadas de f(x) = 2x
7
Por esse processo, obtemos todas as possíveis antiderivadas de f(x) e podemos estabelecer o
seguinte resultado:
5
Ao considerarmos todas as antiderivadas de uma dada função é conveniente introduzirmos
uma nova terminologia e uma nova notação, como se segue.
Definição 2: Seja f(x) uma função dada. A integral indefinida de f(x), representada por
f(x)dx é a família de todas as antiderivadas de f(x). Se g(x) é uma das antiderivadas de f(x) e C é
uma constante arbitrária,
f(x) dx = g(x) + C
De acordo com essa definição, o símbolo é o sinal de integral; f(x) é a função
integrando; f(x)dx é o integrando e C é a constante de integração.
Daremos razões, mais adiante, para o uso da diferencial dx que aparece no integrando. No
momento vamos considerar que o símbolo dx indica que a antiderivada deve ser calculada em
relação à variável x.
O processo que permite achar a integral indefinida de uma função é chamado de integração
indefinida ou antiderivação.
Exemplos:
1) (3x 2 + 2) dx = x3 + 2x + C 2) 2x dx = x2 + C
Dizer que g(x) é uma antiderivada de f(x) equivale a dizer que f(x) é a derivada de g(x), mas
agora pensamos em f(x) como a função dada e em g(x) como a função a ser encontrada.
A ligação que existe entre a derivação e a antiderivação permite usar as regras já conhecidas
de derivação para obter regras correspondentes para antiderivação.
3) dx = x+C
x n 1
4) Se n Q e n – 1 então x n dx =
n 1
+C
dx
x
1
5) = dx = ln x+ C
x
6) ex dx = ex + C
6
Exemplos:
1) 7 dx
(x 5) dx
2
2)
(5x 4x 5 4) dx
3
3)
5
4) 6x 6 x dx
x6
(3x 2)
2
5) dx
(x 5)(8x 3) dx
2
6)
x2 4
7) x2
dx
3x 4 5x 2 2
8) x2
dx
2x 7 5x 3 4x 2 6x
9) 2x 3
dx
1 3
10) 2x
x
5 3 x 2 dx
7
Exercícios - lista 2
1) (3x 2 4x 5) dx 2) (x 3 3x 2 + 2x 4) dx
5) (3x 2 5 x + 2) dx 6) (4x 2 + 3) 2 dx
7) (x 2 + 3x + x 2 ) dx 8) (3x 2 + 5x 4 ) dx
3x 5 x 4 7x 3 4x 9x 4 4x 3 5x 2 2x 1
13) x3
dx 14) x2
dx
Respostas:
x4
1) x3 – 2x2 – 5x + C 2) – x3 + x2 – 4x + C
4
x 4 4x 3 5x 2 x 6 5x 4 x 3
3) – – + 6x + C 4) + – – 5x + C
2 3 2 3 2 3
10 3 / 2
3 16x 5
5) x – x + 2x + C 6) + 8x3 + 9x + C
3 5
x3 3x 2 5 –3
7) + – x –1 + C 8) – 3x – 1 – x +C
3 2 3
50 7 / 2 2 9/2
9) x – 2x 1 / 2 + C 10) x + 4x5 / 4 + C
7 9
1 3
11) x + 2x – 7 lnx + C 12) x3 – 3x2 + 4 lnx + C
3
x2
13) x3 – + 7x – 4x – 1
+C 14) 3x3 – 2x2 + 5x – 2 lnx + x – 1 + C
2
8
1.3 – Integração por Substituição
Muitas antiderivadas não podem ser encontradas, ou são muito trabalhosas, aplicando-se
apenas as regras básicas. No entanto, algumas vezes é possível encontrar uma antiderivada
utilizando-se essas regras após mudar a variável.
10
x(x 7) dx usando somente as regras básicas, é
2
Para calcularmos, por exemplo,
necessário expandir (x2 + 7)10, multiplicar por x e então antiderivar a expressão resultante termo a
termo (o que seria bastante trabalhoso).
Existe uma maneira simples de resolver esse problema, mudando a variável. Observe que se
1
u = x2 + 7, então, du = 2xdx ou xdx = du .
2
10 10 10 1 1 10 1 u11 u11
x(x 7) dx = (x 7) xdx = u du = u du = C
2 2
Então =
2 2 2 11 22
10 (x 2 7)11
x(x 7) dx = C
2
22
Exemplos:
1) 5x 8 dx
x(3x 1) 8 dx
2
2)
6x 2 dx
3) (x 3 4) 5
4) (5x 2 1)4 5x 3 3x 2 dx
5) x x 5 dx
9
Apresentaremos, a seguir, alguns exemplos adicionais que ilustram o uso do método de
integração por substituição.
x e
3 x 4 2
1) dx
4 4 4
2) e 5x dx
1 kx
Observação: e kx dx = e + C para k IR*
k
(ln x) 2
3) x dx
1
Fazendo u = ln x temos que du = dx
x
(ln x) 2 2 1 u3 (ln x) 3
x
2
Então dx = (ln x) dx = u du = + C = +C
x 3 3
1
4) 3x 5 dx
1
Daí dx = du
3
1 1 1 1 1
Logo dx = u du = ln u + C = ln 3x + 5 + C
3x 5 3 3 3
x
5) x 1 dx
Nesse caso, fazemos a substituição u = x + 1
Então du = dx e x = u – 1
x u 1 1
Logo x 1 dx = u
du = 1 du – du = u – ln u = x – ln x + 1 + C
u
10
Exercícios - lista 3
Calcule as integrais:
3) 4x x 2 5 dx 4) 3x(4 – 3x2) – 8 dx
x 8x 2
5) 3
5x 16
2
dx 6) (4x 2
2x 6)17
dx
6x 2 x 3
7) 3 dx 8) (x dx
(x 1) 3 2
6x 1) 2
11) x (x + 1) – 1 / 2 dx 12) x2 1 x dx
Respostas:
1)
4x 35 C 2)
4x 2
7
C
10
20 80
4 1
3) (x 2 5) 3 C 4) C
3 14(4 3x 2 ) 7
3 1
5) (5x2 + 16)2 / 3 + C 6) (4x2 + 2x + 6) – 16 + C
20 16
1 2
7) – (x3 + 1) – 2 + C 8) – (x – 6x + 1) – 1 + C
2
2 10 2
9) (6x3 – 9x + 1) – 1 / 2 + C 10) (5 – x) 3 / 2 + (5 – x) 5 / 2 + C
9 3 5
2 2 4 2
11) (x + 1) 3 / 2 – 2(x + 1) 1 / 2 + C 12) (1 + x) 7 / 2 – (1 + x) 5 / 2 + (1 + x) 3 / 2 + C
3 7 5 3
3 2 4 2
13) – 6(2 – x) 2 / 3 + (2 – x) 5 / 3 + C 14) (1 + x) 7 / 2 + (1 + x) 5 / 2 + (1 + x) 3 / 2 + C
5 7 5 3
11
Exercícios - lista 4
Determine as integrais:
xe e
x2 1 x
1) dx 2) dx
ln 5x 1
3) x
dx 4) x(ln x) 2
dx
e 5e
x 3x
5) dx 6) dx
ln x 2 3
7) x
dx 8) 2x 1
dx
x
1 e
9) x ln x
dx 10) x
dx
Respostas:
1 x2
1) e +C 2) – e 1 – x + C
2
1 1
3) (ln 5x) 2 + C 4) +C
2 ln x
5 3x
5) – e – x + C 6) e +C
3
3
7) (ln x) 2 + C 8) ln 2x + 1 + C
2
9) ln ln x + C 10) 2 e x
+C
12
1.4 – Integração por Partes
Nesta seção vamos estudar uma técnica chamada integração por partes, que é uma
consequência direta da regra do produto para diferenciais. A fórmula de integração por partes é
apresentada a seguir.
Esta fórmula transforma o problema do cálculo de udv no cálculo de vdu. Através de uma
escolha conveniente de u e dv pode ser mais fácil calcular a segunda integral do que a primeira.
Exemplos:
1) x lnx dx
2) ln 2x2 dx
3) x e4x dx
3) 6x e– 2x dx
13
Às vezes, a integração por partes leva a uma nova integral que também pode ser integrada
por partes
5) x2 ex dx
Algumas integrais podem ser calculadas por integração por partes ou por substituição. As
soluções podem parecer diferentes, mas se estiverem corretas, poderão diferir, no máximo, por uma
constante.
Exemplo: x x 5 dx
2
Fazendo u = x e dv = x 5 , temos que du = dx e v = (x + 5) 3 / 2
3
2x 4
x x 5 dx = (x + 5) 3 / 2 – (x + 5) 5 / 2 + C
3 15
2 10
x x 5 dx = (x + 5) 5 / 2 – (x + 5) 3 / 2 + C
5 3
2x 4 2x 4
Observe que (x + 5) 3 / 2 – (x + 5) 5 / 2 = (x + 5) 3 / 2 ( x 5) =
3 15 3 15
2x 4x 20 10x 4x 10 10
= (x + 5) 3 / 2 = (x + 5) 3 / 2 =
3 15 15 15 15 5 3
2x 10 10 2 10
= (x + 5) 3 / 2 = (x + 5) 3 / 2 ( x 5)
5 5 3 5 3
2 10
= ( x 5) 5 / 2 ( x 5) 3 / 2
5 3
14
Exercícios – lista 5
1) ln x dx 6) x – 2 ln x dx
2) x.e – 2x dx
x/2
7) x e dx
3) x ln 3x dx 8) x2ln x2 dx
4) x ex dx 9) 5x e 3x dx
x
5) x ln x dx 10) 3x2 ln dx
2
Respostas:
lnx 1
1) x ln x – x + C 6) C
x x
x2 x2 x3 2
3) ln3x – +C 8) lnx2 – x3 + C
2 4 3 9
5 5
4) x ex – ex + C 9) x e 3x – e 3x + C
3 9
x x
3
2 4
5) x 3 / 2 ln x – x 3 / 2 + C 3
10) x ln – +C
3 9 2 3
15
1.5 – Equações Diferenciais Simples
Uma solução desta forma, que envolve uma constante arbitrária e inclui todas as soluções
possíveis, é chamada de solução geral da equação diferencial.
6
Exemplo 3: Resolva a equação diferencial y' = + 15x2 + 10
x2
Exemplos: Ache a solução geral das equações abaixo e então determine a solução particular
satisfazendo as condições iniciais indicadas.
16
dy
A equação = f(x) é dita separável já que pode ser reescrita na forma dy = f(x) dx na
dx
qual as variáveis x e y estão “separadas” de maneira que todas as expressões envolvendo x estão de
um lado da equação e todas as expressões envolvendo y estão do outro lado. De modo geral, uma
equação diferencial que pode ser escrita na forma
Para resolver uma equação diferencial separável, separamos as variáveis de maneira que a
equação tome a forma (1) e integramos ambos os membros:
g(y) dy = h(x)dx
Calculando estas integrais, obtemos uma equação em y e x que contém uma constante
arbitrária. Nos casos em que esta equação pode ser colocada na forma y = f(x) expressando y
explicitamente em função de x, dizemos que é possível obter uma solução explícita da equação
diferenciável. Nos casos em que isto não é possível, dizemos que temos uma solução implícita.
dy
A equação = 2xy2 é separável, já que pode ser escrita do seguinte modo:
dx
1
dy = 2x dx
y2
1
Calculando a integral indefinida em ambos os lados temos: 2 dy = 2x dx
y
1 1
Daí, – = x2 + C. Então – y = 2
y x C
1
Logo y = 2 (solução explícita)
x C
dy x 2
A equação diferencial também é separável.
dx y
Podemos escrever: y dy = x2 dx
y dy = x dx
2
Então
y2 x3 2x 3
Daí + C1 ou y2 = + C (solução implícita)
2 3 3
Exemplos:
dy 5 4x
6) Encontre a solução geral da equação =
dx y2
17
Exercícios – lista 6
dy (x 2 4) 2
4 2
1) y' = 5x + 3x + 1 2) 3) y' = 6x – 2 + 15x2 + 10
dx 2x 2
dy 9 dy
4) y' = 140 e0,07x 5) 5e 2x 6) x4 – 4x2/3
dx x dx
Nos itens 7 a 12 ache a solução particular da equação diferencial dada que satisfaz à condição
inicial indicada:
dy 1 dy
11) 3x2 – 2x – e – x ; y = quando x = 0 12) x + e – x ; y =1 quando x = 0
dx 2 dx
dy 7 6x
13) 2x 1 dy = y2 dx 14)
dx y2
dy 2x dy
15) 16) e 2x y
dx y 2 dx
dy y2
17) ; y = 2 quando x = 4 18) x2dy = (2x2 – 3)dx ; y = 1 quando x = 1
dx 2 x
dy dy x
19) = 3x2y2; y = 1 quando x = 0 20) ; y = 3 quando x = 2
dx dx y 2
21) Determine a função cuja reta tangente tem coeficiente angular dado por 5x4 – x + 5 e cujo
gráfico passa pelo ponto (0,8).
22) Determine a função f(x) cuja reta tangente tem uma inclinação 3x 2 + 1 para qualquer valor de x
e cujo gráfico passa pelo ponto (2, 6).
23) Estima-se que daqui a x semanas o número de passageiros de uma nova linha de metrô estará
aumentando à razão de 18x2 + 500 passageiros por semana. Sabe-se que na primeira semana 8.506
passageiros usaram a linha. Quantos a estarão usando daqui a 5 semanas?
18
24) Uma epidemia de gripe atinge uma cidade e P(t) representa o número de pessoas doentes com a
gripe no instante t, medido em dias a partir do início da epidemia com P(0) = 100. Suponha que
após t dias a gripe esteja se espalhando a uma taxa de 120t – 3t2 pessoas por dia. Determine o
número de pessoas doentes no 10º dia após o início da epidemia.
25) Estima-se que daqui a x meses, a população de uma cidade estará aumentando à razão de
2 + 6 x habitantes por mês. A população atual é de 5.000 pessoas. Qual será a população daqui a 9
meses?
Respostas:
1 3
1) y = x5 + x3 + x + C 2) y = x – 4x – 8x – 1 + C
6
5 – 2x x 5 12 5/3
5) y = e + 9 lnx + C 6) y = – x +C
2 5 5
x 3 3x 2 1 x4 1 7
7) y = + + 8) y = – –
3 2 6 4 x 2
1 x2
11) y = x3 – x2 + e – x – 12) y = – e –x + 2
2 2
1
13) y = 14) y = 3
21x 9x 2 C
2x 1 C
e 2x C
15) y = 3
3x 2 C 16) 2ey = e2x + C ou y = ln
2
2 3
17) y = 18) y = 2x + –4
2 x 5 x
1 3x 2
19) y = 20) y = 3 21
x3 1 2
x2
21) f(x) = x5 – + 5x + 8 22) f(x) = x3 + x – 4
2
19
1.6 – Integral Definida
Já sabemos que a derivada tem origem geométrica: está ligada ao problema de traçar a reta
tangente a uma curva. A integral definida também tem origem geométrica: está ligada ao problema
de determinar a área de uma região plana limitada por uma curva qualquer.
Para determinar essa área, vamos dividir a região dada em uma série de regiões retangulares
e calcular o valor aproximado da área A somando as áreas dessas regiões retangulares. Quanto
maior o número de retângulos, mais a soma de suas áreas se aproxima do que consideramos,
intuitivamente, a área sob a curva dada.
A área A pode ser interpretada, portanto, como a soma de uma infinidade de retângulos que
podemos descrever assim: em cada ponto x há um retângulo de altura f(x) e base infinitamente
pequena, indicada por dx, de modo que a área de cada retângulo é dada pelo produto f(x)dx. A soma
Sn das áreas de n retângulos pode ser escrita da seguinte maneira:
Podemos definir a área A como o limite da soma Sn quando n tende para infinito. Então
Para indicar que estamos obtendo a área A como a soma infinita das áreas f(x)dx de todos
esses retângulos no intervalo [a, b] escrevemos:
b
A = f(x)dx
a
b
O símbolo f(x)dx é chamado de integral definida de a até b de f(x).
a
20
Os números a e b são chamados de limites de integração; a é o limite inferior e b é o
limite superior.
Como veremos mais adiante, a área é apenas uma das grandezas que podem ser expressas
pela integral definida.
Seja f(x) uma função contínua em [a, b]. Se g(x) é uma antiderivada de f(x) em [a, b] então
Exemplos:
4
1) (x 2 4x 3)dx
1
Observação: Nos cálculos que envolvem integrais definidas costuma-se usar o símbolo
b
g(x) a para indicar a diferença entre g(b) e g(a).
1
2) (x 4 3x 2 1)dx
1
1
3) 8x(x 2 1) 3 dx
0
9
4) 1
2x 7 dx
3
x
5) e
0
3
dx
21
Observação: Quando a integral definida de a até b de f(x) existe, dizemos que f(x) é
integrável em [a, b]. Podemos provar que toda função contínua em [a, b] é integrável em [a, b],
mas existem muitas funções descontínuas que são integráveis.
a
a) f(x)dx = 0
a
b a
b) f(x)dx = – f(x)dx
a b
b b
c) c.f(x)dx = c f(x)dx
a a
b b b
d) (f(x) g(x)) dx = f(x)dx + g(x)dx
a a a
b c b
e) Se a < c < b então f(x)dx = f(x)dx + f(x)dx
a a c
22
Exercícios – lista 7
3
x2 1
4
3) 5 x dx 4) dx
1
2 x 1
2x 3 4x 2 3
3
1
5) x2
dx 6) (3x + 1) – 1 / 2 dx
1
0
1 2
7) x(x2 – 1)3 dx 8) x x 1 dx
2 3
1 0
x
8
4
9) 6 dx 10) ( x x) 2 dx
4 2
1
Respostas:
1) –18 6) 2 / 3
2) 81 / 10 7) 0
3) 14 / 3 8) 52 / 9
4) 7 / 2 9) 12
5) 2 10) 37 / 10
23
1.7 – Áreas de regiões planas
Usando a notação de integral definida, a definição da área da região sob o gráfico de uma
função (1) pode ser expressa da seguinte maneira:
Definição 1: Seja f uma função contínua em [a, b] e tal que f(x) ≥ 0 em [a, b]. A área da
b
região sob o gráfico de f entre x = a e x = b é dada por A = f(x)dx
a
Na página 20 assumimos que f(x) ≥ 0 em [a, b], isto é, que o gráfico de f(x) entre x = a e
x = b estava acima do eixo x. Se a região entre x = a e x = b limitada pelo gráfico de f e o eixo x
permanece inteiramente abaixo do eixo x, então cada valor de f(x) é negativo. Assim, cada f(x)dx é
negativo e a área dessa região é o oposto da integral definida de a até b de f(x).
Definição 2: Seja f uma função contínua em [a, b] e tal que f(x) ≤ 0 em [a, b]. A área da
b
região sob o gráfico de f entre x = a e x = b é dada por A = – f(x)dx
a
________________________________________________________________________________
(1) Chamamos de região sob o gráfico de uma função (ou região limitada pelo gráfico de uma
função) f entre x = a e x = b à região entre o gráfico de f e o eixo x entre x = a e x = b.
24
Exemplo 4: Calcule a área da região sob o gráfico de f(x) = x2 – 1 entre x = – 1 e x = 1
c d e b
A = A1 + A2 + A3 + A4 = f(x)dx – f(x)dx + f(x)dx – f(x)dx
a c d e
25
Algumas vezes precisamos calcular a área de uma região limitada por duas curvas. Por
exemplo, sejam f e g funções não negativas tais que f(x) g(x) no intervalo [a, b] (isto é, o gráfico
de f fica acima do gráfico de g em todo o intervalo [a, b]).
b b b
Ou seja, área de R = f(x)dx – g(x)dx = (f(x) g(x)) dx
a a a
Podemos provar que essa expressão é válida mesmo que as funções não sejam não
negativas.
Definição 3: Se f e g são funções contínuas em [a, b] tais que f(x) ≥ g(x) em [a, b] e se R é a
região limitada pelos gráficos de f e g e pelas retas x = a e x = b, então
b
Área de R = (f(x) g(x)) dx
a
Exemplo 8: Calcule a área da região limitada pelos gráficos das funções f(x) = 2x2 – 4x + 6
e g(x) = – x2 + 2x + 1 entre x = 1 e x = 2
Algumas vezes temos de considerar o problema de encontrar a área entre duas curvas sem
que os valores de a e b sejam determinados. Nestes casos, existe uma região que está
completamente envolta pelas duas curvas. Como o próximo exemplo ilustra, temos que encontrar os
pontos de interseção entre as duas curvas para obter os valores de a e b.
26
Exemplo 9: Calcule a área da região limitada pelos gráficos das funções f(x) = 2x + 4 e
g(x) = x2 + 2x + 3
Exemplo 10: Ache a área da região limitada pelos gráficos das funções f(x) = x3 – 6x2 + 9x
e g(x) = x
27
Exercícios – lista 8
2 4
11) O gráfico de uma função f aparece na figura 1 abaixo e
1
f(x) dx = 4,8 e f(x) dx = 3,6.
1
Determine a área da região limitada pelo gráfico de f(x) e o eixo x entre x = – 1 e x = 4
2 4
12) O gráfico de uma função f aparece na figura 2 abaixo e
1
f(x) dx = – 6,3 e f(x) dx
1
= – 4,2.
figura 1 figura 2
Respostas:
22 9 9
1) 9 2) 3) 8 4) 30 5) 6)
3 2 2
8 32
7) 8) 9) 8 10) 32,75 11) 6 12) 8,4
3 3
28
Capítulo 2 – Cálculo de várias variáveis
Trabalhamos até agora exclusivamente com funções de uma variável real, mas sabemos que
há situações práticas nas quais a função depende de duas (ou mais) variáveis.
Neste capítulo introduziremos as ideias básicas do Cálculo para funções de mais de uma
variável. Apresentaremos inicialmente, a definição e vários exemplos de funções de duas (ou mais)
variáveis. A seguir, as definições e regras desenvolvidas anteriormente para derivar funções de uma
variável serão generalizadas para funções de duas (ou mais) variáveis: serão estudadas as
“derivadas parciais”. Finalmente, estudaremos problemas de otimização (com e sem restrição) de
funções de duas variáveis.
Definição: Uma função real f de duas variáveis é uma relação que, a cada par ordenado
(x,y) de números reais pertencente a um dado conjunto D, associa um único número real z, indicado
por f(x,y).
Observação: Funções de três ou mais variáveis são definidas por uma extensão da definição
de função de duas variáveis.
Exemplos:
1) Seja f(x, y) = x + xy + y2 + 2. Determine o domínio de f e calcule f(0,0), f(2, –1) e f(–2, –2).
3x 2 5y
2) Dada a função f(x,y) = , determine o domínio de f e f(1, –2)
xy
x
6) Seja f(x,y,z) = . Determine o domínio de f, f(2, 3, 4) e f(7, 46, 44).
yz
29
Exercícios – lista 9
2) f(x,y) =
2xy
x y2
2
a) (1, 0) b) (– 3, 4) c) 5, 5
3) f(x,y) = y2 x 2 a) (4, 5) b) (– 1, 2) c) 5, 3
4) f(x,y) = ln x 2
y2 a) (1,0) b) (– e, 0) c) (– 2, – 3)
xy
5) f(x,y) = a) (– 3, 4) b) (5, 0) c) (0, – 4)
xy
1 1 x
6) f(x,y) = 7) f(x,y) = 8) f(x,y) =
yx 1 x y ln ( x y)
Respostas:
1) a) 5 b) 73 c) 17
24
2) a) 0 b) c) 1
25
3) a) 3 b) 3 c) 2
1
4) a) 0 b) 1 c) ln13
2
1
5) a) b) 1 c) – 1
7
7) D = {(x,y) IR2 / x + y ≠ 1}
30
2.2 – Derivadas Parciais
Dada uma função de duas variáveis f(x,y), suponha que o valor de y seja mantido constante
e o valor de x varie livremente. Nesse caso, f se torna função apenas de x e podemos calcular a sua
derivada da forma usual. Esta derivada é chamada de derivada parcial de f em relação a x e
representada por
fx(x,y)
Se substituirmos o valor 2 de y por outra constante y 0 , a função f(x, y 0 ) também será uma
função apenas de x. Nesse caso, teremos
fx(x, y 0 ) = 2x y 30
Na verdade, é possível pensar em y como uma grandeza constante sem necessidade de usar
uma notação especial para indicar este fato. Podemos simplesmente escrever:
fx(x,y) = 2xy3
o que significa que mantivemos y constante e calculamos a derivada de f como se fosse função
apenas de x.
Assim, por exemplo, fazendo x = 4 na função f(x,y) = x2y3 + y, temos f(4,y) = 16y3 + y e
portanto
fy(4,y) = 48y2 + 1
Podemos obter uma definição formal para a derivada parcial usando uma expressão análoga
à que define a derivada para funções de uma variável como um limite.
31
Definição: Seja f uma função de duas variáveis x e y.
Se z = f(x,y) também são usadas as seguintes notações para a derivada parcial de f(x,y) em
relação à x:
z
= Dxf(x,y) = D1(x,y) = f1(x,y)
x
Exemplos:
3) f(x, y) = x 2 4xy 2 6y
5
5) f(x, y) = e xy
4x
7) f(x, y) =
y2
2 2y 2
2
8) f(x, y) = x + 2xy +
3x
32
3x y 2
9) f(x, y) =
x 2y
yx
10) f(x, y) =
xy
Observação: As derivadas parciais também podem ser definidas para funções de mais de
duas variáveis. Assim, por exemplo, mantendo x e y fixos e deixando z variar em uma função
f(x,y,z) de três variáveis, obtemos a derivada parcial fz(x,y,z)
Exemplo 11: Seja f(x,y,z) = xy2z3 – 5x + 4y2 + 7. Determine fx(x,y,z), fy(x,y,z) e fz(x,y,z)
Como as funções de uma variável, as funções de duas (ou mais) variáveis podem ser
derivadas mais de uma vez. Vamos considerar, por exemplo, a função f(x,y) = 3x 2y3 + 2x2 – 5y2.
Suas derivadas parciais são fx(x,y) = 6xy3 + 4x e fy(x,y) = 9x2y2 – 10y. Essas derivadas também são
funções de duas variáveis e podemos, portanto, calcular suas derivadas parciais. São elas:
Essas quatro funções são chamadas de derivadas parciais de segunda ordem da função f.
Exemplo 12: Para cada função abaixo determine fxx(x,y), fxy(x,y), fyx(x,y) e fyy(x,y)
33
Exercícios – lista 10
3x y2
5) f(x,y) = 6) f(x,y) =
2y x3
2x 3y 2y 2
7) f(x,y) = 8) f(x,y) =
yx 3x 1
2y
12) f(x, y) = 14) f(x, y) = ex lny
x2
34
Respostas:
3y 2 2y
6) fx(x, y) = fy(x, y) =
x4 x3
5y 5x
7) fx(x, y) = fy(x, y) =
(y x) 2 (y x) 2
6y 2 4y
8) fx(x, y) = fy(x, y) =
(3x 1) 2 3x 1
x
10) fx(x, y) = lny fy(x, y) =
y
11) a) 12 b) 7 c) 7 d) 10
12y 4 4
12) a) b) c) d) 0
x4 x3 x3
13) a) 2y b) 2x – 2y – 3 c) 2x – 2y – 3 d) 6xy – 4
x ex ex ex
14) a) e lny b) c) d)
y y y2
35
2.3 – Regras da Cadeia
dz z dx z dy
= +
dt x dt y dt
Exemplos:
dz
1) Sendo z = ln(x + y), x = 5t2 e y = t3 – t, determine usando a regra da cadeia e dê a resposta
dt
em termos de t
dz
2) Use a regra da cadeia para encontrar para o valor indicado de t.
dt
z = 3x2 + 2xy – y2 ; x = 4t ; y = – 5t ; t = – 1
z z x z y z z x z y
= + e = +
t x t y t u x u y u
Exemplos:
z z
1) Use a regra da cadeia para calcular e , sendo z = x2 + xy + y ; x = 2t – 3u e y = t + 2u
t u
z z
2) Use a regra da cadeia para encontrar e para os valores indicados de t e u.
t u
z = x2 + 2xy ; x = 2t + u ; y = t + ln u ; t = – 1 ; u = 1
36
Exercícios – lista 11
Nas questões de 1 a 4, calcule dz/dt usando a regra da cadeia e expresse a resposta em termos de t :
1) z = x2 + 3xy + 1 ; x = 2t + 1 ; y = t2
2) z = (x – y2)3 ; x = t2 ; y = 2t
Nas questões de 5 a 7, use a regra da cadeia para encontrar dz/dt para o valor indicado de t :
5) z = 2x + 3y ; x = t2 ; y = 5t ; t = 2
6) z = xy ; x = e – 2t ; y = e7t ; t = 0
3x
7) z = ; x = t ; y = t2 ; t = 3
y
8) z = x2 + y2 ; x = t2 – u2 ; y = 2tu
9) z = x2 + 3y ; x = 2t + ln u ; y = 3u + e2t
2x 3y
10) z = ; x = 2t + 3u ; y = 3t – 4u
xy
Respostas:
9e 9t 14e14t
3) 2016t6 + 144t3 – 108t2 4)
e 9t e14t
5) 23 6) 5
4t 2 ln u 9u 17u 17u
9) a) 8t + 4ln u + 6e2t b) 10) a) b)
u (5t u) 2 (5t u) 2
37
2.4 – Otimização de funções de duas variáveis
a) Dizemos que f possui um máximo relativo em (x0,y0), se f(x0,y0) f(x,y) para qualquer ponto
(x,y) na vizinhança de (x0,y0).
b) Dizemos que f possui um mínimo relativo em (x0,y0), se f(x0,y0) f(x,y) para qualquer ponto
(x,y) na vizinhança de (x0,y0).
Como no caso das funções de uma variável, as derivadas das funções de duas variáveis são
um instrumento importante para localizar máximos e mínimos relativos.
Suponha que f(x,y) tenha um extremo relativo no ponto (x0,y0). Nesse caso, mantendo y fixo
com o valor y0 e deixando x variar, obtemos uma função de uma variável f(x,y0) com um extremo
relativo em x0. De acordo com o teste da derivada primeira para máximos e mínimos relativos de
funções de uma variável, a derivada desta função deve se anular em x0, isto é, fx (x0,y0) = 0.
Da mesma forma, mantendo x fixo com o valor x0 e deixando y variar, obtemos uma função
de uma variável f(x0,y) com um extremo relativo em y0. Como a derivada desta função deve se
anular em y0, temos que fy (x0,y0) = 0.
Essas considerações nos levam a formular o seguinte teorema que estabelece a condição
necessária para uma função de duas variáveis ter um extremo relativo.
f x (x 0 , y 0 ) 0
Teorema: Se f possui um extremo relativo em (x0,y0) então
f y (x 0 , y 0 ) 0
38
O ponto crítico que não é extremo relativo é chamado de ponto de sela. O ponto (x0,y0) à
direita da figura corresponde a um ponto de sela.
Vamos apresentar a seguir um teorema baseado nas derivadas parciais de segunda ordem,
fundamental para determinar se um ponto crítico é um máximo relativo, um mínimo relativo ou um
ponto de sela.
Seja f uma função de duas variáveis e seja (x0,y0) um ponto crítico de f(x,y).
Seja D(x0,y0) = fxx(x0,y0).fyy(x0,y0) – (fxy(x0,y0))2
3x 2 3y 2 6x 0
6xy 6y 0
Resolvendo o sistema obtemos quatro pontos críticos: (1,1), (1, –1), (0,0) e (2,0).
Para testar estes pontos precisamos calcular as derivadas parciais de segunda ordem:
39
Exemplos:
1) f(x,y) = x2 – xy + 2y + x + 3
(2,5) é ponto de sela
2) f(x,y) = x2 + y2 – 2x + 4y + 2
(1,–2) é mínimo relativo
3) f(x,y) = x3 + 3xy + y3
(0,0) é ponto se sela e (–1, –1) é máximo relativo
1 3 4 3
4) f(x,y) = x + y – x2 – 3x – 4y – 3
3 3
(3,1) é mínimo relativo, (–1,–1) é máximo relativo e (3, –1) e (–1,1) são pontos de sela
1 4 1 3
5) f(x,y) = x – x + 2xy + y2
4 3
(0,0) é ponto de sela e (–1,1) e (2, –2) são mínimos relativos
Exemplo: f(x,y) = x4 + y4
3 3 4x 3 0
Nesse caso fx(x, y) = 4x fy(x, y) = 4y e 3
4 y 0
Resolvendo o sistema encontramos um único ponto crítico: (0,0)
O teste da derivada segunda não permite chegar a nenhuma conclusão, mas como f(0,0) = 0
e f(x,y) > 0 quando (x,y) ≠ (0,0), podemos concluir que f(x,y) tem um mínimo relativo em (0,0).
40
Exercícios – lista 12
Nas questões de 1 a 10 encontre os pontos críticos das funções dadas e classifique cada um deles
como um máximo relativo, um mínimo relativo ou um ponto de sela:
1 4 1 3 2 3 1 2
7) f(x, y) = x – 2x3 + 4xy + y2 8) f(x, y) = x – y + x – 6x + 32y + 4
2 3 3 2
11) Determine os valores de x e y que maximizam a função abaixo e seu valor máximo.
12) Determine os valores de x e y que minimizam a função abaixo e seu valor mínimo.
Respostas:
8) (–3, –4) e (2,4) são pontos de sela, (–3,4) é máximo relativo e (2,– 4) é mínimo relativo
10) (–2,1) e (1, –1) são pontos de sela, (–2,–1) é máximo relativo e (1,1) é mínimo relativo
11) x = 6, y = 2 e f(6, 2) = 26
12) x = 0, y = 0 e f(0, 0) = – 7
41
2.5– Multiplicadores de Lagrange
Em alguns casos, a equação de restrição pode ser substituída na função a ser otimizada e o
problema fica reduzido a outro envolvendo máximos e mínimos não sujeitos a restrições, sendo
resolvido pelos métodos da seção precedente. Entretanto, este procedimento nem sempre é possível,
como no caso em que a função a ser otimizada envolve mais de duas variáveis e várias restrições.
O método dos multiplicadores de Lagrange se baseia no fato de que todo extremo relativo
de uma função f(x,y) com uma restrição g(x,y) = k ocorre em um ponto crítico da função (de
Lagrange):
F(x,y,) = f(x,y) – (g(x,y) – k)
f x (x, y) λg x (x, y) 0
Isto é, resolvemos f y (x, y) λg y (x, y) 0
(g(x, y) k) 0
42
f x (x, y) λg x (x, y)
Ou ainda, f y (x, y) λg y (x, y)
g(x, y) k
Os pontos (x0,y0) que fornecem os extremos de f(x,y) com a restrição g(x,y) = k estão entre
os pontos determinados pelas duas primeiras coordenadas desses pontos críticos.
Os pontos onde uma função f(x,y) tem extremos relativos sujeitos à restrição g(x,y) = k
estão incluídos entre os pontos determinados pelas duas primeiras coordenadas das
soluções
(x0,y0, 0) do sistema
f x (x, y) λg x (x, y)
f y (x, y) λg y (x, y) (1)
g(x, y) k
Existe uma versão do teste das derivadas parciais de segunda ordem que pode ser usada para
determinar que tipo de extremo com restrição corresponde a cada ponto (x0,y0), mas neste texto
vamos supor que se f possui um máximo (ou mínimo) relativo com restrição em (x 0,y0), ele será
dado pelo maior (menor) dos valores de f(x0,y0).
Exemplos:
1 – A função f(x,y) = 2x2 + y2 possui um mínimo relativo com a restrição x + y = 6. Use o método
dos multiplicadores de Lagrange para determinar esse mínimo.
3 – Utilize o método dos multiplicadores de Lagrange para encontrar os pontos críticos da função
f(x,y) = 42x + 28y com condição xy = 600.
4 – Utilize o método dos multiplicadores de Lagrange para encontrar os pontos críticos da função
f(x,y) = 2x2 + y2 + 2y com a restrição x2 + y2 = 5
43
Solução: Nesse caso temos g(x,y,z) = x + 3y – z e k = 7 e precisamos resolver o sistema a
seguir:
4x λ
2y 3λ
Temos então
2z λ
x 3y z 7
1 2
Assim, x = e, portanto y = 2 e z = –
3 3
14
O mínimo relativo de f com a restrição dada ocorre em (1/3, 2, –2/3) e seu valor é
3
44
f x (x, y,z) λ 1g x (x, y,z) λ 2 h x (x, y,z)
f (x, y,z) λ g (x, y,z) λ h (x, y,z)
y 1 y 2 y
3x 2 λ1 λ 2 (1)
2
3y λ1 λ 2 (2)
Temos então: 3z 2 λ1 λ 2 (3)
x y z 1 (4)
x y z 0 (5)
1 2y
Por (4) e (5), 2x + 2y = 1 2x = 1 – 2y x = (7)
2
(1 2y)2 (1 2y)2 1
Então x2 = . Daí e de (6), y2 = 4y2 = 1 – 4y + 4y2 4y = 1 y =
4 4 4
1 1
Daí e (7), x = . Substituindo os valores de x e y em (5) obtemos z =
4 2
1 1 1
Logo, a função f possui um máximo relativo em , , .
4 4 2
2) Utilize o método dos multiplicadores de Lagrange para encontrar os extremos relativos da função
f(x,y,z) = 3x – y – 3z com as restrições x + y – z = 0 e x2 + 2z2 = 6
45
Exercícios – lista 13
4) Use o método dos multiplicadores de Lagrange para achar os pontos críticos de f(x,y) = x + 2y
com a restrição x2 + y2 = 5
5) Use o método dos multiplicadores de Lagrange para achar os pontos críticos de f(x,y) = xy com a
restrição x2 + y2 = 8
6) Utilize o método dos multiplicadores de Lagrange para determinar os pontos críticos da função
f(x,y) = x2 + 2y2 + 2x + 3 com a restrição x2 + y2 = 4
7) Use o método dos multiplicadores de Lagrange para achar os pontos críticos de f(x,y) = 6x – 8y
sujeita à restrição 3x2 + 4y2 = 7
8) A função f(x,y) = (x – 1)2 + (y – 2)2 – 4 possui um mínimo relativo com a restrição 3x + 5y = 47.
Use o método dos multiplicadores de Lagrange para determinar esse mínimo.
10) Encontre os valores de x, y e z que minimizam a função f(x,y,z) = 6yz + 4xy + 4xz sujeitos à
restrição xyz = 96
13) Ache os valores de máximo e mínimo relativos da função f(x,y,z) = x + y + z com a restrição
x2 + y2 + z2 = 9
18) Use o método dos multiplicadores de Lagrange para achar os extremos relativos da função
f(x,y,z) = 2x – y + z com as restrições x2 + 3y2 = 84 e x – z = 0
46
Respostas:
1) (2,7/2)
2) (8,7)
3) (3/2,1)
4) (1,2) e (– 1,–2)
8) (4,7)
9) x = 12; y = 2; z = 4
10) x = 6; y = 4; z = 4
11) x = 2; y = 3; z = 1
1 1 1 1 1 1 1
14) , , e f , , =
3 3 3 3 3 3 3
47
Bibliografia
3 – Cálculo – volumes 1 e 2
Mustafa A. Munem e David J. Foulis
Editora LTC
48