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UNIVERSIDADE DO MINHO

Matemática para Economia e Gestão

Curso - Licenciatura em Marketing Segundo teste - 11 Jan 2019

1. (2 val) Calcule uma das primitivas da função

1 + x2
f (x) =
(3x + x3 )6

2. (2 val) Usando a mudança de variável x − 1 = t2 , determine uma primitiva da função


x
f (x) = √
x−1

3. Recorde que, dados dois polinómios D(x) (designado por dividendo) e d(x) (designado por
divisor) em que d(x) ̸= 0 e grau de d(x) ≤ grau de D(x), existem polinómios q(x) (designado
por quociente) e r(x) (designado por resto) tais que

D(x) = d(x)q(x) + r(x)


D(x)
e portanto, dividindo esta igualdade por d(x), qualquer fração da forma d(x)
pode ser escrita
na forma D(x)
d(x)
= q(x) + r(x)
d(x)
. Considere a função g : J −→ R definida por

x2 + 4x + 4
g(x) =
x+3
(J é qualquer intervalo de números reais que não contenha o número −3)

a) Considerando o polinómio D(x) = x2 + 4x + 4 como dividendo e o polinómio


(1 val)

d(x) = x + 3 como divisor, efetue a divisão do polinómio D(x) pelo polinómio d(x) e
determine o polinómio quociente q(x) e o polinómio resto r(x).
D(x) r(x)
b) (0,5 val) Notando que g(x) = d(x)
, escreva a função g(x) na forma g(x) = q(x) + d(x)
.
c) (1 val)Usando a alı́nea anterior (ou por outro método), determine uma das primitivas da
função g.

4. (2,5 val) Usando as funções

φ : R −→ R2 ψ : R −→ R2

φ(x) = (x, x − 1) ψ(x) = (x, (x − 1)3 )

(x − 1)3 y
mostre que o limite lim não existe.
(x,y)→(1,0) (x − 1)6 + y 2
5. (6 val) Considere a função f : R2 −→ R definida por

 9x3 y 2

 √ − 3y se (x, y) ̸= (0, 0)
x 2 + y2
f (x, y) =



0 se (x, y) = (0, 0)

Mostre que f é diferenciável em (0, 0) e determine a função Df(0,0) , indicando o seu domı́nio,
o seu espaço de chegada e a sua expressão designatória.

6. Sejam J = [a, b] um intervalo de números reais e h : J −→ R uma função contı́nua. Sejam


(2 val)

F : J −→ R e G : J −→ R duas primitivas da função h. Mostre que existe uma constante


real c tal que
F (x) = G(x) + c ∀x∈J

7. Sejam U subconjunto aberto de R2 e f : U −→ R uma função. Seja (a, b) ∈ U um ponto


(3 val)

tal que
fx′ (a, b) = 0 ∧ fy′ (a, b) = 0
Suponha que
|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 2∥(x, y) − (a, b)∥3 ∀ (x, y) ∈ U

Mostre que a função f é diferenciável em (a, b) e que Df(a,b) é a função nula.

∗∗∗ FIM ∗ ∗∗

Sugestão para o exercı́cio 1)

Trata-se de uma primitiva quase imediata. Depois de ajustar as constantes, a primitiva será
imediata. Use a nota N-9).

Sugestão para o exercı́cio 3-c)

Depois de efetuar a divisão do numerador pelo denominador e aplicar a alı́nea 3-b), deverá
usar a nota N-10) e N-8).
Sugestão para o exercı́cio 6)

Recorde o seguinte corolário do teorema de Lagrange:


Teorema de Lagrange - corolário. Sejam J = [a, b] um intervalo de números reais e
ψ : J −→ R uma função diferenciável. Se ψ ′ (x) = 0 ∀ x ∈ J então ψ é uma função
constante, isto é, existe uma constante real c tal que

ψ(x) = c ∀ x ∈ J

Para provar o exercı́cio, considere a função

ψ : J −→ R

ψ(x) = F (x) − G(x)


Determine ψ ′ (x) e, recordando o significado de primitiva de uma função, verifique que
ψ ′ (x) = 0. Aplique o corolário do teorema de Lagrange e · · · já está feito.

Sugestão para o exercı́cio 7)

Fixe a sua atenção na nota N-7). Comece por resolver o exercı́cio seguindo os passos 1, 2 e
3 como fizemos nas aulas. O primeiro passo está resolvido por hipótese. O segundo passo
é simples. O terceiro passo consiste em verificar que o limite do quociente indicado na nota
N-7) seja zero. Comece por escrever esse quociente e designe-o por g(x). Pode simplifcar este
quociente g(x) atendendo a que a função φ é bastante simples. Para verificar que o limite desse
quociente g(x) seja zero, deverá efetuar os cálculos auxiliares a), b) e c) que habitualmente
fizemos nas aulas para verificar que o limite de uma função exista (e seja igual a zero, neste
caso). Uma vez que este exercı́cio é teórico, os cálculos auxiliares a) e b) não interessam.
Quanto ao cálculo auxiliar c), note que a desigualdade

|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 2∥(x, y) − (a, b)∥3

pode ser escrita na forma

|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 2∥(x, y) − (a, b)∥2 · ∥(x, y) − (a, b)∥

Divida tudo por ∥(x, y) − (a, b)∥. Note que o lado esquerdo da desigualdade que obteve é
exatamente o quociente g(x). Estamos agora perante a fase final do cálculo auxiliar c). Resta
verificar a condição de definição de limite indicada na nota N-5).
Notas

N-1) Recorde que, para quaisquer funções g e h, tem-se:


i) (g + h)′ = g ′ + h′
ii) (kg)′ = kg ′ (x), em que k é uma constante fixa
iii) (gh)′ = g ′ h + gh′
iv) (x)′ = 1
v) (a)′ = 0, em que a é uma constante fixa
vi) (xk )′ = kxk−1

N-2) Norma. Seja x = (x1 , · · · , xn ) ∈ Rn , define-se ∥x∥ = x21 + · · · + x2n .

• Em R2 , ∥(x, y)∥ = x2 + y 2

• Em R3 , ∥(x, y, z)∥ = x2 + y 2 + z 2

• Em R, ∥x∥ = x2 = |x|
N-3) Bolas/Vizinhanças. Sejam a = (a1 , · · · , an ) ∈ Rn e δ > 0. Define-se bola ou vizi-
nhança de centro a e raio δ como sendo o conjunto

B(a, δ) = {x ∈ Rn : ∥x − a| < δ}

em que x = (x1 , · · · , xn ) ∈ Rn . Podemos escrever B(a, δ) ou V (a, δ).


• Em R, B(a, δ) =]a − δ, a + δ[
• Em R2 , B((a, b), δ) = cı́rculo aberto de centro (a, b) e raio δ.
N-4) Conjuntos abertos e fechados. Sejam A ⊂ Rn e x ∈ Rn .
• O ponto x diz-se interior a A se ∃ δ > 0 : B(x, δ) ⊂ A. O conjunto de todos os

pontos interiores a A denota-se por A.
• O ponto x diz-se aderente a A se ∀ δ > 0 B(x, δ) ∩ A ̸= ∅. O conjunto de todos os
pontos aderentes a A denota-se por A.

• O conjunto A diz-se um subconjunto aberto se A =A.
• O conjunto A diz-se um subconjunto fechado se A = A.
N-5) Limites. Seja g : R2 −→ R uma função, (a, b) ∈ R2 e k ∈ R. Diz-se que k é o limite de
g quando (x, y) → (a, b), e escreve-se

lim g(x, y) = k
(x,y)→(a,b)

se
∀ δ > 0 ∃ ε > 0 : ∥(x, y) − (a, b)∥ < ε =⇒ |g(x, y) − k| < δ

N-6) Teorema (para verificar que o limite não existe). Sejam (a, b) ∈ R2 e g : R2 −→ R uma
função. Se existir
• ∃ ψ : R −→ R2 , a′ ∈ R tal que lim′ ψ(x) = (a, b)
x→a

• ∃ λ : R −→ R2 , a′′ ∈ R tal que lim′′ λ(x) = (a, b)


x→a

• lim′ g ◦ ψ(x) ̸= lim′′ g ◦ λ(x)


x→a x→a
então não existe lim g(x, y)
(x,y)→(a,b)

N-7) Diferenciação. U subconjunto aberto de R2 , f : U −→ R e (a, b) ∈ R2 . A função f


diz-se diferenciável em (a, b) se

• ∃ φ : R2 −→ R linear tal que


[ ]
f (x, y) − f (a, b) − φ (x, y) − (a, b)
• lim =0
(x,y)→(a,b) ∥(x, y) − (a, b)∥

O candidato a φ é a função φ : R2 −→ R definida por

φ(x, y) = fx′ (a, b)x + fy′ (a, b)y

f (x, b) − f (a, b) f (a, y) − f (a, b)


em que fx′ (a, b) = lim e fy′ (a, b) = lim
x→a x−a y→b y−b
A derivada de f no ponto (a, b), denotada por Df(a,b) , é a função φ. Portanto,

Df(a,b) : R2 −→ R

Df(a,b) (x, y) = fx′ (a, b)x + fy′ (a, b)y

∫ g′
N-8) g
= ln g
∫ g α+1
N-9) g′gα = α+1
(α ̸= −1)
∫ α xα+1
N-10) (Caso particular da alı́nea anterior) x = α+1 (α ̸= −1)
∫ ∫ ∫ ∫ ∫
N-11) (f + g) = f + g αf = α f (α ∈ R)

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