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UNIVERSIDADE DO MINHO

Matemática para Economia e Gestão

Curso - Licenciatura em Marketing Exame de recurso - 30 Jan 2019

1. Considere a matriz A definida por


 
0 −λ 0
A =  −λ 0 0 
0 1 −1

a) (1 val) Calcule o determinante de A.


b) (1 val) Determine os valores de λ para os quais a matriz A é invertı́vel.
c) (2 val) Na matriz A, considere λ = 2. Determine a matriz A−1 (pelo método que quiser).

2. Considere a função f : J −→ R definida por



x+1
f (x) =
x
em que J = [a, b] designa um intervalo de números reais tal que J ⊂ ] − 1, +∞[.

Nota. As seguintes alı́neas a) e b) não estão, à primeira vista, relacionadas com a alı́nea c).
Contudo, essas duas alı́neas poderão ser usadas na resolução da alı́nea c).

a) Considerando o polinómio D(x) = x2 como dividendo e o polinómio d(x) = x2 − 1


(1 val)

como divisor, efetue a divisão de D(x) por d(x) determinando o quociente q(x) e o resto
r(x).

b) Considere a fração racional h(x) = x21−1 · Determine constantes reais A e B tais que
(1 val)

se tenha
1 A B
= +
x −1
2 x−1 x+1

c) (2 val) Usando a mudança de variável x + 1 = t2 , determine uma primitiva da função



x+1
f (x) =
x

3. (2 val) Usando as funções


φ : R −→ R2 ψ : R −→ R2
φ(x) = (x, x) ψ(x) = (x, 2x)

x2
mostre que o limite lim não existe.
(x,y)→(0,0) y2
4. (6 val) Considere a função f : R2 −→ R definida por

 6x3 y 2
 √
 − 3x se (x, y) ̸= (0, 0)
x 2 + y2
f (x, y) =



0 se (x, y) = (0, 0)

Mostre que f é diferenciável em (0, 0) e determine a função Df(0,0) , indicando o seu domı́nio,
o seu espaço de chegada e a sua expressão designatória.

5. Sejam J = [a, b] um intervalo de números reais e h : J −→ R uma função contı́nua. Sejam


(2 val)

F : J −→ R e G : J −→ R duas primitivas da função h. Mostre que existe uma constante


real c tal que
F (x) = G(x) + c ∀x∈J

6. Sejam U subconjunto aberto de R2 e f : U −→ R uma função. Seja (a, b) ∈ U um ponto


(2 val)

tal que
fx′ (a, b) = 0 ∧ fy′ (a, b) = 0
Suponha que
|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 6∥(x, y) − (a, b)∥4 ∀ (x, y) ∈ U

Mostre que a função f é diferenciável em (a, b) e que Df(a,b) é a função nula.

∗∗∗ FIM ∗ ∗∗

Sugestão para o exercı́cio 2-c)

Recorde que
D(x) = d(x)q(x) + r(x)
D(x)
e portanto, dividindo esta igualdade por d(x), qualquer fração da forma d(x)
pode ser escrita
na forma
D(x) r(x)
= q(x) +
d(x) d(x)
Na resolução da alı́nea c), depois de efetuar a a mudança de variável x + 1 = t2 , terá que
primitivar uma função do tipo D(x)
d(x)
. A determinação da primitiva de D(x)
d(x)
será simples se usar
D(x) r(x)
a igualdade d(x)
= q(x) + d(x)
e portanto também
∫ ∫ [ ∫ ∫
D(x) r(x) ] r(x)
= q(x) + = q(x) +
d(x) d(x) d(x)
∫ r(x) r(x)
Finalmente, a determinação da primitiva d(x) faz-se usando a alı́nea b) uma vez que d(x)
vai
ser igual a x21−1 . Para a primitiva desta última função deverá usar a nota N-8-i).
Sugestão para o exercı́cio 5)

Recorde o seguinte corolário do teorema de Lagrange:


Teorema de Lagrange - corolário. Sejam J = [a, b] um intervalo de números reais e
ψ : J −→ R uma função diferenciável. Se ψ ′ (x) = 0 ∀ x ∈ J então ψ é uma função
constante, isto é, existe uma constante real c tal que

ψ(x) = c ∀ x ∈ J

Para provar o exercı́cio, considere a função

ψ : J −→ R

ψ(x) = F (x) − G(x)


Determine ψ ′ (x) e, recordando o significado de primitiva de uma função, verifique que
ψ ′ (x) = 0. Aplique o corolário do teorema de Lagrange e · · · já está feito.

Sugestão para o exercı́cio 6)

Fixe a sua atenção na nota N-7). Comece por resolver o exercı́cio seguindo os passos 1, 2 e
3 como fizemos nas aulas. O primeiro passo está resolvido por hipótese. O segundo passo
é simples. O terceiro passo consiste em verificar que o limite do quociente indicado na nota
N-7) seja zero. Comece por escrever esse quociente e designe-o por g(x). Pode simplifcar este
quociente g(x) atendendo a que a função φ é bastante simples. Para verificar que o limite desse
quociente g(x) seja zero, deverá efetuar os cálculos auxiliares a), b) e c) que habitualmente
fizemos nas aulas para verificar que o limite de uma função exista (e seja igual a zero, neste
caso). Uma vez que este exercı́cio é teórico, os cálculos auxiliares a) e b) não interessam.
Quanto ao cálculo auxiliar c), note que a desigualdade

|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 6∥(x, y) − (a, b)∥4

pode ser escrita na forma

|f (x, y) − f (a, b)| ≤ 6∥(x, y) − (a, b)∥3 · ∥(x, y) − (a, b)∥

Divida tudo por ∥(x, y) − (a, b)∥. Note que o lado esquerdo da desigualdade que obteve é
exatamente o quociente g(x). Estamos agora perante a fase final do cálculo auxiliar c). Resta
verificar a condição de definição de limite indicada na nota N-5).
Notas

O determinante de uma matriz A = [aij ]n×n segundo uma linha i é a soma de parcelas do tipo

(−1)i+j aij detAij em que j = 1, · · · , n

O co-fator de ı́ndice (i, j) de uma matriz A = [aij ]n×n é dado por

(−1)i+j detAij

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