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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios Diagramação:
não vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande
responsabilidade sobre as escolhas que Revisão Textual:
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Gabriela de Castro Pereira
acadêmica e profissional, refletindo diretamente Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
em nossa vida pessoal e em nossas relações Mariana Tait Romancini
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação Produção Audiovisual:
e conhecimento advindos de profissionais que Heber Acuña Berger
possuam novas habilidades para liderança e Leonardo Mateus Gusmão Lopes
sobrevivência no mercado de trabalho. Márcio Alexandre Júnior Lara
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
CÁLCULO II
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
PROF.A MA. MIRIAM EULALINA MARTINS FROTA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE PRIMEIRA ORDEM ................................................................... 5
2 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE SEGUNDA ORDEM .................................................................. 12
3 - A TRANSFORMADA DE LAPLACE ...................................................................................................................... 14
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 17
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Após o estudo do cálculo diferencial e integral para funções reais de uma variável real
em que são estudados os conceitos de derivada e integral, a sequência natural é o estudo das
equações diferenciais ordinárias. Esta teoria é bem ampla e está diretamente relacionada com
importantes aplicações às Ciências Naturais e Engenharia. Nosso objetivo, então, é apresentar
uma breve introdução a esta teoria, pois um estudo completo demandaria muito espaço e tempo
o que foge ao escopo deste material.
CÁLCULO II | UNIDADE 1
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ENSINO A DISTÂNCIA
são EDOs de segunda ordem. Nesta seção vamos nos restringir às Equações Diferenciais
Ordinárias de primeira ordem (ordem 1).
CÁLCULO II | UNIDADE 1
Uma função y=φ(x) é uma solução de uma EDO, em um intervalo aberto I=(a,b), que
pode ser a=-∞ e b= ∞, se ao substituirmos y=φ(x) e suas derivadas na equação obtemos uma
identidade válida para todo xЄI.
Exercício 1: Verifique que a função y=e2x é uma solução da EDO y’- y=e2x em I=(-∞,∞).
Solução: Inicialmente, observamos que a função y=e2x é derivável em toda a reta, e sua
derivada é dada por y ’ (x)=2e2x. Portanto, substituindo na equação temos:
o que mostra que y=e2x é uma solução da EDO em toda reta real.
A função y=e2x não é a única solução da EDO y’-y=e2x. Na verdade, podemos ver
que para cada constante C a função y=e2x+C ex é uma solução da EDO em toda
reta, ou seja, existem infinitas soluções. De fato, derivando obtemos y’=2e2x+Cex.
Então substituindo na equação temos
y’-y=[2e2x+Cex ]-[e2x+C ex ]=e2x,para todo x ЄR.
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ENSINO A DISTÂNCIA
y’+p(x)y=q(x). (1)
Existe um método geral para resolver qualquer EDO de primeira ordem, linear – isto é
um resultado surpreendente e muito raro de se encontrar. Vejamos como se apresenta o método:
suponhamos que, para isto, as funções p=p(x) e q=q(x) sejam funções contínuas em um intervalo
aberto I ⊂ R. Então está bem definida a função μ(x)=e ∫p(x)dx, denominada por fator integrante.
Multiplicando ambos os membros da EDO (1) pelo fator integrante μ temos:
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ou ainda,
Aqui, entendemos por solução geral a família de soluções a um parâmetro, isto é, uma
solução contendo uma constante arbitrária, de modo que para cada escolha da constante C temos
uma solução particular da EDO (1). O gráfico de cada solução particular é chamado de curva
integral da equação e a solução geral determina uma família de curvas integrais.
Exercício 2: Resolva a EDO y’=2y.
Solução: Inicialmente, reescrevemos a EDO na forma (1), ou seja, y’-2y = 0. É claro que
se trata de uma EDO de primeira ordem, linear, com p(x)=-2 e q(x)=0. O fator integrante é μ(x)
= e∫-2dx = e-2x. Multiplicando a EDO pelo fator integrante resulta:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Se p e q são contínuas no intervalo I e x0∈ I, então para cada y0 ∈ R existe uma única
solução para o (PVI).
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Solução: A EDO é de primeira ordem e linear. O fator integrante é
Multiplicando a EDO pelo fator μ, temos:
Integrando, resulta:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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de bactérias tem um modelo de crescimento exponencial. Sabendo que cada célula da bactéria
E. Colli divide-se em duas a cada 20 minutos, se iniciamos uma cultura com uma única célula e
for o número de células presentes na cultura após minutos, determine:
a) o PVI, cuja solução seja a função e uma fórmula para esta solução
Solução:
a) Conforme definimos, se tem um modelo de crescimento exponencial, então,
a taxa de variação de é proporcional à quantidade . Como iniciamos a cultura com uma única
célula, a condição inicial imposta é Então, o PVI tem a solução a partir da função
a informação de que cada célula da bactéria E. Colli divide-se em duas a cada 20 minutos. Assim,
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Ou seja, a
Portanto,
ou seja,
Logo,
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ENSINO A DISTÂNCIA
Diferentemente, das EDOs de primeira ordem lineares, as não-lineares não podem ser
tratadas por um método geral. Entretanto, ainda é possível de se desenvolver métodos de soluções
para algumas situações (tipos) muito especiais.
Uma EDO de primeira ordem é de variáveis separáveis, que pode ser expressa na forma:
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da variável y. Podemos reescrever a EDO (6) na forma:
dita forma diferencial. Observe que na forma diferencial (7), no primeiro membro da
EDO, só aparece a variável e, no segundo membro, somente a variável Esta é a razão da
nomenclatura “variáveis separáveis”.
Exercício 6: Verifique que a EDO dada é uma EDO de primeira ordem de variáveis
separáveis, escreva a EDO na forma normal (6) e também na forma diferencial (7):
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ENSINO A DISTÂNCIA
que é a
A solução geral de uma EDO de primeira ordem, de variáveis separáveis, pode ser obtida
por integração. Basta integrar a equação (7), ambos os membros:
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Solução: a) Integrando o
primeiro membro em relação a e o segundo em relação a , obtemos:
Esta última
equação define, implicitamente, como função de Podemos, neste caso, explicitar :
c) Novamente, vemos, de início, que a função é uma solução da EDO. Para buscar
soluções não-identificamente nulas, supondo , tem,os:
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ENSINO A DISTÂNCIA
onde é uma função dada. Como feito anteriormente, aqui também as EDOs de segunda
ordem se dividem em dois grupos – as equações lineares e as equações não-lineares. A EDO (8)
é linear e pode ser escrita na forma:
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onde, e são funções dadas. Em particular, quando a função do segundo membro
é identicamente nula (isto é: ), a EDO é dita homogênea. Além disso, se as funções
e são constantes, temos uma EDO de segunda ordem, linear, homogênea, com coeficientes
constantes, ou seja, uma equação do tipo:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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reais iguais (ou uma única raiz com multiplicidade dois) Assim, a solução geral é:
c) Por fim, neste item, a equação característica associada a EDO é
cujo discriminante é
Logo, temos duas raízes complexas conjugadas
e . Então, a solução geral é:
Quando impomos duas condições iniciais, temos um problema de valores iniciais e, neste
caso, as constantes arbitrárias e são determinadas.
Solução: Pelo item (c) do exercício anterio,r já sabemos que a solução geral da EDO
é dada por Vamos determinar os valores das constantes
e tais que as duas condições iniciais sejam satisfeitas. Sabendo que devemos
ter que Então,
. Derivando , calculando o resultado no ponto e usando
que obtemos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
3 - A TRANSFORMADA DE LAPLACE
É uma transformada integral bastante útil para resolução de equações diferenciais
ordinárias, isto porque transforma uma EDO em uma equação algébrica. O método consiste,
basicamente, em aplicar a transformada de Laplace na EDO, transformando-a em uma equação
algébrica, em seguida, resolvemos a equação algébrica e aplicamos a transformada inversa para
obter a solução da EDO.
Seja uma função seccionalmente contínua para todo tal que existem
constantes e , tais que Então, para todo
número real existe a integral (imprópria) . Em outras
palavras, está bem definida uma função , dada por
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chamada a Transformada de Laplace de
Observação: Por simplicidade, é comum denotar a função original por uma letra
minúscula e sua correspondente, Transformada de Laplace pela mesma letra maiúscula. Ou seja,
denota a Transformada de Laplace de e denota a Transformada
de Laplace de e etc.
Como a Transformada de Laplace é dada por uma integral, é natural esperarmos que a
linearidade do operador integral seja transferida para a Transformada. De fato, para quaisquer
funções e cujas Transformadas de Laplace existam e quaisquer constantes e temos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Comentamos, no início desta seção, sobre a utilidade da Transformada de Laplace como
uma ferramenta para resolução de EDOs.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Exercício 11: Use a transformada de Laplace para resolver o problema de valores iniciais:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Então,
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, nosso objetivo principal foi apresentar uma introdução ao estudo das
equações diferenciais ordinárias, de primeira e segunda ordens, e também algumas noções sobre
a Transformada de Laplace. Vimos a estreita relação deste estudo com as aplicações à Física e
Engenharias. O desenvolvimento das ideias seguiu uma abordagem baseada na classificação das
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equações diferenciais segundo a ordem e tipo, sendo este, dividido em dois grupos as equações
lineares e as equações não lineares. As equações de primeira ordem, lineares, apresentaram
um comportamento bastante interessante e graças a isto foi possível estabelecer uma fórmula
geral para sua solução. Quanto às equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, não-
lineares, estudamos as chamadas equações de variáveis separáveis. Ao resolvermos uma equação
diferencial ordinária de primeira ordem encontramos uma família de funções, a um parâmetro,
translações por constantes, chamada de solução geral. Se por outro lado, adicionalmente fixamos
uma condição inicial, então uma, e somente uma, função da família (que representa a solução
geral) será a solução do problema de valor inicial, formado pela equação diferencial mais a
condição inicial.
O método para resolução das equações de segunda ordem, lineares, com coeficientes
constantes, baseou-se no tipo de raízes de uma equação algébrica, do segundo grau, associada à
equação diferencial, chamada equação característica. O método é bem simples e as aplicações
envolvem vibrações mecânicas (sistema massa mola) e também o estudo de circuitos elétricos,
dentre outras. Finalizamos o módulo com a Transformada de Laplace, que permitiu transformar
as equações diferencias ordinárias em equações algébricas. Resolvida a equação algébrica, por
meio de um processo inverso da Transformada de Laplace, chegamos à solução da equação
diferencial. Esta técnica é especialmente útil para tratar equações diferencias com a presença de
forças descontínuas.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
CÁLCULO II
CÁLCULO DIFERENCIAL
PROF.A MA. MIRIAM EULALINA MARTINS FROTA
SUMÁRIO DA UNIDADE
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Na disciplina Cálculo Diferencial e Integral I estudamos, dentre outras coisas, dois
conceitos centrais da matemática extremamente importantes para as aplicações, chamados
Derivada e Integral. Vimos que estas operações são realizadas sobre funções que modelam as
relações de dependência entre duas grandezas numéricas (escalares), o que chamamos de funções
reais de uma variável real. Resumindo, funções reais de uma variável real são os objetos centrais
do cálculo diferencial e integral I. Por outro lodo, é fácil ver que tais funções não são suficientes
para descrever todos os fenômenos e, de fato, muitas grandezas escalares dependem de duas
ou mais variáveis. Portanto, é necessário desenvolver um cálculo para estas funções e este é o
objetivo principal desta disciplina. Neste módulo, introduzimos o conceito de função real de
duas ou mais variáveis reais e estudamos limites, continuidade e derivadas para estas funções. Por
simplicidade na apresentação, quase sempre apresentamos os conceitos, inicialmente, para o caso
de funções escalares de duas variáveis (definidas numa região do plano) e depois generalizamos
para funções de 3 ou mais variáveis.
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Há, ainda, uma generalização do Cálculo Diferencial e Integral para funções
vetoriais, isto é, funções do tipo r ⃗(t)=f(t) i ⃗+g(t) j ⃗+h(t) k ⃗. Consulte, por exemplo,
as referências [1, 2, 3, 4 e 5].
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ENSINO A DISTÂNCIA
Definição: Uma função real de duas variáveis reais é uma regra (uma lei) que para cada
ponto de uma região do plano , que eventualmente pode ser todo ou parte
dele, associa um único número real .
Genericamente, denotamos uma função real de duas variáveis reais por:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
z=5-4x-3y⇒4x+3y+z-5=0
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Figura 2 - Esboço do gráfico da função f. Fonte: o autor.
onde a,b e c são constantes, com a e b não simultaneamente nulos. Neste caso, o domínio
será todo o plano, a imagem toda a reta real, as curvas de nível e os traços serão retas, e o gráfico
um plano.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Então, o campo escalar desejado é a função real definida em todo o plano por
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A imagem de é o intervalo A curva de nível 2 é o conjunto dos pontos
que satisfazem à equação:
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ENSINO A DISTÂNCIA
O gráfico da função é uma superfície no espaço, neste caso, o cone com vértice no
ponto Para visualizar o gráfico vejamos alguns de seus traços (interseções com certos
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planos):
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ENSINO A DISTÂNCIA
O gráfico de f:
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Solução: Desde que a expressão que define a função é uma razão, não podemos ter zero
no denominador. Também observamos que o numerador envolve uma raiz quadrada que só
existe para valores não negativos. Então, o domínio de deve ser a interseção dos dois conjuntos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Solução: Claramente, vemos que e Para as curvas de nível,
temos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Figura 10 - Gráfico de . Fonte: o autor.
Solução: Como os valores de são calculados por meio de uma raiz quadrada devemos
ter:
ou seja, o domínio é o disco de centro na origem e raio igual a Também vemos que
Portanto, para todo
ou seja, Os Traços do gráfico de nos dão:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Figura 11 - Gráfico de . Fonte: o autor.
Agora, com pequenas adaptações podemos expor o que são as funções de três variáveis.
Um problema físico, onde devemos ter uma função real de três variáveis reais, é o estudo da
temperatura em um ponto de uma chapa metálica retangular, muito fina. Podemos idealizar
a chapa como um retângulo no plano e, ao aplicarmos uma fonte de calor no lado ,
este deverá viajar sobre a chapa metálica e a temperatura num ponto que varia com
o tempo Logo, a temperatura (campo escalar) em um ponto da placa é uma função real de três
variáveis reais: as coordenadas e do ponto na placa, e o tempo . Isto é
Definição: Uma função real de três variáveis reais é uma regra (uma lei) que para cada
ponto de uma região do espaço , que eventualmente pode ser todo ou
parte dele, associa um único número real .
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 2
Para determinar a imagem observamos que a função sendo dada por uma raiz quadrada
os valores Além disso,
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 2
Figura 13 - Superfícies de nível k, para 0≤k<1. Fonte: o autor.
Observação: De modo similar, podemos definir uma função real de variáveis reais
como sendo uma regra (uma lei), que para cada ponto de uma região
do espaço euclidiano , que eventualmente pode ser todo ou parte dele, associa um único
número real .
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ENSINO A DISTÂNCIA
2 - LIMITES E CONTINUIDADE
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Usando as métricas euclidianas do plano e da reta, ou seja, usando as expressões que
calculam a distância entre dois pontos, podemos ser mais precisos e reescrever a definição de
limite:
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ENSINO A DISTÂNCIA
O resultado exposto é conveniente para provar a não existência de certos limites. Com
efeito, se encontrarmos dois caminhos distintos C1 e C2, de modo que:
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com L1≠L2, então não existe o limite
Solução:
a) Vejamos, inicialmente, o que ocorre quando nos aproximamos do ponto pelo
eixo ou seja, consideremos e façamos ao longo do
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ENSINO A DISTÂNCIA
b) Denotando
temos que:
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de onde concluímos que não existe o limite:
c) Seja
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ENSINO A DISTÂNCIA
Portanto,
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o que prova a limitação da função φ . Agora, notamos que
logo,
O conceito de limite de uma função de três ou mais variáveis é uma extensão natural do
que apresentamos para as funções de duas variáveis. Uma função real de n variáveis reais
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ENSINO A DISTÂNCIA
3 - DERIVADAS PARCIAIS
Quando pensamos em generalizar a ideia de derivada de uma função de uma variável,
para funções de duas (ou mais) variáveis, surge, naturalmente, o conceito de derivada parcial.
Trata-se da taxa de variação de uma função em um ponto em relação a uma de suas variáveis
independentes. Quando estudamos a derivada de uma função de uma variável, em um
determinado ponto a, exigimos que a função estivesse definida em uma vizinhança deste ponto a,
ou seja, era necessário que um intervalo aberto do tipo (a-δ,a+δ) ⊂ D(f). Isto, em outras palavras,
significa afirmar que a é o ponto interior do domínio da função. Agora, em dimensões maiores
do que um, devemos agir da mesma forma, e, para isto, introduzimos os conceitos topológicos:
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é o conjunto
Figura 15 - Ilustrações da bola aberta, bola fechada e esfera, respectivamente. Fonte: o autor.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Como e é um conjunto aberto, existe tal que
Observamos que dado a função
podemos fixar uma das variável e deixar a outra variável livre. Isto define duas funções, a saber,
para e para A função
é a restrição da função ao segmento de reta ,
paralelo ao eixo passando pelo ponto enquanto que a função é a restrição da função
ao segmento de reta , paralelo ao eixo passando
pelo ponto É fácil ver que a derivada da função de uma variável no ponto é dada por:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Logo, diante da discussão feita, vemos que, na prática, para calcular a derivada parcial
de com relação a , em um ponto derivamos a função de modo usual,
considerando como constante. Para calcular a outra derivada parcial, isto é, a derivada parcial
de com relação a , em um ponto derivamos a função usualmente, mas agora,
considerando como constante. Observe ainda que geometricamente, a derivada parcial
é o coeficiente angular da reta tangente à curva no espaço, obtida pela interseção do gráfico
de com o plano no ponto Analogamente,
a derivada parcial é o coeficiente angular da reta tangente à curva no espaço,
obtida pela interseção do gráfico de com o plano no ponto
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Figura 16 - Interpretação geométrica da derivada parcial. Fonte: Stewart (2013).
Exercício 9:
a) Se calcule as derivadas parciais num ponto genérico
b) Determine e
Solução: Para calcular a derivada parcial com relação a devemos derivar , considerando
como constante. Então:
Analogamente,
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ENSINO A DISTÂNCIA
Portanto,
CÁLCULO II | UNIDADE 2
para calcular as derivadas parciais, isto é, sempre deixamos uma das variáveis livres e fixamos
todas as outras.
Solução:
Solução:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Figura 17 - Ilustração geométrica do plano tangente. Fonte: Google Images (2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
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O vetor é chamado gradiente da função no ponto Portanto,
a derivada de uma função diferenciável em um ponto é o vetor gradiente neste
ponto, isto é,
Provar a diferenciabilidade de uma função em um ponto não é uma tarefa simples, pois
não é trivial verificar a condição . Entretanto, existem resultados mais “palatáveis” suficientes
para que tenhamos a diferenciabilidade, por exemplo: Se definida em um domínio
aberto possui as derivadas parciais em uma vizinhança de um
e estas são contínuas no ponto então, é diferenciável no ponto Logo, uma função que
possui derivadas parciais contínuas, sempre é diferenciável. O conceito de diferenciabilidade,
para funções três ou mais variáveis, é facilmente obtido, trocando-se o por ou
Como sabemos, desde o estudo do cálculo diferencial para funções de uma variável, a
regra da cadeia expressa gera a derivada da composta de duas funções. Em toda discussão que
segue, nesta seção, vamos admitir funções suaves, ou seja, funções que possuem derivadas de
primeira ordem (funções diferenciáveis) e indicar como calculamos derivadas da composta.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Então, calculamos cada uma das derivadas:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Exercício 15: Se
determine .
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Então, a reta que passa pelo ponto e tem a direção do vetor é parametrizada por:
A restrição da função f sobre a reta é dada pela composta (f∘α) e, usando a regra da
cadeia, sua derivada no ponto t = 0 é dada por:
O raciocínio acima se aplica em qualquer espaço n-dimensional, isto é, dada uma função
diferenciável , e um vetor unitário (
), a derivada
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Exercício 17: Calcule a derivada direcional da função no
ponto na direção do vetor (3,4,-12).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Solução: Pela discussão acima, sabemos que a direção de maior crescimento da função
é a direção do vetor gradiente, e o respectivo valor da derivada direcional é o módulo do vetor
gradiente. Logo:
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e
Finalizamos esta seção com um estudo sobre máximos e mínimos locais para funções reais
de duas variáveis reais. Lembramos que por denotamos a bola aberta de centro em e
raio que, no caso bidimensional, é o disco aberto de centro em e raio Seja
uma função definida em um domínio aberto um ponto é um ponto de
máximo local da função se existe tal que para todo
Analogamente, um ponto é um ponto de mínimo local da função se existe
tal que para todo Os pontos de máximos e mínimos locais
de uma função são chamados pontos de extremos relativos. Por outro lado, afirmamos que
é um ponto de máximo global (ou absoluto) da função se para
todo Também, afirmamos que é um ponto de mínimo global (ou
absoluto) da função se para todo
Como no caso unidimensional, os candidatos no ponto máximo ou mínimo local de
uma função diferenciável são os chamados pontos críticos, que, por definição, são os pontos
onde as derivadas parciais se anulam. Assim, de modo análogo ao teste da derivada segunda para
máximos e mínimos locais de função de uma variável, temos o seguinte resultado:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Assim, devemos resolver o sistema:
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Problemas deste tipo podem ser resolvidos de diferentes maneiras. Em particular, existe
método bastante interessantes que decorrem de um clássico teorema, chamado teorema dos
multiplicadores de Lagrange, por isto denominado método dos multiplicadores de Lagrange.
Supondo que as funções e sejam regulares (continuamente diferenciáveis), que os valores
extremos existam e que sobre a curva então, os valores máximo e mínimo
de , sujeitos à restrição podem ser determinados pelos seguintes passos:
1o Passo: Determine todos os valores e solução do sistema:
2o Passo: Calcule em todos os pontos obtidos no passo anterior. O maior desses valores
é o valor máximo de , sujeito à restrição, enquanto que o menor dos valores é o valor mínimo
de sujeito à restrição.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Multiplicadores de Lagrange
http://tvcultura.com.br/videos/33565_calculo-ii-aula-11-multiplicadores-de
lagrange.html
Exercício 20: Dentre todos os retângulos que tem perímetro constante igual a quais as
dimensões do que tem maior área?
Logo, pelo método dos multiplicadores, o ponto de máximo (que sabemos que existe) é
obtido e resolvendo o sistema:
CÁLCULO II | UNIDADE 2
Das duas primeiras equações, concluímos que Substituindo isto na terceira
equação, temos que Portanto, e concluímos que o retângulo
de maior área tem perímetro constante igual a é o quadrado de lado
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ENSINO A DISTÂNCIA
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, vimos que o cálculo diferencial para as funções reais de uma variável,
se estende de modo natural para as funções de duas ou mais variáveis. A novidade essencial
que surge nesta extensão é devido ao aumento da dimensão nos domínios das funções. Este
aumento da dimensão proporciona uma infinidade de maneiras (caminhos) distintas para se
aproximar de um ponto dado, enquanto que no caso unidimensional (na reta real) só tínhamos
as aproximações laterais (pela esquerda e pela direita) do ponto. A noção de taxa de variação
implicou nos conceitos de derivadas parciais e derivadas direcionais, extremamente úteis para o
estudo do comportamento da função nas vizinhanças de um ponto dado no seu domínio.
Neste contexto, um resultado crucial foi observar que o vetor gradiente da função indica a
direção de crescimento máximo e o módulo deste vetor é o valor da taxa máxima de variação. Por
meio do conceito de diferenciabilidade, foi possível aproximar uma função dada, nas vizinhanças
de um ponto dado no domínio, pelo plano tangente e, com isto, obter uma teoria de linearização.
Fechamos o estudo com resultados sobre otimização e o método dos multiplicadores de Lagrange.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
CÁLCULO II
INTEGRAIS MÚLTIPLAS
PROF.A MA. MIRIAM EULALINA MARTINS FROTA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 50
1 - A INTEGRAL DUPLA ............................................................................................................................................ 51
2 - A INTEGRAL DUPLA EM COORDENADAS POLARES (MUDANÇA DE VARIÁVEL) ....................................... 60
3 - A INTEGRAL TRIPLA .......................................................................................................................................... 63
4 - A INTEGRAL TRIPLA EM COORDENADAS CILÍNDRICAS E ESFÉRICAS ....................................................... 67
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 72
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Como sabemos, o cálculo integral para funções de uma variável teve sua origem com
o problema de se calcular áreas de regiões planas não regulares. Indo mais além, descobrimos
sua utilidade em diversos outros problemas como, por exemplo, no cálculo de volumes de
sólidos de revolução, comprimento de arcos, atração gravitacional, distância percorrida por um
móvel a partir de sua velocidade, cálculo da média de uma distribuição contínua de dados, etc.
Neste módulo, faremos o estudo da integral definida para funções de duas ou mais variáveis.
Inicialmente, como já fizemos no módulo II, introduzimos o conceito para funções de duas
variáveis, dando origem à integral dupla. Depois, em três variáveis independentes teremos a
integral tripla. Também veremos importantes mudanças de coordenadas.
CÁLCULO II | UNIDADE 3
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1 - A INTEGRAL DUPLA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Figura 1 - Volume do sólido formado pela região abaixo da superfície (gráfico de e acima do domínio
. Fonte: Google Images (2018).
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CÁLCULO II | UNIDADE 3
pondo para todos os pontos de então,
sempre que Assim, é o volume do paralelepípedo de base
e altura , que se anula quando o ponto Portanto, uma aproximação para
o volume do sólido é a soma:
e, esta aproximação torna-se cada vez melhor à medida em que o número de sub-
retângulos aumenta (equivalentemente ). Logo, é razoável definirmos o volume do
sólido como sendo o limite das somas quando ou seja:
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ENSINO A DISTÂNCIA
A seguir, enumeramos uma série de propriedades da integral dupla as quais podem ser
demonstradas a partir da definição supracitada. No que segue, sempre estamos considerando
como uma função definida em um domínio mensurável .
CÁLCULO II | UNIDADE 3
1- Se é integrável em então é limitada em
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ENSINO A DISTÂNCIA
O cálculo da integral dupla, via limite das somas de Riemann, é uma tarefa bastante
complicada e tecnicamente inviável. Durante muito tempo, esta foi a única alternativa quando
se desejava calcular uma integral dupla, até que em 1907, um resultado, devido ao matemático
italiano Guido Fubini, facilitou este cálculo, encontrando, assim, um caminho alternativo por
meio de integrais iteradas.
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Analogamente, se para cada existe a integral então,
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CÁLCULO II | UNIDADE 3
O Teorema de Fubini pode ser estendido para se calcular a integral dupla de uma função
sobre regiões mais gerais do que retângulos, especificamente, regiões compreendidas entre
gráficos de funções contínuas. Precisamente, sejam duas funções contínuas com
para todo
, e considere
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Exercício 4: Usando a integral dupla, encontre a área da região plana limitada pelas
parábolas e
Solução: Vejamos as interseções das duas parábolas. Para isto, resolvemos a equação:
CÁLCULO II | UNIDADE 3
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Neste caso, a integral dupla sobre a região D é dada por:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Figura 7 - Esboço da região D. Fonte: o autor.
ou:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
onde, é uma mudança de variável que transforma
a região na região isto é, e é o jacobiano de no ponto definido
por:
Uma mudança de variável muito útil é a mudança para coordenadas polares, definida
por:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
do disco situado no primeiro quadrante, isto é, Então, fazendo a
mudança na integral, temos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Exercício 9: Seja a metade do círculo de centro no ponto raio igual a 1, situada no
primeiro quadrante, isto é, Calcule a integral
dupla .
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3 - A INTEGRAL TRIPLA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
para todos os pontos de então, sempre que Desta forma,
definimos a soma de Riemann da função associada à partição por:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Merece destaque o teorema de Fubini, que na versão tridimensional, indica que o cálculo
de uma integral tripla pode ser feito por meio de integrais iteradas, neste caso, três integrais
simples. No caso do domínio da função ser um paralelepípedo D=[a,b]×[c,d]×[u,v], então:
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Na expressão acima integramos primeiro em relação a x, depois em relação a y e em
relação a z. Existem, ainda, outras cinco possíveis ordens de integração, todas dando o mesmo
resultado.
Solução:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Podemos considerar regiões mais gerais do que paralepípedos. Suponha que a região de
integração seja limitada pelo gráfico de duas funções contínuas e
definidas em um domínio limitado isto é,
Exercício 11: Faça um esboço do sólido limitado pelos planos coordenados e pelo
CÁLCULO II | UNIDADE 3
c) y=0⇒x+z=1 (uma reta no plano xz)
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ENSINO A DISTÂNCIA
Podemos ver que o sólido é a região limitada pelos gráficos das funções
e definidas no triângulo limitado pelos eixos coordenados e e a reta
Portanto, a integral tripla fica:
Exercício 12: Usando a integral tripla, determine o volume do sólido limitado pela
superfície y=x2 e os planos y+z=4 e z=0.
CÁLCULO II | UNIDADE 3
De modo análogo, podemos considerar que a região de integração seja limitada pelo
gráfico de duas funções contínuas e definidas em um domínio
limitado isto é:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Também há o caso em que a região de integração é limitada pelo gráfico de duas funções
contínuas e definidas em um domínio limitado isto é,
e, nesse caso, a integral tripla
sobre é dada por:
CÁLCULO II | UNIDADE 3
onde é uma mudança de
variável que transforma a região na região isto é, e é o jacobiano
de no ponto definido por:
cujo jacobiano é
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ENSINO A DISTÂNCIA
calcule a integral
CÁLCULO II | UNIDADE 3
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
a equação do paraboloide fica a equação do cilindro fica e o sólido
, em coordenadas cilíndricas, é descrito por:
Então:
Para determinadas regiões, os cálculos ficam mais fáceis quando usamos coordenadas
esféricas, especialmente as regiões ditas “típicas esféricas” (partes de uma esfera), cujas equações se
tornam extremamente simples quando descritas nestas coordenadas. Nestes casos, é conveniente
mudarmos de coordenadas cartesianas para coordenadas esféricas. A transformação é definida
por:
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CÁLCULO II | UNIDADE 3
Exercício 15: Calcule o volume de uma esfera de raio
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 3
Solução: O sólido descrito em coordenadas esféricas fica
Então,
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ENSINO A DISTÂNCIA
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A motivação central para o conceito da integral dupla foi o cálculo do volume de sólidos
irregulares, situação análoga ao caso unidimensional, em que a motivação para a integral simples
foi o cálculo da área de regiões planas irregulares. Neste contexto, a integral dupla se apresenta
como limite das somas de Riemann, quando a norma da partição tende a zero. O cálculo da integral
dupla, por meio do limite das somas de Riemann, tecnicamente, apresenta sérias dificuldades e
o Teorema de Fubinni, sobre integrais iteradas, juntamente com o Teorema Fundamental do
Cálculo, facilitam este cálculo. A teoria de integração dupla se amplia, muito naturalmente, para
CÁLCULO II | UNIDADE 3
as funções de três variáveis, definidas em regiões do espaço tridimensional, dando origem ao
conceito da integral tripla.
Quando consideramos regiões planas “circulares”, como: círculos, setores circulares,
arruelas ou partes de arruelas, é extremamente conveniente considerar as coordenadas polares.
Por isso, obtivemos um resultado sobre mudança de variável na integral e descrevemos a fórmula
da integral dupla em coordenadas polares. No caso da integral tripla, quando integramos sobre
regiões limitadas por cilindros ou partes de cilindros e esferas, as coordenadas convenientes são
as coordenadas cilíndricas ou as coordenadas esféricas. O resultado principal nesta direção são as
fórmulas da integral tripla em coordenadas cilíndricas e em coordenadas esféricas.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
CÁLCULO II
CÁCULO VETORIAL E OS
TEOREMAS DE DIVERGÊNCIA
PROF.A MA. MIRIAM EULALINA MARTINS FROTA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 74
1 - CURVAS ................................................................................................................................................................ 75
2 - A INTEGRAL DE LINHA DE UM CAMPO VETORIAL ........................................................................................ 81
3 - TEOREMA DE GREEN ........................................................................................................................................ 88
4 - SUPERFÍCIES ...................................................................................................................................................... 91
5 - INTEGRAIS DE SUPERFÍCIE ............................................................................................................................. 96
6 - TEOREMA DA DIVERGÊNCIA E TEOREMA DE STOKES ............................................................................... 100
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................ 105
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nos dois módulos anteriores, nosso tema de estudo foi o cálculo diferencial e integral para
funções reais de duas ou mais variáveis, chamadas de campos escalares. Neste módulo, estudamos
o cálculo para campos vetoriais, que são funções vetoriais que a cada ponto do plano (ou do
espaço) associam um vetor. Devemos definir as integrais de linha e as integrais de superfície
e apresentar os clássicos teoremas de divergência, conhecidos na literatura como Teorema de
Green, Teorema de Gauss e Teorema de Stokes.
CÁLCULO II | UNIDADE 4
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - CURVAS
Um caminho no plano, ou uma curva plana, é uma função vetorial, de uma variável real,
definida em um intervalo isto é, uma função do tipo:
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ENSINO A DISTÂNCIA
No mais, tudo que foi dito para uma curva plana estende-se de forma análoga para as
curvas no espaço, ou até mesmo, em qualquer espaço euclidiano
CÁLCULO II | UNIDADE 4
ao ponto é uma curva lisa, não fechada e simples.
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ENSINO A DISTÂNCIA
com , que é uma curva lisa no espaço e seu traço é a reta que passa pelo
ponto e tem a direção do vetor
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 3 - Traço de . Fonte: o autor.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Observação: As curvas
CÁLCULO II | UNIDADE 4
tem o mesmo traço que a curva do exemplo 4. Com isto, chamamos a atenção para o
fato de que curvas diferentes podem ter o mesmo traço. Observe, ainda, que as curvas e tem
comprimento enquanto que a curva tem comprimento Também notamos que as curvas
e tem o mesmo ponto inicial , e a curva tem o ponto inicial As curvas e são
percorridas no sentido anti-horário, enquanto que a curva é percorrida no sentido horário. As
curvas e são simples e a curva não é simples.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Uma vez dado um traço de uma curva lisa, podemos obter diferentes parametrizações
(funções continuamente diferenciáveis) cujo traço é No conjunto de todas as possíveis
CÁLCULO II | UNIDADE 4
parametrizações de afirmamos que duas parametrizações e são
equivalentes, e escrevemos quando existe uma função continuamente diferenciável:
tal que:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
são parametrizações equivalentes do quarto de círculo de centro na origem e raio igual
a 1, no primeiro quadrante. Por outro lado, conforme comentamos no exemplo 5 e a observação
logo após, podemos concluir que:
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ENSINO A DISTÂNCIA
uma função real contínua definida para todo e, portanto, integrável. Por
definição, a integral:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
é denominada a integral de linha do campo ao longo da curva , usualmente denotada
por
É claro que esta definição pode ser facilmente generalizada para qualquer dimensão. Se
é um campo contínuo em uma região e é uma curva suave em
parametrizada por uma função continuamente diferenciável definida por
então a integral de linha do campo ao longo da curva
é
Em particular, se , com
e uma curva lisa em parametrizada por definida por
então:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Existe uma importante interpretação física para a integral de linha. Se o campo vetorial
representa um campo de força na região então, o trabalho realizado,
devido à ação deste campo, para deslocar uma partícula, ao longo de uma curva suave, em
é a integral de linha do campo sobre a curva, ou seja:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
onde , é uma parametrização
continuamente diferenciável da curva
linha .
Portanto,
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ENSINO A DISTÂNCIA
Solução:
Exercício 3: Calcule:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
onde é a curva parametrizada por para
Solução:
Portanto,
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ENSINO A DISTÂNCIA
É claro que nosso estudo pode ser facilmente estendido para curvas lisas por partes, ou
seja, curvas que são a união de um número finito de curvas lisas. Se
onde cada um dos é uma curva lisa de modo que o ponto final de é o ponto inicial de
então:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 7 - Ilustração da curva . Fonte: o autor.
Solução: A curva é a reunião das duas curvas e cujas parametrizações são dadas
por:
Assim, temos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
integral de linha do campo ao longo da curva é independente do caminho que liga o ponto
ao ponto . O valor da integral depende somente dos pontos final e inicial. Reciprocamente,
também é possível mostrar que se é um campo contínuo em um domínio
aberto e conexo tal que a integral de linha é independente do caminho, então, existe
um potencial de em ou seja, é um campo gradiente em Resumindo:
Como já foi exposto anteriormente, tudo que estabelecemos para campos vetoriais
em duas dimensões (F:D⊂ℝ2→ℝ2) continuas é válido para campos vetoriais em ℝ3
e até mesmo em ℝn para todo n∈ℕ.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Solução:
a) A função está definida por
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Calculando a derivada parcial em relação a x, temos:
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ENSINO A DISTÂNCIA
ii) A integral de linha do campo , ao longo de qualquer curva lisa por partes e fechada
em é igual a zero.
iii) Sempre que e são dois pontos em a integral de linha do campo de para
é independente do caminho ( é um campo conservativo).
Observação: No caso bidimensional, isto é, para campos de vetores no plano, há, ainda,
uma equivalência adicional para campos conservativos. Ou seja:
somente se,
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Exercício 7:
a) Verifique se o campo é um campo conservativo e, em caso
afirmativo, encontre um potencial de
Solução:
a) Denotamos as funções coordenadas do campo por:
conservativo em todo o plano Para encontrar uma função potencial devemos ter:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
3 - TEOREMA DE GREEN
O Teorema de Green é o resultado correspondente ao teorema fundamental do cálculo
para integrais duplas. A grosso modo, ele relaciona o cálculo da integral de linha de um campo
bidimensional, ao longo de uma curva fechada simples , com uma integral dupla sobre a região
delimitada pela curva
Seja um domínio cuja fronteira é um número finito de curva lisa por partes,
fechadas e simples, orientadas no sentido positivo (que deixa a região sempre à esquerda). Se
é um campo de classe em então,
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ENSINO A DISTÂNCIA
Claro que poderíamos ter calculado a integral de linha diretamente, sem usar o teorema
de Green. Entretanto, o cálculo seria mais longo. Como a curva é um triângulo, deveríamos
parametrizar cada um dos lados e fazer as três integrais e depois soma-las. Faça os cálculos e
comprove o mesmo resultado.
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Exercício 9: Se e é o disco de centro na origem (0,0) e raio
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ENSINO A DISTÂNCIA
ou ainda,
Exercício 10: Usando o teorema de Green, encontre a área da região plana delimitada
CÁLCULO II | UNIDADE 4
pela elipse
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ENSINO A DISTÂNCIA
4 - SUPERFÍCIES
Nas seções anteriores, o conceito de curva lisa foi essencial para a definição da integral
de linha e a formulação do Teorema de Green. Agora, para apresentação dos Teoremas de
Gauss e Stokes, é necessário introduzir o conceito de superfície parametrizada. Uma superfície
parametrizada é uma função
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Exercício 11: Descreva uma parametrização para a superfície esférica de raio
é uma superfície parametrizada, cujo traço é a esfera de centro na origem e raio , pois
. Note que fixado um valor as curvas descrevem os paralelos,
enquanto que fixado um valor as curvas descrevem os semi-meridianos.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Exercício 12: Estabeleça uma parametrização para o Toro, superfície obtido pela rotação
entorno do eixo da circunferência de raio centrada no ponto com
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 9 - Ilustração da parametrização do Toro. Fonte: o autor.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 10 - Vetores tangentes. Fonte: Google Images (2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Agora, por analogia, afirmamos que uma superfície parametrizada é uma superfície lisa
(ou regular) se em todo ponto está definido o plano o tangente, ou seja, todo ponto é
ponto regular de Equivalentemente, uma superfície parametrizada é uma superfície lisa (ou
regular), se em todo ponto tem-se que Dados uma superfície lisa
e um ponto o vetor normal unitário à apontando para o exterior, no ponto é o vetor:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 11 - Ilustração de uma superfície lisa. Fonte: Google Images (2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
uma superfície lisa, cujo traço denotamos por Adicionalmente, suponha que é
injetiva, exceto, possivelmente, em um número finito de curvas suaves em Então, a área da
CÁLCULO II | UNIDADE 4
superfície é número real obtido pela integral dupla:
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ENSINO A DISTÂNCIA
Exercício 15: Calcule a área da superfície dada pelo gráfico de uma função ,
definida sobre uma região do plano
Solução: Neste caso, a parametrização usual é a parametrização pelo gráfico dada por
Assim, denotando um ponto genérico
temos:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
5 - INTEGRAIS DE SUPERFÍCIE
Iniciamos considerando a integral de superfície de um campo escalar definido sobre o
traço de uma superfície lisa. Mais precisamente, sejam uma região limitada, com área,
e
uma superfície lisa, cujo traço denotamos por Dada uma função suficientemente
regular definimos a integral (de superfície) da função sobre a superfície ,
Observe que o caso particular em que é a função constante igual a 1, a expressão acima
é a área da superfície Além disso, se representa a densidade superficial de massa, então a
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ENSINO A DISTÂNCIA
cujo traço é o cilindro circular reto de raio e altura 1, excluindo a tampa e a base.
Portanto,
Assim,
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Agora, consideraremos a integral de superfície de um campo vetorial definido sobre o
traço de uma superfície lisa. Mais precisamente, sejam uma região limitada, com área,
e
uma superfície lisa, cujo traço denotamos por Suponhamos, ainda, que esteja contido
em uma região aberta de onde está definido um campo de vetores
suficientemente regular. Desta forma, a projeção do campo vetorial na direção normal (normal
exterior) da superfície é o campo escalar:
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Solução: Uma parametrização natural é a parametrização dada pelo gráfico. Seja o
disco de centro na origem e raio 1, isto é, e consideremos
dada por Então, é uma superfície lisa, cujo traço é o
paraboloide entre os planos e Para encontrarmos o campo de vetores normais em
calculamos:
aponta para o interior do paraboloide. Então, para que tenhamos o campo de vetores
normais unitários, exteriores (apontando para o exterior do paraboloide), devemos multiplicar o
vetor encontrado por -1. Portanto
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ENSINO A DISTÂNCIA
Para calcular esta última integral, fazemos a mudança para coordenadas polares e
obtemos:
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Exercício 18: Encontre o fluxo do campo vetorial através da esfera
.
de onde,
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Acima, tanto o quanto as derivadas parciais são calculadas em um ponto genérico
. Omitimos este ponto, na fórmula acima, para simplificar a escrita.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
onde devem ser a parametrização para cada uma das seis arestas do
cubo. Por outro lado, usando o Teorema da Divergência o cálculo fica bem mais simples, ou seja,
Exercício 20: Use o Teorema da Divergência para calcular o fluxo de saída do campo
vetorial através da esfera de centro na origem e raio
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ENSINO A DISTÂNCIA
Teorema (de Stokes): Seja uma superfície suave em , limitada por uma curva
fechada Assuma que a superfície está orientada pela normal exterior e a curva o bordo
de então, está orientada de modo que a superfície permaneça à esquerda da curva. Suponha
que é um campo de vetores de classe em um
conjunto aberto contendo a superfície e seu bordo. Então:
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Figura 12 - Ilustração da superfície . Fonte: Google Images (2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
CÁLCULO II | UNIDADE 4
Figura 13 - Paraboloide com . Fonte: Google Images (2018).
Solução: O bordo de é o circulo no plano , de centro na origem e raio 2, que pode ser
parametrizado por Então:
Assim,
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ENSINO A DISTÂNCIA
Entao:
Desta forma:
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ENSINO A DISTÂNCIA
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que o cálculo vetorial estende o cálculo usual, em espaços euclidianos, para funções
definidas sobre curvas e superfícies. As integrais de linha e de superfície são as generalizações
essenciais. Para curvas lisas (suaves), surgem o conceito da integral de linha de um campo vetorial
sobre a curva e um resultado que estende o Teorema Fundamental do Cálculo, conhecido na
literatura como Teorema de Green. Este importante teorema relaciona uma integral de linha
sobre uma curva lisa por partes, fechada e simples com uma integral dupla sobre a região
delimitada pela curva. Em algumas situações, a aplicação do Teorema de Green simplifica o
cálculo de algumas integrais de linha. Também aparecem aplicações envolvendo o conceito de
trabalho realizado por uma força.
Por outro lado, para superfícies, o interesse é o conceito de fluxo e os resultados principais
são os Teoremas da Divergência (Gauss) e o Teorema de Stokes, que afirmam respectivamente: i)
O fluxo de saída de um campo vetorial através de uma superfície fechada é igual a integral tripla
da divergência na região envolvida pela superfície; ii) O trabalho realizado por um campo de
forças que percorre no sentido positivo uma curva lisa por partes, fechada e simples pode ser
obtido integrando a componente normal do rotacional em uma superfície orientada delimitada
por .
CÁLCULO II | UNIDADE 4
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ANTON. H.; BIVENS. I.; DAVIS. S. Cálculo. Vol. 2, 10ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
LEITHOLD. L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 2. São Paulo: Harbra, 1977.
STEWART. J. Cálculo. Vol. 2, 7a. Ed. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2013.
THOMAS. G. B; ROSS. L. F.; MAURICE. D. W.; FRANK. R. G. Cálculo. Vol. 2, 10a. ed. São Paulo:
Editora Pearson, 2003.
ZILL. D. G. Equações diferenciais com aplicações em Modelagem. 3a Ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2016.
ZILL. D. G.; CULLEN. M. R. Equações diferenciais. Vol. 1, 3a Ed. São Paulo: Pearson Makron
Books, 2006.
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