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Reitor:
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Diretoria EAD:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à Prof.a Dra. Gisele Caroline
UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Sócrates
para reflexão: “a vida sem desafios não vale a
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande Edson Dias Vieira
responsabilidade sobre as escolhas que Thiago Bruno Peraro
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida
acadêmica e profissional, refletindo diretamente Revisão Textual:
em nossa vida pessoal e em nossas relações Camila Cristiane Moreschi
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação
Danielly de Oliveira Nascimento
e conhecimento advindos de profissionais que Fernando Sachetti Bomfim
possuam novas habilidades para liderança e Luana Luciano de Oliveira
sobrevivência no mercado de trabalho. Patrícia Garcia Costa
De fato, a tecnologia e a comunicação têm
Renata Rafaela de Oliveira
nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
Produção Audiovisual:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Adriano Vieira Marques
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Márcio Alexandre Júnior Lara
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, Osmar da Conceição Calisto
capaz de formar cidadãos integrantes de uma
sociedade justa, preparados para o mercado de Gestão de Produção:
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.
Cristiane Alves
Que esta nova caminhada lhes traga muita
experiência, conhecimento e sucesso.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
LÓGICA TRADICIONAL
O QUE É LÓGICA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................5
1 APLICAÇÃO DA LÓGICA..............................................................................................................................................6
2 TERMO E PROPOSIÇÃO............................................................................................................................................6
3 PROPOSIÇÕES MODAIS............................................................................................................................................ 7
3.1 PROPOSIÇÃO NECESSÁRIA................................................................................................................................... 7
3.2 PROPOSIÇÃO CONTINGENTE................................................................................................................................8
3.3 PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS..............................................................................................................................8
3.4 PROPOSIÇÃO SIMPLES OU COMPLEXA..............................................................................................................8
4 CARACTERÍSTICAS DAS PROPOSIÇÕES.................................................................................................................9
4.1 QUANTIDADE...........................................................................................................................................................9
4.2 QUALIDADE..............................................................................................................................................................9
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4.3 MODALIDADE..........................................................................................................................................................9
4.4 VALOR..................................................................................................................................................................... 10
5 FORMAS PROPOSICIONAIS: A E I O....................................................................................................................... 10
6 QUADRADO DAS OPOSIÇÕES.................................................................................................................................. 12
7 LÓGICA E O RACIOCÍNIO FILOSÓFICO.................................................................................................................... 13
8 INFERÊNCIA.............................................................................................................................................................. 13
9 SILOGISMO................................................................................................................................................................ 14
10 A INDUÇÃO............................................................................................................................................................... 15
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 APLICAÇÃO DA LÓGICA
A Lógica Tradicional é considerada uma ciência e uma arte. Ciência no que diz respeito
a seus conteúdos. Arte no que diz respeito a suas prescrições. É, assim, a arte ou ciência do
pensamento racional ou do raciocínio, especialmente do raciocínio dedutivo. Investiga-se na
Lógica em quais condições é possível inferir uma verdade a partir de outras verdades já conhecidas.
Para progredir no conhecimento da verdade, o ser humano emprega o discurso. Na Lógica,
emprega-se um tipo especial de análise do discurso: a análise lógica. Assim, podemos e devemos
aplicar a Lógica a qualquer campo que possua um discurso racional, que contenha sentenças que
se pretendam verdadeiras (proposições). Tal é o caso da Filosofia. Para filosofar, raciocinamos.
O raciocínio é exposto em argumentos. Os argumentos compõem um discurso. Nada disso pode
ser efetuado sem a Lógica. Portanto, a Lógica é fundamental para o fazer filosófico.
Para que a Lógica possa ser aplicada a um discurso, precisamos determinar quais são os
termos básicos de tal discurso. A partir dos termos considerados primitivos, podemos definir
outros termos. Tais termos formam as proposições do discurso. Por sua vez, as proposições
formam um argumento. Esses elementos são, portanto, essenciais para a possibilidade de se
efetuar a análise lógica de um discurso.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Torre de Pisa, um copo, um cachorro, por sua vez, não pertencem à extensão do termo
“homem”. Na intensão do termo “homem”, devem estar todos os atributos ou qualidades comuns
a todos os seres humanos, tais como os atributos “ser”, “vivo”, “racional”, “animal” etc., mas não
os atributos “canino”, “alado”, “branco” e “magro”. Os últimos dois atributos podem pertencer
às características de alguns seres humanos, mas, como não são comuns a todos, não estão na
intensão do termo “homem”.
A partir de dois ou mais termos, é possível afirmar ou negar a conveniência entre eles. Tal
relação pode ser estabelecida por meio de uma proposição. Uma proposição é uma sentença que
admite valor verdadeiro ou falso e que expressa um juízo. Uma proposição é formada por sujeito
(S), cópula (expresso pelo verbo “ser”) e predicado (P). Consideremos a seguinte proposição:
O homem é animal.
Tal sentença expressa um juízo de que o termo “animal” convém ao termo “homem”. Em
tal proposição, o sujeito é “homem”, o predicado é “animal”, e a cópula é expressa por “é”.
Uma proposição é verdadeira se corresponder à realidade que descreve ou falsa, caso
contrário. Assim, a sentença “O homem é animal” é uma proposição verdadeira.
Pode ocorrer que uma proposição não tenha a cópula explícita, mas toda proposição pode
ser reescrita a fim de explicitá-la. Por exemplo, a sentença “A menina canta” é uma proposição que
também pode ser expressa por “A menina é aquela que está cantando”, com a cópula (expressa
3 PROPOSIÇÕES MODAIS
Uma proposição é dita modal se afirmar o modo da relação entre seus termos. Uma
proposição modal afirma explicitamente se a relação é necessária ou contingente.
I. Devemos manter nossas ações, resoluções e desejos em harmonia com nossas crenças
morais.
II. Dois corpos distintos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
III. Coisas iguais a uma mesma coisa são necessariamente iguais entre si.
A proposição (I) apresenta uma necessidade moral, ou seja, uma necessidade normativa
para um agente livre. Leis ou imperativos, se apresentados na forma proposicional, podem ser
considerados como necessidades morais.
A proposição (II) estabelece uma necessidade física, ou seja, uma necessidade baseada
nas leis da natureza.
A proposição (III) expressa uma necessidade metafísica, ou seja, uma relação que não
poderia ser de outra maneira, inconcebível, contraditória ou impossível.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Uma proposição complexa estabelece a relação entre, pelo menos, três termos. Exemplo:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4.1 Quantidade
Pela quantidade de uma proposição, sabemos se estamos tratando da totalidade ou de
parte do domínio de objetos do discurso. A quantidade é dada pela extensão do sujeito. Se o
termo-sujeito é empregado na sua extensão completa, então, a proposição é universal. Pelo
contrário, se apenas parte da extensão do termo-sujeito é referida, então, a proposição é dita
particular.
Como possíveis quantificadores universais, podemos empregar: todos, para todo, a
totalidade, qualquer que seja etc.
Como quantificadores particulares ou existenciais, usamos: algum, alguns, existe, pelo
menos um, ao menos um etc.
Exemplos:
4.2 Qualidade
Pela qualidade de uma proposição, indicamos se estamos afirmando ou negando a
conveniência entre os termos. A qualidade é dada pela cópula. Uma proposição é afirmativa se
afirma a conveniência do predicado ao sujeito (é, são, era, alguns são etc.). Uma proposição é
negativa se nega tal conveniência (não é, não são, não era, nem todo é, nenhum, algum não é etc.).
Exemplo:
4.3 Modalidade
Pela modalidade de uma proposição, percebemos se algo é necessário ou apenas possível.
Assim, uma proposição pode ser necessária ou contingente.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4.4 Valor
Pelo valor, sabemos se uma proposição é verdadeira ou falsa.
Importante: dois dos princípios da Lógica Clássica são conectados com o valor das
proposições:
Princípio de Não Contradição: Uma proposição e sua negação não podem ser
ambas verdadeiras, ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto.
5 FORMAS PROPOSICIONAIS: A E I O
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Considere cada proposição categórica a seguir. Diga em que forma está (A, E, I ou O) e
identifique o termo sujeito e o termo predicado, a qualidade (afirmativa ou negativa) e
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Existe uma relação entre os valores de verdade (verdadeiro ou falso) das proposições em
suas formas A, E, I e O. Um modo de apresentar tais relações é o chamado quadrado das oposições.
As proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
a) P1 e P2 são contraditórias.
b) P1 e P2 são contrárias.
c) P1 e P2 são subcontrárias.
d) P1 e P2 são equivalentes.
e) Se P1 é verdadeira, então, P2 é verdadeira.
RESPOSTA COMENTADA:
P1 e P2 são contraditórias, pois não podem ser ambas verdadeiras nem ambas falsas.
P1 pode ser reescrita como “Nenhuma pessoa é ressuscitada” (Nenhum S é P, portanto,
Universal Negativa = E) e P2 pode ser reescrita como “Alguma pessoa é ressuscitada”
(Algum S é P, portanto, Particular Afirmativa = I). Pelo quadrado das oposições, E e I
são contraditórias.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Uma inferência pode ser considerada uma operação mental que permite a obtenção
válida de proposições verdadeiras a partir de outras já reconhecidas como verdadeiras.
Muitos tipos de inferências podem ser encontrados nos discursos, em particular no
discurso filosófico. Podemos encontrar nos textos filosóficos das mais diversas tradições muitos
argumentos que se apresentam segundo estruturas formais bem conhecidas. Todavia, nem sempre
os argumentos são apresentados mediante uma estruturação lógica evidente. Nesses casos, para
se investigar a validade de argumentos ou inferências, devemos empreender uma análise lógica.
Para esse fim, podem-se reconstruir as sentenças que compõem um argumento de modo a se
obterem formas reconhecidas como válidas ou inválidas.
É importante notar que, em geral, de um ponto de vista lógico, o foco está mais na validade
dos argumentos do que na sua veracidade. Isso significa que, quando assumimos algumas
proposições como verdadeiras, é preciso identificar em que condições as proposições derivadas
também podem ser consideradas verdadeiras.
8 INFERÊNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
9 SILOGISMO
O silogismo é a inferência na qual, a partir da relação entre duas premissas que têm um
termo em comum, necessariamente se deduz uma conclusão da qual não consta o termo comum.
O termo comum é chamado termo médio (M).
Exemplo de silogismo:
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 9).
Cada uma das proposições anteriores é uma proposição universal afirmativa (A). Como
veremos, isso garante que o silogismo seja uma forma lógica válida.
O entimema é uma forma bastante comum em nossos discursos. Ademais, como no
entimema uma das premissas (geralmente a maior) é implícita, pode ocorrer de ser assumida
como verdadeira sem o devido exame. Desse modo, fica evidente a necessidade de avaliarmos
cuidadosamente os entimemas nos discursos apresentados.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
10 A INDUÇÃO
A indução é a passagem a partir de casos particulares para o universal. Isso significa que,
a partir de proposições particulares, é possível se obter uma conclusão que generaliza certos casos
individuais.
Exemplo de indução:
Temos, assim, uma generalização a partir de fatos observados particulares. Tal exemplo
nos mostra uma inferência a partir de um tipo de experimento científico. Para ser considerado
científico, um experimento desse tipo deve ser reproduzível, ou seja, que ele possa ser repetido
diversas vezes e que apresente os mesmos resultados, nas mesmas condições. É o caso do exemplo,
no nível do mar, sob uma mesma pressão atmosférica.
Nas ciências empíricas, esse tipo de inferência é bastante comum. A observação de
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
3 - O que é um argumento?
4 - O que é dedução?
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5 - Algo como “O Sol tem nascido todos os dias. Logo, o Sol nascerá amanhã”.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
LÓGICA TRADICIONAL
FORMA LÓGICA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................ 19
1 FIGURA DE UM SILOGISMO..................................................................................................................................... 21
2 CONSISTÊNCIA, INCONSISTÊNCIA E CONTRADIÇÃO..........................................................................................23
3 CONDICIONAIS..........................................................................................................................................................24
4 SILOGISMO CONDICIONAL......................................................................................................................................25
5 FALÁCIA DA NEGAÇÃO DO ANTECEDENTE............................................................................................................26
6 FALÁCIA DA AFIRMAÇÃO DO CONSEQUENTE.......................................................................................................27
7 PROPOSIÇÕES DISJUNTIVAS..................................................................................................................................29
8 SILOGISMO DISJUNTIVO..........................................................................................................................................30
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A forma lógica de um argumento pode ser apreendida por meio de uma representação
simbólica das formas de suas proposições-componentes. Desse modo, podemos evidenciar a
semelhança entre argumentos que têm conteúdos distintos. Consideremos o Quadro 1 contendo
os quatro tipos de proposições categóricas, empregando os termos “cavalo” e “quadrúpede”:
Todo H é M.
S é H.
Logo, S é M.
No caso, substituímos “homem” por “H”, “mortal” por “M” e “Sócrates” por “S”. Tal
silogismo é válido devido à sua forma. Portanto, qualquer silogismo obtido pela substituição das
letras ou variáveis H, M e S é um silogismo válido.
Os seguintes silogismos podem ser obtidos da forma anterior, mediante substituição
adequada de cada uma das variáveis H, M e S:
Silogismo 1
Todo H é M. Todo paulista é brasileiro.
S é H. João é paulista.
Logo, S é M. Logo, João é brasileiro.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Silogismo 2
Todo H é M. Todo palmeirense é corintiano.
S é H. Pedro é palmeirense.
Logo, S é M. Logo, Pedro é corintiano.
Os dois silogismos são logicamente válidos. Se João for realmente paulista, então, o
Silogismo 1 é verdadeiro (é uma forma válida, com premissas e a conclusão verdadeiras). O
Silogismo 2 é falso apesar de válido, pois a primeira premissa é evidentemente falsa.
Para saber se um silogismo é válido, usaremos as formas A, E, I ou O das proposições
componentes e as figuras dos silogismos. O conhecimento das figuras dos silogismos permite
distinguir as inferências que são válidas, as que são verdadeiras e as que são falaciosas (ou seja,
inválidas).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 FIGURA DE UM SILOGISMO
No Quadro 1, “S” e “P” representam sujeito (termo menor) e predicado (termo maior),
respectivamente. A letra “M” representa o termo médio, que serve de “ponte” de ligação entre
sujeito e predicado. O símbolo “\” significa “portanto”.
A Primeira Figura é bastante importante. A sua forma é tal que o termo médio “M” serve
como essa “ponte” para se concluir a relação entre o termo menor “S” (sujeito da conclusão) e
o termo maior “P” (predicado da conclusão). Também podemos arranjar as premissas em uma
Segundo uma tradição medieval, cada uma das formas válidas recebe um nome para
facilitar a memorização. A sequência das vogais de cada um dos nomes permite reconhecer os
modos válidos. Como exemplo, consideremos Barbara e Cesare.
O silogismo Barbara está na Primeira Figura e é constituído por proposições universais
afirmativas (AAA). Cesare está na Segunda Figura e é formado por uma universal negativa e uma
universal afirmativa como premissas (EA) e uma universal negativa como conclusão (E).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para verificar se um silogismo é válido, basta verificar se ele tem uma dessas 19 formas.
Caso contrário, o silogismo será inválido. Uma inferência inválida é denominada falácia.
Consideremos o seguinte silogismo:
Todo M é P. MAP
Algum S é M. SIM
Portanto, algum S é P. \ SIP
Esse silogismo está na Primeira Figura. As formas utilizadas são A, I e I. Tal silogismo é um
silogismo Darii. É, portanto, um silogismo válido. Ademais, trata-se de um silogismo verdadeiro
(correto), pois as premissas são verdadeiras e a conclusão é necessariamente verdadeira a partir
de tais premissas.
Consideremos, agora, o seguinte silogismo:
Todo M é P. MAP
Algum S não é M. SOM
Portanto, algum S não é P. \ SOP
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Princípio de não contradição: Uma proposição e sua negação não podem ser ambas
verdadeiras, ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto.
Se uma proposição é representada pela letra P, podemos representar a sua negação por ~
P ou por ¬ P (lê-se: “não pê”). Temos os seguintes fatos:
Se o termo “morrer” (no sentido de morte física) tiver o mesmo sentido nas duas
proposições, então, temos uma contradição. Se, em P2, o sentido de “morrer” for o de permanência
e relevância literária, então, a contradição é apenas aparente, pois as proposições não se referem ao
mesmo aspecto. Se dois termos são iguais, mas são empregados em sentidos diferentes, dizemos
que os termos são equívocos.
Na análise lógica de um discurso, é preciso verificar se há a presença de contradições reais
(ou seja, afirmação e negação do mesmo, simultaneamente e sob o mesmo aspecto) ou aparentes
(devido a termos equívocos, por exemplo). Um discurso que contém uma contradição real é
denominado inconsistente. Um discurso é consistente se não apresentar contradições reais.
Na perspectiva clássica, as contradições são impossibilidades lógicas. Algo é possível
logicamente se, e somente se, for consistente.
Façamos uma observação: existem lógicas que lidam com contradições, tais como as
lógicas paraconsistentes, desenvolvidas por Newton da Costa e pela Escola Brasileira de Lógica.
Tais sistemas podem assumir contradições informacionais ou aparentes, de modo que não ocorra
a trivialização ou explosão do sistema. Há, porém, alguns filósofos que defendem a existência de
contradições reais. Tal posição metafísica é denominada dialeteísmo. A posição clássica é, porém,
predominante entre os filósofos das mais variadas tradições.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3 CONDICIONAIS
Uma proposição redutível à forma “Se P, então Q”, em que P e Q são proposições, é
denominada proposição condicional (ou implicação). A proposição P é chamada antecedente, e
Q é denominada consequente.
Por exemplo:
Falta verificar o caso em que P é verdadeira e Q é falsa. Em uma inferência válida, é esperado
que não obtenhamos uma conclusão falsa a partir de uma premissa verdadeira. Novamente,
uma inferência é válida se, a partir de premissas verdadeiras, a conclusão seja necessariamente
verdadeira. Portanto, a implicação “Se P, então Q” é falsa no caso em que P é verdadeira e o
consequente Q é falso.
A tabela-verdade a seguir (Quadro 1) apresenta todas as possibilidades de valoração para
“Se P, então Q”.
P Q Se P, então Q
V V V
V F F
F V V
F F V
Quadro 1 - Tabela-verdade. Fonte: O autor.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4 SILOGISMO CONDICIONAL
Silogismo condicional é uma inferência cuja premissa maior é uma proposição condicional,
cujas proposições componentes são afirmadas ou negadas pela premissa menor.
Um silogismo condicional não é propriamente um silogismo, mas é um tipo muito
importante de inferência. A primeira proposição, considerada como a premissa maior, é uma
proposição condicional “Se P, então Q”. A segunda é uma das componentes P ou Q, ou uma de
suas negações ~P ou ~Q. Assim, existem quatro formas de silogismos condicionais. Duas são
formas válidas e duas são formas inválidas.
Por exemplo:
Se P, então, Q
P
Logo, Q
Se P, então, Q
~Q
Logo, ~P.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Esse silogismo condicional foi chamado pelos medievais de modus tollendo tollens
(maneira de negar negando) ou simplesmente Modus Tollens. Obtemos como conclusão a negação
do antecedente pela negação do consequente. De modo análogo ao Modus Ponens, podemos
assim definir:
Modus Tollens ou Negação do Consequente é o silogismo condicional no qual, na
premissa menor, se nega o consequente Q da premissa maior “Se P, então Q” e cuja conclusão é a
negação de seu antecedente.
Modus Ponens e Modus Tollens são formas válidas de inferência.
Se representarmos a proposição condicional “Se P, então Q” em sua forma simbólica
usual, P à Q, então, as formas válidas de silogismos condicionais são as seguintes:
PàQ PàQ
P ~Q
\ Q \ ~P
Se P, então, Q
~P
Logo, ~Q
Em nosso exemplo, as premissas podem ser ambas verdadeiras, e a conclusão pode ser
falsa. A grama poderia estar molhada, independentemente de ter chovido ou não. Ora, isso
caracteriza um argumento inválido.
De modo análogo, podemos verificar que a Afirmação do Consequente é inválida.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Afirmação do Consequente, por sua vez, tem uma forma muito similar ao Modus
Ponens. Consideremos o seguinte silogismo:
Se P, então, Q.
Q
Logo, P.
PàQ PàQ
~P Q
\ ~Q \ P
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIO PROPOSTO
A respeito dos silogismos condicionais, dois são formas válidas e dois são falácias
formais. É importante saber distinguir cada uma delas nas inferências presentes em um
argumento.
Tendo em vista tal consideração, analise as afirmativas a seguir:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
7 PROPOSIÇÕES DISJUNTIVAS
Uma proposição disjuntiva é uma proposição formada por duas ou mais proposições, que
são ligadas pelo conectivo “ou”.
Por exemplo:
P ou Q
Como José pode ser apenas médico, apenas professor ou tanto médico quanto professor,
chamamos uma proposição disjuntiva desse tipo de disjunção inclusiva. A proposição P pode ser
verdadeira (e Q ser falsa), a proposição Q pode ser verdadeira (e P ser falsa) ou as duas podem ser
P Q P ou Q
V V V
V F V
F V V
F F F
Quadro 2 - Tabela-verdade. Fonte: O autor.
A única situação na qual uma disjunção inclusiva é falsa é quando todas as suas
proposições-componentes são falsas. Nos demais casos, se houver uma componente verdadeira,
a disjunção é verdadeira.
Consideremos outro exemplo de disjunção:
Nessa proposição disjuntiva, o conectivo “ou” foi empregado duas vezes. Tal recurso
é empregado para enfatizar a impossibilidade de ambas as proposições-componentes serem
verdadeiras. José pode estar vivo e morto, ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto? Evidentemente
não, pois isso feriria o princípio lógico de não-contradição, já que “morto” é sinônimo de “não-
vivo”. Uma proposição disjuntiva desse tipo é denominada disjunção exclusiva. Significa “ou uma
possibilidade ou outra, mas não ambas”. Sua forma lógica é:
Ou P ou Q
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
P Q Ou P ou Q
V V F
V F V
F V V
F F F
Quadro 3 - Tabela-verdade. Fonte: O autor.
8 SILOGISMO DISJUNTIVO
P ou Q P ou Q
~P ~Q
Logo, Q Logo, P
Por exemplo:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIO PROPOSTO:
Proposição 1
Se choveu muito, então, a colheita foi comprometida.
Proposição 2
Se nevou, então, a colheita foi comprometida.
Proposição 3
Ou choveu muito ou nevou.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
2 - Uma expressão popular diz que “Relembrar é viver”. Uma pessoa apresenta o seguinte
argumento:
Discordo, pois, se esse for o caso, uma pessoa sem memória seria considerada morta.
Relembrar é viver.
Uma pessoa não relembra.
Logo, essa pessoa não é viva.
Enunciado:
Tal silogismo é um silogismo condicional:
a) Válido, pois é um Modus Ponens.
b) Inválido, pois é um Modus Tollens.
c) Válido, pois é uma Negação do Antecedente.
d) Inválido, pois é uma Negação do Antecedente.
e) Inválido, pois é um Modus Ponens.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 – “d”.
A premissa maior é uma disjunção exclusiva, pois tem a forma “Ou P ou Q”. Como a
segunda é a negação de uma das componentes da disjunção, então, o silogismo é um
silogismo disjuntivo. Como o silogismo não apresenta condicional na forma “Se P, então
Q”, ele não é um silogismo condicional. Portanto, só são verdadeiras as sentenças I e II.
2 – “d”.
O silogismo condicional apresentado tem como segunda premissa a negação do
antecedente da primeira premissa. Logo, é uma negação do antecedente, que é uma
falácia formal.
3 – “c”.
A premissa menor é, conforme o texto, uma proposição disjuntiva exclusiva. Ou seja, a
premissa é “Ou os cristãos cometeram crimes, ou não os cometeram.” Tal proposição é
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
LÓGICA TRADICIONAL
REGRAS DO SILOGISMO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................37
1 REGRAS DO SILOGISMO...........................................................................................................................................38
1.1 1ª REGRA..................................................................................................................................................................38
1.2 2ª REGRA................................................................................................................................................................38
1.3 3ª REGRA.................................................................................................................................................................38
1.4 4ª REGRA................................................................................................................................................................39
1.5 5ª REGRA................................................................................................................................................................39
1.6 6ª REGRA................................................................................................................................................................39
1.7 7ª REGRA.................................................................................................................................................................40
1.8 8ª REGRA................................................................................................................................................................40
2 DEDUÇÃO, INDUÇÃO, ABDUÇÃO E ANALOGIA....................................................................................................... 41
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, apresentaremos algumas regras para os silogismos, que são em número
de oito.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1 REGRAS DO SILOGISMO
1.1 1ª Regra
Um silogismo tem três termos.
O exemplo apresenta um argumento que não é um silogismo, pois temos três proposições e
quatro termos. Apesar de as três proposições serem verdadeiras, a conclusão não decorre das premissas.
1.2 2ª Regra
Apesar de as premissas serem verdadeiras, a conclusão é falsa, pois alguns filósofos são
ateus. Ocorre que a extensão do termo menor (“filósofos”) é maior na conclusão (a totalidade –
“todos”) do que na segunda premissa (extensão parcial - “alguns”).
1.3 3ª Regra
O termo médio não deve aparecer na conclusão.
O termo médio liga, nas premissas, o termo menor e o termo maior, que são o sujeito e o
predicado da conclusão.
Exemplo de violação da regra:
O termo médio é o termo que aparece nas duas premissas, a saber, o termo “suíno”.
Porém, ele também aparece na conclusão. Ele deveria ser a “ponte” que liga os termos “porco” e
“quadrúpede” para termos um silogismo bem formado.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.4 4ª Regra
O termo médio deve ser tomado em toda a sua extensão em, pelo menos, uma das premissas.
As três proposições do silogismo são verdadeiras. Todavia, a conclusão não segue das
premissas, pois é logicamente possível a situação de nenhum médico carioca ser pediatra e, ainda
assim, as premissas serem verdadeiras. Tal situação é improvável, mas não impossível.
Isso se dá, porque o termo “médico” não é considerado em toda a sua extensão em todas as
proposições envolvidas. Na primeira premissa, o termo “médico” é utilizado de modo particular,
considerando apenas uma parte de sua extensão. Na segunda, ocorre o mesmo, pois se refere
apenas aos “médicos cariocas”. A passagem de “carioca” para “pediatras” não pode se dar por
meio do termo “médico” nesse caso.
Se as duas premissas forem negativas, não é possível estabelecer a relação entre sujeito e
predicado na conclusão, baseados em ligações inexistentes entre o termo médio e o sujeito e entre
o termo médio e o predicado. Exemplo de violação da regra:
Temos três proposições verdadeiras, porém, a conclusão não pode ser obtida a partir das
premissas negativas. Ainda que a conclusão também seja negativa, as premissas não indicam uma
conexão entre os termos para que possamos concluir algo com certeza.
1.6 6ª Regra
De duas premissas afirmativas, não se pode concluir uma proposição negativa.
Se o termo menor está incluído no termo médio e, por sua vez, o termo médio está incluído
no termo maior, não é possível concluir a negação da inclusão do termo menor no termo maior.
Exemplo de inferência inválida, por não satisfazer essa regra:
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1.7 7ª Regra
(i) Se uma das premissas for particular, então, a conclusão é particular.
(ii) Se uma das premissas for negativa, então, a conclusão é negativa.
O item (i) decorre da 2ª Regra. Se a conclusão fosse universal, então, um dos termos seria
empregado com extensão superior à da premissa particular indicada.
O item (ii) se justifica do seguinte modo: se um termo está incluído no termo médio e o
outro está excluído dele, então, na conclusão, os termos estarão reciprocamente excluídos um do
outro, resultando uma conclusão negativa.
1.8 8ª Regra
De duas premissas particulares, nada se pode concluir.
Tal regra decorre da 4ª Regra, pois, se o termo médio for tomado em toda a sua extensão
em, pelo menos, uma das premissas, então, pelo menos uma delas deve ser universal.
Exemplo de violação da regra:
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2.2 Indução
Toda vez que as velas de ignição estavam avariadas, o motor do carro não dava partida.
Logo, se as velas de ignição estiverem avariadas, então, o motor do carro não dará partida.
2.3 Abdução
O motor do carro não está dando partida.
Se as velas de ignição estiverem avariadas, então, o motor do carro não dará partida. Logo,
as velas de ignição devem estar avariadas.
Pode parecer que a abdução está na forma da falácia formal denominada afirmação do
consequente. Seria uma falácia se se considerasse que a conclusão (a explicação ou a hipótese)
decorre necessariamente das premissas. Não é o caso aqui, posto que, na conclusão, há o acréscimo
do termo “deve”, enfraquecendo a força da conclusão. O raciocínio abdutivo nos fornece um grau
de probabilidade para a sua conclusão apenas.
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2.4 Analogia
Quando explicar um fato é muito complicado, podemos empregar uma comparação
para elucidá-lo, partindo de alguma semelhança entre coisas distintas. O termo analogia vem do
grego e significa proporção. Em seu sentido mais preciso, analogia é a proporção na matemática.
Por exemplo:
Tal proporção indica que a relação de 6 para 4 é a mesma de 12 para 8. Indica-se, desse
modo, que há algo igual entre os números diferentes (a mesma razão nos dois casos). No sentido
mais geral, a analogia é um tipo de argumento no qual se deseja indicar a relação de semelhança
entre coisas distintas.
A forma da analogia, cujos termos comparados são A, B, C e D, é:
Uma analogia adequada oferece uma conclusão que é apenas possível. Os termos comuns
em uma analogia são “Assim” (no início da analogia) e “como”, “também”, “do mesmo modo”,
“igualmente”, “destarte” etc. (na segunda parte comparada).
Assim como a ética está para a ação, a lógica está para o pensamento.
Analogias são muito empregadas nos diversos discursos. Podemos dizer que alegorias,
metáforas, parábolas e símiles são, ou dependem de, analogias bem elaboradas.
Uma alegoria é um modo de expressão que consiste em apresentar certos conteúdos sob
uma forma figurada, estabelecendo uma analogia.
Uma parábola é uma narração alegórica que contém um preceito moral.
A metáfora consiste no emprego de palavras em sentido distinto do próprio por analogia.
O símile, por sua vez, é uma expressão que estabelece uma comparação entre dois termos
com sentidos distintos, ou seja, é um tipo de analogia.
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EXERCÍCIO PROPOSTO:
O sikhismo (ou siquismo) é uma religião monoteísta indiana, fundada por Guru Nanak
(1469-1539). É considerado uma espécie de sincretismo com elementos do hinduísmo,
do islamismo e do sufismo. O termo “sikh” significa “discípulo forte e tenaz”. A doutrina
fundamental do sikhismo é a crença em um único Deus, no ensinamento dos Dez
Gurus, registrados no livro sagrado Guru Granth Sahib. Os homens sikhs prendem o
cabelo com um turbante, e as mulheres utilizam um lenço. A respeito desse costume,
apresentamos as três inferências que seguem:
Inferência I
Esses homens são sikhs.
Esses homens usam turbante.
Logo, todos os homens sikhs usam turbante.
Inferência II
Todos os homens sikhs usam turbante.
Esses homens são sikhs.
Logo, esses homens usam turbante.
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3 FALÁCIAS
Uma falácia é um raciocínio ou argumento inválido. Alguns tipos de falácias são bem
conhecidos e recebem nomes especiais.
A seguir, estudaremos os principais tipos de falácias.
1 – A Afirmação do Consequente é uma falácia que se confunde com o Modus Ponens. A forma
dessa falácia é a seguinte:
Se A, então, B.
B.
Logo, A.
Se uma mulher fizer bons investimentos, então, ela se torna uma milionária.
Maria é milionária.
Logo, Maria fez bons investimentos.
2 – A Negação do Antecedente, por sua vez, confunde-se com o Modus Tollens. A forma dessa
falácia é a seguinte:
Se A, então, B.
~A
Logo, ~B.
Por exemplo:
Se uma mulher fizer bons investimentos, então, ela se torna uma milionária.
Maria não fez bons investimentos.
Logo, Maria não é milionária.
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Exemplo
Paulo: “Sou contra o aborto, porque defendo a vida. A vida se inicia na concepção, logo, o
aborto é um tipo de assassinato. A Constituição Brasileira garante que ‘todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza’ e garante aos brasileiros a inviolabilidade do direito à vida”.
Hugo: “Paulo só é contra o aborto por motivos religiosos. Como Paulo pode falar com
propriedade sobre esse assunto se ele é homem? Esse assunto é exclusivo das mulheres. Além disso,
que moral ele tem para ser contra o aborto se a sua esposa já fez um aborto no passado?”
Exemplo
Político 1: Educação e saúde são as prioridades de nosso programa de Governo. Precisamos
educar e cuidar do bem-estar de nosso povo.
Político 2: Claramente, meu adversário não se importa com as graves questões econômicas
de nosso País. Para ele, geração de emprego e segurança não têm importância alguma.
O Político 2 distorce a fala do Político 1. Enfatizar duas áreas como prioritárias não
significa que outras questões também sejam importantes para ele. A Falácia do Espantalho
distorce o argumento do adversário.
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Exemplo
Rapaz: “Professor, que maldade! Não posso reprovar por faltas. Se minha mãe souber disso,
ela vai ficar uma fera! Imagine se o senhor estivesse no meu lugar. Por favor, me ajude, professor.”
Exemplo
“Seja um assinante do jornal Tupinambá. É o preferido dos brasileiros.”
Exemplos
“Ninguém conseguiu provar que gnomos existem, logo, eles não existem”.
“Ninguém conseguiu provar que gnomos não existem, logo, eles existem”.
“Algumas pessoas têm se manifestado contra a minha forma de administrar este setor.
Minhas ações são justas e fundamentadas. Quem não concordar comigo deve se retirar, senão as
coisas não vão ficar agradáveis por aqui. Terei de tomar providências.”
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Exemplo
“Você diz que os únicos animais racionais são os homens. Quer dizer que as mulheres são
irracionais?”
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
a) Se choveu, então, o campo está molhado. Choveu. Logo, o campo está molhado.
b) Se Edmundo está vivo, então, ele será homenageado. Edmundo será homenageado.
Logo, Edmundo está vivo.
c) Minha mãe diz que eu sou muito nova para namorar. Ora, ela ficou grávida com 16
anos. Então, eu também posso namorar.
e) Se Tiago dirigiu com prudência, então, o carro está em perfeitas condições. O carro está
quebrado. Logo, Tiago foi imprudente.
f) Os políticos de direita são aqueles que acham que os ricos devem continuar ricos e os
pobres devem morrer de fome. Por isso, você só pode votar em políticos da esquerda.
g) Se você não me der dinheiro, eu terei de roubar. Se eu roubar, então, eu serei preso. Logo,
se você não me der dinheiro, então, eu serei preso.
i) Todo macaco é um animal. Logo, o instrumento que eu uso para trocar os pneus do meu
carro é um animal.
j) Se você não fizer a sua tarefa de casa, ficará de castigo. Logo, você fará a sua tarefa.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
b) Francisco, eu sei bem que você está contra mim neste projeto. Você disse isso várias
vezes. Mas o projeto é bom. Vai ser bom para todo mundo. Eu tenho certeza de que você
vai reconsiderar e votar a favor. Afinal, seria muito ruim se sua esposa soubesse com quem
você esteve ontem à noite, não é? Tenho certeza de que posso contar com você.
c) Eu disse: “Se você não estudar, não vai passar de ano”. Você não estudou. Logo, está reprovado.
d) Até o momento, não obtivemos nenhum indicativo de que nossa estratégia não é
bem-sucedida. Logo, nossa estratégia é bem-sucedida.
f) Os seres humanos são seres livres. Então, somos livres para fazer o que quisermos.
Logo, ninguém pode ser preso.
h) O presidente pediu que todos economizem energia elétrica. Eu não vou economizar.
Ora, ele mesmo deveria economizar evitando gastos com tantas viagens que faz.
i) Ou estou sonhando ou estou morto. Se estou sonhando, não quero acordar. Se estou
morto, eu quero ressuscitar. Logo, ou não quero acordar ou quero ressuscitar.
k) Ou eu sei ou eu não sei. Se sei, digo que sei. Se não sei, digo que não sei. Logo, ou digo
que sei ou digo que não sei.
l) Meus caros, não posso ser preso. Eu tenho esposa e três filhos para cuidar. Como eles
irão viver sem mim?
m) Os cristãos acreditam na Trindade, isto é, que um Deus é igual a três deuses: Pai,
Filho e Espírito Santo. Ora, essa doutrina só pode ser falsa, pois, segundo a aritmética,
um é diferente de três. Só mesmo um tolo para acreditar nisso!
n) Eu quero vencer. Se eu quiser vencer, então, eu vencerei. Portanto, uma coisa é certa: eu vencerei!
p) Você tem duas opções: ou fica do nosso lado ou contra. Nós somos a maioria. Os que
pensam diferente de nós são uns imbecis! Além disso, se você escolher o outro lado e
precisar de nossa ajuda em momento de necessidade, pode ser que nós não possamos
te ajudar. Entendeu?
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1–
a) Modus Ponens, V
b) Afirmação do Consequente, I
c) Ad Hominem, I
d) Ad Populum, I
e) Modus Tollens, V
f) Espantalho, I
g) Silogismo Hipotético, V.
h) Silogismo Disjuntivo, V.
i) Equívoco, I.
j) Ad Baculum, I.
2–
a) Inválido. Falácia do apelo ao Povo (ad Populum).
b) Inválido. Falácia do apelo à força (ad Baculum).
c) Válido. Modus Ponens.
d) Inválido. Falácia do apelo à ignorância (ad Ignorantiam).
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
LÓGICA TRADICIONAL
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................52
1 AS PARTES DA LÓGICA.............................................................................................................................................53
1.1 APREENSÃO SIMPLES...........................................................................................................................................53
1.2 JUÍZO........................................................................................................................................................................53
1.3 RACIOCÍNIO............................................................................................................................................................54
2 LÓGICA E CIÊNCIA....................................................................................................................................................54
3 A IMPORTÂNCIA DA RAZÃO HUMANA...................................................................................................................55
4 RETÓRICA E DIALÉTICA...........................................................................................................................................56
4.1 ETHOS......................................................................................................................................................................56
4.2 PATHOS...................................................................................................................................................................56
4.3 LOGOS.....................................................................................................................................................................57
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5 PERSUASÃO..............................................................................................................................................................57
5.1 CAMPANHA PUBLICITÁRIA...................................................................................................................................58
5.2 CAMPANHA ELEITORAL........................................................................................................................................58
6 DEBATES....................................................................................................................................................................59
6.1 ESTRUTURA DE UM DEBATE................................................................................................................................59
7 A TOMADA DE DECISÃO...........................................................................................................................................60
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INTRODUÇÃO
Particular
O pintor produz o quadro segundo os preceitos da Pintura. Ele só é capaz disso, pois
tem a arte de pintar.
O exemplo particular é um caso de uma das belas artes. O sentido de arte é mais geral
e corresponde a vários outros tipos de saberes, tais como a Gramática, a Lógica, a Retórica, a
Aritmética, a Geometria etc.
O vocábulo latino ars tem um sentido bastante próximo ao termo grego techné. Este
último deu origem ao termo técnica, que implica que a arte é considerada, na acepção de ser, um
conhecimento prático e útil.
Quando dizemos, com a Tradição, que a Lógica é a arte que dirige o próprio ato da razão,
queremos inferir que a Lógica é entendida como Arte por excelência ou a Arte das artes. Donde
decorre a importância fundamental da Lógica, por considerarmos que a Lógica é a Arte pela qual
as outras artes são dirigidas racionalmente.
Isso não quer dizer que tudo seja lógica ou redutível à Lógica. Há vários outros domínios
do saber, de arte e de modos de conhecer, que não são estritamente lógicos ou racionais. Porém,
mesmo para perceber tal fato e expressá-lo, é necessário o emprego da razão e, consequentemente,
da Lógica.
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1 AS PARTES DA LÓGICA
A Lógica está relacionada a uma operação cujo objeto próprio é o raciocínio. Por meio
do raciocínio, é possível progredir no conhecimento da verdade. O raciocínio é uma operação
complexa, que depende de outras duas operações da razão.
São três as operações da razão: a apreensão simples, o juízo e o raciocínio.
1.2 Juízo
O juízo é o ato da inteligência que une ou separa os conceitos, mediante uma afirmação
ou uma negação, tendo a realidade como referência. Pelo juízo, afirmamos ou negamos uma coisa
de outra.
Por exemplo:
Quando dizemos “todo pernambucano é brasileiro”, estamos afirmando a conveniência
do conceito de “brasileiro” como predicado ao conceito de “pernambucano”.
O produto dessa operação também é denominado juízo. Um juízo é expresso por uma
proposição, ou seja, pode ser verdadeiro ou falso. Desse modo, podemos efetuar raciocínios.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.3 Raciocínio
O raciocínio é a operação própria da razão. O raciocínio nos permite chegar ao
conhecimento das coisas desconhecidas a partir do que já conhecemos.
Como discutido anteriormente, um raciocínio pode ser indutivo ou dedutivo. O exemplo
canônico de dedução é o silogismo, que é composto de três proposições (juízos). Por sua vez,
essas proposições são formadas pelo emprego de três termos. Os termos são as contrapartidas
linguísticas dos conceitos. Por isso, podemos dizer que um termo é um conceito verbal e que o
conceito é um termo mental.
O Quadro 1 resume as operações da razão e seus respectivos produtos mentais e
linguísticos.
2 LÓGICA E CIÊNCIA
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“Dizer do que é que ele não é ou do que não é que ele é, é falso; dizer do que é que ele é e do
que não é que ele não é, é verdadeiro.”
(Metafísica 1011b26-27 – Tradução Nossa).
Nessa esteira, o filósofo polonês Alfred Tarski (1901 - 1983) propõe a seguinte definição
Dada uma proposição “P”, temos que “P” é verdadeira se, e somente se, P.
Em outras palavras, uma proposição é verdadeira se, e somente se, o que ela significa
corresponde ao estado de coisas referido por ela.
Por exemplo:
A expressão entre aspas serve para distinguir proposição da situação (ou estado de
coisas). Assim, o que está entre aspas é a proposição que afirma que a neve é branca e, sem aspas,
o próprio estado de coisas no mundo. A proposição é verdadeira, porque corresponde à situação
(a neve é branca).
Pode parecer que tal discussão seja trivial, mas nem todos os filósofos concordam com tais
considerações. Uma vez assumida uma teoria da verdade, a Lógica tem a função de determinar
em quais condições certas proposições podem ser inferidas como verdadeiras a partir de outras
premissas assumidas como verdadeiras.
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4 RETÓRICA E DIALÉTICA
Para tratar das artes da descoberta e comunicação da verdade, Aristóteles dedicou vários
tratados. Além de praticamente ter criado a Lógica, Aristóteles também sistematizou a Retórica e
a Dialética como ferramentas na busca da verdade.
Segundo Aristóteles, a Retórica é a outra face da Dialética. Ambas são artes que lidam com
matéria opinável, com o provável, e não com o certo. As duas artes podem oferecer argumentos
para defender posições contrárias. A Dialética trata de questões filosóficas e mais gerais mediante
o emprego de termos mais técnicos e precisos. A Retórica, por sua vez, trata de questões mais
práticas e particulares. É sobre alguns aspectos fundamentais da Retórica que nos concentraremos
a seguir. Segundo Aristóteles, “a Retórica pode ser definida como a faculdade de se observar em
cada caso os meios disponíveis de persuasão” (Retórica, I, 2, 1355b 26-27).
Tradicionalmente, são três os modos de persuasão, a saber, ethos, pathos e logos. O ethos
objetiva estabelecer o caráter pessoal do emissor como uma autoridade. O pathos visa colocar
emotivamente a audiência em certa disposição mental. O logos é a parte mais racional do discurso,
que tenta estabelecer-se como uma prova.
4.1 Ethos
Ethos: O próximo palestrante é o Dr. Tomasini. Ele é graduado em Filosofia pela Universidade
da Califórnia e Doutor pela Universidade de Oxford. É especialista em Epistemologia e tem publicado
diversos livros e artigos em reconhecidas revistas na área. Atualmente, é Coordenador do Projeto
“Racionalidade e Conhecimento Humano”, da Universidade de St. Andrews. Dr. Tomasini recebeu o
Prêmio Gettier por seu livro “Novas Perspectivas em Epistemologia” e escreve periodicamente artigos
para o Jornal New York Times sobre assuntos filosóficos.
4.2 Pathos
O pathos persuade o receptor mediante certo apelo emocional, de tal modo que desperte
sentimentos favoráveis à aceitação de seu discurso. Pelo pathos, a audiência é estimulada a adotar
certa disposição mental mais receptiva. Por exemplo:
Pathos: “Cansado de ficar preso em casa? Chega de trabalho! É hora de viajar e conhecer
novos lugares. Nossa agência tem muitas opções para que você possa desfrutar as merecidas férias.
Venha viver essa aventura”.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4.3 Logos
O logos consiste na prova ou inferência racional propriamente dita. Basicamente, os tipos
de argumentos e inferências válidos estudados neste curso até agora correspondem ao logos dos
discursos. Por exemplo:
Logos: “Pesquisas têm mostrado que o uso de nosso medicamento, associado com a prática
de atividades físicas, pode auxiliar em até 80% a redução de peso. Das 20 pessoas que participaram
de um experimento, 12 pessoas perderam 15 Kg em menos de duas semanas. As outras 8 pessoas
perderam entre 5 kg e 10 Kg.”
Tais informações apelam para o aspecto racional do público, mostrando casos anteriores,
resultados de pesquisas e dados estatísticos, com o objetivo de mostrar a funcionalidade de um
produto.
5 PERSUASÃO
O termo grego “ethos” significa “caráter”. Tal palavra está relacionada ao termo “ethikos”,
que significa “moralidade” e que deu origem ao termo “ética”.
Segundo Aristóteles, existem três categorias de ethos:
O orador deve cultivar tais virtudes para que possa, de fato, atingir a audiência de forma
persuasiva. Ele deve ser prudente, excelente e benevolente. Cada uma dessas categorias do ethos
está diretamente relacionada a uma das formas de persuasão aristotélicas.
A phrónesis permite argumentos e conselhos sábios e razoáveis. Possibilita, desse modo,
o logos do discurso.
A areté permite argumentar de modo honesto e sincero. Isso é a base para o ethos do
discurso.
A eunoia permite a solidariedade e amabilidade com o público. Estabelece-se, assim, o
pathos do discurso.
Outros exemplos do emprego das formas ethos, pathos e logos são apresentados a seguir.
Vejamos:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXERCÍCIO PROPOSTO:
Júlia está tentando convencer sua mãe a fim de que possa participar da viagem de
formatura que sua turma de Ensino Médio está organizando. Ela diz: “Mãe, todos os
meus colegas vão participar dessa viagem. Eu prometo que vou me comportar. Se você
não me deixar participar, eu serei a única esquisitona da minha escola que não vai viajar
com a galera. Que vergonha! Isso é pior do que a morte!”
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
6 DEBATES
O debate é um ato comunicativo no qual duas ou mais pessoas apresentam suas opiniões.
Usualmente, um debate se dá de modo argumentativo e é sobre um tema específico.
Um debate pode ser formal ou informal:
1 - Debate formal: tem formato rígido, com regras e temas preestabelecidos. Normalmente,
é mediado por um moderador, cujo papel é garantir a ordem e a igualdade de oportunidades para
os debatedores.
2 - Debate informal: ocorre espontaneamente entre pessoas que têm perspectivas
diferentes sobre determinado assunto e podem apresentar livremente seus pontos de vista.
O exemplo clássico de debate é a disputatio medieval, além dos debates eleitorais
organizados por canais de TV e estações de rádio, bem como os debates sobre temas diversos
organizados por instituições de ensino e entidades culturais.
Em um debate, os debatedores devem apresentar posições opostas, pelo menos
inicialmente. Se todos os participantes envolvidos concordam de antemão com as teses que serão
discutidas, então, isso não configura um debate. O debate visa à busca pela verdade. Se um dos
debatedores for convencido de que estava inicialmente errado devido aos argumentos de seu
adversário, pode-se dizer que ele é o verdadeiro ganhador.
Figura 1 – Estrutura de um debate com proposição de uma tese. Fonte: Adaptado de Rescher (1997).
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Outros tipos de debate seguem mais ou menos a mesma estrutura. Pode ocorrer que o
oponente também tenha que apresentar a sua tese e confrontar a refutação do outro debatedor.
Tal estrutura também pode ser utilizada por uma peossa que tenta desenvolver um
raciocínio sobre determinado assunto, exercendo o papel de proponente e oponente em um
exercício mental de debate. Esse procedimento pode nos ajudar na tomada de decisão em um
sentido bem amplo.
7 A TOMADA DE DECISÃO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
2 - Quais são as três operações da razão e quais são seus produtos mentais e linguísticos?
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ADLER, M. Aristóteles para todos. São Paulo: É Realizações, 2010.
GARDEIL, H.-D. Iniciação à Filosofia de São Tomás de Aquino. Introdução, Lógica, Cosmologia.
São Paulo: Paulus, 2013.
ROCHA, E. Raciocínio Lógico para Concursos. São Paulo: Ed. Impetus, 2010.
ROCHA, E.; AIRES, M. A Lógica do Cotidiano - Como o Raciocínio Lógico contribui para o
seu desenvolvimento profissional. São Paulo: Impetus, 2010.
SINHA, N. K. The Pearson Guide to Logical Reasoning and Data Interpretation for the CAT
[Common Admission Test]. 2nd. ed. New Delhi: Dorling Kindersley, 2009.
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