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Primeiramente, deixo uma frase de
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios Diagramação:
não vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
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Cada um de nós tem uma grande
responsabilidade sobre as escolhas que Revisão Textual:
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Gabriela de Castro Pereira
acadêmica e profissional, refletindo diretamente Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
em nossa vida pessoal e em nossas relações Luana Ramos Rocha
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação Produção Audiovisual:
e conhecimento advindos de profissionais que Heber Acuña Berger
possuam novas habilidades para liderança e Leonardo Mateus Gusmão Lopes
sobrevivência no mercado de trabalho. Márcio Alexandre Júnior Lara
Pedro Paulo Liasch
De fato, a tecnologia e a comunicação
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
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diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
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nos proporcionando momentos inesquecíveis.
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a
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capaz de formar cidadãos integrantes de uma
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
HOMEOPATIA
HISTÓRICO E PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA
PROF.A DRA. GISLAINE JANAINA SANCHEZ FALKOWSKI
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................................4
1 - HISTÓRICO DA HOMEOPATIA...............................................................................................................................5
2 - HOMEOPATIA NO BRASIL.....................................................................................................................................9
3 - HOMEOPATIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO BRASIL – SUS................................................................. 13
4 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS.............................................................................................................................15
5 - PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA HOMEOPATIA.............................................................................................. 17
5.1. A EXPERIMENTAÇÃO EM HOMENS SÃOS........................................................................................................ 17
5.2. LEI DOS SEMELHANTES....................................................................................................................................18
5.3. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO ÚNICO E DINAMIZADO .................................................................. 20
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A homeopatia é o método terapêutico complementar/alternativo baseado na aplicação de
uma lei farmacológica denominada a lei dos semelhantes ou princípio de similitude. Essa lei foi
enunciada por Hahnemann desde 1796 em seu “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir
as virtudes curativas das substâncias medicinais”.
No plano farmacodinâmico, o princípio dos semelhantes expressa-se da seguinte
forma: “todo produto que for administrado em forte dose a um homem em boa saúde origina
perturbações determinadas, em dose fraca, pode fazer desaparecer essas mesmas perturbações
no homem doente”.
A medicina complementar/alternativa é difundida pelo mundo e a Organização Mundial
da Saúde (OMS) vem estimulando o uso destes métodos. No Brasil, o Ministério da Saúde aprovou
a “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde
(PNPIC-SUS)”, com o intuito de incentivar e apoiar projetos de assistência, ensino e pesquisas
nas diversas esferas do SUS, juntamente com outras práticas não convencionais.
A disciplina de homeopatiaestá dividida em quatro módulos: I – Histórico e Princípios
Fundamentais da Homeopatia; II – Escolas Médicas Homeopáticas, Processo Saúde Doença na
Homeopatia e Farmacologia Homeopática; III – Medicamentos e Tinturas Homeopáticas, Escolas
HOMEOPATIA | UNIDADE 1
e Métodos de Preparação das Formas Farmacêuticas derivadas: Método Hahnemaniano, Método
Korsakoviano; IV – Método de Fluxo contínuo, Special Dinamization, Formas Farmacêuticas
de Dispensação dos Medicamentos Homeopáticos, Bioterápicos, Farmácia Homeopática
(Infraestrutura, produtos e legislações), Controle de Qualidade.
Os conteúdos dos módulos servirão de apoio para o conhecimento e aplicação de seus
fundamentos em diversos segmentos da prática homeopática.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - HISTÓRICO DA HOMEOPATIA
A homeopatia, do grego, Homoios: semelhante e pathos: doença. É uma modalidade
terapêutica praticada há mais de duzentos anos, tendo como criador o médico alemão, Christian
Friedrich Samuel Hahnemann, nascido em Meissen em 1755. Preparado para ser um comerciante,
aprendeu várias línguas estrangeiras, assim como o alemão, inglês, francês, espanhol, latim, árabe,
grego, hebreu, caldeu. O conhecimento em diversos idiomas lhe possibilitou, no início de sua
vida profissional, sobreviver fazendo traduções, segundo Coulter (1982).
Iniciou o curso de Medicina na Universidade de Leipzig (1775), porém, insatisfeito
com o enfoque exclusivamente teórico das aulas e não prático transferiu seu estudo para Viena,
concluindo-o em 1779 na Universidade de Erlangen, onde estudou no grande Hospital de
Leopoldstadt Irmãos da Caridade, sob orientação do grande clínico Quarin, médico da família
real, e por várias vezes reitor da Universidade de Viena, explica Coulter (1982).
No ano de 1782, Hahnemann casou-se com Johanna Leopoldina Henriette Küchler,
nove anos mais nova do que ele, enteada de um farmacêutico, o que lhe fez aprender e dominar
as técnicas farmacêuticas da época. A família mudou-se para Dresden e ele se concentrou em
escrever a partir de 1785 a 1789, cita Kayne (1997).
Hahnemann era considerado bom médico da época, porém estava profundamente abalado
em suas convicções médicas pela pobreza da terapêutica da época, de uma medicina que não
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curava epouco aliviava devido existir várias idéias fantasiosas sobre como se originam as doenças
no interior dos indivíduos, levaram a práticas médicas reconhecidamente nocivas e prejudiciais
aos pacientes. Chamada de “medicina heróica” adotava a estratégia de provocar a eliminação dos
venenos internos através do aumento de diversas excreções orgânicas. A sangria feita através de
sanguessugas, ventosas ou secção de veias. Mas não ficava só na sangria o tratamento da época,
eram prescritas substâncias muito tóxicas, como o arsênico que reduziria a temperatura corporal,
o calomelano (cloreto de mercúrio) que atuaria como purgativo e emético, na falsa crença de
que a diarréia e os vômitos eliminariam as impurezas internas. Além disso, era comum o uso de
substâncias cáusticas e irritantes sobre a pele, provocando supurações, o que era mais uma vez
interpretado como eliminação de impurezas internas. Nesta época, ficou famosa a frase que se
atribuía aos médicos, após o rotineiro falecimento dos pacientes atendidos: “ele morreu curado”.
Os médicos julgavam-se autoridades máximas e não duvidavam de seus métodos mesmo diante
de desastrosas evidências do dano que causavam. Diante de um ambiente iatrogênico, em 1789
Hahnemann decidiu abandonar a clínica médica, após nove anos de prática, coloca Black (1994).
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da homeopatia, através do tratamento de substâncias que causam sintomas “semelhantes” aos da
doença a ser tratada, segundo Corrêa (1997).
Após várias experimentações em si mesmo e em sua família, Hahnemann publicou seus
primeiros resultados em 1796, em um texto chamado de “Ensaio sobre um novo princípio para
descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários a
respeito dos princípios aceitos na época atual”. Esse texto marca o nascimento do sistema médico
que Hahnemann denominou Homeopatia (em alemão: homoopathie, do grego: homoios-
semelhante + pathos- sofrimento). Logo após a primeira publicação sobre a nova doutrina, ele
foi muito perseguido por farmacêuticos e médicos viu-se muitas vezes forçado a mudar de uma
cidade para outra, cita Demarque (2002).
Hahnemann começou seus tratamentos aplicando grandes doses, ele não utilizava as doses
diluídas e potencializadas pela dinamização. Ele empregava doses elevadas de medicamentos,
sobretudo na forma de tintura. Assim, antes que o organismo doente começasse a reagir,
ocorria uma agravação inicial dos sintomas, pelo somatório dos sintomas naturais provocados
pela doença, como sintomas artificiais, provocado pelo medicamento, desta formaele procurou
desenvolver um procedimento para proteger o paciente e evitar intoxicações, expõe Bradford
(2015) e Fontes (2012).
Com a finalidade de diminuir os efeitos negativos da agravação dos sintomas, a partir
de 1801 passou a diluir as substâncias para que fossem ministradas em pequenas quantias.
Hahnemann concluiu também que, se os processos de saúde, doença e cura são dinâmicos, o
medicamento também deveria ser. Sendo assim, as substâncias homeopáticas passariam pelo
chamado processo de dinamização: ao serem preparadas, deveriam sofrer batidas fortes e
ritmadas para despertar a energia contida nos elementos, coloca Bradford (2015); Haehl (1922)
(Figura 1). Retomou a prática médica, porém como homeopata, em 1805, ano em que publicou
“Esculápio na Balança” e “Medicina da Experiência” (FONTES, 2012).
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Em 1810, foi publicado o Organon da Arte de Curar, em sua primeira edição, recebendo
inúmeras críticas e diversos ataques pessoais. Hahnemann perdeu o posto de médico da higiene
que lhe havia concedido a cidade de Leipzig. Porém, tendo aberto um consultório médico, viu
afluírem os doentes. Certos médicos, de espírito mais aberto, se interessaram pela doutrina e
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começaram a estudá-la. Grupos e sociedades médicas de homeopatias foram constituídos e as
honras chegaram, explica Tetau (1980). Entre 1811 e 1826, publicou 6 volumes da Matéria Médica
Pura, com 1.777 páginas e 64 medicamentos experimentados, afirma Fontes (2012).
Em 1812, Hahnemann passou a proferir conferências na Universidade de Leipzig, levando
sua doutrina para os alunos de medicina dessa instituição. Entusiasmados,Stapf, Franz, Gross,
Hartmann, Hornburg, Wislecenius e os irmãos Fernando e Teodoro Rueckert,freqüentavam a
casa de Hahnemann para aprofundar seus estudos e realizar experimentos homeopáticos, o que
se chamou o grupo da “bandeira de Ouro”. Após formarem-se em médicos, acabaram difundindo
a genial obra de Hahnemann. A reputação da homeopatia cresceu rapidamente graças aos bons
resultados obtidos, atraindo a atenção de médicos e pacientes de vários países do continente
europeu, coloca Demarque (2002) e Luz (2014).
Ainda em 1812, as teorias de Hahnemann passaram por um teste extremo, quando
Napoleão lhe deixou tratar 180 pessoas que sofriam de tifo, doença que assolava a França,
matando milhares de pessoas e confundindo a maior parte dos médicos. Somente uma dessas
180 pessoas faleceu, um resultado impressionante na época, e a homeopatia começou a se afirmar
entre as práticas médicas européias como uma prática complementar bem-vista, cita Balch &
Stengler (2005).
O criador da homeopatia conseguiu encontrar uma solução para a maioria das doenças
tratadas por ele. Todavia, seu tratamento apresentava dificuldades diante das doenças crônicas,
que reapareciam frequentemente com novos sintomas. Passou a pesquisar de forma exaustiva os
casos crônicos reincidentes até encontrar a presença de um fator desencadeador desses processos
denominado por ele de “miasma”, fornecendo a explicação da cronicidade de doenças como a
Sicose, sífilis e a Psora. Assim, em 1828 publica “Doenças Crônicas, de sua natureza e de seu
tratamento homeopático”, obra de suma importância dentro da doutrina homeopática, composta
com 5 volumes, versa sobre a causa das doenças crônicas, junto com o estudo de uma série de
novos medicamentos para o tratamento dessas doenças, explica Fontes (2012).
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instalando a doença, o medicamento dinamizado, condicionado pela similitude, atuaria sobre a
mesma força vital reconduzindo-a ao equilíbrio inicial, expõe Haehl (1922).
Em 1921, Richard Haehl, de Stuttgart, adquire todo o espólio literário de Hahnemann e
funda o Museu de Hahnemann, em Stuttgart. Mais tarde o museu foi acomodado no Instituto
Paracelsus-Hahnemann (Stuttgart). Neste mesmo ano, houve a publicação da 6ª. Edição do
Organon, por meio de Richard Hael e a Inauguração do Hospital Homeopático de Stuttgart,
expõe Haehl (1922). Em 1922, foi publicado a Biografia de Hahnemann em dois volumes por
Richard Hael (Editora Schwabe - Leipzig), coloca Haehl (1922).
Os discípulos alemães de hahnemann propagaram a homeopatia para a América e a
Inglaterra. Na França, formou discípulos que a propagaram para os países latinos. Nos EUA,
Hering fundou, em 1833, a Academia Americana de Homeopatia, e um de seus discípulos, James
Tyler Kent, produziu uma enorme obra homeopática, filosófica e prática, em sua Matéria Médica
e Repertório. Nos EUA, a homeopatia teve seu apogeu no final da Primeira Grande Guerra e quase
desapareceu após a Segunda Grande Guerra, para renascer na década de 70 com o movimento
naturalista. Na Inglaterra, a prática hospitalar é exercida livremente. A família real britânica
sempre foi e continua sendo assistida por famosos homeopatas, afirma Corrêa (1997); Fontes
(2012).
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2 - HOMEOPATIA NO BRASIL
Antes da introdução da homeopatia no Brasil, sua prática era conhecida pelas cortes
brasileiras, pois, Hahnemann havia trocado correspondência com José Bonifácio, sobre
mineralogia, porque ambos tinham grande interesse pelo assunto. Foi do Brasil que Hahnemann
mandou buscar a planta Ipecacuanha para prepará-la segundo suas técnicas. Apesar do
conhecimento da homeopatia no território brasileiro, ela foi introduzida no ano de 1840, pelo
médico francês natural de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, tendo seu desembarque datado no dia 21
de novembro, por este motivo, esta data, no Brasil, se comemora o dia da Homeopatia, conforme
Barbosa Neto (2006).
Benoit Mure chegou ao Brasil acompanhado de outras famílias para organizar uma
colônia comunitária na província de Sahy, baseada nos ideais de Charles Fourier, fundando um
falanstério, em Santa Catarina, no qual o projeto resultou emfracasso, mudando-se para o Rio de
Janeiro, ondepassou a exercer e a divulgar a Homeopatia, convertendo muitos médicos famosos à
Homeopatia. O cirurgião português João Vicente Martins tornou-se seu primeiro assistente, afirma
Luz (1988). Benoit Mure estudou e utilizou plantas e animais brasileiros. Incansável divulgador
das idéias de Hahnemann, ele enviava gratuitamente pacotes com os principais medicamentos e
uma Matéria Médica para todos os médicos alopatas que se interessassem pela Homeopatia. As
tinturas e as substâncias utilizadas em homeopatia eram provenientes da Europa e os próprios
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médicos manipulavam-nas devido à inexistência de farmácias especializadas, coloca Luz (1991).
O número de homeopatas foi crescendo e, por conseguinte, os farmacêuticos passaram
a manifestar interesse pelas doutrinas, participando dos cursos organizados pelo Dr. Mure e
seu colega, Dr. João Vicente Martins, segundo Fontes (2012). No período posterior a 1840, a
Homeopatia foi largamente discutida pela imprensa, principalmente no jornal do Comércio. Sua
imagem era denegrida através dos professores e grandes doutores em medicina, da Bahia e do
Rio de Janeiro, e arduamente defendida pelo próprio editor do jornal, o Dr. José da Gama e
Castro, que abria espaço permanente para as matérias polêmicas de João Vicente Martins e para
os homeopatas da época, coloca Galhardo (1926).
Em 1844, foi fundada a Escola de Homeopatia do Rio de Janeiro por Benoit Mure,
juntamente com seu amigo e discípulo, João Vicente Martins, no local do primeiro consultório
homeopático na cidade do Rio de Janeiro, à Rua São José, nº 59, com o objetivo de propagar a
homeopatia em favor dos pobres. Atualmente a Escola de Homeopatia do Rio de Janeiro existe
com o nome de Instituto Hahnemanniano do Brasil, desde 1959 com este nome (Figura 2). A
prática homeopática era amplamente empregada devido ao seu baixo custo e eficiência, utilizada
pelos leigos, escravos e pelas classes excluídas, um fator importante que contribuiu para sua
perpetuação no Brasil, expõe Barbosa Neto (2006); Galhardo (1926).
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Figura 2 – Instituto Hahnemanniano do Brasil. Fonte: Homeopatia e saúde (2017).
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Figura 3 – Texto de Benoit Mure e João Vicente Martins com o detalhe do anúncio do Primeiro consultório gratui-
to para os pobres (1847). Fonte: Diniz (2008).
Além disso, o seu primeiro secretário João Vicente Martins dirigiu-se à Câmara dos
Deputados em fevereiro de 1850, oferecendo medicamentos homeopáticos para tratamento da
febre e propondo que fossem criados hospitais onde estes pudessem ser ministrados, deixando
a cargo do doente a escolha pelo tratamento alopático ou homeopático. No mês seguinte, não
tendo obtido resposta, encaminhou novo oferecimento, sendo então ameaçado de deportação
por sua insistência e crítica ao tratamento utilizado pela medicina alopática, segundo Fiocruz
(1930). Por volta de 1851, a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos,
aprovou a separação da prática médica da prática farmacêutica.
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atendimento homeopático gratuito, explica Matos (2009). Seabra ficou adepto à Homeopatia,
devido à cura de um filho pela terapêutica Hahnemaniana, administrada pelos irmãos Manoel e
Antônio Murtinho Nobre, coloca Weber (2011).
Em 1912, nasce a Faculdade Hahnemaniana de medicina e, em 1916, o Hospital
Hahnemaniano do Brasil, mostra Galhardo (1926). Em 1918, a variação letal do vírus Influenza
se espalha por todos os continentes, chegando ao Brasil. A pandemia, conhecida como a gripe
espanhola, matou mais de 20 milhões de pessoas. E por intermédio do medicamento “Gripina”,
uma das fórmulas de Alberto Seabra, colaborou com a cura junto a Autoridades Sanitárias e o
Governo da época, segundo AMSP (2018). No ano de 1926, foi realizado o primeiro congresso de
Homeopatia no Rio de Janeiro, afirma Galhardo (1926).
Em 1932, foi criada a Liga Homeopática Brasileira, que teve duração efêmera, no entanto,
a associação Paulista de Homeopatia (APH) é fundada em 1936, local onde passa a ser oferecido
o curso de especialização em Homeopatia. Atualmente, em São Paulo, é a Escola Paulista de
Homeopatia (EPH) que responde pelo curso de especialização com duração de três anos, explica
Galhardo (1926). Em 17 de abril de 1941, no Rio Grande do Sul, foi fundada oficialmente a
Liga Homeopática do estado, iniciativa do doutor David Castro, também idealizador do Grupo
de Estudos Homeopáticos de São Paulo, “Benoit Mure”. Ele muito trabalhou pela Homeopatia
no Brasil formando muitos Homeopatas, afirma Weber (2011). Em 1945, com a finalidade de
estimular a divulgação dos princípios homeopáticos no Brasil, foi fundada a Federação Brasileira
de Homeopatia, com sede no Rio de Janeiro, cita Weber (2011).
Em 1952, torna-se obrigatório o ensino de técnicas de farmácia homeopática nas
faculdades de farmácia do Brasil, sendo uns dos primeiros países a ter o ensino obrigatório, explica
Corrêia e Leite (2008). A partir de 1965 surgiram leis específicas para a farmácia homeopática,
por meio do decreto nº 78.841, de 25 de novembro de 1976, sendo aprovada a parte geral da 1ª
edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira, segundo Fontes (2012). Em 4 de Julho de 1980
a Homeopatia é reconhecida, no Brasil, como especialidade médica pelo Conselho Federal de
Medicina pelo Decreto nº 1000, conforme Fontes (2012).
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principais pressupostos homeopáticos com descrição de ensaios clínicos randomizados e placebos-
controlados, revisões sistemáticas, descrição de centenas de experimentos e dezenas de linhas
de pesquisa que atestam o efeito das ultradiluições em modelos físico-químicos e biológicos (in
vitro, plantas e animais). Este Dossiê teve como objetivo principal informar, esclarecer e
sensibilizar profissionais da saúde, meio acadêmico e os órgãos de comunicação sobre a validade
e a importância do emprego da homeopatia como prática médica adjuvante e complementar às
demais especialidades, bem como dar subsídios para a defesa da prática homeopática que vem
sendo reiteradamente criticada pela falsa idéia de que não possui evidências científicas, mostra
AMHB (2017).
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apesar dessas recomendações, ainda não é observada uma ampliação significativa da rede de
atenção homeopática no SUS, afirma Salles e Ayres (2013).
No que diz a respeito à homeopatia, os dados da PNPIC-SUS demonstram que embora
venha ocorrendo aumento da oferta de serviços, a assistência farmacêutica em homeopatia
não acompanha essa tendência. Conforme levantamento da Associação Médica Homeopática
Brasileira (AMHB), realizado em 2000, apenas 30% dos serviços de homeopatia da rede SUS
forneciam medicamento homeopático. Em 2004, os dados levantados pelo Ministério da Saúde
revelaram que somente 9,6% dos municípios que informaram ofertar serviços de homeopatia
possuíam farmácia pública de manipulação, sendo que dos que as tinham, apenas 7,39%
apresentavam farmacêutico habilitado em homeopatia, conforme Brasil (2006). Em 2007, foram
312.533 consultas com investimento federal, explica Brasil (2009).
Agarantia de medicamentos homeopáticos no SUS ocorreu por meio da edição da
Portaria nº 4.217/MS, de 28/12/2010, após pacto com dez estados da federação. O referido pacto
os incluiu no elenco de referência da assistência farmacêutica na atenção básica e aprovou as
normas de financiamento e execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, expõe
Brasil (2010; 2011). Com a edição da nova Portaria da Assistência Farmacêutica na Atenção
Básica, de nº 1.555, de 03/07/2013, foi incluído um item específico para a aquisição de matrizes
e tinturas homeopáticasde acordo com a Farmacopéia Homeopática Brasileira de 2011, segundo
Brasil (2013).
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4 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS
• Homeopatia: termo criado por Hahnemann em sua obra “Organon da arte de curar”
para designar o sistema médico baseado na lei dos semelhantes (similia similibus curentur).
• Alopatia: (do grego: alloion - diferente + pathos - sofrimento) termo criado por
Hahnemann para designar a medicina oficial de seu tempo. Emprega remédios de ação diferente
da doença que se visa tratar.
• Isopatia: (do grego: isos - igual) método terapêutico que utiliza (para curar ou prevenir)
o mesmo fator que aparentemente é a causa da doença. São exemplos: as vacinas e os soros.
HOMEOPATIA | UNIDADE 1
• Sintoma: sensação subjetiva. Aquilo que é sentido pela pessoa, mas não visualizado.
• Droga: Matéria prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica, utilizada para
preparação do medicamento homeopático.
∘ Escala Decimal: preparada na proporção de 1/10 (uma parte do insumo ativo em nove
partes de insumo inerte, perfazendo um total de 10 partes);
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∘ Insumo inerte: Substância utilizada como veículo ou excipiente para a preparação dos
medicamentos homeopáticos.
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ativos.
∘ Placebo: Substância que não possui nenhuma ação específica sobre o organismo
humano, ou seja, trata-se de uma substância farmacologicamente inerte.
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uma série de pequenos animais. A noz-vômica e o acônito são inofensivos para suínos e cães,
respectivamente, mas podem matar um homem. Além disso, apenas os sintomas mais grosseiros
podem ser registrados, uma vez que os animais não se expressam por palavras. Os testes em
doentes também não são tolerados, pois a mistura dos sintomas provocados pela doença natural
com os sintomas provocados pela droga teste impede uma avaliação correta do experimento,
explica Fontes (2012).
A experimentação no homem sadio foi uma das maiores contribuições de Hahnemann
para a Medicina. Uma inovaçãodos métodos de pesquisa. A questão a ser respondida era: -
Como descobrir possíveisefeitos curativos de determinada substância? Hahnemann estabelece
orientações para a experimentação de substâncias:
1 - Em cada experiência deve-se estudar uma única substância diluídasegundo o método
homeopático;
2 - Administrá-la repetidamente a um grande número de indivíduossaudáveis de ambos
os sexos;
3 - Observar e anotar as alterações que daí surgirem no estado físico emental dos
participantes.
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determinados sintomas é capaz de curar (Figura 4), desde que em doses adequadas, um homem
que apresente um quadro mórbido semelhante, com exceção das lesões irreversíveis, expõe
Fontes (2012). Esta lei não foi uma descoberta de Hahnemann. Hipócrates já expressara tal ideia
noaforismo: similia similibus curantur (semelhante cura semelhante). Pelosemelhante se produz
a enfermidade e, aplicando-se o semelhante, ela é curada. Todavia, foi Hahnemann o descobridor
do seu mecanismo de aplicação e de sua utilização científica na cura dos doentes, afirmaBarbosa
Neto (2006); Fontes (2012).
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HOMEOPATIA | UNIDADE 1
sendo testada. Esses sintomas são chamados de sintomas patogenéticos. Para que o organismo
produza sintomas é necessário que a dosagem da substância testada seja forte o bastante para
promover o seu desequilíbrio, ou que o organismo tenha alto grau de sensibilidade à substância
testada, explica Fontes (2012). A semelhança entre o medicamento e o doente será tão maior
quanto maior for a individualização dos sintomas, segundo Barbosa Neto (2006).
Hahnemann cita várias aplicações da lei dos semelhantes relatadas por médicosanteriores
a ele. Alguns exemplos:
- Bertholon percebeu que a eletricidade aliviava um tipo de dor semelhante àque ela
mesma produz;
- Boulduc dizia que o ruibarbo é um laxante para pessoas saudáveis, por issocontrola a
diarréia dos doentes;
- Stahl comprovou que o estanho curava violentas dores de estômago eproduzia as mesmas
dores em pessoas saudáveis;
- Pesquisadores observaram que o arsênico produz fortes dores no peito eAlexander
afirmou que o arsênico é remédio eficaz contra a angina do peito;
- Cullen percebeu que a cânfora curava pacientes com febre baixa e fadiga eprovocava
esses mesmos sintomas numa pessoa sã.
- (outros inúmeros exemplos são citados por Hahnemann na introdução dasexta edição
do Organon da arte de curar).
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HOMEOPATIA | UNIDADE 1
A partir desse experimento, o criador da homeopatia passou a utilizar diluições
infinitesimais e potencializadas pelas fortes agitações que imprimia na manipulação dos
medicamentos homeopáticos. Esse processo farmacotécnico, conhecido como dinamização,
promove curas mais rápidas e suaves. A diluição do insumo ativo, sempre intercalada pelas
sucussões, obedece a uma progressão geométrica, promovendo diminuição de sua concentração
química e aumento de sua ação dinâmica que estimula a reação do organismo na direção da cura.
Segue uma explanação inicial do processo de preparação do medicamento homeopático:
- Uma parte do insumo ativo + 99 partes do insumo inerte + sucussões = 1ª dinamização
centesimal hahnemanniana (1CH);
- Uma parte da 1CH + 99 partes do insumo inerte + sucussões = 2ª dinamização centesimal
hahnemanniana (2CH);
- Uma parte da 2CH + 99 partes do insumo inerte + sucussões = 3ª dinamização centesimal
hahnemanniana (3CH);
- E assim sucessivamente, conforme figura 5.
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HOMEOPATIA | UNIDADE 1
hahnemanniana = 1CH
2ª dinamização centesimal 1/10.000 0,01 para 100 10-4
hahnemanniana = 2CH
3ª dinamização centesimal 1/1.000.000 0,0001 para 100 10-6
hahnemanniana = 3CH
4ª dinamização centesimal 1/100.000.000 0,000001 para 100 10-8
hahnemanniana = 4CH
12ª dinamização centesimal 1/1.1023 0 (21 zeros) para 100 10-24
hahnemanniana = 12CH
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
HOMEOPATIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................23
1 - ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICA...................................................................................................................24
1.1. UNICISMO E A ESCOLA DE KENT (JAMES TYLER KENT: 1849-1916).............................................................24
2 - CONCEPÇÃO HOMEOPÁTICA DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA: ENERGIA VITAL ....................................... 29
2.1. MECANISMO DE AÇÃO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO: PROCESSO DE CURA...................................32
3 - FARMACOLOGIA HOMEOPÁTICA: AÇÃO PRIMÁRIA E REAÇÃO SECUNDÁRIA ............................................ 36
3.1. AÇÃO PRIMÁRIA DIRETA (PATOGENÉTICA) DA DROGA..................................................................................37
3.2. AÇÃO SECUNDÁRIA INDIRETA (CURATIVA) DO ORGANISMO.......................................................................37
3.3. A ENERGIA MEDICAMENTOSA ....................................................................................................................... 40
3.4. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO, ELIMINAÇÃO E POSOLOGIA...............................................................................41
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
As escolas médicas homeopáticas, na sua prática, basicamente seguem a escola unicista,
pluralista e organicista.
A complexidade do entendimento da prática homeopática é discutida no processo saúde-
doença, sua descontinuidade entre as diferentes abordagens permite ampliar o entendimento da
natureza íntima do ser humano em seus diferentes tratamentos homeopáticos.
O papel do medicamento homeopático é estimular e direcionar uma reação do organismo
contra os desequilíbrios instalados, reequilibrando as funções orgânicas. Desta forma, busca-
se estimular uma reação integrativa (psico-neuro-imuno-endócrino-metabólica), desde que o
medicamento consiga abranger a totalidade de sintomas característicos do paciente.
A Homeopatia atua no reequilíbrio da unidade substancial formada pelo corpo físico
e a força vital. Este reequilíbrio orgânico-vital se manifesta nas demais instâncias superiores,
modulando as suscetibilidades emocionais e psíquicas, e transmitindo uma sensação de bem-
estar geral ao indivíduo, assim, agora, estudaremos com mais detalhes as diferentes formas
de aplicação das escolas médicas homeopáticas e compreenderemos a ação do medicamento
homeopático no homem.
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
Conforme o § 273 do Organon, em nenhum caso de tratamento é necessário e também
não é tolerável administrar a um doente mais de um medicamento único e simples em uma
só vez, sendo absolutamente proibido dar a um doente, ao mesmo tempo, duas diferentes
substâncias medicinais (HAHNEMANN, 2007).
O medicamento prescrito para o quadro agudo ou quadro crônico será realizado através
dispensação de um único medicamento, em dose única ou repetida, após cuidadosa escolha, de
acordo com a lei de semelhança, aguardando a ação do medicamento e conseqüente reação do
organismo. Segundo os princípios de Hahnemann, através da experimentação no homem são e
sensível e exigência da individualização (ABRAH, 2018).
Hahnemann costumava ver o paciente dele todos os dias e mudar o remédio receitado
se este não fosse atuante. Por outro lado, acontecia-lhe receitar, para o mesmo doente e uma
mesma doença, dois ou três remédios diferentes, porém alternando-os. Por exemplo, prescreve-
se em uma síndrome coqueluchóide: 1 dose de Drosera 15 CH. Logo que o remédio faz efeito, a
prescrição não é renovada.
Quando se muda o quadro clínico é que desaparece a indicação do primeiro remédio,
ou o doente está curado e nos abstemos de qualquer medicamento, ou então aparece uma nova
sintomatologia que postula uma nova escolha, e assim por diante até que o paciente seja curado
(TETAU, 1980).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Vantagens do unicismo:
1 – Verdadeira cura, com base na totalidade sintomática, e correlação de semelhança
2 – Seguimento detalhado
3 – Domínio da Matéria Médica
4 – Documentação
5 – Registro de transformações inerentes ao simillimum
6 – Interrupção de medicamento mal escolhido
7 – Identificação do medicamento complementar quando necessário
8 – Melhor avaliação dos sintomas patognomônicos da doença
• Unicismo na prática:
- Esforço contínuo
- Reconhecimento pelo médico
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
- Disponibilidade (potência adequada, momento oportuno)
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Figura 1 – Aparelhos de fluxo contínuo original do Dr. Thomas Skinner (1825-1906). Fonte: Kayne (1997).
• Plurarismo ou Alternismo:
O pluralismo se consiste no tratamento com uma mistura de medicamento, chamados
“complexos homeopáticos” (BARBOSA NETO, 2006).
Na prática médica homeopática, o clínico prescreve dois ou mais medicamentos para
serem administrados em horas distintas, alternadamente, com a finalidade de um complementar
a ação do outro, atingindo, assim, a totalidade dos sintomas do paciente (FONTES, 2012).
A diferença entre o unicismo e o pluralismo não se limita à prescrição. A forma do
tratamento é reflexo da visão que se tem sobre saúde, doença e cura. A administração de vários
“princípios ativos” por parte da prática pluralista tem, por objetivo, sanar vários problemas
pontuais. Receita-se o remédio de acordo com a tendência do mesmo em influenciar determinado
órgão ou sistema do corpo (BARBOSA NETO, 2006).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Pluralismo triplo:
Baseado na concepção de organismo fracionado, reagindo de modo independente,
consiste na prescrição sistemática de 3 medicamentos:
1. De fundo ou constitucional →transtornos sensoriais/alta potência
2. Sintomático ou funcional →reações localizadas (perturbação funcional/média potência)
3. Orgânico (drenador, organotrópico) →estímulo das funções emunctoriais (lesão
orgânica/ baixa potência)
• Situações de Alternismo:
Inerentes ao doente, à doença e ao meio social:
1. Na extrema urgência (impossibilidade de individualização)
2. Na indisponibilidade do medicamento homólogo à totalidade sintomática
3. No atendimento simultâneo da lesão ou crise e do estado geral (remédio principal mais
remédio intercorrente)
4. Em ambulatório de grande rotatividade
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
5. Em certos casos agudos
6. Nas gestantes
7. Nas epidemias
8. Em etiologia múltipla concomitante
9. Na impossibilidade de seguimento clínico
O pluralismo é uma prática repelida por Hahnemann (oposição à polifarmácia), cuja
obstinação garantiu a transmissão exata de seus ensinamentos (ABRAH, 2018).
Destitui de comprovação científica o caso clínico assim tratado, privando-o da
compreensão da semelhança e impedindo sua divulgação (ABRAH, 2018).
São vários os argumentos contra a prática pluralista:
1. Só conhecemos a ação das substâncias administradas individualmente nas
experimentações em homens sãos.
2. Desconhecemos as interações entre as várias substâncias de um “complexo homeopático”
(são vários medicamentos juntos ou tornam-se um novo medicamento?).
3. Se ocorrer melhora não saberemos qual a droga foi responsável.
4. O alívio de sintomas não é cura, há risco de supressão (12º prognóstico de Kent)
(BARBOSA NETO, 2006).
• Inconvenientes do pluralismo:
1. Desconhecimento da lei da semelhança
2. Tendência à polifarmácia
3. Segundo estímulo diferente antes de esgotar-se a ação farmacodinâmica anterior.
4. Estímulos opostos simultâneos (ABRAH, 2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Complexismo:
No complexismo, o clínico prescreve dois ou mais medicamentos para serem
administrados simultaneamente ao paciente, de ação sinérgica sobre órgãos ou funções (ABRAH,
2018; FONTES, 2012).
O complexismo se opõe a homeopatia original fundada por Hahnemann que tem por
princípio a administração de um remédio constitucional, dinamizado e único por vez, porque a
utilização de vários medicamentos não estará avaliando a verdadeira homeopatia que, desde os
tempos de Hahnemann, quer ser colocada à prova (BARBOSA NETO, 2006).
• Inconvenientes do Complexismo:
A prescrição simultânea de vários medicamentos homeopáticos, após as aparentes
vantagens iniciais se complica por dificuldades mediatas:
1. Impossibilidade de distinguir o medicamento que verdadeiramente atuou
2. Impossibilidade em distinguir aquele que eventualmente prejudicou
3. Possibilidades de combinações químicas e dissociações iônicas, imprevisíveis e não
cogitadas na prescrição.
4. Acomodação do médico à lei do menor esforço para identificar o simillimum (ABRAH,
2018).
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
• Exemplo de receita complexista:
Hydratis canadensis 6CH, 20 mL, 1 frasco
Hepar súlfur 6CH, 20 mL, 1 fraco
Kalium bichromicum 6CH, 20 mL, 1 frasco
Pingar 5 gotas de cada um dos medicamentos, diretamente na boca, de 2 em duas horas.
• Outro exemplo:
Eupatorium 5CH
Bryonia Alba 6CH ãã ... qsp ... 30 mL
Allium cepa 6CH
Tomar 5 gotas 4 vezes ao dia.
No complexismo industrial existem formulações farmacêuticas pré-elaboradas
com associações medicamentosas afins, ou seja, que englobam grande número de sintomas
relacionados a certa doença. A indústria farmacêutica homeopática produz em larga escala os
complexos, também chamados de compostos ou específicos homeopáticos. Essas formulações
têm por objetivo tratar enfermidades específicas (gripe, sinusite, cistite, abscessos etc.), sem
considerar a individualidade e a integridade orgânica. Na maioria das vezes, proporcionam efeito
meramente paliativo. Os compostos alopatizam a homeopatia, ou seja, tratam das doenças e
não dos doentes. Nesse caso, a lei dos semelhantes PE ignorada. Entretanto, por meio deles, as
populações carentes e distantes dos grandes centros têm a possibilidade de serem tratadas com
medicamentos homeopáticos, mesmo sem a presença do médico e do farmacêutico homeopata.
Os complexos industrializados recebem nome fantasia, devendo ser registrados no Ministério da
Saúde (FONTES, 2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Organicismo:
No organicismo, o clínico prescreve o medicamento visando aos órgãos doentes,
considerando as queixas mais imediatas do paciente. Essa conduta, portanto, acha-se bastante
próxima da medicina alopática, que fragmenta o ser humano em órgãos e sistemas. Numa
visão organicista, o clínico fixa-se apenas no problema local, não levando em conta os sintomas
emocionais e mentais, que podem estar relacionados ao problema.
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
2 - CONCEPÇÃO HOMEOPÁTICA DO PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA: ENERGIA VITAL
Vitalismo é a doutrina filosófica, segundo a qual o funcionamento psicofísico do
indivíduo é coordenado por uma forma de energia imaterial que interliga todas as suas partes.
Essa energia é chamada de Energia Vital - EV - Força Vital ou Princípio Vital, não perceptível aos
nossos sentidos, mas integrante de um composto substancial que inclui o corpo físico, a mente e
o espírito, distinta das propriedades físico-químicas do corpo (BAROLLO, 2001).
Existem duas escolas originadas na Grécia antiga: escola de Cós e a escola de Cnido. Essas
duas escolas divergem na concepção do homem. Para Cos, a saúde depende de um princípio
organizador da vida (concepções do animismo, do vitalismo), enquanto que Cnido, a saúde
depende das interações físicas e químicas dos órgãos, sistemas e tecidos do organismo (concepção
mecanicista, materialista, dinamista etc.). Na tabela 1, estão as principais diferenças entre ambas:
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ENSINO A DISTÂNCIA
A vida humana não é de forma alguma regulada por leis puramente físicas, que
prevalecem somente entre as substâncias inorgânicas. As substâncias materiais
das quais se compõe nosso organismo já não seguem, em suas combinações
vitais, as leis às quais se submetem as substâncias na sua condição inanimada; elas
são reguladas pelas leis peculiares tão somente à vitalidade, elas são animadas e
vitalizadas assim como o sistema como um todo é animado e vitalizado...
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
sensações e funções, de modo que o espírito dotado de razão que reside em nós
pode empregar livremente estes instrumentos vivos e sãos para os mais altos fins
da nossa existência.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 2 - Método de Cristalização sensível de Pfeiffer. Fonte: Fontes (2012). HOMEOPATIA | UNIDADE 2
Energia vital é a força não material que mantém organismo em harmonia e a vida. Sem
ela, o organismo não sente e desintegra-se, o material estaria completamente sujeito às ações
do meio exterior. A força vital é responsável pela integração dos diversos níveis dinâmicos da
realidade humana (físico, emocional e mental) (BARBOSA NETO, 2006; FONTES, 2012).
O ser humano apresenta três níveis dinâmicos identificáveis: o físico, o emocional e o
mental. Sobre eles age a força vital, mantendo-os equilibrados. O homem pensa por meio do seu
nível mental, sente por seu nível emocional, age pelo seu nível físico e encontra-se coeso em seus
três níveis pela ação integradora da força vital (FONTES, 2012).
Para manter a vida, a energia vital precisa ser resistente, mas também flexível, vencendo
ou adaptando-se às influências hostis que, na homeopatia, são chamadas de noxas (BARBOSA
NETO, 2006).
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ENSINO A DISTÂNCIA
A doença é, para a Homeopatia, uma reação da energia vital frente à ação das noxas.
Assim, aquilo que normalmente chamamos de doença é na verdade o caminho que o organismo
encontrou para voltar à saúde. Se a energia vital estiver eficiente, a reação do organismo será
rápida, suave e completa, constituindo uma enfermidade aguda. Mas, se a reação da energia vital
não for eficiente contra as noxas, a reação será incompleta e o organismo adotará uma determinada
condição compatível com o que chamamos doenças crônicas, que são o melhor estado possível
que a energia vital foi capaz de alcançar para manter a vida (BARBOSA NETO, 2006).
Saúde e doença são as duas faces da energia vital (BARBOSA NETO, 2006).
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
- Sintomas emocionais: angústia, irritabilidade excessiva, etc.;
- Sintomas mentais: superexcitação mental, embotamento da mente, delírios com
alucinações visuais, etc.
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Leis de cura:
- Os sintomas devem desaparecer na ordem inversa do seu aparecimento;
- A cura progride do alto do corpo para baixo;
- O corpo procura exteriorizar os sintomas, mantendo-os em suas partes mais exteriores
(mucosas e pele);
- A cura progride dos órgãos mais nobres para os menos nobres;
- Antigos sintomas podem reaparecer.
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
pelos sinais e sintomas, então o médico homeopata deve coletar essas manifestações para escolher,
dentre as substâncias já experimentadas, aquela que provoque, num indivíduo saudável, sinais e
sintomas semelhantes aos do doente que se quer curar.
Ora, quando a energia vital está afetada, há manifestações na totalidade da pessoa. Quais
sintomas devem, então, ser considerados? A resposta está no parágrafo 12 do Organon:
“O que origina as enfermidades é a força vital afetada. Por isso, os fenômenosmórbidos
acessíveis aos nossos sentidos expressam todo o interior, em umapalavra, revelam toda
enfermidade...”.
A observação que o médico faz do seu paciente deve ser integral. Deve descobrir não só
as alterações físicas localizadas em algum órgão, não apenas uma entidade nosológica, mas todas
as manifestações físicas e mentais que denunciam totalmente a perturbação da energia vital que
rege a saúde. Para isso, torna-se fundamental que o clínico conheça profundamente a matéria
médica homeopática e as técnicas que permitirão obter do paciente todos os sintomas. Para o
levantamento dos sintomas devem ser observados todos os detalhes que os tornam característicos
a cada indivíduo. Assim, a semiologia (o interrogatório homeopático) não é uma coleta “fria” dos
sintomas. É importante atribuir-lhes um valor. Desse modo, a sensação de dor, por exemplo, deve
ser qualificada quanto à natureza (pulsátil, ardente, lancinante, etc.), quanto à sua intensidade,
quanto à época e a hora do seu surgimento, etc. (BARBOSA NETO, 2006; FONTES, 2012).
Na semiologia homeopática evitam-se perguntas que induzam as respostas de opção,
sugestionantes ou do tipo sim ou não.
Exemplo de perguntas na semiologia:
Errado: Você tem cãibras à noite? (pergunta que sugere sim ou não)
Certo: Como é seu sono?
Errado: Apresenta dor de cabeça durante a menstruação? (pergunta que sugere sintomas)
Certo: Como você se sente antes, durante e depois da menstruação?
Errado: Você gosta de lugares claros ou escuros? (pergunta que sugere opção)
Certo: Qual a sua relação com a luminosidade do ambiente? (FONTES, 2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
- Patognomônicos: são sinais e sintomas que quando estão presentes indicam
obrigatoriamente uma determinada entidade nosológica. São muito valiosos para a medicina
convencional, que visa diagnosticar a doença para poder instituir o tratamento. Para a Homeopatia
esses sintomas têm valor relativo, pois, assim como os sintomas comuns, não contribuem na
individualização do paciente.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Por isso se fala que “o homeopata ainda nem iniciou sua história clínica quando o alopata
já terminou” (BARBOSA NETO, 2006).
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
A doença aguda é um tipo de doença com causa definida, com surgimento rápido,
evolução característica e fim definido, ou seja, tem tendência espontânea à cura ou à morte (WEIR,
2011; HAMILTON, 1999). Os sintomas geralmente são similares em todos os pacientes, sendo
menos individualizados do que no caso das doenças crônicas (exemplo: esgana, parvovírose, etc.)
(HAMILTON, 1999).
A doença crônica possui sintomas mais individuais, próprios de cada doente, aparecem
de forma lenta e gradual, com evolução imprevisível e fim indeterminado (Weir, 2011; Hamilton,
1999). Os sintomas podem agravar e tornar-se mais fortes com o tempo (exemplos: infecções
recorrentes, asma, tumores, etc.) (HAMILTON, 1999).
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ENSINO A DISTÂNCIA
- A sífilis (diátese luética): não deve ser confundida com a doença de mesmo nome. É
instalada quando o organismo tenta livrar-se das toxinas ou adaptar-se ao estresse persistente,
sacrificando os próprios tecidos. O estado reacional da sífilis está relacionado com a tendência à
destruição dos tecidos (úlceras, fístulas, furúnculos, etc.) (FONTES, 2012).
- A diátese tuberculínica: caracterizado por fragilidade do aparelho respiratório e
sensibilidade à ação patógena do bacilo tuberculoso (TETAU, 1980). Tem como órgãos alvos
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
os pulmões. Como tal, o seu agravamento visa inflamação pulmonar, esclerose pulmonar e
esgotamento rápido (ALVES, 2005).
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
ação secundária ou reação vital do organismo:
Toda força que atua sobre a vida, todo medicamento afeta, em maior ou menor
escala, a força vital, causando certa alteração no estado de saúde do Homem por
um período de tempo maior ou menor. A isso se chama ação primária. [...] A essa
ação, nossa força vital se esforça para opor sua própria energia. Tal ação oposta
faz parte de nossa força de conservação, constituindo uma atividade automática
da mesma, chamada ação secundária ou reação” (HAHNEMANN, 2007, s.p.).
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
o organismo produziu efeitos depressores contra a ação estimulante que a droga proporcionou
em seu efeito primário (figura 4). Para evitar esse efeito rebote (reação secundária) e manter
a concentração sanguínea da droga em patamar suficiente para produzir o efeito estimulante
(ação primária), o paciente receberá, periodicamente, novas doses da droga. Suponha-se que os
sintomas apresentados por esse paciente fossem relacionados a uma depressão causada pela perda
de um filho muito querido. Ao receber a droga estimulante os sintomas seriam extintos, mas a
causa do problema não. A não-aceitação dos fatos da vida exigirá a continuidade do tratamento
enantiopático. Se o paciente optar por interromper o tratamento, seu estado se agravará em
função do efeito rebote, cujos sintomas são semelhantes aos provocados pela depressão. Com
isso, o paciente retomará o tratamento. Com o uso prolongado da droga, ele irá tornar-se
dependente. No início do tratamento ele apresentava estado depressivo; agora tem de combater
dois problemas: a doença e a dependência química (FONTES, 2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
Figura 4 – Comparação entre lei dos contrários e semelhantes. Fonte: Fontes (2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Atualmente, a cura por meio da terapêutica dos semelhantes pode ser explicada com o
conceito de homeostase – tendência que os organismos vivos apresentam de manter um estado
de equilíbrio interno, apesar das variações do meio ambiente externo. Sob a ação de estresses
internos e externos, o sistema nervoso pode modular o sistema imunológico por meio dos nervos
e das glândulas. O corpo age como um todo, através de uma vasta rede de comunicação, por meio
da fisiologia integrativa patrocinada pelo sistema neuroimunoendócrino (FONTES, 2012).
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
libertada da substância (soluto) para o solvente, continuando presente quando deixa de existir
estrutura molecular do soluto no solvente. A semelhança entre a informação ondulatória ou
energética do medicamento homeopático e a natureza energética do doente, provoca uma
interferência como a que se observam quando dois fenômenos ondulatórios se relacionam
(BARBARA, 2000). Um estudo sobre preparações dinamizadas em culturas celulares mostrou
que elevadas diluições dos medicamentos homeopáticos utilizados na experimentação, 30CH
e 200CH, exerceram atividade citotóxica nas culturas celulares usadas (SUNILA ET AL., 2009).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Outras teorias também tentam explicam a energia dos medicamentos como a Teoria dos
significados corporais, Nanotecnologia, Transferência da frequência energética farmacológica
e memória da água, no entanto mais estudos são necessários para compreender o mecanismo
energético desses medicamentos (BONAMIN, 2007; BONAMIN, 2009).
HOMEOPATIA | UNIDADE 2
- Nos casos crônicos, às diluições elevadas.
A regra de ouro é a aplicação justa da lei da Similitude, qualquer que seja o método ao
qual se dá preferência (TETAU, 1980).
http://www.biodilutions.com/aplicacao/index.html
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
HOMEOPATIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................ 44
1 -ORIGEM DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO...................................................................................................45
1.1. REINO VEGETAL...................................................................................................................................................45
1.2. REINO MINERAL.................................................................................................................................................46
1.3. REINO ANIMAL...................................................................................................................................................47
1.4. REINO FUNGI, REINO MONERA E REINO PROTISTA.................................................................................... 48
2 - VEÍCULOS E EXCIPIENTES.................................................................................................................................49
3 - MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM....................................................................................49
3.1. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS:................................................................................ 50
4 - NOMENCLATURA DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO................................................................................. 50
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4.1. REGRAS DE NOMENCLATURA HOMEOPÁTICA...............................................................................................51
4.2. SINÔNIMOS........................................................................................................................................................52
4.3. ABREVIATURAS E SÍMBOLOS..........................................................................................................................53
4.4. RÓTULO DO MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO DEVE SEMPRE CONTER:.....................................................54
5 - PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS....................................................................................54
6 - TINTURAS.............................................................................................................................................................54
6.1. PROCESSO DE OBTENÇÃO DE TINTURAS-MÃES...........................................................................................54
6.2. PREPARAÇÃO DE TINTURA-MÃE DE ORIGEM VEGETAL..............................................................................55
6.3. PROCESSO DE MACERAÇÃO............................................................................................................................56
6.4. PROCESSO DE PERCOLAÇÃO...........................................................................................................................56
6.5. PREPARAÇÃO DA TM DE ORIGEM ANIMAL....................................................................................................56
6.6. PROCESSO DE MACERAÇÃO............................................................................................................................57
7 - ESCALAS E MÉTODOS DE PREPARAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS..................................................57
7.1. MÉTODO HAHNEMANIANO (H).........................................................................................................................57
7.1.1. MÉTODO HAHNEMANIANO CLÁSSICO...........................................................................................................57
7.2. MÉTODO DA TRITURAÇÃO – DROGAS INSOLÚVEIS...................................................................................... 60
7.3. MÉTODO DA CINQUENTA MILESIMAL.............................................................................................................62
7.4. MÉTODO KORSAKOVIANO (K)..........................................................................................................................64
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Medicamento homeopático é toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada
segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método
de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas obtidas de diferentes origens e
preparadas por diferentes métodos, os quais serão abordados nos módulos III e IV.
HOMEOPATIA | UNIDADE 3
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 3
experimentação em pessoas sãs (BARBOSA NETO, 2006).
1. Plantas inteiras. Exemplo: Pulsatilla (anêmona dos ventos), Rhus toxicodendron (Hera-
venenosa), Hypericum perforatum.
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ENSINO A DISTÂNCIA
HOMEOPATIA | UNIDADE 3
brasileiros, essas espécies vegetais são comercializadas apenas como plantas ornamentais, pois
não produzem os principais princípios ativos. Desse modo, a reprodução de suas patogenesias é
prejudicada, portanto essas plantas não podem ser empregadas em homeopatia (FONTES, 2012).
Para a preparação das tinturas homeopáticas, o vegetal passa por uma seleção rigorosa
em que são retiradas as partes deterioradas e as contaminações grosseiras (penas cascas de ovos,
insetos, etc.). Em seguida, a planta é lavada em água corrente e, por último, em água purificada
(FONTES, 2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Os minerais naturais para que possam reproduzir fielmente as patogenesias, devem ser
recolhidos de preferência no mesmo local, já que as suas características químicas podem variar
de um lugar para outra. Na impossibilidade da obtenção do mineral no seu lugar de origem,
poderá utilizar drogas vindas de outros lugares, desde que apresentem composições uniformes e
compatíveis com aquelas testadas no homem são.
Exemplos de minerais naturais:
- Sulfur (medicamento homeopático) - é o enxofre, proveniente de minas italianas,
localizadas na Sicília;
- Graphites – é obtido nas minas inglesas de Borrowdale, porque contém menor teor de
ferro;
- Natrium chloratum – é o sal marinho. Sua composição possui vários fármacos, além do
cloreto de sódio;
- Petroleum – é proveniente da Áustria ou do México, pois ambos apresentam as mesmas
características físicas e químicas.
HOMEOPATIA | UNIDADE 3
Os minerais artificiais devem ser empregados na forma mais pura possível e identificados
pelos métodos comuns da química analítica (FONTES, 2012, BARBOSA NETO, 2006).
Observações para medicamentos homeopáticos de origem mineral:
- Substância artificial hidratada: deverá considerar o peso correspondente ao da mesma
droga anidra, computando a água no peso do veículo a ser utilizado na ocasião da preparação do
medicamento homeopático.
- Substância com água de cristalização: calcula-se a parte anidra usando a fórmula
química. Ex.: sulfato de sódio pentaidratado, usado para preparar o medicamento homeopático
Natrium sulfuricum, na falta da correspondente anidra: Na2SO4 + 5H2O apresenta, para cada 232
g do sal, 142 g da parte anidra e 90 g de água de cristalização (FONTES, 2012).
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ENSINO A DISTÂNCIA
1. Animais inteiros: Apis mellifica (abelha européia), Formica rufa (formiga ruiva),
Cantharia vesicatoria (cantárida), Aranea diadema (aranha porta cruz);
2. Suas partes: Thyroidinum (glândula tireóide), Carbo animalis (couro de boi carbonizado),
Hypophysinum (porção posterior da glândula hipófise);
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– Streptococcus, Tuberculinas, Pyrogenium.
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2 - VEÍCULOS E EXCIPIENTES
Veículos e excipientes, também chamados de insumos inertes, são substâncias e produtos
empregados em homeopatia para realizar diluições, incorporar as dinamizações e extrair os
princípios ativos das drogas na elaboração das tinturas homeopáticas, sendo eles: Água purificada;
Apósitos inertes (gaze e outros);Bases ou insumos para linimentos; Bases ou insumos para
cremes, géis, géis-creme, loções, pomadas e supositórios; Bases ou insumos para pós medicinais;
Bases ou insumos para xaropes; Comprimidos inertes; Insumos ou adjuvantes farmacotécnicos
para formas farmacêuticas sólidas; Etanol a 96% (v/v) e suas diluições; Glicerol (glicerina) e suas
diluições; Glóbulos e microglóbulos inertes ou insumos para prepará-los; Lactose; Sacarose;
Tabletes inertes (ANVISA, 2011; FONTES, 2012).
• Tabletes: são formas farmacêuticas sólidas que se apresentam com peso compreendido
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entre 75 mg e 150 mg, sendo preparados por moldagem da lactose em tableteiro, sem a adição de
adjuvantes (ANVISA, 2011).
• Comprimidos: são de lactose, porém feitos por máquinas industriais de alta compressão,
dando um produto final duro e resistente. Apresentam-se com peso compreendido entre 100 mg
e 300 mg. Na preparação de comprimidos inertes, para posterior impregnação, será permitida a
adição de adjuvantes em quantidade que não dificulte a capacidade de impregnação dos mesmos
(ANVISA, 2011; FONTES, 2012).
Pós: preparados a partir da impregnação de lactose com o medicamento prescrito (solução
hidroalcólica de 70% ou mais), ou da própria trituração inicial das substâncias. É acondicionado
em papéis (FONTES, 2012).
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Tabela 2 – Classe hidrolítica para vidros segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Fonte:
Fontes (2012).
4 - NOMENCLATURA DO MEDICAMENTO
HOMEOPÁTICO
Hahnemann adotou o latim para a designação dos medicamentos homeopáticos por
sua imutabilidade em qualquer lugar ou época. O latim também é usado na nomenclatura
científica (HAHNEMAMANN, 2007). A correta identificação da droga com seus nomes
homeopáticos, científicos, sinonímias e abreviaturas recomendadas são obtidas nas monografias
dos medicamentos presentes nas farmacopéias oficializadas e demais livros de reconhecido valor
pelo uso tradicional da comunidade homeopática (FONTES, 2012).
Para a designação dos medicamentos homeopáticos poderão ser utilizados: nomes
científicos, de acordo com as regras dos códigos internacionais de nomenclatura botânica,
zoológica, biológica, química e farmacêutica; nomes homeopáticos consagrados pelo uso e os
existentes em Farmacopéias; códices; Matérias Médicas e obras científicas reconhecidas pela
homeopatia (FONTES, 2012).
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- Chelidonium majus - Lycopodium clavatum
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- Acidum chlorhydricum ou Muriatis acidum
- Acidum sulfuricum ou Sulfuris acidum
- Acidum nitricum ou Nitric acidum
4.2. Sinônimos
O emprego de sinônimos deve restringir-se aos constantes de obras consagradas na
literatura científica. Medicamentos apresentados com denominação de sinônimos arbitrários,
assim como o uso de código, sigla, número e/ou nome arbitrário não são permitidos pela
legislação farmacêutica (ANVISA, 2011).
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• Diluição = dil.
• Dinamização = din.
• Escala centesimal = CH
• Escala cinqüenta milesimal = LM
• Escala decimal de Hering = DH
• Glóbulos = glob.
• Método de fluxo contínuo = FC
• Método Korsakoviano = K
• Microglóbulos = mcglob.
• Partes iguais = ãã
• Quantidade suficiente = qs
• Quantidade suficiente para = qsp
• Resíduo seco = r.s.
• Resíduo sólido = r. sol.
• Solução = sol.
• Tablete = tabl.
• Tintura mãe = TM, Ø, Tint.mãe
• Título etanólico da tintura mãe = tint.et.
• Trituração = trit.
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6 - TINTURAS
Tintura-mãe é uma forma farmacêutica básica. É a preparação que constitui o ponto de
partida para a manipulação das formas farmacêuticas derivadas. É o resultado da ação extrativa
e/ou dissolvente, por contato íntimo e prolongado, de um insumo inerte hidroalcoólico ou
hidroglicerinado sobre determinada droga vegetal ou animal, fresca ou dessecada, por meio dos
processos de maceração ou percolação (FONTES, 2012).
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que verifica a quantidade seca da planta). A quantidade de TM a ser obtida deverá corresponder
a 10 vezes o percentual do resíduo sólido.
Pesa-se 100g do vegetal limpo; fazem-se pequenos fragmentos; pesa-o em porcelana;
leva-o a estufa (50ºC para plantas com resina, materiais voláteis e óleos essenciais; 100ºC demais
plantas) até peso constante; calcula-se a porcentagem de resíduo sólido e arredonda-se ao número
mais próximo da monografia no vegetal para utilização da graduação alcoólica. A relação droga/
insumo inerte é de 1:10 (p/v), ou seja, 10%. A amostra do vegetal utilizada para calcular o
resíduo sólido deverá ser descartada. Após o cálculo de resíduo sólido, tem-se a quantidade final
de Tintura-mãe a obter o teor hidroalcoólico do insumo inerte a ser utilizado, assim, deve-se
calcular a quantidade de veículo extrator capaz de extrair o maior número possível de princípio
ativo solúveis, devendo subtrair da quantidade final de TM a quantidade de água do vegetal.
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Portanto, basta aplicar uma simples regra de três para chegarmos ao título hidroalcoólico
da TM a obter.
2.400g 100%
1.472g X
X = 61,33%
Podemos ainda utilizar a seguinte fórmula: Ci X Pi = Cf X Pf, onde:
Ci = concentração inicial; Pi = peso inicial; Cf = concentração final; Pf = peso final
80% X 1.840g = Cf X 2.400 → Cf = 61,33%
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Na percolação, por quatro horas, o pó (tamis 40 ou 60) em contato com o líquido extrator
(correspondente a 20% do peso da droga) vai ocorrer o arrastamento dos princípios ativos que
está na célula, porque esse líquido fica continuamente passando pelas células, não tendo equilíbrio
osmótico.
Transferir para o percolador volume suficiente de insumo inerte para obtenção da
quantidade previamente calculada de TM. À medida que o veículo extrator for escoando, deve-
se evitar o seu desaparecimento na superfície do papel filtro ante da nova adição, impedindo,
com isso, a inclusão de ar na droga, o que dificultaria o processo de extração de fármacos. Fecha
a torneira do percolador e mantê-la assim por 24 horas, pois isso ocorrerá em equilíbrio de
concentração. Percolar, regulando a torneira de tal forma que, para cada 100g da droga utilizada
no processo, escoem 8 gotas por minuto. Prensar o resíduo e misturar o líquido assim obtido
com o líquido resultante do processo (percolado). Acrescentar quantidade suficiente de insumo
inerte para completar o volume. Cessar o processo quando o percolado atingir dez partes da
droga. Deixar em repouso por 24 horas e, em seguida, filtrar em papel de filtro de boa qualidade
(FONTES, 2012).
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O insumo inerte será o etanol 65 a 70%, mistura em partes iguais de glicerina e água, ou
aquele indicado na respectiva monografia. Cita ainda uma mistura de etanol, água e glicerina na
proporção 1:1:1. Nas tinturas-mães animais, a relação droga/insumo inerte é de 1:20 (5%).
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emprega três escalas, de acordo com a proporção entre o insumo ativo e inerte: decimal (DH,
proporção 1/10), centesimal (CH, proporção 1/100) e cinquenta milesimal (LM, proporção 1/50
mil). Há três métodos de preparação das formas farmacêuticas derivadas: 1 – hahnemanniano;
2 – korsakoviano; 3 - fluxo contínuo (FONTES, 2012).
No Brasil, há uma quarta escala chamada de SD (special dinamization), não oficializada,
em fase experimental, que consiste de uma preparação cem milesimal (1/100 mil) (FONTES,
2012)
• Número de sucussões: 100 sucussões, podendo ser pelo método manual (figura 1) ou
mecânico (figura 2).
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Figura 1 – Técnica de sucussão manual (FONTES, 2012).
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álcool, sucussiona-se cem vezes e obtém-se a 2 DH. Proceder assim até a potência desejada,
sempre diluindo na proporção 1:10, agitando a mistura e utilizando um novo frasco para cada
potência.
Exemplo: Em um frasco de 30 mL poderá ser preparado 20 mL do medicamento (2/3).
20 mL dividido por 10 = 2 mL do insumo ativo
20 mL menos 2 mL = 18 mL do insumo inerte
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Figura 3 – Técnica de trituração. Fonte: Fontes (2012).
• Ponto de partida: Drogas insolúveis, quando sua solubilidade for inferior a 10% (DH)
ou 1% (CH) em água ou em etanol em diferentes graduações.
• Insumo inerte: Lactose nas três primeiras triturações para a escala centesimal e nas
seis primeiras para a escala decimal, salvo especificação de solubilidade contida na respectiva
monografia. A partir da 4 CH ou 7 DH, utilizar como insumo inerte etanol em diferentes
graduações.
• Técnica de preparação:
1. Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada em três partes iguais. Uma terça
parte de lactose será colocada em gral de porcelana e triturada para tapar os poros do mesmo.
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2. Sobre esse terço de lactose, coloca-se o insumo ativo a ser triturado obedecendo à
escala decimal (1 parte de insumo ativo para 9 partes de insumo inerte) ou centesimal (1 parte de
insumo ativo para 99 partes de insumo inerte).
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11. Triturar, vigorosamente, durante 6 minutos, sem acréscimo de lactose.
18. Esse triturado será acondicionado em recipiente bem fechado e protegido da luz,
recebendo o respectivo nome homeopático e a designação de primeiro triturado. 1/10 ou 1/100.
Ex.: Petroleum 1 DH trit. ou Petroleum 1 CH trit.
19. Para obtenção do segundo triturado, 2 DH ou 2 CH, usar como insumo ativo 1 parte do
primeiro triturado, para 9 ou 99 partes de lactose (respectivamente escala decimal ou centesimal)
repetindo-se o procedimento anterior (itens de 3 a 17).
20. Esse triturado será acondicionado em recipiente bem fechado e protegido da luz,
recebendo o nome da droga e a designação de segundo triturado. Ex.: Petroleum 2 DH trit.,
Petroleum 2 CH trit.
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21. Para obtenção do terceiro triturado, 3 DH ou 3 CH, usar como insumo ativo 1 parte do
segundo triturado para 9 ou 99 partes de lactose (respectivamente escala decimal ou centesimal)
repetindo-se o procedimento anterior (itens 3 a 17).
22. Esse triturado será acondicionado em recipiente bem fechado e protegido da luz,
recebendo o nome da droga e a designação de terceiro triturado. Ex.: Petroleum 3 DH trit.,
Petroleum 3 CH trit.
23. No caso de trituração na escala decimal (DH), para obtenção das triturações
subsequentes, repetir o procedimento anterior até a obtenção da 6ª trituração (itens 3 a 17).
A. Para solubilizar a 6 DH trit., considerando que a lactose não é solúvel a frio na proporção
de 1/10 (p/v), aquecer água purificada a temperatura entre 40 °C e 45 °C. Adicionar 10 partes dessa
água aquecida sobre 1 parte da 6 DH trit. e homogeneizar até completa dissolução e resfriamento.
Em seguida, sucussionar 100 vezes para obter a 7 DH. Essa preparação intermediária não pode
ser estocada. Para preparar a 8 DH, diluir 1 parte da 7 DH em 9 partes de etanol a 30% (v/v) para
dispensar e igual ou superior a 77% (v/v) para estocar.
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purificada, completar com 20 partes de etanol a 96% (v/v) e sucussionar 100 vezes, para obter
a 4 CH. Essa preparação intermediária não pode ser estocada. As demais dinamizações serão
preparadas em etanol de graduação igual ou superior a 77% (v/v) para estocar e etanol a 30%
(v/v) para dispensar (ANVISA, 2011).
A escala centesimal, não há mais como transformá-la em decimal, a não ser conseguindo
novamente a substância de origem, o que normalmente não está ao alcance das farmácias.
Insistindo, uma trituração centesimal não pode “voltar atrás” e se transformar em uma trituração
decimal. O processo de trituração é demorado para ser realizado em uma farmácia. A dispensação
de prescrições decimais, especialmente de substâncias insolúveis, muito dificilmente não feitas a
partir da trituração decimal, mas sim por conversão de escalas. A trituração decimal até poderia
ser feita através de trituradores mecânicos, o que não é equipamento encontrado em farmácias
(ANVISA, 2011; CESAR, 2003).
• Ponto de partida: Droga vegetal, animal ou biológica, sempre que possível no estado
fresco e droga mineral. Poderá ser utilizada a tintura-mãe, tendo sua força medicamentosa
corrigida com posterior evaporação.
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Nota: “no caso de utilizar a TM como ponto de partida, fazer a correção da força
medicamentosa. Logo após tapar os poros do gral, a TM será adicionada ao primeiro terço da
lactose (ao preparar a 1 CH trit.). Após evaporação, em temperatura inferior a 50 °C, seguir com
a técnica de trituração” (ANVISA, 2011).
Exemplos: Uma TM de origem vegetal (10%) tem força medicamentosa de 1/10, ou seja, 1
parte da droga está contida em 10 partes de TM. Para a 1ª trituração centesimal, colocar 10 partes
da TM para 100 partes de lactose. Para TM de origem animal (5%) a força medicamentosa é de
1/20, ou seja, colocar 20 partes da TM para 100 partes de lactose.
• Volume: Para a fase líquida, o líquido a ser dinamizado deverá ocupar entre 1/2 e 2/3 da
capacidade do frasco utilizado na preparação.
• Processo: Para a fase sólida, trituração; para a fase líquida, diluição e sucussão, manual
ou mecânica.
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• Técnica:
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• Ponto de partida: Matriz na potência 30 CH em etanol a 77% (v/v).
• Insumo inerte: Etanol a 77% (v/v) nas preparações intermediárias e etanol a 30% (v/v)
na dispensação.
• Volume: O líquido a ser dinamizado deverá ocupar 1/2 a 2/3 da capacidade do frasco.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
HOMEOPATIA
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................ 68
1 - ESCALAS E MÉTODOS DE PREPARAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS (CONTINUAÇÃO)................... 68
1.1. MÉTODO DE FLUXO CONTÍNUO........................................................................................................................ 68
1.2. CALIBRAÇÃO DO FLUXO....................................................................................................................................70
2 - SPECIAL DINAMIZATION (SD)...........................................................................................................................71
3 - FORMAS FARMACÊUTICAS DE DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS: LÍQUIDOS E SÓ-
LIDOS ......................................................................................................................................................................... 72
3.1.LÍQUIDOS..............................................................................................................................................................72
3.2.SÓLIDOS...............................................................................................................................................................72
4 - INTERPRETAÇÃO DE RECEITAS HOMEOPÁTICAS...........................................................................................72
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5 - BIOTERÁPICOS: CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................77
5.1. REQUISITOS MÍNIMOS PARA A PREPARAÇÃO DE BIOTERÁPICOS E ISOTERÁPICOS .............................78
5.2. COLETA...............................................................................................................................................................79
5.3. PONTO DE PARTIDA..........................................................................................................................................79
5.4. COLETA DE ISOTERÁPICOS..............................................................................................................................81
6 - FARMÁCIA HOMEOPÁTICA.................................................................................................................................81
6.1. INFRAESTRUTURA FÍSICA.................................................................................................................................81
6.2. INSTALAÇÃO: ÁREA DE MANIPULAÇÃO HOMEOPÁTICA..............................................................................81
6.3. LIMPEZA.............................................................................................................................................................82
6.4. ESTOQUE MÍNIMO............................................................................................................................................82
6.5. CONSERVAÇÃO DA TM......................................................................................................................................82
6.6. LEGISLAÇÃO.......................................................................................................................................................83
6.7. ROTULAGEM...................................................................................................................................................... 85
7 - CONTROLE DE QUALIDADE NA FARMÁCIA HOMEOPÁTICA.......................................................................... 86
7.1. BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO EM HOMEOPATIA................................................................................ 86
7.2. CONTROLE DE QUALIDADE...............................................................................................................................87
7.3. CONTROLE DE QUALIDADE DOS INSUMOS ATIVOS..................................................................................... 88
7.4. CERTIFICADO DE ANÁLISE............................................................................................................................... 89
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Antes do preparo do medicamento homeopático, é importante realizar a consulta
biográfica, buscando o melhor método que atenda a individualidade do paciente. Neste módulo
daremos continuidade aos métodos de preparo dos medicamentos homeopáticos, além de
abordarmos a diferentes formas farmacêuticas, compreendermos o que são os bioterápicos e
requisitos básicos para o bom funcionamento de uma farmácia homeopática.
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HOMEOPATIA | UNIDADE 4
da Farmacopéia Homeopática Brasileira (ANVISA, 2011; ABFH, 2007).
•Controle da vazão. Deve garantir que um fluxo contínuo e constante de insumo inerte
passe através da câmara de dinamização de forma controlada para que no final de 100 rotações o
conteúdo da câmara seja completamente renovado.
• Número de rotações. Nesse método considera-se que 100 rotações equivalem a 100
sucussões, pois a cada 100 rotações obtêm-se uma nova potência.
• Processo. Diluição e turbilhonamento contínuos. Mecânico.
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ENSINO A DISTÂNCIA
- Retirar da câmara dinamizadora o volume necessário para que sejam feitas, a seguir,
duas dinamizações centesimais hahnemannianas em etanol a 77% (v/v) ou superior.
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1 – Sistema de alimentação composto por um funil de separação de fases, que serve de
reservatório do insumo inerte;
2 – Coluna de vidro para manter a pressão d’água estável do início ao final do processo,
garantindo, desse modo, um fluxo contínuo e constante;
4 – Válvula para o controle de fluxo d’água proveniente do reservatório superior. Ela deve
permitir o escoamento para a câmara de dinamização de volume de insumo inerte suficiente para
preenchê-la ao mesmo tempo em que o motor proporciona 100 rotações;
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Para fazer a calibração do aparelho de fluxo contínuo é necessário realizar os seguintes
cálculos para câmara de 2 mL de capacidade e com um motor de 3.600 rpm e preparação da 200
FC:
- Cálculo do volume para cálice padrão de 60 mL:
3.600 rotações ................................. 60 segundos
100 rotações ..................................... X segundos
X = 1,666666666 segundos.
Para cada 100 rotações, tem-se 1,6 segundos
2 mL ................................. 1,666 segundos
60 mL ................................ X segundos
X = 50 segundos
- Cálculo do número de dinamizações:
N (número de dinamizações) = (FC – 2) = 30 CH
FC = potência final
N = (200 FC – 2) – 30 CH
N = 198 FC – 30 CH
N = 168 dinamizações
- E para 168 dinamizações quantos segundos o aparelho gastará?
1 dinamização ................................. 1,666 segundos
168 dinamizações ............................. X segundos
X = 280 segundos
- Para saber o volume de insumo inerte a ser colocado no reservatório de água purificada,
basta multiplicar o fluxo pelo tempo:
V=FXT
V = 60 mL/50 s X 280 s
V = 336 mL
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A special dinamization foi criada na cidade de Curitiba, pela Fundação de Estudos Médicos
Homeopáticos do Paraná, em 1995 (BRASIL, 2001). Apesar desta escala não estar inserida na
Farmacopéia Homeopática Brasileira (ANVISA, 2011), ela é aceita no meio clínico homeopático
(LUZ, 2013). Consiste de uma preparação cem milesimal (1/100 mil) de duplo passo obtida a
partir de 4 CH.
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3.1. Líquidos
Preparação líquida administrada sob a forma de gotas; dose única líquida; formulações
líquidas (FONTES, 2012).
O prazo de validade deverá ser determinado, caso a caso, conforme legislação pertinente
(ANVISA, 2011).
3.2. Sólidos
HOMEOPATIA | UNIDADE 4
Comprimidos; glóbulos; pós; tabletes; dose única sólida; formulações sólidas (FONTES,
2012).
O prazo de validade deverá ser determinado, caso a caso, conforme legislação pertinente
(ANVISA, 2011).
Em farmacopéias estrangeiras, ainda são encontradas outras formas homeopáticas de uso
interno, como ampolas bebíveis, injetáveis e grânulos (FONTES, 2012).
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- Receita 2: Natrium sulfuricum 200 FC ...... X/V/20. Dose única líquida. Conteúdo: 20
mL. Tomar todo o conteúdo do frasco à noite, ao deitar.
* Interpretação: Prepara o Natrium sulfuricum na potência 200 FC, em etanol a 30 %, pelo
método de fluxo contínuo, transferir 10 gotas (X) da FC para um frasco de 20 mL, acrescentar
cinco gotas (V) de etanol a 96% e 20 mL de água purificada. O primeiro número romano identifica
o número de gotas do medicamento a ser diluído. O segundo, que está entre barras, identifica
o número de gotas de etanol a 96%, necessário para conservar o medicamento por um tempo
maior. O número arábico, após a barra, identifica a quantidade de água purificada, em mL, que
diluirá as gotas do medicamento e do etanol a 96%.
• Preparação sólida:
- Receita 1: Colocynthis 5CH. Comprimidos. Conteúdo: 15 g. Chupar 1 comprimido 4
vezes ao dia.
* Interpretação: Impregnar com 1,5 mL (10%) de Colocynthis 5 CH preparado em etanol
HOMEOPATIA | UNIDADE 4
a 90 % e agitar o frasco por alguns minutos. Deixar secar os comprimidos sobre papel filtro.
Transferir para um frasco de boca larga e rotular.
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Nux vomica 12 CH
ãã ... qsp ....... 30 comprimidos
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Arsenicum álbum 6 CH
Graphites 3 CH trit
ãã … qsp …… 30 comprimidos
Stannum metallicum 3 CH trit
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- Receita 10: Formulação sólida preparada com insumos ativos líquidos (glóbulos)
Hydrastis canadensis 6 CH
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ãã ... qsp ....... 15g glóbulos
Kalium bichromicum 6 CH
Conteúdo: 15 g. Chupar 5 glóbulos de 2 em 2 horas.
- Receita 11: Formulação sólida preparada com insumos ativos líquidos (Pós)
Paeonia 5 CH
ãã ... qsp ....... 10 papéis
Hamamelis 5 CH
Conteúdo = 10 papéis de 500 mg. Tomar todo o conteúdo de 1 papel 2 vezes ao dia.
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- Receita 12: Formulação sólida preparada com insumos ativos sólidos (Pós)
- Receita 13: Formulação sólida prepara com insumos ativos sólidos e líquidos (Pós)
Graphites 3 CH trit.
Calcarea carbônica 30 CH trit. ãã ... qsp .... 10 papéis
Bryonia 12 CH
Aconitum 12 CH
Conteúdo: 10 papéis de 500 mg. Dissolver 1 papel na boca a cada 4 horas.
HOMEOPATIA | UNIDADE 4
* Interpretação: Preparar os componentes das fases líquidas e sólidas conforme as
técnicas descritas. Considerando o peso de 500 mg para cada papel, tem-se um peso
total de 5g. Pesar 0,25g (5%) da fase sólida e acrescentar 4,75 de lactose. Homogeneizar
bem. Incorporar à mistura 0,25 mL (5%) da fase líquida. Homogeneizar e deixar secar
em temperatura inferior a 50ºC. Repartir a mistura final em dez porções de 500 mg.
Acondicionar cada porção em um papel. Colocar os papéis em um pote de boca larga
e rotular.
- Receita 14: Formulação sólida preparada com insumos ativos sólidos (tabletes)
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ENSINO A DISTÂNCIA
- Receita 15: Formulação sólida preparada com insumos ativos sólidos e líquidos (tabletes)
HOMEOPATIA | UNIDADE 4
particular, extremamente importante no plano terapêutico do campo da enfermidade (TETAU,
1980).
Entre os bioterápicos, encontram-se os isoterápicos, porém preparados extemporaneamente
a partir de cepas fornecidas pelo próprio doente. Em 1831, Héring expôs as suas idéias sobre
esse assunto em seu tratado sobre Lachesis. Lux, veterinário em Leipzig, publicou em 1833 seu
trabalho: “A Isopatia dos contágios na qual todas as doenças contagiosas trazem nos próprios
produtos de contágio, o meio de serem curadas” (TETAU, 1980).
- Bioterápicos: São preparações medicamentosas obtidas a partir de produtos biológicos,
quimicamente indefinidos: secreções, excreções, tecidos, órgãos, produtos de origem microbiana
e alérgenos. Essas preparações podem ser de origem patológica (nosódios) ou não patológicos
(sarcódios), elaboradas conforme a farmacotécnica homeopática (ANVISA, 2011).
- Bioterápicos de estoque: são produtos cujo insumo ativo é constituído por amostras
preparadas e fornecidas por laboratório especializado (ANVISA, 2011). Os bioterápicos de
estoque são classificados em 1 - codex, 2 - simples, 3 - complexos, 4 - ingleses e 5 – vivos e/ou
Roberto Costa (FONTES, 2012).
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5 – Bioterápicos Roberto Costa: são obtidos a partir de microrganismos vivos, conforme
técnica desenvolvida pelo pesquisador brasileiro Roberto de Andrade Costa, em escala decimal,
usando como diluente o cloreto de sódio 0,9% (ABFH, 2007; FONTES, 2012).
- Autoisoterápicos: são isoterápicos cujos insumos ativos são obtidos do próprio paciente
(fragmentos de órgãos e tecidos, sangue, secreções, excreções, cálculos, fezes, urina, culturas
microbianas e outros) e destinados somente a este paciente (ANVISA, 2011).
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5.2. Coleta
A coleta deve ser feita sob a orientação de profissional habilitado, em local apropriado,
segundo legislação em vigor.
Quando se tratar de material microbiano, a coleta deve ser realizada de modo a garantir
a presença do agente etiológico, evitando que seja contaminado com outros micro-organismos
não desejados.
Os aspectos mais importantes nos procedimentos de coleta são:
- Toda amostra de origem biológica deve ser tratada como se fosse patogênica.
- Observar e seguir as normas técnicas de segurança individual e de proteção (EPI:
equipamento de proteção individual).
- Descontaminar a parte externa do recipiente da coleta, quando se tratar de material
patogênico.
- Colher o material, sempre que possível, antes do início de qualquer tratamento.
- O material utilizado na coleta deve ser, tanto quanto possível, descartável, sendo
necessário para o seu descarte aplicar o PGRSS – Programa de Gerenciamento de
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Resíduo de Serviços de Saúde, de acordo com o material coletado e outras normas vigentes
para segurança do manipulador. O material reutilizável deve ser descontaminado, de forma que
a biossegurança seja garantida (ANVISA, 2011).
Algumas orientações são necessárias sobre a coleta do material (tabela 2) (FONTES,
2012).
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• Insumos inertes: os insumos inertes a serem utilizados para coleta e preparação dos
bioterápicos e isoterápicos são: lactose, soluções alcoólicas em diversas graduações, água
purificada e excepcionalmente, solução glicerinada e solução de cloreto de sódio 0,9% (p/v =
relação resíduo sólido/volume final).
O insumo inerte selecionado deve ser compatível com a natureza do ponto de partida.
Os autoisoterápicos só poderão ser estocados em etanol 77% (v/v) (equivalente a 70%
(p/p) ou superior e dispensados a partir da 12 CH ou da 24 DH).
Material Procedimento
Excreções (escarro, fezes, pus) Não usar medicamentos tópicos ou produtos
antissépticos
Pó caseiro Não usar produtos de limpeza e assepsia
Raspado de pele e unha Não usar medicamento tópico
Usar produtos de higiene neutros
Saliva O paciente deve estar em jejum de 1 hora
Sangue Colher sem anticoagulantes
O paciente deve estar em jejum de 8 horas
Secreção (auricular, nasal, vaginal) Não usar medicamento tópico
Urina Não usar anti-séptico local
Desprezar o 1º jato de urina
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Tabela 2 – Orientações sobre a coleta de material para o preparo de isoterápicos. Fonte: Fontes (2012).
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Tabela 3 - Orientação para coleta de material a ser utilizado como insumo ativo na preparação de bioterápcos e
isoterápicos. Fonte: ANVISA (2011).
6 - FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
A farmácia homeopática deve atender especificações adequadas em relação a parte
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estrutural, higienização, preparo e conservação dos medicamentos para garantir a qualidade dos
mesmo (ABFH, 2007; FONTES, 2012).
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6.3. Limpeza
A limpeza do local de manipulação será realizada antes do início do trabalho de
manipulação, devendo ser verificada a condição de limpeza dos equipamentos, utensílios e
bancadas; As bancadas devem ser limpas com solução hidroalcoólica a 70% (p/p); Pisos e paredes
devem ser limpos com produto que não deixem resíduos ou possuam odores fortes. É indicado o
uso de sabão neutro, água e/ou solução sanitizante com validação da técnica; Deve haver um POP
(Procedimento Operacional Padrão) específico para a limpeza e sanitização dessa área (ABFH,
2007).
Área ou local de inativação: a área ou local destinado à limpeza, sanitização e inativação
dos materiais utilizados na manipulação dos medicamentos homeopáticos pode estar dentro da
área de manipulação, desde que a operação seja realizada em horário distinto. Esta operação
requer um POP específico (ABFH, 2007).
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album.
6.5. Conservação da TM
As tinturas-mães devem ser conservadas em frasco de vidro âmbar, bem fechados, ao
abrigo da luz e calor. Enquanto as tinturas-mães hidroalcoólicas precisam ficar armazenadas
em locais cuja temperatura se situa entre 16 e 22ºC, as tinturas-mães hidroglicerinadas devem
ficar estocadas em ambientes refrigerados com prazo de validade inferior a seis meses. O
acondicionamento da TM em frasco plástico é impróprio, pois este altera sua qualidade, conforme
as condições de estocagem e a natureza do recipiente e da própria TM (ABFH, 2007; FONTES,
2012).
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6.6. Legislação
Os esforços por regulamentar o mercado de medicamentos incrementaram-se na última
década, em especial nos países desenvolvidos e, mais recentemente, nos países da América Latina.
Com essa atualização vem-se instituindo um conjunto de novas leis cuja área de incubência
envolve a certificação das empresas (FONTES, 2012).
Para a localização e a atualização da legislação pertinente à farmácia, os seguintes sites
poderão ser consultados:
www.anvisa.gov.br + legislação + Leis/Portarias/Resoluções + banco de dados +
Autorização de funcionamento de farmácias e drogarias;
www.cff.org.br + Legislação + Publicações no Diário Oficial.
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1973).
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Brasileira, terceira edição e dá outras providências (BRASIL, 2010).
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6.7. Rotulagem
É a identificação conveniente aplicada diretamente sobre recipiente, invólucro, cartucho
ou qualquer outro protetor de embalagem.
Os medicamentos homeopáticos deverão cumprir nos rótulos com a legislação em vigor,
além de possuir, no mínimo, os seguintes elementos:
- Nome do estabelecimento, CNPJ, endereço e telefone.
- Nome do responsável técnico e o número de inscrição do mesmo no Conselho Regional
de Farmácia.
Além das exigências acima, o rótulo deve conter nos casos especificados abaixo, os
seguintes dados:
Tintura-mãe
- Nome científico da droga.
- Tintura-mãe por extenso ou sigla TM ou símbolo Ø.
- Farmacopéia utilizada na preparação.
- Data de fabricação, prazo de validade e lote.
- Estado da droga (seca ou fresca).
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- Parte usada.
- Grau alcoólico.
- Volume.
Outras matrizes
- Nome científico ou homeopático.
- Potência, escala e método, seguido da palavra ”Matriz”.
- Quantidade.
- Data de fabricação, prazo de validade e lote.
- Insumo inerte sólido e/ou grau alcoólico.
Formas farmacêuticas magistrais para dispensação
- Nome homeopático.
- Potência, escala e método.
- Forma farmacêutica.
- Quantidade.
- Data de manipulação.
- Prazo de validade.
- Posologia.
- Uso interno ou externo.
- Insumo inerte ou grau alcoólico.
- Nome do paciente.
- Nome do prescritor.
- Conservação, quando necessário.
Formas farmacêuticas farmacopeicas para dispensação
- Nome científico ou homeopático.
- Potência, escala e método.
- Forma farmacêutica.
- Quantidade.
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- Existam medidas de recomendações satisfatórias que garantam a armazenagem, a
distribuição e a comercialização em condições apropriadas, durante toda a sua permanência nas
prateleiras, chegando ao consumidor em condições adequadas;
- Haja sistema de registro que permita a identificação do destino do medicamento,
possibilitando o eventual recolhimento (FONTES, 2012).
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Receita
↓
Recebimento pelo atendente da farmácia (avaliação do receituário)
↓
Registro em comanda ou eletronicamente (dados do paciente, do prescritor, do
medicamento, da entrega e do orçamento)
↓
Conferência das matrizes (estoque)
↓
Confecção do rótulo
↓
Separação das matrizes
↓
Pesagem ou separação do insumo inerte
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↓
Manipulação do medicamento
↓
Rotulagem
↓
Conferência da receita e do rótulo
↓
Registro da receita
↓
Dispensação do medicamento (atenção farmacêutica)
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Os diferentes lotes e matérias-primas, insumos inertes e insumos ativos, para os quais
existem métodos de controle de qualidade, como trinturas-mães e triturações, devem ser
adquiridos acompanhados dos respectivos certificados de análise emitidos pelo fornecedor ou
pelo fabricante. Esses certificados devem ter informações claras e conclusivas, com todas as
especificações que garantam a qualidade do produto. Precisam ser datados, assinados e apresentar
identificação do profissional responsável técnico (FONTES, 2012).
Exemplo de certificado de análise da TM de Thuya occidentalis:
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Tabela 4 – Certificado de análise. Fonte: Fontes (2012).
http://homeopatia.bvs.br/
https://aph.org.br/
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REFERÊNCIAS
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normas técnicas para farmácia homeopática. 4ª ed., Curitiba: ABFH, 2007.
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de saúde com terapias naturais. Rio de Janeiro, RJ:Elsevier, 2005.
BARBARA, J. Homeopatia. Lisboa: Hugin, 2000.
BAROLLO. C. R. Aos que se tratam pela Homeopatia. 10ª Ed. São Paulo: Editorial Homeopática
Brasileira, 2001.
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BRASIL. Governo Federal. Portaria nº 17, de 22 de agosto de 1966. Dispõe sobre a manipulação,
receituário industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 23 set. 1966.
BRASIL. Governo Federal. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle
sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1973.
BRASIL. Governo Federal. Decreto nº 74.170, de 10 de junho de 1974. Regulamenta a Lei número
5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1974.
BRASIL. Governo Federal. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância
sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos,
cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 1976.
BRASIL. Governo Federal. Decreto n° 83.239, de 06 de março de 1979. Altera o Decreto n° 79.094,
de 05 de janeiro de 1977, que regulamenta a Lei n° 6.360, de 23 de setembro de 1976. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 1979.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução RDC n° 176, de 30 de maio de 1986. Ratifica,
como atividade privativa da profissão farmacêutica, a Farmácia Homeopática. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 1986.
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REFERÊNCIAS
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redação ao artigo 1º da Resolução/CFF n° 440/05, que dispõe sobre as prerrogativas para o
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