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Profissionalizante
Biossegurança e
Primeiro Socorros
Autor
Sabrina Hochheim
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Sabrina Hochheim
BIOSSEGURANÇA,
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
EM CENTROS DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
INTRODUÇÃO À
BIOSSEGURANÇA
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, você já parou para pensar em todos os riscos expostos nas di-
versas ações em nosso dia a dia? Muitas vezes essas situações passam desper-
cebidas e não nos damos conta de que estamos cercados de riscos para a nossa
saúde. Basta uma pequena ação, como ingerir um lanche ou fazer pequenos cortes,
para que esses riscos possam causar graves doenças.
Quantas pessoas passam por ali em um dia? Muitas pessoas doentes costu-
mam ir em farmácias para adquirirem medicamentos. Já pensou sobre isso? Trata-
remos essas questões nesta unidade.
3
2.1 DEFINIÇÃO DE BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimiza-
ção ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem compro-
meter a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos tra-
balhos desenvolvidos (LESSA, 2014).
Para Costa e Costa (2002), biossegurança é uma ação educativa que, atra-
vés da agregação de conhecimentos técnicos, propicia a segurança da saúde do
homem e do meio ambiente em âmbito geral através de um sistema de ensino-
-aprendizagem. Em resumo, biossegurança são providências e normas adotadas
para a minimização de doenças ou riscos.
INTERESSANTE
Você sabe o que é um risco? Um risco pode ser entendido como qual-
quer evento, desconhecido ou incerto, que possa impedir o sucesso de uma
ação. Geralmente, um risco é classificado pela probabilidade de que ele ocorra e
pelo impacto que pode causar no resultado esperado, caso ocorra. Você conse-
gue pensar em riscos que passa a cada dia, seja em casa ou no trabalho?
Você já parou para analisar hábitos comuns no dia a dia, como onde você
põe as mãos? E se leva as mãos aos olhos ou boca logo em seguida? Já reparou que
conversar com pessoas muito de perto pode ser uma forma de transmissão de do-
enças pela saliva? Todas essas ações envolvem riscos que podem ser considerados
perigosos para a saúde da população.
ATENÇÃO
A NR-32 é a Norma Regulamentadora que tem por finalidade estabe-
lecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como da-
queles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Qualquer dúvida em relação a procedimentos legais sobre a implementação
de medidas de segurança em estabelecimentos de saúde pode ser consulta-
da na íntegra neste documento: https://bit.ly/3MtQjpH.
5
2.2 A FARMÁCIA COMO AMBIENTE DE SAÚDE
De acordo com o Artigo 3º da Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, a farmá-
cia é definida como:
6
A sala destinada à realização de serviços farmacêuticos (aplicação de medi-
camentos, aferição de pressão, temperatura etc.) deve possuir:
FONTE: <https://panoramafarmaceutico.com.br/farmacia-nacional-inaugurou-sala-de-assistencia-
-farmaceutica-avancada/>. Acesso em: 25 abr. 2022.
7
perfície ou objeto, tornando esse objeto incapaz de transmitir doenças. No caso de
assepsia e desinfecção de artigos, o principal agente utilizado é o álcool etílico (eta-
nol), que tem sua concentração ideal recomendada a 70% em peso, isto é, mistura-
-se 70 partes de etanol com 30 partes de água, procedendo uma diluição (BRASIL,
2004). Isso porque o etanol absoluto (100%) é menos ativo do que suas soluções
aquosas. Assim, tem como ação principal a capacidade de desnaturar proteínas, ou
seja, age na membrana celular, lesando as estruturas lipídicas das células microbia-
nas (PELCZAR JUNIOR et al., 1996).
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RESUMO DO TÓPICO 1
9
AUTOATIVIDADE
a) NR-42.
b) NR-22.
c) NR-32.
d) NR-50.
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TÓPICO 2
PROTEÇÃO
INDIVIDUAL E RISCOS
À SAÚDE
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, no tópico anterior, você obteve conhecimentos básicos sobre o
que é a biossegurança e porque ela deve ser observada e cumprida dentro de es-
tabelecimentos de saúde como a farmácia. Daremos prosseguimento agora a este
assunto.
FIGURA 2 – EXEMPLOS DE EPIs UTILIZADOS EM FARMÁCIA: MÁSCARA KN95, JALECO E LUVAS DES-
11
CARTÁVEIS
FONTE: A autora
De acordo com Guandalini et al. (1997) e Andrade et al. (2008), as luvas de-
vem ser usadas quando houver a manipulação de artigos ou superfícies contami-
nadas. Ressalta-se ainda que elas não devem ser reutilizadas por perderem sua
efetividade na proteção, devendo, posteriormente, serem descartadas em lixo para
contaminados.
IMPORTANTE
Luvas descartáveis: caracterizam-se por promover uma boa barreira
mecânica para as mãos do profissional e para a pele do cliente. Devem ser
usadas quando houver a possibilidade do profissional se contaminar ou entrar
em contato com sangue, secreções, mucosas, tecidos e lesões sobre a pele
(RAMOS, 2009).
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Além disso, é importante que o trabalhador utilize calçado fechado e a calça
comprida. Estes são utensílios de segurança adotados com o intuito de evitar que
secreções orgânicas ou materiais de trabalho sejam lançados sobre os pés do pro-
fissional, evitando acidentes e a transmissão de doenças.
13
os citados anteriormente. Tais riscos, como os de acidentes, podem ser agravados
por problemas administrativos e financeiros, devido, entre outros, à falta de manu-
tenção de equipamentos.
IMPORTANTE
Você conseguiria pensar em situações que possam colocar os traba-
lhadores de uma farmácia em risco? Pense nisso e veja como você pode atuar
de forma a minimizar esses riscos.
15
FIGURA 3 – ETIQUETA RESPIRATÓRIA
16
RESUMO DO TÓPICO 2
• Para a redução dos diversos riscos, existem as precauções padrão, que são cons-
tituídas por atitudes, normas, cuidados e equipamentos que visam à proteção
das pessoas envolvidas nos serviços de saúde de microrganismos causadores
de doenças.
17
AUTOATIVIDADE
2 Ao sair de casa para trabalhar, temos que estar cientes dos riscos a que
estamos expostos, dessa maneira, podemos tentar preveni-los. Os riscos re-
cebem certas classificações para tornar mais fácil seu entendimento. Assinale
a alternativa que traz um exemplo de risco biológico:
a) Sangue.
b) Remédio vencido.
c) Caixas pesadas.
d) Lâmpadas queimadas.
a) Risco químico.
b) Risco biológico.
c) Risco ergonômico.
d) Risco de acidentes.
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TÓPICO 3
BOAS PRÁTICAS
NA FARMÁCIA
1 INTRODUÇÃO
Neste terceiro tópico, você verá assuntos relacionados ao risco de contami-
nação por doenças infectocontagiosas em estabelecimentos de saúde, sua impor-
tância e como fazer para evitar pegar essas doenças, evitando, assim, afastamen-
tos do trabalho.
Por fim, terá acesso ao conteúdo sobre o lixo gerado em ambientes de saúde
e seu impacto ambiental, assim como os procedimentos que devem ser realizados
para gerenciar estes resíduos.
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Os procedimentos de limpeza são de extrema importância para a prevenção
da disseminação de doenças em serviços de saúde. O risco de agravos à saúde nos
estabelecimentos de saúde pode ser variado e cumulativo tanto para os trabalha-
dores como para os clientes. Portanto, é vital que todos os profissionais conheçam
e adotem o conceito de biossegurança a fim de se obter um ambiente profissional
livre de riscos para os trabalhadores e clientes, como já fora dito nesta unidade.
FONTE: <https://hilab.com.br/blog/o-papel-do-farmaceutico-frente-a-pandemia-de-covid-19/>;
<https://drogariasantoremedio.com.br/doencas-infectocontagiosas/>. Acesso em: 25 abr. 2022.
IMPORTANTE
As doenças infectocontagiosas são aquelas de fácil e rápida transmis-
são, provocadas por agentes patogênicos, como o vírus da gripe e o bacilo da
tuberculose. Em algumas ocasiões, para que se produza a doença, é necessá-
rio um agente intermediário, transmissor ou vetor (PARANAGUÁ, 2019).
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3 MANUAL DE ROTINAS E PROCEDIMENTOS
Todo estabelecimento deve possuir o Manual de Rotinas e Procedimentos
disponível a todos os profissionais. Trata-se de um roteiro descritivo do passo a
passo de cada serviço prestado e as recomendações sobre as atividades execu-
tadas, ou seja, é um guia, que pode e deve ser consultado sempre que houver dú-
vidas de como agir em determinada situação. Esse manual também é conhecido
como Manual de Boas práticas (MBP) ou Procedimento Operacional Padrão (POP).
Basicamente, é um passo a passo com a finalidade de padronizar as atividades de
cada trabalhador, de forma a minimizar os riscos a que estão expostos. No MBP, há
a descrição das funções de cada cargo existente, de forma que exista uma divisão
e atribuição de responsabilidades. Alguns exemplos de descrição de atividades são:
A lavagem correta das mãos é uma das mais importantes medidas utilizadas
na diminuição da propagação de doenças. Essa lavagem tem a finalidade de livrar
as mãos da sujeira, removendo bactérias, transitórias e residentes, como também
células descamativas, pelos, suor e oleosidade da pele, e deverá ser feita antes e
depois de atender cada cliente. Os profissionais devem adotar esse procedimento
como um hábito e seguir as recomendações e etapas de desenvolvimento da se-
guinte técnica:
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• Enxaguar as mãos, retirando totalmente a espuma e os resíduos de sabão.
• Enxugá-las com papel toalha descartável.
• Fechar a torneira utilizando papel toalha descartável (evitar encostar na torneira
ou na pia).
NOTA
O farmacêutico tem um papel fundamental em estabelecer as boas
práticas e padronizar os procedimentos técnicos, uma vez que é o profissional
responsável pelo cumprimento das normas legais, capacitado para padronizar
a forma de execução dos serviços, atividades e tarefas, visto ser o detentor do
conhecimento técnico e o responsável direto pelos atos técnicos desempe-
nhados dentro do seu local de trabalho, devendo ter completa autonomia para
padronizar e modificar os procedimentos sempre que necessário, cabendo a
ele a aplicação de treinamentos periódicos e avaliação contínua do desempe-
nho de todos os funcionários envolvidos nas rotinas técnicas.
FONTE: <http://www.crfsp.org.br/orienta%C3%A7%C3%A3o-farmac%C3%AAutica/641-fiscali-
zacao-parceira/farm%C3%A1cia/8363-fiscalizacao-parceira-7.html>. Acesso em: 25 abr. 2022.
22
4 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 7 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério
do Trabalho, para os profissionais que trabalham nos estabelecimentos de embele-
zamento, são obrigatórios os seguintes exames médicos:
a) Exame admissional: exame médico que deverá ser realizado antes de o profissio-
nal assumir suas atividades no estabelecimento.
b) Exame periódico: exame médico anual para profissionais acima de 45 anos e
bianual para profissionais com idade entre 18 e 45 anos.
c) Exame de retorno ao trabalho: exame médico que deverá, obrigatoriamente, ser
realizado no primeiro dia de retorno ao trabalho, no caso de o profissional ter sido
afastado por período igual ou superior a 30 dias, por gestação, doença ou aci-
dente de natureza ocupacional ou não.
d) Exames de mudança de função: exame médico que deverá ser realizado antes
de qualquer mudança de função do profissional. Entende-se por mudança de
função qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou setor, que implique
a exposição do profissional a risco diferente a que estava exposto.
e) Exame demissional: exame médico a ser realizado obrigatoriamente dentro dos
15 dias que antecederem o desligamento definitivo do profissional. Para o profis-
sional cabeleireiro, se o último exame (admissional ou periódico) foi realizado há
menos de 135 dias, está dispensado do exame demissional.
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gerenciamento de resíduos internos refere-se à operação de segregação ou sepa-
ração dos resíduos, no momento e no local de sua geração, acondicionados imedia-
tamente, de acordo com a sua classificação.
• Grupo A: é o grupo dos resíduos com risco biológico. Representam risco à saúde
e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Como exemplos,
temos: sangue, secreções, excreções e outros fluidos orgânicos, placas e lâmi-
nas de laboratório, carcaças de animais, entre outros.
• Grupo B: grupo dos resíduos com risco químico. Representam risco devido a ca-
racterísticas, como corrosividade, reatividade, toxicidade, entre outras. Exem-
plos: medicamentos vencidos e/ou contaminados, objetos perfurocortantes
contaminados com produtos químicos etc.
• Grupo C: grupo dos resíduos radioativos. Exemplos desse grupo são os resíduos
dos grupos A, B e D, contaminados com substâncias radioativas, ou ainda medi-
camentos provenientes de centros de radioterapia.
• Grupo D: grupo dos resíduos comuns. São aqueles que não se enquadram nos
grupos anteriores, pois não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à
saúde ou ao meio ambiente. Exemplos desse grupo são as sobras de alimentos
e resíduos das áreas administrativas.
• Grupo E: grupo dos materiais perfurocortantes. Como exemplos, têm-se as lâ-
minas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, entre outros
(SILVEIRA; BRITO, 2010).
Resíduo comum:
• Acondicionar em saco plástico de qualquer cor, exceto branca.
• O preenchimento dos sacos deve alcançar, no máximo, 2/3 de sua capacidade.
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Resíduo infectante:
• Os materiais perfurantes e cortantes devem ser acondicionados em recipientes
apropriados de parede rígida, devidamente identificados com o resíduo infectante.
• Para os não perfurantes e cortantes, utilizar sacos plásticos de cor branca leitosa.
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O primeiro passo ao adequado manejo dos resíduos sólidos é conhecer os
tipos de resíduos gerados, identificando-os de acordo com os diferentes grupos que
estudamos anteriormente. Os próximos passos seriam, em sequência, a segregação
ou separação, o acondicionamento, a coleta interna, o transporte interno, o armaze-
namento, a coleta externa, o transporte externo, o tratamento e a disposição final.
Após a coleta, seguimos para o transporte, que tem como objetivo recolher
o material das diferentes fontes geradoras para o armazenamento temporário ou
interno. Durante o transporte, deve-se ter o cuidado de não danificar os recipien-
tes (sacos plásticos, caixas de papelão etc.) contendo os resíduos. Para isso, eles
devem ser transportados em carrinhos exclusivos para esse fim. O armazenamento
dos resíduos consiste na guarda ou estocagem, de forma segura, dos resíduos em
locais apropriados.
A coleta externa deverá ser diária para os resíduos dos grupos A e D, para se
evitar o risco de contaminação ambiental e proliferação de vetores e odores desa-
gradáveis. Alguns estabelecimentos, dependendo do tipo de trabalho desenvolvido,
terão uma coleta específica para os resíduos do grupo B. Na maioria dos estabele-
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cimentos de saúde, os resíduos do grupo C são tratados por eles próprios, sendo
coletados posteriormente.
O transporte externo tem o objetivo de levar o resíduo do local onde foi ar-
mazenado ao local de tratamento e disposição final, através de veículos devida-
mente equipados. O tratamento que vem na sequência do transporte tem como
objetivo alterar as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas
dos resíduos, diminuindo, assim, os riscos à saúde e à qualidade do meio ambiente.
LEITURA COMPLEMENTAR
Leia o trecho deste artigo que fala sobre acidentes de trabalho envol-
vendo objetos perfurocortantes. O artigo foi publicado na Revista de Epide-
miologia e Controle de Infecção, em 2015.
INTRODUÇÃO
27
genos transmissores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e pelos vírus
da hepatite B e C no ambiente de trabalho. No início da epidemia, as pesso-
as acometidas tinham características comuns, eram adultos jovens e sadios,
homossexuais e usuários de drogas injetáveis. No entanto, verificou-se, pouco
tempo depois, que o HIV não estava restrito apenas ao grupo de homossexuais
ou bissexuais, surgindo relatos de identificação em usuários de drogas endo-
venosas, hemofílicos, parceiros heterossexuais de pessoas com o vírus, traba-
lhadores da saúde, através da exposição ocupacional, receptores de sangue e
seus derivados e através de transfusão.
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temente expostos a resíduos biológicos contaminantes, dentre estes, o vírus
da AIDS (HIV) e o das hepatites B e C (HBV e HCV). [...]
ACIDENTE DE TRABALHO
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lação de artigos contaminados. Os acidentes relacionados a picadas de agu-
lhas são responsáveis por 80 a 90% das transmissões de doenças infecciosas
entre trabalhadores da saúde.
30
lhares de trabalhadores da saúde são afetados por trauma psicológico, que
perdura durante os meses de espera dos resultados dos exames sorológicos.
Dentre outras consequências, estão ainda as alterações das práticas sexuais,
os efeitos colaterais das drogas profiláticas e a perda do emprego.
31
correta é de extrema importância, prevenindo infecções e promovendo a
saúde.
FONTE: <https://www.researchgate.net/publication/281467574_ACIDENTES_COM_PERFU-
ROCORTANTES_EM_TRABALHADORES_DA_SAUDE_REVISAO_DA_LITERATURA>. Acesso
em: 26 abr. 2022.
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Para a redução dos diversos riscos, existem as precauções padrão, que são cons-
tituídas por atitudes, normas, cuidados e equipamentos que visam à proteção
das pessoas envolvidas nos serviços de saúde de microrganismos causadores
de doenças.
• Os resíduos sólidos podem ser classificados em quatro grupos (A, B, C e D), di-
ferenciados de acordo com os riscos que representam aos seres humanos e ao
meio ambiente.
33
AUTOATIVIDADE
a) Restos de alimentos.
b) Medicamentos vencidos.
c) Algodão com sangue.
d) Caixas de papelão.
a) Papel toalha.
b) Caixas de remédios.
c) Agulhas.
d) Algodão com sangue.
4 Como uma forma de manter a saúde dos trabalhadores sob controle, são
feitos exames periódicos com o médico do trabalho. Descreva os tipos de
exames que são feitos rotineiramente em uma empresa:
R.:
34
REFERÊNCIAS
35
COSTA, M. A. F. C.; COSTA, M. F. B. Biossegurança: elo estratégico SST. Revista
CIPA, [s. l.], v. 21, n. 253, jan. 2002.
36
UNIDADE 2
BIOSSEGURANÇA,
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
EM CENTROS DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
GESTÃO E
QUALIDADE
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, neste primeiro tópico da Unidade 2, você verá assuntos rela-
cionados à qualidade, bem como à gestão e às ferramentas que a compõem. Es-
ses geralmente são conceitos bem técnicos, que são estudados principalmente por
pessoas das áreas administrativas de gestão da qualidade, porém, é importante
que você tenha uma noção sobre qualidade, uma vez que ela se aplica a todos os
setores de nossa vida.
2 CONCEITOS DE QUALIDADE
As organizações buscam sistemas de gestão da qualidade para melhorar
o seu desempenho interno e garantir a qualidade de produtos e serviços que ofe-
recem, a fim de se manterem no mercado competitivo, visto que, atualmente, a
qualidade é fator essencial para que empresas sobrevivam e se mantenham com-
petitivas no mercado cada vez mais globalizado. Segundo Belluzzo e Macedo (1993),
a busca da qualidade total, exercida em todas as etapas do processo produtivo e em
todos os níveis hierárquicos das organizações, orienta uma verdadeira revolução de
conceitos, hábitos e procedimentos, que são verificados em âmbito internacional
na sociedade atual.
40
FIGURA 1 – GESTÃO DA QUALIDADE
41
A atualização e a redimensão da economia fazem com que a implantação
de sistemas de gestão da qualidade não seja mais considerada um diferencial es-
tratégico, mas, sim, a cada dia, um pré-requisito necessário para as empresas, no
sentido de desenvolver com eficiência e eficácia produtos e serviços que melhor
atendam aos seus clientes.
42
• efetivar prazos e horários;
• desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
• manifestar os diferenciais da organização;
• marcar qualidade à relação atendente/usuário;
• fazer uso da empatia;
• verificar as reclamações;
• atender às boas sugestões.
No conjunto dessas ações, deve ainda ser ressaltada a empatia como um fa-
tor crucial para a excelência no atendimento ao público. A utilização adequada des-
sa ferramenta quando as pessoas estão interagindo é fundamental. No bom aten-
dimento, é importante a utilização de frases, como “bom dia”, “boa tarde”, “sente-se,
por favor”, ou “aguarde um instante, por favor” que, ditas com suavidade e cordia-
lidade, podem levar o cliente a perceber o tratamento diferenciado que algumas
empresas, consultórios, clínicas etc. já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
• Competência: o usuário espera que cada pessoa que o atenda detenha infor-
mações detalhadas sobre o funcionamento da organização e do setor que ele
procurou.
• Legitimidade: o usuário deve ser atendido com ética, respeito, imparcialidade,
sem discriminações, com justiça e colaboração.
• Disponibilidade: o atendente representa, para o usuário, a imagem da organiza-
ção. Assim, deve haver empenho para que o usuário não se sinta abandonado,
desamparado, sem assistência. O atendimento deve ocorrer de forma personali-
zada, atingindo-se a satisfação do cliente.
• Flexibilidade: o atendente deve procurar identificar claramente as necessidades
do usuário e esforçar-se para ajudá-lo, orientá-lo e conduzi-lo a quem possa
ajudá-lo adequadamente.
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2.2 QUALIDADE NA ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE
DE TRABALHO
Um ambiente limpo e organizado é bom e causa sensação de bem-estar.
Outros pontos importantes estão relacionados à adequação do local, à iluminação,
à ventilação e ao conforto térmico e acústico. Muitas empresas que aceitaram su-
gestões de seus clientes, além da atenção dispensada aos aspectos estéticos, es-
tão buscando retirar os fatores ligados ao ambiente de trabalho que possam causar
danos à saúde. Entre eles:
• poluição visual: o excesso de material visual (cartazes, fotos, entre outros) e/ou
a desordem dos objetos disponíveis no ambiente (mobiliário e equipamentos)
podem causar desconforto visual;
• poluição sonora: barulhos em excesso são inadequados ao ambiente de trabalho,
uma vez que a exposição contínua a grandes ruídos pode causar sérios prejuízos
ao ser humano, tais como nervosismo, fadiga mental e distúrbios auditivos.
44
crenças, como “errar é humano”, “santo de casa não faz milagres”, “em time que está
ganhando não se mexe”, “gosto não se discute”, entre outras, substituindo-as por:
Uma vez que o cliente é fidelizado, ele passa a aceitar melhor as indicações
dos balconistas para determinados produtos da loja. Começa a ser criado um vín-
culo de confiança entre o balconista e o cliente e isso é muito importante para que
o consumidor tenha a certeza de que está comprando o que realmente vai atender
à necessidade dele.
45
1. Não dar a atenção que o cliente necessita: a falta de atenção é um dos erros mais
graves do atendimento na drogaria, e o grande problema é que isso é percebido
com muita facilidade pelo cliente.
O que fazer: é preciso ter clareza que os atendentes estão ali para suprir as ne-
cessidades e desejos dos consumidores e eles precisam sentir que estão sendo
cuidados durante o atendimento. Os atendentes devem estar prontos para lidar
com os interesses do cliente nesse momento. Caso contrário, a impressão que
fica é que não estão preocupados com o que o cliente precisa. Muitas vezes, a
situação fica ainda mais evidente pelo fato de o atendente estar no celular ou
no computador, sem dar a devida atenção ao que o cliente está falando. Essa
falta de cuidado é extremamente perigosa para a loja, pois um cliente que não
se sente bem atendido dificilmente retornará à farmácia numa próxima necessi-
dade. O ideal é que toda a equipe seja orientada e que as instruções de um bom
atendimento estejam escritas no Manual de Boas Práticas.
46
manter alguns detalhes básicos, mas que fazem toda a diferença, como educa-
ção, simpatia, paciência e respeito. Não é possível admitir grosseria ou impaciên-
cia de um colaborador. Esse tipo de postura não deve acontecer.
4. Querer vender a todo custo: não existe sensação pior dentro de uma loja do que
um atendente querer forçar a venda de algum produto. Fica claro para o con-
sumidor que o balconista ganhará algum tipo de comissão e isso incomoda o
cliente, que está ali para comprar os itens que necessita para cuidar da saúde.
O que fazer: é preciso entender o comportamento do consumidor, os produtos
que ele busca e atender as suas necessidades. Se for o momento e o cliente
adequado para essa sugestão, é possível fazê-la, mas é preciso cuidado para en-
tender cada momento e cada consumidor dentro da loja durante o processo de
compra. Tentar vender a todo custo é outro erro de atendimento na drogaria que
não deve ocorrer. Você pode até oferecer algumas opções, mas é preciso deixar
o cliente à vontade para tomar sua decisão.
47
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
48
Em se tratando dos obstáculos supracitados, é preciso salientar como
problemáticas a gestão centralizada e sem conhecimento técnico científico
acerca das finanças e gestão, comum nas drogarias de pequeno porte, que
são geridas, em sua maioria, pelos próprios proprietários dessas microempre-
sas, acrescida da ênfase reduzida na gestão farmacêutica, ausente na maio-
ria das matrizes curriculares dos cursos de farmácia no país (CUNHA, 2012;
RASOTO, 2012), podendo essas situações potencializarem ainda mais os obs-
táculos enfrentados diariamente pelas microempresas.
DESENVOLVIMENTO
49
Com o advento do plano real, que trouxe estabilidade econômica ao
país devido à redução da inflação e à potencialização da capacidade de aqui-
sição de novos produtos por parte da população (FEITOSA, 2012; SILVA, 2015;
SOUZA, 2016), as drogarias e as farmácias supracitadas tiveram um cresci-
mento acelerado no seu quantitativo, gerando, desse modo, modificações no
cenário econômico. Essas redes possuem como diferenciais principais o alto
poder de compra, a quantidade de lojas, a venda através das plataformas das
lojas virtuais e a variedade de medicamentos, cosméticos e produtos de saú-
de e higiene pessoal (FERREIRA, 2013; NASCIMENTO, 2014; LEAL, 2018). As
drogarias de pequeno porte, que antes dominavam esse mercado, passaram
a sentir o aumento da concorrência aliado a outros fatores, a exemplo da pou-
ca experiência dos empreendedores e da estagnação destes acerca da aqui-
sição de conhecimentos referentes à gestão (REGERT et. al., 2018).
50
Em conformidade com isso e consoante com a gestão de recursos
humanos, são importantes a seleção e a observância cuidadosa da formação
da equipe de trabalho através do recrutamento, em que o gestor deve buscar
profissionais confiantes, seguros e comunicativos, cabendo ao líder posicio-
ná-los nos cargos que possibilitem o melhor aproveitamento das capacidades
individuais de todos, com o intuito de potencializar a obtenção dos resultados
(SERRANO, 2010; AGUIAR, 2012). Por sua vez, a gestão financeira, que elucida
o funcionamento da empresa e está alicerçada no seu plano de contabilidade,
tem contribuição significativa para o alcance da qualidade da gestão e, con-
sequentemente, resultados econômicos positivos.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, pode-se concluir que, dada a importância que a gestão exerce
em uma empresa, é preciso que esta seja realizada de maneira a atingir níveis
de qualidade que viabilizem a drogaria, um processo organizativo mais es-
truturado, permitindo, assim, um melhor desempenho econômico, indo além
da manutenção do funcionamento e atingindo a ampliação das drogarias de
pequeno porte. Ademais, vale ressaltar, ainda, que devido à dinamicidade do
varejo farmacêutico e seu crescimento prospectivo, faz-se necessária a rea-
lização de mais estudos para a ampliação da discussão da temática que é tão
importante para o meio econômico farmacêutico.
FONTE: <https://www.semanticscholar.org/paper/A-IMPORT%C3%82NCIA-DA-QUALIDADE-
-DA-GEST%C3%83O-DAS-DROGARIAS-Souza-Cruz/4e2fe67beea0e062c325a7dc4e0c45ddfa-
42caf0>. Acesso em: 27 abr. 2022.
52
RESUMO DO TÓPICO 1
• No conjunto dessas ações, deve ainda ser ressaltada a empatia como um fator
crucial para a excelência no atendimento ao público.
• O excesso de material visual (cartazes, fotos, entre outros) e/ou a desordem dos
objetos disponíveis no ambiente (mobiliário e equipamentos) podem causar des-
conforto visual.
• Os cinco erros mais comuns no atendimento ao cliente na farmácia são: não dar
a atenção que o cliente necessita, não se atentar ao receituário, falta de educa-
ção e simpatia, querer vender a todo custo e deixar o cliente esperando.
53
AUTOATIVIDADE
a) V – V – F – V.
b) F – F – V – F.
c) F – V – F – V.
d) V – V – F – V.
54
4 As definições de qualidade podem ser empregadas a todo o tipo de empre-
sa, não só a farmácias, mas também a serviços prestados de maneira geral.
Dessa forma, defina qualidade.
R.:
55
56
TÓPICO 2
LIMPEZA E
ORGANIZAÇÃO DA
FARMÁCIA
1 INTRODUÇÃO
Neste segundo tópico, veremos assuntos relacionados aos cuidados no
atendimento em centros de saúde como a farmácia: limpeza e organização da
farmácia.
57
2.1 SERVIÇOS QUE PODEM SER OFERECIDOS NA
SALA DE PROCEDIMENTOS EM FARMÁCIA
Aplicação de vacinas: farmácias de todo o Brasil podem aplicar vacinas,
mas, para isso, esses estabelecimentos de saúde devem obedecer a algumas exi-
gências, como estar inscritos no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde
(CNES) e possuir licença para a prestação do serviço de vacinação emitida pela au-
toridade sanitária municipal competente. Em cada local, é obrigatória a designação
de um responsável técnico e a contratação de profissionais habilitados para aplicar
vacinas. As instalações precisam ser adequadas e seguir parâmetros estabeleci-
dos nas normas do setor, como ambiente refrigerado para armazenar as vacinas
e cuidados no transporte dos materiais para não prejudicar a qualidade. Também
é obrigatório o registro das informações nos cartões de vacinação. O Certificado
Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) poderá ser emitido pela farmácia ou
drogaria licenciada para realizar o serviço de vacinação e credenciada pela Anvisa
para a emissão, uma vez que a emissão do CIVP deverá seguir os padrões definidos
pela Anvisa (CRF-SP, 2018).
58
Perfuração de lóbulo auricular: o procedimento de perfuração de lóbulo
auricular para piercings e brincos, entre outros, também é permitido em farmácias e
drogarias. Este serviço é realizado com pistola e brincos regularizados junto à Anvisa.
IMPORTANTE
Balconistas podem prestar os serviços farmacêuticos descritos na
RDC nº 44/2009 sob supervisão do farmacêutico?
59
3 ASSEPSIA, DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO
Para que a farmácia seja, efetivamente, um local seguro, de conforto e bem-
-estar para profissionais e clientes, a higienização das mãos, móveis, bancadas e
utensílios terá que obedecer a diversos procedimentos, como já estudamos ante-
riormente. Veja, a seguir, alguns conceitos ligados a procedimentos seguros:
60
• Detergente: substância ou preparação química que produz limpeza.
• Esterilização: é a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, bac-
térias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza
agentes químicos ou físicos.
• Esterilizante: é a substância ou a preparação química capaz de destruir todas
as formas de vida (bactérias, fungos, vírus, protozoários, formas vegetativas e
esporos).
• Infecção cruzada: é um termo utilizado para referir-se à transferência de mi-
crorganismos de uma pessoa (ou objeto) para outra pessoa, resultando, neces-
sariamente, em uma infecção.
• Infecção endógena: é aquela causada por microrganismos que já estavam pre-
sentes no organismo hospedeiro, sendo, portanto, uma autoinfecção.
• Infecção exógena: é uma infecção adquirida de fora para dentro, é causada por
microrganismos adventícios que estavam presentes anteriormente no organismo
hospedeiro. A infecção exógena significa um rompimento da cadeia asséptica, o
que é muito grave, pois dependendo da natureza dos microrganismos envolvidos,
a infecção exógena pode ser fatal, como é o caso da HIV, Hepatite B e C.
• Procedimento crítico: é todo procedimento em que existe a presença de san-
gue, pus ou matéria contaminada pela perda de continuidade.
• Procedimento semicrítico: todo procedimento em que existe a presença de
secreção orgânica (saliva) sem perda de continuidade do tecido.
• Procedimento não crítico: todo procedimento em que não há a presença de
sangue, pus ou outra secreção orgânica (saliva) (GUIMARÃES JUNIOR, 2001).
61
RESUMO DO TÓPICO 2
• Dentre os serviços que podem ser prestados, estão: aplicação de vacinas, apli-
cação de medicamentos, acompanhamento de pacientes, medição e monito-
ramento da pressão arterial e glicemia capilar, monitoramento de temperatura,
realização de curativos e perfuração de lóbulo auricular:
62
AUTOATIVIDADE
63
64
TÓPICO 3
PRIMEIROS SOCORROS
E EMERGÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, todos podemos passar por situações de risco que podem causar
urgências e emergências. Esses acontecimentos não têm local e nem hora para
acontecer e, por isso, ter algum preparo com relação ao atendimento primário de
vítimas pode ser muito importante para salvar vidas. A farmácia, como sendo um
local de saúde, recebe muitas pessoas doentes e pode ser sim um local onde emer-
gências podem eventualmente ocorrer.
2 PRIMEIROS SOCORROS
Os primeiros socorros são procedimentos de emergência para realizar um
atendimento, de imediato, no local do acidente às vítimas de trauma, urgências ou
emergências clínicas. Esse atendimento imediato visa garantir a segurança local,
avaliando o estado e estabilizando os sinais vitais da vítima até esta ser encaminha-
da para a unidade hospitalar (QUILICI; TIMERMAN, 2011).
65
• Reconhecer situações que coloquem a vida em risco (tanto da vítima quanto do
socorrista e curiosos).
• Controlar sangramentos (quando necessário).
• Aplicar respiração e circulação artificiais (quando necessário).
• Minimizar o risco de outras lesões e complicações (manipulação incorreta da vítima).
• Confortar e tranquilizar a vítima, utilizando tom de voz moderado e confiante e
providenciar assistência médica e transporte (quando necessários).
• Sinalizar o local do acidente.
IMPORTANTE
O atendimento imediato no local do acidente contribui expressivamente
para a manutenção da integridade física e/ou psíquica do indivíduo em uma
situação de risco. Conforme estudo desenvolvido por programas internacionais,
as taxas de sobrevivência estão na ordem de 49 a 74%. O Código Penal brasilei-
ro, Art. 135 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, traz que é crime
de omissão de socorro “deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida
ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública”.
FONTE: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623219/artigo-135-do-decreto-lei-n-
-2848-de-07-de-dezembro-de-1940>. Acesso em: 27 abr. 2022.
66
da permitir decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequado, asseguran-
do à vítima maiores chances de sobrevida.
Caso houver mais de uma vítima, o atendimento deve ser escolhido confor-
me o risco, ou seja, primeiro as que apresentem risco de perda de membros e, por
último, as demais. A abordagem primária é executada em duas fases: a abordagem
primária rápida e a abordagem primária completa.
1) Aproximar-se da vítima.
2) Tocá-la garantindo-lhe o controle cervical.
3) Verificar se está respirando.
4) Verificar se está consciente.
5) Verificar pulsação.
6) Averiguar temperatura, umidade e coloração da pele (palidez, pele fria e úmida).
7) Analisar rapidamente da cabeça aos pés, procurando por hemorragias ou gran-
des deformidades.
8) Transferir as informações para a Central de Emergência e repassar as informa-
ções.
67
Não havendo respostas à respiração, iniciar as manobras de controle das
vias aéreas e a ventilação artificial. Ao mesmo tempo, palpar o pulso radial (em ví-
tima inconsciente, palpar direto o pulso carotídeo) e determinar se está presente e
sua qualidade (normal, muito rápido ou lento). Se inexistente, palpar pulso de artéria
carótida ou femoral (maior calibre) e, caso confirmado que a vítima está sem pulso,
iniciar manobras de reanimação. Analisaremos o processo de verificação da pulsa-
ção por meio da figura a seguir:
68
FIGURA 3 – XABCDE DO TRAUMA
FONTE: <https://www.linkedin.com/posts/daniellekalilbraga_enfermagem-nurse-enfermeira-activity-
-6870947765770338304-2MCf>. Acesso em: 27 abr. 2022.
PASSO X – Exsanguinação
69
Contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta deve ser antes
mesmo do manejo das vias aéreas, uma vez que, epidemiologicamente, apesar de a
obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período, o que
mais mata no trauma são as hemorragias graves.
• Pulso: quando a pessoa está consciente, aferir a priori o pulso radial; se este não
for percebido, tentar palpar o pulso carotídeo ou o femoral; já quando a vítima es-
tiver inconsciente, examinar o pulso carotídeo do lado em que você se encontre.
A avaliação do pulso dá uma aproximação da pressão arterial. Se o pulso radial
não estiver palpável, possivelmente a vítima apresenta um estado de choque
hipovolêmico descompensado, situação grave que exige uma intervenção ime-
diata. No caso de o pulso femoral ou carotídeo estar ausente, iniciar manobras de
reanimação cardiopulmonar. Se o pulso estiver presente, observar sua qualidade:
lento ou rápido, forte ou fraco, regular ou irregular.
• Perfusão periférica: realiza-se uma pressão na base da unha ou nos lábios, de
forma que a coloração passe de rosada para pálida. Após recuar a pressão, a co-
loração rosada deve retomar num tempo inferior a dois segundos. Caso o tempo
70
ultrapasse dois segundos é sinal de que a perfusão periférica está comprometida
(oxigenação/perfusão inadequadas).
• Coloração, temperatura e umidade da pele: alguns sinais de comprometimento
da oxigenação/perfusão dos tecidos são cianose e palidez. A pele fria e úmida in-
dica choque hipovolêmico (hemorrágico). Se o atendente da vítima verificar he-
morragia externa, deve utilizar métodos de controle. Se nesta abordagem obser-
var sinais que sugerem hemorragia interna, agilizar o atendimento e transportar a
pessoa o mais brevemente possível ao hospital, seguindo sempre as orientações
da Central de Emergências.
71
FIGURA 4 – NÚMEROS DE EMERGÊNCIA PARA SEREM ACIONADOS POR
VOCÊ NO SOCORRO ÀS VÍTIMAS
FONTE: <https://www.praiafaroldesaothome.com.br/2018/07/numeros-de-emergencia-voce-sabe-
-para.html>. Acesso em: 27 abr. 2022.
3 EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS
A pressão alta está relacionada à quantidade de sangue que o coração bom-
beia e à resistência das artérias ao fluxo sanguíneo. Ao aumento da pressão arterial
damos o nome de hipertensão arterial sistêmica (HAS). De acordo com o Ministério
da Saúde, é uma doença que atinge cerca de 20% da população brasileira e chega
a 50% entre os idosos (FUKS, 2018).
72
relaxa, a pressão fica em 70 milímetros de mercúrio. A pressão que ocorre quando
o coração se contrai é chamada de sistólica, e quando ele se dilata, é a diastólica.
73
e no coração. Além disso, facilitam a formação de placas de gordura nas artérias
coronárias, elevando a predisposição do paciente hipertenso ao infarto agudo do
miocárdio (IAM).
74
relação às brancas. Um fator que nos chama a atenção é a ingestão excessiva de
sódio, que tem sido correlacionada com a elevação da pressão arterial. A população
brasileira apresenta um padrão alimentar rico em sal, açúcar e gorduras (BRANDÃO
et al., 2010).
• sensação de mal-estar;
• ansiedade e agitação;
• cefaleia severa;
• tontura;
• borramento da visão;
• dor no peito;
• tosse e falta de ar.
Ao identificar uma crise de pressão alta, não há muito o que possa ser feito
com relação aos primeiros socorros enquanto o socorro médico é aguardado. Basi-
camente, o socorrista deverá acionar o serviço de atendimento móvel de urgência
(SAMU 192), posicionar a vítima sentada ou semissentada, garantir que as vias aé-
reas fiquem desobstruídas e manter a vítima em repouso.
75
caso de dúvida, procure sempre um médico. Adiar a consulta e/ou desprezar os
sintomas são alguns dos erros mais comuns entre todos os pacientes. Apenas o
médico especializado será capaz de identificar corretamente possíveis disfunções
no organismo. Além disso, procurar um nutricionista e começar uma atividade física
acompanhada por um profissional são dicas valiosas que continuam em vigor.
4 EMERGÊNCIAS DIABÉTICAS
O diabetes constitui uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente
da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus
efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes se desen-
volve quando o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade
suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não
é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina desenvolve a
redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa pe-
netrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Assim, se houver
falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de
glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes (HEIMBECHER, 2021).
76
A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar
como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordu-
ra). Vale lembrar que o diabetes não se trata de uma doença única, mas de um con-
junto de doenças com uma característica em comum: aumento da concentração de
glicose no sangue provocado por duas diferentes situações.
Diabetes tipo 1:
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crônica que ocorre quando o pân-
creas produz muito pouca ou nenhuma insulina. A insulina é um hormônio que aju-
da o corpo a absorver e utilizar a glicose dos alimentos. Sem insulina, os níveis de
glicose tornam-se mais elevados que o normal (PINHEIRO, 2021).
Tais sintomas podem ocorrer também em pessoas com diabetes tipo 2, mas
geralmente são menos evidentes. Em crianças com diabetes tipo 2, esses sintomas
podem ser moderados ou até mesmo ausentes. No caso do diabetes tipo 1, esses
sintomas surgem de forma abrupta e, às vezes, podem demorar a ser identificados.
Já no diabetes tipo 2, esses sintomas podem ser mais moderados ou até mesmo
inexistentes.
Diabetes tipo 2:
É uma doença crônica que ocorre por uma combinação de produção insu-
ficiente de insulina e resistência do corpo a ela. Esclarecendo, o paciente produz
menos insulina do que deveria e ela ainda funciona mal. O diabetes tipo 2 está in-
timamente ligado ao sedentarismo e ao excesso de peso. É o tipo mais frequente,
principalmente em adultos a partir dos 50 anos com excesso de peso. A instalação
do diabetes tipo 2 é mais lenta e silenciosa e os sintomas costumam demorar para
aparecer. Em alguns casos, podem levar anos para serem notados. Pode ocorrer
devido à resistência à insulina (o organismo a produz, mas as células do corpo não
respondem a sua ação) ou por sua produção insuficiente (o organismo produz insu-
lina, mas não em quantidade suficiente para equilibrar o nível de glicose no sangue).
78
5 EMERGÊNCIAS CARDIOLÓGICAS
Uma emergência relativamente frequente é a parada cardiorrespiratória
(PCR), que pode ocorrer em qualquer serviço de atendimento de emergência, e
significa a cessação dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. Já
passou o tempo em que a ausência de respiração e batimento cardíaco significava
que a vítima não sobreviveria. Com a evolução das técnicas de reanimação cardio-
pulmonar, o desenvolvimento de drogas, o aperfeiçoamento de equipamentos e o
treinamento de leigos e profissionais, milhares de vidas são salvas em todo o mundo
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2015).
• Overdose.
• Afogamento.
• Patologias cardiovasculares.
• Engasgo.
• Demasiada perda de sangue.
• Choque séptico.
79
• Traumas.
• Choque elétrico.
• Envenenamento por monóxido de carbono.
Diagnóstico:
Sequência no atendimento:
80
adequadamente, pelo menos quatro ciclos devem-se completar a cada minuto de
RCP.
• É encontrada desacordada.
• Não responde quando chamada.
• Não respira.
• Não tem pulso.
81
RESUMO DO TÓPICO 3
• Classicamente, a crise hipertensiva tem sido definida como uma elevação abrup-
ta e severa da pressão arterial, geralmente com pressão sistólica acima de 120
mmHg.
82
• Já foi o tempo em que ausência de respiração e batimento cardíaco significava
morte. Com a evolução das técnicas de reanimação cardiopulmonar, desenvolvi-
mento de drogas, aperfeiçoamento de equipamentos e treinamento de leigos e
profissionais, milhares de vidas são salvas em todo o mundo.
83
AUTOATIVIDADE
a) 120 x 80.
b) 180 x 120.
c) 100 x 60.
d) 120 x 85.
84
chegada de socorro especializado. Descreva as manobras de ressuscitação
cardiopulmonar.
R.:
85
REFERÊNCIAS
86
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87
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PECHARKI, M. Serviços farmacêuticos: o que são e por onde começar? Hilab, 2021.
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YONG, J.; WILKINSON, A. The long winding road: the evolution of quality manage-
ment. Total Quality Management, [s. l.], v. 13, n. 1, p. 101-121, 2002.
88
UNIDADE 3
BIOSSEGURANÇA,
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
EM CENTROS DE SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
89
90
TÓPICO 1
EMERGÊNCIAS
NEUROLÓGICAS,
HEMORRAGIAS E
SANGRAMENTOS
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, neste tópico, abordaremos as emergências neurológicas, as he-
morragias e os sangramentos.
As emergências neurológicas podem ser reconhecidas e, então, podem ser
feitos os primeiros cuidados com a vítima até que o socorro especializado chegue.
Da mesma forma, os sangramentos e as hemorragias podem possivelmente ser
contidos, evitando, assim, que a vítima venha a ter complicações mais severas e
óbito. Assim, entenderemos um pouco mais o que acontece em cada caso e o que
poderia ser feito para salvar esta pessoa.
2 EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
As emergências neurológicas são aquelas que acometem o cérebro. Podem
ser tonturas, vertigens, concussões, traumas cranianos, sangramentos, acidente
vascular cerebral (AVC), epilepsia, entre outros. Veremos alguns deles em seguida.
2.1 VERTIGEM
A vertigem é uma falsa sensação de movimento ou de rotação ou a impres-
são de que os objetos se movem ou rodam. Geralmente, ela é acompanhada por
náusea e perda do equilíbrio. Somente a tontura verdadeira, a que os médicos de-
91
nominam vertigem, causa uma sensação de movimento ou de rotação. A vertigem
pode durar apenas alguns instantes ou pode persistir por horas ou mesmo dias. A
vertigem deverá ser vista como um aviso de que o organismo da vítima está debili-
tado. Os sintomas podem ser: alterações da visão, dificuldade de andar, debilidade
passageira nas pernas, desorientação no espaço, alterações do equilíbrio até a in-
consciência completa. Essas alterações poderão estar associadas à hipoglicemia, à
hipotensão, entre outros problemas de saúde (BEZERRA, 2019).
De qualquer forma, os desmaios devem ser motivo para uma consulta médi-
ca, principalmente se acontecem episódios recorrentes, mais de uma vez por mês
(DOUGLAS, 2022).
92
• Sentir-se zonzo.
• Sentir perda de consciência momentânea.
• Sofrer uma queda sem motivo.
• Sentir tontura.
• Sentir-se sonolento ou grogue.
• Sentir instabilidade ou fraqueza ao ficar de pé.
• Sentir o coração batendo irregularmente, com uma sensação de vibração no pei-
to, seguida de zonzeira.
• Medo.
• Trauma emocional.
• Estresse.
• Dor severa.
• Uma queda súbita da pressão arterial.
• Baixo nível de açúcar no sangue devido ao diabetes ou longos períodos em je-
jum.
• Hiperventilação (respiração rápida e superficial).
• Desidratação.
• Ficar em pé por muito tempo.
• Levantar-se rápido demais de uma posição sentada ou deitada.
• Esforço físico em altas temperaturas.
• Tosse severa.
• Esforço excessivo durante a evacuação.
• Convulsões.
• Abuso de drogas ou álcool.
93
Em episódios de síncope, devemos intervir da seguinte forma: impedir que
a vítima caia, para que não se machuque; deitá-la em decúbito dorsal, elevando os
membros inferiores cerca de 30 cm do chão, monitorar os sinais vitais, afastar os
curiosos, ventilar o ambiente e afrouxar as suas roupas, se necessário; não dar ta-
pas no rosto da vítima nem a fazer cheirar amônia ou álcool. Se ela não acordar em
alguns minutos, chamar socorro.
Caso a vítima ainda não tenha desmaiado, sente-a em uma cadeira, colo-
cando os braços entre as pernas, abaixando a cabeça. Faça pressão na nuca para
baixo enquanto ela força a cabeça para cima por alguns segundos, repetindo os
procedimentos cerca de três vezes. Quando a pessoa estiver prestes a desmaiar,
aja rapidamente para evitar uma queda. Não permitir aglomeração no local para não
prejudicar a vítima.
Vale lembrar que as crises convulsivas nem sempre estão associadas com
a epilepsia, pois diversos fatores podem desencadeá-la, tais como: febre alta, di-
minuição do açúcar no sangue, desidratação, pancadas fortes na cabeça, perda
94
excessiva de sangue, tumores, intoxicações por álcool, medicamentos ou drogas
ilícitas, entre outros fatores (PAI, 2022).
95
• traumas cranianos;
• abstinência após uso prolongado de álcool e de outras drogas, ou efeito colateral
de alguns medicamentos;
• distúrbios metabólicos, como hipoglicemia, diabetes, insuficiência renal etc.;
• falta de oxigenação no cérebro.
Esses sintomas podem ser seguidos de uma crise, em que a pessoa pode:
96
cia, visto que, durante o processo convulsivo, o risco de lesões em decorrência da
perda brusca ou muito rápida da consciência pode ocasionar queda desprotegida
ao chão, causando ferimentos e até mesmo fraturas.
O que fazer:
3 HEMORRAGIAS E SANGRAMENTOS
A hemorragia é caracterizada por uma intensa perda de sangue por algum
orifício ou corte, para dentro ou para fora do corpo. Podemos ainda dizer que a he-
morragia é a resposta inicial do sistema cardiocirculatório de que este está perden-
do sangue. Nesse momento, ocorre a vasoconstrição cutânea, muscular e visceral,
97
para tentar manter o fluxo sanguíneo para os rins, coração e cérebro, órgãos mais
importantes para a manutenção da vida. Ocorre também um aumento da frequên-
cia cardíaca para tentar manter o débito cardíaco (MARCONNI, 2009).
Hemorragia interna: como o nome diz, interna, o que torna difícil de ser re-
conhecido. O sangue se acumula nas cavidades do corpo, tais como: estômago,
pulmões, bexiga, cavidades craniana, torácica, abdominal etc. Os sintomas que afe-
rem são: fraqueza, sede, frio e ansiedade ou indiferença. Os primeiros sinais a serem
observados são: alteração do nível de consciência ou inconsciência, agressividade
ou passividade, tremores e arrepios do corpo; pulso rápido e fraco; respiração rápida
e artificial; pele pálida, fria e úmida; sudorese; e pupilas dilatadas.
ATENÇÃO
Você sabe como agir diante de uma hemorragia externa ou interna?
Se externa: pegue um pano esterilizado ou bem limpo e faça compressão no
local do sangramento com força. Antes, observe se não há objetos que im-
peçam a compressão e não movimente a pessoa. Se interna: nunca dê nada
para a pessoa beber e leve-a imediatamente para o hospital.
98
Nos casos de sangramento de braços e pernas: realizar o estancamento da
hemorragia, utilizando um dos métodos a seguir:
99
RESUMO DO TÓPICO 1
• A hemorragia é caracterizada por uma intensa perda de sangue por algum orifí-
cio, ou corte, para dentro ou para fora do corpo.
100
AUTOATIVIDADE
101
102
TÓPICO 2
CHOQUE ANAFILÁTICO,
ALERGIAS E
QUEIMADURAS
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 2 da Unidade 3, você aprenderá os conceitos relacionados ao sis-
tema imunológico, como o que são células de defesa, anticorpos e mediadores in-
flamatórios. Sabendo esses conceitos ficará mais fácil para você entender o que são
as alergias, suas consequências e os tratamentos de primeiros socorros.
103
FIGURA 1 – OS TIPOS DE ANTICORPOS QUE TEMOS EM NOSSO ORGANISMO
3 CHOQUE ANAFILÁTICO
O choque anafilático, ou também conhecido como anafilaxia, é uma reação
alérgica grave que acontece poucos segundos ou minutos após estar em contato
com um alergênico, ocasionando sintomas, como dificuldade para respirar, inchaço
da boca ou chiado ao respirar, por exemplo. Esse tipo de choque é uma resposta
grave do organismo da pessoa e pode gerar risco à vida. Portanto, chamar de ime-
diato o socorro é primordial para a sobrevivência da vítima, além de manter a calma
e deitá-la de lado caso desmaie.
104
O choque anafilático pode acontecer quando se ingere um alimento a que se
é alérgico, como amendoim ou camarão, por exemplo, mas também pode acontecer
devido ao contato com outras substâncias alérgicas, como a picada de uma abelha
ou contato com látex.
Existe ainda a anafilaxia idiopática, que acontece sem causa definida. Evi-
dentemente que, para se ter anafilaxia devido a alguma dessas substâncias, a pes-
soa precisa ser alérgica a elas.
105
• Parada cardíaca (REIS, 2022).
Esses sintomas podem surgir segundos ou horas após o contato com a subs-
tância que causa a reação alérgica, que normalmente é um medicamento, o veneno
de animais, como abelhas e marimbondos, alimentos, como camarão e amendoim,
e luvas, camisinha ou outros objetos feitos de látex (REIS, 2022).
106
O choque anafilático é uma reação alérgica excessiva que pode levar ao fe-
chamento da garganta, impedindo o indivíduo de respirar sozinho. Ele caracteriza-
-se pela intensa dificuldade em respirar, pele pálida e fria e pulso rápido. Os primei-
ros socorros em caso de choque anafilático são:
Caso tenha sido uma picada de inseto ou cobra, deve-se retirar o ferrão do
animal da pele e aplicar gelo no local, amarrar com força um tecido limpo alguns cen-
tímetros acima da mordedura do animal, para diminuir a disseminação do veneno.
FONTE: <https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/documentos_cientificos/Alergia-GuiaPra-
tico-Anafilaxia-Final.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2022.
4 ALERGIAS
Alergia ou reação de hipersensibilidade é uma resposta imunológica exage-
rada do organismo, que se desenvolve após a exposição a um determinado antíge-
no (substância estranha ao nosso organismo) e que ocorre em indivíduos suscetí-
veis e previamente sensibilizados.
107
No processo alérgico, acredita-se que ocorra uma combinação de uma
substância exógena com algumas proteínas presentes no organismo, causando fa-
lhas bioquímicas ou enzimáticas. O cérebro humano reage interpretando que essa
substância é um invasor perigoso e produz histamina, visando neutralizar a ação
da “agressora”. Os efeitos da histamina variam de pessoa para pessoa, porém, em
todos os casos, ocorre uma redução da imunidade do indivíduo e o aumento da
sua propensão a doenças. Em casos mais extremos de sensibilização, o organismo
reage muito rapidamente, visando impedir a entrada do “agressor”, causando o fe-
chamento das vias respiratórias e morte por sufocação.
109
4.2 COMO PROCEDER EM CASO DE REAÇÕES
ALÉRGICAS
O indivíduo que apresentar reações de hipersensibilidade a remédios, cos-
méticos, ou outras substâncias, seja do tipo I ou IV, deve passar pelo atendimento
médico para uma avaliação clínica adequada e pesquisar quais substâncias podem
estar envolvidas no desencadeamento das reações, além de receber tratamento
farmacológico, se necessário. Com a correta identificação dos componentes de-
sencadeantes das alergias, o paciente deve ser adequadamente orientado em re-
lação ao nome químico da substância, sinônimos e produtos em que ocorre sua
presença e principais formas de evitar a exposição. Outra orientação importante
é alertar o paciente para a leitura das bulas e rótulos de novos produtos, a fim de
verificar a possível presença das substâncias contra as quais o paciente é alérgico
(BRITTON, 2003).
110
• O agente causal.
• A profundidade.
• A extensão (área corpórea atingida).
• Elimine, no mesmo instante, o efeito do calor (utilize água fria, não use água gelada).
• Se a queimadura for por corrente elétrica, não toque na vítima até que se desli-
gue a energia. Tome cuidado redobrado com os fios soltos e água no chão.
• Analise se há parada respiratória, em caso afirmativo, proceda com a respiração
de socorro.
• Faça a avaliação primária da vítima. Identifique qual o tipo, o grau e a extensão da
queimadura.
• Retire pulseiras, joias, relógios e roupas que não estejam fixas e/ou agarradas na
pele da vítima.
• Caso a queimadura seja de 1º grau, tirar a pessoa do sol, utilize substâncias re-
frescantes, como produtos para aliviar a dor, e faça a administração por via oral
de líquidos.
• Caso a queimadura seja de 2º ou de 3º grau, lembre-se de proteger a área quei-
mada com gazes molhadas em soro fisiológico ou água limpa.
111
• Transporte no mesmo instante a vítima para o hospital.
• Mantenha o curativo umedecido, usando recipientes de soro ou água limpa até
levar a vítima ao hospital.
IMPORTANTE
a) Jamais dê água a pacientes com mais de 20% do corpo queimado.
b) Jamais coloque gelo sobre a queimadura. c) Jamais dê qualquer medica-
mento intramuscular, subcutâneo ou pela boca sem consultar um médico,
exceto em caso de emergência cardíaca. d) Jamais jogue água em queima-
duras provocadas por pó químico. e) Deve-se arrumar o transporte imediato
do acidentado. f) Além da percentagem da área corporal atingida, a gravidade
das queimaduras é maior nos menores de 5 anos e maiores de 60.
5.2 TRATAMENTO
O tratamento dependerá do tipo de queimadura. Veja:
• Queimadura de 1º grau: realize compressas frias nas primeiras horas após o aci-
dente; não colocar nenhum tipo de produto sobre a queimadura; tomar analgé-
sico, se necessário, e use filtro solar regularmente.
• Queimadura de 2º grau superficial: as bolhas podem ser drenadas, mas jamais
devem ser estouradas. O procedimento deve ser realizado preferencialmente
por um médico. Curativos utilizando sulfadiazina de prata ou nitrato de cério e
limpeza com água corrente e clorexidina devem ser feitos. Após a cicatrização,
deve-se usar filtro solar para evitar o surgimento de manchas.
• Queimadura de 2º grau profunda e 3º grau: há a necessidade de internação hos-
pitalar, pois ocorrem manifestações sistêmicas, como desequilíbrio acentuado
dos níveis de sódio, potássio e/ou cálcio, e desidratação; necessidade de retirada
de tecidos necrosados, partículas estranhas na ferida; e até realizar enxertia.
6 LESÕES OCULARES
Ocasionalmente, no trabalho ou mesmo num momento de lazer, pode acon-
tecer um acidente ocular, como queimadura por produtos químicos, trauma ou per-
furações ou ainda a entrada de um corpo estranho. Diante disso, os olhos devem
112
receber cuidados especiais até o momento do atendimento médico. É significativo
destacar que muitas lesões graves, com potencial para deixar sequelas permanentes
na visão, podem, primeiramente, não apresentar dor ou diminuição de visão. Dessa
forma, sempre que um traumatismo ocular acontecer, a melhor maneira de prevenir o
comprometimento dos olhos é procurar atendimento oftalmológico para a realização
de exames adequados e um pronto estabelecimento de tratamento específico.
113
RESUMO DO TÓPICO 2
• O choque anafilático é uma reação alérgica exagerada que pode levar ao fecha-
mento da garganta, impedindo o indivíduo de respirar sozinho.
• As reações de hipersensibilidade são classificadas em quatro tipos (I, II, III e IV),
de acordo com os mecanismos imunológicos envolvidos.
114
AUTOATIVIDADE
a) Tipo I ou IV.
b) Tipo II.
c) Tipo III.
d) Tipo II e III.
2 O choque anafilático, ou também conhecido como anafilaxia, é uma rea-
ção alérgica grave que acontece poucos segundos ou minutos após estar
em contato com um alergênico, ocasionando sintomas, como dificuldade para
respirar, inchaço da boca ou chiado ao respirar, por exemplo. Qual é a subs-
tância que é liberada pelas células e causa os sintomas anafiláticos? Assinale
a alternativa CORRETA:
a) Anticorpo.
b) Neutrófilo.
c) Histamina.
d) Cortisol.
a) Neutrófilos.
b) Basófilos.
c) Anticorpos.
d) Hemácias.
4 As lesões oculares podem ser leves até graves e se não forem tratadas
prontamente podem levar a pessoa a ficar cega. Descreva como seria o aten-
dimento emergencial para alguém que chegou na farmácia com uma lesão
química ocular:
R.:
115
5 As queimaduras são lesões decorrentes de agentes (tais como as energias
térmica, química ou elétrica) que são capazes de produzir calor excessivo,
levando dano aos tecidos corporais e podendo acarretar morte celular e até a
morte da pessoa. Como são classificadas as queimaduras?
R.:
116
TÓPICO 3
INTOXICAÇÃO
EXÓGENA E
HIPOTERMIA
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, no Tópico 3, você verá assuntos relacionados à intoxicação exó-
gena, incluindo a intoxicação por remédios, produtos químicos, drogas etc. Assim,
você conseguirá reconhecer em alguns casos esses tipos de emergências.
Muitas vezes, nas emergências, não temos a preparação correta para aten-
der à vítima, mas podemos ter conhecimento se podemos ajudá-la ou não. Muitas
vezes, ter um breve conhecimento sobre o assunto pode ajudar a salvar a vida de
uma pessoa.
2 INTOXICAÇÃO EXÓGENA
Intoxicação é a manifestação, através de sinais e sintomas, dos efeitos
nocivos produzidos em um organismo vivo como resultado da sua inte-
ração com alguma substância química (exógena). É o efeito nocivo que
se produz quando uma substância tóxica é ingerida ou entra em contato
com a pele, os olhos ou as mucosas. As intoxicações compõem um pro-
blema de saúde pública em todo o mundo. Também existem diferenças
geográficas, sociais, econômicas e culturais que determinam perfis dife-
rentes entre os países. Entre os mais de 12 milhões de produtos químicos
conhecidos, menos de 3.000 causam a maioria das intoxicações aciden-
tais ou premeditadas (ZAMBOLIM et al., 2008, p. 6).
117
tâncias alimentícias. O reconhecimento do produto tóxico e a avaliação exata do
perigo envolvido são fundamentais para um tratamento efetivo (SCHVARTSMAN;
SCHVARTSMAN, 1999).
Fenotiazínicos
120
gicos): noradrenalina, fenilefrina, metoxamina, em infusão contínua EV. Não utilizar
beta-adrenérgicos. Arritmias ventriculares: fenitoína, 10 a 15 mg/Kg, lentamente, ou
lidocaína 1 mg/Kg EV ou marcapasso. Convulsões: diazepan seguido de fenitoína.
Sintomas extrapiramidais: difenidramina EV (2 mg/Kg até o máximo de 50 mg/dose
em administração lenta) ou mesilato de benzotropina (0,5 mg/Kg em crianças, 2 mg
em adultos), biperideno 2 mg IM ou EV lento a cada 30 minutos, se necessário, até
4 doses por dia. Síndrome neuroléptica maligna: resfriamento corporal, diazepan
EV, dantrolene. Pacientes sintomáticos devem ficar internados no mínimo 24 horas
após o ECG normal; assintomáticos devem ser observados no mínimo por 4 horas
(GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
Butirofenonas e Tioxantenos
121
Efeitos adversos: tontura, prejuízo na função cognitiva, fraqueza, fadiga,
precipitação de psicose ou mania, tremores, apetite aumentado, ganho de peso,
sudorese, cafaleia, boca seca, constipação, retenção urinária, visão borrada, exa-
cerbação de glaucoma (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
2.1.3 Anticonvulsivantes
Barbitúricos
122
Tratamento: nos casos graves, é complexo. Assistência respiratória, man-
ter vias aéreas. Monitorização respiratória e cardiovascular. Corrigir hipovolemia. In-
gesta/esvaziamento gástrico: êmese só em poucos minutos após ingesta. Lavagem
gástrica com intubação (previne aspiração) até 24 horas ou mais, lavado pode ser
feito com sonda mais larga ou por endoscopia para remover conteúdo. Carvão ati-
vado seriado, catártico salino. Manter equilíbrio hidroeletrolítico, pode ser necessário
o uso de vasopressores. Alcalinização urinária. Avaliar função renal, eletrólitos, ga-
sometria, pH urinário. Paciente com insuficiência renal é necessária a hemodiálise.
Medidas sintomáticas e de manutenção (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
Carbamazepina
123
Fenitoínas
Ácido valproico
124
Clínica da intoxicação aguda: distúrbios neurológicos, incluindo confusão
mental, sonolência, torpor e coma. Hiperatividade, movimentos mioclônicos e con-
vulsões. A evolução fatal, embora excepcional, pode ocorrer por depressão respira-
tória e parada cardíaca (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
2.1.4 Descongestionantes
Descongestionantes nasais
125
Clínica da intoxicação aguda: a intoxicação aguda pode ocorrer por in-
gestão ou pela aplicação nasal de doses excessivas. Intoxicação por nafazolina, que
é a mais frequente: náuseas, vômitos, cefaleia, rubor de pele, sudorese, irritabilida-
de, inquietude, aumento da pressão arterial, distúrbios cardíacos, como extrassís-
toles e outras arritmias, podem aparecer. Casos graves: depressão do SNC, hipoter-
mia, bradicardia, dilatação pupilar, sonolência e coma; distúrbios respiratórios com
respiração irregular ou bradipneia com períodos de apneia. Descritos, em lactentes
pequenos, quadros aparentemente de hipersensibilidade, em que, após a aplicação
tópica de doses normais do medicamento, observam-se, durante algumas horas,
sonolência, letargia e respiração lenta (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
126
Clínica da intoxicação aguda: quadro tóxico depende da composição re-
lativa dos simpatomiméticos e anti-histamínicos. Os distúrbios produzidos por do-
ses excessivas dos principais componentes são os seguintes: sonolência, cefaleia,
tonturas, vômitos, taquicardia ou bradicardia, palpitação, bloqueio A-V, hiperten-
são arterial, tremores, distúrbios neuropsíquicos, incluindo inquietude, irritabilidade,
agressividade, confusão mental, convulsões, alucinações e até quadros paranoides
(GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2022).
127
2.2 TÓXICOS INALADOS
Intoxicação por monóxido de carbono: o monóxido de carbono exerce
seu efeito tóxico ao se agregar com a hemoglobina circulante, diminuindo a capa-
cidade de transporte de oxigênio do sangue. A hemoglobina ligada ao monóxido de
carbono, chamada de carboxiemoglobina, não transporta oxigênio.
Muitas pessoas tentam descobrir o que as fez passar mal revendo o que
ingeriram naquele dia ou no dia anterior. No entanto, ao consultar um médico por
128
suspeita de intoxicação alimentar, é importante lembrar mais do que o cardápio de
apenas um dia antes: os primeiros sintomas provocados por algumas bactérias po-
dem aparecer só três dias depois da ingestão do alimento contaminado.
129
• A droga: qual tipo de droga foi ingerida, quantidade, quantas vezes foi usada,
como foi administrada (fumada, aspirada, ingerida, injetada), se já era usada an-
tes, durante quanto tempo, grau de pureza da droga, se misturou algo com a
droga etc.
Apenas quando a somatória desses três fatores for negativa, a pessoa ne-
cessitará de ajuda. O socorrista, quando for atender, pode ser de grande ajuda:
3 HIPOTERMIA
A hipotermia acontece quando a temperatura normal do corpo, que é de
37 ºC, desce para menos de 35 ºC; é comumente causada pela longa permanência
num ambiente frio. A hipotermia é muitas vezes provocada pela exposição prolon-
gada à chuva, ao vento, à neve ou à imersão em água fria.
3.1 CLASSIFICAÇÃO
Hipotermia aguda: é definida pela perda de temperatura corporal, de forma
brusca e rápida, que ocorre à exposição intensa ao frio. Essa queda corporal de
forma agressiva é causada pela incapacidade do organismo de suprir e manter a
energia interna, devido ao fato de ter sido esfriado também. É muito comum em
casos de exposição à neve, tempestades etc.
130
• Hipotermia subaguda: é definida pela perda de temperatura corporal, gradual-
mente, em períodos mais longos, até o desgaste total das reservas do organismo
para suprir o calor interno.
• Hipotermia crônica: a mais comum em centros urbanos, principalmente em es-
tações, como o inverno, em que o índice de resfriados e enfermidades acontece
com maior frequência. A hipotermia crônica é causada por consequências de
alguma patologia.
3.2 SINTOMAS
Vale ressaltar que o início da hipotermia costuma ser tão gradual e sutil que
tanto a vítima como os outros não percebem o que pode vir a suceder. Os movi-
mentos tornam-se lentos e entorpecidos, o tempo de reação é mais lento, a mente
turva-se, a pessoa não pensa com clareza e tem alucinações.
3.3 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da hipotermia acontece de acordo com os sintomas. Deve-se
utilizar um termômetro para medir a temperatura. Se estiver abaixo dos 35 ºC (95F),
é porque tem hipotermia. Assim que for diagnosticada a hipotermia, poderá ser re-
alizado um eletrocardiograma para determinar até que ponto a temperatura baixa
lhe afetou. Algumas análises de rotina ao sangue também mostrarão se os órgãos
foram acometidos.
3.4 TRATAMENTO
Ao reconhecer um quadro de hipotermia, são necessários alguns procedi-
mentos para restabelecer a temperatura corporal, como:
131
• Ingestão de bebidas quentes.
• Se a vítima estiver com roupas úmidas, retire-as imediatamente, pois a água da
roupa retira o calor do corpo.
• Deitar encostado à vítima, uma vez que a transmissão de calor vinda de outro cor-
po ajuda a aquecer e melhorar de forma rápida a temperatura corporal da vítima.
• Jamais dê bebidas alcoólicas, pois elas dão uma sensação instantânea de aque-
cimento, porém, reduzem a temperatura do corpo.
• Em casos mais graves, serviços médicos devem ser acionados, para adotar proce-
dimentos mais específicos, como infusão de soros aquecidos, aquecimento do te-
cido sanguíneo através da circulação extracorpórea, entre outros procedimentos.
LEITURA COMPLEMENTAR
Até aqui, toda essa situação é de tirar o fôlego. Se o título desta ma-
téria não desse spoiler e antecipasse o final feliz dessa história, caberia aqui
uma pergunta: o farmacêutico está preparado para agir com assertividade em
uma situação como a que o Dr. Leandro passou? Para ele, a resposta a essa
pergunta é não. O farmacêutico conta que nos quatro anos de graduação
não aprendeu técnicas de atendimentos em primeiros socorros. “Infelizmen-
te, não temos preparo e nem experiência para situações como essa que, por
132
sinal, estamos sujeitos a todo e qualquer momento. Foi durante a pós-gra-
duação em Farmácia Clínica que tive embasamento em primeiros socorros.
Além disso, procuro, rotineiramente, ler artigos e informações relacionados ao
assunto”, conta.
Ao final, tudo deu certo. Um dia incomum fechou com chave de ouro,
com um ato de coragem, bravura, preparo e fé. O Farmacêutico (sim, com
F maiúsculo) tomou à frente da situação e orquestrou toda a manobra que
evitou uma tragédia que marcaria para sempre a vida de todos os envolvidos.
133
Dr. Leandro Bonifácio da Silva é farmacêutico pela Faculdade Dom
Bosco – Cornélio Procópio, possui pós-graduação em Farmácia Clínica e
Prescrição Farmacêutica. É casado com Fernanda Moreira Dantas, também
farmacêutica, pai de dois filhos, Ana Carolina e Matheus, de 12 e 10 anos. Co-
meçou muito jovem a trabalhar. Aos 12 anos, foi atendente de Farmácia e
trabalhava meio período para poder se dedicar aos estudos. Aos 18 anos, ini-
ciou um curso técnico de enfermagem. Após a conclusão, atuou alguns anos
em um hospital na cidade de Nova Fátima/PR, foi representante comercial e,
após, adquiriu uma pequena Farmácia em Ribeirão do Pinhal, onde reside. Os
negócios prosperaram e, ao longo de 10 anos, após a aquisição da primeira
Farmácia, abriu mais três e uma com manipulação.
134
RESUMO DO TÓPICO 3
• A intoxicação alimentar é uma doença súbita que pode ocorrer depois da inges-
tão de alimento ou água contaminada.
135
AUTOATIVIDADE
a) Remédios homeopáticos.
b) Benzodiazepínicos e antidepressivos.
c) Pastilhas para dor de garganta.
d) Antibióticos.
a) Neutrófilo.
b) Linfócito.
c) Mastócito.
d) Hemácea.
a) 36 °C.
b) 40 °C.
c) 35 °C.
d) 33 °C.
136
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.tuasaude.com/vertigem/. Acesso em: 18 abr. 2022.
DOUGLAS, A. Desmaio (síncope): quais são as causas e o que fazer. Minha Vida,
2022. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/desmaio.
Acesso em: 18 abr. 2022.
GHAFFAR, A. Reações de hipersensibilidade. [S. l.]: [s. n.], 2001. Disponível em:
https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTAS-
SIER/ed-13-reacoes-de-hipersensibilidade.pdf. Acesso em: 18 abr. 2022.
137
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https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/anticorpos.htm. Acesso em: 18 abr.
2022.
PAI, J. D. Você sabe como ajudar durante uma crise convulsiva? Associação Bra-
sileira de Epilepsia, c2022. Disponível em: https://epilepsiabrasil.org.br/noticias/
voce-sabe-como-ajudar-durante-uma-crise-convulsiva. Acesso em: 18 abr. 2022.
REIS, M. O que fazer em caso de choque anafilático. Tua Saúde, 2022. Disponível
em: https://www.tuasaude.com/primeiros-socorros-para-choque-anafilatico/.
Acesso em: 18 abr. 2022.
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