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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA........................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS MICRO-ORGANISMOS............................................ 15
CAPÍTULO 2
OS MICRO-ORGANISMOS NA AGRICULTURA, NA SAÚDE E NOS ALIMENTOS............................... 28
CAPÍTULO 3
CONTROLE DE MICRO-ORGANISMOS E FONTES DE CONTAMINAÇÃO NO SOLO, AR, ÁGUA E
MANIPULADORES....................................................................................................................... 37
UNIDADE II
BACTÉRIAS.............................................................................................................................................. 43
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA DAS CÉLULAS BACTERIANAS..................................................................................... 52
CAPÍTULO 2
NUTRIÇÃO E METABOLISMO....................................................................................................... 66
CAPÍTULO 3
GENÉTICA E CRESCIMENTO...................................................................................................... 76
CAPÍTULO 4
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS..................................................................... 91
UNIDADE III
FUNGOS............................................................................................................................................... 106
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA DOS FUNGOS........................................................................................................ 110
CAPÍTULO 2
NUTRIÇÃO E METABOLISMO..................................................................................................... 117
CAPÍTULO 3
GENÉTICA E CRESCIMENTO.................................................................................................. 125
CAPÍTULO 4
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS.................................................................... 135
UNIDADE IV
PROTOZOÁRIOS................................................................................................................................. 139
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA DOS PROTOZOÁRIOS........................................................................................... 141
CAPÍTULO 2
GENÉTICA, NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO................................................................................. 146
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS......................................................... 151
UNIDADE V
VÍRUS................................................................................................................................................. 155
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA DOS VÍRUS........................................................................................................... 160
CAPÍTULO 2
GENÉTICA, CICLO E CRESCIMENTO...................................................................................... 168
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS......................................................................... 183
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 196
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
8
conhecemos geneticamente um micro-organismo conseguimos manipulá-lo de
acordo com o nosso interesse, entendendo a forma de controlar sua multiplicação e
patogenicidade, uma vez que as doenças e a atividade microbiana desenvolvidas são
dependentes do código genético. O cromossomo da maioria dos micro-organismos
é constituído por uma única molécula de DNA, de fita dupla, enovelada,
circular e semiconservativa, material genético que abriga todas as informações
essenciais à célula. Além do DNA cromossômico, algumas bactérias possuem
um DNA extracromossômico, o plasmídeo, que conserva outras informações
não essenciais, mas de grande importância para a virulência das bactérias. A
relevância de se estudar a diversidade microbiológica dos micro-organismos,
incluindo a dos fungos, vai além do próprio conhecimento genético, mas
também está relacionada à patogenicidade e ao dimorfismo desses organismos
microscópicos, ou macroscópicos, dependendo da sua fase de crescimento celular
(STALEY et al., 1997).
Objetivos
» Introduzir os conceitos fundamentais básicos de genética, crescimento
e metabolismo dos principais micro-organismos de interesse na
agricultura, alimentação e saúde.
9
10
INTRODUÇÃO À UNIDADE I
MICROBIOLOGIA
Microbiologia
» Habilidade de reprodução.
» Susceptibilidade a mutações.
11
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Tipos de micro-organismos
» Archea.
» Bactérias.
» Fungos.
» Protozoários.
» Víru.
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Bactérias
As Bactérias são micro-organismos relativamente simples e de uma única célula.
São classificadas como procariotos, principalmente porque o seu material
genético não está envolvido por uma membrana nuclear. Conseguimos com
muita facilidade utilizar bactérias para manipulação genética e produção de
produtos de interesse industrial como os antibióticos e as vacinas.
Fungos
Á os fungos são micro-organismos que possuem um núcleo definido, que contém
o material genético, envolto por membrana nuclear, e, portanto, são chamados
de eucariotos. Os fungos podem ser unicelulares ou multicelulares. Os fungos
mais típicos e muito utilizados biotecnologicamente para produção de enzimas
de interesse industrial são os bolores (fungos filamentosos).
Leveduras
São fungos, também eucariotos, da classe dos ascomicetos pertencentes ao filo
Ascomycota. Nas indústrias, as leveduras são utilizadas na produção do álcool
industrial, na panificação e na produção de produtos biotecnológicos de grande
interesse, como aminoácidos, carboidratos e lipídeos.
Algas
As algas, também são eucariotos, mas eucariotos fotossintéticos com uma ampla
variedade de formas e com os dois tipos de reprodução, sexuada e assexuada.
As algas de interesse para os microbiologistas em geral são unicelulares. Como
resultado da fotossíntese, as algas produzem oxigênio e carboidratos, que são
então utilizados por outros organismos, incluindo os animais. A manipulação
genética de algas e sua utilização para gerar produtos biotecnológicos em grande
escala estão sendo cada vez mais explorados.
13
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
14
CAPÍTULO 1
Caracterização e classificação dos
micro-organismos
Citoplasma
Membrana Plasmática
Ribossomos
50 µm
1 µm Núcleo
Núcleóide
Membrana nuclear
Organelas contidas
por membrana
15
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Eukarya
Bactérias Animais
Entamoebas Myxo-
sulforosas grastria
ou verdes Archaea
Fungos
Bactéria Methanosarcina
Bactérias Plantas
gram-positivas Methanobacterium
Halófilos Ciliados
Protobactérias Thermoproteus Methanococus
Cianobactérias Pyrodictium Thermococus Flagelados
Flavobactérias
Tricomonados
Thermotogales
Microsporídeos
Diplomonados
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Eubactérias Fungos
Arqueias Protozoários
Algas
unicelulares
17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
» os eucariotos;
» os procariotos – bactérias –; e
» os procariotos – arquibactérias.
No ano de 1978, Carl R. Woese sugeriu elevar os três tipos de células para um
nível acima de reino, denominado de “domínio”. Woese tinha a crença que as
arquibactérias e as bactérias, mesmo tendo aparência semelhante, poderiam
compor seus próprios domínios na árvore evolutiva. A classificação dos
organismos se dá através do tipo de cada célula nos três domínios.
Archaea Procariotas
Bactéria Procariotas
18
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
» núcleo;
» envoltório nuclear;
» endossomos;
» aparelho de Golgi;
» lisossomos; e
» mitocôndrias.
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Cloroplasto
Mitocôndria
Bactéria
Archaea DNA
Célula primitiva
Nomenclatura científica
No mundo em que vivemos, onde já existem bilhões de organismos vivos, os
pesquisadores precisam estar certos de que conhecem especificamente cada
micro-organismo sobre o qual estão estudando. Não podemos simplesmente usar
uma nomenclatura comum, pois, na maioria das vezes, o mesmo nome é usado
para muitos organismos diferentes em locais diferentes. Por exemplo, há dois
tipos de organismos que se diferem, mas apresentam o mesmo nome, o “musgo
espanhol”, sendo que nenhum deles é, na verdade, um musgo. Ademais, idiomas
regionais são muito usados para nomes comuns.
21
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
22
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
umas das outras, elas são interligadas nos seus genes, uma vez que, quando um
grupo de espécies dá origem a um gênero, esses gêneros ligados constituem uma
família. Sendo assim, sabemos então que um grupo de famílias semelhantes irá
formar uma ordem, e um grupo de ordens semelhantes irá formar uma classe.
Consequentemente, classes interrelacionadas formam um filo. Com isso, um
organismo específico (ou espécie) tem um nome de gênero e um epíteto específico
e pertence a uma família, uma ordem, uma classe e um filo. Todos os filos ou
divisões relacionadas entre si formam um reino, e os reinos relacionados são
agrupados em um domínio.
Microspora
Thermotoga Archaezoa
Mitocôndrias se
degeneram
Nucleoplasma
aumenta de tamanho
3,5 milhões de anos
atrás. Organismo vivo
do qual todos os
organismos vivos
auais descedem.
24
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
O Reino Plantae (plantas) consiste em várias algas e nos musgos no geral, assim
como samambaias, coníferas e plantas com flores. Todos os elementos desse
reino são multicelulares. Para ganhar energia, uma planta usa a fotossíntese,
o processo que converte o dióxido de carbono e a água em moléculas orgânicas
utilizadas pela célula. O reino dos organismos denominados de Animalia
(animais) abrange as esponjas, vários vermes, insetos e animais com esqueleto
(vertebrados). Os animais adquirem nutrientes e energia através de ingestão de
elementos orgânicos com auxílio de um tipo de boca.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Características morfológicas
As características morfológicas, ou seja, estruturais, têm colaborado com os
taxonomistas no processo de classificação de organismos nos últimos 200 anos. Os
organismos conhecidos como superiores geralmente são classificados conforme a
análise de particularidades anatômicas. Entretanto, diversos micro-organismos
são muito parecidos entre si para poderem ser classificados por suas estruturas.
Em laboratórios, no microscópio, organismos que podem se diferenciar em relação
às suas características metabólicas ou fisiológicas podem aparentar serem iguais.
Integralmente, milhares de espécies de bactérias são pequenos bastonetes ou
pequenos cocos.
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Todos os organismos
Fonte de energia
Química Luz
Quimiotróficos Fototróficos
Fonte de carbono
Fonte de carbono
Compostos Orgânicos CO2 CO2
Compostos Orgânicos
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CAPÍTULO 2
Os micro-organismos na agricultura, na
saúde e nos alimentos
Para Tortora, Funke e Case (2017), a maior parte da população microbiana gera
benefícios aos animais e vegetais. As fontes de carbono, nitrogênio, oxigênio,
enxofre e fósforo são primordiais para a prevenção da vida e fartas no meio
ambiente, porém não em formas que possam ser diretamente disponíveis
pelos organismos, sendo os micro-organismos os principais responsáveis pela
conversão desses elementos em formas que podem ser utilizadas pelos demais
seres vivos.
» metais pesados;
» enxofre;
» nitrogênio gasoso;
» petróleo; e
» mercúrio.
Micro-organismos na agricultura
Na agricultura, os micro-organismos têm uma grande importância, pois apresentam
grande capacidade de fertilizar e regenerar o solo, auxiliar na produção de mudas
de hortaliças, reduzir o estresse hídrico em milho, soja e trigo, além de estimular o
crescimento e desenvolvimento de plantios.
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Micro-organismos comensais
Micro-organismos benéficos
Micro-organismos patógenos
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Regeneração do solo
Três dos principais produtos do agronegócio brasileiro também podem contar com
micro-organismos benéficos. Pesquisas recentes, inspiradas no mecanismo de
plantas adaptadas a climas desérticos, vêm analisando a simbiose entre o vegetal
e micro-organismos aos quais esses tipos de plantas se relacionam. Aposta-se
que as rizobactérias solucionam o problema das mudanças no clima que podem
desestruturar a agricultura. Segundo Itamar Melo, essas bactérias colonizam o
sistema radicular das plantas e são capazes de produzir substâncias que hidratam
as suas raízes.
32
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
» micro-organismos patogênicos; e
Alimentos e doenças
Conforme os alimentos são produzidos em instalações centrais e grandemente
disponibilizados por todas as partes do mundo, tem-se a maior probabilidade
que os alimentos, como os suprimentos de água municipais, sejam a origem de
surtos de disseminação de doenças. Para diminuir esse potencial, as sociedades
norte-americanas impuseram a organizações apropriadas a função de fiscalizar
estabelecimentos relacionados a alimentação. A Food and Drug Administration
(FDA) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentam
um conjunto de supervisores em portos e estabelecimentos centrais de
processamento.
33
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Nos últimos anos, a indústria alimentícia, por meio da imprensa, tem abordado
muito a distribuição de alimentos probióticos. Importantíssima, também, é a
bactéria Escherichia coli que, em nosso intestino grosso, sintetiza a vitamina K
e várias vitaminas do complexo B. Essas vitaminas são absorvidas pelos vasos
sanguíneos e disponibilizadas para as células do corpo. Em troca, o intestino grosso
fornece nutrientes utilizados pelas bactérias, assegurando sua sobrevivência, em
um relacionamento denominado mutualismo (TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Em relação à utilização de bactérias na indústria alimentícia, podemos citar as que
fazem a fermentação acética, que converte o álcool em ácido acético, originando o
vinagre, como as bactérias do gênero Acetobacter, que são utilizadas para converter
o álcool do vinho em ácido acético, gerando o vinagre de vinho. Em relação ao
uso de bactérias alteradas geneticamente, citamos a fabricação de elementos
fundamentais como hormônios e proteínas humanas, produtos farmacêuticos – tais
como anticânceres, imunomoduladores e vacinas –, o aperfeiçoamento genético
de plantas na aquisição de exemplares (transgênicos) mais resistentes a doenças e
produtos de melhor qualidade (MADIGAN; MARTINKO; PARKER, 2004).
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
Os micro-organismos na saúde
A maior porção das pessoas ligam as bactérias a doenças como o tétano,
meningite, pneumonia, tuberculose, entre outras, além da deterioração dos
alimentos, logo, prejudiciais à saúde dos seres humanos. Não sabem que apenas
uma pequena porção desses micro-organismos geram doenças e que diversos
são imprescindíveis para a biosfera, ajudando a manutenção dos indivíduos
vivos e o equilíbrio da estrutura química do planeta.
Para Tortora, Funke e Case (2017), o interesse das bactérias para a saúde humana
levou ao estudo dos probióticos. Probióticos são culturas de micro-organismos
vivos que devem ser aplicadas ou ingeridas para que exerçam benefícios. Coppola
e Turnes (2004) asseveram que probióticos são bactérias que produzem efeitos
benéficos no hospedeiro, usadas para prevenir e tratar doenças, como promotores
de crescimento e, ainda, como imunoestimulantes.
» o risco de complicações;
» os custos institucionais; e
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
» Acinetobacter baumannii;
» Kleibsiela pneumoniae;
» Stenotrophomonas maltophilia; e
» Serratia rubidae.
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CAPÍTULO 3
Controle de micro-organismos e fontes
de contaminação no solo, ar, água e
manipuladores
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
Controle de micro-organismos
Método de
escolha
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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
39
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
40
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA │ UNIDADE I
41
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
42
BACTÉRIAS UNIDADE II
A classificação das bactérias é bastante extensa, uma vez que temos uma
infinidade de tipos bacterianos, como discutido na unidade I. Portanto, nesta
unidade, abordaremos, discutiremos e ilustraremos as principais bactérias de
interesse na saúde, agricultura, alimentos e genética.
Sendo assim, ainda existem três domínios no reino Monera, em que as bactérias
estão agrupadas:
43
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Sulfolobus Humanos
Haloferax
Milho Levedura
Aeropyrum
Cianobactérias Methano- Paramecium
thermobacter
Bacillus
Methanococcus Dictyostelium
Euglena
1º eucarioto Trypanossoma
Célula
Thermotoga Giardia
ancestral
Aquifex comum Trichomonas
1 mudança/10
nucleotídeos
Sempre que falamos em bactérias, é importante lembrar que elas não são
somente patogênicas e causadoras de danos à saúde e às plantações, elas também
transformam alimentos e são utilizadas de milhões de formas benéficas, como
veremos nos capítulos subsequentes. Mas, nessa unidade introdutória, nós
chamaremos a atenção para as bactérias pesquisadas geneticamente e que estão
envolvidas de forma não benéfica, na saúde, agricultura e alimentação.
BACTÉRIA
Bactérias Gram-positivas
ALTO BAIXO
G+C G+C ARCHAEA
Cianobactérias Metanógenos
Proteobactérias
Halófilos
Clamídias
extremos
Bactérias verdes
Espiroqueta Não sulfurosas Hipeterrmófilos
Bactérias
verdes Thermogota
sulfurosas
Bacteróides
44
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Proteobactérias
» Alfa-proteobactérias;
» Beta-proteobactérias;
» Gama-proteobactérias;
» Delta-proteobactérias; e
» Epsilon-proteobactérias.
Alfa-proteobactérias
45
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
» Pelagibacter;
» Azospirillum.
» Acetobacter;
» Gluconobacter;
» Rickettsia;
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BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» Ehrlichia;
» Caulobacter;
» Hyphomicrobium;
» Rhizobium;
» Bradyrhizobium;
» Agrobacterium;
» Bartonella;
» Brucella;
» Nitrobacter;
» Nitrosomonas; e
» Wolbachia.
Beta-proteobactérias
» Thiobacillus;
» Spirillum;
» Sphaerotilus;
» Burkholderia;
» Bordetella;
» Neisseria; e
» Zoogloea.
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UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Gama-proteobactérias
As gama-proteobactérias constituem o maior subgrupo das proteobactérias e
incluem uma grande variedade de tipos fisiológicos. Dentre elas, destacamos:
» Beggiatoa;
» Francisella;
» Pseudomonas;
» Azotobacter
» Azomonas;
» Moraxella;
» Acinetobacter;
» Legionella;
» Coxiella; e
» Vibrio.
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BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Enterobacteriales
Nesse grupo, temos as bactérias Gram-negativas, anaeróbicas facultativas,
geralmente na forma de bacilos/bastonetes retos com flagelo peritríquio e
fímbrias, para auxílio na aderência às membranas mucosas. Nesse grupo, se
destacam as bactérias entéricas – uma vez que o habitat natural da maioria
dessas bactérias é o sistema gastrintestinal dos mamíferos –, entre elas:
» Escherichia;
» Salmonella;
» Shigella;
» Klebsiella;
» Serratia;
» Proteus;
» Yersinia;
» Erwinia;
49
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
» Enterobacter;
» Pasteurella; e
» Haemophilus.
Delta-proteobactérias
Esse grupo inclui as bactérias mais exóticas descritas até aqui, pois a maioria é
predadora de outras bactérias:
» Bdellovibrio;
» Desulfovibrionales;
» Desulfovibrio; e
» Myxococcus.
Epsilon-proteobactérias
» Campylobacter; e
» Helicobacter.
51
CAPÍTULO 1
Estrutura das células bacterianas
Morfologia e estrutura
Existem muitos tamanhos e formas de bactérias. As bactérias são classificadas
como procariotas, pois o seu material genético não é envolto por uma membrana.
» Seu DNA não está associado com histonas (outras proteínas estão
associadas ao DNA).
Cílio DNA
Ribossomos
Grão de
alimento
Flagelo
Cápsula
Membrana
DNA Parede
plasmidial celular
Citoplasma
Fonte: Disponível em: http://www.imagexia.com/wp-content/uploads/2014/06/Partes-Celula-Procariotas.jpg. Acesso em:
11/11/2019.
52
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» ambientes glaciais;
» fontes termais;
Cocos
A forma de cocos que as bactérias apresentam podem ser redondas e,
eventualmente, ovais, alongadas ou achatadas em uma das extremidades.
Quando os cocos se dividem para se reproduzir, as células podem permanecer
ligadas umas às outras.
53
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Bacilos
A forma de bacilos é muito comum entre as bactérias. Os bacilos se dividem
somente ao longo de seu eixo curto; sendo assim, existe menor número de
agrupamentos de bacilos. A maioria deles se apresenta como bastonetes.
Espirilos e vibrios
As bactérias espirais apresentam uma ou mais curvaturas; elas raramente são retas.
Cocos
Bacilos Vibrios
Estreptococos Espirilos
54
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Além dessas formas básicas, existem células com formato de estrela (células
retangulares ou triangulares). A forma que a bactéria atingirá será determinada
pela hereditariedade, ou seja, geneticamente, a maioria das bactérias é, mantém
uma forma única, derivada da sua célula mãe, mas, como sabemos, existe uma
série de condições ambientais capazes de alterar sua forma, que, quando alterada,
dificulta uma identificação.
A estrutura das bactérias, apesar de simples, por não possuir nem carioteca e
nem histonas, apresenta uma complexa diversidade genética e metabólica. Dessa
forma, as bactérias são estruturalmente compostas, por:
» parede celular;
» membrana citoplasmática;
» citoplasma;
» material nuclear; e
» ribossomos.
» cápsula/glicocálice;
» flagelo;
» fímbrias;
» plasmídeos;
» endósporo; e
» inclusões.
55
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
As bactérias são envolvidas por uma parede celular composta por um complexo de (I)
carboidrato e (II) proteína chamado de peptideoglicano. A membrana plasmática das
bactérias envolve seu citoplasma ao redor dessa membrana. Encontramos a parede
celular e, dependendo da bactéria, podemos encontrar também, ao redor da parede
celular, uma camada viscosa e espessa, o que chamamos de cápsula, dividindo as
bactérias em Gram-positivas e Gram-negativas.
Nucleoide Glicoproteína
Peptidoglicano
Membrana plasmática
Citoplasma Lipoproteína
c) Bactérias Gram-negativas
Pilli
LPS
Membrana externa
Lipoproteína Porina
Peptidoglicano
Periplasma
Membrana plasmática
Citoplasma Lipoproteína
d) Methanothermus, arqueia muito tolerante ao calor
Camada sólida
Glicoproteína
Flagelos Pseudopeptidog
licano
Membrana plasmática
Citoplasma
56
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Membrana plasmática
Sede de enzimas de
respiração aeróbia
Grânulo
Plasmídio Polirribossomos Acúmulo de alimento
Contém informação Sintetizam
genética (DNA) Citosol
proteínas
independente do Sede de enzimas de
nucleoide vários processos
metabólicos
Estruturas bacterianas
Parede celular
57
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
» Gram-positivas;
» Gram-negativas; e
Bactérias Gram-positivas
» Staphylococcus;
» Streptococcus;
» Micrococcus; e
» Enterococcus.
Proteína
Parede
Membrana
externa
Membrana Periplasma
Membrana
Proteína Ac. lipteicóido
1 2
Fonte: MIMS et al., 1995.
58
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Em contraste:
Firmicutes
Actinobacteria
» Corynebacterium;
» Gardnerella;
» Streptomyces;
59
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
» Mycobacterium;
» Streptomyces;
» Actinomycetes; e
» Nocardia.
Bactérias Gram-negativas
Peptidoglicano
Membrana
Plasmática
Proteína Transmembrana
» Escherichia;
60
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» Samonella;
» Vibrio;
» Shigella; e
» Pseudomonas.
Membrana externa
Lipopolissacarídeo Porina
Membrana
Externa
Lipoproteína
Peptideoglicano
Membrana
Celular
61
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Membrana citoplasmática
Citoplasma
O citoplasma é constituído por substância aquosa, que contém (I) proteínas, (II)
enzimas, (III) material nuclear, (IV) ribossomos e (V) as inclusões.
Material nuclear
Cadeia lipídica de
1 lipopolissacarídeo
Porina
Porina
2
Membrana externa
Lioproteína
3 Proteína que capta
Enzima Enzima
hidrolítica
nutrientes
hidrolítica
4 Peptidoglicana
Membrana Plasmática
62
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Ribossomos
Os ribossomos (rRNA) são proteínas de aspecto granular, constituídos por duas
unidades, uma maior e outra menor. Nas bactérias, cada subunidade mede 50S e
30S. O rRNA é responsável pela síntese proteica, após a transcrição do RNA.
Cápsula ou glicocálice
Enzimas
respiratórias
Flagelo
Material nuclear Plasmídios
Inclusões
63
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Flagelo
Fímbrias e pili
Flagelo
Pilus sexual
Fonte: Adaptado de: https://cdn.kastatic.org/ka-perseus-images/8dae6e09e8c89dced6ea8d14eaceebabb646792e.png.
Acesso em: 18/11/2019.
64
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Plasmídeo
Nucleóide
Esporo (endósporo)
Inclusões
65
CAPÍTULO 2
Nutrição e metabolismo
» macronutrientes;
» micronutrientes; e
» fatores de crescimento.
Necessidades nutricionais
66
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» fontes de carbono;
» fontes de nitrogênio;
» sais minerais;
» fatores de crescimento; e
» água.
Respiração
Respiração aeróbia anaeróbia
Fermentação
67
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Quanto ao pH
Quanto à aeração
Quanto à temperatura
Fatores de crescimento
69
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Macronutrientes Funções
Carbono (Compostos orgânicos, CO2)
Oxigênio (O2, H2O, comp. Orgânicos)
Nitrogênio (NH4, NO3, N2, comp. Orgânicos)
Constituintes de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos.
Hidrogênio (H2, H2O, comp. Orgânicos)
Fósforo (PO4)
Enxofre (SO4, HS, S, comp, enxofre)
Potássio (K+) Atividade enzimática, cofator para várias enzimas
Cálcio (Ca )
2+
Cofator de enzimas, componente do endósporo
Magnésio (Mg2+) Cofator de enzimas, estabiliza ribossomos e membranas
Constituição de citocromos e proteínas ferro enxofre (transportadores de elétrons),
Ferro (Fe2+/FE3+)
cofator de enzimas
Fonte: RIBEIRO, 1993.
Micronutrientes Funções
Presente nas enzimas que quebram a água no fotossistema II dos fototróficos oxigênicos e nas superóxidos
Manganês (Mn)
dismutases. Ativadores de muitas outras enzimas.
Cobalto (CO) Presente na vitamina B12 (cobalamina), nas transcarboxilases e na transferência de grupos CH3.
Presente em várias enzimas: metalopeptidases e outras metaloenzimas, DNA e RNA polimerases e nas proteínas
Zinco (Zn)
ligadoras de DNA.
Enzimas envolvidas na respiração, como a citocromo C oxidase, e na fotossíntese, algumas superóxido dismutases
Cobre (Cu)
e oxigenases.
Molibidênio (Mo) Enzimas contendo flavinas, presentes nas enzimas molibdênio nitrogenases, nitrato redutases e outras.
Cromo (Cr) Metabolismo da glicose
Níquel (Ni) Presente na enzimas hidrogenases e uréases.
Selênio (Se) Ocorre no tRNA, nas formato-desidrogenases e em algumas oxirredutases
Tungstênio (W) Presente nas formato-desidrogenases e oxitransferases de hipertermófilos
Vanádio (V) Faz parte das bromoperoxidases e nitrogenases dependentes de V.
Metabolismo microbiano
O metabolismo é o conjunto de reações bioquímicas e celulares interconectadas/
intercaladas de um ser vivo. Por isso, agrupamos muitas informações para entender
como ele funciona. Na primeira parte desse capítulo, discutimos sobre a nutrição
das bactérias, para que pudéssemos discutir o metabolismo em seguida, uma vez
que a forma como as bactérias adquirem energia para suas funções faz parte de
seu metabolismo. Englobamos desde funções específicas – como a biossíntese
de aminoácidos ou a degradação de carboidratos – até algumas funções menos
especificas – como obtenção, armazenamento e utilização de energia. Por isso,
alguns autores dizem que o “metabolismo é a estratégia de sobrevivência de uma
70
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
espécie”, uma vez que as bactérias interagem com o meio onde vivem a fim de
garantir os elementos necessários para a sua sobrevivência e replicação.
Quando falamos em células vivas que são capazes de liberar energia ou que
liberam energia em seu metabolismo celular, nós falamos de catabolismo. Um
exemplo clássico de ação catabólica ou degradativa nas células é a quebra de
compostos orgânicos complexos em compostos orgânicos simples. Geralmente,
essas reações utilizam água nas quebras das ligações químicas (reações
hidrolíticas) e geram mais energia do que utilizam. Podemos citar a reação de
quebra de polissacarídeos em sacarídeos, na qual há liberação de água e CO 2.
Vias metabólicas
As principais vias metabólicas são:
71
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Moléculas simples
como glicose,
Calor liberado
aminoácidos, glicerol e
ácidos graxos
Moléculas complexas
como o amido, Calor liberado
proteínas e lipídeos
72
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
73
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Respiração Fermentação
Ácido pirúvico
O ciclo de Krebs produz
ATP e reduz NAD+
enquanto libera CO2 e
Acetil CoA Ácido pirúvico
NADH e FADH2; ambos os
processos carregam NADH
elétrons até a cadeia de NADH
Ciclo
transporte de elétrons. de
Krebs
NADH
ATP
Formação de produtos
Na cadeia de transporte de Elétrons finais da fermentação
elétrons, a energia dos
CO2
elétrons é usada para
ATP
elaborar uma grande
quantidade de ATP.
O2
H 2O
Na fermentação, o
ácido pirúvico e os
Cadeia de elétrons transportados
transporte de por NADH na glicólise
elétrons são inseridos nos
produtos finais da
fermentação.
Por meio da glicose, estas células adquirem treze elementos orgânicos medianos
que são precursores para a síntese dos demais compostos celulares, ainda que
74
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
por vias diferentes, variando com base na bactéria relacionada, podendo usar o
ciclo de Krebs, a via glicolítica ou as vias fermentativas para tal. Lembramos que
algumas bactérias precisam obter do meio outros elementos para realizar essas
funções. Dessa forma, entendemos que a construção de uma nova célula, por
meio dos processos replicativos, dependa de uma série de funções metabólicas
trabalhando em conjunto com o intuito de obter energia na forma de ATP e
percussores como o NADPH e outras treze moléculas, que serão utilizadas
no processo de biossíntese de todos os constituintes celulares, bem como na
manutenção celular.
Heterotrofia
Nutriente orgânico PO43- SO42- NH3
Autotrofia
Produtos de Blocos de Macromoléculas Estruturas
CO2 + fonte de
abastecimento construção
energia inorgânica Abastecimento Biossíntese Polimerização Montagem
75
CAPÍTULO 3
Genética e crescimento
Genética bacteriana
As bactérias passam de célula-mãe para célula-filha todas as suas características
essenciais, incluindo: (I) as estruturais (morfologia), (II) reações bioquímicas
(metabolismo), (III) motilidade, (IV) capacidade de sobreviver em várias condições
ambientais e (V) capacidade de interação com outros micro-organismos.
76
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» M (metabólico)
» Não se autoduplicam.
77
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Gene 2 interrompido
Cromossomo
Variabilidade genética
As alterações genotípicas são:
78
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Mutação
Espontânea
Induzida
Pontual
79
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Recombinação genética
» transformação;
» conjugação; e
» transdução.
Transformação
Conjugação
80
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
2. conexão celular;
3. mobilização do fator F;
4. transferência do fator F;
Transdução
Crescimento microbiano
Refere-se ao aumento do número e não do tamanho das células. Os micro-organismos
em crescimento estão, na verdade, aumentando o seu número e se acumulando em
colônias.
81
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
» temperatura;
» pH;
» pressão osmótica;
» O2.
Reações enzimáticas
Taxa de crescimento
com velocidade
crescente
Desnaturação de
proteínas
Colapso da membrana
plasmática
Lise celular
Mínima Máxima
Solidificação da membrana
Diminuição do transporte de
substâncias
Paralização do crescimento
Mesófilos Termófilos
Ex: Escherichia coli Ex: Bacillus stearthernophilus
Psicrotróficos Hipertermófilos
Taxa de crescimento
Psicrófilos Temperatura ºC
Ex: Flavobacterium sp
82
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» água;
» macronutrientes;
» micronutrientes; e
» fatores de crescimento.
Acidófilos
Ex: Acidithiobacillys sp Alcalifílicos
Ex: Bacillus sp
83
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
A B C D
Halofílicos extremos
Ex: Halobacterium salinarium
84
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Molécula de DNA
85
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Nutrientes Fonte de
carbono
Fonte de Fonte de
energia elétrons
Precursores
metabólicos
Macromoléculas
Divisão Celular
86
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Divisão celular
Como mencionado no início do capítulo, o crescimento bacteriano se refere ao
aumento do número de bactérias e não a um aumento no tamanho das células
individuais. As bactérias normalmente se reproduzem por fissão binária.
A célula se
alonga e o DNA
é replicado
DNA
A parede celular e a
membrana começam a
se dividir
Paredes intermediárias
se formam, separando
as duas cópias do DNA
As células se
separam
87
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
A fase lag
A fase log
88
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
A fase estacionária
Esta fase ocorre após a fase estacionária. Aqui o número de mortes ultrapassa
o número de células novas, e a população entra na fase de declínio ou morte
logarítmica. Essa fase continua até que a população tenha declinado para uma
pequena fração da população da fase estacionária ou morrido totalmente.
Algumas bactérias passam por todas estas fases em apenas poucos dias;
outros micro-organismos podem manter algumas células sobreviventes
indefinidamente.
1. Fase lag
células viáveis por mL
Log de números de
2. Fase log
3. Fase estacionária
4. Fase de declíneo
Tempo
Fonte: TORTORA; FUNKE; CASE, 2017.
89
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
90
CAPÍTULO 4
Principais doenças causadas por
bactérias
Doenças infecciosas
21%
40% Doenças respiratórias e
digestivas
17% Maternal
8% Lesões
14%
Câncer
Fonte: Adaptado de: OMS, 2019.
91
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
23%
Doenças
infecciosas
6% Nutricional
5% 66% Lesões
Quais processos podem ser usados a fim de se evitar as alterações indesejáveis nos
alimentos?
» alterações ecológicas;
92
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
» globalização;
Úlcera de Buruli
A úlcera de Buruli é uma doença encontrada primordialmente na África, no
México, na Austrália e em algumas regiões da América do Sul. A doença é
causada pelo Mycobacterium ulcerans, um micro-organismo muito similar
às micobactérias que causam a tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, e a
lepra, Mycobacterium leprae.
Acne
A acne é uma doença extremamente comum na população mundial, que
classificamos de cordo com o tipo de lesão em três categorias: (I) acne
comedonal, (II) acne inflamatória e (III) acne cística nodular
A acne inflamatória também pode ser tratada com antibióticos que afetam o
Propionibacterium acnes.
94
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Meningite bacteriana
A meningite pode ser causada por diferentes tipos de patógenos, incluindo (I) vírus,
(II) bactérias, (III) fungos e (IV) protozoários. A meningite viral costuma ser mais
comum, menos invasiva e menos perigosa do que a meningite bacteriana.
» Neisseria meningitidis;
» Streptococcus pneumoniae.
95
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Listeriose
Tétano
Botulismo
96
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Lepra
97
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Antraz
O Bacillus anthracis foi isolado em 1877 por Robert Koch. Essa bactéria é
Gram-positiva, esporulada e causadora do antraz em animais, principalmente
em gados e ovelhas. Essa bactéria, bem como seus esporos, é capaz de crescer
em diferentes tipos de solos. Os esporos do B. Anthracis causam sepsemia
nesses animais. Além de esporos, essa bactéria consegue produzir exotoxinas
potentes na corrente sanguínea e possui uma capsula diferente das outras
bactérias. Sua cápsula é constituída de resíduos aminoácidos que, por alguma
razão, não estimulam uma resposta protetora pelo sistema imune do portador.
O antraz é mais comum em animais, mas pode afetar os humanos nas formas
de: (i) antraz cutâneo, (ii) antraz gastrintestinal e (iii) antraz pulmonar.
Gangrena
98
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Peste
A peste negra ou bubônica ficou conhecida na Idade Média por dizimar milhares
de pessoas. A doença é causada pela Yersinia pestis, uma bactéria Gram-positiva
em forma de bacilo, capaz de sobreviver e proliferar dentro das células fagocíticas.
A bactéria é transmitida por meio de seus vetores: geralmente, as pulgas
dos ratos e esquilos.
Erliquiose
Faringite estreptocócica
Febre escarlate/escarlatina
Difteria
99
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Tuberculose
Pneumonia pneumocócica
Shigelose
Salmonelose (gastroenterite)
Febre tifoide
Cólera
103
UNIDADE II │ BACTÉRIAS
Leptospirose
Gonorreia
104
BACTÉRIAS │ UNIDADE II
Sífilis
105
FUNGOS UNIDADE III
» eucariotos;
» aclorofilados;
» aeróbios;
» heterotróficos; e
» unicelulares ou multicelulares.
Existem mais de 250 mil espécies de fungos; apesar das dimensões macroscópicas
de alguns fungos, a maioria deles é microscópico.
106
FUNGOS │ UNIDADE III
107
UNIDADE III │ FUNGOS
108
FUNGOS │ UNIDADE III
Por serem decompositores, grande parte dos fungos está relacionada à reciclagem
de nutrientes utilizáveis para os outros organismos, através de detritos orgânicos.
É um dos micro-organismos mais importantes no processo de compostagem.
Na alimentação, são fontes de proteína, vitaminas, aminoácidos (cogumelos
comestíveis: champignon, shiitake, shimeji, Morchella, Lactarius etc.). Nas
indústrias, os fungos são utilizados como fermentos na produção de pão,
vinho, álcool (Saccharomyces), shoio (Aspergillus), queijos (Penicillium). O
gênero Giberella elabora o hormônio de desenvolvimento ácido giberélico, que
proporciona a multiplicação de tecidos maduros nas plantas. Outra aplicação
benéfica está na produção de antibióticos (penicilina, cefalosporina etc.), que são
usados no tratamento de doenças.
109
CAPÍTULO 1
Estrutura dos Fungos
Estruturas vegetativas
Os fungos, na sua estrutura celular, assemelham-se às células dos animais. Eles são
eucariotos, possuem várias organelas intracelulares, não apresentam cloroplastos e
suas mitocôndrias são semelhantes a cristas achatadas. As colônias dos fungos são
descritas como estruturas vegetativas, pois são constituídas de células envoltas no
catabolismo e no crescimento.
110
FUNGOS │ UNIDADE III
Morfologia
Os fundos dividem-se em dois tipos:
111
UNIDADE III │ FUNGOS
Fungos dimórficos
Vários fungos exibem dimorfismo, ou seja, duas formas de se desenvolverem.
Podem ser filamentosos ou ter a forma de levedura. A forma filamentosa produz
hifas aéreas e vegetativas; a de levedura se reproduz por brotamento. O dimorfismo
nos fungos patogênicos é dependente de temperatura: a 37 ºC, o fungo apresenta
forma de levedura; a 25 ºC, de fungo filamentoso. Contudo, o aparecimento de
dimorfismo no fungo muda com a concentração de CO2.
23ºC 37ºC
Fonte: Adaptado de: https://slideplayer.com.br/slide/5635731/2/images/11/Paracoccidioides+brasiliensis.jpg Acesso em:
20/11/2019.
112
FUNGOS │ UNIDADE III
Patógenos Fungos
primários oportunistas
Aspergillus sp
Fusarium sp.
P. brasiliensis
Scedosporium sp Candica sp
H. capsulatum
Mucorales Cryptococcus sp
B. dermatiditis
Dematiceos Trichosporon sp
Coccidioides sp
S. schenckii Malassezia sp
Dematiáceos Rodotorula
Sacharomyces
Fonte: Adaptado de: https://slideplayer.com.br/slide/5635731/2/images/13/Fungos+de+relev%C3%A2ncia+m%C3%A9dica.
jpg Acesso em: 20/11/2019
Zigomiceto
113
UNIDADE III │ FUNGOS
Esporos
Esporângio
Hifas
Ascomiceto
Basidiomiceto
Esse filo inclui fungos que produzem cogumelos. Os basidiósporos possuem hifas
septadas e são formados externamente em um pedestal conhecido como basídio.
Geralmente, há quatro basidiósporos por basídio. Alguns dos basidiomicetos
114
FUNGOS │ UNIDADE III
Leveduras
As leveduras são fungos unicelulares, não filamentosos, normalmente com
formatos esféricos ou ovais. Do mesmo modo que os fungos filamentosos,
as leveduras são muito bem distribuídas no ambiente. Podem apresentar-se
como um pó branco que fica nas superfícies de frutas e folhas. Leveduras de
brotamento, como as Saccharomyces, se separam originando células não iguais.
No brotamento, a célula parental exibe um calombo (broto) na sua superfície
externa. Conforme o broto vai se alongando, o núcleo da célula parental se
separa, e um dos núcleos vai para o broto. O conteúdo da parede celular é então
metabolizado entre o broto e a célula parental, resultando na separação do
broto. Uma célula de levedura pode gerar mais de vinte e quatro células filhas
por brotamento.
Parede
celular
Poro
Núcleos
Esporo
Septo
115
UNIDADE III │ FUNGOS
Certas leveduras geram brotos que não se afastam uns dos outros; esses brotos
proporcionam uma cadeia menor de células chamadas de “pseudo-hifa”.
Candida albicans une-se a células epiteliais humanas no formato de levedura,
mas ocasionalmente necessita estar no formato de pseudo-hifas para adentrar
os tecidos mais profundos. As leveduras de fissão, como Schizosaccharomyces,
separam-se gerando duas novas células iguais. Na fissão binária, as células
parentais se alongam, seus núcleos se separam, e duas células-filhas são
criadas. A elevação da quantidade de células de leveduras em meio sólido cria
uma colônia semelhante às colônias de bactérias.
Brotamento Ovóide:
simples: Candida, Sporothrix
Saccharomyces schenkii Multibrotamento:
Paracoccidioides
brasiliensis
Enxapsulada:
Cryptococcus ssp
Fonte: Próprio autor.
116
CAPÍTULO 2
Nutrição e metabolismo
Nutrição
Os fungos adquirem os seus nutrientes tanto da forma saprófita – ou seja,
organismos que vivem sobre a matéria orgânica morta – quanto como parasitas
– que se alimentam através de interações com outros organismos de matéria
orgânica viva, por meio de simbiose, comensalismo, parasitismo, predação e
fungos carnívoros.
Obtenção de energia
Na forma aeróbica, a via da hexose monofosfato é responsável por 30% da
glicólise (quebra da glicose). Sob formas anaeróbicas, a via clássica, utilizada
por grande parte das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que ocasiona
formação de piruvato. Algumas leveduras, como a Saccharomyces cerevisiae
fazem o processo de fermentação alcoólica, de grande importância industrial,
na fabricação de bebidas e na panificação, conforme já vimos nos capítulos
anteriores.
Obtenção de nutrientes
Os fungos são capazes de produzir diversas enzimas – como lipases, invertases,
lactases, proteinases, amilases etc. – que possuem função de quebrar o substrato,
tornando-o apropriado para o seu uso. Vários substratos podem contribuir para
117
UNIDADE III │ FUNGOS
Nutrientes
Substâncias
Carboidratos Minerais
nitrogenadas
Fe/Zn
Glicose Peptonas Mn/Mo
Amido Amônia Cu/Ca
Sacarose Sulfatos
Maltose Celulose Nitrato Fosfatos
118
FUNGOS │ UNIDADE III
Adaptações nutricionais
Os fungos ocasionalmente são moldados a lugares que poderiam ser desfavoráveis
a bactérias. Eles são quimio-heterotróficos e, assim como as bactérias, absorvem
nutrientes em vez de ingeri-los, como fazem os animais.
Invertase
Frutose
Glucose
Invertase
Glucose Frutose
Alfa-glucosidase
Maltose
Fonte: Adaptado de: AMABIS, 2004.
Hifa
Micélio
Fonte: Adaptado de: https://slideplayer.com.br/slide/5635731/2/images/8/Mic%C3%A9lio%3A+Massa+vis%C3%ADvel+de+Hif
as.jpg. Acesso em: 22/11/2019.
120
FUNGOS │ UNIDADE III
» reserva em estresses;
» aminoácidos;
» terpenos;
» ácidos graxos; e
» pirimidinas.
Requisitos ambientais
Temperatura
A temperatura para o crescimento dos fungos envolve uma faixa grande, existindo
espécies psicrófilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica
(patogênicos), em geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre
20 e 30 ºC. Os fungos podem ter morfologia diferente, segundo as condições
nutricionais e a temperatura de seu crescimento.
pH
Mesmo que o melhor pH para o crescimento dos fungos esteja entre 5 e 7, quase
todos toleram grandes alterações. Os fungos filamentosos podem desenvolver-se
na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes,
122
FUNGOS │ UNIDADE III
Luz
Diversas especialidades dos fungos demandam luz para seu crescimento, outras
são inibidas por ela, e algumas demonstram ser imparciais a este fator. De modo
geral, a luz solar direta, por causa da radiação ultravioleta, é característica
fungicida.
Metabólitos
Quimiotaxonomia
Álcoois, dissacarídeos e
Ac. nucleicos Aminoácidos Energia polissacarídeos reservas
aromáticos
Oxaloacetato Citrato
Ciclo do ác.
tricarboxílico
Met. Secundários
124
CAPÍTULO 3
Genética e crescimento
Genética
A importância de se estudar a diversidade microbiológica dos micro-organismos,
principalmente dos fungos, vai além do próprio conhecimento genético, mas
também está relacionada à patogenicidade e ao dimorfismo desses organismos
microscópicos ou macroscópicos, dependendo da sua fase de crescimento celular.
Podemos incluir como fatores dessa importância, de acordo com Staley et al. (1997):
125
UNIDADE III │ FUNGOS
Derivado do
Cromossomo 20 cromossomo 20
Derivado do
cromossomo 4
Cromossomo 4
Fonte: Adaptado de: https://image3.slideserve.com/5780633/d-transposi-es-transloca-es-onde-ocorre-a-troca-de-segmentos-
entre-cromossomos-n-o-hom-logos-l.jpg. Acesso em: 28/11/2019.
Linhagem A Linhagem B
Auxotrofica a-b- Auxotrofica c-d-
Obtenção do protoplasto
127
UNIDADE III │ FUNGOS
Fertilização Meioses e
desenvolvimento
de ascos
Macroconídio
Germinação Protoperitécio
Ciclo
Sexual
Macro
Condição
Peritecium com
Conidiação Ascosporo
asci
germinado
Micélio
Vegetativo Ascosporo
Germinação
Micro
Condição Emersão de
microconídio
Microconídio
X X X X X X X X
Y Y Y Y Y Y Y Y
Z Z Z Z Z Z Z Z
129
UNIDADE III │ FUNGOS
Reprodução
Os fungos têm a habilidade de se multiplicar de várias formas, sendo elas por meio de
núcleos haploides, diploides, poliploides, aneuploides, dicarions. A configuração pode
ser:
Reprodução sexuada
Ascósporo
Basídio Hifas
dicariódicas
Asco
Basídióporo
HIFAS FÉRTEIS Fusão dos
Meiose R (2N) núcleos
BASIDIOMICETO
ASCOMICETO
Formação de corpo de
frutificação
ESPORO (n)
MICÉLIO
SECUNDÁRIO (n
Germinação e + n)
desenvolvimento MICÉLIO
PRIMÁRIO
(n) Fusão de hifas
130
FUNGOS │ UNIDADE III
Reprodução assexuada
Broto
Broto
Parede Núcleo
Vacúolo
131
UNIDADE III │ FUNGOS
Ciclo de vida
Os fungos filamentosos conseguem crescer de forma assexuada com a distribuição
de suas hifas. Além do mais, tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada,
em fungos, acontecem através da formação de esporos. Os fungos geralmente
são reconhecidos pelo tipo de esporos, que são totalmente divergentes dos
endósporos de bactérias.
132
FUNGOS │ UNIDADE III
6 – Os basidiósporos são
formados por meiose
7 – Basidiósporos
maduros
8 – Os basidiósporos
são liberados
3 – Crescimento do
micélio vegetativo
5 – Cogumelo se 2 – Fragmento
desenvolve cresce para produzir
(estrutura de um novo micélio
frutificação) 4 – Plasmogamia
Os esporos assexuais são formados através dos fungos por meio da fase
mitótica e sequencialmente da divisão das células. Nessa fase, não acontece o
agrupamento dos núcleos das células. Dois modelos de esporos assexuais são
criados pelos fungos. Um deles é o conidiósporo ou conídio, um esporo unicelular
ou multicelular que não é armazenado em uma bolsa. Os conídios surgem por
meio de formação de cadeias na extremidade do conidióforo. São produzidos
por Aspergillus. Os conídios gerados pela separação de uma hifa septada em
células únicas, vagamente densa, são conhecidos como artroconídios. Uma
espécie que gera esses esporos é o Coccidioides immitis.
133
UNIDADE III │ FUNGOS
134
CAPÍTULO 4
Principais doenças causadas por
fungos
Tanto para bactérias, quanto para os fungos, quando o equilíbrio entre hospedeiro
e o micro-organismo está desfavorável, há infecção ou doença. Portanto, entender
estes mecanismos de patogenicidade é fundamental para compreender como
os micro-organismos conseguem interferir de forma negativa nas lavouras, nas
indústrias e na saúde dos consumidores.
Número de micro-
organismos
invasores
Portas de entrada Penetração ou evasão Danos às células do
das defesas do hospedeiro
Membranas mucosas hospedeiro Sideróforos
Trto respiratório
Cápsulas Dano direto
Trato gastrointestinal
Parede celular Toxinas
Conjuntiva
Enzimas Endotoxinas
Pele
Variação antigênica Conversão lisogênica
Via parental
Crescimento intracelular Efeitos citoplasmáticos
Aderência
Portas de saída
Geralmente as mesmas
utilizadas como prtas de
entrada para um micro-
organismo
Micoses cutâneas
A pele humana está sempre suscetível aos micro-organismos, pois está muito
exposta ao ambiente. Os fungos que colonizam os pelos, as unhas e a camada
mais externa da pele são chamados de dermatófitos. Três gêneros de fungos estão
envolvidos nas micoses cutâneas:
135
UNIDADE III │ FUNGOS
Micoses subcutâneas
Micoses sistêmicas
136
FUNGOS │ UNIDADE III
Histoplasmose
Coccidioidomicose
Candidíase
137
UNIDADE III │ FUNGOS
138
PROTOZOÁRIOS UNIDADE IV
139
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
Pseudópodes
Citoplasma
Núcleo Micronúcleo
Vacúolo Macronúcleo Cilios
Vacúolo
Vacúolo digestivo
Contrátil
Complexo de Golgi
Núcleo Núcleo
Membrana Mitocôndrias
Ondulante
140
CAPÍTULO 1
Estrutura dos Protozoários
Archaezoa
Os Archaezoa são eucariotos que apresentam mitocôndrias. Eles possuem uma
organela singular denominada “mitossomo”, que é remanescente da mitocôndria
que estava presente em um ancestral. Muitos Aarchaezoa vivem em simbiose
no trato digestório de animais. Apresentam tipicamente formato de fuso, com
flagelos projetados na extremidade frontal. A maior parte deles é composta por
dois ou mais flagelos. Neste grupo, são encontram-se os seguintes protozoários
flagelados:
» Chilomastix;
» Trichomonas vaginalis;
» Giardia; e
» cisto de Giardia
141
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
1º e 3º flagelos
Núcleo
Cavidade Oral
4º flagelo
Vacúolo alimentar
Microspora
Os Microspora são protozoários eucariotos bem diferentes, devido a não possuírem
mitocôndrias. Também não apresentam microtúbulos e são parasitas intracelulares
obrigatórios. Os protozoários microsporidiais têm sido registrados desde 1984
como causadores de diversas doenças em humanos, incluindo diarreia crônica e
ceratoconjuntivite (inflamação da conjuntiva perto da córnea), principalmente em
pacientes com AIDS.
Amoebozoa
Os Amoebozoa, ou amebas, movimentam-se estendendo projeções tipo lóbulos
do citoplasma conhecidos como pseudópodes, que podem originar-se de um lado
da ameba, e o restante da célula deslizar para eles. Quanto à nutrição, os vacúolos
alimentares são gerados quando os pseudópodes ficam envolta do nutriente e o
puxam para o interior da célula.
142
PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE IV
Pseudópodes
Núcleo
Apicomplexa
Os Apicomplexa não se movimentam quando são adultos e são parasitas
intracelulares obrigatórios. Esses protozoários são identificados através da
presença de um grupo de organelas especiais nos ápices (extremidades) de
suas células, onde possuem enzimas que entram nos tecidos dos hospedeiros.
Apicomplexa possui um ciclo de vida complexo que se relaciona à transmissão
entre diversos hospedeiros.
Ciliophora
Os elementos do filo Ciliophora, ou ciliados, apresentam cílios semelhantes aos
flagelos, no entanto mais curtos. Os cílios são organizados em filas específicas na
célula. Eles se movimentam em harmonia para empurrar a célula em seu meio e
direcionar partículas de alimento para a boca.
143
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
Euglenozoa
Dois tipos de células flageladas fazem parte deste grupo de protozoários, que
se caracterizam por sequências comuns de rRNA, mitocôndrias no formato de
144
PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE IV
Macronúcleo
Vacúolo alimentar
Micronúcleo
Cílios
Citofaringe
Vacúolo contrátil
Citóstoma
Fonte: Adaptado de: https://planetabiologia.com/wp-content/uploads/2014/09/Caracter%C3%ADsticas-gerais-dos-protistas.
jpg. Acesso em: 24/11/2019.
145
CAPÍTULO 2
Genética, nutrição e crescimento
3’ C C C A A U C C C 5’ 3’
C C C A A U C C C 5’
TTAGGGTT 5’ A GG G
GG
AG 3’ 3’
DNA
5’ DNA
Nucleotídeo Nucleotídeo
146
PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE IV
A via de reparo de quebra na dupla fita atua em danos causados por ROS,
agentes químicos e ações ionizantes. Essa via pode ser dividida em: (i)
reparo de ligação das extremidades não-homólogas (NHEJ); e (ii) reparo por
recombinação homóloga (RH). A via NHEJ não precisa de um DNA molde e
ocorre principalmente em reparos nas fases G1 e G2 do ciclo celular, e a RH
ocorre quando danos ao DNA pedem reparo na fase S (ALBERTS et al., 2017).
Muitos pesquisadores sempre propuseram a existência de interação entre os dois
mecanismos. Dessa forma, o que se sugere é que, apesar das suas preferências
por determinadas lesões, ambos trabalham de uma forma bastante integrada
para que erros na dupla fita não sejam perpetuados (BERTRAND et al., 1998;
LE PAGE et al., 2000).
147
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
os processos, entre elas: c-Myc, p53, pRb, Ras, PKA, PKC, Bcl-2, ciclinas e
CK1. A fosforilação e desfosforilação de proteínas controladas por quinases e
fosfatases constitui um dos principais mecanismos que regulam uma variedade
de processos celulares, incluindo o ciclo celular e a morte celular (VERMEULEN;
BERNEMAN; VAN BOCKSTAELE, 2003).
Nutrição
De um modo geral, os protozoários são heterotróficos aeróbicos; entretanto, vários
protozoários intestinais possuem capacidade de se desenvolver em anaerobiose.
Dois grupos contendo clorofila, dinoflagelados e euglenoides geralmente são
pesquisados com as algas. Todos os protozoários vivem em áreas com grande
suprimento de água.
Ciclo de vida
A reprodução dos protozoários pode ser através de:
148
PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE IV
» brotamento; e
» esquizogonia.
Nesta última, o núcleo se divide múltiplas vezes antes da divisão celular (fissão
múltipla). Após vários núcleos serem criados, uma parte menor do citoplasma se
junta em volta de cada núcleo, e assim a célula se divide em outras células-filhas.
Encistamento
Certos protozoários, em algumas condições não muito favoráveis, geram uma
cápsula protetora denominada “cisto”, que possibilita que o indivíduo sobreviva
na falta de alimento, umidade ou oxigênio, sob temperaturas inadequadas ou na
presença de compostos tóxicos.
Um cisto também possibilita que uma espécie parasita seja capaz de sobreviver
fora de um hospedeiro. Isso é fundamental pois os protozoários parasitas
precisam ser excretados de um hospedeiro para chegarem a um novo. O
cisto gerado nos elementos do filo Apicomplexa é conhecido como “oocisto”
e é uma estrutura reprodutiva a partir da qual novas células são produzidas
assexuadamente.
149
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
Zigoto
Gametócito Anel
feminino Merozoitos
4 – Os merozoitos se
Gametócito desenvolvem para o
masculino anel nas hemácias
8 – No trato digestivo do
mosquito, os 5 – O estágio de anel
gametócitos se unem cresce e se divide,
para formar o zigoto. produzindo merozoitos.
150
CAPÍTULO 3
Principais doenças causadas por
protozoários
Tripanossomíase africana
Meningoencefalite amebiana
151
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
Toxoplasmose
Malária
Leishmaniose
152
PROTOZOÁRIOS │ UNIDADE IV
Babesiose
Giardíase
Criptosporidiose
153
UNIDADE IV │ PROTOZOÁRIOS
Tricomoníase
154
VÍRUS UNIDADE V
155
UNIDADE V │ VÍRUS
Os vírus são organismos que não podem ser vistos a olho nu, sendo possível
observá-los e estudá-los somente com o auxílio de um microscópio eletrônico.
Eles são compostos por duas classes de elementos químicos: ácido nucléico
(DNA ou RNA) e proteína. São indivíduos acelulares que necessitam de
células para se multiplicar, logo a maioria dos vírus é parasita intracelular
obrigatória. O vírus contamina uma célula e dirige o metabolismo celular em
seu benefício, com a finalidade de se duplicar. A contaminação pelos vírus
normalmente ocasiona consideráveis mudanças no metabolismo celular,
podendo levar à morte das células infectadas. Ocasionam doenças em plantas
e animais, incluindo o homem. No exterior da célula hospedeira, os vírus não
demonstram nenhum trabalho vital e, se existir qualquer célula compatível à
sua disposição, de um único vírus é capaz de surgir, em aproximadamente 20
minutos ou mais, milhares de novos vírus.
156
VÍRUS │ UNIDADE V
b) Forma esférica
(Influenza)
c) Forma complexa
d) Forma helicoidal (Bacteriófagos)
Como os vírus são ineficazes fora das células vivas, eles não são apontados como
seres vivos. Contudo, quando um vírus acessa uma célula hospedeira, o ácido
nucleico viral se ativa, ocasionando a replicação desses vírus. Nesta perspectiva
de observação, os vírus estão vivos quando se duplicam no interior da célula
hospedeira. Na perspectiva clínica, os vírus podem ser apontados como seres
vivos por possuírem a capacidade de infectar e causar uma doença, assim como
bactérias, fungos e protozoários patogênicos.
157
UNIDADE V │ VÍRUS
Espectro de hospedeiros
O espectro de hospedeiros de um vírus está na diversidade de células hospedeiras
que o vírus pode contaminar. Há vírus que contaminam invertebrados, vertebrados,
plantas, protistas, fungos e bactérias. Contudo, grande parte deles tem capacidade
de contaminar modelos especiais de células de uma única espécie de hospedeiro.
Em diversas situações, os vírus atravessam desafios de espécies, ampliando assim
seu espectro de hospedeiros. Os que contaminam bactérias são chamados de
bacteriófagos ou fagos.
159
CAPÍTULO 1
Estrutura dos Vírus
» células procariontes; e
» células eucariontes.
160
VÍRUS │ UNIDADE V
Nos vírus em que o RNA consiste em uma dupla hélice, posteriormente à absorção
na célula, os filamentos se dividem, e um deles junta-se aos ribossomos, trabalhando
como mensageiro para a síntese da enzima RNA-polimerase RNA-dependente,
não existente nas células. Nos vírus com genoma apresentado por filamentos
básicos de RNA, normalmente esse filamento funciona como mensageiro para a
síntese da RNA-polimerase variando de RNA. Posterior à aceleração, a síntese de
RNA-polimerase, o genoma viral é copiado em filamentos negativos que servirão
como modelo (template) para a formação dos filamentos positivos que serão
incorporados aos novos vírus, formando os novos genomas.
161
UNIDADE V │ VÍRUS
Capsídeo
162
VÍRUS │ UNIDADE V
Epículas
(a) (b)
Morfologia geral
Os vírus podem se encaixar em diversos modelos de morfologia diferenciados,
baseando-se na estruturação do capsídeo. A característica do capsídeo tem
sido ressaltada por microscopia eletrônica em um processo conhecido como
“cristalografia de raios X”.
Cápsula Membrana
proteica citoplasmática
Vírus
envelopado
Vírus helicoidais
Os vírus helicoidais assemelham-se a bastões compridos, que podem ser
resistentes ou maleáveis. O genoma dos vírus está presente dentro de um
163
UNIDADE V │ VÍRUS
Víríons helicoidais
164
VÍRUS │ UNIDADE V
Vírus poliédricos
Vírus envelopados
Vírus complexos
Vírions icosaédricos
165
UNIDADE V │ VÍRUS
DNA
Bainha
Fibra da cauda
Pino
Placa basal
166
VÍRUS │ UNIDADE V
» na estratégia de duplicação; e
» na morfologia.
Sendo assim, as espécies virais são apelidadas por nomes descritivos vulgares,
como “vírus da imunodeficiência humana” (HIV), e as subespécies (se houverem)
são apelidadas com um número (HIV-1).
167
CAPÍTULO 2
Genética, ciclo e crescimento
O genoma dos vírus pode conter um DNA ou um RNA, de cadeia simples ou dupla.
Mas, nas células que o vírus infecta, esse DNA precisa ser de cadeia dupla.
Ácido nucleico
Diferentemente das células procarióticas e eucarióticas – em que o DNA é o
material genético protagonista, uma vez que o RNA é secundário na propagação
da informação genética –, nos vírus, tanto o DNA como RNA podem ser
protagonistas. Interessantemente, os vírus podem possuir DNA ou RNA como
material genético principal, e não os dois juntos, como estudamos até agora, com
exceção dos mimivírus (é uma espécie de vírus singular, parasita obrigatório de
protozoários), que podem apresentar ambos.
O ácido nucleico dos vírus pode ser de fita simples ou dupla, sendo ele constituído
de DNA ou RNA. Logo, existem vírus com (I) DNA de fita dupla, (II) DNA de fita
simples, (III) RNA de fita dupla e (IV) RNA de fita simples. Dependendo do vírus,
o ácido nucleico pode ser (I) linear, (II) circular, ou (III) segmentado. A quantidade
total de ácido nucleico viral gira em torno de poucos milhares de nucleotídeos,
atingindo cerca de 250 mil, lembrando que o cromossomo de uma bactéria, por
exemplo, a E. coli, possui, cerca de 4 milhões de pares de bases.
168
VÍRUS │ UNIDADE V
Já os vírus cujos capsídeos não estão cobertos por um envelope são conhecidos
como “vírus não envelopados”.
Material genético
(DNA ou RNA)
Envelope Proteínas de
associação
Capsídeo
169
UNIDADE V │ VÍRUS
170
VÍRUS │ UNIDADE V
O RNA de alguns vírus tem dupla função. Atua como: (I) molde para a replicação do
próprio RNA (vírus de RNA) e (II) RNA mensageiro. Outros vírus de RNA, e todos
os vírus que possuem DNA, produzem o RNA mensageiro pela transcrição de seus
genomas com o auxílio de uma RNA-polimerase da célula infectada.
› cytomegalovirus/HHV-5;
171
UNIDADE V │ VÍRUS
Nu Envelopado
Adenovírus
Poxviridae
Herpesviridae
Fonte: Adaptado de: https://static.sciencelearn.org.nz/images/images/000/000/623/full/DNA_viruses.png?1522295759. Acesso
em: 24/11/2019.
172
VÍRUS │ UNIDADE V
RNA polimerase dependente de RNA que é codificada pelo próprio vírus, pois as
células não possuem essa enzima, e dessa forma, a replicação dos vírus de RNA
acontecem mesmo que seja inibida a atividade da RNA-polimerase dependente
de DNA, enzima existente no núcleo das células. Diferentemente dos vírus de
DNA, a síntese do RNA dos vírus de RNA ocorre no citoplasma.
Existem, porém, alguns retrovírus com genoma de RNA em fita simples, que
primeiro transcrevem o seu genoma em moléculas de DNA de fita dupla; esse
DNA se integra aos cromossomos e codifica as proteínas necessárias para os vírus
e, assim que incorporado ao cromossomo da célula, o retrovírus constitui um
provírus.
Picornaviridae
Essa nova fita, denominada fita antissenso, serve como molde para a produção
de novas fitas senso. As fitas senso servem como mRNA para a tradução das
proteínas do capsídeo. O processo de maturação ocorre após a síntese do RNA
viral e das proteínas virais.
173
UNIDADE V │ VÍRUS
Togaviridae
» uma fita mais longa que serve como mRNA para a tradução das
proteínas do capsídeo e é incorporada ao capsídeo.
Rhabdoviridae
RNA
Icosaedral Helical
Nu Envelopado
Orthomyxoviridae
Picornaviridae
Retroviridae
Floviridae
174
VÍRUS │ UNIDADE V
Reoviridae
Atualmente são conhecidos três sorotipos capazes de causar infecções nos tratos
respiratório e intestinal. O capsídeo contendo o RNA de fita dupla é digerido
após a penetração na célula infectada, e o mRNA viral é produzido no citoplasma
e utilizado para sintetizar novas proteínas virais. Dentre essas proteínas, há a
RNA-polimerase dependente de RNA para a produção de novas fitas antissenso
de RNA. As fitas senso e antissenso de mRNA formam uma fita dupla, que será
então envolta pelo capsídeo.
Retroviridae
Novo vírus
175
UNIDADE V │ VÍRUS
Multiplicação viral
Neste item, discutiremos detalhadamente a multiplicação dos vírus. O processo
ocorre em duas etapas:
Existem muitos tipos de vírus, denominados de acordo com o tipo de células que
infectam. Dessa forma podemos ter:
» vírus animais;
» vírus vegetais; e
» bacteriófagos ou fagos.
176
VÍRUS │ UNIDADE V
Adsorção
Penetração
Biossíntese
177
UNIDADE V │ VÍRUS
Desnudamento
Por um período longo após a infecção, bacteriófagos completos não são encontrados
na célula infectada. Encontramos apenas componentes isolados, como o DNA e
proteínas. Esse período da multiplicação viral é denominado “período de eclipse”
ou “desnudamento”. Consiste na separação do ácido nucleico viral de seu envoltório
proteico e pode ocorrer de várias formas, dependendo do vírus em questão.
Maturação
Liberação
178
VÍRUS │ UNIDADE V
Cromossomo bacteriano
1- A célula bacteriana doadora é
infectada por um fago (ou bacteriófago).
Multiplicação de bacteriófagos
Mesmo que a forma com que um vírus penetra e é liberado da célula hospedeira
possa variar, o mecanismo básico de multiplicação viral é similar para todos.
Lembramos que os bacteriófagos podem se multiplicar por dois mecanismos
alternativos:
» o ciclo lítico;
» o ciclo lisogênico.
179
UNIDADE V │ VÍRUS
O ciclo lítico termina com a lise e a morte da célula infectada, enquanto, no ciclo
lisogênico, a célula infectada permanece viva. Em contraste aos bacteriófagos
T-pares, alguns vírus não causam lise e morte celular quando se multiplicam na
célula infectada. Esses fagos lisogênicos podem induzir um ciclo lítico, mas são
capazes de incorporar seu DNA ao DNA da célula infectada para iniciar um ciclo
lisogênico. Na lisogenia, o fago permanece latente, ou seja, inativo.
DNA
Célula hospedeira.
Capsídeo
Núcleo
DNA viral
Proteínas do capsídeo
Proteínas do
capsídeo
mRNA
Tradução tardia; as
proteínas do capsídeo
são sintetizadas.
Transdução especializada
Este tipo de transducao ocorre quando um profago é excisado do cromossomo
bacteriano, carregando uma parte do DNA do cromossomo bacteriano.
180
VÍRUS │ UNIDADE V
Capsídeo Núcleo
RNA Célula Citoplasma
hospedeira
5 – Maturação e 2 – Penetração e
liberação 4 – Tradução e desnudamento
síntese das proteínas 3 – Replicação do
virais. DNA
O desnudamento promove a
A fita negativa é liberação do RNA e proteínas virais
Proteína do transcrita RNA Proteína viral
capsídeo
Proteína do
capsídeo Fitas negativas adicionais
ssRNA fita
são transcritas pelo mRNA
negativa ou
antissenso;
RNA-polimerase inicia a O mRNA é produzido dentro
Rhabdoviridae
produção de fitas negativas do capsídeo e liberado no
citoplasma
LEGENDA
Genoma viral
dsRNA fita positiva ou
Genoma viral, combinada com a fita
fita senso Proteínas do capsídeo e RNA- negativa ou antissenso;
polimerase dependente de RNA Reoviridae
Genoma viral
181
UNIDADE V │ VÍRUS
DNA
7 – O retrovírus maduro 2 – O processo de desnudamento
deixa a célula libera o genoma RNA e as
hospedeira adquirindo enzimas virais transcriptase
um envelope reversa.
RNA viral
182
CAPÍTULO 3
Principais doenças causadas por vírus
Papiloma
Varíola (Smallpox)
183
UNIDADE V │ VÍRUS
hospedeiro, uma vez que as células T citotóxicas não são ativadas, por não o
reconhecerem como antígeno viral. Interessantemente, esses vírus latentes se
localizam nos gânglios da raiz dorsal, próximos à espinha, e, geralmente, são
reativados após décadas. Na maioria dos casos, o catalisador dessa reativação é
o (i) estresse ou a (ii) diminuição da imunidade, relacionada ao envelhecimento.
Existem complicações associadas à catapora, que acometem principalmente
crianças e adolescentes; entre elas, podemos destacar a síndrome de Reye, que
pode levar o hospedeiro à morte.
Herpes simples
Nucleocapsídeo
Picos Tegumento
Glicoproteína =
Peplômero
Lipídica
Sarampo e rubéola
O sampo e a rubéola também são doenças causadas por vírus cujos efeitos são
visíveis nas camadas da epiderme.
Eritema infeccioso
Raiva
185
UNIDADE V │ VÍRUS
Febre de Chikungunya
DNA
Capsídeo viral
Concha
Membrana
Fonte: Adaptado de: https://www.vectorstock.com/royalty-free-vector/the-structure-of-the-cytomegalovirus-infographics-
vector-9283049. Acesso em: 24/11/2019
Resfriado comum
Pneumonia viral
B
C
VP1 HRV-A
~83 Tipos
Receptores: ICAM-1, LDLR
VP2 VP3
HRV
150-170 Tipos
HRV-B HRV-C
~32 Tipos ~55 Tipos
Receptores: ICAM-1 Receptores: CDHR3
187
UNIDADE V │ VÍRUS
Vírus Influenza
Nucleoproteína
(RNA)
Neuraminidase
(Sialidase)
Invólucro
lipidico
Cápsula Hemaglutinina
Hepatite A (HAV)
O vírus da hepatite A contém RNA de fita simples e não possui envelope, podendo
ser cultivado em cultura de células. Após uma entrada por via oral, o HAV se
multiplica no revestimento epitelial do trato intestinal, disseminando-se para o
fígado, os rins e o baço.
Hepatite B (HBV)
188
VÍRUS │ UNIDADE V
DNA de fita dupla. Sabendo que o HBV é um vírus de DNA único, em vez de
replicar seu DNA diretamente, ele passa por um estágio intermediário de RNA,
semelhante ao que ocorre com os retrovírus.
Envelope (HBsAg)
Espículas
Capsômero
DNA
Partícula de Dane
(HBV completo)
Partícula filamentosa
(partícula envelopada tubular)
Partícula esférica
(envelopada)
Fonte: Adaptado de: TORTORA; FUNKE; CASE, 2017.
Hepatite C (HCV)
Hepatite D (HDV)
189
UNIDADE V │ VÍRUS
Hepatite E (HEV)
Rotavirus e norovirus
Herpes genital
Entre as principais ISTs, podemos citar o herpes genital, causado geralmente pelo
HSV-2 e eventualmente pelo HSV- 1. Lembrem-se de que o vírus da herpes simples
pode ocorrer como tipo 1 (HSV- 1) ou tipo 2 (HSV- 2).
Verrugas genitais
AIDS
A AIDS, também chamada de infecção pelo HIV, é uma doença viral que
geralmente é transmitida a partir do contato sexual, contudo, sua patogenicidade
baseia-se em danos causados no sistema imune do hospedeiro. Sendo assim,
algumas lesões resultantes de doenças de origem bacteriana, bem como viral,
auxiliam a transmissão do HIV.
190
VÍRUS │ UNIDADE V
VP7
VP6
VP2
RdRp
VP6 VP2
CAPSÍDEO CAPSÍDEO CAPSÍDEO
CAPSÍDEO
INTERMEDIÁIO INTERNO INTERMEDIÁIO INTERNO
PARTÍCULA DO NÚCLEO
Síntese de RNA
VP6
VP2
Vírus e câncer
Hoje, nós conseguimos correlacionar alguns tipos de câncer com os vírus. O
adenocarcinoma, câncer do tecido epitelial glandular, é causado por vírus.
Entretanto, muitas vezes não é possível a correlação direta entre o vírus e o câncer,
pois o câncer pode se desenvolver muito tempo depois da infecção viral.
191
UNIDADE V │ VÍRUS
Os vírus oncogênicos estão dentro das famílias virais que possuem genoma de
DNA. Essas famílias incluem os vírus: Adenoviridae, Herpes-viridae, Poxviridae,
Papovaviridae e Hepadnaviridae.
PrP Sc
Endossomomo
8 – A PrPSc continua a se
7 – A PrPSc se acumula nos
acumular nos endossomos,
endossomos.
e o conteúdo dos
endossomos é transferido
para os lisossomos. O
restante é morte celular.
Fonte: Adaptado de: TORTORA; FUNKE; CASE, 2017.
193
UNIDADE V │ VÍRUS
194
VÍRUS │ UNIDADE V
Macrófago Provírus
DNA
cromossômico
Vacúolo
HIV
mRNA
RNA viral
195
Referências
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Universidade de Aveiro, Aveiro, 2007.
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2004. VI Encontro do Instituto Adolfo Lutz, 3 a 6 de outubro de 2005. Centro de
Convenções Rebouças. São Paulo – SP. Volume 64. 2005.
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