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Brasília-DF.
Elaboração
Cristiani D. Laurentino
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
FITOGENÔMICA..................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À FITOTERAPIA E FITOGENÔMICA......................................................................... 9
CAPÍTULO 2
FITOGENÔMICA E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL...................................................................... 38
CAPÍTULO 3
PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS............................................................................................. 46
UNIDADE II
SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA................................................................ 63
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL..................................................................... 63
UNIDADE III
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA.................................................................................... 79
CAPÍTULO 1
ANAMNESE ............................................................................................................................ 79
CAPÍTULO 2
CONCEITO DE ALIMENTO FUNCIONAL..................................................................................... 88
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 96
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
De acordo com Conti (2010), a nutrigenômica tem como requisito principal conhecer
o funcionamento e a interação do genoma humano com componentes dietéticos. Essa
interação pode ser explicada tanto através da consequência da dieta sobre a expressão
gênica, como, através da consequência dos polimorfismos genéticos sobre a dieta.
A importância da nutrição na saúde não é uma preocupação recente, há mais de dois mil
anos, na Grécia antiga, Hipócrates, o pai da medicina, postulou o seguinte mandamento
“Que teu alimento seja teu remédio”. Atualmente, conhecemos uma variedade de
alimentos com propriedades funcionais, ou seja, alimentos que além das funções
nutricionais básicas possuem compostos bioativos que interagem com o organismo
do indivíduo para promoção da saúde. O que mudou desde a época de Hipócrates é a
compreensão de como a nutrição afeta nossa saúde, os pesquisadores estão adquirindo
mais conhecimento em relação a quais alimentos ou compostos bioativos de alimentos
(CBAs) e de que maneira podem interagir com nosso organismo na promoção da saúde
(CONTI, 2010). Parte desse conhecimento foi possível por meio da conclusão do projeto
Genoma Humano, em 2003 (CONTI, 2010). Assim, o objetivo da era pós-genoma é
compreender a função desses genes e como são afetados por fatores ambientais, como
tabagismo, poluição, sedentarismo, estresse, medicamentos e a própria dieta. Nesse
sentido, acredita-se que pelo fato de estarmos expostos à alimentação desde a fase
intrauterina, esta seja considerada o principal fator ambiental envolvido na modulação
da expressão gênica (CONTI, 2010).
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os processos biológicos. A nutrigenética, por sua vez, analisa o efeito da variação
genética na interação dieta-doença, o que inclui a identificação e a caracterização do
gene relacionado e/ou responsável pelas diferentes respostas aos nutrientes (CASTRO,
2013). Atualmente utiliza-se o termo nutrigenômica o qual abrange tanto a genômica
nutricional como a nutrigenética. Vale ressaltar que os avanços nesse sentido serão
de fundamental importância para o estabelecimento de intervenções dietéticas
personalizadas, com base no genótipo, visando a promoção da saúde e a redução do
risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o câncer, as doenças
cardiovasculares, o diabetes, a obesidade entre outras.
Quanto aos suplementos dietéticos, em uma definição ampla, englobam uma variedade
de partes de plantas, vitaminas, minerais e outros nutrientes ou compostos bioativos.
Este termo será bastante utilizado no presente material e especial atenção será voltada
às plantas medicinais.
Plantas medicinais são todos os vegetais que têm emprego com fins terapêuticos,
alicerçados no conhecimento popular ou no conhecimento científico (SIMÕES et al.,
1998; SCHENKEL; GOSMANN; PETROVICK, 2001).
A utilização da fitoterapia, que significa o tratamento pelas plantas, vem desde épocas
remotas. A fitoterapia constitui uma forma de terapia medicinal que vem crescendo
notadamente neste começo do século XXI. Segundo a Portaria no 971, de 3/5/2006,
do Ministério da Saúde (MS), a Fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso
de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de
substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
Objetivos
»» Analisar, refletir e formar sólido conhecimento a respeito da utilização de
plantas medicinais, suplementação magistral e alimentos funcionais que
modulem a expressão gênica.
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FITOGENÔMICA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Introdução à fitoterapia e fitogenômica
A utilização de plantas como medicamentos pelo homem é tão antiga quanto a história
da humanidade. Desde a Pré-História o homem procurou aproveitar os princípios ativos
existentes nos vegetais, embora de modo totalmente empírico ou intuitivo, baseado no
método de tentativa e erro. Uma gama enorme de espécies vegetais foi incorporada
à medicina tradicional devido ao uso experimental das espécies. Até o século XIX, os
recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por plantas e extratos
vegetais, ou seja, as plantas medicinais e seus extratos constituíam a maioria dos
medicamentos que, naquela época, pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na
medicina popular (SCHENKEL; GOSMAN; PETROVICK, 1999).
A referência mais antiga que se tem conhecimento do uso das plantas data de mais de
sessenta mil anos. As primeiras descobertas foram feitas por estudos arqueológicos
em ruínas do Irã. Também na China, em 3.000 a.C., já existiam farmacopeias que
compilavam as ervas e as suas indicações terapêuticas. A utilização das plantas
medicinais faz parte da história da humanidade, tendo grande importância tanto no
que se refere aos aspectos medicinais, como culturais (REZENDE; COCCO, 2002).
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Compostos ativos
Terpenos e saponinas
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Saponinas
»» antimicrobiana/antifúngica;
»» anti-inflamatória;
»» anticancerígena;
»» antioxidante;
»» anticonvulsivante;
»» imunoestimulante;
»» analgésica;
»» hiperglicêmica;
»» antiviral;
»» hipocolesterolêmica.
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Taninos
Princípios ativos vegetais pertencentes ao grupo de compostos fenólicos, que por sua
vez, são originários do metabolismo secundário das plantas. Os taninos apresentam
uma tendência a formar complexos com proteínas faz com que sejam os principais
limitantes do valor nutricional em leguminosas, pois reduzem a digestibilidade das
proteínas das mesmas. Adicionalmente, podem inibir enzimas (complexos com
proteínas enzimáticas) e interferir na absorção de alguns minerais e vitaminas
(DESHPANDE, 1992). Os taninos apresentam baixa absorção pela pele e pelo trato
gastrointestinal, seus efeitos farmacológicos são elucidados segundo seus efeitos
locais nestes órgãos. Porém, essa característica é benéfica, uma vez que se absorvidos
em grandes quantidades, os taninos podem apresentar toxicidade.
Flavonoides
Presentes em frutas, legumes, raízes, talos, flores, folhas, cascas de árvores, vinho, nozes,
sementes, ervas e especiarias, os flavonoides representam o maior grupo da família
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Alcaloides
»» atividade antioxidante;
»» anti-inflamatória;
»» antimalárica.
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Antraquinonas
Ácidos orgânicos
As raízes liberam muitos ácidos orgânicos, que são de extrema importância, tanto,
por atuação de forma direta, favorecendo a biodisponibilidade de nutrientes para as
plantas por processo de quelação e troca de ligantes, quanto por forma indireta, pelo
estímulo da atividade microbiana. O ácido cítrico, por exemplo, é considerado um
dos componentes mais importantes envolvidos nos processos de liberação de fósforo,
potássio, zinco e complexação de alumínio.
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Fonte: Tang, L. et al, 2010; B.M.C. Cancer 27, 10:162; Fresco, P. et al, 2010. Curr. Pharm. Des.16 (1) pp. 114-34; Greenwald, P.;
Clifford C. K.; Milner, J.A., 2001.
Ainda nessa complexa interação entre gene/dieta que pode ter benéfico ou não ao
organismo, entra a participação da epigenética. Waterland (2006) define a epigenética
como modificações nos mecanismos de expressão do gene, que são reversíveis e estáveis
e não são alterações na estrutura do gene. Segundo Giraldi (2010) os componentes
dietéticos podem provocar alterações químicas que afetam a expressão gênica, que
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Curcuma longa L.
A curcuma (Curcuma longa L.) tem sido usada tradicionalmente na medicina Ayurvédica
no tratamento da inflamação. A curcumina suprime TNF induzida por ativação de NF-
kB e a expressão de genes NF-kB-dependentes (AGGARWAL et al., 2011). Suprime
a transformação, proliferação, invasão, angiogênese e metástase celular. Muitos dos
produtos que regulam estes processos podem ser inibidos por curcumina, capacitando
este fitoquímico com um potente auxílio no tratamento de várias doenças crônicas
(AGGARWAL et al., 2011).
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
(AGGARWAL et al., 2011) e muitos outros, mostrando que a curcumina interage com
vários alvos moleculares, o que explicaria sua atividade anti-inflamatória em diversas
doenças relacionadas a inflamação. A curcumina mostra ser um inibidor de COX-2
e LOX, (ZHOU; BEEVERS; HUANG, 2011; SALVIOLI et al., 2007; CUI et al., 2004;
AGGARWAL et al., 2011) atuando assim como um agente anti-inflamatório potente.
Ela pode interceptar e neutralizar potentes pró-oxidantes e substâncias cancerígenas
(GOEL; KUNNUMAKKARA; AGGARWAL, 2008; AGGARWAL; HARIKUMAR;
2009). Na verdade, a curcumina pode suprimir o dano oxidativo, inflamação, déficits
cognitivos e acúmulo de amiloide, que são os traços característicos da AD (AGGARWAL;
HARIKUMAR, 2009). Além disso, os benefícios terapêuticos da curcumina também
foram demonstrados em lesões induzidas no cérebro, fígado e rim (KUMAR; DOGRA;
PRAKASH, 2009).
Punica granatum
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Vegetais crucíferos
O mecanismo de ação do I3C não está ainda estabelecido, como acontece com a maioria
dos medicamentos que se usa na medicina, entretanto, sabemos muito bem os efeitos
benéficos que provoca nos pacientes com câncer tanto do ponto de vista curativo como
preventivo. Aggarwal um dos pesquisadores que mais estudam os efeitos bioquímicos
e fisiológicos das substâncias naturais assim resume os efeitos do indol-3-carbinol, ao
lado de seus colegas:
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
ciclo celular em G1, e induz a apoptose. A parada do ciclo celular envolve a diminuição
da ciclina D1, ciclina E, ciclinas-dependentes das kinases: CDK2, CDK4 e CDK6 e o
aumento da p15, p21 e p27. A apoptose envolve: a) diminuição dos produtos de genes
anti apoptóticos - Bcl-2, Bcl-xL, survivina, IAP (Inibidor-da-Proteína- Apoptótica),
XIAP (cromossoma X ligado ao IAP) e FLIP (Fas-associated death domain protein-
Like Interleukin-1-beta-converting enzyme Inhibitory Protein) e; b) o aumento de
proteínas pró-apoptóticas - Bax , liberação de citocromo C pela mitocôndria , ativação
da caspase-9 e da caspase-3. O I3C inibe a ativação de vários fatores de transcrição
incluindo o NF-kappaB, Akt, SP1, receptor estrogênico, receptor androgênico e o
Nrf2 (fator nuclear E2 relacionado ao fator 2). Esta substância potencializa o TRAIL
(Tumor necrosis factor-Related Apoptosis- Inducing Ligand) através da indução dos
receptores de morte celular e potencializa a quimioterapia diminuindo na membrana
da célula neoplásica a P-glicoproteína (P-gp) agente que retira o quimioterápico do
intracelular. Possui também efeito antiangiogênico. O I3C é mais uma substância que
diminui o potencial de membrana mitocondrial. 2) In vivo o I3C é potente agente
quimiopreventivo nas neoplasias hormônio-dependentes como o câncer cervical, de
mama e de próstata. Estes efeitos são mediados pela supressão dos radicais livres,
inibição da formação de carcinógenos que lesam o DNA, estímulo da 2-hidroxilação do
estrógeno (inativação do estrógeno), inibição da angiogênese e indução da apoptose.
Acresce a forte atividade hepatoprotetora contra vários tipos de carcinógenos, devido à
indução da enzima p-450 (SAFE, 2008; AGGARWAL, 2005; SARKAR, 2004; MANSON,
2005; KIM, 2005; NAUGLER, 2008; MORI, 1999).
Selênio
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Seo et al. (2002), o selênio foi o primeiro antioxidante a apresentar evidências de que
era um reforço na reparação do DNA, sendo que a administração da suplementação de
selênio, na forma de seleniometionina, induzia uma reparação por excisão de base via
ativação do fator P53 nos fibroblastos normais de humanos in vitro.
Resveratrol
Esses efeitos benéficos se devem aos inúmeros alvos moleculares de ação do resveratrol
que envolvem citocinas, fatores de transcrição, proteínas do ciclo celular, entre outras
(MARTINS, 2008). Em estudo realizado por Di Pascoli et al., (2013) demonstrou
que a administração de resveratrol (10 e 20mg/kg/dia), por duas semanas, em ratos
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Silimarina
Em células hepáticas, assim como em outros tipos de células, os efeitos comuns da silibina
podem ser resumidos em: Antioxidante; Modulador direto e indireto da inflamação e
da fibrogênese; Modulador direto e indireto de algumas vias metabólicas hepáticas,
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
as quais serão descritas a seguir (LOGUERCIO; FESTI, 2011). Estudos realizados com
culturas de células demonstraram que a silibina agiu como antioxidante devido aos
seguintes mecanismos: ( BORSARI et al. 2001; TÃNGER, M. et al., 2001; LIGERET, H.
et al. , 2008; TROUILLAS, P. et al., 2008)
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Allium sativum
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Vários estudos (BORDIA et al., 1975; JAIN, 1977; AUGUSTI, 1977; Bordia et al., 1977;
SAINANI et al., 1979; NITYANAND et al., 1989) têm mostrado que este vegetal possui
componentes hipocolesterolêmicos. Relatos da literatura médica ao longo dos últimos
20 anos sugerem que a suplementação da dieta com alho pode ser efetiva no decréscimo
dos níveis séricos de colesterol em 15 a 20%. No entanto, eles variam significativamente
em termos de efeito do tratamento, tipos de preparações, dosagem e unidade
experimental utilizada (WARSHAFSKY et al., 1993; MARCHIORI, 2003; RAHMAN;
LOWE, 2006; SOBENIN et al., 2008), sendo que a forma de utilização é fundamental
para que haja princípios ativos em concentrações suficientes para exercerem a ação
terapêutica. Entre os principais produtos de oxidação lipídica estão os radicais
livres, que são associados a diversas patologias, incluindo doenças degenerativas,
como as cardiopatias, aterosclerose e problemas pulmonares (CORRÊA-CAMACHO;
DIAS-MELICIO; SOARES, 2007).
No segundo mecanismo ocorre o reparo das lesões causadas pelos radicais, através da
remoção dos danos da molécula de DNA e a reconstituição das membranas celulares
danificadas. Este grupo é constituído pelo ácido ascórbico, glutationa-redutase
(GSH-Rd), glutationa-peroxidase GSH-Px, entre outros (FERREIRA; MATSUBARA,
1997). Esses agentes protegem as células contra os efeitos dos radicais livres e podem
ser classificados em antioxidantes enzimáticos (superóxido dismutase, catalase) ou não
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Substâncias como aliina, alicina e ajoeno podem agir como antioxidantes sobre a LDL,
pois impedem a peroxidação lipídica pela inibição da enzima xantina-oxidase (enzima
responsável pela redução do oxigênio e formação de radicais livres e ácido úrico) e de
eicosanoides (que aparentemente agem como moduladores no metabolismo de lipídeos
e carboidratos (MARCHIORI, 2003). Outro composto responsável pela diminuição da
peroxidação lipídica é a S-alilcisteína (SANTIAGO, 2009). A peroxidação lipídica é a
deterioração oxidativa dos lipídeos poli-insaturados, presentes em grandes quantidades
nas membranas celulares e em muitas organelas (mitocôndrias, por exemplo) (RENZ,
2003). Porém, a membrana é um dos componentes celulares mais atingidos causando
alterações em sua estrutura e na permeabilidade celular. Isso faz com que ocorra a
perda da seletividade na troca iônica e a liberação do conteúdo de organelas, como
as enzimas hidrolíticas dos lisossomas, e formação de produtos citotóxicos (como o
malonaldeído - MDA), culminando com a morte celular (RENZ, 2003). Frente a todos os
problemas causados pela peroxidação lipídica no organismo humano, esta propriedade
antioxidante do alho é de extrema importância.
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Muitos são os benefícios do alho quando se depara com o mecanismo antioxidante, pois
este tem a capacidade de agir em diversos locais, como por exemplo, sobre espécies
reativas, diminuindo-as, e também aumentando as enzimas antioxidantes. Sendo assim
pode-se dizer que este é um dos principais mecanismos de ação do alho que merece
atenção. Seria útil aumentar o foco das pesquisas para o mesmo, pois a oxidação é
uma das principais causas de patologias, incluindo as cardiovasculares, e até mesmo do
envelhecimento.
Licopeno
O tomate – Solanum lycopersicum – é um fruto que vem atraindo muita atenção e tem
sido estudado na prevenção de doenças cardiovasculares, no controle de dislipidemias
e diabetes, e em diversos tipos de câncer. O licopeno é um carotenoide presente em
grandes quantidades no tomate, mas também está presente em boas quantidades em
outras frutas como goiaba, melancia e mamão papaia (PAUL, 2008). Ele possui atividade
antioxidante potente, maior que a do alfa e do beta caroteno, pois não é convertido em
vitamina A quando ingerido. Estudos iniciais sugeriram que tomates industrializados
na forma de molho ou pasta de tomate constituem uma fonte mais rica em licopeno do
que suco ou fruta crua, porque o seu aquecimento no processo de cozimento permite
que o organismo o absorva mais rapidamente (PAUL, 2008).
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Alguns estudos têm apontado que as pimentas também são boas fontes de antioxidantes
alimentares, como vitamina C, vitamina E, carotenoides e compostos fenólicos
(REIFSCHNEIDER, 2000). Os capsaicinoides são bem conhecidos pela sua pungência.
As espécies do gênero Capsicum vêm sendo estudadas por pesquisadores do mundo
inteiro e os estudos conferem à capsaicina uma atividade anti-hiperlipidêmica (KUDA;
IWA; YANO, 2004), propriedades anti-inflamatórias (SURH; LEE; LEE, 2002),
antioxidantes (SURH; LEE; LEE, 2002; GANJI, 2004), além de efeito quimiopreventivo
(SURH; LEE; LEE, 2002; LEE et al., 2005) e efetivos no tratamento de um número de
desordens de fibras nervosas, incluindo dor associada com artrite, cistite e neuropatia
diabética (NUEZ, 1995). As pimentas ainda contêm altas concentrações de vitamina
A e C, consideradas nutrientes anticancerígenos (KUDA; IWAI; YANO, 2004). Dos
aproximadamente 14 capsaicinoides existentes, os que ocorrem em maior quantidade
são a capsaicina, a diidrocapsaicina e a nordiidrocapsaicina.
31
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Isoflavonas
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
efeitos antioxidantes (KURZER; XU, 1997). O câncer, de modo geral, é definido como
o crescimento descontrolado de células para formar um tumor que, em alguns casos,
pode invadir os tecidos adjacentes e se propagar, por processo de metástase, formando
tumores secundários em outras partes do corpo (TOLOMEN, 1990).
Camelia sinensis
Uma das bebidas mais populares, o chá verde pertence à família Thaeceae e suas folhas
são utilizadas para preparação de uma infusão utilizada em grande parte do mundo. O
chá verde é obtido a partir das folhas e brotos da planta Camellia sinensis (C. sinensis),
originária da China, bem difundida em todo o mundo nos últimos 2.000 anos. As
catequinas são polifenóis responsáveis pela cor e pelo corpo do chá, que correspondem
a 26,7% dos compostos presentes na espécie C. sinensis (chá verde e chá branco
quando é colhido precocemente), dos quais 11% são constituídos de epigalocatequina
3-galato (EGCG), 10% epicatequina 3-galato (ECG), 2,5% epicatequina (EC) e 2%
epigalocatequina (EGC) (SCHMITZ, W. et al, 2005). Os chás feitos a partir de C. sinensis
são classificados em três tipos principais:
»» Chá verde: produzido por infusão das folhas secas ou frescas sem
fermentação, pois ocorre a inativação da polifenol oxidase.
33
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
A administração desta bebida pode ser uma estratégia nutricional eficaz para impedir
ou lentificar a evolução da esteatose hepática para esteato-hepatite não alcoólica
(NASH), devido à presença das catequinas polifenólicas que apresentam atividades
hipolipemiantes, antioxidantes, termogênicas e anti-inflamatórias. Evidências têm
demonstrado as propriedades hepatoprotetoras do chá verde e de suas catequinas,
as quais protegem o parênquima hepático contra DHGNA (MASTERJOHN; BRUNO,
2012). Modelo experimental demonstrou efeito da EGCG na prevenção de cânceres
hepático e colorretal. Os animais que receberam água potável contendo EGCG
apresentaram inibição significativa do desenvolvimento de focos de alteração celular e
adenoma hepático e a esteatose hepática melhorou. Além disso, níveis plasmáticos de
insulina, fatores de crescimento similares à insulina 1 e 2 (IGF-1 e IGF-2), fosforilação
hepática do receptor de IGF-1 (IGF-1R), da ERK, da proteinocinase B (AKT) e da
glicogênio sintase cinase-3 beta (GSK-3β), proteínas relacionadas com as vias de
sobrevivência e proliferação celular, foram reduzidos pelo consumo de EGCG. Este
polifenol também reduziu os níveis plasmáticos de ácidos graxos livres (AGL), de FNT-
alfa e a expressão gênica de FNT-alfa, IL-6, IL-1beta e IL-18 RNAm no fígado, indicando
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FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
necessários à saúde, com exceção dos ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) de cadeia
longa ômega 3 (n-3) e ômega 6 (n-6) (ALEXANDER, 1998), sendo estes chamados de
essenciais (CARVALHO et al., 2003). Os ácidos graxos poli-insaturados n-3, em especial
dos ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) são encontrados nos
óleos de peixes de águas frias e profundas como salmão, arenque, atum e sardinhas.
36
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Observou-se que o EPA e o DHA são aproximadamente cinco vezes mais potentes que
o AG alfa-linolênico na supressão dos eicosanoides derivados do AA2. Quando o fator
de transcrição nuclear NFkB é ativado, a morte celular programada, ou apoptose, é
bloqueada. Esse fator nuclear está frequentemente alterado nas células tumorais,
resultando em células resistentes às drogas quimioterápicas e à radiação, as quais não
morrem em resposta ao dano genético ocorrido.
A expressão dos genes da família Bcl-2 e da COX 2 também pode bloquear a apoptose,
resultando em células que não sofrem apoptose na hora apropriada. Os AGs n-3
podem restaurar a apoptose fisiológica pela regulação do fator nuclear, o qual regula
a expressão da COX 2, e pela regulação da expressão dos genes da família Bcl-22.
À medida que o tumor se desenvolve, novos vasos se formam para suprir as células
tumorais de nutrientes e remover produtos do metabolismo celular. A angiogênese está
frequentemente associada com prognóstico pior.
Estudos mostram que tumores com maior vascularização são mais agressivos e
invasivos (ROYNETTE, 2004). A inibição da angiogênese é uma estratégia para
inibir ou limitar o crescimento do tumor. Os AGs n-3 podem inibir a angiogênese por
múltiplos mecanismos, incluindo alterações na produção de prostaglandinas e inibição
da proteína cinase C2. O fator de necrose tumoral alfa (TNF) tem papel importante na
inflamação e na caquexia. Estudos em animais de laboratório, indivíduos voluntários
sadios e vários grupos de pacientes indicaram que os AGs n-3 diminuem a habilidade
das células mononucleares de produzir TNF. Esse é o elemento chave dos efeitos anti-
inflamatórios do óleo de peixe e explica parcialmente sua utilização nos distúrbios
inflamatórios. Entretanto, estudo recente relatou que existem variações na resposta ao
óleo de peixe, dependendo do genótipo individual (ROYNETTE, 2004).
Nesse estudo, a utilização de óleo de peixe, em homens sadios, por três meses, diminuiu
a produção de TNF pelas células mononucleares sanguíneas. No entanto, esse efeito
dependeu do genótipo dos indivíduos estudados. Indivíduos heterozigotos para os alelos
do TNF, com produção média ou baixa de TNF quando do início no estudo, foram mais
sensíveis ao efeito anti-inflamatório do óleo de peixe que os indivíduos homozigotos. Esses
achados sugerem que alguns outros efeitos dos AGs n-3 também podem ser influenciados
pelo genótipo, de sorte que o uso dos AGs n-3 como prevenção primária pode se tornar
tarefa mais complexa do que se imagina presentemente (ROYNETTE, 2004).
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CAPÍTULO 2
Fitogenômica e envelhecimento
saudável
38
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
39
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
No entanto é possível prever as intervenções sobre o meio ambiente que podem ajudar
a retardar o envelhecimento. Para este fim, o uso de fitoquímicos, pode ser considerado.
Os fitoquímicos exercem poderosa atividade anti-inflamatória e antioxidante que
pode combater a inflamação e o estresse oxidativo, podendo assim ser considerada
como uma possível ferramenta para diminuir ou retardar a senescência, bem como
o aparecimento ou progressão de várias doenças relacionadas à idade. Muitas teorias
têm sido propostas para explicar o processo de envelhecimento, entre elas a de Harman
de 1957 (FUSCO et al., 2007), onde o acúmulo de radicais de oxigênio e consequente
oxidação de moléculas (lipídios, proteínas, ácidos nucleicos) são apontados como
responsáveis pelo envelhecimento e morte de todos os seres vivos.
Tanto o estresse oxidativo agudo como o crônico, estão relacionados em muitas doenças
degenerativas, como aterosclerose, diabetes, isquemia/reperfusão, lesão inflamatória
(artrite reumatoide, doença inflamatória do intestino, e pancreatite), câncer, doenças
neurológicas, hipertensão, catarata, doenças pulmonares e doenças hematológicas (CUI
et al., 2004). Os sistemas fisiológicos são indispensáveis para a vida do ser humano.
Três sistemas (nervoso, endócrino e imune) desempenham funções chave no controle
de respostas interativas/defensivas do organismo aos estímulos internos e externos. A
teoria imunoneuroendócrina considera que a desregulação de funções exercidas por
esses sistemas estão relacionadas ao envelhecimento (GUARIENTO; TEIXEIRA, 2010).
40
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Punica granatum Acido elágico, antocianinas, AO, reduz fosfolipase A2, reduz COX-2
flavonoides
Vitis vinifera Resveratrol, quercetina, antocianinas Aumenta biogênese mitocondrial, inibe NF-kB, PG e citocinas
inflamatórias, varre RL, AO
Panax ginseng Ginsenosides AO, reduz NF-kB
Suplementos antioxidantes
Substância Ação
Zinco Faz parte da SOD (Antioxidante primário); protetor contra a intoxicação por Cu, Pb, Hg; importante para o sistema
imune.
Selênio Faz parte da glutathionperoxidase, sua carência evidencia em câncer, doenças cardíacas, deficiência imune e
problemas cerebrais.
Cromo e Vanádio Participam diretamente do metabolismo da glicose (grande fonte de energia cerebral). O cromo possui papel
importante na aterosclerose.
Vitamina A Promove a integridade dos tecidos epiteliais (pele, tratos respiratório e gastrintestinal), melhora a resistência a infecções.
Necessária ao crescimento e manutenção dos ossos, pele e olhos.
Vitaminas B Cofatores para as enzimas envolvidas na extração de nutrientes para o organismo, funcionamento do sistema imune,
gastrintestinal, nervoso, cabelos, pele, olhos.
Vitamina C AO por excelência, protege contra a doença coronariana, mantem a integridade e formação do tecido conjuntivo,
incrementa o sistema imune e está reduzida pela exposição à Aspirina e fumaça de cigarro.
Vitamina D Metabolismo ósseo, proteção a câncer de mama e próstata.
Vitamina E AO, AI e age em harmonia com o glutathion para reciclar a Vitamina C. Protege o organismo de toxinas e carcinógenos
(Hg, Pb, O3, oxido nitroso), protetor cardiovascular (angina, aterosclerose, tromboflebite) melhorando o fluxo sanguíneo.
Coenzima Q-10* AO natural com importância na síntese de ATP (moeda do nosso corpo) auxiliando no metabolismo de CH e gorduras.
Ajuda a regeneração e reciclagem de vitaminas C e E. Relevante no tratamento de angina, hipertensão arterial
sistêmica e insuficiência cardíaca congestiva. Proteção a doenças coronarianas.
Luteína Na mácula densa, energia luminosa se transforma em sinais elétricos para transmissão ao cérebro (região de intensa
atividade metabólica), a luteína é um bioflavonoide que protege contra a degeneração macular.
Proantocianidinas ↑crescimento de células saudáveis e ataca células de malignidade, hepato e nefroprotetoras (acetaminofeno). Previne
lesões cardíacas (doxorubicina) e pulmonar (amiodarona).
Ácido Lipoico* AO hidro e lipossolúvel. Ajuda a reciclar outros AO (Vit C, E, glutathion e Co Q-10), ↑ utilização de glicose e a eficiência
com a qual a insulina leva o açúcar para as células. Retarda e reverte a formação de AGEs.
Carnosina (alanina + Potente inibidor da formação de AGEs, protege a célula de ligações cruzadas de proteína e DNA; Inibe o acúmulo
histidina) tóxico de peptídeos amiloides (Alzheimer, DM tipo 2).
Resveratrol* Protege o DNA contra o dano de RL (quimioprotetor)*.
Indol 3 carbinol A quebra do estrogênio a 16-α-hidroxiestrona ↓ risco de câncer. Quebra a 2-OH-estrona 1 previne o câncer.
Proporção 2:16. A determinação da transformação é através da enzima hepática CYP1A1. O I3C ativa-a.
Ácidos Graxos Anti-inflamatório. Ômega 3 também melhora esta proporção. Mama e próstata.
Essenciais (EPA e
DHA)
Fontes: Povoa, 2000; Povoa; Araújo; Seixas, 2006; Kurzweil; Grossman, 2007.
Glicação
A glicação é uma reação na qual carboidratos, como a glicose, ou lipídeos ligam-
se permanentemente a proteínas, sem a atuação de uma enzima. Desse modo, essas
41
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
42
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Inibidores da glicação
43
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Allium sativum (Alho): propriedades AO, melhora função imune, previne doença
cardiovascular, inibe agregação plaquetária e formação de trombos, previne câncer,
doenças associadas ao envelhecimento cerebral, artrites e formação de catarata,
rejuvenesce a pele e melhora a circulação sanguínea, previne intoxicação GI causada por
bactéria. Alixina promove a sobrevivência de neurônios derivados de várias regiões do
cérebro, ↑ número de pontos de ramificações por axônio em neurônios do hipocampo.
44
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
45
CAPÍTULO 3
Prescrição de fitoterápicos
46
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
II - parte utilizada;
V - tempo de uso.
Formas farmacêuticas
As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional nutricionista são
exclusivamente as de uso oral, tais como:
»» infuso;
»» decocto;
47
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
»» tintura;
»» alcoolatura;
»» extrato.
Infusão: preparação líquida, que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal
e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo determinado. É
indicada para partes de vegetais de consistência menos rígida tais como folhas, flores,
inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas voláteis. Ex.: Carqueja (Baccharis
trimera), Guaçatonga (Casearia sylvestris), Erva baleeira (Cordia verbenacea), Erva
cidreira (Cymbopogon citratus).
Decocção: consiste na ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado.
É indicada para ervas deconsistência rígida, que não liberam seus componentes ativos em
baixas temperaturas, como cascas, raízes, rizomas, caules, sementes e folhas coriáceas
(c/ cutículas espessas). Ex.: Cajueiro (Anacardium occidentale), Bardana (Arctium
lappa), Hamamélis (Hamamelis virginiana), Mulungu (Erythrina mulungu). Não é
indicada para ervas com compostos voláteis ou com compostos que se degradam em
altas temperaturas.
Maceração: é uma forma de preparo indicada para ervas que não necessitam de altas
temperaturas para liberarem seus componentes químicos ou podem ser degradadas em
água quente. Muito indicada para plantas que possuem compostos voláteis. Ex.: alho
(Allium sativum).
48
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Extrato seco padronizado: esse tipo de extrato apresenta teores definidos de seus
principais constituintes químicos (substância marcadora) bem como umidade,
coregranulometria. Apresenta como vantagem a reprodutibilidade dos lotes de
fabricação e maior estabilidade. Ex.: Centella asiática – Padronizado em Asiaticosideo.
Aesculus hippocastanum – Padronizado em Escina.
Informações
Posologia
Nomenclatura Nomenclatura Parte Forma de Contra Efeitos adicionais
e modo Via Uso Alegações Referências
botânica popular utilizada utilização indicações adversos em
de usar
embalagem
Achillea Mil folhas Partes Infusão: Utilizar 1 xíc Oral A/I Falta de Não deve O uso ---------- WICHTL, 2003
millefolium aéreas 1-2g (1-2 chá 3 a 4 x apetite, ser utilizado pode ser
MILLS & BONE,
colchá) em ao dia dispepsia por pessoas cefaléia e
2004
150 mL (xíc (pertubações portadores de inflamação.
chá) digestivas), úlcera gástrica O uso ALONSO, 2004
febre, ou duodenal prolongado
informação e ou com pode
cólicas oclusão das provocar
vias biliares reações
alérgicas.
Caso ocorra,
um desses
sintomas,
suspender
o uso e
consultar um
especials
Fonte: Adaptada ANEXO I – RDC, 10 de 9/3/2010.
49
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Colher de sopa 15 ml / 3 g
Colher de sobremesa 10 ml / 2 g
Colher de chá 5 ml / 1 g
Colher de café 2 ml / 0,5
Copo 250 ml
Xícara de chá 150 ml
Xícara de café 50 ml
Cálice* 125 ml / 30 ml
Modelo de prescrição
Tintura simples
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional
Uso oral:
50
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes
das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias.
Mandar 90ml.
Não Reaviar
Data:
Assinatura:
CRN:
End:
Tintura sinérgica
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional
Uso oral:
51
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, antes
das principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias.
Mandar 90 ml.
Não Reaviar
Data:
Assinatura:
CRN:
End:
52
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional
Uso oral:
Tomar 30 gotas (1,5ml) da tintura, diluídas em ½ copo de água, 2 vezes ao dia, após
as principais refeições (almoço e jantar), durante 30 dias.
Mandar 90 ml.
Não Reaviar
Data:
Assinatura:
CRN:
End.:
53
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional
Uso oral:
Mandar 60 doses
Não Reaviar
Data:
Assinatura:
CRN:
End:
54
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Paciente: XXXXXXXXXXXXXXXX
Recomendação Nutricional
Uso oral:
Não Reaviar
Data:
Assinatura:
CRN:
End:
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UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
56
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
57
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Princípios ativos: são responsáveis pela ação farmacológica, ou seja, a(s) substância(s)
responsável(is) pelo “efeito” desejado do suplemento. Exemplos: Citrato de cálcio.
Formas farmacêuticas
As formas farmacêuticas são as formas físicas de apresentação do medicamento. São
classificadas em sólidas, líquidas, semissólidas e gasosas, são o resultado de várias
operações a que se submetem as substâncias terapêuticas a fim de facilitar sua posologia
e administração, mascarar os caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada.
Entre os suplementos, são mais utilizadas as formas sólidas.
Formas sólidas
Pastilhas e gomas
58
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Cápsulas
São receptáculos obtidos por moldagem, em geral, utilizadas para ingestão de fármacos
em doses pré-estabelecidas. O invólucro da cápsula oferece relativa proteção dos agentes
externos facilita a administração e devido a sua alta solubilidade e digestibilidade no
organismo, libera rapidamente o fármaco de seu interior no estômago. Atualmente as
cápsulas gelatinosas, que são constituídas de gelatina de origem animal, são as mais
utilizadas. Estas podem ser em consistência dura (cápsulas gelatinosas duras) ou, se
fabricadas incluindo maiores quantidades de glicerina, sorbitol, polietilenoglicol,
apresentam-se com consistência flexível e elástica (cápsulas gelatinosas moles).
As últimas, ao contrário das cápsulas duras podem acondicionar soluções oleosas,
suspensões e emulsões. As cápsulas podem ser opacas, para preservar a matéria prima
da oxidação e modificação de suas estruturas.
Muitas vezes, são coloridas a partir de corantes alimentares. Como variação vegetal,
existem as cápsulas de clorofila, que, além de serem de origem vegetal, possuem
vitaminas, minerais e clorofilina, que contribuem para a oferta de antioxidantes. As
cápsulas transparentes são de origem animal e, como as cápsulas duras, são formadas
por gelatina. Sem corantes alimentares, não possuem coloração, deixando a matéria
prima mais exposta ao meio ambiente. Existem matérias-primas que não devem ser
manipuladas nesse tipo de cápsula, como a vitamina C, por ser altamente oxidável,
modificando sua função. Por outro lado, o complexo B não perde suas funções, mas
pode tingir a cápsula ao longo dos dias, mesmo estando dentro do prazo de validade.
(PASCHOAL et al., 2009)
Excipiente
59
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Pós (Sachês)
Formas semissólidas
Pomadas
60
FITOGENÔMICA │ UNIDADE I
Gel
Emulsão/cremes
São sistemas dispersos constituídos de duas fases líquidas imiscíveis (oleosa e aquosa),
onde a fase dispersa ou interna é finalmente dividida e distribuída em outra fase
contínua ou externa. Temos emulsões do tipo óleo em água (O/A: fase externa aquosa)
e água em óleo (A/O: fase externa oleosa).
61
UNIDADE I │ FITOGENÔMICA
Nas emulsões líquidas de uso oral, deverão ser acrescentados adjuvantes com
finalidade corretiva para aroma, sabor e cor, se necessário.
Formas líquidas
Suspensão
Xaropes
Formas farmacêuticas aquosas contendo cerca de dois terços de seu peso em sacarose
ou outros açúcares. Podem ser medicinais e/ou edulcorantes, apresentando duas
vantagens: correção de sabor desagradável do fármaco e conservação do mesmo na
forma farmacêutica de administração. A forma sublingual líquida é um tipo de xarope
em que se usa o sorbitol como veículo.
62
SUPLEMENTAÇÃO
MAGISTRAL UNIDADE II
APLICADA À
NUTRIGENÔMICA
CAPÍTULO 1
Introdução à suplementação
nutricional
A suplementação deve ser prescrita quando a dieta, por vários motivos, não atinge as
necessidades nutricionais diárias de um indivíduo. A correria do dia a dia, por exemplo,
muitas vezes limita o consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais, como
hortaliças e frutas frescas. O estresse físico e mental obriga o organismo a trabalhar
63
UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
»» falta da ingestão;
»» aumento da necessidade;
64
SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
65
UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
livres), ou ainda a vitamina D que atua como precursor hormonal (BARBOSA et al.,
2010; MARIOTTO, 2006, MARQUES, 2010).
E que essa mesma herança pode influenciar o curso de certas doenças. Tudo isso se
relaciona com a expressão gênica (VANNUCCHI, 2008). Mecanismos que controlam
a expressão gênica, como é o caso da metilação dos resíduos de citosina, podem ser
influenciados pela alimentação. O estabelecimento dos padrões de metilação ocorre na
fase inicial do desenvolvimento e pode se propagar pela vida toda. Um dos fatores que
exerce grande influência no padrão de metilação é a disponibilidade celular das vitaminas
que participam do metabolismo do carbono (B6, B12 e ácido fólico) (FURLAN; FERRAZ
et al., 2007). A S-adenosilmetionina metaboliza nutrientes provenientes da dieta, como
a colina, metionina, ácido fólico, vitamina B6 (piridoxina), B12 (cobalamina) e B2
(riboflavina). Portanto, a deficiência desses nutrientes leva a alterações no metabolismo
do carbono, prejudicando a metilação do DNA e aumentando o risco de doenças
crônicas, como o câncer e doenças cardiovasculares. No entanto a expressão dos genes
possui um padrão individual (polimorfismo) (FUJII; MEDEIROS et al., 2010). Vários
micronutrientes participam de diversos processos biológicos, os quais associados a
nossa singularidade genética levam a efeitos variados em cada pessoa.
66
SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
67
UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
Atualmente, para alguns nutrientes, ainda não há dados suficientes para desenvolver
o UL, o que não significa não haver potencial para efeitos adversos resultantes da alta
ingestão. Pelo contrário, quando os dados forem muito limitados é preciso maiores
precauções na suplementação.
68
SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
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SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
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SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
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SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
Minerais
Os minerais são muito instáveis nas condições do meio intralumial. Facilitadores como
refeições normoproteicas (14 a 15%) aumentam a absorção de minerais (ferro, cálcio,
selênio e zinco) pela mucosa por meio do aumento do fluxo sanguíneo, para compor
o pool de aminoácidos no fígado (PUJOL, 2011). Entre os inibidores da absorção de
minerais, destacam-se fitatos, hemiceluloses, oxalatos, fosfatos, taninos e compostos
polifenóilicos em geral. Taninos e demais compostos fenólicos podem comprometer em
até 50% a absorção de ferro das refeições (REIS, 2007). Por isso, fitoterápicos com a
forma farmacêutica de infusão não devem ser utilizados logo após as refeições por seu
efeito na redução da biodisponibidade, em particular em refeições ricas em ferro e zinco.
De acordo com Couzi et al. (1993), as interações entre minerais podem ocorrer de maneira
direta ou indireta. As interações diretas em geral são fenômenos competitivos que se dão
durante a absorção intestinal ou utilização tecidual, enquanto as indiretas se dão quando
um mineral está envolvido no metabolismo do outro, de modo que a deficiência de um
acarreta prejuízo da função do outro. De acordo com Reis (2007), a absorção dos minerais
é muito influenciada pela dieta, por isso não devem ser administrados com as refeições,
necessitando de um intervalo de no mínimo duas horas entre a refeição e a ingestão de
suplementos à base de minerais. Interações entre minerais são muito comuns.
Vitaminas
Estudos recentes demonstraram que uma pequena quantidade de lipídios (três a cinco
gramas na refeição) já assegura uma absorção eficiente de betacaroteno (ROODENBURG
et al., 2000). A eficiência de absorção da vitamina E parece ser maior quando
solubilizada em micelas contendo triglicerídeos com ácidos graxos de cadeia média,
quando comparada aos de cadeia longa (MOURÃO et al., 2005). Estabeleceu-se que,
tanto m animais quanto em humanos, um aumento na ingestão de lipídios insaturados,
em especial os ácidos graxos poli-insaturados (PUFA, do inglês polyunsaturated fatty
acid), acelera a depleção e aumenta os requerimentos de vitamina E em razão de os
PUFA estarem concentrados, de preferência, nas membranas celulares, nas quais
eles têm uma capacidade de sequestrar certa quantidade de vitamina E para manter
sua estabilidade oxidativa (MOURÃO et al., 2005). Dessa maneira, sugere-se que a
vitamina E não seja consumida com PUFA.
77
UNIDADE II │ SUPLEMENTAÇÃO MAGISTRAL APLICADA À NUTRIGENÔMICA
Suplementação de macronutrientes
Os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras ou lipídios) estão presentes
nos alimentos e são os principais componentes alimentares que fornecem energia ao
organismo (SEYFFARTH, 2006/2007; POMIN; MOURÃO, 2006). São indispensáveis
à saúde a ao bem-estar, pois a associação das diversas funções biológicas que cada
um deles desempenha permite que os processos metabólicos, fisiológicos e genéticos
estejam em equilíbrio, por isso, devem ser consumidos diariamente. (SEYFFARTH,
2006/2007; POMIN; MOURÃO, 2006).
A dieta de macronutrientes ideal para cada organismo pode ser determinada a partir
do conhecimento da sua interação com os genes (polimorfismos), que é analisado
juntamente com a saúde metabólica (níveis de colesterol, HDL, LDL, triglicerídeos e
concentração de glicose no sangue). A dieta recomendada pode ser de baixo teor de
gordura, baixo teor de carboidrato ou mediterrânea (PATHWAY GENOMICS, 2011).
78
ALIMENTAÇÃO
FUNCIONAL E UNIDADE III
NUTRIGENÔMICA
CAPÍTULO 1
Anamnese
»» medicamentos/suplementos;
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UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
80
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
Avaliação bioquímica
Avaliação bioquímica funcional é aquela que deve ser feita com paciente apresentando
queixas recorrentes, sem diagnóstico aparente, com exames ainda na faixa de referência
(SOARES, 2013). Segundo Soares (2013) a avaliação bioquímica nutricional funcional é
aquela que avalia a participação dos nutrientes na função das organelas, células, tecidos
e órgãos, e deve ser feita com exames ainda na faixa de referência. Segundo Waitzberg
(1990), o interesse pelos métodos laboratoriais como auxiliares na avaliação nutricional
surge na medida em que se evidenciam alterações bioquímicas precoces, anteriores às
lesões celulares ou orgânicas.
82
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
Modelo de solicitação
Hemograma completo
PCR ultrassensível
Homocisteína sérico
Ceruloplasmina sérico
25-hidroxi Vitamina D
Cálcio total; Cálcio iônico; Magnésio sérico; Potássio sérico; Fósforo sérico; Sódio sérico;
Selênio sérico; Zinco sérico; Cromo sérico; Cobre sérico; Manganês sérico.
Data:
Assinatura:
CRN:
End:
84
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
Sinais/sintomas Investigar
Intestino preso B1, B3,B9, B12, inositol, Mg, K, Fe, ômega 6, fibras, líquidos
Diarreia B1, B3, vit D, Ca, Cu, Zn
Flatulência B5
Disgestão lenta B1, B3, B9, B12
Azia B3
Náuseas/Vômitos B1, B3, B5, B6, biotina, Ca, Mg, P, K
Aftas B9
Sangramento de gengivas Vit. C e vit. K
Alterações na língua B2, B3, B6, B9, biotina, Fe
Halitose/boca amarga/boca seca B3
Queilite/estomatite angular B2, B3, B6, biotina, Fe
Alterações do apetite B3, B5, B6, B9, B12, biotina, vit C, D, A, Mg, P, _ >Na, Zn, Fe, Mo
Perda paladar Vit A, Zn
Aumento do peso corporal Biotina, Mg, _> Na, I
Redução do peso corporal Vit A, P, Mn, Cr
Flacidez/fraqueza muscular B1, B3, B5, B6, biotina, vit C, vit K, Cu, Se, ômega 6
Dores de cabeça B, B5, B6, B12, Mo
Hipoglicemia Cr, qualidade e quantidade de CHOs
Tonturas/falta de equilíbrio B2, B3, B5, B6, Mg, Fe, Mn
Fraqueza/desmaio B5, B6, Fe, Mn
Espinhas/seborréia B2, B3, B6, vit A, Zn
Micose/eczema/psoríase/caspa B2, biotina, Ca, Zn, Mn, ômega 6
Anemia B12, B9, B6, Vit C, Cu, Fe
Queda de cabelos/ B5, B6, biotina, inositol, Cu, Zn, Vit C, vit A, Zn, I, ômega 6
Cabelos secos-quebradiços
85
UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
Dores musculares/articulares B1,B2, B3, B6, B12, biotina, Vit C, Ca, P, Cu, Se, ômega 6 e ômega 3
Amortecimento braços e pernas B1, B3, B5, B6, Ca, P, K, ômega 6 e ômega 3
Dificuldade de cicatrização B6, Vit C, Zn, ômega 6
Cãimbras B1, B5, B6, Ca, Mg, P, ↑Na,K
Alteração no ritmo cardiorrrespiratório B1, B9, B12, Vit C, Ca, Mg, P, K, Fe, Mo, ômega 6
Manchas arroxeadas pelo corpo Vit C, Vit K
Inchaço B1, biotina, Vit C, Mg, ↑Na, Cu
Transpiração excessiva B1, Vit D
Suores na cabeça
TPM B6, ômega 6
Alteração/irregularidade fluxo menstrual Vit K, Zn, ômega 6
Ansiedade/apreensão B1, B3, Vit D, Ca, Mg, P, Cr
Irritabilidade B1, B3, B5, B6, Vit C, Vit D, Ca, Mg, P, ↑Na,K, Zn, Fe
Nervosismo B1, B3, B5, B6, Vit D, Ca, Mg, K
Hiperatividade física/mental B1, Vit C, Ca, Mg, ↑Na, Zn
Menor capacidade de concentração/ B1, B3, B12, Ca, Mg, P, K, Zn, ômega 6
aprendizado
Fadiga/cansaço B1, B3, B5, B6, B12, biotina, Vit C, Vit A, P, K, Cu, Zn, Fe, Cr, I, S, ômega 6
Sonolência B1, B6, I
Insônia B1, B3, B5, biotina, Vit D, Vit A, Ca, M
Alteração audição/ouvido (zumbido) Zn, Mn, ômega 6, Mg
Alteração visão/olhos B2, B6, biotina, Vit A, Zn, Mo, ômega 6 e ômega 3
Alterações de humor B1, B3, B12, Ca, Mo, Cr, S, ômega 6
Depressão B3, B12, Vit C
Microvasos Vit C, Vit K, Ca, K
Ardência/prurido vaginal ou anal B2
Queimação na planta dos pés B2
Dificuldade de engolir B1, B2, B3, P, Fe
Fonte: Adaptado de Barone, 2009.
86
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
87
CAPÍTULO 2
Conceito de alimento funcional
Nutrição Funcional é uma ciência interativa e com fundamento científico, que visa os
aspectos bioquímicos individuais, montando intervenções para promover o equilíbrio
fisiológico e bioquímico do organismo. Sua aplicação clínica busca os sistemas de
base do funcionamento do corpo humano através de sinais e sintomas que fornece as
ferramentas para que o organismo expresse o estado de saúde (carências e/ou excessos
de nutrientes) (BITTENCURT, 2013). O alimento adequado será aquele que poderá
desenvolver efeitos fisiológicos benéficos, podendo prevenir ou retardar doenças tais
como o câncer, doenças cardiovasculares, infecções intestinais, obesidade, dentre
outras (BIDLACK, 1999; BORGES, 2000).
A nutrigenômica propõe que a dieta de cada indivíduo seja única, assim como é seu mapa
genético. Alimentos que para um são benéficos, para outros podem ser potencialmente
prejudiciais. Esta personalização pode garantir uma maior eficiência na prevenção de
88
ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
Terpenoides
Encontram-se nos alimentos verdes, na soja e nos grãos. Apresentam atividade
antioxidante e interação com os radicais livres por divisão de sua extensa cadeia
carbônica em membranas lipídicas. Alguns terpenos são encontrados naturalmente em
grãos e têm relação com a redução do risco de câncer, o que foi comprovado em estudos
in vivo. Os carotenoides são um tipo de terpeno altamente pigmentado (amarelo,
laranja e vermelho) presente nas frutas e verduras. São identificados 1.600 compostos
químicos divididos em duas classes de moléculas: os carotenos (o betacaroteno
encontrado na cenoura e no dendê; o licopeno encontrado no tomate e na melancia;
a luteína encontrada nos vegetais verdes) e as xantofilas (zeaxantina, criptoxantina e
astaxantina).
89
UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
A primeira classe auxilia na proteção contra o câncer de bexiga, útero, próstata, pulmão
e colorretal. A segunda classe oferece proteção contra outros antioxidantes. Alguns
terpenos encontrados nas frutas cítricas, os limonoides, têm ação quimioterápica.
Nessa mesma classe de substâncias, encontramos os fitoesteróis (fitosterina, saponinas
e beta-sitosterol) que, por se assemelharem com o colesterol, competem com a sua
absorção no intestino, reduzindo os níveis séricos ou plasmáticos de colesterol total e
de colesterol de baixa densidade (GERMAN; DILLARD, 2000).
Compostos nitrogenados
Consumir alimentos ricos em compostos nitrogenados é uma forma de proteção contra
carcinogênese e mutagênese. Os glucosinolatos contêm enxofre e estão presentes em
alimentos como brócolis, couve-flor, repolho, rabanete, palmito e alcaparra, sendo
ativadores das enzimas de detoxificação do fígado (MITHEN et al., 2000).
Metabólitos fenólicos
Os mais importantes metabólitos fenólicos são os ácidos fenólicos (ácidos
hidroxibenzoicos e hidroxicinâmicos), os polifenóis e os flavanoides. O sabor amargo e
adstringente da maioria dos alimentos e bebidas que contêm essas substâncias se deve
à presença de compostos fenólicos. Os taninos, de alto peso molecular, estão presentes
nos vinhos e dão o sabor adstringente.
Atuam também contra radicais livres, alergias, inflamações, úlceras, virose, tumores
e hepatotoxinas. Na inibição da agregação plaquetária, reduzindo as cardiopatias e
tromboses e a síntese de estrógeno (GERMAN; DILLARD, 2000). As antocianidinas
são flavanoides solúveis em água e são consideradas antioxidantes in vitro, podendo
apresentar propriedades antioxidante e antimutagênica in vivo. Catequinas,
flavanoides, antocininas e ácidos fenólicos estão presentes no vinho e apresentam ação
antioxidante. A catequina, presente no chá verde, é responsável pela proteção contra
doença cardiovascular aterosclerótica. Uma subclasse dos flavanoides são as isoflavonas,
que atuam no combate ao câncer, diabetes, osteoporose, deficiência cognitiva, doenças
cardiovasculares e efeitos da menopausa.
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ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA │ UNIDADE III
Ácidos graxos
Grupo composto pelos ácidos graxos poli-insaturados, destacando as séries ômega 3
e 6 encontrados em peixes de água fria (salmão), óleos vegetais, semente de linhaça,
nozes e alguns tipos de vegetais. Encontram-se relacionados com a prevenção de
doenças cardiovasculares, através da redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol
sanguíneo, aumentando a fluidez sanguínea e reduzindo a pressão arterial (MACHADO;
SANTIAGO, 2001).
Oligossacarídeos e polissacarídeos
Os oligossacarídeos e polissacarídeos são conhecidos como fibra alimentar. Os efeitos
do seu uso são a redução de nível de colesterol sanguíneo e a diminuição do risco de
desenvolvimento de câncer, decorrentes de três fatores: capacidade de retenção de
substâncias tóxicas ingeridas ou produzidas no trato gastrointestinal durante processos
digestivos; redução do tempo do trânsito intestinal, promovendo uma rápida eliminação
do bolo fecal, com redução do tempo de contato do tecido intestinal com substâncias
mutagênicas ou carcinogênicas; e formação de substâncias protetoras pela fermentação
bacteriana dos compostos da alimentação (KAY; STRASBERG, 1978).
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UNIDADE III │ ALIMENTAÇÃO FUNCIONAL E NUTRIGENÔMICA
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