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Manual
Reabilitação Geriátrica
catarinamartins1984@gmail.com
INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP
Índice
Introdução ........................................................................................................................................... 2
Âmbito do Manual........................................................................................................................... 2
Objetivos ......................................................................................................................................... 2
Conteúdos ....................................................................................................................................... 2
Carga Horária................................................................................................................................... 2
1. Papel do Técnico de Geriatria no Acompanhamento do Idoso Sedentário e com Necessidade
de Reabilitação .................................................................................................................................... 3
2. Mobilidade e Exercício Físico ...................................................................................................... 8
2.1. Efeitos da Imobilidade ......................................................................................................... 9
2.2. Exercício físico na população idosa ................................................................................... 11
2.3. A importância do exercício físico em diferentes patologias ............................................. 14
3. Reabilitação das patologias cardiovascular e respiratória ........................................................ 16
3.1. Atividades básicas no acompanhamento ao idoso com problemas respiratórios ........... 17
3.2. Benefícios da reeducação respiratória nos idosos ............................................................ 19
3.3. Atividades básicas no acompanhamento ao idoso com problemas cardíacos vasculares21
3.4. Programas de reabilitação cardiovascular ........................................................................ 25
4. Reabilitação das patologias músculo-esqueléticas ................................................................... 28
4.1. Reabilitação das patologias músculo-esqueléticas ........................................................... 29
4.2. Fortalecimento muscular nos problemas músculo-esqueléticos...................................... 30
4.3. Atividades básicas no acompanhamento ao idoso, consoante o seu problema músculo-
esquelético .................................................................................................................................... 32
5. Reabilitação nas patologias neurológicas – Plasticidade cerebral: a recuperação em função da
idade .................................................................................................................................................. 36
5.1. Plasticidade cerebral consoante a idade dos indivíduos .................................................. 37
5.2. Capacidade funcional: recuperação ou manutenção ....................................................... 39
5.3. Atividades básicas no acompanhamento ao idoso, consoante o seu problema neurológico
……………………………………………………………………………………………………………………………………..41
Bibliografia......................................................................................................................................... 45
Sites consultados ............................................................................................................................... 45
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Introdução
Âmbito do Manual
O presente manual foi criado como instrumento de apoio à UFCD de curta duração n.º 8910 –
Reabilitação Geriátrica, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações da Agência Nacional
para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P.
Objetivos
• Identificar os benefícios da atividade física nos idosos sedentários e com necessidade de
reabilitação;
• Identificar os principais problemas que conduzem o idoso à necessidade de reabilitação;
• Acompanhar o idoso nas atividades básicas, em condição de reabilitação.
Conteúdos
• Papel do Técnico/a de Geriatria no acompanhamento do idoso sedentário e com
necessidades de reabilitação;
• Mobilidade e exercício físico;
✓ Efeitos da imobilidade;
✓ Exercício físico na população idosa;
✓ A importância do exercício físico em diferentes patologias;
• Reabilitação das patologias cardiovascular e respiratória;
✓ Atividades básicas no acompanhamento ao idoso com problemas respiratórios;
✓ Benefícios de reeducação respiratória nos idosos;
✓ Atividades básicas no acompanhamento ao idoso com problemas cardíacos e
vasculares;
✓ Programas de reabilitação cardiovascular;
• Reabilitação das patologias músculo-esqueléticas;
✓ Fortalecimento muscular nos problemas músculo-esqueléticos;
✓ Atividades básicas no acompanhamento ao idoso, consoante o seu problema
músculo-esquelético;
• Reabilitação nas patologias neurológicas – Plasticidade cerebral: a recuperação em função
da idade;
✓ plasticidade cerebral consoante a idade dos indivíduos;
✓ capacidade funcional: recuperação ou manutenção;
✓ atividades básicas no acompanhamento ao idoso, consoante o seu problema
neurológico.
Carga Horária
25 Horas
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A grande maioria dos países desenvolvidos tem visto a população idosa a crescer e a população jovem
a decrescer. Tal acontece em Portugal. Como resposta ao envelhecimento populacional o/a técnico
de geriatria tornou-se uma profissão emergente e cada vez mais requisitada. Porém, para
acompanhar esta tendência social do envelhecimento, é necessário compreender e conhecer o
idoso, pois só desta forma se consegue que a qualidade de vida não diminua enquanto se somam
anos de vida. Falamos aqui de uma parte da população que, muitas vezes, é ignorada e até
incompreendida. A falta de cuidados e os maus-tratos para com os idosos são cada vez mais
recorrentes, bem como as situações de solidão. Esta última pode levar ao agravamento de doenças
mentais, como a demência e depressão. É no cuidado, no incentivo e na companhia aos idosos que
entram os/as técnicos/as de geriatria como figura crucial para o bem-estar destas pessoas.
À medida que os anos vão passando, muitas capacidades físicas e mentais vão-se dissipando. As
tarefas que se faziam com agilidade podem tornar-se mais morosas e dolorosas. Essa dificuldade
pode levar a outras consequências, se estes não forem acompanhados por um profissional.
A reabilitação geriátrica tem particularidades específicas porque o indivíduo idoso apresenta
habitualmente problemas próprios resultantes de:
• Múltiplas patologias;
• Polimedicação;
• Maior prevalência de doenças crónicas;
• Diminuição da funcionalidade;
• Alterações cognitivas e nutricionais.
Sabemos que a reabilitação é um processo dinâmico, contínuo, progressivo e educativo que tem
como objetivos a restauração funcional do indivíduo, a sua reintegração na família, comunidade e
sociedade. Porém, é fundamental não esquecer que o processo de reabilitação de um idoso não é o
mesmo que o de uma pessoa jovem. Apesar de as etapas serem as mesmas, há certos aspetos que
são diferentes. O processo de reabilitação de um idoso requer os seguintes passos:
1. Estabilizar o problema primário e prevenir complicações secundárias – muitas vezes
este representa um dos principais problemas da reabilitação no idoso uma vez que
à medida que se envelhece, aparecem as doenças crónicas (hipertensão arterial,
diabetes, vasculopatias, entre outras) que podem desencadear limitações
funcionais;
2. Restaurar a função perdida – mesmo que a recuperação da função perdida no idoso
não seja total, este poderá adquirir maios independência total ou parcial, compatível
com o seu estilo de vida;
3. Promover adaptação da pessoa ao seu ambiente – muitas vezes os idosos
apresentam dificuldade de aceitação quanto à possibilidade de viver com uma
incapacidade;
4
4. Adaptar o ambiente à pessoa – processo, por vezes, muito difícil devido à escassez
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• Intervenções médicas;
• Tratamentos físicos (como p.e. técnicas de manipulação terapêutica das articulações rígidas
reversíveis e disfunções associadas dos tecidos moles; cinesioterapia e fisioterapia;
eletroterapia);
tanto. Aliadas ao exercício físico estão as técnicas de animação que podem estimular os
movimentos. Evitar o sedentarismo é crucial para a qualidade de vida do idoso.
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• Mental – estimular atividades cognitivas como a leitura, a escrita e o cálculo para que a saúde
do cérebro não degenere, e para travar o avanço de doenças como a alzheimer e a demência.
• Social – promover a participação ativa na família e na comunidade em que o idoso se insere.
Combater a solidão é essencial para que a pessoa se mantenha, acima de tudo, feliz.
Todas estas vertentes de ação estão interligadas. Um/a técnico/a de geriatria irá orientar e ajudar o
idoso a manter um estilo de vida o mais saudável possível.
No que concerne ao processo de Reabilitação do idoso a atuação do técnico/a de geriatria na equipa
multidisciplinar está centrada no processo educativo com a pessoa idosa e os seus familiares, tendo
como finalidade a sua independência funcional, prevenção de complicações secundárias, a sua
adaptação, e da família, à nova situação. Neste sentido, o técnico/a de geriatria deve:
• Avaliar a mobilidade;
• Na área da cognição:
✓ Implemente medidas para prevenir o declínio da função cognitiva, entre outras;
✓ Encoraje atividades que promovam estimulação cognitiva;
✓ Encoraje a atividade física;
✓ Otimize a estimulação ambiental:
✓ Inclua a família nos cuidados prestados;
✓ Implemente medidas para a promoção de bem-estar e equilíbrio emocional;
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A imobilidade é uma situação de repouso prolongado que limita a atividade física como resultado de
um processo de doença, traumatismo ou intervenção terapêutica. Observemos na imagem seguinte
o ciclo da imobilidade:
redução da
atividade muscular
redução da
capacidade funcional
inatividade do sistema músculo-
esquelético
descondicionamen
inatividade
to corporal total
redução da
capacidade funcional
do sistema
cardiovascular e
outros
Da imobilidade ou repouso absoluto na cama por períodos superiores a 48/72 horas, podem resultar
alterações em todos os sistemas ou organismos, originando vários problemas. O quadro seguinte
resume “as complicações da imobilidade”:
Estase urinária;
Aumento do risco de infeção;
Incontinência;
Formação de cálculos renais;
Alteração do padrão ventilatório;
Sistema respiratório Inadequada mobilização de secreções;
Pneumonia
Anorexia;
Obstipação;
Sistema metabólico;
Sistema gastrointestinal Aumento da intolerância aos hidratos de
carbono;
Propensão para diabetes;
Entre outros.
Isolamento;
Diminuição da autoestima;
Sistema psicológico e social
Perturbações do sono;
(efeitos psicossociais)
Alterações cognitivas;
Alterações do humor.
Tendo em conta que a imobilidade afeta a pessoa em várias áreas, deve implementar-se uma
abordagem holística. No que respeita à dimensão física, o idoso poderá apresentar diminuição da
energia, diminuição da sensibilidade, diminuição da força e dor. Na dimensão intelectual é
importante estar atento à limitação da capacidade de aprendizagem ou até para o aparecimento de
doenças que possam afetar a capacidade cognitiva. No aspeto social deve ser analisada a
“imobilidade social” como consequência da doença, da natureza do tratamento e da própria
acessibilidade aos cuidados de saúde. Deste modo, é todo um ciclo que se desenvolve e em torno do
qual devemos procurar soluções de forma a melhorar o bem-estar da pessoa cuidada.
Por último, as consequências da imobilidade levam a uma maior procura dos serviços de saúde, tanto
em internamento como em ambulatório, ao aumento do número de dias de internamento e,
logicamente, a uma sobrecarga económica para a família.
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Genericamente sabemos que a prática de atividade física de forma regular contribui para a redução
do risco de doença cardiovascular, enfarte tromboembólico, hipertensão, diabetes mellitus tipo 2,
osteoporose, obesidade, cancro da mama, ansiedade e depressão. Vejamos no quadro abaixo, alguns
dos benefícios do exercício físico:
• Aumenta a quantidade de endorfinas circulantes (o que provoca um estado de bem-
estar no final da atividade);
• Ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue (glicemia), favorecendo a prevenção e
o controlo da diabetes;
• Reduz os níveis de colesterol total, diminuindo o colesterol de lipoproteínas de baixa
densidade (LDL) – o “colesterol mau”, e aumenta o nível de colesterol de alta
densidade (HDL) – o “colesterol bom”;
• Diminui a tensão arterial;
• Melhora o sono, tanto em quantidade como em qualidade;
• Aumenta a capacidade cardiocirculatória e respiratória (aumentando a irrigação
sanguínea em todos os órgãos e da oxigenação do sangue);
Fisiológicos • Mantém os músculos treinados para todas as atividades do dia-a-dia (evitando assim
dores musculares, ósseas e das articulações, e o aparecimento de varizes e respetivas
complicações);
• Permite comer maior quantidade e variedade de alimentos (sem deixar de manter o
peso corporal adequado e a forma física desejada);
• Reduz a probabilidade de obstipação (prisão de ventre);
• Reduz o risco de várias patologias como a obesidade, o cancro do colon e da mama,
a osteoporose, a diabetes, o AVC, doenças do coração e o enfarte cardíaco;
• Atrasa o aparecimento de alterações posturais, dores de costas e artroses;
• Melhora o funcionamento do sistema imunitário (o corpo consegue defender-se mais
eficazmente de infeções);
• Melhora a funcionalidade e minimiza a dor.
• Incrementa o sentimento de autoestima e do bem-estar geral;
• Ajuda a aliviar o stress (promovendo o relaxamento e um melhor autocontrolo);
• Melhora o humor e reduz o risco de depressão (ajudando a encarar a vida de uma
forma mais otimista);
Psicológicos
• Favorece a atividade intelectual e o equilíbrio afetivo (melhorando a saúde mental e
a função cognitiva);
• Proporciona novas aprendizagens (desenvolvendo a capacidade geral de aprender, o
que por sua vez contribui para a autoestima)
• Promove as relações sociais e a comunicação (favorecendo a criação de novas
amizades);
Sociais • Aproxima a pessoa ao meio envolvente;
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Na população idosa, em específico, existem evidencias de que a atividade física reduz o risco de
quedas e lesões relacionadas com quedas, previne ou atenua limitações funcionais e surge como
uma terapêutica efetiva de diversas doenças crónicas. A prática do exercício físico pode ser prescrita
com diferentes propósitos, nomeadamente profilático, no tratamento e reabilitação de
lesões/doenças, capacitação para as AVD’s, lazer, desporto, estimulação da estética corporal e
promoção do bem-estar psicológico.
O processo de envelhecimento conduz a um decréscimo dos níveis de habilidade funcional e, por
conseguinte, a um decréscimo das capacidades físicas como a força muscular, a capacidade aeróbica,
a flexibilidade e o equilíbrio, ficando o organismo mais predisposto ao sedentarismo. Assim, o
propósito de se prescrever exercício físico à população idosa é com o objetivo principal de melhorar
o bem-estar e a qualidade de vida (QV) deste. Para tal, são delineados objetivos específicos nos
domínios cognitivo, sócio afetivo e motor onde se pretende que idoso seja capaz de:
• Na área cognitiva:
✓ Melhorar os aspetos cognitivos através da estimulação percetiva;
✓ Conhecer a execução correta de cada exercício;
✓ Valorizar os benefícios da atividade física para o seu corpo;
✓ Conhecer as técnicas de respiração e relaxamento;
✓ Conhecer as posturas incorretas, e como corrigi-las;
✓ Conhecer e valorizar as suas próprias possibilidade de movimento;
• Na área motora:
✓ Melhorar o desempenho das atividades de vida diárias;
✓ Melhorar o desempenho das habilidades motoras básicas;
✓ Superar pequenas limitações físicas;
✓ Manter ou melhorar o tónus muscular;
✓ Adquirir a perceção e controlo postural do corpo;
✓ Aplicar as técnicas de respiração e de relaxamento;
✓ Manter ou aumentar o nível das qualidades físicas;
•
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Com o processo de envelhecimento, ocorre também uma redução da força muscular, sendo esta
perda mais significativa nos membros superiores (estes últimos mais utilizados para a realização das
AVD’s). Na população idosa, em específico, existem algumas patologias extremamente frequentes e,
tal como referido anteriormente, a atividade física interfere de forma marcante em vários sistemas
e na prevenção e tratamento de algumas patologias. Assim, vários autores indicam que as patologias
mais frequentes nos idosos são:
• Osteoporose
A prática regular de atividade física contribui para a prevenção e tratamento de patologias
associadas ao tecido ósseo (como a osteoporose), reduz as dores nas costas e aumenta a
densidade óssea logo, melhora a qualidade de vida.
• Hipertensão arterial
Como efeito cronico do exercício, há a melhoria da performance cardíaca. Os mecanismos
intracelulares dependentes de cálcio são mais ativos e assim há um aumento da força
contrátil e da capacidade de trabalho do miocárdio. O exercício também induz crescimento
adaptativo dos miócitos cardíacos, aumenta as câmaras cardíacas, o volume sistólico, o
débito cardíaco e reduz a frequência cardíaca de repouso.
• Obesidade
A pessoa obesa está exposta a outros riscos para a saúde, entre os quais: deterioração da
função cardíaca, hipertensão, AVC, doenças renais, doenças pulmonares, degeneração
articular, hiperlipidemia, entre outros. Assim, a redução no consumo de calorias e o aumento
no gasto energético pela atividade física são recomendados para reduzir o peso corporal, e
minimizar os fatores de risco associados e até mesmo prevenir a obesidade na pessoa magra.
• Diabetes
À semelhança do que acontece com os indivíduos com obesidade, também o indivíduo com
diabetes está exposto a outros riscos para a saúde, nomeadamente: AVC, hipertensão
arterial, doenças coronárias, vasos frágeis e quebradiços, retinopatia e distúrbios renais que
o poderão levar à falência renal crónica. Muitos estudos mostram que o exercício é eficiente
no controlo da diabetes. A prática de atividade física regular, ajuda o indivíduo a controlar a
concentração de glicose sanguínea e reduz o risco de doenças coronárias em função da
patologia e de outros fatores de risco associados.
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Vários estudos comprovaram que o exercício físico regula o estado mental dos indivíduos,
inclusivamente nos casos de depressão. Assim, as pessoas que se mantêm fisicamente ativas
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• Sarcopenia
São as perdas ocorridas no sistema muscular esquelético que causam o maior impacto na
qualidade de vida dos idosos. Conforme o ser humano envelhece, a sua massa muscular
diminui tornando-se mais frágil levando à instabilidade, perda de capacidade funcional e
perda parcial ou total independência (dificuldade de realizar as tarefas do dia-a-dia) e,
principalmente, aumentam os riscos de quedas (uma das principais causas de acidentes na
terceira idade). Os estudos mostram que o exercício físico com treinos de resistência de
baixas repetições favorecem ganhos na força muscular e, em oposição, treinos com altas
repetições e de baixa intensidade favorecem o aumento da resistência muscular.
Em suma, a atividade física interfere de modo marcante em vários sistemas e na prevenção e
tratamento de algumas patologias (ver imagem). Logo, programas adequados de exercício físico
podem prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida dos idosos (e indivíduos no geral).
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Quando falamos de um idoso com problemas respiratórios, falamos ao mesmo tempo de algumas
atividades básicas/ cuidados que são necessários ao seu acompanhamento. Logo, é importante não
descurar os fatores ambientais que podem influenciar o estado de saúde do idoso com problemas
respiratórios. Portanto, é fundamental que os/a técnicos/as auxiliares de saúde, enquanto auxiliam
um idoso com estes problemas, nas suas atividades básicas tenham em atenção o seguinte:
• Casa (instituição) – deve ser seca, limpa, ampla, ensolarada, com boa ventilação e não ter
humidade e mofo. Não deve existir dentro de casa animais com pelos e penas;
• Quarto – deve obedecer aos mesmos requisitos que a casa/ instituição, e ter o mínimo de
móveis. Não deve ter tapetes, carpetes e cortinas. O colchão e a almofada devem ser de
espuma, o cobertor de material antialérgico (deve-se evitar a lã) e deve ser lavado com
regularidade.
• Limpeza – a limpeza do espaço do idoso deve ser realizada com recurso a aspirador de pó e
pano húmido. Deve evitar-se a vassoura, pois levanta muito pó, o uso de detergentes e
inseticidas de odor forte;
• Alimentação – deve ser rica, bem balanceada e disponibilizada no horário certo, respeitando
sempre a inapetência do idoso;
• Higiene pessoal – deve dar-se banho ao idoso diariamente, lavar a cabeça na hora mais
quente do dia e secá-la bem. Sempre que possível deve levar-se o idoso ao exterior pois a
“vida ao ar livre” é benéfica.
Do mesmo modo, há exercícios respiratórios que devem realizar-se com o idoso e que devem
integrar as atividades básicas do idoso com problemas respiratórios. Trata-se de exercícios
específicos utilizados para melhor a capacidade pulmonar e a função respiratória e que o idoso
aprende a efetuar por si mesmo, ainda que necessite de ajuda e supervisão. A prática destes
exercícios são recomendados várias vezes por dia, durante um período pré-estabelecido e num
ambiente tranquilo onde o idoso possa sentir-se cómodo e relaxado. Por norma, cada exercício deve
ser repetido entre 5 a 10 vezes.
Respiração diafragmática (recomendada para fortalecer a expansão da base dos pulmões, o setor
que normalmente tem uma maior capacidade).
✓ o idoso deve permanecer sentado, com o tronco inclinado cerca de 45º para trás, com
as costas e a cabeça apoiadas, os joelhos dobrados e o abdómen relaxado, apoiando uma
mão sobre este, de forma a perceber os movimentos respiratórios e controlar o
exercício. Então, deve inspirar profundamente de forma a verificar a expansão da parede
abdominal e a descida do diafragma. Em seguida, deve expirar o ar lentamente para que
seja percetível a contração da musculatura abdominal e a subida do diafragma.
Espirometria de Estímulo (esta atividade é indicada para fortalecer a capacidade inspiratória, é
realizada com a ajuda de um espirómetro, um aparelho simples que avalia o volume de ar aspirado).
✓ O idoso deve colocar os seus lábios na abertura do espirómetro e inspirar o mais
profundamente possível. A abertura está ligada a um tubo que desagua numa divisão de
três compartimentos, com uma bola de plástico no interior de um deles; quanto maior
for o volume de ar inspirado, mas bolas sobem no interior do compartimento, ou seja,
deve tentar-se fazer subir o maior número de bolas e mantê-las elevadas o máximo de
tempo possível.
Sopros (atividade indicada para fortalecer a expiração)
✓ Consiste na realização de inspirações profundas e seguidas de expirações pela boca e
efetuadas com os lábios entreabertos, de modo a obstruir a saída do ar. Este exercício
não deve ser efetuado muitas vezes seguidas porque o excesso de oxigenação pode
provocar enjoos e sensação de formigueiro.
a sua posterior expulsão para os brônquios principais. Os golpes devem ser realizados
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com as mãos dobradas em forma de concha, da periferia para o centro, durante três ou
quatro minutos em cada área pulmonar.
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➢ Principais objetivos
A principal função da reeducação respiratória é restabelecer o padrão funcional da respiração através
de técnicas manuais, posturais e cinéticas dos componentes torácico-abdominais. Logo, os objetivos
principais da reeducação respiratória são:
✓ Prevenir e corrigir alterações esqueléticas e musculares, melhorando a sua performance;
✓ Assegurar a permeabilização das vias aéreas;
✓ Prevenir e corrigir defeitos de ventilação, para uma melhor distribuição e ventilação
alveolar;
✓ Mobilizar as secreções brônquicas, promovendo a sua eliminação:
✓ Melhorar a ventilação pulmonar promovendo a reexpansão pulmonar e melhorando,
deste modo, a oxigenação e trocas gasosas;
✓ Diminuir o trabalho respiratório, diminuindo assim o consumo de oxigénio;
✓ Aumentar a mobilidade torácica e a força muscular respiratória;
✓ Promover a independência respiratória funcional;
✓ Prevenir complicações;
✓ Reduzir sintomas;
✓ Melhorar a qualidade de vida da pessoa;
✓ Reduzir a ansiedade;
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Para atingir estes objetivos, são utilizadas várias técnicas de reeducação respiratória, entre elas:
• Manobras acessórias (p.e. percussão, vibração e compressão) e/ou manobras de limpeza das
vias aéreas (p.e. ensinos da tosse, drenagens posturais);
• Readaptação ao esforço;
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Figura a) Figura b)
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Figura a) Figura b)
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Figura a) Figura b)
➢ Exercício 5
Este exercício tem como objetivos: 1) reduzir a tensão muscular e articular envolvida na
atividade física; 2) diminuir o risco de lesões músculo-tendinosas (tendinite); 3) retornar à
calma.
➢ Exercício 6:
Os objetivos deste exercício são: 1) reduzir a tensão muscular e articular envolvida na
atividade física; 2) diminuir o risco de lesões músculo-tendinosas (tendinites); 3) retornar à
calma.
Duração por alongamento:
• 10 a 15 segundos, podendo ir ao máximo de 30
segundos;
➢ Exercício 7:
Os objetivos deste exercício são: a) reduzir a tensão muscular e articular envolvida na
atividade física; b) diminuir o risco de lesões músculo-tendinosas (tendinite); c) retornar à
calma.
Duração por alongamento:
• 10 a 15 segundo, não excedendo os 30 segundos.
• Esticar o ombro superior direito à frente
do corpo e pressionar com a mão
esquerda os quatro dedos da mão direito
para baixo (p.e. até à amplitude articular
o permitir). Após os 10/15 segundos,
efetuar o mesmo exercício com o outro
membro inferior.
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como recursos humanos, matérias e medidas processuais. No que concerne a estas medidas,
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• Treino de exercício;
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• Aconselhamento nutricional;
• Tratamento da diabetes, Hipertensão Arterial, dislipidemia;
• Cessação tabágica;
• Controlo de peso;
• Tratamento psicossocial;
Em suma, com o treino de exercício espera-se que o doente entenda os sintomas/sinais de alarme
com o exercício, aumente a capacidade cardiorrespiratória, flexibilidade e força muscular, tenha
sintomas reduzidos em resposta à carga física, melhoria do bem-estar psicossocial e redução global
do risco cardiovascular.
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• Sequelas de queimaduras.
Com a reabilitação das patologias músculo-esqueléticas pretende-se (objetivos):
• Obter uma melhoria da dor;
• Obter uma melhoria das mobilidades;
• Obter uma melhoria da força muscular;
• o tratamento termal;
• a utilização de ajudas técnicas (das atividades de vida diárias, auxiliares de marcha e outras
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ortoses);
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O fortalecimento muscular consiste em tonificar e definir os músculos sem que a pessoa precise,
necessariamente, de ganhar muita massa muscular. É uma forma de melhorar e preservar a saúde
muscular, permitindo movimentos mais seguros e autossuficientes. Esta prática é extremamente
importante não só para a saúde dos músculos, como também para a dos ossos uma vez que estes se
tornam mais resistentes a supostas tensões que possam causar algum tipo de fratura.
Muitos são os estudos que mostram os benefícios que uma musculatura resistente traz para a saúde
do corpo, por exemplo:
• Melhora a postura;
• Maior resistência;
• Melhora e protege as articulações;
• Melhora a estrutura óssea;
• Aperfeiçoa o condicionamento físico;
• Ossos mais resistentes;
• Entre outros.
➢ Exercícios de Flexibilidade
Há algumas modalidades que se mostram mais indicadas para a população idosa como por exemplo
os exercícios de flexibilidade. A importância dos exercícios de flexibilidade explica-se desde logo
porque com o envelhecimento, as amplitudes articulares poderão alterar-se devido a problemas
músculo-esqueléticas e neurológicos secundários, resultando em rigidez articular.
• A marcha
A marcha é o exercício por excelência para as pessoas idosas que pretendem manter a flexibilidade
articular, esta permite melhorar o tónus muscular, e é ideal para o coração e o sistema circulatório.
Esta deverá ser de 20 minutos diários e, pelo menos, três vezes por semana. No entanto, o cuidador
deverá aconselhar a pessoa idosa consoante as suas capacidades. Se acontecerem sintomas tais
como: cansaço excessivo; dor no peito; dores intensas nas articulações; vertigens; sensação de perda
de consciência; palpitações; entre outros, o exercício deverá ser imediatamente interrompido,
provavelmente o organismo ultrapassou os seus limites.
Outros exercícios que poderão ser aconselhados para ajudar a mantes a mobilidade das articulações
das pessoas idosas podem ser, p.e., a bicicleta; a ginástica; a jardinagem, entre outros.
Na prática de exercícios de flexibilidade, deve sempre aconselhar-se o idoso a:
• Utilizar o mínimo de roupa possível, especialmente se tiver calor, sendo que estas devem
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Como complemento ao tratamento prescrito pelo médico, existem várias formas de a pessoa, por si
própria, fazer com que o seu dia-a-dia seja mais fácil e menos doloroso. Assim, há dois princípios
muito importantes que nunca devem ser esquecidos:
• A conservação da energia;
É fundamental evitar o cansaço pois a fadiga aumenta a dor. Isto aplica-se, designadamente,
aos doentes que têm a seu cargo o trabalho de casa; sempre que possível, deve trabalhar
sentado (é menos cansativo do que fazê-lo de pé); deve procura-se repartir os trabalhos mais
pesados e fazer alguns intervalos de descanso (p.e. a casa não tem de ser limpa no mesmo
dia); quando se sentir com mais dores ou mais cansado, deve evitar-se iniciar tarefas que
não possam ser interrompidas.
Poderão efetuar-se várias adaptações úteis, como por exemplo, cadeiras altas; assentos elevados
para a sanita (para prevenir a flexão excessiva da anca; carrinhos para o transporte de roupa ou para
as compras. Do mesmo modo, há alguns utensílios que podem proporcionar pequenas, mas
significativas ajudas nas tarefas diárias, tais como talheres leves e com cabos mais largos; escovas e
pentes com cabos especiais para facilitar o pentear; além de outros artigos comercializados ou feitos
de propósito.
✓ Tentar manter a cabeça alinhada com a coluna e enquanto estiver de pé, sentado ou
deitado;
✓ Não mantenha a cabeça inclinada para a frente ou virada para um dos lados mais do
que o indispensável;
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✓ Se for necessário, use um colar cervical (almofada circular) suave para ajudar a
Página
✓ Utilizar ambos os braços e mãos quando pegar ou transportar objetos pesados (p.e.
é preferível carregar dois sacos pequenos em vez de um grande).
✓ Evitar levantar ou carregar pesos, caso haja a necessidade de o fazer nunca levantar
acima da cintura;
✓ Para pegar em objetos pesados, fazê-lo de frente para eles, mantendo-os junto ao
corpo caso tenha de os transportar;
✓ Para se baixar, procure não dobrar as costas pela cintura; tente dobrar sobretudo as
ancas e os joelhos que são articulações habitualmente muito mais fortes do que a
coluna;
✓ Para transportar objetos para locais afastados, opte pela utilização de um carrinho
de rodas;
✓ Caso esteja sentado muito tempo, procure cruzar as pernas para descansar as costas
ou levante as pernas alternadamente, apoiando-as num banquinho ou numa
almofada;
✓ Deixar correr água quente sobre as articulações para aliviar a rigidez e dores
matinais;
✓ Utilizar as articulações maiores e mais fortes dos membros superiores para pegar
em panelas ou outros objetos pesados, servindo-se mais das palmas das mãos do
que dos dedos; habitue-se a transportar a carteira ou saco, pendurados no braço ou
no ombro;
✓ Use as articulações das mãos sem as forçar em posições extremas, evitando dobrar
ou esticar muito os dedos ou fechar as mãos com muita força, cerrando o punho.
Quando tiver de pegar numa panela, faça-o com ambas as mãos; para limpar uma
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✓ Evite inclinar o pulso para fora, ao rodar um puxador de porta, p.e. incline a mão
para o lado do polegar;
✓ Algumas alterações em casa, e no dia-a-dia, podem ajudar. Por exemplo:
o Substituir puxadores redondos (maçanetas) das portas por puxadores
pretos (manípulos);
o Fazer a barba com máquina elétrica, em vez de utilizar lâminas;
o Se os movimentos e funções das mãos estiverem diminuídos, use vestuário
mais adequado:
▪ Escolha roupa que seja de abotoar ou apertar à frente, de
preferência com fechos de correr largos e com argola, colchetes
grandes, velcro ou botões grandes;
▪ Procure agasalhos tipo capa porque quando os movimentos dos
ombros estão muito limitados, é difícil enfiar a roupa pela cabeça;
▪ Prefira roupa larga pois é mais fácil de vestir e torna-se mais
confortável, sobretudo quando se tem de usar bengalas, canadianas
ou cadeira de rodas;
▪ Usar sapatos sem atacadores.
• Princípios Gerais de Mobilização/Proteção das Pernas
✓ Com pequenas alterações no acesso à casa, poderá ser mais fácil entrar e sair,
mantendo o mais possível a autonomia;
✓ Se tiver dificuldades em transpor um degrau alto, devido a problemas articulares da
anca ou joelhos, diminua a altura dos degraus das escadas, adicionando-lhes meios
degraus. Um corrimão permite maior segurança e facilidade a subir escadas e dá
mais equilíbrio ao descê-las;
✓ Se usar cadeira de rodas, há a necessidade de uma rampa e de portas
suficientemente largas e até de retirar as ombreiras e as soleiras das portas;
Para terminar este subtópico, é importante falar ainda na amplitude dos movimentos articulares, ou
seja, a capacidade de mobilidade da articulação. Estes movimentos são definidos relativamente aos
diferentes planos do corpo. Basicamente, existem nove tipos de movimentos/ exercícios articulares
que podem efetuar, são elas:
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Deste modo, podemos referir que a relação que o ser humano estabelece com o meio produz
grandes modificações no seu cérebro, permitindo uma constante adaptação e aprendizagem ao
longo de toda a vida. Assim, o processo da plasticidade cerebral torna o ser humano mais eficaz. A
plasticidade cerebral explica o facto de certas regiões do cérebro poderem substituir as funções
afetadas por lesões cerebrais. Como tal, uma função perdida devido a uma lesão cerebral pode ser
recuperada por uma área vizinha da zona lesionada. Porém, a recuperação de certas funções
depende de alguns fatores como:
• a idade do individuo;
• a área da lesão;
• a natureza da lesão;
• fatores ambientais;
havendo algumas capacidades que declinam mais rapidamente que outras. Alem disso, as alterações
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de memória variam muito de pessoa para pessoa, uma vez que existe uma combinação de fatores
como:
• saúde;
• atividade física;
• hábitos alimentares;
• motivação;
• personalidade;
• estimulação cognitiva;
• atividade social;
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O sistema nervoso é outra das grandes modificações ocorridas no processo de envelhecimento, pois
o cérebro sobre globalmente uma atrofia com o passar dos anos, que é o resultado da redução de
massa branca. Vários estudos mostram que acontecem várias mudanças significativas que englobam:
atrofia do cérebro com perda de peso e diminuição de volume; aparecimento de placas senis;
degenerescência neurofibrilar; diminuição da neuroplasticidade, entre outras.
Mesmo assim, em muitos destes casos, as lesões irreparáveis podem tornar-se potencialmente
recuperáveis. Para tal, necessitam de objetivos precisos de tratamento, proporcionados por diversos
tipos de terapia – fisioterapia, psicoterapia, osteopatia, entre outros – que mantêm níveis adequados
de estímulos facilitadores e inibidores de funções nos neurónios.
Assim, a capacidade que os pacientes possuem para alcançar os objetivos da reabilitação depende
da sua motivação, do suporte social-familiar e, principalmente, do seu estado cognitivo. A presença
de distúrbios na cognição é um importante preditor de recuperação, afetando diretamente o
processo de reabilitação e recuperação do paciente. São inúmeros os estudos que mostram que o
estado cognitivo pode influenciar os resultados do tratamento, em razão das técnicas utilizadas nesse
processo necessitarem de algumas habilidades cognitivas, tais como evocação e execução de
instruções.
Em suma, o tratamento deve ser multidisciplinar. Treinar o cérebro para interpretar novamente os
sinais de forma correta, evitando que os sintomas atípicos se tornem no “habitual”, trata-se da
estratégia mais eficaz recorrendo, por exemplo, à fisioterapia, terapia ocupacional e terapias
cognitivo-comportamentais.
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Uma das formas de as pessoas idosas poderem desenvolver e aumentar as suas funções cognitivas é
através da sua integração em vários Programas, por exemplo:
Por estimulação cognitiva entende-se qualquer tipo de intervenção não farmacológica que pretende,
através de tarefas estruturadas com diferentes graus de dificuldade, estimular vários domínios
cognitivos, nomeadamente a memória, a atenção, a concentração, a perceção, o raciocínio, o
pensamento, a imaginação, a linguagem, a capacidade viso espacial e a associação de ideia.
A memória e atenção formam parte do conjunto dos processos mentais que permitem elaborar a
informação que se recebe e utiliza para dar resposta às necessidades (cognição). A capacidade de
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inibir estímulos irrelevantes e selecionar estímulos são componentes importantes para a atenção. Ao
longo do processo de envelhecimento ocorrem mudanças no controlo inibitório que afetam a
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velhice, aumentando a desinibição e distração. Para memorizar é necessário prestar atenção, por
isso, os idosos devem realizar exercícios de forma a treinar a atenção e controlar os fatores de
distração. Assim, a atenção é um pré-requisito para a memória, para novas aprendizagens e para
outros aspetos da cognição.
A função executiva define-se como uma habilidade cognitiva superior que está envolvida na
autorregulação do comportamento e na organização e uso eficaz de grandes quantidades de
informação, ou seja, um conjunto de habilidades que, de forma integrada, possibilitam aos indivíduos
direcionar comportamentos a objetivos, realizando ações voluntárias. Esta função é importante na
adaptação ou flexibilidade do comportamento para as exigências do ambiente, assim como na
regulação de várias habilidades intelectuais, emocionais e sociais.
A memória de trabalho é definida como um sistema ativo através do qual o individuo possui uma
capacidade de armazenar informação por um tempo curto e limitado, mas suficiente para manipular
tal informação durante a realização de tarefas mais complexas. Preservar e estimular a memória de
trabalho durante o envelhecimento, através de programas de intervenção que estimulem a cognição,
empregando modalidades diretas e indiretas, é fundamental para os idosos.
Esta intervenção psicológica em grupo permite estabelecer uma rede de apoio e suporte através da
criação de um espaço acolhedor, onde cada participante pode falar sobre a sua vida, promovendo a
troca de experiências e potenciando assim o relacionamento entre os utentes, e melhorando a sua
qualidade de vida. Esta intervenção traz importantes vantagens, nomeadamente o estabelecimento
de relações sociais de apoio, partilha de vivência e a compreensão mútua entre os elementos do
grupo. Na terapia de grupo, o paciente é o agente principal da sua própria mudança e recuperação.
Vários estudos mostram que a intervenção com, p.e., a Nintendo Wii Sports apresenta benefícios na
qualidade de vida relacionada com a saúde mental e de cognição. Segundo estes estudos, a utilização
da Nintendo Wii Sports promove a estimulação dos sistemas sensorial, motor e cognitivo do
indivíduo, oferecendo um elevado grau de motivação durante a intervenção. Para além das tarefas
de memória, muitas das tarefas englobadas nos Jogos Digitais assemelham-se às de estimulação de
raciocínio e de estimulação da velocidade de processamento.
Por fim, no que concerne à intervenção e prestação de cuidados a indivíduos com estas patologias,
propõem-se as seguintes sugestões e orientações:
• Orientar o cuidador a avaliar a integridade da pele, dos cabelos, das unhas e da higiene bucal
do idoso, principalmente quando o mesmo se encontra no leito;
• Orientar os cuidadores a estimular o idoso a utilizar o lado afetado (p.e. ao falar com ele,
posicionar-se ao lado do membro comprometido);
•
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• As camas não devem ser muito baixas pois dificultam os movimentos de sentar e levantar;
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• Estimular a família a realizar atividades com o paciente, de modo que ele não fique
acomodado ou dependente, evitando deste modo que ele perca a força muscular, agilidade,
interesse e animo essenciais à manutenção da independência funcional e na prevenção de
quedas;
• Não excluir o paciente afásico da conversação ou responder por ele. Devem, pelo contrário,
manter orações curtas e simples, sem muita informação; proporcionar tempo para que ele
responda e troque de assunto; organizar as perguntas de forma que elas possam ser
respondidas com sim, não ou outra forma de resposta;
• Cuidados com o ombro comprometido durante as manipulações visto que é frequente a dor
e a subluxação;
• Auxílio na deambulação, quando necessário, com auxílio do andarilho, bengala, muleta, etc.
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https://blogeducacaofisica.com.br/fortalecimento-muscular/
http://cerebro.weebly.com/plasticidade-cerebral.html#
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