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Francisco Fernandes
Disciplina: Saúde 2
2016/2017
Mobilização e Transferência
UFCD 7218
4. Os Posicionamentos ........................................................................... 16
4.1. Conceito ............................................................................................ 16
4.2. Princípios básicos .............................................................................. 16
4.3. Tipos de posicionamentos................................................................. 18
4.3.1. Decúbito dorsal ................................................................................................... 18
4.3.2. Decúbito ventral .................................................................................................. 19
4.3.3. Decúbito lateral direito ....................................................................................... 19
4.3.4. Decúbito lateral esquerdo................................................................................... 20
4.3.5. Decúbito semi-ventral direito ............................................................................. 20
4.3.6. Decúbito semi-ventral esquerdo ......................................................................... 21
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4.3.7. Decúbito semi-dorsal direito ............................................................................... 21
4.3.8. Decúbito semi-dorsal esquerdo .......................................................................... 22
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1. A consequência da imobilidade nos sistemas orgânicos
Os efeitos da imobilidade são definidos como uma redução na capacidade
funcional dos sistemas ósseo, muscular, respiratório, cardiovascular, urinário e
linfático, podendo alterar também o estado emocional da pessoa, podendo esta
apresentar ansiedade, apatia, depressão, alterações de humor, isolamento social.
Quando uma pessoa é incapaz de mover uma parte do corpo, ou a sua totalidade, em
consequência de uma doença crónica, deficiência ou tratamento, podem ocorrer, num
período de tempo mais ou menos longo, complicações decorrentes dessa imobilidade
em cada um dos sistemas orgânicos.
Alterações respiratórias
Alterações cardiovasculares
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A consequências é o aumento da probabilidade de formação de trombos e êmbolo que
num pico de hipertensão pode provocar um evento embólico.
Alterações Gastrointestinais
Alterações urinárias
Alterações metabólicas
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A imobilidade pode conduzir a uma grande variedade de alterações no sistema
nervoso devido à privação sensorial e psicossocial.
▪ Da memória;
Alterações na pele
Alterações músculo-esqueléticas
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2. Técnicas de mobilização
Entende-se por mobilização de doentes as ações de levantar, baixar, sustentar,
empurrar ou puxar doentes.
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▪ Usar EPI`S adequados à situação / facilitadores
▪ Adaptar a altura da cama/maca ao profissional de saúde (quando possível) e ao
tipo de procedimento a realizar;
▪ Devem usar sempre todos os equipamentos de proteção coletiva existentes no
serviço (elevadores, transferes, lenções deslizantes, trapézios);
▪ Verificar a capacidade física de colaboração do doente;
▪ Observação de dispositivos médicos (soros, cateteres) e equipamentos médico
(bombas infusuras);
▪ Planeamento e explicação ao doente do que se vai executar e como pode
cooperar e porque faze-lo.
3. Técnicas de transferência
Transferências é a mudança do utente, de uma superfície para a outra, por
meio de um padrão específico de movimentos que são seguros e eficientes. Estas
técnicas.
Destinam-se às pessoas com deficiência ou incapacidade, aos idosos ou, aos
que de forma temporária ou definitiva, necessitam de as utilizar. Utilizam-se
adequados e indispensáveis para a funcionalidade e integração das pessoas com
incapacidade ou deficiência, ajudas técnicas, utilizados ou colocados pelo próprio ou
com a ajuda de terceiros (técnicos ou familiares) tendo como objetivo uma maior
funcionalidade.
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2. Antes de iniciar qualquer tipo de tarefa de mobilização ou transferência, o prestador
de cuidados deve posicionar-se o mais perto possível do doente, colocando o joelho na
cama deste, se necessário;
NOTA: A escolha do método de transferência tem ainda que estar de acordo com as
suas condições clínicas. O processo de levante deve iniciar-se logo que os profissionais
de saúde deem autorização.
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▪ Remova eventuais obstáculos (apoios para os braços, apoios para os pés,
estribos);
▪ Ajuste adequadamente a altura da cama em função da sua própria altura;
▪ Partindo do decúbito dorsal, a pessoa deve fletir e/ou ser ajudada a fletir os
joelhos
▪ Peça ao doente que olhe para os pés. Desta forma, aumenta a tensão muscular
abdominal do doente, permitindo maior cooperação;
▪ Colocar uma mão ao nível da região escapulo-umeral e outra nos joelhos e
rodar a pessoa;
▪ Assistir na elevação do tronco com uma mão e simultaneamente fazer pressão
nos membros inferiores na direção do chão, ajudando-a a sentar-se com um
movimento coordenado;
▪ Com a pessoa sentada na beira do leito, avaliar sinais e sintomas de hipotensão
ortostática; (palidez; sudorese; estonteamento)
▪ Descer a base do leito para que os pés fiquem assentes no chão e assegurar-se
de que a pessoa está calçada ou usa meias antiderrapantes;
▪ Peça ao doente que se incline para a frente e faça força nas pernas durante a
transferência. Este procedimento facilita o levante do doente da posição
sentada para a posição de pé;
▪ Utilize preferencialmente os músculos das pernas e das ancas em vez dos
músculos da parte superior do corpo durante o levante do doente. Primeiro
flita e depois estenda lentamente os joelhos ao levantar o doente, se possível,
pedir-lhe para se apoiar no braço oposto da cadeira;
▪ Contrabalance o peso do doente com o seu próprio peso;
▪ Se necessário, sustente o joelho do doente entre os seus próprios
joelhos/pernas para orientar o movimento.
▪ Colocar os pés nos pedais de apoio da cadeira, que devem estar ajustados para
que a pessoa mantenha flexão da anca e joelho a 90º
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houver algum obstáculo que o impeça. Nesse caso, se o peso e altura o
permitirem, a transferência poderá ser feita por dois enfermeiros ou um
enfermeiro e um assistente.
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▪ Gire sobre si mesmo e movimente-se na direção da cama; baixe o doente até a cama
de uma vez só, ao mesmo tempo que inclina os quadris e os joelhos;
▪ Posicionar ou assistir o doente a posicionar-se na cama.
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3.3. A transferência do utente com sistemas de soros, drenagens,
tubagens ou outros dispositivos
▪ Verificar que a agulha, cateter ou sonda esteja fixa ao paciente;
▪ O soro sempre a uma altura adequada;
▪ As bolsas coletoras ao nível abaixo do paciente para evitar derrames e
preferencialmente vazios;
▪ Frascos de drenagem ou cilindro de oxigénio colocar entre os membros inferiores mais
abaixo do tórax do paciente;
3.5.1. Elevador
▪ Trabalho de equipa pelo menos 2 prestador de cuidado;
▪ Deslocar o elevador para junto da cama;
▪ Colocar uma cadeira confortável com os braços num local pretendido;
▪ Levantar a cama até uma altura confortável;
▪ Virar o doente de lado e colocar sling de lona por baixo do doente, da região
popliteia até ao pescoço. O buraco da lona é colocado por baixo das nádegas.
▪ Com o doente em decúbito dorsal e com os membros superiores cruzados
sobre o corpo, colocar o elevador com base debaixo da cama e expandi-la;
▪ Ligar as correntes mais pequenas à parte do sling que apoia a região superior
do corpo;
▪ Elevar as hastes lentamente e ligar as correntes mais compridas à parte mais
larga do sling, que apoia a bacia e as coxas;
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▪ Ajustar o sling, se necessário, de modo a que o peso do doente fique
uniformemente distribuído;
▪ Mover a alavanca do elevador para o fazer subir, apenas o suficiente para
deixar de haver contacto com a superfície da cama, e rodar os membros
inferiores do doente lateralmente;
▪ Explicar ao doente que deve manter os membros superiores cruzados sobre o
corpo, durante a transferência;
▪ Verificar a posição e estabilidade da cadeira antes de mover o doente. Ao
mesmo tempo que apoia o doente, guie o elevador até à cadeira, de forma a
que, quando descer o elevador, o doente esteja centrado no assento;
▪ Soltar a válvula do elevador lentamente e descer o doente até à cadeira;
▪ Proteger a cabeça do doente para não bater no equipamento. Uma vez o
doente sentado em segurança, retirar as correntes e arrumar o elevador num
local próximo.
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▪ Travar a cadeira de rodas;
▪ Retirar o apoio para os pés da cadeira ou abrir, se necessário;
▪ Retirar o apoio de braço da cadeira, mais próximo da cama;
▪ Posicionar o paciente em decúbito dorsal, fletindo-lhe o tronco ajudando a
rodar os membros inferiores para fora da cama;
▪ Fletir o tronco do paciente para o lado oposto ao da transferência, de modo a
facilitar a colocação da tabua de transferência sob a zona das nádegas. Apoiar a
outra extremidade da tabua no assento da cadeira.
▪ Deslizar ou paciente sobre a tabua ate ficar sentado na cadeira de rodas;
▪ Retirar a tabua;
▪ Colocar o apoio de braço e os apoios dos pés na cadeira de rodas, ajusta-los ao
paciente,
▪ Verificar o alinhamento corporal, observando de frente;
▪ Preguntar e verificar que o paciente esteja confortável e em segurança.
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3.5.3. Transferes
▪ Colocar a cama ao mesmo nível da maca;
▪ Baixar as grades laterais;
▪ Colocar o paciente em posição supina;
▪ Colocar a maca o mais perto possível da cama e travar as rodas de ambas;
▪ Coloque um lençol dobrado sob o corpo do paciente enrole o lençol próximo do corpo;
▪ Com o paciente de lado coloque o transfere efetuando uma ponte entre a cama e a
maca
▪ Posicione os braços do paciente sobre o peito do mesmo; peça ao colega que fique de
pé próximo à maca e agarre um dos lados do lençol enrolado;
▪ Peça ao colega que puxe o lençol enquanto o erguem e deslisam juntos a um sinal
combinado.
▪ Uma vez o paciente transferido, retirar o transfere;
▪ Posicionar o paciente e confirmar o conforto e segurança do mesmo.
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4. Os Posicionamentos
4.1. Conceito
O posicionamento e alternância decúbito e visa principalmente o conforto e bem-estar
do utente, respeitando os princípios anatómicos e protegendo a zonas proeminências
ósseas.
Objetivos:
▪ Promover o autocuidado.
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▪ Assistir a pessoa a posicionar-se;
▪ Lençóis;
▪ Resguardos;
▪ Fraldas;
▪ EPI´S;
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▪ Material para higiene pessoal;
▪ Camisa ou pijama;
▪ Cremes hidratantes;
▪ Grades laterais;
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4.3.2. Decúbito ventral
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4.3.4. Decúbito lateral esquerdo
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4.3.6. Decúbito semi-ventral esquerdo
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4.3.8. Decúbito semi-dorsal esquerdo
Decúbito dorsal:
Cuidados a ter
Decúbito lateral:
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Decúbito semi-dorsal:
▪ Manter a estabilidade da coluna vertebral
▪ Validar o alinhamento da coluna vertebral
Geralmente começa por ser apenas um ponto vermelho na pele que não reverte com o
alívio da pressão ou então uma pequena “bolha” de água que evoluem rapidamente
para feridas graves, se não se atuar desde cedo.
As zonas corporais onde é mais frequente surgirem úlceras de pressão são a região do
sacro, região trocantérica e calcanhares. Contudo, qualquer área que esteja sujeita a
uma pressão não aliviada é passível de desenvolver úlcera de pressão (cabeça, orelhas,
braços, pernas).
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Assim, os posicionamentos devem:
2. Utilizar almofadas.
Prevenção
6. Alimentação adequada;
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7. Promover a reabilitação física.
▪ Força;
▪ Repetição;
▪ Posições incorretas.
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▪ Não se pode prever o que acontecera ao mobilizar um doente;
▪ Os doentes são volumosos.
Outros riscos:
▪ Ajuda indisponível;
▪ Equipamento inadequados;
▪ Vestuário inadequado;
▪ Falta de formação.
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Os procedimentos que envolvem a movimentação e transporte dos utentes são
considerados os mais penosos para os trabalhadores da saúde, por tal motivo
devemos:
▪ Planear minuciosamente;
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▪ Flexionar os joelhos, ao invés de curvar a coluna;
▪ Abaixar a cabeceira da cama ao mover um paciente para cima;
▪ Utilizar movimentos sincronizados;
▪ Trabalhar o mais próximo possível do corpo do paciente, que deverá ser erguido ou
movido;
▪ Usar fardamento e sapatos apropriados;
▪ Utilizar elementos auxiliares, tais como: barra tipo trapézio no leito, cinto de
transferência, plástico antiderrapante para os pés, prancha de transferência,
auxílios mecânicos, entre outros.
6.1. Andarilho
O andarilho tradicional é mais estável. Porém isto resulta se o utente caminhar
devagar e possa levantar o andarilho completamente do chão a cada passo.
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Andarilho com rodas dianteiras são melhores para utentes com dificuldade para
levantar um andarilho padrão. As rodas permitem que o utente tenha um padrão de
marcha mais perto do normal, apesar de as rodas reduzirem a estabilidade.
Os andarilhos de quatro rodas são úteis para utentes mais ativos que não precisariam de
andador para apoiar o peso. Estes andarilhos não são apropriados para utentes com
problemas cognitivos ou de equilíbrio significativos, tendo em vista que poderiam resultar em
queda. É comum que estes andarilhos venham com assentos, úteis para alguns utentes
que necessitam parar com frequência para sentar e descansar.
6.2. Canadianas
Proporcionam a retirada do apoio do membro inferior afetado. As canadianas
possuem uma espécie de bracelete que permite que a mão fique livre sem retirar a
canadiana do antebraço.
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6.3. Bengalas e pirâmides
A bengala tradicional é geralmente feita de madeira ou alumínio, sendo de custo
menor e leve. As bengalas de madeira devem ser feitas conforme o tamanho do
paciente, já as de alumínio são em geral ajustáveis.
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6.4. Muletas axilares
Muletas axilares são geralmente baratas e propiciam andar sem apoio nos membros
inferiores, porém são geralmente incômodas e difíceis de usar. O apoio incorreto
destas muletas na axila pode causar compressões nervosas ou vasculares.
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7. Tarefas que em relação a esta temática se encontram no
âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde
7.1. Tarefas que, tem de executar sob sua supervisão direta
• Posicionar equipamentos.
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▪ Providenciar desinfeção e arrumação de todo o material que foi utilizado,
ligando os equipamentos à corrente elétrica
8. Conclusão
Uma vez que a transferência e mobilidade são de extrema importância para a
autonomia do paciente temos que cumprir todas as normas de segurança aplicáveis,
tendo sempre como objetivo final garantir o bem-estar de paciente e cuidador.
Ao longo desde trabalho verificamos que cuidador deverá utilizar sempre que
necessário às ajudas técnicas de transferência.
Quanto ao utente devemos insistir e estimular na ajuda para as transferências e
mobilização promovendo assim a sua autonomia.
9. Bibliografia
http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1595/3/Contributo%20da%2
0an%C3%A1lise%20ergon%C3%B3mica%20do%20trabalho%20para%20o
%20estudo%20de%20acidentes%20de%20trabalho3.pdf
http://www.quadrilcirurgia.com.br/bengalas-e-muletas.html
http://tecnicosauxiliaresdesaudeiefpchaves.blogs.sapo.pt/posicionamento
-decubito-lateral-13063
https://prezi.com/zzxhbweo_m9f/responsabilidades-do-tecnico-auxiliar-
de-saude/
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