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EXAME NEUROLÓGICO
HABILIDADES CLÍNICAS
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Exame neurológico
Manual do estudante
Índice
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1.- Marcha e postura
1.1 Introdução
As fasciculações são contracções musculares desordenadas; podem indicar uma lesão dos
neurónios motores (por exemplo poliomielite, esclerose lateral amiotrófica), mas também
podem aparecer sem significação patológica. Precisa dar atenção só se forem associadas a uma
lesão e/ou a atrofia.
Os tremores são movimentos rítmicos muitas vezes das mãos, mas às vezes também dos braços,
das pernas ou da cabeça. Podem ser distinguidos em:
A tremor em repouso
B tremor de intenção
C tremor de posição
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B O tremor de intenção surge só quando o paciente mostra a intenção de se mover, por
exemplo, pegar uma chávena.
C. O tremor de posição surge, quando o paciente durante algum tempo tem que manter
uma determinada posição.
Os tiques são movimentos curtos, súbitos, das mãos, dos braços ou da cabeça.
Os últimos três movimentos involuntários mencionados surgem muitas vezes como anomalias
do sistema extrapiramidal.
O comprimento normal do passo pode ser reduzido na doença de Parkinson; esta doença mostra
muitas vezes uma redução da oscilação dos braços durante a marcha. Depois de observar um
comprimento do passo reduzido e uma oscilação dos braços diminuído diga ao paciente para
parar de repente e avalie se tiver propulsão (o paciente não consegue parar totalmente).
4. Deixe o paciente andar em pequenos passos, com os dedos dum pé tocando o calcanhar
do outro pé. Avalie mais uma vez a largura da marcha, observe se o paciente cambaleia.
Este teste, também chamado marcha em funâmbulo, usa-se para examinar a função do cerebelo,
o sentido de equilíbrio e o sentido de posição (a marcha).
5. Deixe o paciente caminhar apoiado apenas nos calcanhares e depois nas pontas dos pés.
Deixe o paciente fazer uma ligeira flexão dos joelhos. Avalie se o paciente é capaz de
executar estes exercícios.
Com estes movimentos pode-se examinar a força dos músculos do pé, dos extensores do pé e do
músculo quadricípite femoral, inervados respectivamente pelos nervos perónio, tibial e femoral.
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2 - Motricidade
2.1 Introdução
Uma redução da condução do estímulo para um músculo ou uma anomalia do próprio músculo,
provoca uma perda da força daquele músculo até à atrofia. Uma interrupção no sistema
extrapiramidal muitas vezes resulta num aumento do tono muscular; além disso também surgem
muitos movimentos involuntários.
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O
impulso: Córtex cerebral > Tracto corticospinal (= feixe piramidal) > Neurónio motor no
corno cinzento anterior > Nervo espinal > Músculo
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2.2 Exame do tono muscular
Técnica
Interpretação
As anomalias possíveis são rigidez, hipertonia e hipotonia.
Rigidez
É uma resistência que persiste igual por toda a amplitude do movimento, nas duas direcções,
é chamada rigidez ‘em cano de chumbo’ ou ‘como cera’ (Fig. 35). Por vezes, o movimento
decorre com interrupções sucessivas (‘sinal da roda dentada’) (Fig. 36).
Espasticidade
É um aumento variável da resistência, que geralmente piora nos extremos da amplitude do
movimento (fenómeno de navalha de mola) (Fig.37). Este fenómeno mostra uma anomalia do
neurónio motor central (sistema piramidal).
Hipotonia.
Também quando o paciente fica relaxado, existe normalmente uma certa tensão no músculo
examinado. Mas quando a condução do estímulo para o músculo é interrompida, como acontece
com uma lesão periférica grave ou uma lesão piramidal aguda, naquela situação também este
tono desaparece e o músculo permanece flácido. Neste caso a consistência muscular é diminuída
e contracção do músculo é claramente impossível.
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2.3 Exame da força muscular
Técnica
Para examinar a força dum músculo, deixe o paciente contrair e descontrair o músculo até ao
máximo possível. Seguidamente, peça ao paciente que se movimente activamente contra a
resistência que você opõe. Na avaliação da força do paciente o examinador tem que tomar em
consideração a sua própria constituição e a constituição do paciente. Durante o exame do padrão
de movimentos normais já teve uma impressão duma eventual perda da força. Para obter uma
visão melhor é bom examinar cada músculo individualmente. Tente verificar a força de cada
músculo ou grupo muscular usando uma escala de 0 a 5 e compare sempre um lado com o outro.
0= O músculo não se contrai, os movimentos não são possíveis.
1= O músculo contrai-se, mas o movimento não é possível.
2= O movimento activo é possível numa situação em que a força de gravidade for reduzida
(por exemplo movimentos na água).
3= A força do músculo é suficiente para vencer a força de gravidade e fazer movimentos
activos.
4= A resistência que o paciente oferece, é um pouco menor do que se pode esperar,
tomando em consideração a sua constituição.
5= A resistência oferecida é normal.
Membro superior
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M. tríceps braquial (C7 e C8, n. radial)
O paciente tem o braço estendido até o máximo no cotovelo.
Você tenta dobrar o braço. (Fig. 41)
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Membro inferior
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M. flexor longo do hálux (S1, S2, n. tibial)
O paciente flecte ao máximo o hálux.
Você tenta estender o dedo. (Fig. 57)
2.4 Interpretação
Se observar uma diminuição da força deve perguntar-se sobre a possibilidade duma anomalia
muscular, duma anomalia do neurónio motor periférico ou do neurónio motor central.
Se além duma redução da força existe também uma hiper-reflexia e/ou espasticidade no lado
referido, será muito provável que seja uma lesão central.
Se além duma redução da força existe também hipotonia, perda de sensibilidade e redução dos
reflexos no lado referido (hipo- ou arreflexia), é provável que seja uma lesão nervosa periférica.
Numa anomalia dos neurónios motores observa-se uma perda do tono, perda da força, hipo- ou
arreflexia, mas sem perda da sensibilidade; muitas vezes existem também fasciculações.
Numa anomalia dos músculos ou das placas motoras terminais, também se observa perda do
tono, perda da força e hipo- ou arreflexia, mas a anomalia é muitas vezes simétrica e mais
localizada nos grupos musculares proximais.
3 - Coordenação e diadococinese
3.1 Introdução
Falamos dum distúrbio da coordenação quando movimentos normais como andar, ou pegar
alguma coisa não estão a correr bem. O problema pode ser devido a movimentos desordenados
(a perda de coordenação = ataxia), a um movimento excessivo (hipermetria) ou um tremor que
se mostra com um movimento direccionado (tremor de intenção).
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3.2 Técnica do exame
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3.3 Interpretação
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4 - Sensibilidade
4.1 Introdução
Técnica
Tenha em conta que tanto as suas sugestões como as do paciente, podem facilmente resultar
em ideias erradas sobre anomalias de sensibilidade.
Primeiro, examine o paciente enquanto ele está a olhar, para ele ver quais são os estímulos
que se põem.
Depois, deixe o paciente fechar os olhos durante o exame de sensibilidade.
Mude o intervalo de tempo entre os estímulos provocados.
Às vezes também aplique um estímulo falso: pergunte ao paciente se sente de ser tocado,
mas sem o tocar.
Repita o exame mais tarde se ficar com duvidas e veja se as observações são constantes.
Técnica
Marque com mais precisão possível a região com perda de sensibilidade, para que seja
possível distinguir, por exemplo, uma mononeuropatia, uma polineuropatia, uma lesão
radicular ou uma lesão central.
Examine tanto a sensibilidade gnóstica (sensibilidade fina de tacto, de vibração e de
movimento), como a sensibilidade vital (sensibilidade de dor e de temperatura). Na medula
espinal as vias de condução destas sensibilidades são diferentes. Todas as fibras da
sensibilidade entram na medula espinal pela raiz posterior. A seguir, os estímulos gnósticos
vão quase todos na via homolateral ao longo do fascículo cuneato e grácil (na coluna
posterior) para o córtex central. Os estímulos vitais cruzam-se primeiro para depois ir pelo
tracto espinotalâmico para o córtex central. Também os estímulos gnósticos cruzam-se, mas
só ao nível da medula oblonga. Assim numa anomalia da medula espinal pode-se observar
uma perda de sensibilidade dissociada: por exemplo, a sensibilidade vital é intacta enquanto
a sensibilidade gnóstica é anormal. Examine, quando suspeite uma anomalia neurológica,
em cada caso as mãos, os pés e a cara e use a informação que recebe das queixas e/ou outras
observações.
Sempre compare o lado esquerdo e direito e as diferentes regiões da pele.
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4.2 Técnica do exame
Sensibilidade vital
Técnica
Sensibilidade dolorosa
Quebre um palito de algodão em duas partes, para obter uma ponta afiada.
Deixe o paciente sentir a diferença entre uma picada duma ponta aguda e uma de ponta
romba numa região em que não existe perda de sensibilidade.
Pergunte o paciente em cada estímulo de indicar se o contacto é afiado ou rombo.
Quando a sensibilidade é diminuída ou ausente se chama ‘hipoestesia’ ou ‘anestesia’;
quando é aumentada ‘hiperestesia’.
Sensibilidade térmica
Em vez de o paciente distinguir entre afiado e rombo, também pode pedir-lhe para avaliar
o calor e o frio. Use dois tubos de ensaio, em que um contém água gelada e o outro água
quente.
Observe que exista contacto suficiente entre os tubos de ensaio e a pele do paciente.
Sensibilidade gnóstica
Técnica
Sensibilidade táctil
Sensibilidade vibratória
Toque o diapasão (de som grave:128 Hz), por exemplo contra o lado ulnar da palma da
sua mão.
Afixe bem a base do diapasão numa saliência óssea, por exemplo na articulação
metatarsofalângica ou interfalângica.
Peça o paciente de dizer se sente a vibração sim ou não.
Para ter a certeza que o paciente sinta a vibração e não só o contacto do diapasão lhe
peça para fechar os olhos e indicar quando para a vibração. (Fig. 65 e 66)
Pare a vibração do diapasão, sem mudar a pressão na articulação.
Se tiver uma lesão da sensibilidade nesta articulação, examine também outras partes
ósseas (maléolo, tíbia, articulações metacárpicas, pulso).
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Sensibilidade cinético-postural
4.3 Interpretação
Com pessoas de mais de 60 anos de idade, muitas vezes não se encontra a sensibilidade
vibratória, sem que isto seja uma indicação patológica.
A sensibilidade vibratória e cinética muitas vezes para de funcionar mais cedo do que a
sensibilidade táctil fina.
Observando a divisão e o tipo da perda de sensibilidade muitas vezes é possível localizar a
lesão. (Fig. 68-71)
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5 - Os reflexos
5.1 Introdução
3. Reflexos patológicos.
Nestes reflexos o estímulo estandardizado é seguido por contracções musculares que só se
apresentam se houver uma lesão do sistema nervoso. Chama-se ‘reflexo patológico’ a
permanência dum reflexo presente nos recém-nascidos, mas que normalmente desaparece com a
idade.
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5.2 Técnica do exame
Reflexos proprioceptivos
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3. Reflexo braquiorradial ou supinador
O arco aferente é o nervo radial, o arco eferente é o nervo mediano, o segmento espinal é o C 5-
6.
4 Reflexo patelar
O arco aferente e eferente é o nervo femoral, o segmento espinal é o L 3-4.
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5. Reflexo do tendão de Aquiles
O arco aferente e eferente é o nervo isquiático, o segmento espinal é o L 5 – S 1.
Com o paciente de pé
O paciente ajoelha-se numa cadeira com os pés para fora do bordo.
Empurre levemente o pé em flexão dorsal.
Bata directamente no tendão de Aquiles.
Observe a oscilação do pé e a contracção do músculo da barriga da perna.
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Reflexos cutâneos ou reflexos exteroceptivos
Numa anomalia do sistema nervoso central ou periférico estes reflexos são ausentes.
2. Reflexo anal
O arco aferente e eferente é o nervo pudendo. O segmento espinal é o S 4-5.
3. Reflexo do cremáster
O arco aferente é o nervo cutâneo femoral, a via eferente é o nervo génito femoral.
O segmento espinal é o L 1 – L 2.
4. Reflexo plantar
O arco aferente e eferente é o nervo plantar / tibial / isquiático. O segmento espinal é
L 5 – S 2.
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Reflexos patológicos
O reflexo de Babinski é um reflexo patológico e poderia ser mencionado aqui também. Outros
reflexos patológicos são, por exemplo, os que surgem com problemas cerebrais difusos. Estes
reflexos são pesquisados só se tiver indicações da existência de anomalias cerebrais.
Reflexo de procura
Deslize com o seu dedo algumas vezes em volta da boca do paciente. O paciente procura o dedo
com a boca e tenta leva-lo dentro da boca. (Fig. 91)
Reflexo de sucção
Quando o paciente encontrou o dedo, começa a mamar. (Fig. 92)
O reflexo de agarrar
Coloque o seu dedo a partir do lado cubital na mão aberta do paciente.
O paciente flecte os dedos e agarra o seu dedo. (Fig. 93)
Reflexo palmomental
Reflexo córneo-mandibular
Provocar o reflexo da córnea resulta num movimento da mandíbula inferior para o lado
contralateral.
5.3 - Interpretação
Normalmente se faz uma graduação dos reflexos evocados com a seguinte escala:
0 = arreflexia: reflexo completamente ausente
+ = reflexo fraco, ao limite inferior do normal
++ = reflexo normal
+++ = reflexo vivo, até aumentado, mas ainda normal
++++ = reflexo hiperactivo com clono (uma serie de curtas contracções)
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Anomalias
Arreflexia. Pode ser causada por:
– uma lesão do nervo periférico (arco aferente e / ou eferente do arco reflexo)
– uma lesão da parte central (segmento espinal) do arco reflexo (por exemplo com
siringomielia)
– o estádio agudo duma lesão transversal da medula espinal
– um coma profundo
– uma arreflexia congénita, muitas vezes das pernas
– um clono contínuo é patológico e indica uma lesão do neurónio central motor acima
do nível do segmento espinal do reflexo. Com recém-nascidos e com pessoas com
reflexos muito vivos observa-se as vezes em ambos os lados um clono de 3 até 4
oscilações.
– Diferenças claras do lado esquerdo com o direito podem indicar uma lesão dos
nervos periféricos no lado do reflexo diminuído, ou uma lesão piramidal no lado do
reflexo aumentado. Normalmente consegue-se diferenciar facilmente através do
exame do tono muscular e da sensibilidade. Observe também as diferenças entre
braços e pernas.
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6 - Nervos cranianos
Introdução
O exame neurológico completo também inclui o exame dos nervos cranianos. Há 12 pares de
nervos cranianos.
1. Nervo I (olfactivo)
Uma perda completa do olfacto (anosmia) também perturba o gosto. As causas mais
importantes deste problema são infecção e trauma. Geralmente não se executa o exame do nervo
olfactivo - mas se faz as perguntas ao paciente acerca dos sintomas de redução do olfacto ou
gosto.
2. Nervo II (óptico)
Os exames do nervo óptico incluem o exame do campo visual, da acuidade visual, dos reflexos
pupilares e a fundoscopia. O manual ‘Exame do olho e do ouvido’ contem mais informações.
Quando encontrar uma anomalia no exame, tem que considerar as vias nervosas visuais para
saber o nível do problema. Exemplos de alguns problemas (que são explicados no referido
manual):
A hemianopsia homônima: o problema é localizado no tracto óptico, na radiação óptica
ou o córtex visual - frequentemente e causada por um acidente vascular.
A hemianopsia bitemporal (heterónima): o problema é localizado no quiasma óptico -
frequentemente e causada por um processo supra-selar, como um tumor da hipófise.
O olho direito cego: a lesão e localizada no olho e/ou no nervo óptico direito.
Os escotomas: p.e. aparecem no caso de enxaqueca (temporários) ou de glaucoma
(permanentes).
No exame tem que observar os olhos (pálpebras, posição do olho, movimentos do olho, reflexos
pupilares). Veja o manual ‘Exame do olho e do ouvido’ para as técnicas do exame.
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No caso duma lesão no nervo oculomotor aparecem os sinais seguintes (no lado afectado):
A ptose e falta do movimento da pálpebra superior (paralisia da musculatura elevadora
da pálpebra superior). Veja a imagem ‘a’ em baixo - a posição dos olhos em repouso
num caso duma paralisia do lado direito.
A proptose (deslocamento ara diante) (redução no tono muscular nos rectos).
A posição do olho fica em baixo, na abdução (paralisia da maioria dos músculos rectos).
Os movimentos do olho não são possíveis para a linha mediana e para cima (paralisia da
maioria dos músculos rectos). Veja a imagem ‘b’ - a posição dos olhos quando o
paciente olha para frente e a imagem ‘c’ - a posição dos olhos quando o paciente olha
para o lado esquerdo do paciente.
Pupila dilatada (e falta da constrição da pupila) (falta da inervação parassimpática da
pupila).
4. Nervo IV (troclear)
O nervo troclear conduz a inervação do músculo obliquo superior (OS).
No exame deste nervo faça o exame dos movimentos oculares (veja o manual ‘Exame do olho e
do ouvido’ para as técnicas).
No caso duma lesão deste nervo o paciente tem diplopia. No exame físico há falta dos
movimentos inferiores e mediais do olho afectado. Frequentemente o paciente inclina a cabeça
por causa da diplopia (veja a imagem abaixo). A causa de paralisia isolada do nervo troclear
pode ser trauma, diabetes, neoplasia ou idiopática.
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5. Nervo VI (abducente)
O nervo abducente fornece a inervação do músculo recto lateral (RL). Este músculo produz a
abdução do lho. É testado com os outros rectos no exame dos movimentos oculares – veja o
manual ‘Exame do olho e do ouvido’ para as técnicas do exame.
No caso duma lesão deste nervo há desvio medial do olho e falta da abdução do olho (veja a
imagem acima: a paciente não consegue mover o seu olho esquerdo para lateral quando
solicitado a olhar para o seu lado lateral). Por causa disso o paciente tem diplopia. As patologias
mais frequentes são os tumores (provoca compressão do nervo na área do osso temporal
petroso), trauma e problemas vascular.
6. Nervo V (trigémeo)
Este nervo tem uma função motora e uma sensitiva.
Teste de sensibilidade
O nervo V tem três ramos sensoriais na cara: o ramo oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular
(V3) (veja a imagem acima).
No exame peça o paciente para fechar os olhos. Explique ao paciente que vai tocar a sua cara e
peça ao paciente para dizer ‘sim’ quando se sentir tocado. Depois toque a cara do paciente com
o algodão (tacto) e com a ponta de um alfinete (dor) na região superior (ramo oftálmico), na
região central (ramo maxilar) e na região inferior (ramo mandibular) da cara. Os exames da
sensibilidade devem ser comparativos – lado esquerdo e direito.
Para elicitar o reflexo corneal o médico tem que lavar as mãos, pedir ao paciente para olhar para
fora e para cima, e aproximar o algodão ao lado do olho. Quando o paciente tiver os olhos
abertos toque ligeiramente a córnea dum olho com o algodão e observe a resposta (normalmente
os dois olhos fecham-se). Repetir a manobra do outro lado.
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Resultado quando toca a córnea esquerda
Teste da motricidade
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No exame da musculatura facial, observe a simetria da face em repouso. Depois peça ao
paciente para levantar as sobrancelhas (este movimento é normal no caso duma lesão central),
fechar os olhos, mostrar os dentes e encher as bochechas. Observe a simetria dos movimentos
da face (normal). Uma lesão unilateral provoca fraqueza do lado afectado. Esta fraqueza
produz uma falta de movimento do lado afectado, por isso há assimetria na face (veja a
imagem).
Numa lesão central (como um acidente cerebrovascular) a paresia motora só afecta a parte
inferior da face. Numa lesão periférica a testa também está afectada. A paralisia / sintoma de
Bell é um exemplo de lesão periférica.
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Avalia-se também a função da laringe pedindo ao paciente que fale e tussa.
O reflexo nauseoso (gag) é testado no exame dos nervos IX e X. A via aferente é o nervo
glossofaríngeo (IX) e a via eferente o vago (X). No exame, toque a parede posterior da faringe
com um abaixador de língua e observe o movimento do palatino (normal mente mexe para
cima). Numa lesão este movimento não acontece.
No exame da língua observe a posição da língua em repouso e ao deitar fora (N.B. a língua
nunca fica 100% imóvel).
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