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1.3 Diagnóstico.............................................................................................. 18
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4.16 Cuidados com pacientes em trauma raquimedular .............................. 46
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 48
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1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM NEUROLOGIA
Fonte: www.agenciaalagoas.al.gov.br
O cérebro sempre foi um órgão considerado diferente dos demais, não somente
por sua estrutura celular e seu aspecto únicos, mas pela produção da consciência, nosso
aspecto virtual e o que nos faz humanos.
E na antiguidade, acreditava-se que a consciência e alma residiam no fígado e no
coração, enquanto Aristóteles, famoso filósofo e naturalista grego, considerada o cérebro
um local para resfriamento do sangue vindo do coração e onde o espírito circulava
livremente, opinião que foi rebatida pelo famoso médico latino Galeno, no século II AD.
Mas na verdade, o conhecimento do cérebro somente começou a ocorrer no
Renascimento, lá pelos idos do século XVI, ou seja, bem recentemente.
O cérebro foi sendo estudado aos poucos, e, como todas as outras áreas do
conhecimento, sempre com ideias antes consideradas corretas sendo refutadas por
opiniões mais recentes. Diferente de um coração, que prontamente quando aberto
demonstra sua estrutura e funções, ou um rim, do mesmo modo que o coração, o cérebro
não é tão intuitivo assim, e seu denso arranjo celular não permite interpretações maiores
a olho nu. O estudo do cérebro, assim, desenvolveu-se no seu começo de forma
experimental, com opiniões mais arcaicas, antigas, sendo trazidas à luz de interpretações
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aparentes dos fenômenos neurais e de consciência, não necessariamente condizendo
com a realidade.
Como o passar do tempo e o avanço no conhecimento e na tecnologia, meios de
avaliação da função cerebral acabaram por se desenvolver, permitindo-nos visualizar o
cérebro funcionando, e desmistificando certas ideias a respeito de sua função. No
entanto, ainda muitas concepções provavelmente errôneas existem, e que não nos é
possível resolvê-las com a tecnologia que dispomos hoje.
Várias doenças neurológicas, até recentemente como o século passado, era
consideradas desordens psiquiátricas, do comportamento, e não uma doença orgânica
com alterações de neurotransmissores e estruturas cerebrais. Um exemplo disso são as
distonias, consideradas doenças comportamentais até, pelo menos, a década de 60 do
século passado, quando estudos fisiológicos e de imagem demonstraram que a distonia
é uma doença com substrato orgânico.
Ou seja, há ainda muito a descobrir, e o elo perdido ainda é longe de ser
alcançado. E o estudo dessa lenta mudança de paradigma nos demonstra como a ciência
tem avançado ao longo das décadas mais recentes.
O estudo da neurologia combinou-se, por um longo tempo, com o da psiquiatria,
até sua separação em meados do século XIX. É interessante ler a respeito das aulas de
neurologia das terças no La Salpétrière, comandadas pelo pai da neurologia, Jean-Martin
Charcot, ler sobre seus discípulos, e sobre como estes modificaram a visão da
neurologia, cada qual em suas respectivas subáreas de atuação.
E ainda hoje podemos observar uma certa similaridade entre as duas disciplinas,
com doenças neurológicas produzindo transtornos psiquiátricos, e doenças psiquiátricas
possuindo bases neurológicas e alterações de volume, estrutura e funções cerebrais. E
isso se deve unicamente ao fato de que a consciência, o comportamento, as emoções e
outras tantas funções do ego provêm do cérebro.
A neurociência, subespecialidade mais nova da neurologia, abre portar para
entendermos mais sobre nós mesmos, nosso comportamento, nosso afeto e emoções,
nosso meio de pensar e nossos modos de agir, e nos ajuda a conectar as lesões
estruturais com a anormalidades "da alma". E isso, este estudo, não acabou, ainda está
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engatinhando, e isso é maravilhoso, pois estamos somente no começo de uma estrada
enorme, cheia de caminhos, e de destinos.
Fonte: www.pamiclinic.com
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Fonte: www.patriciafinotti.com.br
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Fonte: www.hospitalsantacatarina.org.br
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O objetivo da monitorização neurológica é a prevenção ou o diagnóstico precoce
dos eventos que podem desencadear lesões cerebrais secundárias ou agravar as lesões
existentes. O paciente neurológico exige percepção aguda e acompanhamento vigilante
da parte da enfermagem.
Dentro deste contexto, cabe ao enfermeiro conhecer as alterações que podem
ocorrer em seu paciente para poder agir corretamente, pois grande parte da assistência
de enfermagem baseia-se em observação constante e avaliação correta. A avaliação de
enfermagem da condição neurológica incorpora o monitoramento do nível de
consciência, a reação pupilar, as funções motoras e a observação dos sinais vitais, entre
outros. A atuação da enfermagem em uma UTI deve estar voltada para a detecção
precoce de alterações hemodinâmicas e neurológicas. Além da instalação de medidas
preventivas que objetivam o controle do edema cerebral e da hipertensão intracraniana,
e necessária utilização de medidas que reduzam o risco de ocorrência de sequelas
comumente observadas nesses doentes.
Monitorização neurológica não-invasiva Na assistência de enfermagem aos
pacientes com distúrbios neurológicos, destaca-se a avaliação do nível de consciência.
A presença de posturas motoras anômalas de decorticação (flexão de membros
superiores e extensão de membros inferiores) e descerebração (extensão de membros
superiores e inferiores) indica progressiva lesão de tronco. Estes sinais aparecem
tardiamente.
Os itens de avaliação incluem o nível de consciência, parâmetro importantíssimo
no acompanhamento da evolução do paciente; a verificação da função motora através
de: observação dos movimentos espontâneos do paciente; observação da resposta
motora, resposta ao comando verbal, observação da fala, tipo de fala; postura (flexão,
extensão ou rotação dos membros). Outras avaliações incluem o exame pupilar, incluindo
tamanho e simetria (comparação do lado D e E), foto reação e simetria. A agitação
também é um item de avaliação, porque às vezes, a inquietação indica melhora do quadro
do paciente (recuperação de sua consciência). Entretanto, ela poderá ser também
resultado de má oxigenação cerebral. Ter-se á o cuidado de manter elevadas as grades
do leito e proteger o paciente contra superfícies duras, acolchoando-as. As contensões
no leito serão, na medida do possível, evitadas, pois deverão aumentar a agitação. Caso
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o paciente tente retirar cateteres, será necessário enluvar suas mãos com ataduras de
crepom. A sedação exagerada será evitada, pois impedirá a avaliação do nível de
consciência.
A contratura muscular ocorre quando o músculo contrai de maneira incorreta e não
volta ao seu estado normal de relaxamento. As contraturas podem acontecer em diversas
partes do corpo, como pescoço, cervical ou coxa por exemplo, e podem ocorrer depois
de praticar um exercício muito forte, uma noite mal dormida ou por excesso de tensão no
corpo causada pelo excesso de estresse e de preocupações.
A contratura causa dor, desconforto e muitas vezes limita os movimentos, podendo
ser na maioria dos casos facilmente sentida quando se coloca a mão sobre o músculo e
nota-se uma parte mais dolorida e rija. Esse tipo de lesão muscular é muito comum em
quem passa muito tempo trabalhando em escritórios na mesma posição por muito tempo
e, geralmente, não pratica nenhuma atividade física de forma regular.
A contraturas musculares devem ser observadas e registradas, a intensidade da
contratura (pequena, média, ou grande) e a duração da mesma. Os tremores são mais
comuns nas mãos, porém podem ser notados também na face e nos membros inferiores.
Cefaleia, ou “dor de cabeça” como popularmente é conhecida, constitui problema
frequente na população em geral, sendo uma das causas mais comuns de busca de
atendimento médico. Ela pode ocorrer isoladamente como manifestações de um
complexo sintomático agudo, como a enxaqueca (cefaleias primárias), ou pode fazer
parte de uma doença em desenvolvimento, como infecções, neoplasia cerebral ou
sangramentos intracranianos (cefaleias secundárias).
Estima-se que cerca de 90% da população mundial já apresentou ou irá apresentar
um episódio de cefaleia ao longo da vida. Assim, é necessária uma avaliação completa
e sistemática das dores de cabeça, de preferência por um médico cefaliatra
(neurologistas especializados no tratamento das dores de cabeça).
As cefaleias primárias não apresentam uma causa especifica, podendo a mesma
ser de natureza multifatorial e de caráter hereditário, ao contrário das cefaleias
secundárias, que apresentam uma causa patológica evidente. As dores de cabeça
podem se manifestar de modo súbito, subagudo ou crônico.
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Fonte: www.blogpilates.com.br
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Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária
de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica
em determinadas áreas cerebrais.
As convulsões podem ser de dois tipos: parciais, ou focais, quando apenas uma
parte do hemisfério cerebral é atingida por uma descarga de impulsos elétricos
desorganizados, ou generalizadas, quando os dois hemisférios cerebrais são afetados.
Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou
luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises. Outras condições – febre alta,
falta de sono, menstruação e estresse – também podem facilitar a instalação de
convulsões, mas não são consideradas gatilhos.
1.1 Causas
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Fonte: www.paraiba.com.br
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repetitivas e incontroláveis. Em ambas as situações, a saliva pode ser abundante e ficar
espumosa. Mordida pelos dentes, a língua pode sangrar.
1.3 Diagnóstico
1.4 Tratamento
O risco de novas crises diminui nos pacientes com convulsões provocadas por
álcool, drogas, pelo efeito colateral de alguns medicamentos e por distúrbios metabólicos,
quando são retiradas essas substâncias ou corrigido o problema orgânico. Nos outros
casos, existem vários medicamentos que devem ser indicados de acordo com o tipo de
convulsão para evitar a recorrência e assegurar o controle das crises.
1.5 Recomendações
Fonte: www.blogdoneurocirurgiao.blogspot.com.br
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consequentemente, alteração do fluxo sanguíneo cerebral, avaliado através da Pressão
de Perfusão Cerebral (PPC) A PIC é usualmente conceituada como a pressão do líquido
cefalorraquidiano (LCR). A PIC pode variar de acordo com alterações na pressão arterial
sistêmica (PA sistêmica), na respiração, na posição determinada pelo paciente e também
pelo aumento do volume de um ou mais componentes cranianos.
A primeira medida da PIC ocorreu por volta de 1850 com introdução de punção
lombar. A monitorização foi introduzida por Guillaume & Janny, em 1951. Em 1960,
Lundberg propôs a utilização da monitorização da cavidade ventricular, por meio de um
cateter de polietileno acoplado a um transdutor de pressão. Adicionado aos parâmetros
clínicos, hemodinâmicos, respiratórios e metabólicos, a monitorização da PIC auxilia e
orienta a terapêutica dos pacientes neurológicos.
A PIC está diretamente relacionada ao volume no crânio. Uma elevação acima do
normal pode causar uma redução no fluxo sanguíneo, resultando em isquemia ou lesão
estrutural, decorrente de compressão ou atrito do tecido cerebral com o crânio, causando
complicações secundárias.
Em relação à monitorização, cabe ao enfermeiro muito mais do que habilidade em
manipular o sistema de monitorização, é importante que saiba utilizar a disponibilidade
da monitoragem para identificação dos níveis pressóricos e das ondas anormais a fim de
intervir rápida e efetivamente nos tratamentos que visam diminuir este evento, assim
como, adequar àqueles procedimentos de enfermagem que, por associação, podem
aumentar a hipertensão intracraniana.
A monitorização da PIC é o único método aceito indiscriminadamente como forma
para o diagnóstico seguro do aumento da pressão intracraniana, assim como para o
tratamento da HIC em algumas situações clínicas.
A monitorização do paciente neurológico grave na UTI consiste em identificar, por
meio do exame físico e dos equipamentos monitores invasivos sinais, que indiquem
hipertensão intracraniana e diminuição de perfusão cerebral, que se não forem revertidas
levam à morte cerebral.
A PIC pode ser medida diretamente por meio da introdução intracerebral (em um
dos ventrículos que contém líquido) de cateteres permeados com fluido ou de fibra óptica
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ligados a transdutor e conectado ao um monitor na cabeceira do paciente, que permita
medidas contínuas da PIC e drenagem de LCR.
Os cateteres apresentam alto índice de infecção, variando na literatura entre 7% e
40%. A PIC deve ser mantida abaixo de 20 mmHg por meio de sedação com propofol ou
midazolan associados a fentanila, hiperventilação leve (pCO2 em torno de 35 mmHg),
uso de manitol (0,25-1,0 gr/kg) em bolus.
A PIC interfere com o Fluxo Sanguíneo Cerebral (FSC) por ser um determinante
da pressão de perfusão cerebral (PPC=PAM-PIC), sendo os valores normais acima de
70 mmHg.
A manutenção do FSC e PPC influencia na recuperação de pacientes internados
em unidades de terapia intensiva, mas não garante a apropriada oxigenação do tecido
nervoso. Deve-se, também, manter adequada concentração de oxigênio arterial (PaO2),
hematócrito e hemoglobina, além de considerar o diâmetro e tônus das artérias
encefálicas, que variam de acordo com o mecanismo de auto regulação da circulação
cerebral, que traduz a capacidade de aumento ou diminuição do FSC de acordo com o
aumento ou diminuição das necessidades metabólicas do cérebro e a manutenção do
fluxo, apesar da variação da PIC.
Fonte:www.saudeexperts.com.br
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Como pré requisito para monitorização da PIC, o enfermeiro deve conhecer os
princípios da monitorização asséptica, neuroanatomia e neurofisiologia, bem como a
fisiopatologia da hipertensão intracraniana (HIC).
O pessoal de enfermagem para trabalhar em UTI deve levar em conta não
somente a competência técnica do indivíduo, mas os princípios de disciplina, ética e
responsabilidade profissional.
O enfermeiro tem um papel importante no planejamento da assistência, devendo
dar continuidade ao cuidado através de uma avaliação diária e sistematizada, efetuando
intervenções precisas durante o atendimento. Considera-se que nas Unidades de
Terapia Intensiva, o enfermeiro ofereça assistência contínua a pacientes críticos, e
isso exige desse profissional uma melhor capacitação, fundamentação teórica para
aplicar o raciocínio clínico.
Os cuidados com pacientes neurológicos a cada dia são mais explorados e exigem
um grande conhecimento por parte dos profissionais que cuidam deles.
Monitorizar pacientes com alterações neurológicas é um grande desafio para toda a
equipe, mas é através dela que se obtêm dados confiáveis e necessários para a
intervenção.
O enfermeiro deve estar atento, pois cuidados inadequados podem piorar o quadro
geral do paciente, agravando o quadro neurológico, podendo levar à morte.
A medida real da PIC é sempre invasiva e sua indicação depende de uma
avaliação de risco/benefício para o paciente.
De maneira geral, as medidas terapêuticas são iniciadas quando a pressão
ultrapassa 15-20 mmHg.
Como pré requisito para monitorização da PIC, o enfermeiro deve conhecer os
princípios da monitorização asséptica, neuroanatomia e neurofisiologia, bem como a
fisiopatologia da hipertensão intracraniana (HIC).
A medida real da PIC é sempre invasiva, as medidas terapêuticas são iniciadas
quando a pressão ultrapassa 15-20 mmHg.
Os problemas mais frequentes: obstruções do cateter pelo tecido do cérebro.
Os problemas mais frequentes são as obstruções do cateter pelo tecido do
cérebro. Tomografia Axial Computadorizada (TAC) fornece dados muito importantes para
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a PIC; entre os sinais estão: presença de uma lesão expansiva, geralmente com efeito
de massa (desvio de estruturas normais de sua posição original), desvio da linha média,
desaparecimento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo, dilatação do sistema
ventricular.
A flexão ou rotação da cabeça diminui o fluxo na jugular e aumenta a pressão
intracraniana. Se a respiração espontânea do paciente não é suficiente para manter a
PO2 acima de 60-70 mmHg e a PCO2 arterial entre 30-40 mmHg, a ventilação mecânica
deve ser instalada.
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ao cliente. Observar se o cliente apresenta sintomas de hemorragia extradural, cefaleia
intensa, disartria, vertigens e/ou perda da consciência;
Fazer o controle de fluidos endovenosos rigorosamente na impossibilidade de uso
da bomba de infusão;
Preparar o cliente para craniotomia, depois de esclarecido que a hemorragia é
subdural pelo médico e indicado a cirurgia;
Mensurar a PA e medicar, conforme prescrição para equilibra-la, conferir e
registrar as características do pulso, instalar oxigenoterapia e monitorar o resultado;
Instalada a drenagem da HIC, monitorar rigorosamente a drenagem e/ou
acompanhar pelo monitor;
Monitorar níveis glicêmicos de horário: a HIC pode aumentar a glicemia;
Elevar a cabeceira do leito a 30 graus, no máximo, mais ou menos, com prescrição
médica;
Monitorar dados vitais e pressão de pulso, registrar as intercorrências e informar
ao enfermeiro e/ou ao médico do cliente, caso o enfermeiro não possa ser localizado;
Diminuir estímulos que aumentem a HIC, tosse, manobra de Valsalva etc.,
informar ao enfermeiro e se necessário ao médico. Mobilização passiva com maior
número de profissionais possível, a PIC não pode exceder a 25 mmHg, deve retornar a
linha de base em cinco minutos –10 a 20 mmHg. As situações de estresse do cliente
devem ser evitadas;
Observar o nível de drenagem no coletor, que deve sempre ficar entre os números
8 e 9 da escala líquida; o ponto de referência é o conduto auditivo, a menos que esteja
prescrito o contrário;
Utilizar o instrumento de avaliação da ECG para avaliar resposta verbal, abertura
ocular e resposta motora;
Valorizar queixa de cefaleia, medicar e monitorar resultado;
Nas aspirações, fazer a hiperventilação antes; tentar realizar o mínimo de
estímulos;
Não elevar o quadril sem elevar o tórax do cliente para não aumentar HIC;
Oferecer dieta rica em fibras para diminuir os esforços e não aumentar a HIC;
Realizar mudanças de decúbito com três funcionários, sem fletir as jugulares.
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Se houver febre, coletar amostra da urina e encaminhar ao laboratório para
certificar se é infecção urinária, retirar a sonda nas indicações médica ou do enfermeiro;
Estimular o cliente à alimentação VO e ingestão hídrica; se a aceitação for
satisfatória deve-se retirar a sonda enteral;
Sentar o cliente fora do leito e acompanhar o resultado do seu comportamento, só
se deve afastar após ter certeza de que ele está estabilizado;
Com a melhora do cliente, deve-se estimular a auto orientação; nas indicações,
fazer a educação vesical de três em três horas e abrir por 15 minutos;
Elevar o cliente no leito, depois de passado o período de repouso absoluto.
Conferir o pulso do cliente, antes de elevar o dorso por 45, 60 e 90 graus, só depois que
estiver estabilizado é que devemos retirá-lo do leito;
Conscientização do cliente para evitar os esforços de Valsalva (respiração
profunda, virar no leito sozinho, prender a respiração, se erguer no leito, elevar os MMII
ou o quadril, tossir e evacuar);
Preparar o cliente para o auto cuidado, estimulando-o sempre no momento da
aplicação dos cuidados básicos;
Chamar a família para treinamento se o cliente ficar dependente dos cuidados
básicos.
Após ter treinado a família e orientado sobre a alta hospitalar, fazer a mensuração
dos dados vitais e encaminhar o cliente para junto da família para alta programada.
Observações: caso for necessário abaixar ou elevar mais de 30° o tórax, deve-se
refazer o nível e a fixação do coletor conforme os passos anteriores para equilibrar
novamente a drenagem liquórica;
Mensurar a PA e medicar conforme prescrição para equilibrá-la;
Conferir e registrar as características do pulso;
Instalar oxigenoterapia e monitorar o resultado;
Instalado drenagem da HIC: deve-se monitorá-la rigorosamente ou pelo monitor
Monitorar níveis glicêmicos de horário, pois a HIC pode aumentar a glicemia;
Fazer o balanço hídrico rigorosamente;
Monitorar dados vitais e pressão de pulso, registrar intercorrências e informar ao
enfermeiro e/ou ao médico do cliente (caso não seja possível localizar o enfermeiro);
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Diminuir estímulos que aumentem a PIC, tosse, manobra de Valsalva etc., informar
ao enfermeiro e se necessário ao médico;
Mobilização passiva do cliente com maior número de profissionais possível; a PIC
não pode exceder a 25 mmHg, deve retornar a linha de base em cinco minutos –10 a 20
mmHg;
As situações de estresse do cliente devem ser evitadas;
Observar o nível de drenagem, que deve sempre ficar entre o número 8 e 9 da
escala líquida, ponto de referência ao conduto auditivo, a menos que esteja prescrito o
contrário;
Utilizar o instrumento de avaliação da ECG para avaliar resposta verbal, abertura
ocular, resposta motora;
Valorizar queixa de cefaleia, medicar e monitorar resultado;
Nas aspirações endotraqueais ou pela tráqueo, hiperventilar o cliente antes, tentar
o mínimo de estímulos possível;
Não elevar o quadril sem elevar o tórax do cliente para não aumentar PIC;
Oferecer dieta rica em fibra para diminuir os esforços e não aumentar a PIC;
Mudança de decúbito com três funcionários sem fletir as jugulares ou proporcionar
esforço do cliente.
Fonte: www.agencia.fapesp.br
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Na assistência de enfermagem aos pacientes com distúrbios neurológicos,
destaca-se a avaliação do nível de consciência.
A presença de posturas motoras anômalas de decorticação (flexão de membros
superiores e extensão de membros inferiores) e descerebração (extensão de membros
superiores e inferiores) indica progressiva lesão de tronco. Estes sinais aparecem
tardiamente.
Os itens de avaliação incluem o nível de consciência, parâmetro importantíssimo
no acompanhamento da evolução do paciente; a verificação da função motora através
de: observação dos movimentos espontâneos do paciente; observação da resposta
motora, resposta ao comando verbal, observação da fala, tipo de fala; postura (flexão,
extensão ou rotação dos membros). Outras avaliações incluem o exame pupilar, incluindo
tamanho e simetria (comparação do lado D e E), foto reação e simetria. A agitação
também é um item de avaliação, porque às vezes, a inquietação indica melhora do quadro
do paciente (recuperação de sua consciência). Entretanto, ela poderá ser também
resultado de má oxigenação cerebral. Ter-se á o cuidado de manter elevadas as grades
do leito e proteger o paciente contra superfícies duras, acolchoando-as. As contensões
no leito serão, na medida do possível, evitadas, pois deverão aumentar a agitação. Caso
o paciente tente retirar cateteres, será necessário enluvar suas mãos com ataduras de
crepom. A sedação exagerada será evitada, pois impedirá a avaliação do nível de
consciência.
A contraturas musculares devem ser observadas e registradas, a intensidade da
contratura (pequena, média, ou grande) e a duração da mesma. Os tremores são mais
comuns nas mãos, porém podem ser notados também na face e nos membros inferiores.
O sintoma cefaleia deve ser investigado quanto à localização, característica
(constritiva, em pontada). Relacionar a presença de cefaleia com variações de PA e de
nível de consciência.
As convulsões são indício de alterações agudas no SNC. Devem ser observadas
quanto à hora de início e término, onde começaram os movimentos ou rigidez, tipo de
movimento da parte comprometida. Ainda deve ser observado a presença de sintomas
ou alterações como arritmias, problemas respiratórios, alterações no tamanho pupilar,
emissão de urina ou fezes durante a convulsão, alteração no nível de consciência.
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2.4 Suporte Nutricional
Fonte:www.bibliomed.com.br
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A avaliação neurológica muitas vezes é iniciada com a aplicação da Escala de
Coma de Glasgow, onde se avalia a Abertura Ocular (AO), Melhor Resposta Verbal
(MRV) e Melhor Resposta Motora (MRM).
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala consagrada mundialmente e
amplamente utilizada na avaliação do rebaixamento do nível de consciência (RNC) e nas
observações clínicas de vítimas após Traumatismo Crânio Encefálico (TCE). Foi
publicada pela primeira vez em 1974 na Universidade de Glasgow, Escócia, por
Teasdale, Jennet.
A ECG é constituída por três parâmetros:
A pontuação mais alta e 15 e a mais baixa 3.
O resultado da ECG pode ser classificado segundo a gravidade:
ECG de 13-15= trauma leve;
ECG de 9-12= trauma moderado;
ECG < 8= trauma grave.
Para a avaliação da ECG inicial, o paciente já deverá ter sido estabilizado
(ressuscitação cardiorrespiratória inicial), sem estar hipotenso ou hipoxemico.
Para pacientes sedados não deve ser utilizado a ECG, indica-se a Escala de
Ramsay. Nos pacientes mais graves, especialmente nos quais o diagnóstico de morte
encefálica possa fazer parte do paciente do diagnóstico diferencial, são pesquisados os
principais reflexos de tronco: reflexo foto motor, direto e consensual (II e III pares
cranianos) e reflexo faríngeo e da tosse (IX e X pares cranianos).
A ECG determina as alterações do nível de consciência de maneira global, e os 4
demais parâmetros distinguem se o coma do paciente é devido à lesão hemisférica
cerebral, lesão de tronco cerebral ou causa metabólica, ou seja, definem se a alteração
é de origem estrutural ou metabólica.
Pacientes com risco de comprometimento ou deterioração neurológica podem
necessitar de monitorização neurológica. Normalmente pacientes com ECG < 8.
Com relação às implicações para a prática assistencial, não só da enfermagem,
mas também de toda a equipe multiprofissional de saúde, a uniformização da linguagem,
nesse particular, da ECG, por meio de códigos universalmente adotados, é um requisito
indispensável, seja para diagnósticos precisos de gravidade, seja para a evolução e
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prognóstico dos pacientes. Tal padronização, por sua vez, permitirá leituras confiáveis e
fidedignas nas pesquisas sobre resultados do trauma, subsidiando tanto programas de
prevenção como de assistência, em suas diferentes fases de intervenção, do pré-
hospitalar ao hospitalar e de reabilitação.
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2.8 Eletroencefalograma Contínuo (EEG contínuo)
Fonte: www.telemedicinamorsch.com.br
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Finalidade: permitir uma drenagem satisfatória do excesso de LCR
Indicação: Hipertensão intracraniana
Contraindicação: pressão intracraniana (PIC) normal
Material necessário:
Um suporte de soro;
Um rolo de esparadrapo ou fita adesiva;
Uma régua niveladora de pressão venosa central (PVC);
Uma régua graduada em centímetros;
Um par de luvas de procedimento.
Descrição da técnica:
1-Lavar as mãos
2-Reunir o material;
3-Preparar o cliente explicando a finalidade;
4-Erguer o estrado da cama com o cliente a 30° em decúbito dorsal;
5-Aproximar o suporte de soro próximo do leito com o cliente;
6-Calçar as luvas;
7-Com a régua graduada, medir 2,5 cm acima do conduto auditivo (forame de
Monro) e Marcar;
8-Segurar o coletor em uma das mãos pelo cordão junto do suporte de soro;
9-Nivelar a régua com a outra mão buscando o nível do ponto marcado;
10-Posicionar a outra extremidade da régua entre o número 8 e o número 9 da
escala graduada em centímetros do coletor de LCR ao suporte de soro;
11-Fazer o nível e fixar com esparadrapo ou fita adesiva ao suporte de soro;
12-Abrir a pinça da extensão de drenagem do coletor de LCR;
13-Organizar a unidade do cliente e deixá-lo confortável;
14-Retirar as luvas e lavar as mãos;
15-Fazer relatório de enfermagem descritivo registrando os fatos.
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3 TECNOLOGIA E ENFERMAGEM
Fonte: www.enfermagemxtecnologia.blogspot.com.br
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Fonte: www.reabvita.com.br
O enfermeiro deve estar atento, pois cuidados inadequados podem piorar o quadro
geral do paciente, agravando o quadro neurológico, podendo levar chegar à morte,
devendo estar capacitado para atender as necessidades desse tipo de paciente, um
paciente crítico que exige vigilância constante, e aplicando as intervenções necessárias
para a sua recuperação.
A avaliação neurológica realizada pelo enfermeiro no âmbito da UTI tema a
finalidade de identificar os sinais e sintomas relacionados ao desequilíbrio de funções
neurológicas e quais serão as suas implicações sobre as necessidades básicas do
sujeito. Esse planejamento das ações de enfermagem contribui para uma melhoria da
qualidade da assistência às vítimas, bem como possibilita um cuidado mais
individualizado.
Porém, a cultura hegemônica do modelo biomédico avigora as especialidades e a
centralidade na prática médica (diagnóstico e prescrição terapêutica médica) como sendo
o padrão de atendimento proporcionado aos usuários. A consequência desse ato implica
na precária valorização e integração de outros profissionais ao cuidado prestado, sempre
marginais ou secundários às ações médicas.
A Enfermagem precisa romper com essa lógica e fazer valer seus processos de
trabalho aplicados ao trabalho coletivo em saúde, pois a profissão detém vários
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instrumentos para aplicar em seu exercício profissional, como, por exemplo, o Processo
de Enfermagem que é o método recomendado para prática da sua assistência e
proporciona autonomia do Enfermeiro, possibilitando-o a intervir nos cuidados prestados
aos usuários, reconhecendo-se enquanto coparticipe e corresponsável na elaboração de
uma estratégia terapêutica coletiva.
Convém ressaltar que, na assistência em equipe, o cuidado deve ser centrado no
usuário dos serviços de saúde e em suas necessidades e não nas categorias
profissionais, pois a heterogeneidade de circunstâncias demanda respostas imediatas,
sob pena de expor a vida do paciente a riscos. Portanto, a integração dos profissionais
na busca de um objetivo comum torna-se essencial para que a assistência ao paciente
seja adequada e livre de riscos.
Experiências outras têm mostrado que um trabalho transdisciplinar colabora
sobremaneira para a recuperação dos sujeitos, uma vez que a unificação dos objetivos
favorecem à potencialização das estratégias de cuidado.
Por fim, o cuidado em enfermagem neurológica demanda um amplo conhecimento
por parte dos profissionais que prestam à assistência. Neste sentido, o Enfermeiro deve
estar capacitado e ser prudente, pois cuidados impróprios induzem a uma piora do quadro
geral do usuário.
Certamente, o conhecimento materializado na geração de dispositivos que
facilitem a assistência consiste na maior ferramenta para que haja a transformação de
atitudes e realidades.
Fonte: www.terapeutaquantico.blogspot.com.br
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3.5 Função intelectual
Pedir para o paciente repetir números, e fazer cálculos seguidos contar em ordem
inversa interpretar provérbios repetir nome de 3 objetos comuns pedir para enumerar
objetos com a letra “a”, por exemplo. Lesão córtex frontal-função intelectual superior
Afeto pode ser natural e uniforme irritadiço e raivoso ansioso, apático, insensível
ou eufórico alegria e tristeza afeto inapropriado com as palavras sua comunicação é
consistentes* com indícios não verbais.
3.8 Percepção
38
3.10 Impacto sobre o estilo de vida
(Tremores ou tiques)
Tônus muscular (Tensão presente no músculo em repouso)
Espasticidade (Tônus muscular aumentado)
Rigidez (resistência ao estiramento passivo)
Flacidez
39
4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PACIENTES PORTADORES DE LESÃO
NEUROLÓGICA
Fonte: www.cidadedoscuidados.pt
Abertura ocular
Espontâneo – 4
Ao comando verbal – 3
Há estimulação dolorosa – 2
Não abre - 1
Resposta verbal
Orientado e compactuando – 5
Desorientado e compactuando – 4
Palavras inapropriadas - 3
Sons incompreensíveis – 2
Não responde - 1
Resposta motora
Obedece – 6
Localiza a dor e retira o estímulo – 5
Localiza a dor – 4
Postura de decorticação – 3
Postura de descerebração (extensão) – 2
41
Não responde – 1
42
4.7 Observar distúrbios gastrointestinais
43
4.10 Controle de sinais vitais periodicamente
Fonte: www.enfermageandotc21.blogspot.com.br
Muitas vezes é necessário manter a Pressão arterial Média (PAM) um pouco mais
elevada, de forma a garantir uma Perfusão Cerebral adequada.
FÓRMULA: PPC = PAM – PIC
45
4.16 Cuidados com pacientes em trauma raquimedular
46
As ações de enfermagem planejadas é a chave para obter resultados positivos,
para assim manter e recuperar o cliente além de prevenir de outros riscos. O elemento
principal é a arte de cientifica de criar cuidados para resolver os problemas encontrados.
Pare ter um bom resultado no atendimento é necessário contar com a colaboração de
toda a equipe de enfermagem, para que seja dada a continuidade dos cuidados
prestados, possibilitado pelo processo de comunicação que constitui elo entre os
profissionais e o cliente. Todos os profissionais de saúde estão inter-relacionados no
processo, permitindo troca de informações, ideias, pensamentos e desenvolvimentos das
ações ao paciente e/ou família. O planejamento é executado pelo enfermeiro que, por
meio dos resultados esperados, coordena todos os cuidados que serão prescritos no
prontuário do cliente de uma forma sistematizada para padronização da pratica d
enfermagem.
47
BIBLIOGRAFIA
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enfermagem e intervenções terapêuticas em Unidade de Terapia Intensiva: estudo
comparativo entre pacientes idosos e não idosos. Acta Paul Enferm 2006; 19 (1): 28-
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