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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES........................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
PARALISIA CEREBRAL (PC)........................................................................................................ 10
CAPÍTULO 2
ESCLEROSE MÚLTIPLA (EM)....................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA)................................................................................. 16
UNIDADE II
PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS..... 18
CAPÍTULO 1
EPILEPSIA................................................................................................................................ 20
CAPÍTULO 2
HIDROCEFALIA........................................................................................................................ 27
CAPÍTULO 3
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC).................................................................................... 29
CAPÍTULO 4
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO DEVIDO À DOENÇA DE HUNTINGTON.................................. 31
CAPÍTULO 5
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO DEVIDO A LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA............................ 33
CAPÍTULO 6
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO DEVIDO À DOENÇA DE PARKINSON..................................... 35
CAPÍTULO 7
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO DEVIDO À DOENÇA DE ALZHEIMER...................................... 37
CAPÍTULO 8
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO VASCULAR........................................................................... 43
CAPÍTULO 9
TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO FRONTOTEMPORAL.............................................................. 46
UNIDADE III
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO................................................................................................. 49
CAPÍTULO 1
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (DI)................................................................................................. 49
CAPÍTULO 2
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH)............................................................................................ 53
CAPÍTULO 3
TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)............................................................................. 56
CAPÍTULO 4
TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DA APRENDIZAGEM.................................................................... 64
CAPÍTULO 5
TANV: TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM NÃO VERBAL............................................................. 72
UNIDADE IV
CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS
FREQUENTES EM AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO...................................................................................... 75
CAPÍTULO 1
GNOSIAS................................................................................................................................ 76
CAPÍTULO 2
PRAXIAS.................................................................................................................................. 79
CAPÍTULO 3
AFASIAS.................................................................................................................................. 82
CAPÍTULO 4
AMNÉSIA................................................................................................................................. 84
CAPÍTULO 5
DEPRESSÃO............................................................................................................................ 85
CAPÍTULO 6
TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR......................................................................................... 87
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 90
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Nesta apostila o leitor encontrará informações acerca de algumas das patologias oriundas
de alterações do Sistema Nervoso Central, tais como: Paralisia Cerebral, Esclerose
Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Epilepsia, Hidrocefalia, entre outros. Estas
são atendidas em ambulatório neurológico e, eventualmente, em outros ambulatórios
complementares para o tratamento.
Objetivo
» Transmitir conhecimentos sobre os diversos assuntos para que o aluno
possa perceber quais são aqueles que mais lhe agradam ou chamam a
atenção para futuro aprofundamento.
8
PARALISIA CEREBRAL UNIDADE I
E ESCLEROSES
Introdução
Neste primeiro momento, serão abordadas as patologias mais comuns decorrentes de
alterações em alguma região do Sistema Nervoso Central.
As artérias cerebrais têm a função de irrigar grandes áreas cerebrais, e danos nestas
artérias de maior calibre são facilmente identificados pelos pacientes e por seus
cuidadores, pois a sintomatologia é evidente.
9
Objetivos
» Compreender os aspectos gerais sobre Paralisia Cerebral, Esclerose
Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica.
CAPÍTULO 1
Paralisia Cerebral (PC)
A paralisia cerebral é uma deficiência que não altera a inteligência, mas pode afetar
membros de diferentes formas:
» duas pernas;
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PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES │ UNIDADE I
Já é sabido pela literatura que a limitação no desenvolvimento motor tem relação direta
com prejuízos no desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, a criança com paralisia
cerebral muito comumente apresenta quociente intelectual abaixo da faixa média para
sua idade.
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UNIDADE I │ PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES
» tremores.
12
CAPÍTULO 2
Esclerose Múltipla (EM)
» deterioração da mielina.
Figura 2. Desmielinização.
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UNIDADE I │ PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES
Em uma ou mais regiões também pode haver sensação de dor, hipoestesia ou parestesia.
Até o momento conta com uma ampla gama de opções terapêuticas bastante eficazes,
mas ainda é uma doença que não tem cura. O tratamento é feito com um neurologista
e tem o objetivo de evitar os picos de processo inflamatório. Mesmo com a medicação,
é possível que sintomas ainda sejam relatados, porém, em uma intensidade mais
abrandada. O estado emocional do indivíduo interfere significantemente em sua
percepção da doença e de seus sintomas.
É preciso investigar as queixas a fundo, a fim de entender quais são suas causas.
Por exemplo: se o paciente informa estar triste, é importante averiguar se ele tem
vontade de realizar as atividades que fazia antes da doença. Em caso negativo, pode-se
investigar sobre a probabilidade de uma depressão. Caso o indivíduo tenha interesse,
mas apresente extremo cansaço, talvez se trate de uma fadiga física.
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PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES │ UNIDADE I
de intervalos para descanso mais frequentes, para que os patrões saibam como é a
melhor maneira de extrair o melhor rendimento deste profissional, evitando julgar a
doença como uma preguiça ou má vontade, o que pode interferir negativamente em
uma avaliação de desempenho.
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CAPÍTULO 3
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Sendo assim, é um paciente com dificuldade para engolir alimentos, o que pode acarretar
em desnutrição, se não for devidamente assistido; não consegue se expressar de forma
suficiente a ser compreendido com facilidade, o que pode gerar frustrações emocionais.
Também podem apresentar fraquezas na musculatura respiratória, o que é uma causa
comum de morte dos pacientes acometidos com ELA.
» endurecimento muscular;
» atrofia muscular;
» cãibras;
» tremor muscular;
» espasmos;
O início dos sintomas ocorre próximo aos 54 anos, abruptamente e com sobrevida média
de 3 a 5 anos. É uma doença que ainda não tem cura. Metade dos pacientes morre em 30
meses e 20% pode sobreviver de 5 a 10 anos. O tratamento é majoritariamente médico,
mas com melhor eficácia se houver cuidado multidisciplinar abrangendo os serviços de
psicoterapia, fonoaudiologia, fisioterapia e acompanhamento nutricional.
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PARALISIA CEREBRAL E ESCLEROSES │ UNIDADE I
Com as dificuldades motoras progressivas, é natural que o paciente vá tendo cada vez
mais dificuldade funcional e torne-se dependente para atividades diárias. A somatória
das incapacidades e da extrema dependência comumente geram irritabilidade,
sintomas ansiosos e depressivos no paciente, o que pode acarretar em conflitos com os
familiares ou cuidadores que lhe auxiliam, caso estes não tenham estrutura emocional
suficientemente fortalecida para lidar com o doente. Neste sentido, a psicoterapia,
sendo individual ou familiar, é indicada como suporte para a dinâmica familiar e melhor
qualidade de vida dos envolvidos.
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PATOLOGIAS FREQUENTES
EM AMBULATÓRIO
NEUROLÓGICO UNIDADE II
E TRANSTORNOS
NEUROCOGNITIVOS
Introdução
O neuropsicólogo que trabalha com maior proximidade a serviços neurológicos, com
frequência vai receber encaminhamentos de casos de pacientes acometidos com
Epilepsia e decorrentes de Acidentes Vasculares.
Alguns transtornos são reversíveis, tais como os ocasionados por drogas, questões
emocionais, metabólicas, endócrinas, nutricionais, cardiovasculares, infecciosas. Ao
tratar a origem, os sintomas “demenciais” também deixam de se apresentar.
Outros casos não têm reversibilidade, tais como o Transtorno Neurocognitivo devido à
doença de Alzheimer, o Transtorno Neurocognitivo Vascular, Transtorno Neurocognitivo
Frontotemporal, entre outros. O melhor tratamento para adiar a progressão da maioria
destes transtornos é aliar medicação com reabilitação neuropsicológica.
Objetivos
» Elucidar sobre patologias mais comuns de ambulatório neurológico com
demanda de avaliação neuropsicológica.
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CAPÍTULO 1
Epilepsia
É importante frisar que crise não é sinônimo de convulsão, pois pode haver crise que não
seja convulsiva. Convulsões são especificamente as crises com manifestação motora,
em que há episódios de contração muscular excessiva ou anormal.
As crises parciais ou focais são as mais comuns. Têm origem em redes neuronais
específicas de um dos hemisférios cerebrais e podem se originar em estruturas
subcorticais.
» As crises parciais simples têm início súbito, com duração breve e não há
perda da consciência. Nem sempre apresenta sintomas e pode ser seguida
de uma fraqueza transitória.
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
Dentre as crises generalizadas, existe a crise de ausência, a crise tônica, a crise clônica,
a crise tônico-clônica (mais comum) e a crise mioclônica, descritas a seguir:
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
Sabe-se que as crises vão ocasionar sintomas de acordo com a região envolvida.
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
Ao atender um indivíduo com epilepsia, é importante que, tanto paciente quanto seus
familiares, sejam orientados quanto à necessidade de ingestão medicamentosa correta
e manutenção das consultas com neurologista, mesmo na ausência das crises.
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
orientando para possíveis atividades que podem ser realizadas em seu cotidiano. A
avaliação pode, também, fazer acompanhamento da evolução do indivíduo.
Uma sugestão para esta situação é que os resultados abaixo da média sejam apresentados
na cor vermelha e aqueles na faixa média, ou acima desta, em verde. A autora enfatiza
que, para os pacientes, é importante manter a prática de entregar um relatório descritivo
e fazer as devidas orientações.
É sempre importante lembrar que o neuropsicólogo é livre para escolher suas técnicas
avaliativas, mas também precisa estar bastante esclarecido sobre o diagnóstico e suas
variações, inclusive quanto aos fatores que podem interferir na execução de uma tarefa.
Como os testes e outros instrumentos não são absolutos, devem ser interpretados
dentro do contexto, pois nada substitui o raciocínio clínico.
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
» tentar virar a cabeça do indivíduo para o lado, para que a saliva não
impeça a respiração;
» não colocar nada na boca na pessoa, nem objeto nem nada líquido;
2. Coloque a pessoa de lado, com a cabeça baixa, de modo que a saliva possa
escorrer para fora da boca.
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
4. Ponha qualquer coisa macia debaixo da cabeça da pessoa. Pode ser sua
mão ou sua perna, impedindo-a de bater a cabeça no chão ou em objetos
próximos.
É muito comum a pessoa ficar constrangida, principalmente se tiver muita gente olhando.
Neste caso, reações hostis, como uma defesa do ego, podem ocorrer. É importante que
a pessoa seja respeitada, caso não queira conversar após a crise ou não queira ajuda.
3. Não lhe dê NADA para beber (nunca dê líquidos a alguém que está
inconsciente).
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CAPÍTULO 2
Hidrocefalia
O líquido que envolve e circula pelo Sistema Nervoso Central é chamado de líquor. Este
é produzido no cérebro pelo plexo coroide. O cérebro saudável produz uma gota de
líquor a cada dez segundos, em média. Ao ser produzido, passa pelo ventrículo lateral,
depois pelo forame de Monro, pelo 3o ventrículo, pelo aqueduto, pelo 4o ventrículo e,
por último, é absorvido nas granulações.
Caso ocorra algum incidente cerebral, seja uma infecção nas granulações ou
traumatismo craniano, um AVC... em que haja sangramento que se misture ao
líquor, esse sangramento vai circular junto ao líquor e, ao chegar nas granulações, vai
entupi-las. Entupindo, o líquor não pode ser absorvido. Sendo assim, fica excedente,
pois o cérebro continua produzindo. A Hidrocefalia é o acúmulo de líquor no cérebro.
Figura 8. Hidrocefalia.
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
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CAPÍTULO 3
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
Sabemos que o oxigênio é transportado pelo sangue. Sendo assim, as células nervosas
da área afetada ficam privadas de oxigênio, o que impede seu funcionamento. Com isto,
a parte do corpo que é controlada por estas células também sofre impacto, apresentando
fraquezas ou incapacidade de funcionar. Pode ocorrer, ainda, perda da consciência, do
funcionamento cerebral como um todo, sendo a causa mais comum de incapacidade
e morte. A maior incidência é em idosos, hipertensos, diabéticos, fumantes e pessoas
com colesterol alto.
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CAPÍTULO 4
Transtorno Neurocognitivo devido à
doença de Huntington
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
O neuropsicólogo que trabalhar atendendo a esta condição deve saber que o prejuízo
motor acaba produzindo uma disartria (produção da fala), sendo de difícil compreensão.
Perdas de memória também são frequentes.
A orientação familiar deve ser constante, inclusive procurando acolher as angústias dos
familiares e cuidadores, que precisam estar em boas condições físicas e de estrutura
emocional para que possam cuidar deste doente com menos cansaço e evitando a
sobrecarga, tão comum em cuidadores.
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CAPÍTULO 5
Transtorno Neurocognitivo devido a
lesão cerebral traumática
» perda de consciência;
» amnésia pós-traumática;
» desorientação e confusão;
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
variados, tais como atenção, funções executivas, memória e cognição social (capacidade
de julgamento e comportamento social desajustados). Em uma lesão mais grave, com
hemorragia intracraniana, por exemplo, os prejuízos também são mais acentuados,
como afasia, dispraxia construtiva, entre outros.
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CAPÍTULO 6
Transtorno Neurocognitivo devido à
doença de Parkinson
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
Geralmente, o comprometimento motor está presente há, pelo menos, um ano antes do
início do declínio cognitivo, que tem desenvolvimento gradual. Quanto maior a idade de
início da doença de Parkinson, maiores são as chances de desenvolvimento de doença
concomitante.
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CAPÍTULO 7
Transtorno Neurocognitivo devido à
doença de Alzheimer
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
O idoso nesta fase é mais sonolento, repetitivo com a fala e com atitudes (abre e fecha
gavetas, dobra e desdobra roupas...), pode apresentar sinais psicóticos (delírios,
alucinações e ilusões) e perde o interesse por atividades das quais gostava antes. É um
paciente que pode relatar que alguém em sua residência está roubando seu dinheiro
(sendo que talvez esqueceu onde o guardou), que os familiares estão combinando sua
internação para ficar com seus bens, entre outros.
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
A rigidez muscular e a alteração de postura estão mais acentuadas e podem, ainda, surgir
tremores e crises epiléticas. Muito frequentemente, os idosos nesta fase apresentam
incontinência urinária e fecal e certa perda de resposta à dor.
O indivíduo nesta etapa já não se tem mais a preservação das capacidades automáticas
adquiridas, como tomar banho, vestir-se sozinho, andar ou comer (incluindo pegar a
comida com os talheres, levar a comida à boca, mastigar e deglutir).
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CAPÍTULO 8
Transtorno Neurocognitivo Vascular
» infartos lacunares;
» angiopatia amiloide;
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
De acordo com critérios do DSM-V, para a doença ser classificada como Transtorno
Neurocognitivo vascular leve é necessário um só acidente vascular cerebral ou doença
extensa da substância branca. Para ser caracterizado como Transtorno Neurocognitivo
vascular maior, é preciso que tenha ocorrido, pelo menos, um dentre estes eventos:
Os sintomas iniciais são variados, pois dependem da localização da lesão. É muito comum
que o paciente tenha complicações vasculares associadas, como “hipertensão arterial,
sopro carotídeo, doença cardiovascular, diabete e dislipidemias” (DALGALARRONDO,
2008). A maior prevenção é a boa saúde cardiovascular.
Nos três meses após um acidente vascular cerebral, 20 a 30% dos indivíduos apresentam
falhas cognitivas, motoras e na funcionalidade. Posteriormente, o paciente passa a ter
menor controle do corpo, sendo comum ocorrer distúrbio de marcha, com quedas
frequentes, dificuldade de movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo,
dificuldade na fala ou na articulação das palavras, déficit visual de uma parte do campo
visual e incontinência urinária nos estágios mais avançados.
É comum escutar os familiares relatarem que o paciente “de um dia para o outro
começou a...” falar com a boca torta, ter dificuldade para segurar um talher ou se perder
no trânsito, por exemplo.
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
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CAPÍTULO 9
Transtorno Neurocognitivo
Frontotemporal
Como existem diversas funções a serem, reguladas pelos dois lobos mais envolvidos, há
variâncias na apresentação dos sintomas. O DSM-V subdivide a doença em dois grupos,
sendo um grupo denominado de Transtorno Neurocognitivo frontotemporal de variante
(ou subtipo) comportamental, e o outro Transtorno Neurocognitivo frontotemporal de
variante (ou subtipo) linguística.
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PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ PATOLOGIAS FREQUENTES EM AMBULATÓRIO NEUROLÓGICO E TRANSTORNOS NEUROCOGNITIVOS
Existem várias técnicas utilizadas para realizar o diagnóstico tais como, imagiologia
cerebral, eletroencefalograma ou testes neuropsicológicos, que podem auxiliar na
caracterização da doença.
Ainda não existe cura para o Transtorno. O que se pode fazer é cuidar dos sintomas
secundários, como a depressão, podem ser aliviados pela psicoterapia e/ou medicação.
Os profissionais da saúde têm o papel de fornecer conhecimentos sobre a doença,
incluindo os motivos pelos quais a pessoa se comporta de determinada maneira. Assim,
os familiares podem auxiliar o paciente a lidar com seus sintomas em vez de insistir
para que se comporte de tal maneira, evitando maiores conflitos.
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TRANSTORNOS DO UNIDADE III
DESENVOLVIMENTO
Introdução
Serão descritas brevemente às características de algumas patologias ocorridas ao longo
do desenvolvimento infantil. Faz-se importante que o neuropsicólogo as conheça
para que possa identificar em uma avaliação e auxiliar a família orientando quanto às
possibilidades e limitações desta criança, inclusive acolhendo os variados sentimentos e
expectativas destes familiares, auxiliando-os a olhar esta criança com uma aproximação
mais fidedigna de suas reais condições.
Objetivos
» Fornecer informações sobre Deficiência intelectual.
CAPÍTULO 1
Deficiência Intelectual (DI)
1. funcionamento intelectual;
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UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Para que o diagnóstico seja caracterizado, ambos os déficits precisam ser existentes
desde o período de desenvolvimento, sendo necessário auxílio constante para que o
indivíduo possa desempenhar as atividades de vida diária para lidar com as demandas
externas, seja em casa, na escola, no trabalho ou outro ambiente.
Os déficits intelectuais devem ser averiguados tanto pela avaliação clínica quanto
por testes de inteligência padronizados, individualizados e adequados culturalmente
e psicometricamente. A avaliação deve englobar a mensuração do quociente de
inteligência (QI), a capacidade de “raciocínio, solução de problemas, planejamento,
pensamento abstrato, juízo” (DSM-V) e a aprendizagem.
Os graus de deficiência intelectual variam, passando por dificuldades leves para se ajustar
a situações novas (mas podendo ser educáveis), à falta de percepção sobre situações em
que pode por sua vida em perigo (como querer soltar a mão dos pais/responsáveis e
querer atravessar a rua rapidamente e sem olhar), crises de agressividade (inclusive
autoagressividade, como morder as unhas até produzir ferimentos, por exemplo) e
persistência de reflexos primitivos devido à imaturidade do SNC.
50
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
Citamos aqui dois exemplos para ilustrar como este aproveitamento dos recursos
intelectuais pode ser feito, mesmo com a presença marcante de déficits cognitivos em
indivíduos adultos, em idade produtiva laboralmente:
51
UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
2. Síndrome de Down;
3. Síndrome do X-Frágil;
4. Microcefalia;
7. Síndrome de Angelman.
52
CAPÍTULO 2
Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade (TDAH)
53
UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
O indivíduo com TDAH tem maior busca por novidades. Diante de situações novas,
estimulantes ou desafiadoras (como os jogos de videogame, por exemplo) a criança é
capaz de controlar seus sintomas com esforço voluntário por algum tempo.
Pessoas com TDAH tem maior dificuldade em concluir seus objetivos, iniciando vários
projetos, mas que não chegam ao final, incluindo os âmbitos acadêmico, profissional
e relacionamento afetivo. Apresentam maior envolvimento em acidentes de trânsito,
mais multas por excesso de velocidade e perdem seus objetos com mais frequência do
que indivíduos sem este acometimento.
54
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
55
CAPÍTULO 3
Transtornos do Espectro Autista (TEA)
Nova nomenclatura
Haviam muitos sujeitos que, apesar de apresentarem claros traços de autismo, não se
encaixavam em nenhuma destas subcategorias, ou não se encaixavam em apenas uma,
ou ainda, sujeitos com um quadro mais leve eram encaixados na mesma subcategoria
que sujeitos com quadro grave. Daí o motivo desta forma anterior de classificação ter
caído por terra.
56
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
são influenciados por variáveis ambientais, como: a história de vida, o contexto social e
as estimulações do ambiente. É preciso considerar a singularidade de cada caso.
Definição
Não se sabe exatamente quais são as causas do autismo, entretanto pode-se enumerar
diversos fatores de risco que parecem favorecer o desenvolvimento destas condições,
são eles:
1. Fatores Genéticos:
2. Fatores Ambientais:
Foi levantada a hipótese de que alguns casos de autismo podem ter sido
causados por fatores ambientais capazes de interferir no desenvolvimento
cerebral do bebê, durante o período gestacional, como por exemplo,
doenças congênitas, rubéola, encefalites, meningites, uso de drogas, má
nutrição materna, dentre outros.
Comportamentos relacionados:
57
UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Comportamentos relacionados:
58
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
Como já foi citado anteriormente, as formas de apresentação dos TEA irão variar muito
de pessoa para pessoa, tanto em quantidade, como em intensidade dos sintomas (mais
grave ou mais sutil). É o conjunto desses sintomas e o seu grau de comprometimento
na qualidade de vida da pessoa que irá definir a gravidade do TEA.
59
UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
» ENRIQUECIMENTO DO AMBIENTE
» MEDICAÇÃO
60
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
» TERAPIA ABA
» FONOAUDIOLOGIA
» TERAPIA OCUPACIONAL
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UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
» MÉTODO TEACCH
» MÉTODO PECS
» MÉTODO FLOORTIME
» MEDIADOR ESCOLAR
» ESPORTES
62
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
» GRUPOS DE APOIO
Quanto mais cedo intervenções como estas forem feitas, melhor para o prognóstico e
qualidade de vida do indivíduo.
63
CAPÍTULO 4
Transtornos específicos da
Aprendizagem
Para alguns alunos, aprender na maneira como a escola ensina (ensino formal) flui de
uma forma natural, suas habilidades são desenvolvidas em consonância com o que é
ensinado na escola. Mas esta não é a realidade de todos. Muitos alunos apresentam
dificuldades em aprender algumas disciplinas da forma esperada e isso pode ocorrer por
diversos motivos, tais como: falta de interesse/motivação, atraso no desenvolvimento
cognitivo global, problemas de atenção, TDAH, deficiência visual ou auditiva, déficit
no Processamento Auditivo Central (PAC), dificuldade em entender o que está sendo
pedido, problemas familiares e emocionais ou, ainda, por um Transtorno Específico
da Aprendizagem, que é o que nós vamos estudar agora. Os Transtornos Específicos
da Aprendizagem, segundo o DSM-V, envolvem 3 modalidades:
Dislexia
A dislexia, assim como os outros Transtornos Específicos da Aprendizagem, é uma
alteração do neurodesenvolvimento, de origem neurobiológica, que compromete a
capacidade do cérebro de perceber e processar certos tipos de informação com eficiência
e exatidão. A dislexia é caracterizada por uma dificuldade na habilidade de leitura e
64
TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
de tradução dos sons em letras e das letras em seus sons. Em outras palavras, o que
acontece é que a pessoa não consegue entender muito bem que cada palavra é formada
por partes menores (sons de letras e sons de sílabas que se juntam) e não percebe que
novas palavras podem ser formadas quando sons são acrescentados, tirados, invertidos
ou substituídos nas palavras. Ou seja, há uma incapacidade naquilo que aprendemos na
disciplina de Funções Cognitivas, como sendo a “consciência fonológica”. Lembram-se?
Por ter essa dificuldade no âmbito da decifração dos códigos escritos (leitura), a pessoa
com Dislexia, consequentemente, também apresentará dificuldades na escrita.
É importante ressaltar que, por mais que o disléxico tenha potencial para entender e
assimilar o conteúdo acadêmico, se este for passado através da leitura, ele não vai ter
um bom rendimento. Como o nosso sistema escolar é totalmente baseado na leitura, o
disléxico tenderá a ter prejuízo em todas as disciplinas.
65
UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Diagnóstico
Abaixo você pode conferir o que os critérios diagnósticos para transtornos específicos
da aprendizagem incluem:
Leitura lenta e incorreta de palavras e feita sob Lê palavras isoladas em voz alta de forma lenta, incorreta ou hesitante; frequentemente
esforço. “advinha” palavras.
Dificuldade de compreender o significado do que Pode ler corretamente um texto, porém não entende a sequência, as relações, as inferências
é lido. ou os sentidos mais profundos do que foi lido.
Dificuldades de soletração. Pode acrescentar, omitir ou substituir vogais ou consoantes.
Dificuldade de expressão escrita. Frases apresentando múltiplos erros de gramática ou pontuação, organização inadequada dos
parágrafos, pouca clareza ao expressar as ideias apor meio da escrita.
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TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
Dificuldades no domínio do senso numérico, dos Tem pouco conhecimento dos números, sua magnitude e a relação entre eles; se perde no
fatos numéricos ou cálculos meio de uma conta, podendo confundir os procedimentos.
Dificuldades no raciocínio matemático. Demonstra muita dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou procedimentos matemáticos para
resolver problemas quantitativos.
Fonte: Instituto ABCD, 2015.
PERCEPÇÕES COTIDIANAS:
Identificar os dias da semana e os meses do ano (noção de tempo).
Reproduzir uma história na sequência correta.
Seguir ordens e rotinas.
Desenvolver a noção de orientação espacial (confusão com localização e direções).
Inverter os pés ao calçar sapatos ou confundir direita/esquerda, em cima/ embaixo (lateralidade).
Perceber o esquema corporal.
Lidar com padrões de sons que se repetem (acompanhar o ritmo de uma música)
Aprender canções com rima.
LINGUAGEM:
Demonstrar atraso na aquisição da fala.
Persistir em uma fala infantilizada.
Trocar sons ao pronunciar determinadas palavras.
Demonstrar dificuldades para nomear objetos.
Utilizar expressões amplas “lá, naquela lugar”.
Usar substitutos “coisa”, “negócio”, “treco”.
Substituir palavras semanticamente parecidas (falar cadeira ao invés de poltrona).
ATIVIDADES CORPORAIS
Dificuldade para amarrar cadarço de sapatos.
Falta de precisão para agarrar objetos arremessados no ar.
SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM LEITURA E ESCRITA:
Assistir a um filme com legenda.
Aprender um novo idioma.
Fonte: Instituto ABCD, 2015.
Tratamento
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UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Discalculia
A discalculia é um transtorno específico da aprendizagem caracterizado por déficits
no processamento de informações numéricas, que envolvem habilidades como:
compreender o conceito de número e manipulá-los mentalmente, contar, aprender
os sistemas cardinais e ordinais, completar sequências de números, compreender
o significado dos sinais das 4 operações básicas (+, -, x, ÷) e da igualdade (=);
reconhecer princípios de medidas, reconhecer valores de moedas, entender fatos
aritméticos, compreensão das horas, dentre outros. Por ser um transtorno específico
de aprendizagem, a discalculia tem muitas características em comum com a dislexia.
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TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
Além disso, a discalculia também não significa prejuízo do intelecto, mas apenas uma
disfunção em alguns processos cognitivos ligados às capacidades matemáticas. Pessoas
com discalculia podem apresentar altas habilidades em áreas do conhecimento que
não estejam diretamente ligadas à matemática, como as artes, as profissões da área de
humanas etc.
Diagnóstico
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UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Tratamento
Disgrafia e disortografia
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TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
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CAPÍTULO 5
TANV: Transtorno de aprendizagem não
verbal
» Psicomotricidade:
› dificuldades de equilíbrio;
› imaginação deficitária.
» Sócioemocional:
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TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO │ UNIDADE III
O que é?
Distúrbio de Aprendizagem Não Verbal é uma deficiência neurológica,
generalizada, que é causada por danos no circuito cerebral.
Áreas de déficit:
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UNIDADE III │ TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Diagnóstico
O diagnóstico só pode ser efetuado se este distúrbio estiver causando prejuízos sociais
no indivíduo. Caso esteja, o procedimento a ser seguido é o mesmo dos transtornos
específicos da aprendizagem.
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CONCEITOS E
CONSIDERAÇÕES GERAIS UNIDADE
SOBRE AGNOSIA, APRAXIA,
AFASIA E AMNÉSIA E IV
PATOLOGIAS FREQUENTES EM
AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO
Introdução
Esta Unidade apresentará aos estudantes algumas das alterações neurológicas que o
paciente pode apresentar e que não são tão comumente abordadas pelo senso comum ou
em reportagens. Por vezes os pacientes se sentem desajustados do meio em que vivem,
mas não compreendem o porquê, pois não percebem suas limitações. Os familiares
também sentem dificuldades e lidar com este membro adoentado.
Objetivos
» Prover informações básicas acerca das Agnosias, Apraxias, Afasias e
Amnésia.
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» Auxiliar o aluno a ter um olhar diferenciado para o paciente com
Depressão ou Transtorno Bipolar do Humor, auxiliando no raciocínio
clínico, inclusive para manejo de psicoterapia ou elaboração do programa
de reabilitação neuropsicológica, quando indicados.
CAPÍTULO 1
Gnosias
O primeiro contato do organismo humano com o meio externo se dá por meio dos
órgãos dos sentidos (tato, visão, olfato, paladar e audição). Estando estes saudáveis, a
próxima etapa é a decodificação dos estímulos, processo que vai transformar o estímulo
em uma sensação perceptível.
» tato: primeiro ocorre o contato da pele com a água, para depois o cérebro
decodificar que a água está fria.
Sabemos que há casos em que algum dos órgãos dos sentidos não está em pleno
funcionamento das vias receptoras dos estímulos. Quando a pele está queimada, por
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO │ UNIDADE IV
Também pode haver pleno funcionamento das vias receptoras dos estímulos, mas
ocorrer falhas na decodificação dos mesmos. Sendo assim, a pessoa pode receber os
estímulos visuais, mas não ser capaz de identificar que aquele objeto que vê é uma
escova de dentes, por exemplo. Este distúrbio do reconhecimento (de objetos, odores,
sons, pessoas, formas...) sem prejuízo do sentido específico (ou sem prejuízo mnéstico)
é chamado de agnosia.
» tátil: ao tocar, não percebe que a panela está quente e pode queimar;
há dificuldade no reconhecimento de formatos, não sabendo distinguir o
que é uma maçã de um abacaxi, por exemplo;
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
UNIDADE IV │ AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO
A pessoa é capaz de identificar que há um objeto diante de seus olhos (ou um alimento na
boca), mas não é capaz de identificar que objeto ou alimento é aquele. Em alguns casos,
as pessoas são capazes de reconhecer visualmente o objeto, mas não sabem informar
ao certo qual é a utilidade, mesmo que saibam utilizá-lo na vida real. A dificuldade é em
descrever o uso.
Por exemplo: a pessoa pode estar diante de uma escova de dentes, ser capaz de nomear,
ou seja, dizer que o nome daquele objeto é “escova de dentes”, mas, ao ser questionada
sobre a finalidade da escova de dentes, não sabe informar. Mesmo assim, a pessoa pode
pegar a escova e utilizá-la para escovar seus dentes.
Este tipo de dificuldade não deve ser confundida com dificuldades de memória, pois,
aqui, a dificuldade é no processo gnóstico, ou seja, de percepção ou de associação
concomitante ao funcionamento saudável das vias sensoriais primárias receptoras de
estímulos.
Em certos casos o paciente pode se colocar em risco, ingerindo comida podre ou não
ouvindo a buzina de um carro que alerta para que não atravesse a rua; ou colocar em
risco a vida de outros, caso não perceba o cheiro de queimado, por exemplo.
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CAPÍTULO 2
Praxias
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
UNIDADE IV │ AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO
» presença de agnosias;
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO │ UNIDADE IV
» desatenção;
» dificuldade de compreensão.
O avaliador precisa se certificar de que o paciente entende o que precisa fazer e que
há registro sobre o que está sendo solicitado, não exigindo do paciente que realize
movimento que nunca realizou anteriormente.
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CAPÍTULO 3
Afasias
O termo afasia está relacionado as alterações da fala. Algumas das principais causas
estão relacionadas às isquemias na região da artéria cerebral média. Há diversos
subtipos de afasias, cada qual com sua particularidade. As principais limitações podem
permear entre:
» repetição;
» redução da fluência;
» parafasias.
» fluência;
» repetição;
» articulação;
» fonologia;
» sintaxe.
A afasia de Wernicke também é bastante comum entre as afasias, sendo permeada por
profunda alteração da compreensão verbal. A expressividade tende a ser logorreia,
em que o paciente fala aleatoriamente e sem conexão com aquilo que lhe foi dito.
As alterações cerebrais estão correspondentes aos giros medial e superior.
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO │ UNIDADE IV
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CAPÍTULO 4
Amnésia
Figura 37.
É importante que um cuidador de convívio seja ativo no tratamento, para que possa
repetir a ele estas informações com frequência, até que sejam internalizadas. A partir
de então, podem-se trabalhar outros aspectos relacionados à sua autonomia.
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CAPÍTULO 5
Depressão
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UNIDADE IV │ AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO
Muitas vezes os quadros de depressão são subestimados pelos pacientes e/ou seus
familiares, que acabam não dando importância aos sintomas. Consequentemente, são
subdiagnosticados e subtratados, o que contribui para a diminuição da qualidade de
vida do paciente.
Em alguns casos o paciente não mantém a atenção em alerta o suficiente para registrar
as informações que lhe são apresentadas. Em testes de memória, é comum que seu
desempenho seja limitado na evocação imediata, mas que não perca muitas informações
na etapa de evocação tardia. A diminuição da quantidade de elementos evocados na
etapa imediata ocorre por redução da atenção. E, como a memória está preservada, o
que ficou registrado é facilmente evocado na etapa de avaliação da memória tardia.
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CAPÍTULO 6
Transtorno Bipolar do Humor
O transtorno bipolar é uma doença mental caracterizada por alterações de humor que
se manifestam pela alternância entre episódios depressivos e de euforia em diversos
graus de intensidade. Quanto mais episódios a pessoa tiver, maior será sua deterioração
cognitiva. Os períodos de remissão são bastante frequentes e, quando o paciente está
eutímico, as alterações psicopatológicas mais intensas regridem.
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CONCEITOS E CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGNOSIA, APRAXIA, AFASIA E AMNÉSIA E PATOLOGIAS FREQUÊNTES EM
UNIDADE IV │ AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO
No DSM-V há uma advertência importante que deve ser observada durante o processo
de avaliação, especificamente na fase da entrevista, sobre a cautela que se deve ter
para “não confundir sintomas de mania com sintomas de abusos de drogas ou efeitos
colaterais de medicamentos (p. ex., esteroides, L-dopa, antidepressivos, estimulantes)”.
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AMBULATÓRIO PSIQUIÁTRICO │ UNIDADE IV
Considerações finais
Espera-se que, neste ponto, o aluno tenha adquirido informações importantes para
ser capaz de identificar algumas das patologias que se encontra mais frequentemente
no atendimento em neuropsicologia, especialmente em contexto de comunicação com
outros profissionais da saúde. Este atendimento holístico traz uma vasta gama de
benefícios ao paciente e deve ser sempre incentivado.
Ao ter conhecimento do conteúdo abordado nesta apostila, o aluno pode ter uma
maior aproximação de quais áreas teve mais interesse e que pode aprofundar seus
conhecimentos, contribuir com a comunidade científica por meio de pesquisas e cuidar
de seus pacientes com olhar mais embasado.
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Referências
Haase, V. G.; Antunes, A. M.; Bertola, L.; Paula, J. J.; Abreu, N.; Malloy-Diniz, L. F.
Método anatomoclínico na interpretação dos resultados das investigações clínicas:
síndromes demenciais do idoso. In.: Malloy-Diniz, Fuentes e Cosenza. Neuropsicologia
do envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Kessing, L.V.; Nilsson, F.M. (2003). Increased risk of developing dementia in patients
with major affective disorders compared to patients with other medical illnesses. J
Affect Disord, 73, 261-269
Tabaquim, M., L., M.; Joaquim, R., M. Funções neuropsicológicas na paralisia cerebral.
Arch Health Invest (2013) 2(5): 40-46.
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