Você está na página 1de 8

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA DE PSICOFISIOLOGIA
Profa. Liana Praça

Equipe:

Juliana Maciel de Brito – 202008531535

Daniel Braga – 202008506824

ESTUDO DIRIGIDO – AV2

1. Explique como ocorre o processamento do pensamento, e relacione com as estruturas


cerebrais envolvidas.

R: Inicialmente, por meio da Sensação, há a recepção dos estímulos do ambiente e


ativação dos receptores sensoriais. Na sequência, tais estímulos são Percebidos e
interpretados, ocorrendo uma análise integrada dessas sensações, que ocorrem na área
de associação do Córtex Parieto temporo occipital. Posteriormente, tais informações
sensoriais são enviadas ao Córtex Pré Frontal, que reúne tais informações as integrando
com experiências emocionais vivenciadas e memórias (evocando o Córtex Límbico),
para a posterior formulação da Imagem Mental. Assim, todos esses objetos mentais se
conectam e o desenvolvimento desse fluxo é denominado de Pensamento.

A área específica do Pensamento localiza-se no Córtex Pré Frontal. O pensamento é


uma conexão entre essas três grandes áreas cerebrais, que são as áreas de associação:
Córtex Pré-Frontal, Córtex Parieto-temporo-occipital e Córtex Límbico.

O Córtex Pré-Frontal atua no pensamento por meio de suas funções cognitivas e


motoras. O Córtex Parieto-tempor-occipital atua por meio das funções sensoriais e
linguagem (mesmo a não falada) e o Córtex Límbico, por meio da memória, emoções e
aspectos motivacionais.

2. Liste as estruturas cerebrais que participam da formação da linguagem.

R: São elas:

- Córtex Visual primário;


- Área de associação visual;

- Lobo Temporal (Área de Wernicke);

- Lobo Frontal (Área de Broca);

- Córtex Motor Primário e Nervos Cranianos (IX, XII).

3. Sobre afasias, responda:

a. O que são afasias?

R: É a perda ou prejuízo da linguagem causada por disfunções em regiões específicas do


cérebro, assim como também a perda parcial ou completa da capacidade de
compreensão ou expressão da palavra (falada ou escrita). A Afasia pode ser causada
também por tumor, trauma de crânio, infecção no sistema nervoso central, congênitas,
esquizofrenia, distúrbios do afeto e pensamento.

b. Como são classificadas? Defina cada tipo, citando um exemplo.

R: Existem as Afasias Não Fluentes, onde pessoas com afasias não fluentes podem
entender o que as outras pessoas dizem melhor do que podem se expressar. Os pacientes
geralmente estão conscientes das suas dificuldades em se comunicar e podem ficar
frustrados e irritados. As afasias não fluentes podem apresentar fraqueza ou paralisia do
lado direito do corpo. Nesse caso podemos citar a Afasia de Broca ou Afasia Motora
como exemplo, onde o indivíduo torna-se Incapaz de articular frases completas, há
alteração da melodia da fala (disprosódia), diminuição do volume da fala (hipofonia),
incapacidade de nomear objetos, assim como a pessoa apresenta aspectos de
compreensão normais, repetição verbal ruim, porém melhor que a fluência e dislexia
profunda e associação com hemiparesia direita, apraxias, hemianestesia direita e
alteração do campo visual à direita.

As Afasias Fluentes, por usa vez, podem falar com facilidade e com fluência,
geralmente se expressam com frases longas e complexas que muitas vezes não fazem
sentido no contexto da conversa, ou incluem palavras incompreensíveis, incorretas e
desnecessárias. Podemos destacar a Afasia de Wernicke ou Afasia Sensorial, que se
caracteriza por: comunicação verbal preservada: ritmo e melodia, fluência verbal
normal porém mal elaborada como “palavras sem sentido” e neologismos, repetição:
pobre e anomia e alexia presentes.
Nesse grupo existem ainda as Afasias de Condução, caracterizadas por boa
compreensão e fala norma, repetição: muito prejudicada, os indivíduos descrevem a
imagem, mas não conseguem nomeá-la, difícil leitura e está associado a hemianestesia
à direita, acometimento do campo visual, redução da memória verbal.

Assim como as Afasias Anômicas, cuja lesão ocorre na região ventroposterior do lobo
temporal e o indivíduo apresenta dificuldade em encontrar palavras corretas para
expressar os pensamentos e a Afasia Global, cuja lesão ocorre na região do sulco lateral
e torna a pessoa incapaz de falar, ler, compreender, escrever ou nomear objetos.

4. O que são processos explícitos e implícitos da atenção?

R: Referem-se à classificação da Atenção. A Atenção Explícita é àquela aberta, você


sabe exatamente o que você está requisitando da sua atenção. Existe um objetivo
evidente. A fixação visual coincide com o foco da sua atenção, assim como os
movimentos oculares. Ela também é automática, é o objeto de desejo que atrai sua
atenção. Já a Atenção Implícita é oculta, ou seja, você busca algo, mas sem estar com o
objeto desejado em foco. Não há uma fixação visual. Ela é considerada voluntária, você
procura o objeto que deseja.

5. Na aula foi discutida a importância da formação reticular nos mecanismos


atencionais. Discorra sobre esta região, apresentando:

a. Localização:

R: A Formação Reticular é um feixe que tem origem no Tronco Encefálico.

b. Constituição anátomo-fisiológica:

R: Na grande maioria do tronco cerebral a formação reticular pode ser dividida em três
áreas longitudinais que são de medial para lateral:

 Os núcleos do rafe – camada fina de células nervosas adjacentes ao plano mediano


(sagital). É constituída por neurónios serotoninérgicos.
 Coluna medial – medial aos núcleos do rafe e que contém neurónios de dimensões
variáveis e ainda a grande maioria das projecções ascendentes e descendentes da
formação reticular. Alguns dos neurónios desta zona apresentam um diâmetro tão
aumentado que é muitas vezes designado de núcleo reticular magnocelular. A
coluna medial é efectora e é constituída por neurónios isodendríticos de grandes
dimensões – magnocelulares e noradrenérgicos.
 Coluna lateral – que é particularmente proeminente no bulbo raquidiano rostral e
na protuberância caudal e que tem essencialmente funções viscerais e é responsável
pelos reflexos dos nervos cranianos. A coluna lateral é receptora e é constituída por
neurónios isodendríticos de pequenas dimensões – parvocelularese colinérgicos.
c. O papel desta região na fisiologia da atenção:

R: Sua função principal é a ativação do Córtex Cerebral, por meio da formação


reticular. Vai do Tronco Encefálico, passando pelo Tálamo, até chegar no Córtex
Cerebral. A Formação reticular por meio do SARA, regula o estado de alerta, que é uma
condição essencial para a Atenção. Regula tanto os estados de alerta quanto de sono.

6. Diferencie TDA E TDAH. Liste as principais alterações cerebrais identificadas.

R.: O Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) e Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade (TDAH), são síndromes que têm como característica principal a
desatenção e a dificuldade de concentração e, no caso do TDAH, o Transtorno de
Hiperatividade com seus sintomas associados. O TDA e TDAH são comumente
identificados em crianças na fase escolar, justamente por ser um ambiente onde há
necessidade de atenção e aprendizado, sendo assim possível de identificar os principais
sintomas dessas síndromes. Mas, o TDA também afeta as pessoas na fase adulta – ou
seja, acompanha o indivíduo por toda a sua vida e se manifesta de maneiras diferentes
durante o trabalho, no convívio social e, consequentemente, traz prejuízos sociais e
sofrimento significativo na rotina. É comum que pessoas passem a vida inteira com a
síndrome e não sejam diagnosticadas. Estima-se que ⅔ das crianças com TDAH vão
seguir com os sintomas na fase adulta.

TDA: Transtorno de Déficit de Atenção - O TDA se caracteriza principalmente pela


desatenção, falta de foco, dificuldade de se concentrar naquilo que está fazendo e
também pode estar associado à uma questão de memória – justamente por conta de não
estar prestando atenção naquilo que está fazendo e não reter aquele conhecimento com
facilidade.

TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - Já o TDAH é quando a


síndrome vem acompanhada também de hiperatividade. Há impulsividade e dificuldade
em conter atitudes. O indivíduo não consegue se manter quieto, não consegue assistir
um filme até o final ou até mesmo prestar atenção no que os outros estão falando. Existe
uma agitação tanto física, quanto mental.

A teoria científica atual defende que no TDAH existe uma disfunção da


neurotransmissão dopaminérgica na área frontal (pré-frontal, frontal motora, giro
cíngulo); regiões subcorticais (estriado, tálamo médiodorsal) e a região límbica cerebral
(núcleo acumbens, amígdala e hipocampo). Os resultados revelaram que estruturas
como a amígdala cerebral, acúmbens e hipocampo, responsáveis pela regulação das
emoções, motivação e o chamado sistema de recompensa (que modifica nosso
comportamento através de recompensas) são menores nos pacientes com TDAH.
Indivíduos que possuem TDA ou TDAH, com muita frequência também possuem
doenças correlacionadas – o que chamamos de comorbidade. Estima-se que 75% dos
pacientes possuem outras doenças associadas ao TDA e TDAH, podendo ser elas;
distúrbio do sono, transtorno de Ansiedade e Depressão, dependência química,
transtorno de Humor Bipolar, transtorno de Personalidade.

7. Defina dor.

R.: Nos últimos 41 anos a definição de dor adotada pela Associação Internacional para o
Estudo da Dor (IASP) e divulgada amplamente pelo mundo conceituava a dor como
“uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a uma lesão tecidual
real ou potencial, ou descrita nos termos de tal lesão”. Uma experiência sensorial e
emocional desagradável, associada com uma lesão efetiva ou potencial dos tecidos ou
descrita em termos de tal lesão. A dor é sempre subjetiva. É um mecanismo de
demarcação de limites para o organismo, e de aviso sobre a ocorrência de estímulos
lesivos provenientes do meio externo ou do próprio organismo .

8. Como a dor é classificada? Caracterize-as.

Dor aguda - A dor aguda é intensa e dura um tempo relativamente curto. É mais um
sintoma de que o corpo está sendo ferido de alguma forma. Essa dor geralmente
desaparece com a cicatrização do ferimento.

Dor crônica ou persistente - A dor crônica ou persistente dura um longo período de


tempo. Pode variar de leve a severa. A dor é considerada crônica se durar mais de 3
meses. A dor crônica pode atrapalhar a vida do paciente se não for bem tratada.

Existem outros tipos de dores:


Dor neuropática dor crônica – Intensa e de difícil tratamento, provocada por disparo
desordenado de P A nas vias da dor Comum em síndromes metabólicas.

Dor referida - Dor sentida na superfície corporal, mas que corresponde à ativação de
nociceptores localizados nas vísceras.

Alodínia - Resposta aberrante de dor em resposta a estímulo que antes não causava dor
ocorre a nível de SNC.

9. Cite as vias neurais da dor e os mecanismos endógenos de controle?

R.: Na medula espinhal existem basicamente duas vias ascendentes para a condução da
dor até o cérebro:

Via neoespinotalâmica: conduz a dor somática, bem-localizada, através de poucas


sinapses;

Via palioespinotalâmica: conduz a dor visceral, de localização precária, através de


sinapses.

Quando há a detecção da dor pelo cérebro, são conduzidas informações por uma via
descendente, na medula espinhal, relaconada com a fibra C, que por sua vez, se
comunica com interneurônios. Quando esses últimos são estimulados, liberam opióides
endógenos (como encefalinas, endorfinas e dinorfinas) que se combinam com
receptores de opióides, diminuindo deste modo, a liberação da substância P.

Sob o termo “opióides” encontra-se uma variedade de substâncias que promovem


analgesia (ópio, morfina, codeína, heroína e etc.).

Os opióides endógenos são representados por substâncias produzidas pelo nosso sistema
nervoso e que atuam inibindo a dor. Essas substâncias são chamadas coletivamente de
endorfinas. As principais endorfinas são chamadas de β-endorfinas, sendo produzidas
pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.

10. Sobre a fisiologia do sono, responda:

a. Quais as fases do sono? Caracterize-as.

R.: 5 ESTÁGIOS DO SONO

1ª fase - Fase do adormecimento - (sono NREM) representa uma transição da vigília


para o sono e ocupa cerca de 5% do tempo gasto dormindo, em adultos saudáveis.
2ª fase - Fase de sono mais leve - (sono NREM), caracterizado por formatos de ondas de
EEG específicos (fusos de sono e complexos K), ocupa cerca de 50% do tempo de sono.

3ª fase - Introdução ao sono profundo e 4ª fase - Sono profundo - (sono NREM),


também conhecidos coletivamente como sono de ondas lentas, são os níveis mais
profundos de sono e ocupam cerca de 10-20% do tempo de sono.

5ª fase - Sono REM - O sono REM, durante o qual ocorre a maior parte de sonhos
típicos, na forma de histórias, ocupa cerca de 20-25% do sono total. Os estágios do sono
têm uma organização temporal característica ao longo da noite. Os estágios NREM 3 e
4 tendem a ocorrer da primeira terça parte à metade da noite e sua duração aumenta em
resposta à privação do sono. O sono REM ocorre ciclicamente durante a noite,
alternando-se com sono NREM a cada 80-100 minutos, aproximadamente. A duração
dos períodos de sono REM aumenta pela manhã. O sono humano também varia
caracteristicamente ao longo da vida. Após uma relativa estabilidade, com grandes
quantidades de sono de ondas lentas na infância e início da adolescência, a continuidade
e a profundidade do sono deterioram-se ao longo da faixa de idade adulta. Essa
deterioração é refletida por maior vigília e sono do estágio 1 com redução dos estágios 3
e 4. Ou seja, o indivíduo vai tendo períodos de sono mais leve. Em vista disso, a idade
deve ser considerada no diagnóstico de um Transtorno do Sono. O sono REM só ocorre
em aves e mamíferos, podendo representar até 20% do TTS (tempo total de sono).

b. Quais os mecanismos do estado de vigília?

R.: Corresponde a todo período entre um episódio de sono e outro, o organismo


responde a estímulos do ambiente, apresenta comportamento ativo com atividade
locomotora e motora normais e demonstra postura dinâmica. Representa o período em
que estamos acordados.

c. Cite os mecanismos cerebrais envolvidos no sono NREM e sono REM.

R.: O SNC. Através de relógios biológicos que recebem informações do ambiente, logo,
suas oscilações dependem das variações no ambiente.

O hipotálamo, por exemplo, controla os ritmos circadianos através do núcleo


supraquiasmático, onde encontramos núcleos de corpos celulares que recebem axônios
provenientes de ambas as retinas (aferências: a luz atua como temporizador) e geram
eferências para diversos núcleos hipotalâmicos (controlam as funções autonômicas
viscerais) e talâmicos (controlam os comportamentos motivados). Lesões ou remoção
bilateral destes núcleos tornam os períodos de atividade aleatórios. Esses núcleos geram
os ritmos, não são responsáveis pela construção da atividade.

O epitálamo (região onde encontramos a glândula pineal) controla os ritmos circanuais,


monitorando as estações do ano e sincronizando funções que variam anualmente
(hibernações, ciclos reprodutivos etc). A luz também atua como sincronizadora, no
entanto, o sistema é mais complexo do que o hipotalâmico. A Pineal secreta melatonina
que possui ação na redução da atividade das gônadas em diversas espécies no inverno
(poucas horas de luz). Quanto maior a noite, maior a quantidade de melatonina
secretada, mostrando que a glândula atua como um sinalizador de fotoperíodo.

Você também pode gostar