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DICIONÁRIO DE
GESTÃO DE PESSOAS
E RELAÇÕES DE
TRABALHO NO BRASIL
ORGS.
Diogo Henrique Helal
Andrea Poleto Oltramari
Daniela Campos Bahia Moscon
Kely César Martins de Paiva
DICIONÁRIO DE
GESTÃO DE PESSOAS
E RELAÇÕES DE
TRABALHO NO BRASIL
Coleção Pessoas & Trabalho
Editor:
Diogo Henrique Helal (FUNDAJ e UFPE)
Comitê editorial:
Ana Carolina Kruta Bispo (UFPB) Ana Heloísa da Costa Lemos (PUC Rio)
Anderson de Souza Sant’Anna (FGV EAESP) Andrea Poleto Oltramari (UFRGS e ULisboa)
Arnaldo Jose Franca Mazzei Nogueira (USP e PUCSP) Daniela Campos Bahia Moscon (UFBA)
Deise Luiza Ferraz (UFMG) Jair Nascimento Santos (UNIFACS e UEFS)
Kely Cesar Martins de Paiva (UFMG)
978-65-81033-32-3
CDD 650
Direitos reservados à
Impresso no Brasil
FICHA TÉCNICA
Liderança | 19
Angela Christina Lucas – FCA-UNICAMP
Felicidade no Trabalho | 23
Anelise Rebelato Mozzato - UPF
Denize Grzybovski - IFRS
Socialização Organizacional | 29
Tereza Cristina Batista de Lima – UFC
Andrea Leite Rodrigues – USP
Justiça Organizacional | 39
Jesuína Maria Pereira-Ferreira - UFCA
Demissão | 59
Marcia Cristiane Vaclavik - IFRS
Laura Alves Scherer - UNIPAMPA
Sentidos do Trabalho | 87
Andrea Leite Rodrigues - USP
Tereza Cristina Batista de Lima - UFC
Imagine acordar todas as manhãs ani- Neste breve texto, discutiremos cada um
mado (a) para ir trabalhar, sentir-se realiza- desses conceitos, suas diferenças e suas
do (a) ao final do dia e ainda ter a sensação influências no ambiente de trabalho.
de que o tempo passou voando? Essa é a
imagem que muitas pessoas têm quando Vamos iniciar pensando o que significa
propomos estudar os processos de mo- estar motivado. A palavra motivação vem
tivação e engajamento no trabalho. Em do latim motivus e refere-se a tudo aquilo
geral, especialmente quem não faz parte que faz mover, sendo, portanto, facilmen-
do mundo acadêmico e científico acredita te definida como uma teoria das razões
que todos os esforços de pesquisa deve- que promovem a ação humana. Para a
riam ser na direção de encontrar a chave Psicologia, é um dos processos psicoló-
do sucesso que faz alguém ter muito in- gicos básicos, sendo fundamental para o
teresse, esforço e persistência em relação nosso funcionamento cognitivo e compor-
ao seu trabalho. tamental (Gondim & Silva, 2014). Apesar
da importância, Steel e Weinhardt (2018)
Os processos que envolvem tais fenô- destacam a fragmentação e a sobreposi-
menos são, entretanto, muito mais com- ção das diversas teorias que se propõem
plexos e sua promoção não nos fornece a compreendê-la.
soluções milagrosas nem universais. Ao
mesmo tempo, é verdade que esses dois Tradicionalmente a ênfase das teorias
conceitos são essenciais para compreender era na direção da compreensão acerca
como os trabalhadores se relacionam com das necessidades humanas que poderiam
as organizações e o trabalho e como isso gerar os motivos da ação. Assim, todas
pode impactar diretamente no seu desem- as atenções das teorias que fazem parte
penho, no seu bem-estar e na sua saúde. dessa abordagem tinham o objetivo de
O tema felicidade aparece desde o iní- da Psicologia; (ii) felicidade como atitude
cio na história da filosofia clássica, sendo de uma pessoa em busca de significado e
uma preocupação relacionada ao autoco- propósito (felicidade eudaimônica) – cor-
nhecimento (Sócrates), ao objetivo moral rente teórica da Filosofia aristotélica; (iii)
de vida (Platão) ou a um estado positivo felicidade como uma dimensão emocional
(Aristóteles). Na história dos estudos sobre que representa o “bem-estar subjetivo”/
felicidade, alguns autores a discutiram emoção – corrente da psicologia positiva.
como sinônimo de bem-estar (Camalionte
& Boccalandro, 2017), enquanto outros a No campo das organizações, a felicida-
definem como bem-estar subjetivo (Selig- de se desenvolveu pela Filosofia aristoté-
man & Csikszentmihaly, 2000). De qualquer lica, a qual é obtida por meio da atividade
modo, felicidade é uma busca do ser hu- virtuosa em conformidade com a razão.
mano (Tubone et al., 2021) que pode ser A respeito, Seligman (2019) afirma que a
estudada por diferentes pontos de vista, felicidade não pode ser mensurada obje-
como biológico, biopsicossocial, antropoló- tivamente em razão de ser um elemento
gico ou filosófico (Irtelli & Gabrielli, 2023). subjetivo que faz parte do constructo bem-
-estar. Contudo, pode-se avaliar alguns
No contexto do trabalho, os debates indicativos do que é felicidade por meio
sobre a felicidade estão sendo intensifi- de cinco dimensões, emoções positivas,
cados no século XXI e resultam em diver- engajamento, sentido, realização e rela-
sas concepções acerca da sua definição, cionamentos positivos. Essas dimensões
as quais podem ser organizadas em três são conhecidas pelo acróstico PERMA (do
correntes teóricas, a saber: (i) felicidade inglês: positive emotions; engagement; positi-
associada aos prazeres mais imediatos ve relationships; meaning; accomplishment).
(felicidade hedônica) – corrente teórica
1 Antecedentes da felicidade no trabalho, de acordo com Sender, Carvalho e Guedes (2021), entende-se
como os fatores que se fazem presentes para que o trabalhador tenha felicidade no trabalho, sendo
eles individuais (questões particulares do próprio indivíduo, inclusive nas relações interpessoais) ,
características do trabalho e condições organizacionais.
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Vínculo é aquilo que liga duas ou mais e seus objetivos e deseja manter-se nela
coisas. Tal ligação pode ser positiva ou ne- como membro (Mowday et al., 1982).
gativa, dependendo da natureza do elo que
sustenta o relacionamento entre as partes Na década de 1990, no entanto, Meyer
envolvidas. Na vida, diversos elementos e Allen (1991) propuseram que diferentes
podem suscitar a nossa vinculação, dentre processos psicológicos poderiam agir na
eles, o nosso trabalho em suas múltiplas construção do comprometimento orga-
representações e facetas, como: carreira, nizacional, sugerindo que, além da base
sindicato, equipe, supervisores e organi- afetiva (derivada da identificação com a
zação. organização, compartilhamento de valores
e envolvimento pessoal), tal vínculo também
Os vínculos começaram a ser estudados se sustentaria em uma base de continua-
no campo das organizações e do trabalho ção e/ou instrumental (representada pela
na década de 1970 a partir da necessidade avaliação de custos associados à saída da
de compreender como se dá a construção organização devido aos investimentos feitos
de um relacionamento desejável entre o e à percepção de falta de alternativas no
trabalhador e sua organização emprega- mercado de trabalho) e em uma base nor-
dora. Dentre os diversos vínculos que se mativa (fruto da internalização de normas
tornaram interesse de estudo, o compro- e da reciprocidade associada ao contrato
metimento organizacional destacou-se pelo psicológico estabelecido entre trabalhador e
seu potencial explicativo do comportamento organização). Essa natureza tridimensional
no trabalho (Moscon et al., 2012). Assim, o do comprometimento foi estendida para
termo passou a ser utilizado para denotar analisar sua manifestação também com
um estado de ligação afetiva no qual o in- outros focos como carreira e sindicato, por
divíduo se identifica com uma organização exemplo, tendo vigorado como a concep-
O tema justiça organizacional foi cons- ao ambiente de trabalho, com ênfase nas
tituído a partir das teorias da equidade, do percepções de injustiça existentes nas re-
princípio da contribuição e do princípio da lações entre empregados e organizações
necessidade (Homans, 1961; Greenberg, (Assmar et al., 2005). Ressalta-se que a
2006). A partir dessas teorias, as ciências análise da justiça organizacional se dá
organizacionais assumem que a justiça é pelo exame da sua oposta negativa, a
construída socialmente e influencia as ati- injustiça, que tende a se fazer presen-
tudes e os comportamentos emitidos no te nas relações de troca organizacionais
ambiente de trabalho (Folger & Konovsky, com maior ou menor inequidade (Adams,
1989; Skarlicky & Folger, 1997). Apesar da 1965; Gomide Jr., 1999; Ferreira & Assmar,
consolidação da teoria, este é um tema 2008).
considerado ainda pouco explorado na
literatura acadêmica e espera-se que
esse verbete prolifere o conhecimento Tipos de justiça organizacional
e as pesquisas teórico-empíricas sobre
o assunto. Por estar presente de forma constante
nas ações dos indivíduos no trabalho, a
justiça organizacional pode ser avaliada
Justiça Organizacional através de três dimensões: distributiva,
- Conceitos processual e informacional.
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O conceito de competências tem se al- nos três níveis é fundamental para avançar
terado e aprimorado ao longo do tempo e nas pesquisas sobre a temática.
pode referir-se a diversos níveis de análise
no campo do trabalho, a depender do foco No nível organizacional, o conceito de
de interesse. Além disso, possui conexões competências tem origem na visão basea-
com diferentes áreas de gestão, como estra- da em recursos, tendo como precursor a
tégia e pessoas. Isto posto, entende-se seu publicação de Prahalad e Hamel (1990)
conceito como multinível, ou seja, a com- sobre competências essenciais (core com-
petência pode ser tratada e se manifestar petence), descrevendo-as como os atribu-
nos níveis organizacional (macro), coletivo tos da organização para obter vantagem
(meso) e individual (micro). Em todos estes competitiva com uso de recursos humanos
níveis, as possibilidades e dimensões de e tecnológicos, promovendo a geração dos
análise podem ser variadas, como indica a produtos e serviços. Após revisão da lite-
literatura do tema, a qual também chama ratura sobre esse nível conceitual, Munk
atenção para sua interdependência e di- e Galleli (2015) propuseram sua definição
namismo (Kuzma, Doliveira, & Silva, 2017; como a mobilização dos diferentes tipos de
Loufrani-Fedida & Aldebert, 2021; Monteza- recursos organizacionais para o alcance dos
no & Isidro-Filho, 2020). O estudo de Merrit objetivos finais. Em síntese, a competência
e Kelley (2018), exemplifica essa interde- organizacional se refere a um conjunto di-
pendência e influência das competências nâmico e coordenado de recursos variados,
organizacionais e individuais na colaboração inclusive humanos, mobilizáveis em termos
efetiva de equipes, ou seja, no âmbito cole- de desempenhos que propiciem o alcance
tivo. A compreensão da diferença conceitual ou a superação de objetivos. Devido à sua
amplitude e sua profundidade, estudos que
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Em termos mais abrangentes quanto ao quanto dos indivíduos (por exemplo: clareza
contexto de aplicação de modelo de gestão do que é esperado no trabalho, aumento
por competências, foi publicada a Norma de desempenho, aumento de envolvimento,
Brasileira ISO nº 10.015, em 2020 (ABNT, possibilidade de progressão na carreira),
2020), a qual estabelece diretrizes para e até mesmo de benefícios para a socie-
implantação, manutenção e melhorias da dade ao viabilizar melhorias na prestação
gestão por competências em organizações, dos serviços públicos e no desenvolvimen-
visando contribuir para o alcance e supe- to econômico e social. Por outro lado, os
ração de resultados. O contexto público já autores identificaram também algumas
considerava relevante este tipo de modelo dificuldades que as organizações têm ao
de gestão há mais tempo, impulsionado realizar iniciativas de implantação da gestão
sua adoção nas organizações públicas fe- por competências, tais como: barreiras de
derais a partir do Decreto no 5.707 (Brasil, comportamento organizacional (resistência
2006), que instituiu a implementação de de pessoal, cultura organizacional), dificul-
políticas e diretrizes no sentido da gestão dades dos gestores e da equipe de implan-
por competências no setor público, tendo tação (desconhecimento específico sobre a
sido revogado pelo Decreto no 9.991 (Brasil, temática, tempo demandado da equipe),
2019), por sua vez alterado pelo Decreto no dificuldades metodológicas e conceituais,
10.506 (Brasil, 2020). falta de suporte organizacional (falta de
apoio da alta administração, falta de pes-
Nesse sentido, Montezano et al. (2019) soal, contingenciamento orçamentário, falta
identificaram vários benefícios proporcio- de suporte tecnológico).
nados e associados a avanços nas práticas
de gestão de pessoas que abarcam o de- Dada a relevância da temática para as
sempenho tanto da organização (por exem- organizações, é preciso compreender o
plo: melhoria de processos, produtividade) aspecto conceitual da gestão por compe-
A demissão é tema complexo e contro- 2017). Ainda que se reconheça que a demis-
verso. Apesar do significativo impacto para são faz parte do dia a dia organizacional,
indivíduos, organizações e sociedade em o impacto do processo pode ser sentido
geral, a demissão ainda é, muitas vezes, em níveis micro, meso e macro contextual.
negligenciada nos espaços de discussão Nesse sentido, a Organização Internacio-
da vida prática, onde é vista como tabu. No nal do Trabalho (OIT) traça, desde os anos
meio acadêmico, ocupa pouco espaço na 1980, diretrizes para que o processo de
literatura da área de Gestão de Pessoas, em desligamento ocorra a partir de necessida-
especial nos livros didáticos, e não recebe a des concretas e que o princípio basilar seja
mesma importância dos demais processos, o da manutenção do vínculo (ILO, 2019).
como recrutamento, desenvolvimento ou
remuneração. Entretanto, frente ao atual Uma vez que a demissão envolve os
cenário de maior flexibilidade e instabili- contratos formais de emprego, é a legisla-
dade nas relações de emprego e de cons- ção de cada país que, em última instância,
tantes reestruturações provocadas pela ampara o processo de desligamento. O Bra-
inovação, mudanças tecnológicas e modelos sil é conhecido como um país em que há
de gestão, é premente a necessidade de liberdade para demitir (Zylberstajn, 2007)
ampliar a compreensão sobre os reflexos e a decisão de rescisão do contrato pode
desses movimentos nas relações laborais, partir tanto do empregado como do em-
dentre os quais se destacam os processos pregador. É comum a utilização de termos
demissionais. como corte, enxugamento, desligamentos,
layoff ou downsizing, cujo sentido semân-
Este verbete visa, assim, contribuir a tico pode variar dependendo do tipo de
partir da exploração de distintas possibili- demissão a que se refere. Em especial, o
dades analíticas. Como conceito, demissão termo downsizing, apesar de comumente
é o termo utilizado para referir ao término ser utilizado como sinônimo de demissão,
do contrato de trabalho firmado entre em- deve ser utilizado com cautela, uma vez que
pregado e empregador (Matitz & Chaerki, não se refere apenas ao desligamento em
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Em última análise, a compreensão da Dejours, C., & Deranty, J. (2010). The Centra-
relação prazer e sofrimento no trabalho lity of Work. Critical Horizons, 11, 167–180.
é essencial para uma compreensão mais
abrangente das conexões entre trabalho e Deranty, J. P. (2009). What is work? Key in-
saúde bem como buscar alternativas mais sights from the psychodynamics of work.
satisfatórias. Thesis Eleven, 98(1), 69–87.
A violência é objeto de estudo de diver- analíticas: i) social, ii) psicológica, iii) ju-
sas áreas do conhecimento e enquanto um rídica e iv) organizacional. Inicialmente,
fenômeno de conceito polissêmico, apre- faz-se relevante destacar grupos de es-
senta-se por diferentes facetas, múltiplas tudos referências nesse campo: o NUEVO
causas e em camadas analíticas interrelacio- – Núcleo de Estudos da Violência Organiza-
nadas, impactando os indivíduos, as orga- cional da Universidade Federal do Paraná;
nizações e a sociedade. Conforme Izumino o NEV – Núcleo de Estudos da Violência da
e Neme (2002), desde os anos de 1980, a Universidade de São Paulo e o Grupo de
violência passou a ser ponto de discussão Pesquisa Violência e Cidadania da Universi-
e interesse de especialistas e da população dade Federal do Rio Grande do Sul. Entre os
em geral, sendo que a temática tem ganha- autores(as) sublinha-se: Alba Zaluar, cujos
do notoriedade quando em intersecção com estudos discorrem sobre violência e crimi-
os estudos sobre trabalho. Haja vista que, nalidade; Cristina Neme estuda o fenômeno
na atualidade, o aumento de situações de da violência urbana relacionando violência
violência no âmbito do trabalho constitui um e direitos humanos; Elza Machado trabalha
problema premente não só para a saúde do com o tema da prevenção da violência; Da-
trabalhador, como também para a saúde nilo Martuceli aborda o tema da violência e
pública. Abordar este tema pode reque- da modernidade; os estudos de José Vicente
rer diferentes posições epistemológicas, Tavares dos Santos percorrem a microfísi-
resguardando uma posição dialética entre ca da violência, violência e modernidade
indivíduo e sociedade (Melo, 2010; Minayo tardia, violência e cidadania; Maria Cecília
& Souza, 1998; Zaluar, 1999). de Souza Minayo aborda, com frequência,
o tema da violência e saúde pública; os es-
Sendo assim, este verbete sobre vio- tudos de Nancy Cardia discutem violência
lências relacionadas ao trabalho está e desigualdade social, bem como violência
construído sob distintas possibilidades e direitos humanos; Paulo Sérgio Pinhei-
Colomby, Renato Koch (2019). “Viver como Hirigoyen, M. (2011). Mal-Estar no Trabalho:
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O sentido do trabalho tem sido reco- outras, de ordem psicológica: o tédio, a in-
nhecido como uma condição psicológica satisfação, a necessidade de aprendizagem,
importante por pesquisadores há muito de realização e de estabelecer laços de iden-
tempo. A ausência de sentido leva à alie- tidade social (Homans, 1961).
nação e morte, ideia de origem marxista,
detalhada no trabalho de Aktouf (1992). As pesquisas sobre os sentidos do tra-
balho têm como uma de suas referências
Ao estudar o tema do sentido do tra- estudos desenvolvidos pelo grupo de traba-
balho é preciso entender as razões que o lho Meaning of Work (MOW), cujo objetivo
fizeram importante para administração. A consistiu em identificar e descrever carac-
história recente do trabalho nos mostra terísticas atribuídas ao trabalho (Rodrigues,
como a industrialização fracionou-o e tor- Barrichello, Irigaray, Soares, & Morin, 2017).
nou-o despersonalizado. Os rendimentos Três matrizes epistêmicas influenciam as
decrescentes do capital (Friedmann, 1964) discussões sobre o tema: a funcionalista,
e os custos derivados da supervisão do tra- utilizada neste ensaio, que relaciona bem-
balho fragmentado são alguns dos fatores -estar no trabalho com a necessidade de ter
econômicos que precipitaram a crise do sentido na atividade realizada (Morin, 2001,
taylorismo/fordismo. A reação contra a di- 2008); a crítica, que problematiza tensões e
visão do trabalho teria, a priori, origem em contradições das relações capital-trabalho
causas econômicas e técnicas, posto que (Ferraz & Fernandes, 2020); e a interpretati-
certos esquemas de trabalho, sobretudo os vista, fundamentada nas clínicas do trabalho
mais especializados, inviabilizariam esforços (Bendassolli & Gondim, 2014)
de coordenação e cooperação entre traba-
lhadores, a não ser com grande dispêndio Em uma abordagem funcionalista (Bur-
de energia. Porém, Homans (1961) afirma rell e Morgan (1979), o sentido do trabalho
que por trás das causas técnicas, existiriam tem sido reconhecido nas teorias em ges-
O primeiro exercício para entender a para uma das formas mais emblemáticas
uberização do trabalho nos dias atuais en- de organização do trabalho na contempora-
faticamente é compreender como se deram neidade. Sua origem data de março de 2009
as relações e histórico do trabalho, tanto e foi uma precursora no que diz respeito
no Brasil quanto no mundo. A proposta ao desenvolvimento de uma plataforma
do presente verbete seguirá a seguinte or- digital disponível para smartphones que
dem: a) contextualizaremos como nasce a conectava os clientes aos prestadores de
uberização, realizando um enquadramento serviços (Franco; Ferraz, 2019). Esse tipo
temporal; b) Partiremos, então, para um de trabalho também já foi designado por
conceito sobre a uberização; c) em seguida, capitalismo de plataforma (Srnicek, 2017). A
apresentaremos em qual momento social, uberização é entendida como um novo tipo
político e econômico a uberização do traba- de gestão e controle da força de trabalho,
lho se insere; d) Após tal contextualização, com sua consolidação sob demanda de
passaremos para um debate sobre os algo- clientes e o uso das plataformas digitais
ritmos no mundo do trabalho e que regem como meio necessário para a realização de
a uberização; e) e enfim, apresentaremos atividades laborais geralmente precárias
as formas de precarização contidas nesse (Campos, Ricardo, Soeiro, 2021).
tipo de trabalho.
É notório que a uberização do trabalho
A uberização do trabalho nasce da pos- gera nômades urbanos, ou seja, trabalha-
sibilidade de se usar plataformas digitais dores e consumidores em deslocamento
de intermediação de mão-de-obra. O pri- constante no meio urbano, que sobrevivem
meiro modelo que se tornou conhecido através de um subemprego e que estão
mundialmente foi a empresa Uber, e que despossuídos dos seus principais direitos
acaba por extrapolar uma nomenclatura de cidadania e dignidade. Os trabalhadores
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determinada, é a categoria que expres- em outras palavras, o trabalho como fator
sa o gasto de energia físico-psíquica que ontológico da humanização -; como a deter-
alterar um objeto com fins de satisfazer minação da organização social decorrente
necessidades humanas quaisquer, sendo das formas de distribuição dos elementos
assim, um processo sociometabólico que do processo de trabalho. A distribuição so-
envolvem três elementos, a saber: o objeto cial dos elementos do processo de traba-
a ser transformado, os meios de trabalho e lho determina as relações sociais gerais da
as capacidades físico-psíquicas para trans- sociabilidade humana caracterizando cada
formá-lo. O processo de trabalho exige um época histórica.
conhecimento sobre: i) as relações causais
do objeto a ser transformado (quando este O capitalismo é uma forma social de-
é um objeto natural) e/ou sobre as regu- terminada de produção onde um grupo
laridades sociais do objeto (quando este humano, portanto, portadores de capaci-
é a própria relação social); e, ii) os meios dade de trabalho, está apartado dos meios
apropriados para potencializar as forças e objetos do trabalho e não é propriedade
humanas na efetivação da transformação. de ninguém. Sob essas condições, a rela-
No processo de trabalho se transforma tan- ção de trabalho torna-se uma relação de
to o objeto do trabalho, produzindo valores assalariamento. Por um lado, a capacidade
de uso; quanto se produz a subjetividade de trabalho é o elemento do processo de
de quem trabalha (Marx, 2013). trabalho cuja propriedade é da classe traba-
lhadora e converte-se em mercadoria força
Essa descrição simples do trabalho pou- de trabalho; por outro, os objetos e meios
co expressa a complexidade das relações de trabalho convertem-se em propriedade
hodiernas de trabalho, mas permite en- privada dos meios de produção da classe
tender tanto a especificidade do gênero que demanda de trabalho para que seu
humano -: única espécie que atua intencio- capital valorize. O mercado de trabalho é
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uma antipatia ou pré-julgamento sobre de- te, 2018). Sendo assim, o corpo pode ser
terminado sujeito ou coletividade, geral- compreendido enquanto lócus de mate-
mente baseada em generalizações infun- rialização do preconceito e discriminação,
dadas e/ou pré-concebidas (Allport, 1954). em especial quando em dissonância dos
Essa conceituação, ainda que longeva, pode padrões hegemônicos.
ser considerada atemporal uma vez que
possibilita aprofundamento e especificação Não raro, tais pressões são transferidas
sobre distintas formas a partir das quais o do amplo campo social para a esfera organi-
preconceito pode se apresentar, tanto no zacional, materializando-se cotidianamente
campo social quanto, de forma mais espe- sobre as relações de trabalho a partir de
cífica, no ambiente de trabalho. atos discriminatórios, tratamentos e opor-
tunidades desiguais, e distintos tipos de
Um dos elementos basilares para o assédio e exclusão social, trazendo impactos
surgimento do preconceito se dá a partir sobre o trabalho, a vivência no ambiente
da criação de estereótipos (Allport, 1954), laboral e para a carreira dos trabalhadores.
que são comumente associados aos corpos
dos sujeitos. Partindo do pressuposto que Os estudos que abordam preconceitos
o corpo é uma elaboração social (Synnott, no contexto de trabalho tendem a partir de
1992), para que ele se encaixe em um ima- duas perspectivas. A primeira de cunho mais
ginário “ideal” deve possuir atributos que amplo e generalista reconhece a existência
são moldados pelos padrões corporais, de do preconceito como prática nociva ao con-
beleza e de funcionalidade vigentes à época texto organizacional para então defender
O Brasil está passando por uma trans- sidades dessa nova realidade demográfi-
formação demográfica significativa, com ca. Isso se torna ainda mais relevante ao
um aumento expressivo no número de considerarmos a aposentadoria, que não
idosos, seguindo uma tendência mundial. deve ser apenas vista como uma questão
Em 2010, a população brasileira totalizava relacionada à velhice e à saída do traba-
194,7 milhões de pessoas. Projeções feitas lho remunerado (Wang; Shultz, 2010). É
pelo IPEA (Bonifácio; Guimarães, 2021) in- necessário ampliar a discussão sobre esse
dicam, contudo, que até 2100 esse número tema, levando em conta as mudanças de-
pode diminuir para 156,4 milhões. Essa mográficas em curso e suas implicações
redução populacional será acompanhada nas áreas de saúde, previdência e mercado
por mudanças significativas na estru- de trabalho.
tura etária, com a proporção de idosos
passando de 7,3% em 2010 para potencial- Aqui, defende-se que a aposentadoria
mente 40,3% em 2100. Ao mesmo tempo, deve ser compreendida não apenas como
o percentual de jovens, com menos de 15 uma decisão, mas como um processo mul-
anos, pode cair de 24,7% para 9% (Boni- tidimensional, no qual as organizações e
fácio; Guimarães, 2021). Tais estimativas a Gestão de Pessoas desempenham um
destacam o envelhecimento da população papel ativo. O modelo tradicional utilizado
brasileira e a diminuição da parcela mais para estudar a aposentadoria, conhecido
jovem ao longo do século. como processo temporal da aposentadoria,
baseia-se na ideia de que esse fenômeno
Alterar para: A aceleração da transição geralmente envolve três etapas sequen-
demográfica vai gerar impactos significa- ciais: a) planejamento da aposentadoria;
tivos no Brasil, exigindo adaptações e a b) decisão da aposentadoria; c) transição
implementação de políticas públicas para e adaptação à aposentadoria (Wang; Shi,
enfrentar os desafios e atender às neces-
3 Ageismo consiste no preconceito direcionado a diferentes grupos etários. Para melhor entendimento
sobre ageismo sugere-se trabalhos clássicos e atuais sobre o tema, tais como: Butler (1969; 1980),
Palmore (2001; 2015), Previtali et al. (2020), Hanashiro et al. (2020); Fraga et al. (2021); Helal e Viana
(2021), além do verbete deste livro que é direcionado ao tema.
A temática sobre a GI ainda tem bastante Burmeister, A., Hirschi, A., Zacher, H., & Tru-
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4 Consultar capítulo 23 de O Capital, livro 1, de Karl Marx. A inovação não tem papel central nas
economias dependentes.