Você está na página 1de 80

Licenciatura

Licenciatura

Carlos Alberto de Oliveira


Clóvis Marcelo
Ricardo Domingues RibasSedorko
Gonçalo Cassins Moreira do Carmo
Carlos Alberto de Oliveira
Clóvis Marcelo Sedorko
CRÉDITOS

Miguel Sanches Neto


Reitor

Everson Augusto Krum


Vice-Reitor

Pró-Reitoria
Reitoria de Assuntos Administrativos Sistema Universidade Aberta do Brasil
Ivan Mottin Demiate - Pró-Reitor Carlos Willians Jaques Morais - Coordenador Geral
Kelly Cristina Ducatti da Silva - Coordenadora Adjunta
Pró-Reitoria
Reitoria de Graduação Marcus William Hauser - Coordenador de Curso
Lígia
ígia de Paula Couto - Pró-Reitora
Colaboradores de Publicação
Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Emanuelle Alves Adacheski - Revisão e Diagramação
Carlos Willians Jaques Morais - Coordenador Geral Maria
aria Luzia Fernandes Bertholino dos Santos - Revisão
Kelly Cristina Ducatti da Silva - Coordenadora Pedagógica Eloise Guenther – Capas e elementos gráficos

Coordenadora de Convênios Nutead


Assessora Pedagógica Nutead
Cristiane Aparecida Woytichoski

Oliveira, Carlos Alberto de


O48c Condicionamento físico para crianças e adolescentes II/ Carlos
Alberto de Oliveira; Clóvis Marcelo Sedorko. Ponta Grossa:
UEPG/NUTEAD, 2020.
99p.; il..

Curso de Licenciatura em Educação Física. Universidade


Estadual de Ponta Grossa.

1. Aptidão física. 2. Treinamento físico. 3. Exercício


físico – prescrição. 4. Saúde- condicionamento físico. I.
Sedorko, Clóvis Marcelo. II. T.

CDD : 796

Ficha catalográfica elaborada por Maria Luzia F. Bertholino dos Santos


Santos– CRB9/986
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino


superior estadual, democrática, pública e gratuita que tem por missão
responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a
qualidade científica e tecnológica com a qualidade social, cumprindo, assim,
o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a
educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.
No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto
nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão. Seus cursos de
graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os
resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos
acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.
A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a
UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade
implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente,
vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.
Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNDE na execução
dos programas de Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do
Brasil e atua em 40 polos de apoio presencial, ofertando diversos cursos de
graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná,
Santa Catarina e São Paulo.
Desse modo, a UEPG coloca-se numa posição de vanguarda,
assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente
diferenciada, afirmando-se definitivamente no domínio e disseminação das
tecnologias da informação e da comunicação.
Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga
horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam de
metodologias, mídias e materiais próprios da EaD, que, além de serem mais
flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação entre
alunos, tutores, professores e coordenação.
Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para
promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso que está
realizando.

A Coordenação
SUMÁRIO

PALAVRAS DOS PROFESSORES 5


AGRADECIMENTOS 6
DEDICATÓRIA 7
TEMA, OBJETIVOS E EMENTA 8

SEÇÃO 1:
O CONDICIONAMENTO FÍSICO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: princípios e
aspectos gerais 9

SEÇÃO 2:
PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA A SAÚDE E PARA O
CONDICIONAMENTO FÍSICO 25

SEÇÃO 3:
TRABALHANDO AS CAPACIDADES FÍSICAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA:
resistência, força, flexibilidade, velocidade, coordenação, equilíbrio e
agilidade 42

PALAVRAS FINAIS 73
REFERÊNCIAS 74
NOTAS SOBRE OS AUTORES 78
PALAVRAS DOS PROFESSORES

Caro(a) Acadêmico(a),

Etapas existem para serem superadas, e agora começamos outra com


um novo conteúdo:
Na verdade, um novo momento na mesma disciplina. No módulo I, você
revisou conteúdos anteriores e aprendeu sobre os componentes da aptidão
física e sua importância na promoção da saúde, os métodos de treinamento
que podem ser aplicados para desenvolver e melhorar as condições físicas
de crianças e adolescentes nas aulas de Educação Física, os conceitos e
particularidades das capacidades físicas, as adaptações fisiológicas e os
efeitos do exercício físico no organismo. Um conteúdo de extrema
importância para o profissional da Educação Física.
Nesta disciplina, vamos utilizar muitos dos seus conhecimentos
teóricos adquiridos e direcioná-los à prática. Para você prescrever e aplicar
os exercícios físicos em crianças e adolescentes, organizamos o livro
abordando o tema “Adaptações e respostas fisiológicas ao exercício físico e a
prescrição de exercícios físicos”, o qual dividimos em três seções.
A Seção 1 aborda os princípios e aspectos gerais do condicionamento
físico para crianças e adolescentes; crescimento, desenvolvimento e
amadurecimento das crianças; e a relação do exercício físico com a
composição corporal: ossos, gordura, músculos, maturação, vias energéticas.
A Seção 2, por sua vez, foca na prescrição de exercícios físicos para a
saúde e para o condicionamento físico, abordando os testes físicos.
Por fim, na Seção 3, apresentamos sugestões de aulas práticas para
trabalhar as capacidades físicas nas aulas de Educação Física, quais sejam,
resistência, força, flexibilidade, coordenação, velocidade, equilíbrio e
agilidade.

Bons estudos!
AGRADECIMENTOS

Para o desenvolvimento desta obra, fez-se necessária a colaboração de


pessoas que, junto conosco, trabalharam para que atingíssemos êxito em
nossos propósitos. Assim, agradecemos ao Professor Flávio Madalosso
Vieira e à Professora Érica Fernanda de Paula pelo empenho e dedicação
com que nos auxiliaram na composição deste livro.
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho ao Professor João Antonio Sampaio ,


diretor e coordenador pedagógico da Sociedade Educacional Professor
Altair Mongruel – SEPAM, pela contribuição, pelo apoio e incentivo para
criarmos, no início dos anos 1990, aulas teóricas com conteúdos específicos
da Educação Física, as quais subsidiam a elaboração e organização deste
livro.
Dos Autores
TEMA, OBJETIVOS E EMENTA

Adaptações e respostas fisiológicas ao exercício físico. Efeito e prescrição de


exercícios físicos
Seção 1: O condicionamento físico para crianças e adolescentes:
princípios e aspectos gerais
Seção 2: Prescrição de exercícios físicos para a saúde e para o
condicionamento físico
Seção 3: Trabalhando com as capacidades físicas nas aulas de
Educação Física: resistência, força, flexibilidade, coordenação, velocidade,
equilíbrio e agilidade.

 Aprender preceitos gerais inerentes à prescrição de programas de


condicionamento físico para crianças e adolescentes;
 Revisar conceitos sobre capacidades físicas;
 Compreender os aspectos do desenvolvimento maturacional: crianças e
adolescentes;
 Conhecer sugestões de atividades e jogos possíveis de serem desenvolvidos
nas aulas de Educação Física.

Princípios do condicionamento físico para crianças e adolescentes. Prescrição de


exercícios físicos para a saúde e para o condicionamento físico.
O CONDICIONAMENTO
FÍSICO PARA CRIANÇAS
E ADOLESCENTES

princípios e aspectos gerais


SEÇÃO 1
O CONDICIONAMENTO FÍSICO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES:
princípios e aspectos gerais

Conceito de Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS):

– diz respeito às condições do organismo da pessoa.


– relaciona-se ao seu equilíbrio psicológico.
– refere-se à relação do indivíduo com as pessoas
que formam a sociedade da qual faz parte.

Os avanços da modernidade proporcionam benefícios tecnológicos


que produzem um novo mal para a sociedade: as vítimas das doenças
hipocinéticas. As facilidades do mundo moderno, da era da tecnologia e da
informática diminuem o gasto energético e potencializam o surgimento de
problemas de saúde, como a obesidade, a qual é considerada uma doença
grave e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2017), acomete mais de 40% da população brasileira.

O uso do telefone celular e dos computadores para fazer vários tipos


de serviços na comodidade do lar; o oferecido pelas redes de
, que permitem comprar sem sair do carro; os elevadores, escadas e
esteiras rolantes em lojas de departamento e , bem como a
e a praticidade das compras virtuais, exercem influência no nível de
atividade física das pessoas. Os jogos eletrônicos transformaram as
brincadeiras infantis: raramente podem-se observar crianças e jovens
realizando jogos ao ar livre de forma ativa.
A inatividade física representa uma causa importante no número de
mortes prematuras nas sociedades contemporâneas, particularmente nos
países industrializados.

10
É consenso entre profissionais da saúde que a adoção de um estilo de
vida fisicamente ativo na infância e na adolescência pode trazer benefícios
associados à saúde esquelética, ao melhor controle da pressão sanguínea e
das funções cardiovasculares e metabólicas, assim como a redução da
adiposidade corporal (MATSUDO ., 1998; SILVA; MALINA, 2000;
NAHAS, 2006).
Há ainda evidências científicas de que o nível de atividade física na
adolescência está relacionado com o nível de atividade física na vida adulta.
Para Lazzoli . (1998), do ponto de vista da saúde pública e da medicina
preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência
significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do
sedentarismo na idade adulta.

11
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
A falta de conhecimento dos professores e dos próprios pais sobre o
crescimento e o desenvolvimento das crianças e adolescentes pode provocar
transtornos e uma série de problemas futuros. Dessa forma, profissionais
competentes levam em consideração esse conhecimento para estruturar
suas aulas, buscando as necessidades, os interesses e as características das
crianças e adolescentes.
Os exercícios físicos provocam modificações nas funções orgânicas de
crianças e jovens, fato que pode exercer influência em seu desempenho. As
alterações são significativas e ocorrem constantemente dentro de períodos
específicos, provocando respostas e adaptações diferentes em cada fase do
desenvolvimento.

CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E AMADURECIMENTO DAS CRIANÇAS

Crescimento é a atividade biológica dominante durante as duas


primeiras décadas da vida humana e supõe um incremento do tamanho
global do corpo ou de suas partes como consequência de três processos
celulares:



o crescimento se inter-relaciona com os componentes


morfológicos ou somáticos, ou seja, com o aumento nas diferentes
dimensões corporais, como, por exemplo: estatura, peso, proporções
corporais etc.

Trata-se de um termo menos nítido que crescimento; indica o ritmo, a


progressão com a qual se produz o trânsito até o estado maduro ou
maturidade. Indica o ritmo e a cronologia das mudanças que se produzem.
A maturidade costuma expressar-se de diferentes formas:
 – ou o desenvolvimento da capacidade funcional
reprodutiva;
 – ou a ossificação do esqueleto humano;

12
 – ou aparição, queda e reaparição das diferentes peças
dentais.

Desenvolvimento faz referência ao conjunto de mudanças que o ser


humano experimenta ao longo de sua vida, fruto do amadurecimento de
todas as estruturas orgânicas e da interação – em duplo sentido de
adaptação ao meio e intervenção nele – entre o próprio sujeito e seu
ambiente. O desenvolvimento refere-se tanto a um processo de mudança
biológica, quanto a uma mudança de conduta.

O crescimento, o amadurecimento e o desenvolvimento têm um marco


temporal, quer dizer, são estudados num momento concreto ou ao longo de
um tempo determinado. Dentro desse marco temporal, cabe diferenciar
idade cronológica de idade biológica.
 – faz referência ao tempo transcorrido desde o
início da gestação (período pré-natal) ou desde o nascimento (período
pós-natal).
 – faz referência ao grau de amadurecimento
individual.

dois indivíduos da mesma idade cronológica podem ter, em


relação ao seu grau de amadurecimento, idades biológicas diferentes.

13


“Avanço qualitativo na constituição biológica. Avanço dos sistemas, órgãos,


células na composição bioquímica. É a sequência no desenvolvimento das
habilidades sociais, psicológicas, motoras que ocorrem sem a intervenção
instrucional” (BARBANTI, 1994).

“Num sentido restrito refere-se à conclusão da maturação como resultado


dos processos desenvolvimentistas que são primariamente determinados de
forma endógena (relacionado a processos que são determinados pelas
disposições internas ou pelas capacidades inatas). É o produto final dos
processos de desenvolvimento que é geralmente alcançado entre os 18 e 21
anos” (BARBANTI, 1994).

Avanço no desenvolvimento dos sistemas relacionados com o movimento


corporal, os quais possibilitam a aquisição e o aprimoramento gradual da
qualidade do desempenho motor, do controle e alinhamento postural,
equilíbrio, coordenação, habilidades funcionais (baseado em RANIERO;
TUDELLA; MATTOS, 2010).

Desenvolvimento das características físicas, como estatura, peso, sexo etc.


Esse é um período em que ocorrem mudanças biológicas e fisiológicas, a
mente e o corpo se desenvolvem tornando-se maduros. Fatores envolvidos: a
genética, a etnia (haja vista que há diferenças acentuadas entre culturas
diferentes), influência dos meios sociais (convívio com indivíduos mais
velhos pode acelerar a puberdade) e diversos outros fatores biológicos e
culturais. É uma fase marcante para qualquer adolescente.

14
Avanço no desenvolvimento dos sistemas relacionados à percepção, ou seja,
à capacidade de “compreender através dos sentidos ou da inteligência”
(PERCEPTIVO, 2019). Um exemplo de maturação perceptiva é a
ortoscopia, “que se refere à capacidade de visualizar os objetos com certa
constância, com sensações de proximidade e afastamento. Essa
característica da percepção não é primária, mas sim um produto do
desenvolvimento” (PIMENTA; CALDAS, 2014, p. 181).

Avanço no desenvolvimento dos sistemas que permitem que o indivíduo


aprenda, adquira conhecimento. “Cognitivo é uma expressão que está
relacionada com o processo de aquisição de conhecimento (cognição). A
cognição envolve fatores diversos como o pensamento, a linguagem, a
percepção, a memória, o raciocínio etc., que fazem parte do
desenvolvimento intelectual” (COGNITIVO, 2019).

O termo psicossocial refere-se às questões “que envolvem conjuntamente


aspectos psicológicos e sociais” (PSICOSSOCIAL, 2019). A maturação
psicossocial está relacionada com a formação da personalidade e com a
interação do indivíduo com a sociedade, tanto no aspecto da organização
social como na convivência com outras pessoas:

[...] é resultado de como cada indivíduo vai lidar com os


conflitos entre as necessidades pessoais e as exigências sociais
[...]. Do ponto de vista da maturação psicossocial, a
adolescência é o centro nodal do desenvolvimento da pessoa,
por ser uma etapa transitiva entre a infância e a adultez
(MELLO, 2018).

Os quadros a seguir são adaptados do


, de autoria do Prof. Dr. Alexandre Moraes de
Mello, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MELLO 2009).

15
: meninas e meninos dos 3 aos 5 anos

16
meninas e meninos dos 6 aos 7 anos

17
meninas e meninos dos 8 aos 9 anos

18
meninas e meninos dos 10 aos 11 anos

19
meninas e meninos dos 12 aos 13 anos

meninas e meninos dos 14 aos 15 anos

20
EXERCÍCIO FÍSICO X COMPOSIÇÃO CORPORAL: ossos, gordura, músculos,
maturação, vias energéticas

OSSOS
Ainda existem posições de conflito sobre os benefícios e prejuízos da
atividade física durante o crescimento. De modo geral, os estudos apontam
que a atividade física é fundamental e relevante para o crescimento e
desenvolvimento normal de crianças. Existe consenso entre pesquisadores
de que a prática de esportes de forma regular pode promover o crescimento.
Criança ativa fisicamente apresenta estatura igual ou maior que a média da
população. No entanto, não podem ser negadas as características genéticas
quando se trata de uma pré-seleção de crianças e adolescentes para o
esporte.
Quanto aos prejuízos, foi observado que o excesso pode comprometer
o crescimento. No período do estirão pubertário, o sistema ósseo ainda
encontra-se em formação e a utilização de cargas inapropriadas pode
provocar lesões. Estudos dizem que crianças ativas apresentam densidade
óssea maior que as inativas. Porém, exercícios físicos, conforme a
intensidade e a frequência, levam à redução da densidade óssea, e as
exigências unilaterais com sobrecarga provocam deformidades.

GORDURA
É comum meninas apresentarem percentual de gordura corporal
maior que o dos meninos desde a infância. Durante a puberdade, os homens
ganham em média 3,2 kg e as mulheres 7,1 kg de massa gorda. O exercício
físico regular será capaz de ajudar na redução do peso e a diminuir a
quantidade de gordura corporal. Crianças ativas, em geral, possuem
menores percentuais de gordura.

MÚSCULOS
A musculatura aumenta durante a infância, e ocorrem ganhos
expressivos na puberdade. É importante ressaltar que, mesmo antes da
puberdade, os meninos apresentam maior força do que as meninas. O
aumento da massa muscular durante a puberdade parece estar relacionado
ao aumento da testosterona.

MATURAÇÃO
Atividade física regular modifica e altera os processos de maturação
em crianças, podendo provocar um adiantamento.

21
VIAS ENERGÉTICAS
Para a execução de exercícios físicos, há necessidade de energia, que
é conseguida por diferentes vias metabólicas de acordo com a intensidade e
a duração do exercício.

 – via anaeróbica
aláctica (energia armazenada nas moléculas de ATP e de CP).
É o tipo de atividade física que predomina entre crianças.

 – via anaeróbica láctica


(glicólise). Crianças apresentam lactato máximo menor que os
adultos e uma menor atividade das enzimas da glicólise. Isso
indica que as crianças apresentam menor capacidade para
gerar energia por essa via energética, o que resulta numa
menor capacidade para realizar atividades intensas de duração
intermediária. A criança apresenta dificuldade em reaproveitar
o lactato produzido durante atividades lácticas de modo que o
tempo necessário para a recuperação é maior na criança do que
no adulto. Na puberdade, essa via se desenvolve
expressivamente.


– pela via aeróbica (oxigênio e
gordura). Índice para avaliação é o consumo máximo de
oxigênio (VO2 máximo = capacidade máxima do organismo
para extrair oxigênio). Em crianças, dificilmente um valor
máximo real de consumo de oxigênio é atingido. Durante e
após a puberdade, o treinamento aeróbico tem-se mostrado
mais efetivo, produzindo em curtos períodos de tempo
aumentos do VO2 máximo na ordem de 12%.

Para que a criança ou o adolescente alcance o peso ideal sem


comprometer o desenvolvimento é importante não ingerir mais de
por dia e, para isso, deve-se diminuir a quantidade de alimentos
industrializados ricos em gordura e açúcar, como sorvete, bolacha recheada,
salgadinhos ou hambúrguer, substituindo por alimentos saudáveis, como
frutas e verdura, carnes e peixes grelhados.
Além disso, fazer alguma atividade física pode ajudar a queimar a
gordura acumulada, melhorando a qualidade de vida, mesmo que seja
brincando, jogando bola, andando de bicicleta ou apenas caminhando.

22
CRIANÇA – TIPO FÍSICO, CARACTERÍSTICAS

23
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.

24
PRESCRIÇÃO DE
EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA
A SAÚDE E PARA O
CONDICIONAMENTO FÍSICO
SEÇÃO 2
PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA A SAÚDE E PARA O
CONDICIONAMENTO FÍSICO

Até aqui, você estudou e compreendeu os conceitos e componentes da


aptidão física. Aprendeu os princípios e métodos de treinamento físico e
revisou os conceitos das capacidades físicas, trabalhados na disciplina de
ginástica. Você viu as respostas e as adaptações do organismo ao exercício
físico. Vamos avançar os nossos estudos agora aprendendo sobre os
procedimentos necessários para a correta organização e execução de
programas de condicionamento físico para crianças e adolescentes e a
aplicação de testes físicos. Vamos ainda rever conceitos referentes às
capacidades físicas e observar algumas sugestões de atividades e jogos para
trabalhá-las no âmbito escolar.

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Vamos iniciar aqui um ! Com base na sua vivência


nas aulas de Educação Física, procure responder os questionamentos a
seguir:

1. Como eram as suas aulas de Educação Física na escola?

2. Você consegue recordar quais eram os principais conteúdos


trabalhados?

3. Depois de todos os anos de escola, quais conhecimentos


desenvolvidos nas aulas de Educação Física você utiliza em
seu cotidiano?

4. Que fatores o(a) motivaram à escolha deste curso superior?

Agora leia o texto a seguir e REFLITA sobre sua concepção de


Educação Física!

26
27
28
COMO COMEÇAR?
Inicie pela fase de diagnóstico! Esse momento corresponde à
avaliação inicial da criança ou adolescente. Por meio de determinados
testes, é possível identificar quais são suas características físicas, motoras,
morfológicas e até psicológicas, bem como suas capacidades e limitações.
Esse procedimento possibilita que o professor efetue uma correta prescrição
de exercícios e atividades físicas, bem como favorece o controle dos efeitos
do treinamento.
Considerando essa necessidade do professor de conhecer sua
clientela (seus alunos e todos aqueles que buscam orientação adequada
sobre qualquer programa de exercícios e atividades físicas), apresentamos
alguns que podem ser aplicados de forma simples no
ambiente escolar, sem equipamentos de última geração, já que estes não
condizem com a realidade de nossas escolas. Sugerimos alguns protocolos
simples, por serem de fácil execução e despertarem o interesse e a
motivação dos nossos alunos.
É salutar proporcionar o devido entendimento sobre porque os alunos
devem participar das aulas de Educação Física e não simplesmente fazer a
prática pela prática ou, ainda, fornecer uma “bolinha” para a turma jogar
enquanto o professor apenas observa. Esse tipo de postura não vai contribuir
para a formação de um cidadão consciente acerca dos benefícios e efeitos
positivos do exercício físico para a saúde.

TESTES

Para determinação da composição corporal ou estado nutricional das


crianças e adolescentes, pode-se utilizar o cálculo do IMC, que não requer
aparatos muito específicos, apenas uma trena e balança digital simples. A
determinação do estado nutricional ocorre pela obtenção das medidas
antropométricas (peso e estatura) e posterior cálculo do IMC, obtido pela
seguinte fórmula: IMC = (peso em kg) ÷ (altura em m)².

29
Exemplo: um indivíduo com peso de 50 kg e estatura de 1,40 m
apresentaria o seguinte IMC:
IMC= 50 ÷ 1,40²
IMC= 50 ÷ 1,96

O IMC se configura em um método simples, não invasivo e de fácil


mensuração no âmbito escescolar.
olar. Além disso, de modo geral, apresenta boa
correlação na comparação com outros métodos indiretos de obtenção da
composição corporal, como a medida de dobras cutâneas (ANJOS, 1992;
GIUGLIANO;; MELO 2004).
Para iniciar a aferição do peso, sugere-se
sugere que os
avaliados estejam descalços e com roupas leves (calções e camisetas). A
medida deverá ser anotada considerando uma casa após a vírgula. A
estatura pode ser mensurada em um (equipamento disponível
nas escolas estaduais do Para
Paraná)
ná) ou por meio de uma fita métrica. O
avaliado também deverá estar descalçado. A fita métrica deverá ser fixada
em uma parede, na qual o avaliado estará posicionado de costas (conforme
figura a seguir). A leitura da
estatura deve ser realizada
mediante um dispositivo em
formato de esquadro para evitar
erros. Deve-se
se anotar a altura em
centímetros considerando uma
casa depois da vírgula (GAYA;
GAYA, 2016).
Fonte: Gaya e Gaya
(2016, p. 6).

Os resultados podem ser categorizados com a


as tabelas a seguir:

30
A flexibilidade é um componente da aptidão física particularmente
importante para a saúde, pois precisamos de mobilidade nas articulações
para podermos realizar as tarefas diárias. Um bom nível de flexibilidade
favorece uma maior amplitude de movimentos, diminuindo desse modo o
risco de lesões nos músculos, tendões e ligamentos (NAHAS, 2006).

Para obtenção do nível de flexibilidade, o professor deverá estender e


fixar uma fita métrica no solo. Em seguida, deve inserir uma fita adesiva de
aproximadamente 30 centímetros em perpendicular, na marca de 38
centímetros dessa fita métrica, conforme figuras a seguir.
o avaliado deverá estar descalço e seus calcanhares
devem tocar a fita, sob a marca dos 38 centímetros (sendo seus pés
separados pela fita de 30 centímetros). Em seguida, o avaliado deve
estender
tender os joelhos e lentamente inclinar o tronco sobre o quadril, com as
mãos estendidas o mais distante possível para frente, até o professor anotar
a distância obtida. Devem ser realizadas duas tentativas, e a melhor
distância será utilizada para a avali
avaliação.
ação. Os resultados serão anotados
considerando uma casa depois da vírgula.

Fonte: Gaya e Gaya (2016).

31
Nas tabelas abaixo é possível comparar os resultados obtidos com os
valores de referência para avaliação da flexibilidade (GAYA; SILVA, 2007).

Esse teste visa mensurar a aproximação das mãos,


Fonte da quando posicionadas nas costas, estando um braço
imagem:
http://ke posicionado acima do ombro e o outro junto à cintura,
mpobsb.t conforme a figura ao lado (NAHAS, 2006).
ripod.co
m/ar_exe
o avaliado deverá elevar o braço
rcicios.ht esquerdo, flexionando o cotovelo e tentando alcançar a
m posição mais abaixo possível em suas costas. A palma da
mão deverá estar direcionada para o corpo.

32
Simultaneamente, deverá estender seu braço direito para baixo, flexionando
o cotovelo, e, com a palma da mão direcionada para fora, aproximar ou
buscar sobrepor os dedos junto à mão direita.
Para medição, é necessário se ater às seguintes considerações:
 Se as mãos não se tocarem, deve-se medir a distância entre
elas e em seguida atribuir um sinal negativo a esse valor;
 Se as mãos apenas se tocarem, deve-se atribuir o valor zero;
 E, quando as mãos se sobrepuserem, deve-se medir essa
distância, considerando-a como referência.
Após a realização desse procedimento, inverter a posição dos braços.
Os resultados podem ser categorizados considerando a tabela a seguir:

Inverter os valores direito/esquerdo para indivíduos canhotos.

Conforme visto anteriormente, a é uma capacidade física


que permite ao corpo resistir à fadiga em esforços de baixa a moderada
intensidade e longa duração. Podemos classificá-la ainda em:
ou e .

A aptidão cardiorrespiratória apresenta relação com a eficiência dos


músculos na utilização do oxigênio captado e distribuído pelos sistemas
respiratório (pulmões) e cardiovascular (coração e vasos sanguíneos). Um
indivíduo com boa resistência física tende a apresentar melhorias na saúde e
qualidade de vida, além de maior capacidade para realizar as tarefas diárias.
o professor vai precisar de uma fita métrica, um
cronômetro e uma ficha para registrar a distância percorrida pelos alunos.
Inicialmente, deve-se marcar em um local plano uma “pista”, na qual os
alunos deverão correr em ritmo constante por seis minutos. Devem-se
dividir os alunos em grupos, considerando o espaço/pista disponível.
Sugere-se que sejam evitados os piques de velocidade intercalada por
caminhadas longas; contudo, se assim desejar, o aluno poderá caminhar
durante o trajeto. O professor informará aos alunos a passagem do tempo
durante a realização do teste (Exemplo: já foram dois minutos; quatro

33
minutos; falta um minuto). Ao final, pode-se utilizar um apito para que os
avaliados interrompam a corrida. A medição deve ser realizada
considerando o local onde o aluno estava quando o professor apitou
finalizando o teste. Os resultados devem ser anotados em metros e deve ser
considerada uma casa após a vírgula.
Para fins de comparação, é possível utilizar a tabela referente aos
valores críticos de corrida, ou no tocante à
(GAYA; GAYA, 2016).

Valores abaixo dos pontos de corte classificados como


; os valores acima, (GAYA; GAYA, 2016, p. 15).

34
Resistência muscular localizada diz respeito à capacidade de um
determinado grupamento muscular em realizar contrações repetidas, sem
que a eficiência
cia dessas contrações e do trabalho realizado seja diminuída.

para a execução desse teste, serão necessários


colchonetes e um cronômetro. A orientação é que o avaliado se posicione em
decúbito dorsal
orsal (conforme figura abaixo), com os joelhos flexionados num
ângulo aproximado de 45 graus e com seus braços cruzados sobre o tórax. O
professor poderá orientar os alunos sobre o procedimento correto de
execução das contrações abdominais, de modo que pos possam
sam se ajudar em
duplas.
O avaliador deverá segurar os
tornozelos do avaliado com as mãos,
de modo a fixá-los
los no solo. Ao sinal
do apito (início da contagem do
tempo), o aluno avaliado deverá
iniciar os movimentos de flexão do
tronco até que consiga toca
tocar as coxas
Fonte: Gaya e Gaya (2016,
( p. 9).
com seus cotovelos e em seguida retornará à
posição normal. Caso queira, o aluno avaliado poderá descansar alguns
segundos antes de reiniciar outro movimento. O
avaliado não precisa tocar com a cabeça no colchonete a cada execução,
somente com suas costas/escápulas. A anotação deverá ser realizada
contando o número de repetições completas em um minuto.

Valores abaixo dos pontos de corte estão na e os


valores acima, na (GAYA; GAYA, 2016, p. 17-18).

Esse
se componente da aptidão física pode ser entendido como a
habilidade do organismo de exercer tensão muscular contra uma resistência
interna ou externa. A é a capacidade que nos favorece movimentar o
corpo, sustentar determinadas cargas ou ainda puxar
puxar,, empurrar e levantar
objetos (NAHAS, 2006).

35
(arremesso )
os materiais
necessários são: de 2
kg e trena. O professor fixa a trena
ao solo, perpendicular a uma pared
parede
(conforme figura). O ponto zero da
trena é fixado rente à parede, na
qual o aluno apoia as costas após
sentar-se
se no chão com as pernas
unidas e estendidas. O aluno segura
Fonte: http://nossovoleimaua.blogspot.-
http://nossovoleimaua.blogspot.
a junto ao peito e
com/2012/08/aplicacoes
com/2012/08/aplicacoes-de-testes.html
mantém os cotovelos flexionados. Ao
sinal do professor,
ssor, o avaliado deve lançar o objeto o mais longe que puder,
sem tirar as costas da parede. A anotação da distância se dá do local onde a
tocou o chão pela primeira vez até o ponto zero. Cada aluno
realiza duas tentativas
tentativas, sendo contabilizadoo o melhor resultado. Deve-se
registrar
egistrar a distância em centímetros, considerando uma casa após a vírgula.

valores
referentes à aptidão física para o desempenho esportivo

36
materiais (trena, fita adesiva, giz ou uma linha da
quadra poliesportiva). O professor fixa a trena ao solo, perpendicular a uma
linha de início (sinalizada com fita adesiva, giz ou linha já tracejada na
quadra). O ponto zero da trena se localiza sobre a linha de início. O aluno se
posiciona atrás da linha inicial, com os pés ligeiramente afastados e em
paralelo, os joelhos flexionados e o tronco projetado à frente (GAYA; GAYA,
2016). Ao sinal do professor, o aluno realiza uma impulsão à frente, o mais
longe possível, tocando o solo com os dois pés simultaneamente. Realizam-
se duas tentativas, sendo considerada a maior marca. A anotação da
distância se dá da linha inicial até o calcanhar mais próximo (conforme
figura abaixo) e será registrada em centímetros, considerando uma casa
após a vírgula.

Fonte: http://15-16-e4a-edufisiiestonygallardo.blogspot.com/2016/03/saltohorizontal.html

valores referentes à
categoria de expectativa de desempenho esportivo

Fonte: Gaya e Gaya (2016, p. 19).

37
A agilidade se constitui em uma habilidade essencial para a prática
desportiva e requerer uma importante combinação entre as valências físicas
e Um indivíduo ágil consegue alterar a direção corporal
de maneira rápida e precisa, enquanto se desloca de um ponto a outro
(GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
os mate
materiais
riais necessários para a realização desse teste
são: quatro cones (50 cm de alt
altura), fita adesiva e uma trena.
Inicialmente, é necessário delimitar um local para o teste, seja a
quadra de esportes ou outro local que apresente piso antiderrapante. Com o
auxílio
ílio da trena, o professor deverá demarcar nesse espaço um quadrado
com quatro metros de lado e em seguida alocar os cones em cada ângulo
desse quadrado, conforme figura abaixo.

Fonte: Gaya e Gaya (2016, p. 13


13) Fonte: https://www.ufrgs.br/proesp/bat-
https://www.ufrgs.br/proesp/bat
testeagilidade.Php

Pode-se
se inserir no chão uma seta (feita com giz ou fita adesiva), de
modo a indicar a linha de partida. Ao sinal do professor, o avaliado deverá
se deslocar em velocidade máxima e tocar com uma das mãos o cone situado
na diagonal da linha de partida. A seguir, deverá correr para tocar o cone
situado à sua esquerda ou direita e, na sequência, terá que se deslocar para
tocar o outro cone em diagonal. Por fim, o avaliado retorna ao último cone, o
qual corresponde
ponde ao ponto de partida. A mensuração do tempo ocorrerá a
partir do momento que o avaliado tocar com o pé pela primeira vez o interior
do quadrado (acionar o cronômetro) e será pausado quando tocar com uma
das mãos o último cone. Devem ser realizadas dua
duass tentativas e, para fins de
avaliação, será registrado o menor tempo. A anotação deverá considerar os
segundos e centésimos de segundos, ou seja, duas casas após a vírgula
(GAYA; GAYA, 2016).

38
valores referentes à categoria de expectativa de
desempenho esportivo

A velocidade é a capacidade que um indivíduo apresenta para se


mover de um ponto a outro o mais rapidamente possível. É uma das
valências motoras essenciais para o desempenho desportivo, sendo
subsidiada na coordenação e na força. Essa capacidade motora pode ser
ainda dividida em , e
, sendo esta última caracterizada por repetições precisas dos mesmos
movimentos, como é o caso das corridas.

Fonte: Gaya e Silva (2007, p. 17).


39
para realização desse teste, o professor precisa dispor
de um cronômetro, cones para sinalização e um local com espaço suficiente
para demarcar a “pista” com três linhas paralelas ao chão, conforme figura
acima. A primeira linha será a marca de . A segunda deverá estar a
20 metros de distância da primeira ( ) e a terceira deve ser
demarcada a dois metros da segunda, como um tipo de referência para o
aluno avaliado, visando evitar que reduza a velocidade antes de cruzar a
linha de chegada. Para iniciar o teste, o aluno deverá estar em pé,
posicionado atrás da primeira linha. Deve-se orientar o avaliado de que será
necessário correr até a terceira linha o mais rápido que conseguir. Ao sinal
do professor, o aluno se deslocará rumo à linha de chegada. O professor
acionará o cronômetro quando o avaliado der o primeiro passo,
ultrapassando a linha de partida. Quando o aluno avaliado cruzar a segunda
linha, o cronômetro deve ser interrompido. O registro do tempo gasto no
trajeto deve ser anotado em segundos e centésimos de segundos, com duas
casas após a vírgula (GAYA; SILVA, 2007, p. 17).

valores referentes à categoria de


expectativa de desempenho esportivo.

40


41
TRABALHANDO AS
CAPACIDADES FÍSICAS
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA: resistência, força,
flexibilidade, velocidade,
coordenação, equilíbrio e
agilidade
SEÇÃO 3
TRABALHANDO AS CAPACIDADES FÍSICAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA: resistência, força, flexibilidade, velocidade, coordenação,
equilíbrio e agilidade

Principais características das capacidades físicas:


1. RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA
Um dos componentes mais importantes da aptidão física é a
resistência cardiorrespiratória. Ela consiste na capacidade de realizar
exercícios dinâmicos envolvendo grandes grupos musculares em
intensidade moderada a alta por períodos prolongados. Esta capacidade
altera as funções cardiovasculares: trabalha o coração e os componentes do
sistema cardiorrespiratório.
A melhora da resistência cardiorrespiratória constitui um dos
benefícios mais importantes dos programas de treinamento de exercícios
aeróbicos.

capacidade para suportar esforços de média e longa duração


por um determinado período de tempo.

O QUE É?
Atividade Aeróbia e Atividade Anaeróbia?

 ou são atividades de média e longa


duração e intensidade moderada a vigorosa, de caráter dinâmico e
rítmico. Quando determinado exercício físico não é muito intenso, o
sistema cardiovascular fornece quantidades suficientes de oxigênio
para a produção de energia que será necessária durante o esforço
muscular. Para melhorar as condições cardiorrespiratórias do
indivíduo, são recomendadas atividades como andar, correr, pedalar,
nadar, dançar, pular, remar e praticar ginástica aeróbica.

43
 ou são atividades em que o
esforço será muito intenso, realizado mesmo sem o adequado
fornecimento de oxigênio, por um período curto (dois ou três
minutos). O metabolismo anaeróbico acontece nos músculos. As
atividades anaeróbicas provocam um aumento significativo na
respiração e na frequência cardíaca, geralmente produzindo bastante
suor. Melhoram significativamente o funcionamento do coração, dos
pulmões e de todo o sistema cardiovascular. Exemplos: velocidade
com ou sem carga, de curta duração e alta intensidade, como a
corrida de cem metros rasos; saltos; arremesso de peso; exercícios de
força ou resistidos, com peso, como a musculação.

RESISTÊNCIA E SAÚDE
Pessoas que não apresentam um bom resultado em Resistência:
 Apresentam cansaço precoce tanto no trabalho como nas
horas de lazer;
 Estão mais sujeitas a desenvolver doenças cardiovasculares.

As pessoas que desenvolvem hábitos saudáveis e gosto pela atividade


física, praticando exercícios aeróbicos com regularidade, apresentam menor
risco de problemas cardiovasculares do que pessoas inativas, principalmente
infartos do miocárdio. Além disso, indivíduos com aptidão
cardiorrespiratória elevada tendem a apresentar mais eficiência nas
atividades do cotidiano e a recuperar-se mais rapidamente da realização de
esforços físicos intensos. Isso se soma a melhores condições de reserva
orgânica, economia que se traduziria em um melhor aproveitamento das
horas de lazer e melhor rendimento no trabalho e, em última análise, na
manutenção de uma vida autônoma.

44
Se considerarmos que alguns fatores de risco de doenças cardíacas
começam a aparecer já na infância, então será fácil entender como é
importante desenvolver hábitos ativos e bons níveis de aptidão
cardiorrespiratória desde cedo. Durante o crescimento, o desenvolvimento
das condições aeróbicas é frequentemente relacionado à prevenção dos
riscos de uma vida a futura marcada pela hipoatividade, pela obesidade
precoce, proporcionando, ainda, uma melhora no sistema imunológico.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS: atividades para desenvolver resistência


(Todos
Todos os exercícios sugeridos foram a
adaptados
daptados de SEDORKO; KONIG, 2014;
201 fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014 2014).

bolas e
colchonetes.

divide-se a turma em
duplas, cada uma de
posse de uma bola e
um colchonete. Um
aluno da dupla inicia
o exercício abdominal
deitando-se no
colchonete para recepcionar
ecepcionar com as mãos a bola passada pelo colega
posicionado em pé à sua frente. Após receber a bola, esse aluno deverá
flexionar o tronco para devolvê
devolvê-la
la novamente ao colega passador. Após
algumas repetições,
petições, os alunos das duplas deverão inverter as pos
posições.
o professor poderá variar a atividade su
sugerindo
gerindo que os alunos
“cabeceiem” a bola durante o momovimento
vimento abdominal de subida do tronco.

o professor deverá distribuir a turma sobre


a linha de fundo da quadra e, ao sseueu comando, os alunos
deverão realizar uma corrida de e . O objetivo é se
deslocar até o meio da quadra para tocar a linha central com as mãos,
retornando
do em seguida à linha de fundo (posição inicial) para, do mesmo
modo, tocá-la
la com as mãos. Na sesequência,
quência, os alunos deverão correr
cor até o
lado oposto da quadra para tocar na outra linha de fundo, retornando
novamente para a posição inicial. Vence o jogo o aluno que finalizar a tarefa
primeiro.
45
bambolês,
cones, cordas e
elásticos.

organiza-se
previamente o
ambiente da aula (que
poderá ser o pátio da
escola) inserindo
cones para sinalizar o
trajeto da corrida de resistência que será realizada pelos alunos. O professor
poderá dividir a turma em equipes e marcar o tempo que cada uma leva
para completar o percurso.
: o professor poderá acrescentar outros cones, cordas e elásticos
para servirem de obstáculos, visando dificultar e variar a execução da
corrida.

colchonetes, cones e cordas.

divide
divide-se a turma em
quatro grupos, dispostos em uma das
estações previamente organizadas pelo
professor na quadra ou espaço da aula.
A primeira estação é de deslocamento
entre cones
nes alocados em sequência. A
segunda estação consiste na realização do
exercício “tesoura”,, levantando
alternadamente
lternadamente as pernas sem
tirar as costas do colchonete. A
terceira estação é uma
sequência de saltos grupados
sobre as cordas esticadas
das no
chão. A quarta estação é de aga-
chamento.
o professor poderá
estipular um tempo de
permanência em cada
atividade, para que os grupos possam participar de todas as estações.

46
2. FORÇA MUSCULAR
A força muscular é fundamental no dia a dia e não apenas nos
esportes.
capacidade física que permite a um músculo ou grupo de
músculos produzirem uma tensão e vencer uma resistência na ação de
empurrar, tracionar ou elevar. No esporte e na vida diária, a força tem um
papel importantíssimo. Qualquer movimento exige certo grau de força
muscular. É parte essencial no planejamento do treinamento. Não se
restringe ao campo esportivo de alto rendimento, também é trabalhada e
aplicada na reabilitação e na área de (academias).
Como vimos anteriormente com a ,
também será possível medir a quantidade de de uma pessoa. A força é
medida em Newton (N). Níveis adequados de força tornam as pessoas
capazes de desenvolver tarefas com menor esgotamento fisiológico. É um
relevante componente da aptidão física relacionada à saúde.
Pode servir como fator preventivo de vários tipos de
comprometimento neuromuscular e musculoesquelético. Qualquer trabalho
físico que exija repetidas contrações musculares requer resistência muscular
ou resistência de força. Exemplos: carregar um objeto; carregar um bebê;
mover o corpo repetidas vezes; executar tarefas domésticas; praticar
esportes.
Para melhorar a força de um grupo muscular, é preciso exercitá-lo
regularmente com determinada intensidade, aplicando o princípio da
sobrecarga.
Uma boa condição muscular proporciona maior capacidade para
realizar as atividades da vida diária, com mais eficiência e menos fadiga.
Permite realizar atividades esportivas com melhor desempenho e menor
risco de lesões, além de ajudar a manter uma boa postura. Músculos fortes
protegem as articulações, resultando em menor risco de lesão ligamentar e
de problemas como dores nas costas (lombalgias). Ajuda a prevenir a
osteoporose.

47
O aumento da força é governado pela intensidade da sobrecarga, que
é o nível de tensão aplicada ao músculo. Qualquer sobrecarga pode resultar
em algum desenvolvimento de força. Níveis de esforço próximos à
intensidade máxima de contração produzem efeitos significativamente
maiores.
O grau de força produzida por um músculo advém da combinação do
número e do nível de ativação das unidades motoras. A força e seu aumento
dependem da integração neuromuscular, ou seja, da capacidade do músculo
de produzir tensão e da habilidade do sistema nervoso em ativá-lo. O
treinamento da força é específico em função:
 Do tipo de contração a que os músculos são submetidos;
 Da angulação em que são trabalhados;
 Da forma dos movimentos.

O treinamento de força pode ser estático e dinâmico.


 – ganho de força nos ângulos treinados.
Exemplo: aplicação em determinados esportes – ginástica
olímpica, alpinismo e na reabilitação músculo/articulação.
 – ganho de força em todos os ângulos de
movimento. Mais usado em programas de condicionamento
físico para a promoção da saúde.

Os são os músculos maiores e mais potentes,


basicamente responsáveis pelo desempenho de habilidades técnicas.
Os são aqueles que cooperam na
realização do movimento

48
Os são aqueles que se encontram no lado
oposto do osso e agem em oposição aos sinérgicos
Os são aqueles que mantêm
estável uma parte do corpo ou do membro enquanto outra se contrai para
executar o movimento.

FORÇA E SAÚDE
Pessoas que não apresentam um bom resultado em Força
(musculatura fraca; falta de força) apresentam problemas articulares com
maior freqüência, além de problemas posturais, lesões musculares e maiores
risco de quedas (especialmente no caso de idosos).

 ou – há movimento muscular (encurta e


alonga). Em condições dinâmicas, só existe tensão igual às
estáticas em fases curtas de movimentos. = mesma;
= tensão.
 ou – não há movimento (empurrar uma
parede). Em condições estáticas, existe mais tensão do que em
condições dinâmicas. = mesma; = comprimento.
 – é um tipo de contração isotônica na qual a
resistência se altera, adaptando as relações de alavancas
alternadas, ou responde proporcionalmente à força e à
velocidade da tensão muscular. Apresenta apenas a fase
concêntrica. Geralmente, apenas máquinas promovem
realmente o trabalho isocinético. É a contração máxima de um
grupo muscular em uma velocidade constante ao longo de toda
a amplitude de movimento articular. = mesma; =
movimento.

 é a força de quando o músculo se encurta (subir


escada).
 é a força de quando o músculo se alonga (descer a
escada, abaixar lentamente uma barra com anilhas). Funciona como
freio.

49
Algumas exigências para trabalhar a Força:
1. Desenvolver flexibilidade de articulações;
2. Desenvolver força dos tendões antes da força muscular;
3. Desenvolver força central antes dos membros.

A maioria das lesões ocorre em ligamentos e tendões. Um programa


bem elaborado de treinamento de força resultará no fortalecimento dos
ligamentos (que mantêm unidos os ossos que formam a articulação) e dos
tendões (que sustentam os músculos nos ossos) e, em consequência,
permitirá ao praticante lidar melhor com o esforço.
O treinamento de força pode ser um componente positivo do estilo de
vida ativo da criança; porém devemos elaborá-lo cuidadosamente para a
idade ou a modalidade esportiva adequada.

Crianças podem sofrer lesões ao levantarem pesos grandes durante o


crescimento, sobretudo durante a pré-puberdade e a puberdade, pois não
podem ativar os músculos como os adultos e são, portanto, mais propensas a
certas lesões.
Responsáveis por casos de lesões infantis:
 Falta de conhecimento em treinamento e progressão adequada
de carga;
 Postura inadequada durante o exercício com pesos.

50
SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS: atividades para desenvolver força
(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO;
ORKO; KONIG, 2014).

divide-se
se a turma em trios, de acordo com
as características físicas dos alunos. Ao sinal do professor,
dois alu
alunos
nos do trio entrelaçam as mãos (fazendo uma
cadeirinha) para transportar outro colega de uma linha da quadra até a
outra. Em seguida, os alunos trocam de lugar (revezando na cadeirinha).
Vence o jogo o trio que concluir primeiro a atividade.
: o professor poderá variar a atividade so
solicitando
licitando que os alunos
transportem o colega de outras manei
maneiras,
ras, tais como: segurando embaixo dos
braços e nas pernas, apoiando nos ombros e pernas, apoiando nas costas e
pernas, entre outras formas.

bambolês.

dividem
dividem-sese os alunos em grupos organizados em colunas.
Ao sinal do professor,
fessor, o primeiro aluno de cada colu
coluna
na deverá correr até o
bambolê disposto à frente de seu grupo e encostar determinada parte de seu
corpo (por exemplo: a barriga) na área do bambolê. Quando retornar, será a
vez do segundo aluno
no da coluna, e assim por diante. O grupo vencedor será
aquele que finalizar a atividade primeiro.

: para variar a atividade o professor poderá:


 Solicitar aos alunos que encostem outras partes do cor corpo
po na área do
bambolê (o bumbum, os joelhos, as cos costas etc.);
 Solicitar
itar que os alunos realizem uma ou mais flexões de braço;
 Solicitar que os alunos realizem determinadas formas de locomoção
(da distância de seu grupo até o bam
bambolê),
bolê), com quatro apoios (barriga
para cima, desloca
deslocamento
mento lateral, frontal e de costas); quatro
quat apoios
(com a barriga virada para baixo, deslocamento frontal, lateral, de
costas etc.).

dividem
dividem-se os alunos em
duplas, considerando do suas características
físicas. Ao sinal do professor, um aluno da
dupla segura seu colega pelas pernas
enquanto este apoia as mãos no chão. O
objetivo da atividade é realizar o
deslocamento de uma lateral à outra da

51
quadra, apoiando-se
se com as mãos. Os alunos deverão inverter as posições
quando concluírem o trajeto. Será vencedora a dupla que finaliz
finalizar a
atividade primeiro.

divide
divide-se a turma em
duplas, considerando as características
físicas dos alunos. Um dos alunos da dupla
deverá deitar-se
se no chão, levantando suas
pernas para apoiar o peso do colega. O
objetivo da atividade
vidade é realizar um
movimento semelhante ao , no qual
o aluno deitado flexiona e estende as pernas
sustentando o peso do colega. Após algumas
repetições, os alunos trocam de lugar.

divide
divide-se a
turma em grupos dispostos em
colunas.
lunas. Os alunos deverão
sentar (um à frente do outro) e
segurar nos pés do colega que
estará sentado atrás. Ao sinal
do professor, cada equipe
tentará chegar até o outro lado
da quadra, sem que seus
integrantes soltem os pés dos
colegas.

52
3. FLEXIBILIDADE
A flexibilidade consiste na amplitude de movimentos. Uma boa
flexibilidade permite desempenhar inúmeros movimentos e habilidades com
facilidade. Essa capacidade física permite às articulações se movimentarem
dentro de limites ideais numa determinada ação sem provocar lesão, sendo,
ainda, indispensável à prática esportiva. Por exemplo, a flexibilidade do
tornozelo é fundamental para qualquer habilidade que requer corrida e
saltos.
A flexibilidade é definida pela maioria dos autores como “liberdade
de movimento”, no sentido de mobilidade. O grau de flexibilidade é
específico para cada articulação, isto é, varia de articulação para articulação
em um mesmo indivíduo.

Em teoria, indivíduos que exibem melhores níveis de flexibilidade são


menos suscetíveis a lesões quando submetidos a esforços intensos e
geralmente apresentam menor incidência de problemas osteomioarticulares.
Em contrapartida, baixos níveis de flexibilidade nas regiões do tronco e
quadril estão relacionados a problemas de ordem postural.
Pessoas com flexibilidade comprometida podem apresentar
implicações para a saúde, entre as quais:
 Problemas posturais;
 Limitada participação em atividades esportivas ou recreativas;
 Maior risco de lesões musculares e articulares;
 Dores lombares.

FATORES DE VARIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE


 indivíduos com grandes músculos hipertrofiados
ou quantidades excessivas de gordura subcutânea podem
apresentar escore inferior em testes de Amplitude de
Movimento (ADM). Isso não significa necessariamente que
indivíduos muito musculosos ou obesos têm pouca
flexibilidade. Muitos fisiculturistas e obesos que alongam
rotineiramente seus músculos têm níveis adequados de
flexibilidade.

53
 indivíduos sem flexibilidade e idosos apresentam
rigidez muscular aumentada e tolerância mais baixa ao
alongamento comparado a indivíduos mais jovens com
flexibilidade normal.
 algumas evidências sugerem que as mulheres
geralmente são mais flexíveis que os homens em todas as
idades.
 a inatividade física é a principal
causa da falta de flexibilidade. Pessoas inativas tendem a ser
menos flexíveis do que as ativas. O exercício aumenta a
flexibilidade. O desuso, devido à falta de atividade física ou
imobilização, produz encurtamento dos músculos e dos tecidos
conjuntivos, o que, por sua vez, restringe a mobilidade
articular.

Numa sessão de treinamento físico, os melhores momentos para


realizar exercícios de alongamento são no final do aquecimento geral,
durante o intervalo de repouso entre exercícios e no final da sessão de
treinamento.

As crianças são mais flexíveis que os adolescentes e os adultos. A pré-


puberdade é a fase de desenvolvimento do indivíduo em que a flexibilidade
é maior. Nessa etapa, estão em desenvolvimento todas as articulações
(quadril, ombros e tornozelos, principalmente).
Por exemplo, o indivíduo do sexo masculino, principalmente após a
puberdade, ganha estatura, tamanho e força muscular, mas perde
flexibilidade. A puberdade é o estágio de desenvolvimento em que as
diferenças sexuais na flexibilidade são as maiores.
Na puberdade, o trabalho de alongamento deverá ser enfatizado, pois
nesse momento há uma perda na amplitude das articulações. A criança
precisa continuar a desenvolver articulações fortes, do contrário, podem
surgir problemas anatômicos, como o crescimento desproporcional das
pernas e alterações na alavanca entre as pernas e o tronco. Uma maior
dedicação à flexibilidade durante a pré-puberdade e a puberdade diminui a
possibilidade de que problemas surjam nos estágios finais do
desenvolvimento.
Durante a pós-puberdade, a tendência de diferença entre os sexos
continua: garotas ainda apresentam maior flexibilidade do que os garotos,
embora a diferença não seja tão grande quanto na puberdade.
A flexibilidade precisa fazer parte de qualquer programa de
treinamento, seja qual for a especialização esportiva, pois é necessária a

54
manutenção do grau de flexibilidade alcançado, sendo importante durante o
ano inteiro e no deco
decorrer da vida toda.. A inatividade física reduz a
flexibilidade rapidamente, e essa redução poderá conduzir a lesões.

Uma sessão de flexibilidade não deve ser enfadonha. Podemos utilizar


brincadeiras e jogos. É importante evitar um ambiente competitivo, porque
pode resultar em alongamento excessivo e provocar lesões. Na pré pré-
puberdade, o treinamento deve focar na flexibilidade geral ou global. Já na
puberdade e pós-puberdade,
puberdade, podem
podem-sese enfatizar exercícios de flexibilidade
específica.

SUGESTÕES DE EXERCÍCI
EXERCÍCIOS:
OS: atividades para desenvolver flexibilidade
(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014).

posicionados em pé, os alunos


deverão flexionar
nar seu joelho direito no plano
anterior, levantando a coxa em direção
ção ao tronco
para segurá-la
la com os braços. Após dez segundos de alongamento, inverter
a perna.

dividem
dividem-se os
alunos em duplas (de acordo com
suas características físicas). Os
alunos de cada dupla deverão fi ficar
dispostos um de costas para o
outro e com os braços entre
entre-
laçados. Um dos alunos deverá
flexionar seu tronco para frente,
apoiando, levantando e alongando
o colega. Após dez segundos, as
posições deverão ser invertidas
invertidas.

o professor deverá
solicitar que os alunos sentem
tem-se no chão,
flexionando os joelhos de modo a unir as
solas dos pés. Em seguida, cada aluno deverá segurar seus tornozelos e, ao
mesmo tempo, pressionar os joelhos com os cotovelos, para que os jojoelhos
encostem ou se aproximem do chão.

55
dividem
dividem-se os alunos
em duplas (de acordo com suas
características físicas), dispostos frente a
frente. Um aluno segura a perna direita do
outro. Após dez segundos de alonga
alongamento,
os alunos trocam de perna.

posicionados em pé, cada aluno


deverá flexionar
nar sua perna direita no plano posterior,
segurando com as mãos o pé direito de modo a
encostá-lo no glúteo. Após dez segundos, inverter o lado.

dividem-se
se os alunos em
duplas, dispostos frente a frente. Os alunos de
cada dupla deverão entrelaçar suas mãos, cada um inclinando seu corpo
para um lado, flexionando uma perna e estendendo a outra lateralmente.
Após dez segundos de alongamento, os al
alunos
unos deverão inclinar o corpo para
o lado oposto.

os alunos deverão
afastar as pernas lateral
lateralmente,
enquanto apoiam as palmas das
mãos no chão, logo à fren
frente do corpo.

individualmente, os alunos deverão


entrelaçar
ntrelaçar os dedos das mãos, estendendo os braços para
frente, depois para cima e em seguida para baixo. Por fim, os alunos
entrelaçarão
rão os dedos das mãos atrás das costas flexionando o tronco para
frente, ao mesmo tempo em que estendem os braços para cim cima.
a. Cada ação
deverá durar aproximadamente dez segundos.

56
os alunos deverão deitar de costas no
chão e, em seguida, levantar as pernas para realizar alguns
movimentos, tais como: balançar os pés, acenar com os pés,
realizar pequenos chutes
hutes no ar e girar os pés.

o professor deverá solicitar


que os alunos sentem
tem no chão com as pernas
estendidas. Em seguida, os alunos deverão
estender a perna esquerda à frente, enquanto
flexionam o joelho direito para trás e ao lado do
corpo. Após dez segundos de alongamento,
inverter o lado.

os
alunos deverão deitar
de costas no chão e,
em seguida, flexionar
suas pernas para
cima, tentando
encostar a ponta dos
pés no chão, logo
acima da cabeça.

o professor
solicitará aos alunos que deitem no
chão em decúbito ventral, com as
pernas e braços estendidos e
encostados no chão. Em seguida, os

57
alunos deverão levantar seu tronco, apoiando as mãos no chão, sem levantar
o quadril (mantendo
o as coxas e o quadril em contato com o chão).

os
alunos deverão sentar no
chão com as pernas
estendidas. Em seguida,
flexionarão a perna
direita sobre a esquerda,
girando o tronco para o
lado direito, de modo a
encostar as duas mãosos atrás das costas, sem levantar os glúteos do chão.
Inverter as pernas e a posição da ação após dez segundos.

4. VELOCIDADE
A velocidade é importante para a maioria dos esportes, porque grande
parte dos atletas precisa correr movimentar-se, reagir ou mudar de direção
rapidamente.
A velocidade incorpora três elementos:
 – reação motora a um sinal;
 – habilidade de mover determinado
membro rapidamente (por exemplo, um golpe nas artes
marciais, um rebote ou um p passe
asse em esportes coletivos);
 – frequência do movimento de braços e
pernas.
A velocidade é, em grande parte, determinada geneticamente
segundo a composição muscular do indivíduo, ou seja, a proporção de fibras
musculares de contração rrápida
ápida e de fibras musculares de contração lenta.
Em esportes coletivos, o atleta quase nunca desempenha uma ação
em linha reta, como no do atletismo. Os atletas recebem destaque

58
quando conseguem mudar de direção rapidamente ao receberem um passe
ou para enganar o adversário. Em ambos os casos, o atleta precisa ser rápido
ou ter um tempo rápido de movimento.
Cada modalidade esportiva tem seu tipo específico de treinamento de
velocidade e agilidade.

É importante o trabalho com velocidade durante a infância. A


velocidade de corrida, o tempo de reação e o movimento rápido dos pés
melhoram continuamente a partir dos cinco anos de vida até a maturidade.
A melhora na velocidade também depende da capacidade de
contração vigorosa dos músculos, de forma que o corpo ou um membro se
mova com rapidez. Portanto, uma contração potente relaciona-se ao
treinamento de força para qualquer tipo de agilidade ou velocidade. Como a
força infantil é visível, sobretudo a partir da puberdade, as crianças
alcançam maiores ganhos na velocidade durante a puberdade e pós-
puberdade.
O ganho de velocidade não vem apenas com a aprendizagem das
habilidades de , ela também se desenvolve em função de uma melhor
coordenação muscular. Algumas crianças, sobretudo aquelas que não se
expõem ao desenvolvimento multilateral, podem ter coordenação deficiente
de braços e pernas. Como o impulso dos braços influencia diretamente a
frequência das pernas, o baixo nível de coordenação da força do braço e dos
ombros atrapalha a capacidade da criança de correr com velocidade.
As diferenças sexuais na velocidade de corrida não são visíveis
durante o início da pré-puberdade. Elas começam a aparecer quando as
crianças se aproximam da puberdade, com tendências de os garotos
desempenharem melhor as atividades relacionadas à velocidade.
Por meio da exposição a brincadeiras, jogos e circuitos, as crianças
aprendem como coordenar braços e pernas, movê-los com mais rapidez e
correr sobre a ponta dos pés. O tempo de movimento das crianças melhora
em consequência dessas experiências motoras. As crianças aprenderão com
que rapidez devem começar a mover partes do corpo a um sinal dado ou em
situação de jogo.

59
O desenvolvimento da velocidade do pré-pubertários é, sobretudo, o
resultado da adaptação
ção do sistema nervosa obtida por meio de brincadeiras
e jogos. Em consequência dessas experiências motoras, o sistema nervoso
aprende como coordenar as ações de braços e pernas com mais eficácia.
Crianças gostam de saber que são velozes. Elas se divertem e gostam
de praticar atividades físicas em que a velocidade é importante, tanto
durante brincadeiras como durante circuitos. A variedade em exercícios de
velocidade é importante, porque aprimora a experiência motora.
A duração de um exercício ou a distân
distância
cia na corrida não devem ser
longas. As crianças não devem sentir desconforto nessa idade. Não há
diversão quando há desconforto e dor.
Devemos incorporar ao treinamento a corrida em ziguezague, do tipo
corre e para, , e com giros rápidos. Para melh melhorar
orar o tempo de
movimento da parte superior do corpo, aconselha
aconselha-se
se o arremesso de bolas de
tênis de beisebol e de . O treinamento pode ser divertido para
a criança e professores. Podemos realizar diversos exercícios envolvendo
brincadeiras, jogos
gos e, sobretudo, circuitos.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS: atividades para desenvolver velocidade


(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014).

jogo semelhante
à atividade de “pega-pega”.
pega”. Divide
Divide-
se a turma em duas equipes
(equipes e ) dispostas em
fileiras nas linhas laterais da
quadra. Cada equipe deverá ficar
de frente para a outra. O professor
escolherá um aluno da equipe
para iniciar o jogo, devendo esse
aluno
no se aproximar dos colegas da
equipe (que deverão estar com as
palmas das mãos voltadas para
cima) para aplicar um tapinha em
suas mãos enquanto diz: barra,
barra, barra... a cada tapinha dado.
Quando o aluno da equipe
disser “manteiga” ao bater na m mão
de um colega da equipe , o aluno
que recebeu o tapinha deverá
tentar pegá-lo
lo antes que ele retorne para a equipe . Se conseguir, o aluno

60
da equipe será integrado à equipe . O colega da equipe escolhido com
tapinha reinicia o jogo, re
realizando a mesma
esma ação nos alunos da equipe .
Será vencedora a equipe que ficar com o maior número de jogadores ao
final do tempo estipulado pelo professor para a atividade.

organiza-se a turma
em círculo,
numerando os
alunos de 1 a 6.
Quando o professor
falar um número
dessa sequência,
ência, os alunos correspondentes deverão correr em volta do cír
cír-
culo (no sentido horário) até chegar novamente aos seus lugares.
O professor poderá realizar operações matemáticas. Por
exemplo: “3 + 3”. Nesse caso, os alu
alunos numerados com o “6”” deverão
realizar a atividade.
Para variar os estímulos sensoriais, poderá ser utilizado um dado de
pelúcia ou papelão (percepção visual), os silvos do apito ou palmas
(percepção auditiva).

bambolês
mbolês ou giz de quadro e bolas.

divide
divide-se
se a turma em cinco grupos dispostos em colunas.
O primeiro aluno de cada coluna deverá levar sua bola até o bambolê (ou
círculo feito com giz) posicionado do outro lado da quadra ou espaço da
aula.. Quando o primeiro aluno retornar para seu grupo, será a vez do
segundo aluno da equipe conti
continuar
nuar a atividade, correndo para buscar a
bola. Vence a atividade a equipe que concluir a tarefa primeiro.

divide-se
se a turma em duplas espalhadas
e
pela quadra ou espaço da aula. O professor escolherá um
aluno para ser o pegador e outro para ser o fugitivo. Para não
ser pego, o aluno fugitivo deverá parar ao lado de um colega de uma das dudu-
plas espalhadas pela quadra. Nesse momento, as posiç
posições
ões se invertem e o
aluno pegador passará a ser o fugitivo e o colega que sobrou da dupla será o
novo pegador.

61
5. COORDENAÇÃO
Coordenação motora é a capacidade de coordenação de movimentos
decorrente da integração entre comando central (cérebro) e unidades
motoras dos músculos e articulações.
A coordenação é uma habilidade motora complexa necessária para o
alto desempenho. Força, velocidade, flexibilidade e resistência representam
a base do condicionamento do alto desempenho, e a boa coordenação é
necessária para a aquisição e o aperfeiçoamento de habilidades. Uma
criança bem coordenada sempre adquire determinada habilidade com
rapidez e consegue desempenhá-la sem problemas. O jovem atleta bem
coordenado utilizará menos energia. Boa coordenação resulta em mais
eficiência das habilidades.

A coordenação motora grossa ou rudimentar refere-se à mobilização


dos grandes grupos musculares na execução de movimentos e habilidades
fundamentais que não requerem elevado nível de precisão.
Já a coordenação motora fina ou coordenação óculo-manual e óculo-
pedal caracterizam-se pela integração de informações visuais rumo à ação
dos membros superiores e/ou inferiores e demandam controle muscular
específico. Ao chutar uma bola, mobiliza-se a coordenação olho/pé,
enquanto tarefas como rebater, apanhar e arremessar requerem sincronia
entre olho e mão.
A coordenação motora fina é responsável pela capacidade que nós
temos de usar de forma precisa e mais eficiente os pequenos músculos que
estão no nosso corpo, para que assim eles produzam movimentos mais

62
delicados e bem mais específicos. A coordenação motora fina é usada
quando vamos costurar, escrever, recortar algo, acertar um alvo (não
importando o tamanho) ou até mesmo digitar.
A pré-puberdade representa a fase mais importante no
desenvolvimento da coordenação. Por isso é chamada
e ocorre independentemente de a criança participar de atividades
esportivas organizadas e supervisionadas ou apenas brincar com outras
crianças.
Para o desenvolvimento da coordenação, os jovens devem ser
expostos às habilidades básicas de velocidade, salto, arremesso,
segurar/agarrar, equilíbrio, escalada, ginástica e nado. Crianças envolvidas
em várias atividades conseguem maiores ganhos em relação àquelas que
participam em uma modalidade esportiva que aplica apenas treinamento
específico.
Seja qual for o nível de coordenação herdado, não se podem esperar
ganhos consistentes nessa habilidade importante sem dar atenção especial
ao aprimoramento durante a infância e a adolescência.
Reconhecer as relações íntimas entre força, velocidade e resistência,
assim como coordenação, agilidade e equilíbrio, permite tanto ao professor
como ao atleta compreenderem o processo multilateral. Quanto mais
elevados os níveis de força, velocidade e resistência, mais fáceis são o
desenvolvimento de coordenação, agilidade e equilíbrio. Os programas de
habilidades múltiplos criam uma base sólida, que enriquece posteriormente
a aptidão e as habilidades na futura carreira esportiva do indivíduo,
resultando em excelência no desempenho.
A coordenação e a agilidade assumem importância máxima em
esportes complexos, como os coletivos. As crianças desenvolvem
movimentos e aptidão básica por meio de brincadeiras e jogos. À medida
que participam de diversas atividades físicas, também desenvolvem a
habilidade de distinguir entre aptidões e exercícios simples e complexos.
Exemplo: crianças aprendem a quicar a bola de basquetebol com a melhor
mão. À medida que crescem e ficam mais à vontade com essa habilidade,
também aprenderão a quicar com a outra mão. A próxima
etapa para quem consegue quicar com agilidade e boa coordenação será
fazê-lo entre as pernas, com ambas as mãos. Com o aprimoramento do gesto
motor, o atleta também aprenderá como se defender do adversário com
excelente coordenação ou como tomar a bola de alguém cujas habilidades
não sejam tão boas quanto as suas.
O principal objetivo do treinamento de coordenação é ser capaz de
executar exercícios e habilidades cada vez mais complexas e melhorar a
aquisição de habilidades.

63
Algumas consequências do não desenvolvimento da coordenação
motora:
 Noção espacial prejudicada;
 Lateralidade precária;
 Tempo de reação defasado.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS: atividades para desenvolver coordenação


(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014).

bambolês e bolas.

divide-se a turma em duas equipes dispostas nas linhas


laterais da quadra. O professor deverá espalhar alguns bambolês pela área
central da quadra e distribuir dez bolas para cada equipe iniciar o jogo. O
objetivo é arremessar as bolas dentro dos bambolês sem ultrapassar as
linhas laterais. Cada equipe poderá utilizar as bolas que passarem para o
seu lado da quadra.
: o professor poderá utilizar bolas de tamanhos e pesos
diferentes ou organizar as equipes nas linhas de fundo.

bambolês, colchonetes, cones e cordas.

organizam-se os alunos em uma fileira. Um aluno de


cada vez deverá passar pelo circuito realizando as seguintes ações:

64
: o professor poderá alterar
a disposição dos materiais,
materiais variando as
possibilidades de execução dos
movimentos.
65
bilboquê, bolas, cones,
minitraves, palhaço bocão
(confeccionado com caixa de
papelão) e vai e vem (confecc
(confecciona-
dos com garrafa , barbante e
corda de varal).

dividem
dividem-se os
materiais em quatro estações, e os
alunos em quatro grupos. Cada
grupo deverá iniciar em uma
estação, efetuando as atividades
inerentes a cada uma.
Na estação do bil
bilboquê, os
alunos deverão movimentar o brin brin-
quedo de modo a inserir a
“tampinha” dentro do “funil”
(garrafa ).
Na estação do vai e vem
vem, os
alunos
(em duplas) deverão segu
segurar o
brinquedo pelas alças e, alternadamente,
afastar os braços
ços para deslizar a garrafa
pet em direção ao colega.
Na estação das minitraves
minitraves, os alunos
deverão conduzir a bola com os pés entre os
cones e tentar chutar em gol.
Na estação do palhaço bocão
bocão, os
alunos tentarão acertar as bobolinhas na boca
do palhaço.
: o professor
rofessor poderá estipular
um tempo de permanência em cada
atividade, para que os grupos possam
participar de todas as estações.

bolas, cones.

dividem-se os alunos em
equipes dispostas em colunas, cada uma em posse de uma bola. À frente de

66
cada coluna, ficarão dispostos cinco cones, em sequência. O primeiro aluno
de cada equipe deverá se deslocar entre os cones, quicando a bola no chão.
Quando retornar, será a vez do segundo colega da equipe continuar a
atividade. Vence o jogo a equipe que concluir a tarefa primeiro.

6. EQUILÍBRIO
O equilíbrio se constitui na habilidade em que temos de manter uma
determinada postura corporal inalterada enquanto o corpo vivencia diversas
posições. É a habilidade básica para a realização de qualquer movimento e
pode ser estático ou dinâmico.
Estímulos visuais, táteis, vestibulares e cinestésicos podem exercer
influência no equilíbrio, sendo a visão um importante aparato para que a
criança desempenhe essa habilidade de modo eficiente, pois favorece a
focalização de um ponto de referência e propicia o monitoramento visual do
corpo durante a tarefa de equilibrar-se estática ou dinamicamente
(GALLAHUE; DONNNNELLY, 2008).

 habilidade corporal de manter-se em


determinada posição postural quando o corpo fica imóvel;
 habilidade de manter uma postura corporal
quando o corpo está se movimentando;
 recuperação do equilíbrio após o corpo ter
estado em movimento.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS: atividades para desenvolver equilíbrio


(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014).

67
bambolês, cones, cordas, saquinhos de areia e trave de madeira.
o professor deverá organizar previamente os materi
materiais na
quadra ou espaço da aula, inserindo
inserindo-os em sequência
ência para que os alunos
possam realizar as seguintes tarefas motoras: andar
ndar pela trave de madeira e
depois sobre a corda (sem esbarrar nos cones).

bolas, cones, co
cordas e latas de leite
em pó.

dividem
dividem-se os materiais em
quatro estações e os alunos em quatro grupos.
Cada grupo deverá iniciar em uma estação,
efetuando as atividades inerentes a cada uma:
Na primeira estação
estação, os alunos deverão
andar sobre
obre a corda de diversas maneiras (de
frente, de costas, lateralmente etc.).
Na segunda estação
estação, os alunos deverão
tentar andar pelas linhas equilibrando uma lata
na cabeça.
Na terceira estação
estação,, os alunos deverão saltitar os cones alocados sobre
a linha com um pé só.
Na quarta estação
estação,, os alunos deverão andar sobre a corda levando
cones invertidos com as bolas em cima e tentar não esbarrar nos cones.

68
bambolês e latas de leite em pó.

divide
divide-se a turma em grupos dispostos
stos em colunas. Ao
sinal do professor, o primeiro aluno de cada coluna deverá equilibrar uma
lata de leite em pó na cabeça e se deslocar até o bambolê disposto à frente
de seu grupo para encostar seu joelho dentro, mantendo o equilíbrio.
Quando retornar, será a vez do segundo colega da coluna continuar a
atividade. Vence o jogo a equipe que concluir a tarefa primeiro.
o aluno que derrubar a lata deverá reco
recolocá-la
la na cabeça e
prosseguir na atividade a partir do local onde perdeu o equilíbrio
equilíbrio. O
professor poderá variar as atividades solicitando aos alunos que se
desloquem lateralmente, de costas, desviando de objetos (como co cones),
andando sobre uma corda, entre outros.

alunos dispostos aleatoriamente pela


quadra se movi
movimentam
mentam de diferentes maneiras. Ao sinal
do professor, todos deverão parar bruscamente, ficando
imóveis (mantendo o equilíbrio).
O primeiro aluno a se movimentar poderá pagar um mico.

: variar a atividade solicitando aos alunos que parem sua


movimentação
ovimentação em uma perna apenas ou em três ou mais apoios, entre
outros.

69
pés de lata
confeccionados com
latas de leite em pó e
cordas de varal.

divide-se a turma em
grupos dispostos em
colunas. Ao sinal do
professor, o primeiro aluno de cada grupo deverá se deslocar com o pé de
lata até o cone à frente de sua equipe e retornar para que o segundo aluno
dê sequência à atividade. Ven
Vence
ce o jogo o grupo que concluir a atividade
primeiro.
: o professor poderá col
colocar
ocar cones para que os alunos realizem
mudanças de direção.

7. AGILIDADE
Habilidade que permite alterar a direção do corpo de maneira ráp
rápida
e precisa enquanto nos movimentamos de um local para o outro.
Podemos dizer que a agilidade é uma capacidade essencial para a
prática de esportes como ginástica, handebol, basquetebol, boxe, tênis,
futebol, entre outros, e requer uma importante combina
combinação
ção entre força e
coordenação. A agilidade pode ser influenciada pelo tempo de reação e pelo
tempo motor (GALLAHUE;
GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013 2013).
: força,
velocidade, flexibilidade e coordenação.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS:
ERCÍCIOS: atividades para desenvolver agilidade
(Todos os exercícios sugeridos foram adaptados de SEDORKO; KONIG, 2014; fonte das
imagens: SEDORKO; KONIG, 2014).

70
cones.

divide-se a turma em equipes (de acordo com o número


de cones disponíveis). Cada equipe se organiza em colunas e terá à sua
frente um caminho sinuoso constituído por cones. Ao sinal do professor, o
primeiro aluno de cada equipe deverá contornar seus cones até atingir o
final do caminho. Quando chegar do outro lado, será a vez do segundo
aluno da coluna realizar o trajeto e assim até todos conseguirem. Vence o
jogo a equipe que concluir primeiro a atividade.

80 grampos de roupas (20 vermelhos, 20


azuis, 20 verdes e 20 amarelos).

divide-se a turma em quatro equipes e solicita-se que


cada uma delas escolha um aluno para ser o “frango”. Cada equipe receberá
20 grampos para colocar nas roupas do seu frango. Ao sinal do professor, os
alunos deverão retirar os grampos do frango das outras equipes e, ao mesmo
tempo, tentar proteger o frango da sua equipe. Vence o jogo a equipe que
retirar o maior número de grampos.

bambolês.

divide-se a turma em equipes organizadas em colunas.


Ao sinal do professor, o primeiro aluno de cada coluna deverá se deslocar
até o bambolê disposto à frente de sua equipe para passá-lo pelo seu corpo.
Quando retornar para o final da coluna de sua equipe, será a vez do próximo
colega continuar a atividade. Vence o jogo a equipe que terminar a
atividade primeira.

bolas.

divide-se a turma em duas equipes. Cada equipe ocupará


um lado da quadra e terá suas bolas guardadas em seu “depósito” (trave do
gol). Ao sinal do professor, os alunos deverão se deslocar até o “depósito” da
outra equipe para “roubar” suas bolas e trazer para seu “depósito”. Vence o
jogo a equipe que ficar com o maior número de bolas ao final do tempo
estipulado pelo professor.
: os alunos não devem impedir outros colegas de pegar suas
bolas. As bolas deverão ser transportadas e não chutadas.

71
fitas de TNT.

cada aluno receberá uma fita e colocará


em sua cintura (no elástico da calça ou calção). Ao sinal do professor, os
alunos deverão tentar pegar as fitas de outros colegas e, ao mesmo tempo,
tentar proteger a sua fita, por meio de giros e mudanças de direção. Vence o
jogo o(s) aluno(s) que conseguir(em) pegar o maior número de fitas.
: não será permitido que o aluno segure sua própria fita para
tentar impedir outro colega de retirá-la.

As atividades não se esgotam aqui. Você poderá criar e desenvolver outras


formas para trabalhar as Capacidades Físicas em suas aulas.

72
PALAVRAS FINAIS

Prezado(a) acadêmico(a),

Chegamos ao final da disciplina


e . Livros que lhe proporcionaram
conhecimentos essenciais para a prescrição adequada de exercícios físicos
para crianças e adolescentes visando o desenvolvimento ou manutenção do
condicionamento físico.
No Livro I, você estudou os componentes da aptidão física, seus
conceitos, aspectos gerais e identificou as diferenças entre atividades físicas
e exercícios físicos.
No Livro II, você aprendeu sobre os princípios do treinamento físico e
compreendeu as adaptações e alterações ocorridas em nosso organismo
quando nos submetemos a algum esforço físico.
Finalizando os livros, revisamos alguns conhecimentos inerentes às
disciplinas de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia, no sentido de ampliar
a compreensão acerca da constituição e funções de órgãos e estruturas
primordiais para a realização do movimento, tais como: o coração, os
pulmões e os músculos esqueléticos.
Ao final de cada estudo, detalhado com conceitos e definições
oriundos de pesquisa bibliográfica, buscamos inserir atividades de fixação
dos conteúdos, cuja leitura e resolução o auxiliarão na retenção do
conhecimento. Você aprofundou seus conhecimentos sobre os processos de
desenvolvimento físico e maturacional de crianças e jovens, bem como
obteve sugestões de testes físicos, atividades e jogos possíveis de serem
desenvolvidos nas aulas de Educação Física.
Por fim, esperamos que você tenha assimilado os conteúdos
abordados.

Um abraço.
Os Autores

73
REFERÊNCIAS

ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal/estatura²) como


indicador do estado nutricional de adultos: revisão de literatura.
. v. 26, n. 6, p. 431-436, dez. 1992.

BARBANTI, V. J. . São Paulo:


Manole, 1994.

BIOTREINO. Endomorfo, ectomorfo e mesomorfo: como saber o seu biótipo


físico? . [2019]. Disponível em:
https://www.biotreino.com.br/dicas/hipertrofia/endo-morfo-ectomorfo-e-
mesomorfo-como-saber-o-seu-biotipo-fisico. Acesso em: 10 out. 2019.

COGNITIVO. : DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus,


2019. Disponível em: https://www.dicio.com.br/cognitivo. Acesso em: 17 out.
2019.

GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C.


. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D.


: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto
Alegre: AMGH, 2013.

GAYA, A.; GAYA, A. : manual de testes e avaliação.


Porto Alegre: UFRGS, 2016.

GAYA, A.; SILVA, G. Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR): observatório


permanente dos indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em
crianças e jovens.
. Disponível em:
http://bbheart.com.br/MANUAL%20DE%20APLICA%C3%87%C3%83O%20P
ROESP.pdf. Acesso em: 18 set. 2018.

GIUGLIANO, R.; MELO, A. L. P. Diagnóstico de sobrepeso e obesidade em


escolares: utilização do índice de massa corporal segundo padrão
internacional v. 80, n. 2, 2004.

IBGE. . Disponível
em: http://teen.ibge.gov.br/noticias-teen/2836-obesidade-atinge-mais-de-40-
da-populacao-brasileira.html. Acesso em: 20 abr. 2017.

LAZZOLI, J. K. . Atividade física e saúde na infância e adolescência.


, v. 4, n. 4, 1998.

74
MATSUDO, S. M. . Nível de atividade física em crianças e adolescentes
de diferentes regiões de desenvolvimento.
. v. 3, n. 4, p. 14-26, 1998.

MELLO, J. C. de. : uma viagem ao interior do psiquismo e a


suas raízes. São Paulo: Labrador, 2018.

MELLO, A. M. de : esportes e recreação


por idades. [ ]: Ed. Grupo Cultural, 2009.

MENDES, A. M. (coord.). Aula ideal de Educação Física. .


[Palmas], 12 mai. 2004. Disponível em:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ed-ucacao-fisica/aula-
ideal-de-educacao-fisica/3133. Acesso em: 17 out. 2019.

MINISTÉRIO da Saúde. IMC em crianças e adolescentes. Maio, 2017.


Disponível em: http://www.saude.gov.br/component/content/article/804-
imc/40510-imc-em-criancas-e-adolescentes.> Acessado em 20 de outubro
de 2019.

NAHAS, M. V. : conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006.

PERCEPTIVO. : DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus,


2019. Disponível em: https://www.dicio.com.br/perceptivo. Acesso em: 17.
out. 2019.

PIMENTA, S. B. B.; CALDAS, R. S. Estudo introdutório sobre


desenvolvimento da percepção infantil em Vigotski.
, v. 7, n. 2, p. 179-187, jul./dez. 2014.

PSICOSSOCIAL. : DICIO, Dicionário Online de Português. Porto:


7Graus, 2019. Disponível em: https://www.dicio.com.br/psicossocial/. Acesso
em: 17. out. 2019.

PROBLEMAS de coordenação motora elevam risco de criança ter depressão.


, São Paulo, 28 mar. 2012. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/saude/proble-mas-de-coordenacao-motora-elevam-
risco-de-crianca-ter-depressao. Acesso em: 20 out. 2018.

RANIERO, E. P.; TUDELLA, E.; MATTOS, R. S. Padrão e ritmo de aquisição


das habilidades motoras de lactentes pré-termo nos quatro primeiros meses
de idade corrigida. , São Carlos, v. 14, n. 5, p. 396-403,
out. 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-355520-
10000500008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 out. 2019.

75
SILVA, R. R.; MALINA, R. M. Nível de atividade física em adolescentes do
Município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. , Rio de
Janeiro, v. 16; n. 4, p. 1091-1097, out./dez. 2000.

SEDORKO, C. M.; KONIG, D. C. :


brincar, jogar e aprender na escola. Ponta Grossa: Estúdio Texto, 2014.

TUA SAÚDE. Melhores exercícios para a criança crescer mais saudável.


. [2007-2019]. Disponível em:
https://www.tuasaude.com/beneficios-da-atividade-fisica-na-infancia.
Acesso em: 10 out. 2019.

Bibliografia complementar

APOLO, A. : como deveria ser. São


Paulo: Phorte, 2007.

BARBANTI, V. J. : bases científicas. São Paulo: CLR


Balieiro, 1986.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


: Educação Física. Brasília: MEC/SEF,
1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


: Educação Física/Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.


: Educação Física/Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1999.

EDUCAÇÃO FÍSICA: SEU MANUAL DE SAÚDE. São Paulo: DCL, 2012.

GOBBI, S.; VILLAR, R.; ZAGO, A. S. : Práticas do


Condicionamento Físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

HEYWARD, V. H. : técnicas
avançadas. Tradução de Márcia Dornelles. 4. ed. Porto Alegre: Artmed,
2004.

HOWLEY, E. T.; FRANKS, B. D.


Tradução de Cecy Ramires Maduro e Márcia dos
Santos Dornelles. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

KALINOWSKI, F. G.; HAUSER, M. W.; ANFILO, M. A.


. Ponta Grossa: UEPG/NUTEAD, 2009.

76
ROWLAND, T. W. Tradução de Maria
Salete Tilelli. Barueri, SP. Manole, 2008.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de


Nutrologia. guia prático
para o pediatra. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:
http://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/9667d-DOC-CIENT-
AtivFisica.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.

77
NOTA SOBRE OS AUTORES

Graduado em Educação Física. É professor do Curso de Educação


Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Especialista em
Educação Física Escolar. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas em
Políticas Públicas no Esporte pela Universidade Estadual de Ponta
Grossa. Atua como professor de Basquetebol e Futsal nos cursos de
Licenciatura e Bacharelado em Educação Física.

Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.


Especialista em Esporte Escolar. Especialista em Educação Física
Escolar. Graduado em Licenciatura em Educação Física pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atua como professor do
quadro próprio do magistério na disciplina de Educação Física da
Seed/PR e na formação de professores nos cursos de Bacharelado e
Licenciatura em Educação Física da Faculdade Santana. É
Pesquisador integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação Física Escolar e Formação de Professores - GEPEFE
(UEPG/CNPq).

78

Você também pode gostar