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Licenciatura

CONDICIONAMENTO FÍSICO
PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES I
Carlos Alberto de Oliveira
Clóvis Marcelo Sedorko
Carlos Alberto de Oliveira
Clóvis Marcelo Sedorko

Educação Física
Condicionamento físico para
Crianças e Adolescentes I

UEPG
PONTA GROSSA / PARANÁ
2019
CRÉDITOS
Os materiais produzidos para os cursos ofertados pelo NUTEAD/UEPG para o Sistema
Universidade Aberta do Brasil - UAB são licenciados nos termos da Licença Creative
Commons - Atribuição - Não Comercial- Compartilhada, podendo a obra ser remixada,
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2019
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino


superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão
responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local,
a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo,
assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento,
com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.
No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto
nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão. Seus cursos
de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os
resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos
acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.
A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que
a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade
implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente,
vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.
Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNDE na execução
dos programas de Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do
Brasil e atua em 40 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos
de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do
Paraná, Santa Cantarina e São Paulo.
Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda,
assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente
diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação
das tecnologias da informação e da comunicação.
Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma
carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam
de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem
mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação
entre alunos, tutores, professores e coordenação.
Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos
para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso
que está realizando.

A Coordenação
SUMÁRIO
■■ PALAVRAS DOS PROFESSORES7
■■ OBJETIVOS E EMENTA9

CPRINCÍPIOS
ONCEITOS E COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA.
E MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO11
■■ SEÇÃO 1- COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA:
CONCEITOS E ASPECTOS GERAIS14

■■ SEÇÃO 2- CARACTERIZAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS21

P RINCÍPIOS DO TREINAMENTO FÍSICO E ADAPTAÇÕES


FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO FÍSICO27
■■ SEÇÃO 1- O TREINAMENTO FÍSICO: PRINCÍPIOS, CONCEITOS E MÉTODOS28
■■ SEÇÃO 2- ADAPTAÇÕES E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO EXERCÍCIO FÍSICO31

■■ LISTA DE FIGURAS 
■■ FIGURA 1: CORAÇÃO E SUAS CAVIDADES 36
■■ FIGURA 2: VÁLVULA TRICÚSPIDE E MITRAL 37
■■ FIGURA 3: ARTÉRIAS CORONÁRIAS 38
■■ FIGURA 4: DIFERENÇAS ESTRUTURAIS ENTRE VEIAS, ARTÉRIAS E CAPILARES 39
■■ FIGURA 5: ESQUEMA SOBRE A PEQUENA E GRANDE CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 40
■■ FIGURA 6: DIFERENÇA ENTRE ARTÉRIA NORMAL E ARTÉRIA COM
PLACAS DE ATEROMA 41
■■ FIGURA 7: PULMÕES E SUAS ESTRUTURAS 48
■■ FIGURA 8: BRONQUÍOLO E ALVÉOLOS PULMONARES 49
■■ FIGURA 9: ESQUEMA DE CONTRAÇÃO MUSCULAR 56
■■ FIGURA 10: MÚSCULO DA MÃO 58
■■ FIGURA 11: MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL 59
■■ FIGURA 12: MÚSCULO DIAGRAGMA 60

■■ PALAVRAS FINAIS  69
■■ REFERÊNCIAS  71
■■ NOTA SOBRE OS AUTORES 75
PALAVRAS DOS PROFESSORES

Caro Acadêmico

Apresentaremos um novo conteúdo: Condicionamento Físico para


Crianças e Adolescentes I. Você começa agora um novo momento no
seu curso. Com seu esforço e dedicação chegou até aqui e passou por
alguns desafios. Adquiriu e aumentou seus saberes nas diversas áreas de
conhecimento que o curso contempla. Você já passou pela Ginástica, pelos
Esportes Individuais e Coletivos, teve conhecimentos sobre Anatomia
e Fisiologia, Noções de Higiene, Políticas Públicas na Educação e na
Educação Física, Socorros de Urgência em Educação Física e, entre e
outras disciplinas, também já cursou Biologia Celular, Metodologia da
Pesquisa Científica, Organização e Planejamento de Eventos Escolares
e Projeto Integrador. Falta pouco, mas você ainda precisa adquirir mais
conhecimentos para concluir seu curso. Esta disciplina vem no momento
em que vamos utilizar muito dos seus conhecimentos adquiridos e
sedimentados até aqui. Para você prescrever e aplicar os exercícios físicos
em crianças e adolescentes, nós organizamos o livro em duas unidades e
quatro seções. Nas seções da Unidade I você estudará os componentes
da aptidão física: conceitos e aspectos gerais e a caracterização das
capacidades físicas. Na unidade II, as seções contemplam o treinamento
físico: princípios, conceitos e métodos, bem como adaptações e respostas
fisiológicas ao exercício físico.

CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA


CLÓVIS MARCELO SEDORKO
OBJETIVOS E EMENTA

Objetivos
■■ Compreender os componentes da aptidão física e sua importância na
promoção da saúde.
■■ Dominar os métodos de treinamento que podem ser aplicados para
desenvolver e melhorar as condições físicas de crianças e adolescentes
nas aulas de Educação Física.
■■ Conhecer os conceitos e particularidades das capacidades físicas.
■■ Compreender as adaptações fisiológicas e os efeitos do exercício físico
no organismo.

Ementa
Conceito e componentes da aptidão física. Conceito, princípios e métodos de
treinamento físico. Caracterização das capacidades físicas. Adaptações e
respostas fisiológicas ao exercício físico.
UNIDADE I
Componentes da Aptidão Física:
conceitos e aspectos gerais

OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
O acadêmico deverá ser capaz de:
■■ Compreender o conceito de Aptidão Física, Exercício físico e
Atividade Física;
■■ Identificar as particularidades das Capacidades Físicas;
■■ Compreender os princípios para Prescrição de Exercícios Físicos;
■■ Identificar as reações e as adaptações no organismo quando
submetidos ao Exercício Físico.

ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1- Componentes da aptidão física: conceitos e
aspectos gerais.
■■ SEÇÃO 2- Caracterização das capacidades físicas.
Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA

A história dos cursos superiores de formação de professores de


Educação Física no Brasil é recente. O primeiro curso foi provisório, o
curso de Educação Física do Exército em 1910. Neste participavam, em
sua maioria, militares e tinham como professores ex-atletas e médicos,
tendo uma duração de cinco meses (FIGUEIREDO, 2005).
Até a década de 50 para ingressar em um de seus cursos bastava
o candidato haver concluído o primeiro grau. Obviamente, não se podia
exigir muito de candidatos com esta qualificação escolar. Em decorrência
disso, a imagem do professor de Educação Física ficou comprometida e
criou-se um ambiente de discriminação em relação a este profissional.
Após cinco décadas de evolução, qualificação de profissional e nova
visão da sociedade, o curso é reconhecido como qualquer outro em nível
de terceiro grau.
Hoje, não se espera que um professor de Educação Física seja
um ex-atleta de sucesso, espera-se que ele seja um Professor. Sua
atividade é eminentemente intelectual e não apenas física. Evoluímos
consideravelmente no aspecto técnico e pedagógico e, para isto, esses
profissionais venceram uma barreira quase inexpugnável, o ranço
da antiga tradição. Melhorou a condição do profissional. Nos dias de
hoje, nas escolas, a Educação Física assume papel maior do que o
desenvolvimento de aptidão física. É com o profissional da Educação
Física que os estudantes aprendem a evitar as doenças do mundo
moderno; que descobrem as vantagens de uma alimentação adequada e
o benefício que a atividade física traz ao organismo, prevenindo contra o
estresse e o mau funcionamento cardíaco.
É com o profissional de Educação Física altamente qualificado que
as academias montam programas de condicionamento físico, submetem
seus associados a testes que verificam a proporção entre músculos e

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
gordura corporal, organizam dietas adequadas e selecionam os exercícios
que vão promover melhoria na capacidade cardiorrespiratória. O
profissional da Educação Física ocupou o seu espaço. Espaço de direito
e de fato. Seu lugar na sociedade em que vivemos está assegurado e o
investimento feito nestes anos de curso terá retorno garantido.
A nossa sociedade exige profissional competente. E para o
competente não existe desemprego. Felizmente o profissional da “bolinha”
do “joguinho” do “jornal e do cafezinho” está sendo eliminado, banido
da nossa área. Com os conteúdos aqui apresentados, estamos tentando
qualificar o profissional e modificar a imagem distorcida do professor de
Educação Física. Precisamos mostrar à sociedade que a nossa formação
exige conhecimento para viver mais e melhor. Os conteúdos, propostas
metodológicas e sugestões, aqui apresentadas, podem contribuir de forma
significativa em sua formação e também viabilizar o desenvolvimento de
suas aulas teóricas de Educação Física durante o ensino Fundamental
e Médio, visto que algumas instituições de ensino superior já cobram
dos vestibulandos conhecimentos e questões da disciplina de Educação
Física em seus processos seletivos.
Compreender os efeitos do exercício físico no organismo, o
desenvolvimento de capacidades físicas para uma vida saudável, a adoção
de comportamentos preventivos que possam evitar doenças e reduzir os
riscos de morte prematura são conhecimentos que devem ser ensinados
durante a vida estudantil. A “prática pela prática” e “o fazer por fazer”
não trazem significados para o aluno, pois corresponde apenas ao âmbito
procedimental do ensino (saber fazer).
Para despertar o interesse pela aprendizagem, bem como o hábito e
o prazer pelas atividades físicas e/ou esportivas, deve-se tentar articular
essa dimensão prática com os aspectos conceituais (o que se deve saber?)
e atitudinais (como se deve ser?) do conhecimento. Não estamos aqui
discutindo a formação do profissional e sim buscando atribuir ao professor
o status que deve ter no exercício de suas funções profissionais.

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

SEÇÃO 1
COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA:
PRINCÍPIOS E MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO

Observa-se, na atualidade, que o desenvolvimento de diversos


aparatos tecnológicos tem influenciado cada vez mais crianças e jovens
para a adoção de um estilo de vida sedentário. Esta triste realidade pode
ser facilmente constatada no dia a dia das escolas, nas quais dificilmente
observam-se crianças e jovens brincando de forma ativa durante os
intervalos e recreios, diferentemente do que ocorria há, pelo menos, vinte
anos.
Essa redução das atividades físicas entre crianças e adolescentes
tem preocupado profissionais da saúde em todo o mundo e representa
um desafio maior para os professores de Educação Física na proposição
de aulas, atividades e exercícios físicos que possam contrapor esse
comportamento sedentário inerente a referida população.
O conceito de atividade física, de acordo com Nahas (2006), refere-se a
todo e qualquer movimento corporal que resulte em gasto de energia maior
do que os níveis de repouso, ou seja, qualquer movimento produzido pela
musculatura esquelética, como as atividades cotidianas (lavar o carro,
vestir-se), atividades ocupacionais (práticas laborais), os deslocamentos
(transporte ao local de trabalho ou a escola) e atividades de lazer (como
dançar ou praticar alguma atividade esportivizada).
Por sua vez, o exercício físico configura-se como uma forma de
atividade física, porém, apresenta características específicas que o
diferenciam, tais como: planejamento, repetição e estruturação, as quais
objetivam a aquisição ou manutenção de componentes da aptidão física,
de habilidades motoras ou de reabilitação física (NAHAS, 2006).
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2008, p. 6), muitos fatores
podem influenciar o nível de atividade ou inatividade física de crianças e
adolescentes, entre os quais:

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
• Fatores biológicos (sexo idade, estado nutricional e aptidão
física).
• Fatores socioeconômicos (nível socioeconômico, escolaridade
da mãe e prática esportiva fora do ambiente escolar).
• Fatores ambientais (infraestrutura, serviços públicos, acesso a
conhecimentos sobre promoção de saúde) e
• Fatores psicológicos (autoestima e apoio dos pais e colegas).

Contudo, é possível ressaltar que a decisão final pela adoção de


um estilo de vida fisicamente ativo cabe a cada pessoa, por meio de
suas escolhas individuais. De acordo com Nahas (2006), um estilo de
vida fisicamente ativa contribui para a melhoria de diversos aspectos da
aptidão física, fato que resulta em uma melhor qualidade de vida.
No tocante à aptidão física, Nahas (2006) define a mesma como sendo
a capacidade do indivíduo de praticar atividades físicas. Para o referido
autor, tal característica do ser humano pode derivar de fatores hereditários,
da alimentação e pela prática de atividades e exercícios físicos, sendo
que podemos categorizá-la mediante duas formas de abordagem: uma
relacionada a desempenho motora e outra atrelada a saúde.
A aptidão física referente a desempenho motor integra componentes
que são essenciais para o máximo desempenho ou rendimento no trabalho
ou mesmos nas práticas esportivas. Conforme apontam Gallahue, Ozmun
e Goodway (2013), os componentes da aptidão motora são: a coordenação,
o equilíbrio, a velocidade, a agilidade e a potência, sendo os mesmos
relacionados à aquisição de habilidades específicas de movimento.Quanto
à aptidão física relacionada à saúde, esta inclui “características que, em
níveis adequados, possibilitam mais energia para o trabalho e o lazer,
proporcionando, paralelamente, menor risco de desenvolver doenças”
(NAHAS, 2006, p. 40). Como componentes da aptidão física relacionados
à saúde observa-se: a resistência cardiovascular, a força/resistência
muscular, a flexibilidade e a composição corporal (GALLAHUE; OZMUN;
GOODWAY, 2013).

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

→→ A seguir são apresentados os conceitos dos componentes da


aptidão física relacionados à SAÚDE.

RESISTÊNCIA CARDIOVASCULAR: também denominada como


resistência aeróbica, diz respeito à capacidade que um indivíduo
apresenta para realizar numerosas repetições de esforços de médio e
longo tempo de duração. Exige a utilização considerável dos sistemas
respiratório e circulatório, os quais apresentam a função de captar e
distribuir o oxigênio para a musculatura em exercício.

Segundo Nahas (2006, p. 44), a “eficiência dos músculos na


utilização do oxigênio transportado e a disponibilidade de combustível
(glicose ou gordura) para produzir energia também determinam a aptidão
cardiorrespiratória de uma pessoa.” A resistência aeróbia é considerada
o mais importante elemento da aptidão física, na medida em que seu
desenvolvimento apresenta relação direta com a melhoria do sistema
cardiorrespiratório.

FORÇA/RESISTÊNCIA MUSCULAR: Segundo conceituação


de Nahas (2006, p. 44), este componente da aptidão física refere-se à
“capacidade de um grupo muscular em realizar repetidas contrações
sem diminuir significativamente a eficiência do trabalho realizado”. Para
efeito didático é possível distinguir os componentes força e resistência
musculares inerentes a essa aptidão física.
- Força corresponde a capacidade do corpo de exercer tensão
muscular ou um esforço máximo. Pode ser dividida em força isométrica,
isotônica e ainda isocinética. A força isométrica corresponde a aplicação
de força sobre qualquer objeto estático, na qual a musculatura se contrai,
porém, não ocorrem mudanças no seu comprimento. Força isotônica de
acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 277) diz respeito à
“capacidade do músculo de percorrer a própria amplitude de movimento”,
onde os “músculos envolvidos contraem-se, mas também se encurtam
durante a atividade”.
Quanto à força Isocinética, esta envolve a contração muscular e a
manutenção dessa ação em toda a amplitude de movimento.

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
- Resistência muscular é a capacidade que a musculatura apresenta
para realizar um esforço de forma contínua contra uma resistência
moderada e sem fadigar. Esse componente da aptidão física assemelha-se
a força, mas difere na ênfase, pois as “atividades para o desenvolvimento
da resistência requerem menos sobrecarga nos músculos, mas exigem um
maior número de repetições” (GALLAHUE; DONNELLY, 2008, p.86).
É possível classificar a resistência muscular como sendo dinâmica
ou estática. A resistência muscular dinâmica refere-se à capacidade que o
músculo apresenta para se contrair e se estender. A resistência muscular
estática corresponde a capacidade do músculo em manter-se flexionado
por um período de tempo longo. Os níveis da força e resistência muscular
apresentam relação com fatores ambientais, biológicos e psicológicos,
mas podem ser aumentados por meio de atividades, exercícios físicos
e práticas esportivas de acordo com o interesse e condições de cada
indivíduo.

FLEXIBILIDADE: diz respeito a capacidade que os diversos


segmentos do corpo apresentam para realizar movimento na sua maior
amplitude possível. Este componente da aptidão física está condicionado
a elasticidade de tendões e músculos e da estrutura articular. Segundo
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), existem dois tipos de flexibilidade: a
dinâmica e a estática. A flexibilidade dinâmica corresponde a amplitude
atingida por determinada parte do corpo até o seu limite articular
após uma rápida execução do movimento. Por sua vez, a flexibilidade
estática refere-se à amplitude alcançada por uma articulação mediante a
realização lenta e regular do movimento.
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) alertam que a flexibilidade
dinâmica de segmentos articulares como o ombro, quadril e os joelhos
podem ser reduzidos com a idade entre crianças com estilo de vida
sedentário. Aliado a essa questão, sabe-se que o período de transição
da infância para a adolescência é marcado pelo estirão de crescimento,
fase em que normalmente ocorre uma redução nos níveis de flexibilidade
devido ao maior crescimento dos ossos em detrimento dos tendões e da
musculatura. Nesse sentido, ressalta-se a importância das atividades
e exercícios físicos no processo de crescimento e desenvolvimento do

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

ser humano nessa fase da vida, pois além de minimizarem os efeitos


do estirão do crescimento, mediante melhorias na mobilidade corporal
e aparatos articulares, também podem exercer influência positiva na
constituição dos hábitos relacionados à prática de atividades físicas e
esportivas, pois se sabe que tais hábitos são formados durante a infância
e tendem a determinar o nível de envolvimento do indivíduo adulto em
relação a um estilo de vida ativo.

COMPOSIÇÃO CORPORAL: diz respeito a proporção entre o


nível de adiposidade corporal (gordura) e a massa magra (formada por
músculos, órgãos, ossos etc.). A quantidade de gordura corporal pode ser
estimada por meio de procedimentos como a aferição de dobras cutâneas
e a obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC). A medição das dobras
cutâneas é realizada com instrumentos específicos que podem verificar
a espessura das dobras cutâneas de determinadas partes do corpo, como
por exemplo: na região da panturrilha ou na região do tríceps.
O IMC pode ser calculado através da aferição de medidas
antropométricas como peso e estatura e representa um método simples e
prático para identificar se o peso de um indivíduo encontra-se de acordo
com padrões de saúde estabelecidos pela Organização Mundial da saúde
(OMS), porém, Nahas (2006) salienta que este procedimento apresenta
melhor estimativa da composição corporal na população adulta normal
(e não atleta), pois o desenvolvimento muscular diferenciado em atletas
pode ser confundido com o tecido adiposo, o que segundo o autor não
seria correto.

→→ A seguir serão apresentados os conceitos dos componentes da


aptidão física relacionados ao desempenho.

RESISTÊNCIA CARDIOVASCULAR: também denominada como


resistência aeróbica, diz respeito à capacidade que um indivíduo apresenta
para realizar numerosas repetições de esforços de médio e longo tempo
de duração. Exige a utilização considerável dos sistemas respiratório e
circulatório, os quais apresentam a função de captar e distribuir o oxigênio
para a musculatura em exercício.

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
Segundo Nahas (2006, p. 44), a “eficiência dos músculos na
utilização do oxigênio transportado e a disponibilidade de combustível
(glicose ou gordura) para produzir energia também determinam a aptidão
cardiorrespiratória de uma pessoa.” A resistência aeróbia é considerada
o mais importante elemento da aptidão física, na medida em que seu
desenvolvimento apresenta relação direta com a melhoria do sistema
cardiorrespiratório.

FORÇA/RESISTÊNCIA MUSCULAR: Segundo conceituação


de Nahas (2006, p. 44), este componente da aptidão física refere-se à
“capacidade de um grupo muscular em realizar repetidas contrações
sem diminuir significativamente a eficiência do trabalho realizado”. Para
efeito didático é possível distinguir os componentes força e resistência
musculares inerentes a essa aptidão física.
- Força corresponde a capacidade do corpo de exercer tensão
muscular ou um esforço máximo. Pode ser dividida em força isométrica,
isotônica e ainda isocinética. A força isométrica corresponde a aplicação
de força sobre qualquer objeto estático, na qual a musculatura se contrai,
porém, não ocorrem mudanças no seu comprimento. Força
isotônica de acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013, p. 277) diz
respeito à “capacidade do músculo de percorrer a própria amplitude de
movimento”, onde os “músculos envolvidos contraem-se, mas também se
encurtam durante a atividade”.
Quanto à força Isocinética, esta envolve a contração muscular e a
manutenção dessa ação em toda a amplitude de movimento.

- Resistência muscular é a capacidade que a musculatura apresenta
para realizar um esforço de forma contínua contra uma resistência
moderada e sem fadigar. Esse componente da aptidão física assemelha-se
a força, mas difere na ênfase, pois as “atividades para o desenvolvimento
da resistência requerem menos sobrecarga nos músculos, mas exigem
um maior número de repetições” (GALLAHUE; DONNELLY, 2008, p.86).
É possível classificar a resistência muscular como sendo dinâmica
ou estática. A resistência muscular dinâmica refere-se à capacidade que o
músculo apresenta para se contrair e se estender. A resistência muscular
estática corresponde a capacidade do músculo em manter-se flexionado
por um período de tempo longo. Os níveis da força e resistência muscular

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

apresentam relação com fatores ambientais, biológicos e psicológicos, mas


podem ser aumentados por meio de atividades, exercícios físicos e práticas
esportivas de acordo com o interesse e condições de cada indivíduo.

FLEXIBILIDADE: diz respeito a capacidade que os diversos


segmentos do corpo apresentam para realizar movimento na sua maior
amplitude possível. Este componente da aptidão física está condicionado
a elasticidade de tendões e músculos e da estrutura articular. Segundo
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), existem dois tipos de flexibilidade:
a dinâmica e a estática. A flexibilidade dinâmica corresponde a
amplitude atingida por determinada parte do corpo até o seu limite articular
após uma rápida execução do movimento. Por sua vez, a flexibilidade
estática refere-se à amplitude alcançada por uma articulação mediante a
realização lenta e regular do movimento.
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) alertam que a flexibilidade
dinâmica de segmentos articulares como o ombro, quadril e os joelhos
podem ser reduzidos com a idade entre crianças com estilo de vida
sedentário. Aliado a essa questão, sabe-se que o período de transição da
infância para a adolescência é marcado pelo estirão de crescimento, fase em
que normalmente ocorre uma redução nos níveis de flexibilidade devido ao
maior crescimento dos ossos em detrimento dos tendões e da musculatura.
Nesse sentido, ressalta-se a importância das atividades e exercícios físicos
no processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano nessa fase
da vida, pois além de minimizarem os efeitos do estirão do crescimento,
mediante melhorias na mobilidade corporal e aparatos articulares, também
podem exercer influência positiva na constituição dos hábitos relacionados
à prática de atividades físicas e esportivas, pois se sabe que tais hábitos são
formados durante a infância e tendem a determinar o nível de envolvimento
do indivíduo adulto em relação a um estilo de vida ativo.

COMPOSIÇÃO CORPORAL: diz respeito a proporção entre o


nível de adiposidade corporal (gordura) e a massa magra (formada por
músculos, órgãos, ossos etc.). A quantidade de gordura corporal pode ser
estimada por meio de procedimentos como a aferição de dobras cutâneas
e a obtenção do Índice de Massa Corporal (IMC). A medição das dobras
cutâneas é realizada com instrumentos específicos que podem verificar
a espessura das dobras cutâneas de determinadas partes do corpo, como

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
por exemplo: na região da panturrilha ou na região do tríceps.
O IMC pode ser calculado através da aferição de medidas
antropométricas como peso e estatura e representa um método simples e
prático para identificar se o peso de um indivíduo encontra-se de acordo
com padrões de saúde estabelecidos pela Organização Mundial da saúde
(OMS), porém, Nahas (2006) salienta que este procedimento apresenta
melhor estimativa da composição corporal na população adulta normal
(e não atleta), pois o desenvolvimento muscular diferenciado em atletas
pode ser confundido com o tecido adiposo, o que segundo o autor não
seria correto.

→→ A seguir serão apresentados os conceitos dos componentes da


aptidão física relacionados ao desempenho.

SEÇÃO 2
CARACTERIZAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS

Referem-se a atributos físicos passíveis de treinamento!


- COORDENAÇÃO: refere-se a capacidade do indivíduo em integrar
sistemas motrizes distintos com inúmeras modalidades sensoriais, em
padrões de movimento eficientes. Quanto mais complexos forem os níveis
desses movimentos, tanto maior deverá ser o nível de coordenação para
realizá-lo. A coordenação motora está relacionada com outros componentes
da aptidão física ligada ao desempenho, como o equilíbrio, a agilidade
e a velocidade, os quais podem exercer influência no tocante a eficácia
das ações motrizes desenvolvidas. Um movimento coordenado requer a
utilização de ações em série, ordenadas de forma rápida e precisa, ou seja,
para ser eficiente “o movimento precisa ter sincronia, ritmo e sequência
adequada” (GALLAHUE, OZMUN, GOODWAY, 2013, p. 286). Pode-se
classificar essa referida capacidade física em: coordenação motora global
e coordenação motora refinada.

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UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

Na coordenação motora global o envolvimento de grandes grupos


musculares é requerido na realização de várias tarefas de movimento,
que não necessariamente necessitam de patamares elevados de precisão,
como por exemplo, correr em volta de uma quadra de esportes.
A coordenação motora refinada envolve a integração entre a ação
dos membros do corpo com as informações visuais. A ação de receber ou
arremessar um objeto com as mãos requer um controle muscular específico
dos membros superiores, em conjunto com as referidas informações
visuais (coordenação óculo manual). Por outro lado, para chutar uma bola
é necessário ordenar as informações recebidas pelo aparato visual com as
ações dos membros inferiores (coordenação óculo pedal).

- EQUILÍBRIO: refere-se a capacidade que uma pessoa apresenta


para manter estável seu próprio corpo enquanto vivencia inúmeras
posições. O equilíbrio é um elemento básico para a realização de qualquer
movimento e sofre influências do aparato visual, auditivo e tátil-cinestésico
(músculos, ligamentos, tendões e terminações nervosas). Pode-se dividir
essa capacidade física em: equilíbrio dinâmico e equilíbrio estático.
O equilíbrio dinâmico diz respeito a capacidade de um indivíduo
em manter a estabilidade enquanto o corpo está se movimentando, seja
durante uma caminhada, corrida ou durante o salto sobre um trampolim
(GALLAHUE; DONNELLY, 2008). Por sua vez, o equilíbrio estático
refere-se a capacidade de manter uma determinada postura corporal
inalterada diante de uma posição estacionária, como ficar parado sobre
um pé ou sobre uma prancha de equilíbrio.

A execução de qualquer movimento envolve a utilização de
um elemento de equilíbrio estático ou dinâmico, por isso é essencial
estimular as crianças para que comecem a desenvolver suas capacidades
de equilíbrio desde a mais tenra idade (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

- VELOCIDADE: constitui-se na capacidade do indivíduo de mover


o corpo de um ponto a outro no menor tempo possível. Ela sofre influência
do tempo de reação e do tempo de movimento. O tempo de reação refere-
se a quantidade de tempo transcorrido desde o estímulo inicial (exemplo:

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
tiro de largada nos 100 metros até a realização do primeiro movimento
do corpo). Já o tempo de movimento diz respeito ao tempo decorrido
entre a execução do primeiro movimento até o término da atividade. O
tempo de reação normalmente é considerado inato e está condicionado a
“velocidade com que os estímulos iniciais são processados ao longo dos
trajetos neurais” (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 287) e a
qualidade das terminações nervosas. Quanto ao tempo de movimento, este
pode ser melhorado por meio da prática, portanto, é essencial estimular
as crianças para a vivência de atividades que envolvam as corridas como,
por exemplo, as brincadeiras de pega-pega.

- AGILIDADE: diz respeito a capacidade que uma pessoa apresenta


para realizar alterações na posição do corpo de maneira rápida e precisa
durante o movimento. A agilidade também é influenciada pelo
tempo de reação e pelo tempo de movimento, contudo, pode ser melhorada
através de atividades como: corridas com percursos em labirinto ou
obstáculos e outras formas de atividades que exijam o desenvolvimento
de ações como esquivar-se ou mudar a direção do corpo (GALLAHUE;
DONNELLY, 2008).

- POTÊNCIA: refere-se a capacidade de realizar um esforço máximo


no menor período de tempo possível. Por vezes, a potência também recebe
a denominação de força explosiva e “representa o produto da força vezes
a velocidade” (GALLAHUE; DONNELLY, 2008, p. 91).

É possível observar essa combinação entre força e velocidade em


atividades que requerem esforços máximos como: arremessos em longa
distância, na execução de saltos e ações de rebater. O nível de potência
de uma pessoa envolve a combinação de outras capacidades motoras,
estando relacionada com a velocidade de contração da musculatura, bem
como a força e a utilização coordenada desses músculos.

25
UNIDADE I
Universidade Aberta do Brasil

Nesta unidade foram abordados os componentes da aptidão física: conceitos, aspectos


gerais e caracterização das capacidades físicas. Você voltou a ter novamente contato com
os conteúdos da disciplina de Ginástica Geral e observou as diferenças entre Aptidão Física,
Exercícios Físicos e Atividades Físicas. Você também aprendeu sobre os componentes da
aptidão física relacionados a saúde e ao desempenho atlético.

1) Conceitue:

a) Atividade Física:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
b) Exercício Físico:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2) Faça um resumo explicando os componentes da aptidão física relacionados à saúde.


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Comente sobre: Coordenação, Equilíbrio, Velocidade, Agilidade e Potência.


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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UNIDADE I
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I

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UNIDADE I
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Universidade Aberta do Brasil

UNIDADE I
UNIDADE II
Princípios do treinamento físico
e adaptações fisiológicas
ao exercício físico

ROTEIRO DE ESTUDOS
■■ SEÇÃO 1- O treinamento físico: princípios, conceitos e métodos.
■■ SEÇÃO 2- Adaptações e respostas fisiológicas ao exercício físico.
Universidade Aberta do Brasil

SEÇÃO 1
O TREINAMENTO FÍSICO:
PRINCÍPIOS, CONCEITOS E MÉTODOS

Os princípios do treinamento são normas que devem ser respeitadas


quando se elabora e prescreve um treinamento ou um planejamento de
treinamento, para que este seja adequado ao indivíduo e consiga atingir
todos os objetivos desejados.
Um programa adequado de condicionamento físico pressupõe,
segundo Nahas (2006), a inclusão de todos os componentes elementares
da aptidão física relacionada à saúde. No entendimento do referido autor,
o programa de exercícios será eficiente e seguro se for devidamente
planejado e desenvolvido com regularidade. Além disso, o profissional
do movimento deve observar alguns princípios inerentes ao treinamento
desportivo e da fisiologia do esforço, entre os quais: o princípio da
sobrecarga, da progressão e da continuidade, da individualidade
biológica, da especificidade e da reversibilidade.

PRINCÍPIO DA SOBRECARGA: Pressupõe que o organismo seja


submetido a estímulos mais fortes do que normalmente está acostumado,
para que seja possível desenvolver qualquer aspecto da aptidão física.
Os esforços e cargas devem provocar adaptações nos sistemas orgânicos,
tornando-o capaz de produzir energia ou de realizar qualquer atividade.
Para tanto, é essencial realizar uma avaliação do condicionamento físico do
indivíduo para que a determinação das cargas iniciais seja adequada.

PRINCÍPIO DA PROGRESSÃO E CONTINUIDADE: Diz respeito
a necessidade de estimular o organismo de maneira regular, gradual e
crescente para melhorar sua condição funcional (NAHAS, 2006).
Do contrário, a repetição sistemática de um mesmo nível de esforço
ocasiona certa adaptação do organismo, impossibilitando que esse
organismo progrida.

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA: Refere-se às
diferenças individuais entre as pessoas: genética, idade, tipo de fibra muscular
predominante, experiências motoras anteriores, nível de motivação, grau de
obesidade, nível inicial de condicionamento físico, etc.
Isto quer dizer que cada organismo reagirá de maneira única aos
estímulos de um programa de exercícios, ou seja, cada pessoa apresentará
um determinado ritmo de evolução.

PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE: Este princípio pressupõe que


o desenvolvimento de cada componente da aptidão física será produzido
por determinados tipos de atividades, ou seja, a adaptação será específica
ao estímulo dado. Em outras palavras, pode-se dizer que “um exercício
específico desencadeia adaptações específicas que criam efeitos
específicos do treinamento” (MCARDLE, et at., 2003, p. 472). Exemplos:
não adianta um corredor de maratona se submeter a exercícios anaeróbios
intensos de força e potência, e esperar modificações ou melhorias
significativas na sua aptidão cardiorrespiratória, ou um lançador de
martelo adotar o mesmo treinamento de um atleta da marcha atlética e
esperar obter algum benefício.

PRINCÍPIO DA REVERSIBILIDADE: Corresponde à perda ou


diminuição dos ganhos adquiridos pelo treinamento físico quando é
removido o estímulo. O retorno aos estágios iniciais tende a ocorrer na
mesma velocidade de sua aquisição, ou seja, as aquisições obtidas de
modo gradual e prolongadas são mantidas com maior facilidade e perdidas
com maior lentidão, ao contrário de aquisições adquiridas rapidamente e
em curto espaço de tempo (BARBANTI, 1986).

31
UNIDADE III
UNIDADE
Universidade Aberta do Brasil

Aqui você pode fixar os conteúdos relacionados aos Princípios do Treinamento e


observou que os mesmos constituem-se em normas que devem ser respeitadas para
prescrever exercícios físicos de forma adequada a cada indivíduo, considerando suas
particularidades, de modo que se consiga atingir os objetivos desejados.

Explique o que você aprendeu sobre:

1) Princípio da Sobrecarga:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2) Princípio da Progressão e Continuidade:


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Princípio da Individualidade Biológica:


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

4) Princípio da Especificidade:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
5) Princípio da Reversibilidade:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

SEÇÃO 2
ADAPTAÇÕES E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS
AO EXERCÍCIO FÍSICO

Não podemos negar a importância e necessidade da atividade física


para o crescimento e desenvolvimento de crianças. A atividade física
cumpre papel fundamental nesse processo.

→→ POR QUE fazer exercícios físicos?

Os exercícios aeróbicos atuam sobre o sistema cardiorrespiratório,


propiciando os seguintes efeitos:
-- Diminui o mau colesterol (LDL) e estimula a produção do bom
colesterol (HDL).
-- Ajuda a estabilizar (e diminuir) a pressão arterial.
-- Colabora no tratamento da hipertensão (pressão alta).
-- Aumenta a quantidade de sangue que o coração pode bombear
a cada batimento (sístole e diástole).
-- Auxilia na redução da gordura corporal (pois também pode
utilizar a gordura como fonte de energia).
-- Melhora a circulação periférica (músculos mais capilarizados),
fazendo com que maior quantidade de sangue e oxigênio chegue
ao corpo todo.
-- Amplia a capacidade de absorver oxigênio (maior capacidade
para aproveitar o ar que respira).

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UNIDADE III
UNIDADE
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-- Maior resistência à fadiga.


-- Fortalece os ossos.
-- Combate a insônia e o estresse.
-- Ajuda a normalizar seus níveis de glicose, insulina1 e leptina2,
melhorando a sensibilidade do receptor de insulina / leptina.
-- É fundamental para saúde geral e na prevenção de doenças crônicas.
-- Melhoria da função sexual.
-- Melhora no humor.
-- Melhora no sono.

→→ Importante
Ao fazer Exercícios Físicos produzimos modificações e provocamos um desequilíbrio
em nossas funções internas, portanto, faz-se necessário regular (equilibrar) essas
modificações. Para isso, nosso corpo conta com uma habilidade especial: a homeostase.
Homeostase: é a capacidade do organismo de manter equilibrado o ambiente interno
do corpo apesar das mudanças no ambiente externo. Todos os sistemas internos do corpo
têm como objetivo a manutenção desse equilíbrio. O estresse provocado pelo exercício
físico causa mudanças no ambiente interno e as respostas fisiológicas subsequentes tentam
recuperar o equilíbrio do ambiente interno.
O organismo está em homeostasia ou em equilíbrio quando:
-- As substâncias químicas estão em concentrações adequadas
-- A temperatura é estável
-- A pressão é apropriada

Existem tipos diferentes de homeostasia no organismo:


-- Homeostasia hídrica: (também entendida como osmorregulação) acontece nos
rins, sendo necessária para regular a quantidade da água dentro do organismo.
-- Homeostasia térmica: é o equilíbrio e o controle da temperatura do corpo humano,
que é feita através da pele e da circulação sanguínea. Quando o organismo está
sendo submetido a temperaturas mais baixas usamos mais energia para manter
a temperatura e, em situações extremas o organismo é obrigado a enviar mais
sangue para os órgãos vitais, assim os membros inferiores e superiores, por não
ser prioridades, serão menos abastecidos.
-- - Homeostasia psicológica: é o equilíbrio entre as necessidades de um indivíduo
e o suprimento dessas mesmas necessidades. Quando essas necessidades não
são atendidas, acorrem modificações interiores e o organismo provoca alterações
no comportamento, visando a suprir essas necessidades.

1 Hormônio produzido no pâncreas que apresenta a função de regular a entrada


de açúcar no sangue.
2 É considerado o “hormônio da saciedade”, pois apresenta função de suprimir a
ingestão de alimentos.

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
Você sabe o que acontece com o organismo quando fazemos exercícios físicos?
O organismo responde ao esforço e depois de dias, semanas e meses provoca adaptações.
Vejam quais são:

1. Respostas Agudas ao Exercício Físico


Respostas agudas são as modificações repentinas nas funções orgânicas provocadas
pela execução de exercício físico e desaparecem logo após encerrar uma sessão.
-- Ao fazer o exercício aeróbico com duração de 30 a 45 minutos, a frequência
respiratória aumenta 03 vezes acima da frequência de repouso.
-- O volume de oxigênio que entra nos pulmões é 20 vezes superior se comparado
quando em repouso.
-- O número de batimentos cardíacos poderá duplicar ou triplicar.
-- A quantidade de sangue bombeado pelo coração aumenta de 04 a 06 vezes.
-- Oxigênio consumido pelos músculos que estão trabalhando aumenta mais de 10
vezes acima dos níveis de repouso.

2. Adaptações Crônicas ao Exercício Físico


Adaptações crônicas são alterações persistentes na estrutura e nas funções do corpo
após o treinamento com exercícios regulares. Alterações estas que permitem que o corpo
responda mais facilmente ao exercício físico.
-- A FC de repouso diminui 10 a 30 batimentos por minuto e durante qualquer
esforço específico ao longo do exercício.
-- O coração bate mais lentamente porque se torna uma bomba mais eficiente.
-- O coração exercitado pode bombear mais sangue em cada batimento e os
pulmões podem ventilar mais ar quando solicitados em exercícios de maior
intensidade.
-- Os músculos tornam-se mais eficientes no armazenamento e na queima de
gorduras e carboidratos.

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UNIDADE III
UNIDADE
Universidade Aberta do Brasil

Responda:

1) Por que é importante fazer exercícios físicos?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2) Conceitue:
a) Homeostase
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Homeostase Hídrica:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

c) Homeostase Térmica:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

d) Homeostase Psicológica:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Justifique:

a) Respostas agudas ao exercício físico:


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Adaptações crônicas:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
→→ A seguir você vai aprender um pouco mais sobre alguns órgãos e
estruturas indispensáveis a realização de exercícios e atividades
físicas: o CORAÇÃO, os PULMÕES e os MÚSCULOS.

VAMOS COMEÇAR PELO CORAÇÃO.

Miocárdio: do latim myocardium


Myo = Músculo
Cardium= Coração
MÚSCULO CARDÍACO

O coração é um músculo estriado, de contração involuntária. É a peça


chave do sistema cardiovascular, desempenhando a principal tarefa: colocar
o sangue em movimento. Ele determina o início e o fim da vida. Bem tratado,
pode cumprir esta missão por quase um século. Cada célula que compõe os
tecidos do corpo humano depende do coração para se manter.

• Função principal: o coração é responsável pelo envio de sangue


rico em oxigênio e nutrientes, continuadamente, a todos os
pontos do organismo e por recebê-lo de volta carregado de
dióxido de carbono e outros resíduos descartados pelas células.
Se o coração parar de bater, o fluxo sanguíneo interrompe-se e a
vida já não pode ser mantida.

COMO É O CORAÇÃO?
O nosso coração é um pouco maior do que uma mão fechada,
alojado ligeiramente à esquerda do centro do peito, entre os pulmões. O
coração de um adulto expande-se (diástole) e contrai-se (sístole) de 70 a
90 vezes por minuto, ou 100 mil vezes por dia para dar conta dessa tarefa
essencial, funcionando como uma espécie de bomba hidráulica elétrica.

Ao longo de 70 anos (expectativa média de vida no mundo) o coração
bate, aproximadamente, 2,5 bilhões de vezes e bombeia 304 milhões de
litros de sangue. Ao levar oxigênio e nutrientes a cada célula do corpo,

37
UNIDADE III
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o sangue viaja milhares de quilômetros através de artérias, veias, vasos


e capilares que formam a extensa rede de tubos flexíveis e ocos do
sistema circulatório. Em linha reta, mediria cerca de 95 mil quilômetros,
o suficiente para dar mais de duas voltas em torno da Terra.
O coração é um órgão oco, com fibras estriadas e divididas em
quatro (4) câmaras pela parede vertical ou septo. As duas câmaras
superiores são os átrios direito (AD) e esquerdo (AE) e as duas inferiores,
os ventrículos direito (VD) e esquerdo (VE).
Obs. lado direito (válvula tricúspide), lado esquerdo (válvula
bicúspide ou mitral).

Figura 1: Coração e suas cavidades.

Fambrini, (2015).

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
Figura 2: Válvulas tricúspides e mitrais.

Fonte: Fambrini, (2015).

COMO O CORAÇÃO TRABALHA?

→→ Por meio dos movimentos de contração e relaxamento o coração


bombeia o sangue para todas as partes do corpo, para tanto,
ele trabalha em equipe, recebendo auxílio de estruturas como
artérias, veias e capilares para desempenhar sua função!

Os movimentos que fazem o coração bater:


SÍSTOLE: contração (sangue oxigenado para o organismo),
DIÁSTOLE: relaxamento (sangue com resíduos e dióxido de carbono).

Coronárias
É um complexo de artérias que se ramificam como os ramos de
árvore em torno do músculo cardíaco. Essas artérias têm a função de
irrigar o coração, pois, o músculo cardíaco não se nutre do sangue que
passa por ele. Cada ser humano tem uma árvore coronária própria, com
número diferente de ramos. Cheia de ramos e dobras, o complexo das
artérias coronárias é o mais vulnerável ao acúmulo de placas de gordura
causado pelo colesterol no sangue, quando ele atinge níveis superiores
ao limite recomendado.

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UNIDADE III
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Figura 3: Artérias coronárias.

Fonte: Fambrini, (2015).

Artérias
São vasos ou tubos de parede muscular espessa, de alta pressão,
por onde o sangue rico em oxigênio (O²) é impulsionado do coração
para os tecidos. As artérias ramificam-se em vasos de menor calibre,
denominados de arteríolas. (MCARDLE et al., 2003).

Capilares
São os vasos de diâmetro muito reduzidos, constituindo as últimas
ramificações das artérias e veias. Os capilares colocam em comunicação
os sistemas arteriais e venosos.

Veias
São os vasos ao longo dos quais o sangue volta ao coração.
Internamente são providos de válvulas que impedem o refluxo do
sangue. Elas também se ramificam em vasos de menor calibre que são
denominadas vênulas, as quais ligam as veias aos capilares. As veias
possuem paredes mais finas que as artérias.

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
Figura 4: Diferenças estruturais entre veias, artérias e capilares.

Fonte: Fambrini, (2015).

→→ O CORAÇÃO TAMBÉM PODE FICAR DOENTE!

Observe a seguir alguns exemplos de doenças que podem acometer


este órgão vital para nosso corpo:

FEBRE REUMÁTICA: ocorre quando a bactéria streptococus


betahemoliticque instala-se na garganta, ocasionando uma infecção. Quando
esta infecção é mal curada o micróbio alcança o coração. (NAKA, 2014).

DOENÇA DE CHAGAS: tem origem com a picada do inseto


barbeiro, o qual deposita fezes sobre a pele da pessoa enquanto suga
seu sangue. A coceira e irritação proveniente dessa picada favorece a
entrada do protozoário trypanosoma cruzi no corpo, provocando inchaço
do coração e inflamação do músculo cardíaco (LIMA, 2018).

INFARTO: diz respeito a morte de uma determinada área do


músculo cardíaco devido a falta de suprimento do sangue com oxigênio e
nutrientes para as células. Com o passar do tempo, a gordura acumula-se
nas paredes das artérias coronárias, as quais irrigam o próprio coração. E
à medida que o problema progride, formam-se placas que podem impedir
o fluxo do sangue.

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UNIDADE III
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Quando ocorrem problemas com a circulação sanguínea as consequências para a


saúde podem ser graves. Sabendo como ela funciona é mais fácil prevenir.

Circulação sanguínea: é o processo que alimenta e oxigena todas as células do
organismo. Podemos dividi-las em circulação pulmonar ou pequena circulação e circulação
sistêmica ou grande circulação.

A circulação pulmonar envolve o coração (em sua metade direita) e os pulmões.


Nesse circuito, o sangue venoso, o qual já nutriu todo o organismo, retorna ao coração pelas
veias cava superior e inferior, adentrando o átrio direito (AD) e, de modo quase simultâneo,
passa para outra câmara: o ventrículo direito (VD). A partir deste local o sangue é bombeado
para os pulmões onde sofrerá um processo de troca gasosa, perdendo o gás carbônico e
recebendo novo suprimento de oxigênio (O²).

Esse sangue rico O² retorna dos pulmões novamente para o coração pelas veias
pulmonares, dando início à circulação sistêmica, pois ao chegar ao átrio esquerdo (AE), o sangue
é direcionado para o ventrículo esquerdo (VE), o qual por sua vez bombeia o sangue oxigenado
para a artéria aorta de onde será distribuído para todo o corpo (MCARDLE et al., 2003).

Figura 5: Esquema sobre a Pequena


e Grande Circulação Sanguínea.

Fonte: Fambrini, (2015).

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
A má circulação é a deficiência de chegada do sangue aos tecidos e às células e pode
ser causada pela arteriosclerose:
Arteriosclerose: estreitamento ou entupimento das artérias com placas de gordura
(ateroma). Os sintomas incluem: anginas (dor no peito), cãibras, esfriamento dos membros,
perda de pelos e formigamentos. Suas consequências podem levar ao infarto, acidente
vascular cerebral (AVC) ou derrame e a gangrena (morte de tecidos ou de todo um órgão).

Figura 6: Diferença entre artéria normal


e artéria com placas de ateroma.

Fonte: Fambrini (2015).

Você sabia que as doenças cardiovasculares são consideradas a principal causa de


morte de pessoas em todo o mundo? Segundo a Organização Mundial da Saúde (2017),
a maioria dessas doenças pode ser prevenida se as pessoas adotarem um estilo de vida
mais saudável, ou seja, evitar fatores de risco como: alimentação inadequada, sedentarismo,
tabagismo e uso nocivo das bebidas alcoólicas.

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EXERCÍCIO FÍSICO E O CORAÇÃO:

A maior diferença entre indivíduos treinados e com resistência e os


não treinados é a magnitude do volume sistólico (quantidade de sangue
bombeada pelo coração em cada batimento). Com a prática de exercícios,
o coração torna-se maior e mais forte. Como resultado, a frequência
cardíaca (FC) de repouso é mais lenta nos indivíduos treinados, enquanto
durante o exercício um determinado débito cardíaco pode ser atingido
com uma FC menor.
Consequência: pessoas treinadas podem correr, nadar ou pedalar
mais rapidamente porque seu coração é capaz de produzir um débito
cardíaco maior, liberando mais oxigênio para os músculos que estão
trabalhando.
O aumento do coração é uma alteração benéfica e normal que ocorre
com a prática regular de exercícios aeróbicos. O ventrículo esquerdo,
que bombeia o sangue do coração para o corpo, sofre o maior aumento
de volume. Isso significa que, em repouso, o coração exercitado e de
tamanho maior bombeia mais sangue por batimento (ou seja, possui um
volume sistólico maior).
Por exemplo:
-- Pessoas sedentárias apresentam volumes sistólicos de
aproximadamente 60 mililitros.
-- Atletas geralmente são superiores a 100 mililitros.

O volume sistólico maior permite que o coração bata mais lentamente. A frequência
cardíaca diminui, aproximadamente, um batimento por minuto entre a primeira e a segunda
semana de treinamento e até 10 batimentos na vigésima semana. Maiores aumentos são
possíveis se forem aumentadas a intensidade e a duração do treinamento.

O atleta Miguel Indurian, melhor ciclista da história, apresentava uma frequência


cardíaca de repouso de 28 batimentos por minuto (ESTEVAM, 2005).

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
- Frequência Cardíaca (FC):
Número de batimentos do coração em um minuto.

- Frequência Cardíaca Máxima (FCM):


Número de batimentos máximos que o coração suporta em um esforço físico.
Qual é FCM de seus alunos?
Você pode realizar a seguinte fórmula para descobrir:
FCM = 220 – idade.
Você também pode calcular a FCM utilizando outra fórmula:
208 - (0,7 x idade).

- Pressão Arterial:
Força que o sangue exerce contra a parede interna das artérias.

COMO AFERIR A F.C DE REPOUSO?

O ideal é aferir a FC de repouso assim que acorda, porém isso


nem sempre é possível. Deste modo, a outra opção é verificar após cinco
minutos em repouso. O procedimento indicado é encontrar o pulso e
marcar quantos batimentos ocorrem em 15 segundos. Posteriormente,
multiplicar o número de batimentos por quatro, descobrindo assim o
número de batimentos por minuto (bpm).

FREQUÊNCIA CARDÍACA DE RESERVA.


Diz respeito a diferença entre a frequência cardíaca máxima e a
frequência cardíaca de repouso:
FC de reserva = FC máxima - FC de repouso
EXEMPLO: Qual a FC de reserva para um sujeito de 20 anos e FC
de repouso de 60bpm?
Primeiro devemos calcular a FC máxima, lembrando que é preferível
utilizar a fórmula desenvolvida por Tanaka et al. (2001):
FCM= 208 – (0,7 x idade)
FCM= 208 – (0,7 x 20)
FCM= 208 – (14)

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UNIDADE III
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FCM= 194 bpm


Sabendo que a FC máxima é 194bpm e a FC de repouso é 60bpm
torna-se possível calcular a FC de reserva.
FC máxima – FC de repouso = FC de reserva
194 – 60 = 134 bpm.

MAS PARA QUE SERVE A FC DE RESERVA?


Ela auxilia no cálculo de intensidade de treino, pois duas pessoas
com a mesma idade em tese possuem a mesma FC máxima, porém a FC
de repouso varia entre indivíduos conforme o seu nível de treinabilidade.
Pessoas mais treinadas costumam ter a FC de repouso mais baixa e
consequente uma FC de reserva maior. Assim, calcular a intensidade do
treino utilizando a FC de reserva respeita a individualidade de cada atleta.

Cálculo de intensidade de treino a partir da FC de reserva:


(FC de reserva x intensidade) + FC de repouso
Exemplo para um sujeito de 20 anos, com FC de repouso de 60bpm,
que pretende treinar em uma intensidade de 80%:
(134 x 80%) + 60
(107,2) + 60
167,2 bpm

Coração e as mulheres. Os homens correm mais riscos do que as mulheres. De


cada 10 pacientes que procuram um cardiologista para ponte safena, 07 são homens. A
maior ameaça para o coração é o infarto. O coração feminino é protegido pelo hormônio
estrogênio, fabricado pelos ovários. Ele também é responsável pela menstruação e pela voz
fina. Tem um papel importante para evitar infartos. O estrogênio é poderoso na prevenção de
doenças cardiovasculares, pois estimula a dilatação dos vasos e facilita o fluxo sanguíneo.
As artérias femininas são mais estreitas e podem ser bloqueadas mais rapidamente por
placas de gorduras (ateromas).

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UNIDADE II
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
Aterosclerose é a doença que entope as artérias coronárias e leva ao infarto. Após a
menopausa, cerca dos 50 anos, cai bastante a produção do estrogênio. Assim, as mulheres
passam a igualar-se ao homem nas estatísticas de doenças do coração. Esse empate, porém,
não tem longa duração. Logo depois dos 60 anos, o homem assume a dianteira novamente.
O entupimento das artérias pode começar a partir dos 20 anos, principalmente para quem
tem predisposição genética (casos de cardíacos na família).

Responda:

1) Qual é a principal função do coração?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2) Quais são as duas câmaras superiores e as duas inferiores?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Qual é a função das artérias e das veias?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

4) Explique os termos:

a) Arritmia
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Bradicardia
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

c) Taquicardia
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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UNIDADE III
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d) Sopro
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5) Descreva como podemos aferir nossa frequência cardíaca de repouso (FCR):


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
______________________________________________

6) Conceitue:

a) Frequência Cardíaca:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Frequência Cardíaca Máxima:


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

c) Pressão Arterial:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

d) Volume Sistólico:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

7) Cite os fatores comportamentais de risco que potencializam o surgimento de


doenças cardíacas.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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AGORA VAMOS CONHECER
UM POUCO DOS PULMÕES.

PULMÕES

O corpo humano necessita de um mecanismo para retirar o


oxigênio do ar e transportar no sangue circulante. Os responsáveis por
esse trabalho são os pulmões que estão localizados na porção superior do
tórax (na caixa torácica), protegidos por uma gaiola natural (costelas) e
localizados no centro do peito em um espaço chamado mediastino.
Os pulmões do ser humano são órgãos do sistema respiratório,
responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. Sua
principal função é oxigenar o sangue e eliminar o dióxido de carbono do
corpo. São dois órgãos de forma piramidal, de consistência esponjosa
medindo mais ou menos 25 centímetros de comprimento que se localizam
dentro da caixa torácica e são revestidos externamente por uma membrana
chamada pleura. O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o
esquerdo, é também um pouco mais curto, pois o diafragma é mais alto
no lado direito para acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem uma
concavidade que é a incisura cardíaca. A base de cada pulmão apoia-
se no diafragma, órgão músculo membranoso que separa o tórax do
abdome, presente apenas em mamíferos, promovendo, com os músculos
intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado logo acima do
estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma.
Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem
em bronquíolo e alvéolos pulmonares. São aproximadamente 300 milhões
de alvéolos contidos nos pulmões (MCARDLE et al., 2003). Nos alvéolos
dão-se as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e
o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue e saída do
gás carbônico ou dióxido de carbono dos capilares para o alvéolo.
Nos pulmões, os brônquios ramificam-se intensamente dando origem
a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado
de bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo
termina em pequenas bolsas formadas por células epiteliais achatadas,
recobertas por capilares sanguíneos, denominadas alvéolos pulmonares.

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Figura 7: Pulmões e suas estruturas.

Fonte: Fambrini (2015).

PULMÕES E SUA EQUIPE DE TRABALHO.

TRAQUEIA: corresponde a um órgão tubular e cartilaginoso,


situado entre a laringe e os brônquios. Integra o sistema respiratório e
tem a função de filtrar, umedecer e aquecer o ar que será conduzido aos
pulmões (VARELLA, 2015).

BRÔNQUIOS: são estruturas tubulares, flexíveis e elásticas, as


quais ligam a traqueia aos pulmões. Tem a função de encaminhar o ar
aos pulmões (VARELLA, 2017).

BRONQUÍOLO
Sub-ramificação de menor calibre da árvore brônquica, penetra
nos alvéolos pulmonares, que por sua vez realizam as trocas gasosas.

ALVÉOLOS PULMONARES
São estruturas de pequenas dimensões, as quais estão localizadas
no final dos bronquíolos, onde se realiza a troca gasosa. O conjunto
desses alvéolos existente em cada extremidade dos bronquíolos é
denominado saco alveolar.

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Figura 8: Bronquíolo e alvéolos pulmonares.

Fonte: Fambrini (2015).

HEMOGLOBINA
A hemoglobina (abreviada como hb) é uma metaloproteína que
contém ferro presente nos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e que permite
o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório.

GÁS CARBÔNICO OU DIÓXIDO DE CARBONO


O dióxido de carbono é essencial à vida no planeta, visto que é
um dos compostos essenciais para a realização da fotossíntese (processo
pelo qual os organismos fotossintetizantes transformam a energia
solar em energia química). Essa energia química, por sua vez é distribuída
para todos os seres vivos por meio da teia alimentar. Esse processo é uma
das fases do ciclo do carbono e é vital para a manutenção dos seres vivos.

O sistema respiratório capta do ar o oxigênio e remove do organismo o dióxido de


carbono. Essa troca ocorre nos pulmões quando o indivíduo inspira e expira. A respiração é
estimulada pelo diafragma e pelos músculos das costelas, que se expandem e se contraem.

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RESPIRAÇÃO: diz respeito ao fenômeno de trocas gasosas que


ocorre no sistema respiratório. O sistema respiratório compreende as
Vias Áreas e os Pulmões.

a. Vias Aéreas: canal através do qual o ar passa do meio ambiente


aos pulmões e vice – versa. É formado pelas fossas nasais, que
são duas cavidades (nariz/faringe) ricas em vasos sanguíneos e
pelos. Também é constituída pela laringe (cujo interior apresenta
as cordas vocais), a traqueia e os brônquios.
b. Pulmões: são dois órgãos esponjosos e elásticos situados no
tórax. Entre eles há um espaço (o mediastino) onde se encontra
alojado o coração e o esôfago. Os pulmões são recobertos
por membranas denominadas pleuras. Na base dos pulmões
encontra-se o músculo diafragma. O sangue chega aos pulmões
pelas artérias pulmonares e sai por quatro veias (duas de cada
pulmão).

Fenômenos da respiração:
Ventilação pulmonar:
Inspiração – entrada de ar nos pulmões
Expiração – saída do ar dos pulmões

VOCÊ SABIA?
O pulmão direito é maior que o esquerdo, pois o esquerdo divide o
seu espaço com o coração.
Os brônquios subdividem-se cerca de, aproximadamente, 23 vezes
consecutivas até chegar aos alvéolos (unidades funcionais do pulmão
existem em uma quantidade de vários milhões (parecem pequenos sacos
ou cacho de uvas).

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OS PULMÕES TAMBÉM FICAM DOENTES!
Observe a seguir alguns exemplos de doenças que podem acometer
os pulmões:

BRONQUITE: inflamação dos brônquios, as vias aéreas de grande


e médio calibre nos pulmões. Os sintomas mais comuns são tosse
com escarro, respiração sibilantes, falta de ar e desconforto no peito.
Existem dois tipos de bronquite: aguda e crônica.

TUBERCULOSE: doença infecciosas, frequentemente causada


pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (MTB). Afeta geralmente
os pulmões, embora possa também afetar outras partes do corpo. Se não for
tratada, a tuberculose causa a morte da metade das pessoas infectadas. Os
sintomas clássicos da tuberculose ativa são tosse crônica com expulsão de
sangue, escarro, febre, suores noturnos e perda de peso. A tuberculose é
transmitida por via aérea quando as pessoas com tuberculose ativa nos
pulmões tossem, cospem, falam ou espirram.

ENFISEMA PULMONAR: doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)


caracterizada por danos aos alvéolos pulmonares, acarretando oxigenação
insuficiente e acúmulo de gás carbônico no sangue (hipercapnia). Ela
geralmente é causada pela inalação de produtos químicos tóxicos, como
fumaça de tabaco, queimadas e poluição do ar. Os danos às paredes dos
alvéolos reduzem o espaço capaz de fazer a troca de ar.

PNEUMONIA: doença inflamatória no pulmão, a qual afeta


especialmente os sacos de ar microscópicos (alvéolos). É geralmente
causada por uma infecção, mas há uma série de outras causas. Os sintomas
típicos incluem tosse, dor torácica, febre e dificuldade para respirar.

ASMA: doença inflamatória crônica das vias aéreas. Quando


as vias aéreas inflamadas são expostas a vários estímulos ou fatores
desencadeantes tornam-se hiper-reativas e obstruídas, limitando o fluxo
de ar através de broncoconstrição, produção de muco e aumento da

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inflamação. Pode ser difícil de diagnosticar. É classificada como ligeira


moderada ou grave. As crises podem colocar a vida em risco, embora
seja possível preveni-las. Embora não exista cura para a asma, é possível
controlar a frequência intensidade dos sintomas.

O ar é composto por somente 21% de oxigênio. Desse modo, os pulmões devem


captar grandes quantidades de ar durante o exercício para fornecer O² suficiente para os
músculos que estão trabalhando.

EXERCÍCIO FÍSICO E PULMÕES


Os Pulmões: conforme aumenta a intensidade dos exercícios,
maiores quantidades de ar devem ser levadas aos pulmões para fornecer
oxigênio para os músculos que estiverem em atividades. O tamanho dos
pulmões varia pouco com a prática de exercícios aeróbicos, as pessoas
treinadas são capazes de ventilar volumes muito maiores de ar durante
um esforço intenso. Os pulmões captam o ar e passam o oxigênio para o
sangue por meio de 300 milhões de pequenos “sacos aéreos”, conhecidos
como alvéolos.

O indivíduo necessita, em repouso, cerca de 250 mililitros de oxigênio por minuto para
manter a vida. O oxigênio pode ser suprido pela respiração numa taxa de aproximadamente
6 litros de ar por minuto. Durante o exercício pesado, o consumo de oxigênio pelo organismo
aumenta 10 a 20 vezes ou mais.
Em repouso = respiração de 12 vezes por minuto, inspirando ½ litro de ar por
respiração ou 6 litros por minuto.
Exercício máximo = 55 a 60 respirações por minuto, com mais de 3 litros sendo
inspirado em cada respiração.

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EXERCÍCIO FÍSICO E
O SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO

CORAÇÃO e PULMÕES
O conjunto coração/pulmões está integrado e envolvido diretamente
com a atividade física. O sistema respiratório compreende os pulmões e
um sistema de tubos que comunicam o ambiente pulmonar com o meio
exterior.
Os exercícios físicos estimulam não só os músculos, ativam o sistema
cardiovascular e cerebral, o que ajuda a prevenir algumas doenças.
A prática regular de exercício físico moderado é uma das maneiras de
manter o sistema cardiorrespiratório saudável, beneficiando os pulmões
e todos os músculos respiratórios. As pessoas ativas fisicamente estão,
geralmente, menos expostas a doenças respiratórias, quando comparadas
às pessoas que levam vida sedentária. Os exercícios aeróbios realizados
três vezes por semana apresentam resultados satisfatórios no sistema
cardiorrespiratório. Caminhada, natação ou ciclismo são recomendados.
A atividade física aumenta a rede de pequenos vasos que irrigam
os alvéolos pulmonares (estruturas de troca de gases), melhorando o
aproveitamento de oxigênio pelo pulmão. Desse modo, a respiração fica
mais eficiente.

Em nosso país estima-se que 300 mil pessoas por ano morrem por doenças
cardiovasculares, a maioria delas pelo infarto do miocárdio.
Mudanças na dieta, redução do peso corporal, não fumar, ter um estilo de vida ativa,
controlar a hipertensão e a forma como reagimos ao estresse, são alguns procedimentos
preventivos altamente eficazes. Os exercícios físicos regulares, principalmente aeróbicos, têm
um papel marcante na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares degenerativas,
tendo um efeito direto e independente. Ajudando no controle do colesterol e da pressão arterial,
além de contribuir significativamente em casos de obesidade e outros fatores de riscos.

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Volume de oxigênio máximo (VO2MAX): diz respeito a Potência Aeróbica Máxima,


isto é, a maior taxa na qual o oxigênio pode ser consumido durante o exercício máximo. É
expresso em milímetros de oxigênio consumido por quilograma de peso corporal por minuto.
Em outras palavras o VO²MAX é o volume máximo de O² captado, transportado e utilizado
pelo nosso organismo para a produção de energia.

Volume respiratório: é a quantidade de ar inspirado e/ou expirados por respiração.


Um adulto saudável em repouso apresenta um volume respiratório de, aproximadamente,
500 ml, em níveis máximos de exercícios pode aumentar 03 a 04 vezes.

Volume sanguíneo: é a quantidade de sangue que uma pessoa tem no corpo.


No homem normal são, aproximadamente, de 5 litros e na mulher normal, 4,5 litros. Em
indivíduos treinados em resistência esse volume chega a atingir 8 litros nos homens e 7 litros
nas mulheres.

Responda:

1) O que são os Pulmões?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Qual é a principal função dos Pulmões?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Conceitue os termos:

a) Brônquios:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Bronquíolos:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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c) Alvéolos Pulmonares:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

d) Vias Aéreas:
_________________________________________________________________________
_______________________________________________________

4) Cite e descreva duas doenças que podem acometer os pulmões.


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

5) Responda: por que a prática regular de exercícios físicos aumenta a eficiência da


respiração?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

6) Conceitue os termos:

a) Volume de oxigênio máximo (VO2MAX):


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Volume Respiratório:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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AGORA VAMOS APRENDER UM POUCO


SOBRE OS MÚSCULOS

Podemos dizer que os músculos são as partes “carnosas” do corpo,


as quais são constituídas de tecido muscular, com células transformadas
em fibras musculares que apresentam miofibrilas de actina e miosina
(Figura 9) em seu citoplasma, sendo estes componentes os responsáveis
pela capacidade de contração que o músculo apresenta.

Figura 9: Esquema da contração muscular.

Fonte: Fambrini (2015).

Existem três tipos de tecido muscular no corpo humano:


- Tecido muscular liso: presente em órgãos viscerais como estômago
e intestino, bem como vasos sanguíneos e vias aéreas. São músculos de
contração involuntária e são controlados pelo sistema nervoso autônomo.
- Tecido muscular cardíaco: (inerente ao órgão coração, representa
a arquitetura cardíaca com a característica de contrações involuntárias) e
- Tecido muscular estriado esquelético: os quais são responsáveis
pelas contrações voluntárias. Este tecido muscular é denominado estriado
porque apresenta estrias (faixas alternadas claras e escuras), as quais
podem ser observadas no microscópio óptico.

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No tocante a musculatura esquelética, Mcardle et al. (2003, p. 369)
ressaltam que “as forças musculares atuam sobre o sistema corporal de
alavancas ósseas e acarretam a movimentação de um ou mais ossos ao
redor de seu eixo articular a fim de impulsionar um objeto, movimentar o
próprio corpo” ou realizar de modo simultâneo essas duas ações. São os
músculos que nos permitem também manter uma determinada postura
corporal.
Os músculos estriados ligam-se aos ossos por meio de tecidos
conjuntivos bem resistentes, denominados tendões. Há mais de 600
músculos esqueléticos em nosso corpo, o que corresponde a um percentual
aproximado de 40% da massa corporal dos homens e um pouco menos
nas mulheres (NAHAS, 2006, p. 70).

→→ PRINCIPAIS FUNÇÕES:

• Produção dos movimentos corporais dos mais simples aos mais


complexos.
• Estabilizadores das posições que o corpo assume.
• Movimento de substâncias dentro do corpo: As contrações
dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a
intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover
alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos
esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue
para o coração.
• Produção de calor: quando o tecido muscular contrai-se ele
produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é
usada na manutenção da temperatura corporal.

→→ OS MÚSCULOS TAMBÉM TRABALHAM EM EQUIPE

CONFORME A REGIÃO QUE ATUAM:


Existem aqueles que atuam na cabeça, no pescoço, no tórax,
abdome e na região posterior do tronco. Outros são responsáveis pelos
membros superiores e inferiores e existem aqueles que atuam nos órgãos
dos sentidos e no períneo (assoalho pélvico).

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CONFORME A LOCALIZAÇÃO QUE ATUAM:


Superficiais ou cutâneos: situados logo abaixo da pele: face, crânio
e na mão.
Profundos: localizados nas regiões mais profundas da derme.

CONFORME A FORMA:
Curtos: localizados nas articulações que apresentam pouca
amplitude (exemplo: músculos da mão).

Figura 10: Músculo da mão.

Fonte: Dantas (2011).

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Longos: podem ser observados nos membros, podendo perfazer
duas ou mais articulações. Exemplo: músculo bíceps braquial.

Figura 11: Músculo bíceps braquial.

Fonte: Dantas (2011).

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Largos: possuem como características suas formas laminares e


podem ser observados nas paredes de cavidades como o abdome e o
tórax. Um exemplo é o músculo diafragma.

Figura 12: Músculo diafragma.

Fonte: Dantas (2011).

CONFORME AS FUNÇÕES:
Agonistas: aqueles que ativam um movimento específico do corpo,
ou seja, músculos que se contraem de forma ativa visando produzir algum
movimento desejado (DANTAS, 2011).

Antagonistas: aqueles que se opõem à ação dos músculos agonistas.


No momento em que o agonista se contrai, a antagonista relaxa de forma
progressiva, produzindo assim, um movimento suave (DANTAS, 2011).

Sinergistas: correspondem aos músculos que estabilizam as


articulações durante a realização de um movimento principal ou até

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mesmo auxiliam nessa movimentação. Sua contribuição é essencial para
que não ocorram movimentos indesejáveis (DANTAS, 2011).

Fixadores: esses músculos estabilizam a origem do músculo agonista,


visando assegurar uma ação mais eficiente. Esta estabilização ocorre na parte
proximal do membro quando a parte distal é movimentada (DANTAS, 2011).

→→ OS MÚSCULOS TAMBÉM PODEM FICAR DOENTES OU


APRESENTAR DETERMINADOS DESCONFORTOS!

Observe a seguir alguns exemplos:


CÃIBRA: diz respeito a um espasmo muscular ou contração
involuntária, normalmente bem dolorosa, a qual pode permanecer por
alguns segundos e até por vários minutos. A cãibra pode atingir um ou
mais músculos de uma vez, sendo mais comuns nos músculos dos membros
inferiores. Pode ocorrer devido à desidratação ou a realização de atividades
físicas intensas, dado que o ácido lático proveniente da queima da glicose
acumula-se em excesso na musculatura, gerando os espasmos.

ESTIRAMENTO MUSCULAR: refere-se a uma lesão indireta,


caracterizada pelo alongamento exagerado das fibras musculares, além
dos limites normais. Este estiramento provoca a ruptura de algumas fibras
musculares que podem inflamar e provocar edemas. Constitui-se em um
tipo muito frequente de lesão entre esportistas.

DISTENSÃO MUSCULAR: ocorre quando um músculo ou tendão


que se prende ao osso é submetido a um demasiado esforço, provocando
o rompimento das fibras musculares e vasos sanguíneos que irrigam
esses tecidos, originando um hematoma e inflamação da região afetada.
No meio esportivo é comum ouvir dos atletas que sofrem uma distensão
muscular que os mesmos sentiram uma “fisgada” no local da lesão. No
entanto, esse tipo de lesão não ocorre apenas com atletas de competição.
Pessoas comuns, com pouco condicionamento físico, com excesso de peso
e fraqueza ou cansaço extremo também podem apresentar uma distensão
muscular durante a realização de tarefas diárias (VARELLA BRUNA, 2012).

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MIOSITE: diz respeito a uma doença na qual os músculos ficam


inflamados, devido a fatores como infecções, traumas, uso de determinados
medicamentos e ainda a realização de esforços físicos excessivos. Esta
doença pode atingir todas as partes do corpo, provocando inflamações e até
mesmo a degeneração progressiva dos músculos e, consequentemente, a
perda de massa muscular. As artérias e vasos sanguíneos que perfazem os
músculos também podem ser afetados. Este tipo de patologia prejudica a
qualidade de vida das pessoas acometidas, que se sentem indispostas e
doloridas para realizar até mesmo atividade simples, como subir escadas,
levantar os braços, caminhar e em alguns casos ações de engolir e respirar
também causam desconfortos (MARTINEZ, 2018).

FIBROMIALGIA: pode ser definida como uma síndrome dolorosa


crônica, não inflamatória, que se manifesta no sistema músculo
esquelética. A pessoa acometida pela fibromialgia apresenta de modo
geral certa dificuldade de apontar de modo preciso o local da dor, se é
de origem óssea, muscular ou articular (PROVENZA et al., 2004, p. 444).
Dentre os sintomas estão: a sensação de exaustão, insônia e distúrbios
emocionais. Esta doença impacta negativamente a qualidade de vida das
pessoas, pois a fadiga e intensidade da dor ocasionam um decréscimo das
capacidades funcionais, fato que reflete nos aspectos de ordem pessoal,
profissional, familiar e social (PROVENZA et al., 2004, p. 448).

FRAQUEZA MUSCULAR: também conhecida como adinamia


ou astenia, constitui-se em um desconforto muito comum depois da
realização de esforços físicos demasiados, como por exemplo: sessões se
treinamento em academias ou repetições das mesmas tarefas por muito
tempo. Segundo Mcardle et al. (2003), a fraqueza muscular corresponde
a um declínio na capacidade do corpo de gerar tensão muscular por meio
de estimulação repetida. De modo geral tende a ser localizada, surgindo
principalmente nos membros ou peitoral, dependendo dos músculos
que estavam sendo utilizados. Esta situação ocorre porque as fibras
musculares sofrem uma espécie de “micro lesões”, após a realização de
esforços físicos e, portanto, necessitam de certo tempo para se recuperarem.
O descanso geralmente costuma aliviar a fraqueza e proporciona mais

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disposição. Para aqueles indivíduos que treinam de maneira regular nas
academias, sugere-se que o treinamento de uma musculatura específica
em dias seguidos seja evitado, para que esses músculos tenham tempo de
recuperar-se.

FATORES QUE PROVOCAM A FRAQUEZA MUSCULAR:


Muitos fatores podem provocar a fraqueza muscular, entre os quais
o sedentarismo, o envelhecimento natural, a falta de cálcio e vitamina D
no organismo, ansiedade e doenças como diabetes, anemia, cardiopatias,
problemas respiratórios e até depressão.

A fraqueza muscular generalizada e o cansaço excessivo correspondem a sintomas


comuns de gripes e resfriados e ocorrem porque o organismo encontra-se em uma “batalha”
para combater o vírus causador dessas enfermidades, ou seja, sobra menos energia
disponível para o bom funcionamento dos músculos.
Em casos específicos, os músculos também podem apresentar inflamação, devido ao
aumento da temperatura corporal. Por este motivo algumas pessoas podem apresentar dores
mais intensas provenientes da fraqueza muscular.

EXERCÍCIOS FÍSICOS E MÚSCULOS

Todos os movimentos que realizamos, desde os simples movimentos


naturais do ser humano, como correr, saltar, lançar ou até mesmo aqueles
que exigem habilidades atléticas do esporte só é possível pela contração
e relaxamento dos músculos. Quem contribui para essas ações são as
células musculares. Para atividades esportivas são solicitados diferentes
tipos de fibras presentes nos músculos.
O diferencial entre estes tipos de fibras são as suas propriedades de
velocidade de contração e relaxamento. Por exemplo: nossos músculos
apresentam dois tipos básicos de fibras: fibras de contração lenta (do tipo
I) e as fibras de contração rápida (do tipo II).

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As fibras do tipo I são as células vermelhas, caracterizadas


pela contração lenta. A cor vermelha é proveniente da presença da
mioglobina, que corresponde a um tipo de proteína, cuja função principal
é o transporte de O² nos músculos. Essas fibras resistem à fadiga e são
especializadas em ações intensas e repetidas por períodos prolongados
com pequenas contrações musculares, efetuadas de maneira lenta. São
de diâmetros menores e necessitam uma maior quantidade de sangue
(mais oxigênio) e estão presentes nos músculos das pessoas comuns ou
atletas de resistência.
Por sua vez, as fibras do tipo II são brancas, pois possuem menos
mioglobina, contudo, apresentam diâmetros maiores. Essas fibras têm a
capacidade de efetuar contrações rápidas, liberando máxima energia, até
03 vezes mais do que as fibras de contração lenta. Este tipo de fibras pode
ser observado em pessoas comuns ou atletas que realizam atividades
mais intensas e de curta duração.

Existem testes específicos e até exames médicos (biópsia) que podem verificar o tipo
e percentual de fibras musculares de cada pessoa. Com base nesse conhecimento fica mais
fácil prescrever exercícios físicos de forma adequada, visando obter melhores resultados.
Por exemplo: para um indivíduo com predominância de fibras de contração lenta é mais
indicado o treinamento com exercícios aeróbicos, de intensidade moderada ou baixa. Para
uma pessoa que apresenta maior percentual de fibras musculares de contração rápida, as
atividades físicas mais indicadas são aquelas que apresentam maior intensidade e menor
tempo de duração (anaeróbias). No entanto, caso exista um equilíbrio entre os dois tipos de
fibras, o correto seria combinar o treinamento aeróbio e anaeróbio.

Com um conhecimento maior sobre como funciona o organismo


humano podemos exigir mais ou menos dele. Contudo, é necessário
prudência e cautela na realização de exercícios físicos. Fazer exercícios
moderados, ter uma alimentação saudável e uma boa hidratação são
fundamentais. Os músculos e suas fibras agradecem quando estão
nutridos e hidratados para se manterem saudáveis e em crescimento.

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Com a prática de exercícios aeróbicos, uma das alterações mais
importantes que ocorrem nos músculos é um aumento no número de
capilares circundando cada célula muscular.
A presença de mais capilares significa facilidade de ter oxigênio
e combustível como também a retirada de dióxido de carbono e calor,
melhorando a capacidade física. Os capilares aparecem nos primeiros
meses de treinamento, mas essa rede continua a crescer por anos em
atletas que treinam de maneira intensiva.
Os músculos aerobicamente treinados possuem: mais capilares,
combustíveis (carboidratos ou glicogênio e gordura), mitocôndrias (
que são componentes energéticos das células) e enzimas produtoras de
energia e mioglobina (as quais armazenam e transportam o O² do sangue
para as mitocôndrias). A prática regular de exercícios aeróbicos aumenta
principalmente o volume das fibras musculares de contração lenta e os
exercícios de força tendem a aumentar o volume das fibras de contração
rápida. As pessoas já nascem com certa proporção de fibras musculares de
contração lenta e fibras de contração rápida, ou seja, o tipo e percentuais
específicos presentes em cada indivíduo dependem de fatores de cunho
genético, desse modo, os exercícios físicos apresentam limitações para
alterar significativamente a predominância das mesmas.

VOCABULÁRIO:

• Unidade motora: é composta de um único neurônio motor e todas as fibras


musculares inervadas por esse neurônio.
• Força muscular: é a capacidade do músculo para gerar força.
• Resistência muscular: é a capacidade do músculo para suportar trabalho
contínuo.
• Uma repetição máxima (1RM): a maior quantidade de peso que uma pessoa
pode levantar bem uma vez.
• Hipertrofia: um aumento no tamanho de um músculo, órgão ou outra parte do
corpo causada por uma ampliação de suas células constituintes.
• Hiperplasia: um aumento no tamanho do músculo devido a um aumento no
número de fibras musculares.
• Testosterona: principal hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento
do músculo esquelético.

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• Atrofia: um decréscimo no tamanho do músculo esquelético ou de outro tecido


devido ao desuso associado à lesão muscular ou ao estilo de vida sedentário.
• Fibras de contração lenta: chamadas do Tipo I / fibras vermelhas (são utilizadas
durante os exercícios aeróbicos). Ex: cíclicos como é o caso da caminhada,
corrida lenta, etc.
• Fibras de contração rápida: chamadas do Tipo II / fibras brancas e apresentam
baixa concentração de enzimas oxidativas (são usadas, nas atividades de curta
duração ou intensas). Ex: carregar objetos pesados, correr velozmente, etc.

Nesta seção você estudou e analisou as adaptações e respostas fisiológicas


provenientes da realização de exercícios e atividades físicas, obteve conhecimentos
e esclarecimentos para a questão do “porque fazemos exercícios físicos”. Você também
aprendeu um pouco mais sobre órgãos e estruturas indispensáveis na realização de
exercícios físicos como o coração, pulmões e os músculos e compreendeu a influência
exercida pelas atividades físicas sobre os mesmos. Ao final de cada estudo, detalhados
com conceitos e definições oriundos de pesquisa bibliográfica, buscamos inserir atividades
de fixação dos conteúdos, cuja leitura e resolução auxiliarão na retenção do conhecimento.

1) Conceitue Músculos:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2) Cite e explique os três tipos de tecido muscular:


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3) Quais são as principais funções dos músculos estriados esqueléticos?


_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

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4) Conceitue os termos:

a) Músculos agonistas:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

b) Músculos antagonistas:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
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c) Músculos Sinergistas:
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d) Músculos fixadores:
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5) Cite e explique duas lesões que podem acometer os músculos esqueléticos.


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6) Diferencie: fibras musculares de contração lenta e fibras de contração rápida.


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UNIDADE III
UNIDADE
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
PALAVRAS FINAIS

Prezado acadêmico,

Chegamos ao final deste primeiro momento da disciplina, a qual lhe


proporcionará conhecimentos essenciais para a prescrição adequada de
exercícios físicos para crianças e adolescentes visando o desenvolvimento
ou manutenção do condicionamento físico. Na unidade I você estudou os
componentes da aptidão física, seus conceitos, aspectos gerais e identificou
as diferenças entre atividades físicas e exercícios físicos. Na unidade II
você aprendeu sobre os princípios do treinamento físico e compreendeu
as adaptações e alterações ocorridas em nosso organismo quando nos
submetemos a algum esforço físico. Finalizando o livro, revisamos alguns
conhecimentos inerentes as disciplinas de anatomia, biologia celular e
fisiologia, no sentido de ampliar a compreensão acerca da constituição e
funções de órgãos e estruturas primordiais para a realização do movimento,
tais como: o coração, os pulmões e os músculos esqueléticos. Ao final de
cada estudo, detalhados com conceitos e definições oriundos de pesquisa
bibliográfica, buscamos inserir atividades de fixação dos conteúdos, cuja
leitura e resolução o auxiliará na retenção do conhecimento. Na próxima
etapa, a ser realizada junto a disciplina de “Condicionamento físico para
crianças e adolescentes II”, você aprofundará seus conhecimentos sobre
os processos de desenvolvimento físico e maturacional de crianças e
jovens, bem como irá conhecer sugestões de testes físicos, atividades e
jogos possíveis de serem desenvolvidos nas aulas de Educação Física.
Por fim, esperamos que você tenha assimilado os conteúdos
abordados até o momento e o aguardamos na sequência da disciplina.

Um abraço.

Os Autores

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PALAVRAS FINAIS
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
REFERÊNCIAS

BARBANTI, V. J. Treinamento físico: bases científicas. São Paulo: CLR


Balieiro, 1986.

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Centro Universitário Luterano de Palmas/ULBRA. Agosto de 2011.
Disponível em: < http://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-
Muscular>. Acessado em 15 de novembro de 2018.

ESTEVAM, A. Tour de Lance: A história, as curiosidades, as regras e o


percurso da 92ª edição do Tour de France. Portal Gooutside, Julho de
2005. Disponível em: < http://go outside.com.br/3543-tour-de-lance/>.
Acessado em 13 de novembro de 2018.

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2015. Disponível em: < http://cienciadotreinamento.com.br/2015/03/co-
ativacao/>. Acessado em 15 de novembro de 2018.

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Física e o mundo do trabalho. Vitória, ES: Gráfica da Faculdade
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para todas as idades. 04 ed. São Paulo: Phorte, 2008.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C.; GOODWAY, J. D. Compreendendo


o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto
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GHORAYEB, N. Ninguém morre de véspera. São Paulo: Porte 2007.

JUNQUEIRA, N.O. V02MAX - vo2 máximo de oxigênio. Disponível em


HTTPS://www.portaleducação.com.br/conteudo/artigos/educação-fisica/
vo2max-volume-maximo-de-oxigenio/16022. Acesso em 02/11/2018.

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REFERÊNCIAS
Universidade Aberta do Brasil

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www. infoescola.com/doencas/miosite/>. Acessado em 16 de novembro
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energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Editora
Guanabara Koogan, 2003.

MORAES, P.L Sistema respiratório. HTTPS://alunosonline. uol.com. br/


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NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e


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NAKA, E. N. O que é Febre Reumática. Sociedade Brasileira de Pediatria.
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NEIMANN, D.C. Exercício e Saúde. Ed.Manole. Tradução de Marcos
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ORGANIZAÇÃO Mundial da Saúde. Doenças Cardiovasculares.


Maio de 2017. Disponível em: < https://www.paho.org/bra/index.
php?option=com_content&view =article&id=5253:doencas-
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PROVENZA, J. R., et al. Fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia.
v.44. n.6, p. 443-449. nov/dez, 2004
ROWLAND, T. W Fisiologia do exercício na criança. 2ª edição. Barueri:
Manole. 2008.

SAMPAIO, E; VELOSO, E. Fisiologia do Esforço. Ed. UEPG. 2001. Ponta


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REFERÊNCIAS
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
SANTOS, V. S. HOMEOSTASE. Disponível em HTTPS://alunosonline. uol.
com. br/biologia/homeostase.html. Acesso em 02 /11/2018.

SHARKEY, B. Aptidão Física Ilustrada. Ed.Artmed. Tradução de Márcia dos


Santos Dornelles. Porto Alegre, RS.2012.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Atividade física na infância e na


adolescência: guia prático para o pediatra. Disponível em <http://www.sbp.
com.br/src/uploads/2015/02/9667d-DOC-CIENT-AtivFisica.pdf>. Acessado
em 17 de março de 2017.

TANAKA H.; MONAHAN K. D.; SEALS, D. R. Age-predicted maximal heart


rate revisited. Journal of the American College of Cardiology. 2001; 37 (1):
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Acessado em 13 de novembro de 2018.
VARELLA, M. Brônquios. Portal Drauzio Varella. Setembro de 2017. Disponível
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______. Traqueia. Portal Drauzio Varella. Maio de 2015. Disponível em: <
https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/traqueia/>. Acessado em 13
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VARELLA BRUNA, M. H. Distensão muscular. Portal Drauzio Varella. Maio de
2012. Disponível em: < https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/
distensao-muscular/>. Acessado em 16 de novembro de 2018.
VIRGILIO, S. J Educando crianças para Aptidão Física. 2ª Edição. Ed.
Manole. 2015. Barueri, SP.
Outras fontes de consulta:
Portais e sites:
HTTPS://alunosonline. uol.com. br/biologia/sistema-respiratorio.html

HTTPS://www.anatomiaemfoco.com.br/sistema-respiratorio/pulmao-humano/

HTTPS://www.portaleducação.com.br/conteudo/artigos/educação-fisica/
vo2max-volume-maximo-de-oxigenio/16022

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REFERÊNCIAS
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Universidade Aberta do Brasil

REFERÊNCIAS
Condicionamento físico para Crianças e Adolescentes I
NOTA SOBRE OS AUTORES

Carlos Alberto de Oliveira


Graduado em Educação Física. É professor do Curso de Educação
Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Especialista em
Educação Física Escolar. Mestre em Ciências Sociais Aplicadas em
Políticas Públicas no Esporte pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Atua como professor de Basquetebol e Futsal nos cursos de Graduação de
Licenciatura e Bacharelado em Educação Física.

Clóvis Marcelo Sedorko


Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Especialista em Esporte Escolar. Especialista em Educação Física Escolar.
Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa. Atua como professor do quadro próprio do
magistério na disciplina de Educação Física da Seed/PR e na formação
de professores nos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação
Física da Faculdade Santana.
É Pesquisador integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação Física Escolar e Formação de Professores-GEPEFE (UEPG/
CNPq).

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AUTORES

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