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Licenciatura em
pONTA gROSSA / pr
2009
CRÉDITOS
CDD : 370.193
Contextualização da didática
■■ seção 1- A DIDÁTICA EM SUAS ORIGENS: CONCEPÇÕES E
11
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 13
■■ seção 2- O ENSINO, OBJETO DA DIDÁTICA E SEUS ELEMENTOS 18
■■ seção 3- O TRABALHO DE ENSINAR: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS 22
METODOLOGIAS DIDÁTICAS
■■ seção 1- ENSINO INDIVIDUAL, MÚTUO E SIMULTÂNEO: MÉTODOS DE
59
ENSINO NA DIDÁTICA ESCOLAR 61
■■ seção 2- A GESTÃO DA SALA DE AULA E A ORGANIZAÇÃO DO SEU ESPAÇO 66
■■ seção 3- O TRABALHO EM GRUPOS NA SALA DE AULA 71
■■ seção 4- MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO 78
■■ PALAVRAS FINAIS 93
■■ REFERÊNCIAS 95
■■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 101
PALAVRAS DO PROFESSOR
Professoras Autoras
OBJETIVOS & ementa
Objetivos
Ao final dos estudos que você realizará neste livro, terá subsídios para:
1) conceituar a Didática, refletindo sobre sua importância na formação e
atuação do educador;
2) identificar o objeto de estudo da Didática, destacando as relações
existentes entre seus elementos constitutivos;
3) compreender a importância do estudo das relações pedagógicas para
o desenvolvimento do trabalho docente em sala de aula;
4) analisar a necessidade de reestruturação de métodos e técnicas de
ensino para a gestão do trabalho docente na escola;
5) inferir do conhecimento didático desenvolvido na disciplina
possibilidades para o trabalho docente no contexto escolar.
Ementa
■■ Reflexão sobre Educação e a contribuição histórica do trabalho docente:
repercussões sobre o campo da Didática, o ensino e a profissão. O ensino na escola
contemporânea e o professor como mediador da aprendizagem. Os processos
didáticos na ação docente: transposição, contextualização, interdisciplinaridade e
suas relações com métodos e técnicas de ensino.
UNIDADE I
Contextualização
da didática
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conceituar Didática, avaliando sua importância para a atuação do
educador.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 – A Didática em suas origens: concepções e pressupostos
teóricos
Prezado estudante!
“A secretária de Ensino
Fundamental do Ministério
da Educação, Iara Prado,
alertou [...] que os professores
precisam dar mais qualidade
didática ao ensino.” (16/10/01)
“Este livro pretende ser um guia para acabar com as dúvidas
referentes às novas normas ortográficas. Ele não só as expõe de forma
muito elucidativa e didática [...]” (01/03/09)
“Os participantes serão avaliados por meio de cinco tópicos: prova
escrita de conhecimento, prova de títulos, prova didática (aula ministrada
sobre a disciplina em que concorre) [...]” (04/11/03)
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unidade 1
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
seção 1
A DIDÁTICA EM SUAS ORIGENS:
CONCEPÇÕES E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
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Universidade Aberta do Brasil
Você lembra alguma situação da escola em que estudou? Lembra-se até hoje de
algum professor, fato ou acontecimento significativo? O que marcou em você?
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unidade 1
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
O apreender, do latim apprehendere, significa
segurar, prender, pegar, assimilar mentalmente,
entender, compreender, agarrar. Não se trata de
um verbo passivo; para apreender é preciso agir,
exercitar-se, informar-se, tomar para si, apropriar-
se, entre outros fatores. O verbo aprender,
derivado de apreender por síncope, significa
tomar conhecimento, reter na memória mediante
estudo, receber a informação de...
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unidade 1
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 1
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Como você percebeu, o núcleo do pensamento didático-pedagógico de Comênio é o
ENSINO. A partir do sentido etimológico, ensinar significa (Ibid., p. 66):
Como você viu nesta seção, a Didática surgiu, com Comênio, como
arte de ensinar. Seria possível pensar na Didática, nos tempos atuais,
numa perspectiva artística?
Leia agora o poema de autoria de Clarissa Borba Prieto, que, após interpretar a
perspectiva artística presente no texto de Veiga, revela sua arte com as palavras que seguem
abaixo!
Estética , porque não se abstém da forma, não renega a importância do que se vê, do
que se toca, do que se mostra e se revela;
Estética, porque não faz do quadro, apenas um aparato do giz, não faz da porta,
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Universidade Aberta do Brasil
apenas um lugar de passar verniz, não faz da janela, apenas uma olhadela para as plantas
do jardim;
Estética, porque não faz das carteiras apenas lugar de rabiscar o que se diz, não faz
das cadeiras, apenas um encosto para o corpo cansado; não faz dos cartazes, apenas um
recurso para memorizar o ensinado;
Estética, porque inclui sentidos e percepções; porque pressupõe orientações; porque
implica planejamento para não apenas embelezar o processo de ensino, mas...
Perpetuá-lo!
Todavia, ensinar também se revela numa tarefa de caráter poético.
Poético, para que as palavras não se esqueçam dos conceitos;
Para que a essência não se perca no dever;
Para que a profissão não se desvaneça no cansaço.
Poético, para que o discurso tenha também melodia;
Para que a crítica tenha também, sabedoria;
Para que o fazer, seja bem mais que bem fazer.
Poético, para que o professor saiba ver o que não existe, para que possa cantar,
canções sem letra e,
para que o professor possa acreditar em sonhos, paixões, esperança, coragem,
docência, educação e...
Em seu próprio trabalho.
seção 2
O ENSINO, OBJETO DA DIDÁTICA E SEUS ELEMENTOS
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
AUTOR(A)
/ ANO DA O QUE É DIDÁTICA?
PUBLICAÇÃO
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Universidade Aberta do Brasil
humana
técnica política
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
ser política, exige a competência técnica.” Procurava, então, apresentar o
desafio do momento (CANDAU, 1988): superar a didática exclusivamente
instrumental e construir uma didática fundamental.
Porém, ainda hoje (século XXI), nos debatemos com os significados
e a utilização desses conceitos, na formação de professores e na sala de
aula. (PLACCO, 2008, p. 735).
Veiga (1991; 2004) esclarece que a Didática configura-se como a
mediação entre o quê,
como e para quê do
processo de ensino.
A autora entende que,
enquanto teoria geral
do ensino, a Didática
generaliza o que é comum
e fundamental para a
prática pedagógica.
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Universidade Aberta do Brasil
seção 3
O TRABALHO DE ENSINAR:
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Consequentemente, esse processo de mudança levou
muitos professores à falsa concepção de que “o professor hoje não
ensina mais”, em função do mito da oposição entre transmissão
e construção do conhecimento. (AMARAL, 2000). Levou-os ao
“temor” de ensinar, pelo medo de serem tachados de tradicionais,
como se a metodologia que privilegia a construção do conhecimento
pelo aluno excluísse totalmente o momento da transmissão pelo
professor. Tal distorção é agravada pela “falácia de que ninguém
ensina nada a ninguém e que cada um deve construir o seu próprio
conhecimento”. (AMARAL, 2000, p. 141). Diante disso, muitos
professores perderam suas referências e não sabem mais o que é
ensinar e, muito menos, como ensinar.
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 1
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
complexidade que caracteriza o ensino, que não corresponde a uma ação
mecânica e marcada pela atividade em si. De acordo com Veiga (2006), o
ensino, o ato de ensinar, busca o aparato em uma diversidade de ações,
exige do professor saberes consistentes sobre sua disciplina, requer o
domínio das formas pelas quais os alunos se apropriam dos conhecimentos
e também traz a necessidade da compreensão das metodologias de ensino,
investigação e avaliação.
Refletindo ainda sobre o ato de ensinar, Veiga (2006) novamente
contribuiu, apontando os desafios que se impõem à prática docente,
vinculados aos escritos de Nadal e Papi (2007).
A questão que norteou o estudo desta primeira unidade voltou-se para a especificidade
da didática. Compreender as questões de ensino, presentes na prática pedagógica, implica
necessariamente ter como horizonte maior a aprendizagem escolar, porque, como Placco
acentua, e muito bem, “tenho entendido didática como a aproximação sistemática e
circunstanciada aos processos de ensino e aprendizagem”. (2008, p. 738).
Reconhecer que o professor didático é aquele que articula as dimensões humana,
técnica e política na prática pedagógica escolar, implica assumir que, como docente, é, ao
mesmo tempo, um sujeito - com suas características pessoais -, um representante da escola
e um adulto encarregado de transmitir o patrimônio humano e também suas experiências às
gerações mais novas. (CHARLOT, 2005, p.77).
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Universidade Aberta do Brasil
“Ensinar, portanto envolve uma disponibilidade para lidar com o outro e compreendê-
lo. Ensinar envolve gosto e identificação com a docência. Ensinar pressupõe construção do
conhecimento [...]”. (VEIGA, 2006, p. 24-25).
1) Consulte o site:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/didaticamagna.pdf . Acesse a obra Didática
Magna, de Comênio.
3) Assista ao documentário PRO DIA NASCER FELIZ, de João Jardim, que retrata o
dia-a-dia de alunos em seis escolas, testemunhando a complexidade e os desafios do ensino
brasileiro. Veja também o trailer do filme no endereço http://www.prodianascerfeliz.com/
4) Sugestão de leitura:
DUARTE, Newton. Concepções afirmativas e negativas sobre o ato de ensinar. Cad. CEDES,
Campinas, v. 19, n. 44, Apr. 1998. Disponível em:
< h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d = S 0 1 0 1 -
32621998000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: jan. 2009.
2) Interprete a frase:
“Sendo uma área da Pedagogia, a didática tem no ensino seu objeto de investigação.
O ensino é uma prática social complexa. Considerá-lo como uma prática educacional em
situações historicamente situadas significa examiná-lo nos contextos sociais nos quais se
efetiva.” (PIMENTA, 2008).
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unidade 1
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
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unidade 1
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 1
UNIDADE II
Didática e
ação docente
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Reconhecer a inter-relação entre as dimensões do processo didático.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 – As dimensões do processo didático na ação docente
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
“O senhor mire, veja... o mais
importante e bonito do mundo é isto:
que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas,
mas que elas vão sempre mudando.
Afinam ou desafinam.
Verdade maior.”
(Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa)
seção 1
as dimensões do processo didático
na ação docente
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
A turma começou o ano em grande expectativa! Quem seriam
os seus professores? Repetiriam as atividades tão conhecidas por eles?
Conseguiriam aprender?
Eu também estava preocupada e de certa forma ansiosa,
pois desejava olhá-los de uma forma diferenciada, proporcionando
experiências novas, prazerosas e de sucesso. Por outro lado reconhecia
as minhas limitações, portanto necessitava de parcerias e da efetiva
colaboração dos meus colegas... E graças a Deus nunca faltou!
Os professores uniram-se, participando e refletindo o dia-a-dia
da turma, que, atualmente, conta com aulas semanais de Ciências,
laboratório de Matemática e de Português, aulas de dança com a
estagiária de Educação Física, oficinas de culinária e pintura em
porcelana, laboratório de Informática com projeto específico de
trabalho e atendimento da Sala de Recursos Especiais (SIR).
Em Ciências, foi desenvolvido o estudo dos cereais e leguminosas
mais utilizados na nossa alimentação. A turma buscou informações
e curiosidades sobre o trigo, feijão, milho, cana-de- açúcar e muitos
outros. Descobriram a história de vários cereais, conheceram lendas
indígenas e utilizaram mapas.
Nas oficinas de culinária, aprenderam noções de nutrição, o valor
de uma alimentação equilibrada, higiene e medidas de capacidade.
A turma colocou a ‘mão na massa’, fazendo bolos, cocadinhas,
pães, gelatinas, torta de bolachas. Nossa intenção é fazer também
pratos salgados e simples, como um feijão bem caseiro, porque os
guris estão pedindo, para que possam em casa ‘se virar sozinhos’.
Aprenderam também a ajudar uns aos outros e descobriram talentos.
Todos mostraram que levam jeito para cozinhar, mas ninguém pegou
e cortou uma massa de pão como o Luis Homero!
Semanalmente a turma faz aula de dança, inicialmente
com ritmos conhecidos como o funk. A turma se encantou com as
coreografias! Gravar a sua sequência na memória é um belo exercício
para o cérebro e ajuda em outras aprendizagens.
Vamos visitar o Estúdio de Dança do professor Fernando Campani
e experimentar novos ritmos como a salsa, forró, samba, tango...
Para presentear as mães, aprenderam a pintar canecas em
porcelana e adoraram a experiência! Foi uma atividade que exigiu
muita paciência e calma. As canecas ficaram personalizadas,
especiais! Pretendemos fazer um chá com bolachinhas caseiras para
entregar as canecas às mães.
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
Fonte:websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/jv/jv5/lete1.html
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
O relato da professora traz alguns elementos para nossa análise:
foram apresentados registros dos avanços dos alunos sobre os conteúdos
apreendidos, as experiências e situações vividas pela classe para superação
das dificuldades no processo ensino-aprendizagem e, ao final, a professora
avalia que é possível dar continuidade ao trabalho realizado.
Diante disso, vamos visualizar o esquema organizado por Veiga
(2004), que traduz as dimensões e conexões que constituem o processo
didático:
Avaliar, pesquisar,
aprender, ensinar
RELAÇÃO PEDAGÓGICA ESTRATÉGIAS INDIVIDUAIS
DE APRENDIZAGEM E INVESTIGAÇÃO
Aprender
Ensinar O que se
Ensina
Aprender Aluno Aprende
Ensinar Professor Pesquisar
Pesquisar Conhecimento Pesquisa
Avaliar Avalia
Avaliar
CAMINHO DIDÁTICO CAMINHO INVESTIGATIVO
O que se
Ensina, pesquisa,
aprende, avalia
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
1) ENSINAR
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
ativa de conhecimentos [...] Na transmissão
o professor organiza os conteúdos e os torna
assimiláveis, prevê as condições e os meios para
a aprendizagem, [...] entretanto, a transmissão
supõe a assimilação ativa, pois ensina-se para
que os alunos se apropriem de forma ativa e
autônoma dos conhecimentos [...]
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
fato de que a pesquisa, o ato investigativo, constitui-se em atividade que
é inerente ao ser humano, traduzindo-se numa das formas de conhecer o
mundo. Torna-se evidente a ideia de que ensino e pesquisa constituem-se
em atividades complementares.
2) APRENDER
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Como dimensão do processo didático, entendemos que o aprender
está presente no trabalho docente, pois, na escola, organizamos condições
específicas para que a aprendizagem aconteça, de forma sistemática e
intencional. (LIBÂNEO, 1994).
Diante desses apontamentos, retomamos os pares didáticos, sendo
eles: aprender a ensinar, aprender a aprender, aprender a pesquisar e
aprender a avaliar.
No que respeita ao aprender a ensinar, é importante trazer para a
discussão as ideias de Gasparin (2005, p. 2), quando se refere ao professor
e ao aluno no processo ensino-aprendizagem, afirmando que:
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
3) PESQUISAR
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
4) AVALIAR
[...] avaliar pressupõe aprender. Uma vez que se avalia até que
ponto os objetivos de aprendizagem propostos são atingidos
pelos alunos? Sendo duas partes do processo educativo, a
avaliação e a aprendizagem influenciam-se mutuamente”.
(RIBAS, 2007).
Analisando essas citações, você considera que nas escolas, professores e alunos
vinculam a avaliação aos processos de ensino e aprendizagem?
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
seção 2
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA, CONTEXTUALIZAÇÃO
E INTERDISCIPLINARIDADE
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Transposição didática, interdisciplinaridade e
contextualização são, na verdade, três facetas
inseparáveis de um mesmo processo complexo:
transformar o conhecimento em conhecimento
escolar a ser ensinado e aprendido, definir o
tratamento a ser dado a esse conteúdo e tomar
as decisões didáticas e metodológicas que
orientarão a atividade do professor e dos alunos,
com o objetivo de construir um ambiente de
aprendizagem.
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Inter/Disciplinar/Idade: deriva da palavra primitiva disciplinar (que diz respeito à
disciplina), por prefixação (inter-: ação recíproca comum) e sufixação (-dade: qualidade,
estado ou resultado da ação). Disciplina refere-se à ordem conveniente, a um funcionamento
regular. Originalmente significa submissão ou subordinação a um regulamento superior.
Significa também ‘matéria (campo de conhecimento determinado que se destaca para
fins de estudo) tratada didaticamente, com ênfase na aquisição de conhecimentos e no
desenvolvimento de habilidades intelectuais’.
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
o todo se tomadas em si mesmas.
Com isso, as matérias são fontes de conteúdos, mas não têm um
fim em si mesmas, são partes de um todo maior. Isso significa que
cada disciplina do currículo é ingrediente prévio necessário da
interdisciplinaridade. Interdisciplinaridade supõe a especificidade das
disciplinas e não a negação destas.
No meu modo de entender, a interdisciplinaridade começa em cada
disciplina, no sentido de que cada objeto de conhecimento é considerado
nas suas múltiplas relações. Significa inserir um tema, um assunto, num
contexto maior, isto é, numa totalidade.
Isso não significa negar cada matéria em nome da totalidade. A totalidade
da realidade é infinita, inesgotável. Significa estudar um assunto como
fazendo parte de um todo orgânico, onde cada elemento, cada aspecto,
é visto na sua relação com o conjunto.
A compreensão de um assunto implica pensar a realidade, pensar
um assunto nas suas várias relações. Requer um trabalho planejado,
intencional, a partir da especificidade da matéria ensinada.
Com base nestas ideias, a interdisciplinaridade aparece como princípio,
tendo como objetivo final a integração entre as disciplinas. A base para
a integração seria a explicitação das formas de conhecimento de cada
matéria, unidas numa perspectiva metodológica comum em relação à
concepção de processo de conhecimento. (LIBÂNEO, 2002, p.72).
seção 3
A RELAÇÃO PEDAGÓGICA NA SALA DE AULA:
O PROFESSOR MEDIADOR
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
RELAÇÃO DIDÁTICA
Conhecimentos professor /
professora
RELAÇÃO DE RELAÇÃO DE
ESTUDO MEDIAÇÃO
Aluno
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
(operações lógicas), expõe, define, explica, compara, associa, justifica,
etc. Também questiona, verifica, encoraja, avalia, motiva, etc. (operações
estratégicas).
Podemos perceber, frente ao exposto, que ao desempenhar o papel
de mediador, o trabalho do professor se desenvolve através de outras
múltiplas relações, onde se situam os alunos e os instrumentos necessários
para operacionalizar o trabalho pedagógico de sala de aula. Se pudéssemos
resumir o ensino, numa só frase, poderíamos dizer: ensinar consiste em
estabelecer uma relação. (SAINT-ONGE, 2001).
O papel do professor na relação direta com seus alunos e com o
conhecimento no espaço de sala de aula tem sido objeto de discussão
presente no meio acadêmico. Importa-nos, aqui, a abordagem da
mediação voltada para a ação didática na aula, que “pelos seus elementos
constitutivos, faz parte de uma rede que se lança e que guarda relações
com a totalidade social”. (ARAÚJO, 2008, p. 60).
Veja o que Maheu afirma sobre o significado de mediar, na esfera
educativa:
1 Maheu (2001) tem como ponto de destaque em sua tese a referência aos estudos
de Yves Lenoir, da Universidade de Sherbrooke, Québec, Canadá. A autora desenvolve o
conceito de mediação cognitiva (que se dá entre sujeito e objeto de conhecimento), o que
pressupõe da ação docente uma outra mediação: a mediação didática, capaz de tornar
desejável e assimilável o objeto de conhecimento ao sujeito cognoscente. “A mediação
didática, por assim dizer, consiste em estabelecer as condições ideais à ativação do
processo de aprendizagem” (MAHEU, 2001, p. 69).
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unidade 2
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 2
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
LINGUÍSTICA: a relação pedagógica se estabelece em grande parte
através do discurso, diálogo ou linguagem, nas práticas desenvolvidas
em sala de aula.
PESSOAL: indica que as relações entre professor e alunos são
marcadas pela assimetria, considerando que existe a interferência da
noção de autoridade e é necessário admitir que se trata de relações que
são definidas com finalidades relacionadas a objetivos externos, sejam
eles o conhecimento, o ensino e a aprendizagem.
COGNITIVA: ratifica a ideia de que o processo de ensino e
aprendizagem tem como referência a relação triádica estabelecida entre
professor, aluno e conhecimento.
1) Sugerimos que você consulte os seguintes endereços eletrônicos, pois poderá explorar
o conteúdo Transposição didática, ampliando sua leitura e compreensão sobre o tema:
http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0509.htm.
http://www.educacaoonline.pro.br/transposição_didática.asp?f_id_artigo=196
http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0212105_04_cap_03.pdf
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Universidade Aberta do Brasil
NADAL, B.G.; PAPI, S. O.G. O trabalho de ensinar: desafios contemporâneos. In: NADAL,
B.G. (Org.). Práticas Pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. Ponta Grossa:
UEPG, 2007.
Coach Carter: treino para a vida Escritores da Liberdade Entre os muros da escola
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
1) Considerando as dimensões do processo didático apresentadas nesta unidade,
destaque as relações que estão presentes entre ensinar, aprender, pesquisar e avaliar.
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Universidade Aberta do Brasil
unidade 2
UNIDADE III
Metodologias
didáticas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar as características dos métodos de ensino mútuo, individual e
simultâneo quanto à organização do ensino.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 – Ensino individual, mútuo e simultâneo: métodos de ensino na
didática escolar
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
seção 1
ENSINO INDIVIDUAL, MÚTUO E SIMULTÂNEO:
MÉTODOS DE ENSINO NA DIDÁTICA ESCOLAR
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
sob a forma expositiva, o ensino simultâneo é indiferenciado, pois o
professor dirige-se ao auditório no seu conjunto, mas não tem que estabelecer
nenhuma relação com os indivíduos, fornecendo a todos, simultaneamente,
as mesmas informações. A comunicação é em sentido único (de professor
para aluno) e a comunicação no interior do grupo é proibida;
a alternância exposição-interrogação permite solicitar a atividade
intelectual: neste modelo, o professor expõe ou então dirige-se a um ou
a outro aluno para apresentar qualquer coisa, para interrogar ou para
solicitar uma atividade. Quando se quer interrogar, diz o autor, parece
vantajoso apresentar, primeiramente, a questão ao conjunto sem designar
ninguém, pois assim cada um sente-se envolvido, reflete e prepara
uma resposta; num segundo momento, interpela-se um ou outro aluno.
Multiplica-se este tipo de intervenção para fazer participar um número
de alunos tão elevado quanto possível.
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
“A questão do espaço para abrigar a escola pública primária
começou a aparecer especialmente a partir da segunda década do
século XIX, em algumas cidades da então colônia, e, posteriormente
à independência, em várias províncias do Império, quando
intelectuais e políticos puseram em circulação o debate em torno
da necessidade de se adotar um novo método de ensino nas escolas
brasileiras: o método mútuo (BASTOS e FARIA FILHO, 1999).
Afirmavam que a maneira como estava organizada a escola, com o
professor ensinando cada aluno individualmente, mesmo quando
sua classe era formada por vários alunos (método individual),
impedia que a instrução pudesse ser generalizada para um grande
número de indivíduos, tornando a escola dispendiosa e pouco
eficiente. [...] A propaganda em torno da superioridade do método
mútuo foi intensa nas primeiras décadas do século XIX, levando,
inclusive, o Imperador D. Pedro I, inicialmente, a incentivar a sua
utilização e, em 1827, a determinar a obrigatoriedade de sua adoção
em todas as escolas públicas de primeiras letras do Império. [...] O
afastamento do governo central, no Império, da iniciativa de difusão
da escola elementar pública [...] os custos relativamente altos da
manutenção do ensino mútuo – gastos com quadros murais, sólidos
para geometria, bancos e mesas para todos os alunos, ponteiros e
estrados para os monitores [...] - talvez tenham sido algumas das
razões de seu declínio já nos anos de 1840 e de sua progressiva
associação com o ensino simultâneo (método misto) ou substituição
pelo ensino individual”. (FARIA FILHO; VIDAL, 2000, p. 22).
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Universidade Aberta do Brasil
seção 2
A GESTÃO DA SALA DE AULA E A
ORGANIZAÇÃO DO SEU ESPAÇO
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
entre a instituição educativa e o contexto social,
efetivado de forma colaborativa pelos professores
e seus alunos. A aula, lugar privilegiado da vida
pedagógica, refere-se às dimensões do processo
didático – ensinar, aprender, pesquisar e avaliar
– preparado e organizado pelo professor e seus
alunos. (VEIGA, 2008, p. 267).
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
possa entender como educativo, ou seja, qualquer espaço onde se processe
o ensino e a aprendizagem sob a supervisão de um professor, podendo
ser a cantina, pátios escolares, bibliotecas ou até outros ambientes
extramuros escolares, onde se faça presente a relação professor-alunos.
(AMARAL, 2005, p. 88 – grifo nosso).
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Universidade Aberta do Brasil
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
O mesmo autor chama nossa atenção para a organização da
classe em equipes móveis ou flexíveis, prevendo o trabalho em grupos
constituídos por números diversos de alunos.
seção 3
o trabalho em grupos na sala de aula
Grupo é...
Esta trama grupal onde se joga com papéis precisos, às vezes
estereotipados, outras inabaláveis, não é
um amontoado de indivíduos.
Mais complexo que isso, Grupo é resultado da dialética entre a história
do grupo (movimento horizontal)
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unidade 3
Universidade Aberta do Brasil
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unidade 3
Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Perceba que o autor esclarece que certamente o trabalho em grupo
sendo organizado de forma siste-
Como você percebeu, o trabalho em
mática, visando à aprendizagem grupos se constitui numa modalidade de
dos alunos, pode ser desenvolvido ensino, também conhecida como ensino
socializado. Ao optar por esta modalidade,
e traz uma dinâmica para a sala de o professor revela a compreensão de sala
aula, gerando um clima favorável ao de aula como espaço social, no qual são
estabelecidas relações de interação que
processo ensino-aprendizagem. podem favorecer a aprendizagem de cada
Porém, é necessário enfatizar aluno. Para isto, requer o desenvolvimento de
técnicas socializantes. Também, o professor
que tal atividade não pode tornar- pode fazer opções pela modalidade de
se uma rotina repetitiva em sala ensino individualizado, que tem como
ponto central as diferenças individuais: é
de aula. É necessário que, ao direcionado a cada estudante, observando
organizar o trabalho em classe os interesses e necessidades pessoais. Na
seção 4, você conhecerá algumas técnicas
em pequenos grupos, o professor vinculadas a essas modalidades.
tenha clareza dos objetivos que
pretende atingir e conheça as funções da técnica.
Alunos
Grupo de trabalho:
organizando o
compartilhando
trabalho em grupo
conhecimentos
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Universidade Aberta do Brasil
Interação e
participação Cooperação
Convivência em Construção,
grupo autonomia
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atividades que serão realizadas, tendo como referência os conteúdos a
serem trabalhados e os objetivos que serão atingidos.
Entende-se que através da organização de trabalhos em grupos
e com a delimitação da dificuldade da atividade, o professor considera
o desenvolvimento de diferentes procedimentos dos alunos. Da mesma
forma, requer que sejam exploradas as possibilidades individuais, os
conhecimentos de cada componente do grupo. Por outro lado, é importante
que o professor delimite papéis na realização do trabalho em grupo, os
quais são estabelecidos por Amaral (In: VEIGA, 2006, p. 62):
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Universidade Aberta do Brasil
“Colocar os alunos para trabalhar em grupo faz com que eles troquem
informações e procedimentos para resolver problemas, facilitando o ensino
e a socialização”.
(Revista Nova Escola, out. 2007, p. 76)
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
A técnica didática do trabalho em grupo surgiu no cenário educacional brasileiro,
com o movimento da Escola Nova, que concebia o aluno como sujeito do processo ensino-
aprendizagem, preocupava-se com o processo de desenvolvimento da criança e a relação
deste com o desempenho escolar. A aprendizagem estaria centrada na figura do aluno, sendo
observadas e respeitadas suas necessidades e interesses.
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seção 4
Métodos e técnicas de ensino
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Veremos aqui o sentido etimológico das palavras:
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
Leia atentamente a reportagem de Flávio Dieques, publicada na Revista de Estudos
Avançados, da USP:
Uma certa paixão pelo ensino e a convicção na possibilidade de ensinar melhor são
duas características que se encontram com frequência no Brasil, e muitas vezes dão resultado
além do que se poderia esperar, diante das circunstâncias. Um exemplo é o Projeto Amorim
Lima, atualmente em fase de consolidação na escola municipal de mesmo nome, no bairro
do Butantã, em São Paulo. Há onze anos, era uma escola convencional com a maior parte
das dificuldades convencionais de muitas escolas brasileiras [...] Mas a escola, para quem a
vê de fora, como visitante, com certeza já não tem nada de convencional. Não há mais ‘salas
de aula’, por exemplo, pelo menos no sentido usual e tradicional da expressão. Elas foram
trocadas por grandes salões mobiliados com diversas mesas nas quais, em grupos de seis
em cada mesa, os alunos estudam quase que sozinhos, trabalhando em temas previamente
definidos pela escola. Também não há mais professores como se conhecia, cada um com
sua turma de alunos, porque na Escola Amorim Lima o conjunto dos alunos passou a ser
responsabilidade do conjunto de professores. Assim como não há mais professor do tipo que
ensina matemática ou geografia ou português, as velhas disciplinas isoladas de antigamente.
Todos os temas – o objeto de estudo dos alunos – são transversais, ou multidisciplinares,
incorporando e integrando conhecimentos variados. As portas da escola estão sempre abertas,
em dias úteis ou finais de semana, e dentro dela o aprendizado toma formas variadas:
de teatro organizado por mães de alunos, de capoeira, de arquitetura guarani, de circo, de
alunos tomando decisões de cidadania. O resultado, a julgar pelo depoimento da atual diretora,
Ana Elisa Siqueira, está ainda em debate: ‘Tivemos e ainda temos muito que fazer. Desde o
princípio foi preciso vencer a resistência de professores às mudanças, e alguns mudaram de
escola [...]’. Ana Elisa avalia que a nova escola é um êxito: ‘Nós conseguimos criar uma
nova maneira de ensinar, a frequência escolar melhorou. De acordo com um seminário de
avaliação que fizemos, no ano passado, o comparecimento dos alunos às aulas tem sido quase
total e a ausência dos professores é menor. Além disso, num ponto que é muito importante
para o projeto, temos um grande envolvimento da comunidade, com alto comparecimento dos
pais às reuniões. Também tem muito valor o fato de o projeto despertar muita curiosidade,
fora da escola. Recebemos contribuições de diversos colaboradores voluntários, pedagogos e
outros profissionais interessados em educação.’ Hoje praticamente tudo o que se faz na escola
tem um caráter colegiado: há um conselho da escola, um conselho pedagógico, um conselho
de gestão, uma assembleia de alunos e outras entidades equivalentes. A decisão é sempre
coletiva, discutida, e tem a força do colegiado a assegurar a aplicação. ‘A ideia aqui é: todos
trabalham em conjunto’, diz Ana Elisa. ‘Fisicamente juntos’, reforça. ‘Para criar os salões e
quebrar a estrutura de turmas, tivemos que literalmente quebrar as paredes [...]’. (DIEGUES,
2007, p.114-115 - grifo nosso).
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“As técnicas pedagógicas são um dos elementos do
processo de mediação. [...] Todas as técnicas convencionais são
instrumentos importantes, ou processos de mediação pedagógica,
que possibilitam a aprendizagem significativa a qual conduz ao
desenvolvimento”. (GASPARIN, 2002, p. 111-112).
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Universidade Aberta do Brasil
Para que de fato seja possível apontar que uma técnica Freinet é
contemplada numa proposta pedagógica escolar, é preciso então que a
prática de sala de aula seja permeada pela livre expressão e a cooperação
entre os alunos, uma vez que são princípios fundantes da Pedagogia
Freinet.
LIVRO DE VIDA
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também diariamente, com definição de líderes encarregados para o
desenvolvimento e registro das páginas do livro. Também registram-se as
aulas-passeio, outra técnica que agora você acompanhará.
AULA-PASSEIO
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Universidade Aberta do Brasil
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
SUGESTÃO: na escola, professores podem organizar um painel
com interrogadores envolvendo pais de alunos, profissionais da escola ou
membros da comunidade. Assim, a própria turma organiza a aula em que
ocorrerá o painel, preparando a sala, organizando as perguntas, e também
definindo que serão os interrogadores durante a técnica. É importante
que o tema proposto aos convidados seja sempre abordado pelos alunos e
professores antes da realização do painel.
ESTUDO DIRIGIDO
JÚRI SIMULADO
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Fonte: OAB-PR
http://www.codic.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=151
PAINEL INTEGRADO
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
ENTREVISTA
Ao longo desta unidade, você entrou em contato com muitas informações sobre
metodologias didáticas em sala de aula. Percebeu que a Didática, ao contemplar estudos
sobre o aspecto metodológico da ação docente, não se constitui em um suporte para “criar
regras e métodos válidos para qualquer tempo e lugar, mas para ampliar nossa compreensão
das demandas que a atividade de ensinar nos coloca, a partir dos saberes acumulados sobre
essa questão”. (PIMENTA, 2002, p.67).
A partir das noções aqui desenvolvidas sobre as possibilidades de agrupamentos dos
alunos em sala de aula, você compreendeu que a troca de ideias entre eles – viabilizada através
de diferentes formas didáticas - possibilita tomada de posições, argumentação, contribuindo
assim na construção do conhecimento a partir da cooperação entre os estudantes.
Estudar a temática da organização social da sala de aula possibilitou compreender
que os alunos aprendem e assimilam conteúdos não apenas como resultado de transmissão
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a) Acesse o site da Revista Nova Escola de jan./fev. 2009 para ler a reportagem
A diversidade ajuda no avanço de classes multisseriadas, com a pesquisadora argentina
Claudia Molinari.
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0219/aberto/diversidade-ajuda-avanco-
classes-multiseriadas-415107.shtml
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1) Considerando os estudos desenvolvidos nesta unidade, explique por que os
métodos e técnicas de ensino são instrumentos importantes para a mediação pedagógica
em sala de aula.
2) Dentre as possibilidades didáticas de organização do espaço da sala de aula,
apresentadas ao longo das seções 2 e 3, aponte três aspectos que considera importantes
para o professor levar em conta na gestão da sala de aula quando propõe trabalhos em
grupos.
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PALAVRAS FINAIS
Prezado(a) aluno(a)
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Este primeiro livro foi uma tentativa, por parte de suas autoras, de
levar a você, estudante de Licenciatura em Pedagogia, alguns pontos
básicos do pensamento que pesquisadores da área têm apresentado
em seus estudos. Por esta razão, foi um trabalho de síntese - parcial e
provisório – para conduzi-lo(a) à discussão sobre as questões de ensino,
presentes na prática pedagógica escolar.
Finalizando, emprestamos as palavras de Sacristán e Pérez Gómez
(1998, p. 10):
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Licenciatura em Pedagogia - Didática I
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Universidade Aberta do Brasil
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