Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INOVAÇÃO E
TECNOLOGIA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, prezado(a) aluno(a)! Este é o material de Gestão da Inovação e Tecnologia, elabora-
do, especialmente, para auxiliar o seu estudo e levar informações que possam colaborar
não, apenas, no decorrer da sua graduação, mas também na sua vida profissional. Seja
muito bem-vindo(a)!
Na Unidade 1, será possível identificar conceitos relacionados aos termos que serão
utilizados no decorrer deste material. Procuramos colocar, de forma didática, principal-
mente, a fundamentação referente às Gestão, Inovação e Tecnologia.
Gerir uma empresa, hoje, exige que o seu administrador ou a sua administradora tenha
visão de futuro e consiga enxergá-lo por meio de informações e conceitos estratégicos.
É muito importante que o(a) gestor(a) acompanhe os movimentos do mercado para não
ficar atrasado(a) em relação aos concorrentes.
A visão, a liderança e a vontade, por exemplo, mostram que a inovação não acontece
da noite para o dia. A empresa que deseja conquistar uma fatia de mercado, por meio
da criação de um novo produto ou pelo aprimoramento de outro já existente, precisa
desejar isso e colocar tal anseio como objetivo a ser alcançado.
Esta cultura empresarial voltada a inovar deve se relacionar, também, com os tipos de
inovação, sendo que tal atitude não se realiza, apenas, no lançamento de novos pro-
dutos ou serviços, mas em melhorar procedimentos, otimizar o uso de recursos, entre
outras ações.
Este material tem, por objetivo principal, expor assuntos pontuais os quais se rela-
cionam com o processo de inovação e tecnologia utilizado no contexto empresarial.
Esperamos que a sua leitura seja agradável e que, de alguma maneira, os tópicos abor-
dados no decorrer deste estudo possam colaborar em sua vida pessoal e profissional.
UNIDADE I
15 Introdução
19 Definindo Inovação
28 Processo de Aprendizagem
30 Tecnologia
33 Considerações Finais
UNIDADE II
45 Introdução
46 Aspectos da Tecnologia
64 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
77 Introdução
78 Tipos de Inovação
80 Dimensões da Inovação
90 Inovação Bem-Sucedida
97 Considerações Finais
UNIDADE IV
111 Introdução
UNIDADE V
147 Introdução
199 CONCLUSÃO
200 REFERÊNCIAS
Professor Me. Danillo Xavier Saes
Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
CONCEITUANDO GESTÃO,
I
UNIDADE
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Objetivos de Aprendizagem
■ Expor os conceitos fundamentais relacionados à Gestão
■ Mostrar tipos de inovações
■ Apresentar o relacionamento da inovação e o capital humano
■ Apresentar o processo de aprendizagem
■ Expor os conceitos fundamentais relacionados à Tecnologia
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Compreendendo Conceitos Básicos de Gestão
■ Definindo Inovação
■ A Inovação e o Capital Humano
■ Processo de Aprendizagem
■ Tecnologia
15
INTRODUÇÃO
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMPREENDENDO CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO
Se você está com dor de dente, procura por um dentista; caso seu cachorro se
contamine com alguma doença, o veterinário irá resolver o problema; você sofreu
uma humilhação pública e quer se defender judicialmente, com certeza irá pro-
curar por um advogado.
Assim também acontece com as organizações. As empresas precisam de pes-
soas que possam zelar por ela e isso envolve uma gama de responsabilidades,
recursos e competências muito grande.
Mas qual é o papel de um administrador em uma empresa? Bernardes (2014,
p.23) responde a este questionamento da seguinte forma:
Os administradores sempre existiram, mas sem essa denominação e
com características diferentes ao longo da história, mudando à pro-
porção que as organizações se alteravam até chegar ao profissional dos
dias atuais.
Mais adiante, ainda nesta unidade, abordaremos um pouco mais sobre as pes-
soas no contexto organizacional, como peça importante para o desenvolvimento
de uma cultura de inovação.
Refletindo sobre o que disseram os autores, os gestores, hoje em dia, pre-
cisam conhecer diversas áreas do conhecimento, desde a parte operacional até
o relacionamento interpessoal. A estrutura física e intelectual de uma empresa
precisa ser gerenciada de maneira plena e inteligente para que possa se manter
no mercado e obter sucesso.
Quando falamos em Gestão, relacionamos o termo a um conjunto de normas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e funções cujo objetivo principal é ordenar e organizar a estrutura e o funciona-
mento de uma empresa. Seja uma multinacional ou uma microempresa, as duas
realidades precisam administrar seus recursos físicos, financeiros e intelectuais.
Relacionar o termo com a inovação, que é o tema central dos nossos estudos,
é a empresa ter a capacidade de fazer diferente, saber administrar e utilizar essa
diferença em benefício próprio, seguindo as políticas internas do seu negócio.
A forma de administrar um negócio tem evoluído constantemente. Cada vez
mais se fala na valorização do capital intangível que faz parte do contexto empre-
sarial, ou seja, as pessoas. E somos nós, seres humanos, que temos um cérebro
altamente desenvolvido e inúmeras capacidades, que fazemos parte desse cená-
rio como protagonistas.
São as pessoas que evoluem e podem inovar, colocando em prática o conhe-
cimento que possuem para que a empresa cresça, ganhe espaço no mercado, se
sustente e obtenha sucesso.
A dinâmica da gestão empresarial faz com que os envolvidos busquem novi-
dades e aprimorem seus conhecimentos, caso não queiram perder seu espaço e
deixar de crescer. Muitas vezes tal busca é por necessidade e não por vontade,
porém, seja de uma forma ou de outra, a realidade é essa. A maneira de gerir uma
organização muda a cada dia, assim, nós, profissionais do século XXI, precisamos
acompanhar essas mudanças se quisermos conquistar mais espaço neste mercado.
DEFININDO INOVAÇÃO
Definindo Inovação
20 UNIDADE I
Observe o ano em que este autor fez esta afirmação. Muitos anos se passa-
ram, mas a sua profundidade é imensa e continua fazendo parte do contexto
atual em que estamos inseridos. Temos que ser competitivos, pois o mercado
exige isso. Se quisermos estar à frente dos concorrentes, precisamos então inovar.
Temos que lembrar que muitas dificuldades podem surgir diante de uma situ-
ação de mudança, principalmente no que diz respeito à resistência das pessoas a
esse processo. Porém, para que a inovação aconteça e seja colocada em prática,
proporcionando benefícios para a empresa ou para o profissional, é necessário
persistir e não desistir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Muitas vezes quem busca a inovação pode causar certo temor nas pessoas
e/ou empresas que o(a) rodeiam. Esse tipo de impacto pode ser causado, por
exemplo, pela inserção de uma nova tecnologia no contexto de trabalho. Mas
sobre o assunto “tecnologia”, estaremos conversando mais adiante.
Sempre que falo de inovação, me recordo de Thomas Edison, inventor da
lâmpada elétrica, dentre outras invenções e dispositivos que perduram até hoje.
Dizem que, certa vez, ele foi questionado sobre as milhares de tentativas fra-
cassadas no decorrer dessa invenção e ele respondeu com sabedoria que havia
descoberto milhares de formas de não inventar a lâmpada elétrica.
Inovar é romper paradigmas, quebrar barreiras e resistências. A pessoa que
quer agir dessa forma é um verdadeiro questionador que irá empreender pos-
sibilidades de melhoria para o seu contexto profissional e também pessoal. Se
Thomas Edison não tivesse sido um questionador, o nome dele, provavelmente,
não entraria para a história. O espírito empreendedor e questionador que ele
teve comprova que quando decidimos inovar, com certeza encontraremos bar-
reiras, mas a persistência sadia e inteligente proporciona uma garantia maior de
sucesso para o objetivo proposto.
Para Carreteiro (2009), inovação se resume à capacidade de transformar
uma determinada ideia em um produto ou serviço. Fazer algo diferente, inova-
dor está relacionado às estratégias das empresas, sempre pensando em agregar
valor ao negócio, reduzir custos, aumentar a produtividade e atender às expec-
tativas dos seus clientes, que estão cada vez mais exigentes e bem informados.
O relato acima mostra uma realidade vivenciada por muitas pessoas. Acredito
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que você, caro(a) aluno(a), deva conhecer alguém que aproveitou uma opor-
tunidade e inovou sua forma de trabalhar, ou até mesmo inventou algo novo e
obteve sucesso.
O desenvolvimento de um novo produto, a criação de uma nova forma de
desenvolver um serviço, reduzir o custo operacional, que reflete no preço final
do produto ou serviço, são atitudes que permitem que o empresário conquiste
novas fatias de mercado, aumentando, como consequência, sua lucratividade.
Tidd et al. (2015) afirmam que uma vantagem significativa se relaciona a ser
capaz de fazer algo que ninguém mais pode, ou fazer melhor que os demais. Hoje,
as empresas lutam cada vez mais por vantagens no mercado. A concorrência,
cada vez mais acirrada, é uma preocupação constante dentro desta realidade. É
muito importante conhecer o concorrente, mas é mais importante ainda tentar
sair na frente dele, inovando e conquistando seu espaço no mercado.
O Quadro 1 apresenta algumas formas de as empresas obterem vantagens
estratégicas com a inovação:
Definindo Inovação
22 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
personalizado etc.
Tempo / Vantagem de ser o primeiro a entrar Amazon.com, Yahoo –
Oportunidade – ser o primeiro pode valer a fatia de outros podem surgir, mas a
mercado para produtos novos. vantagem permanece com
os primeiros a entrar.
Tempo / Vantagem de seguidor rápido – al- Palm Pilot e outros fabri-
Oportunidade gumas vezes, ser o primeiro signi- cantes de computadores
fica encontrar muitas dificuldades de mão (PDAs) que detêm
iniciais inesperadas, o que torna uma significativa fatia de
mais sensata a postura de observar mercado. Na realidade, seu
alguém que comete erros iniciais conceito e design já haviam
e se mover rapidamente para um sido articulados pela Apple
produto mais avançado. cerca de cinco anos antes,
mas problemas com o
reconhecimento da escrita
levaram ao fracasso.
Reescritura de Oferecer algo que represente um Máquinas de escrever versus
regras conceito de processo ou produto ab- processadores de texto para
solutamente novo – uma forma dife- computador; lampiões ver-
rente de fazer as coisas – e que torna sus lâmpadas elétricas.
as antigas formas redundantes.
Quadro 1: Formas de as empresas obterem vantagens estratégicas com a inovação
Fonte: adaptado de TIDD et al. (2015, p. 14-15)
muita gente. Infelizmente não são todas as pessoas que têm essas
ideias brilhantes. Mas ainda bem que existem aquelas que, além de
terem esses insights1, as colocam em prática para fazer com que a ino-
vação aconteça de verdade.
Hoje, as empresas precisam oferecer diferenciais para seus
clientes. Ou, melhor ainda, as empresas precisam criar necessi-
dades para seus futuros consumidores. Esse é o X da Inovação!
Se pensarmos em alguns anos atrás, um
notebook era uma real necessidade? Esse equipamento,
na verdade, era um desejo de consumo dos admiradores
de tecnologia, mas com a sua popularização, as pessoas
transformam o desejo em necessidade real. Um exemplo
deste contexto é a vida de um professor. Hoje, o note-
book é ferramenta de trabalho, se o meu queimar hoje,
amanhã eu já tenho que providenciar outro, pois eu pre-
ciso dele para exercer meu ofício.
O desenvolvimento de novos produtos cria uma
necessidade até então não percebida pelos consumido-
res. Essa percepção faz parte do espírito inventivo do
seu criador. Certa vez ouvi um aluno adolescente que
fazia um curso profissionalizante em minha escola dizer
para um colega: “Você viu aquele celular novo que tem
naquela loja? Se eu tiver um daquele minha vida vai
1 Insights: ter uma grande ideia, uma verdadeira visão de futuro. Enxergar intuitivamente.
Definindo Inovação
24 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Apple, Jobs, estremeceu a utilização da música digital (iPod2 e iTunes3) e, o
iPad é outro exemplo de como Apple mudou a forma de interação do usuário
com um computador, mas sem talvez a grande inovação tenha sido o iPhone.
Kahney (2008, p. 171) relata que existem sim os famosos lampejos para colocar
em prática uma nova ideia, mas os produtos desenvolvidos por Jobs são oriundos
de fontes, como estudos de mercado, observação de novas tecnologias e como
poderiam ser usadas. Ele narra uma frase de Jobs que compara essa questão:
O sistema é que não há sistema. Isso não significa que nós não temos
um processo. A Apple é uma empresa muito disciplinada, e temos óti-
mos processos. Mas não é esta a questão. Processos fazem com que
você seja mais eficiente (KAHNEY, 2008, p. 71).
Inovar é uma atitude, sendo assim, precisa ser realizada por pessoas. A inova-
ção se relaciona de maneira direta com a disposição, ou não, dos indivíduos em
realizar uma ação. Pensar em um novo produto, serviço, processo de trabalho
por si só não basta. É preciso empreender esse pensamento e transformá-lo em
uma inovação.
Uma empresa existe porque pessoas fazem parte deste sistema e, com suas
atitudes, proporcionam resultados, positivos ou negativos. Caso um colaborador
não decida colocar em prática uma sugestão de melhoria, se evapora a possibi-
lidade de realizar uma inovação.
A cultura organizacional, principalmente no quesito Capital Humano, deve
proporcionar um ambiente e situações que concorram para que o indivíduo sin-
ta-se motivado a colocar em prática uma ideia. Porém, caso ele decida por não
acatar essa ideia, corre-se o risco da estagnação.
As ideias de Tidd et al. (2015) são interessantes sobre atitudes desse con-
texto. Eles falam da importância de se ter um indivíduo-chave, que seria como
um facilitador presente para que as coisas aconteçam, dizendo que a incerteza e
a complexidade envolvidas na inovação significam que muitas invenções promis-
soras morrem antes mesmo de ficarem disponíveis ao público. Uma maneira de
contornar esse problema é a existência de um indivíduo-chave ou de um grupo
de pessoas que estejam preparadas para defender a causa e oferecer alguma ener-
gia e entusiasmo, de maneira a propagar a inovação no sistema organizacional.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O senso de trabalho em equipe é uma cultura que precisa estar impregnada
no contexto que envolve os indivíduos da organização para que estes possam
saber ouvir a opinião dos seus companheiros e, consequentemente, unir ideias
e sugestões que possam se complementar para que algo verdadeiramente ino-
vador aconteça.
Essa cultura permite que
as pessoas envolvidas cola-
borem para o crescimento
da equipe e da empresa.
Produtos ou processos
inovadores podem sur-
gir de membros da equipe
que, muitas vezes, não são
valorizados ou ouvidos
pelos colegas de trabalhos.
Pequenas sugestões soma-
das permitem que a “grande
ideia” aconteça.
O envolvimento das pessoas, mesmo de hierarquias diferentes, permite a
realização de feitos que podem colaborar para o surgimento de novas formas de
trabalho, novos produtos e serviços, agregando valor ao negócio. Cohan (1998,
p. 44) menciona o seguinte sobre a liderança na área da inovação tecnológica:
Este mesmo autor afirma que empresas de alta tecnologia são diferentes de empre-
sas de baixa tecnologia na maneira como abordam o aspecto da liderança. Ele
pontua que existem alguns princípios que diferenciam esses tipos de empresas.
1. Visões voltadas para as valorizações → As empresas de alta tecnologia
que atingem o sucesso criam visões que penetram profundamente nos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Tentar e falhar é, pelo menos, aprender”.
Geraldo Eustáquio
Processo de Aprendizagem
30 UNIDADE I
TECNOLOGIA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O termo tecnologia tem origem grega, onde téchné quer dizer arte, no sentido
de produzir algo, e logos, significa estudo, pensamento.
Com o passar dos anos, a tecnologia foi ficando cada vez mais inserida em
nosso meio, seja em casa, na empresa ou nos momentos de lazer. Com a populari-
zação de instrumentos de tecnologia, as pessoas começaram a sentir a necessidade
de produtos e serviços que, sem este avanço, não existiriam.
Quem imaginaria, há 40 ou 50 anos, seria possível cada pessoa possuir
seu próprio telefone? Sendo que, naquela época, essa tecnologia era limitada
a poucos abastados que, em alguns casos, compravam linhas telefônicas como
investimento, para alugá-las a outros que não tinham condições de adquirir
sua própria. Será que hoje você tem interesse em alugar o meu chip de celular?
Tenho certeza que não!
Um robô de alta precisão, por meio de recursos avançados, como a realidade
virtual, auxilia um médico a realizar uma cirurgia. Comprar produtos e serviços
mediante a internet sem sair de casa; fazer um vídeo com um aparelho pequeno,
que cabe na palma da mão; jogar vídeo game utilizando o próprio corpo, sem
precisar de um controle nas mãos: afirmações como essas mostram que a tec-
nologia tem avançado cada vez mais com o passar do tempo e as empresas da
atualidade precisam se adequar a ela para não ficarem para trás.
Com o passar do tempo, os computadores foram substituindo de maneira mais
enfática os trabalhos operacionais. Algumas tarefas que são executadas por um
computador, se comparadas com a época em que eram feitas de forma manual, são
muito mais eficientes e ágeis. Hoje, sistemas de Inteligência Artificial são capazes
“O futuro chega com tal rapidez, que começo a desconfiar que o agora está
atrás de mim”
Milôr Fernandes, humorista.
Tecnologia
32 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
socioeconômico.
Este mesmo autor coloca que existem duas forças indutoras para ocorrerem as
mudanças tecnológicas:
1. Necessidade dos consumidores e usuários;
2. Avanços da ciência e tecnologia.
PODCAST
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer desta primeira unidade, foi possível navegar pelos conceitos rela-
cionados ao tema proposto para nosso estudo. Tais conceitos servirão de base
para a sequência da nossa leitura e auxiliarão no entendimento dentro de um
contexto mais abrangente.
Foi possível entender sobre a importância de administrar uma organiza-
ção acompanhando a evolução do mercado, sendo que no presente existem
mais exigências e fatores que envolvem o ambiente quando comparamos a rea-
lidade empresarial de anos atrás. Independente do porte, uma empresa precisa
ser gerida com profissionalismo.
No case Gestão Empresarial – Uma visão, apresentado nesta unidade, como
Leitura Complementar, o autor pontua sobre o papel do gestor como fator estra-
tégico para o sucesso da empresa, ressaltando sobre a importância de se fazer um
acompanhamento do mercado e dos concorrentes, de forma que os dirigentes
da empresa tenham conhecimento da realidade para suas tomadas de decisão.
A inovação tem feito parte, cada vez com mais intensidade, do cotidiano
organizacional, principalmente em decorrência do avanço tecnológico que temos
vivenciado em nossos tempos. Muitas vezes, inovar é uma necessidade imposta
à empresa para que a mesma se mantenha viva e atuante no mercado.
Considerações Finais
34 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
zações modernas devido ao potencial sem limites que uma pessoa possui. É a
capacidade de inovar e agregar valor ao trabalho, ao produto ou ao negócio como
um todo, que poderá proporcionar a criação de vantagens competitivas estraté-
gicas diante da concorrência existente no mercado.
Se embasando nos conceitos expostos nesta unidade, será possível compreen-
der a importância da inovação no contexto de uma empresa bem como algumas
particularidades no processo de gestão da inovação e da tecnologia, que serão
expostos na próxima unidade.
Case
SACOS DE IDEIAS – O CASO DE JAMES DYSON
Em outubro de 2000, soavam no Tribunal 58, do Tribunal de Justiça Real de Londres,
termos como “coletor de pó sem saco”, “tecnologia de ciclone”, “vórtice triplo” e “duplo
ciclone”, quando uma das mais amargas batalhas de patente dos últimos anos chegou
ao fim. De um lado, estava a Hoover, uma empresa multinacional, com o varredor de
sucção a vácuo no coração de um império de eletrodomésticos. De outro, um solitário
inventor – James Dyson – que desbravou uma nova sistemática para a modesta tarefa
de limpeza da casa e então viu seus esforços ameaçados por uma aparente imitação da
Hoover. Ao final, o tribunal decidiu em favor de Dyson.
Isso representou o ápice de uma jornada longa e difícil, em que Dyson trabalhou ardua-
mente para trazer suas ideias a um mercado cauteloso. Tudo começou em 1979, quando
Dyson estava usando, ironicamente, um aspirador de pó Hoover, modelo Junior, para
aspirar o pó da casa. Ele foi paralisado pela ineficiência de um sistema que quanto mais
era usado, mais reduzia sua capacidade.
Dyson já era um inventor com alguns registros, e um dos seus produtos era um carrinho
de mão que utilizava uma cola em vez de uma roda frontal. A fim de espalhar a tinta em
pó preta em uma planta de pintura em pó, foi instalado um ciclone – uma solução de
engenharia bem tradicional para o problema da extração de pó. Essencialmente, um
minitornado é criado dentro de uma câmara, e o ar no vórtice move-se tão rápido que
as partículas de pó são empurradas para a borda onde podem ser coletadas, enquanto
o ar limpo move-se para o centro. Dyson começou a perguntar-se por que o princípio
não poderia ser aplicado a aspiradores de pó – e logo descobriu a razão. Seus primeiros
experimentos – com o Hoover – não obtiveram sucesso total, mas por fim ele solicitou
uma patente em 1980 para a aplicação, em aspiradores de pó, da tecnologia ciclone.
Quatro anos e 5.127 protótipos depois, e ele ainda não pôde patentear a aplicação de
um único ciclone, uma vez que sua ideia representa somente uma melhoria de uma
tecnologia existente e comprovada. Dyson teve de desenvolver um sistema de ciclone
duplo, utilizando o primeiro para separar itens volumosos de lixo doméstico – pontas de
37
cigarro, pelos, cereais etc. – e o segundo, para recolher partículas de pó mais finas. Mas,
tendo comprovado a tecnologia, foi tratado com indiferença por parte da indústria de
aspiradores de pó existente, representada por empresas como Hoover, Philips e Elec-
trolux. Com exemplos típicos do efeito “não foi inventado aqui”, permaneciam compro-
metidos com a ideia de aspiradores de pó utilizando sacos, e estavam insatisfeitos com
uma tecnologia que não fazia uso de saco. (Isso não é uma surpresa total, uma vez que
fornecedores tais como a Electrolux tinham um significativa receita na venda de sacos
de reposição para aspiradores de pó).
Finalmente, Dyson iniciou a árdua tarefa de levantar fundos para iniciar seu próprio ne-
gócio – e valeu a pena. Lançado em 1993 – 14 anos depois da ideia inicial –, Dyson
agora dirige um negócio voltado para design, que vale aproximadamente 530 milhões
de libras e possui uma série de variantes de produto dentro da gama de aspiradores de
pó; outros produtos em desenvolvimento objetivam reexaminar aparelhos domésticos,
como máquinas de lavar roupa e de lavar louça, para tentar trazer à tona novas ideias
semelhantes. O aspirador de ciclone duplo básico foi identificado pelo Conselho de De-
sign do Reino Unido como um dos “produtos do milênio”.
Talvez a maior honra, entretanto, seja o fato de os gigantes dos limpadores a vácuo,
como a Hoover, finalmente considerarem o potencial e começaram a desenvolver suas
próprias versões. Apesar de a Hoover ter perdido a causa, ela planeja apelar, argumen-
tando que a sua versão utilizou uma tecnologia diferente desenvolvida para a indústria
de petróleo e gás pela consultoria de pesquisa britânica BHR. Quem quer que vença, Dy-
son mostrou uma vez mais o papel do indivíduo campeão de inovação – e que o sucesso
depende mais do que de uma boa ideia. O famoso comentário de Edison, de que “1% é
inspiração e 99%, transpiração”, parece adequado aqui.
Fonte: Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p. 499-500)
AS MÁQUINAS PODEM APRENDER?
Carlos Vinícius Maluly
Muitas empresas ainda têm dificuldade em inovar e por isso estão sempre interessadas
em descobrir como superar novos desafios para resolver velhos problemas. Hoje acei-
tamos a definição de que “uma das principais aplicações da Inteligência Artificial está
na construção de Sistemas Especialistas, programas que simulam aspectos específicos
da inteligência humana”. Como não existe conhecimento estável num mundo instável,
não há nada mais importante do que romper os paradigmas, acreditando que é possível
ampliar ou realizar novos negócios inovando a forma de fazê-los. Em um mundo glo-
balizado, sua empresa precisa estar estruturada para reagir rapidamente às mudanças,
visualizar as ações dos concorrentes e aproximar-se cada vez mais do seu cliente.
Para entendermos como a visão pode ser definida do ponto de vista empresarial, de-
vemos aceitar que do sonho nasce a realidade. “As características de um enunciado de
visão válido e útil pode ser definido como tendo que ser claro, ter noção de propósito
e uma chance plausível de sucesso”, afirma Karl Albrencht, autor de Programando o Fu-
turo: O trem da linha norte. A visão deve ser de fácil entendimento, compatível com os
valores da companhia, positiva, inspiradora, desafiadora, e estar ligada às necessidades
dos clientes. Eu, às vezes, tento entender as declarações de missão das empresas. Acabei
percebendo que é possível aprender muito sobre elas.
Segundo funcionários do Greenpeace, a visão de futuro da organização é: “deixar de
existir”. A organização teria cumprido o seu papel quando pudesse deixar de existir, ou
seja, quando já tivesse completado o seu trabalho de conscientização e, portanto, não
fosse mais necessária para a comunidade.
Na era do comércio eletrônico, muitos são os caminhos, mas qual será a melhor solução?
Estamos vivendo profundas mudanças e o grande desafio das corporações é desenvol-
ver talentos. A ideia é disseminar o conhecimento e propiciar um ambiente de aprendi-
zagem constante, entendendo as pessoas como diferencial fundamental para a geração
de negócios e aumento da competitividade.
A empresa XXX, que por meio de seu know-how tem concretizado o que para muitas
empresas era inatingível, permitir que elas se desenvolvam, ampliem sua participação
no mercado e criem seu diferencial competitivo, tem como missão “desenvolver a ca-
pacidade competitiva de nossos clientes através de tecnologia da informação”. Assim,
a XXX consolida sua posição no mercado internacional orientando-se ao conceito de
e-solutions Enterprise Application, destacando-se entre as maiores empresas de soluções
colaborativas para Gestão Web Empresarial, nos conceitos mais inovadores de negócios.
Inove sua empresa!
Fonte: adaptado de Mattos (2005)
Existem empresas que são inovadoras e são seguidas pelas demais e outras que seguem
o mercado. Muitas empresas, embora não inovadoras, acabam tendo mais sucesso que
as inovadoras, pois embora copiem os produtos, os oferecem com maior competência e
criam na mente do prospect* a percepção de empresa de vanguarda.
Há uma frase em marketing que pode ser questionada, mas que carrega consigo muita
verdade: “O que impulsiona o sucesso não são fábricas, instalações, produtos e pessoas,
o que impulsiona o sucesso é ocupar um lugar na mente do prospect”.
Quem tem enormes verbas para propaganda pode seguir esta frase ao pé da letra, quem
não dispõe, e a maioria das empresas não dispõe, terá que estar ao lado do cliente para
torná-la verdadeira, momento em que as pessoas exercem tarefa fundamental.
Acompanhando o mercado e os movimentos dos concorrentes, poderemos sempre
descobrir “o que” fazer para encantá-lo. Muitas empresas sabem o que fazer, porém os
resultados não aparecem. Por que isso acontece?
Administração tem a ver com “como”. Muitas empresas estão obcecadas pelo o “que” e
esquecem o “como” fazer. Quando as pessoas não sabem “como” fazer, não conseguem
produzir o “que”.
É muito comum ouvirmos de dirigentes frases como: “Sabíamos o que fazer e ainda as-
sim falhamos”. É importante considerar aqui dois pontos fundamentais:
1) As pessoas sabiam o “que” fazer, porém não sabiam “como” fazer.
2) As pessoas não falharam, desistiram de tentar.
Quando encontrar uma empresa de sucesso, saiba que um dia alguém tomou uma de-
cisão corajosa, como diz Peter Drucker.
Um dos pontos fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento é foco.
Quando se encontra o foco, fica mais fácil decidir o “que” fazer e “como” fazer, e a me-
lhor maneira de encontrar o foco é encontrando o inimigo. Uma vez isolado o inimigo
o problema é identificado, com isso pode-se não só efetuar as correções necessárias
como separar as oportunidades dos problemas, pois as empresas eficientes enfocam as
oportunidades e não os problemas.
Para que uma empresa encontre o caminho do sucesso, seus dirigentes precisam obser-
var três pontos básicos:
1) Ver o que está funcionando.
2) Focar.
3) Colocar a empresa nesse objetivo.
É comum dirigentes irem ao mercado sempre em busca de mais ideias, implementan-
do-as muitas vezes sem retorno. Muitas empresas não precisam de mais ideias e sim de
bom senso. Boas ideias estão por toda parte, bom senso sim é mercadoria escassa.
Com o envolvimento das pessoas na visão de futuro da empresa, além do comprometi-
mento com os resultados, evitamos que estas alcancem regularmente o “título de heróis
em tempo de crise”. Os colaboradores estarão sempre dispostos a fazer grandes sacri-
fícios para atingir grandes metas, mas eles têm que saber quais são essas metas. Não
basta forçá-los a se empenharem mais.
A gerência participativa não pode ser implementada de forma participativa, alguém
tem que assumir a responsabilidade e isto só pode ser conseguido quando há compro-
metimento com o futuro.
*Cliente que pode estar interessado em comprar da sua empresa.
Fonte: Postigo (2009, online)
41
1. Na realidade empresarial de hoje em dia, fazer diferente pode ser uma forma
de obter vantagem competitiva em relação à concorrência intensa do ramo de
atividade em que se atua. Com base nos significados expostos sobre Inovação,
discorra sobre a sua importância para as empresas da atualidade.
2. Quando falamos em Gestão, é possível observarmos uma mudança constante
na forma em que o termo é encarado na prática das empresas. Em sua opinião,
qual a importância do gestor se adaptar às realidades de negócios impostas
pelo mercado?
3. Ainda em relação à gestão de uma empresa, discorra sobre a importância/ne-
cessidade da inserção de tecnologia no contexto da empresa.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Steve Jobs
Origem/lançamento: Estados Unidos/ 2016
Direção: Danny Boyle
Gênero: Biografia/Drama
Steve Jobs - Dando ênfase nos três principais
lançamentos de produtos que marcaram sua época
(o Mac em 1984, o NeXT em 1990 e o iPod em 2001) e
terminando no ano de 1998, com o lançamento do iMac,
o filme nos apresenta os bastidores da revolução digital e
mostra um retrato intimo de um homem brilhante em seu mundo.
Professor Me. Danillo Xavier Saes
Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
GESTÃO DA INOVAÇÃO
II
UNIDADE
TECNOLÓGICA
Objetivos de Aprendizagem
■ Pontuar sobre a inovação tecnológica no contexto da gestão
empresarial.
■ Expor as áreas da tecnologia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Aspectos da tecnologia
■ Perfil do gestor tecnológico
45
INTRODUÇÃO
A informática e a tecnologia estão cada vez mais inseridas no mundo dos negó-
cios. O gerenciamento de informações, hoje em dia, se dá por meio de sistemas
informatizados que têm por objetivo armazenar, organizar, filtrar, mensurar e dis-
seminar informações para que uma decisão seja tomada pela pessoa responsável.
O século XX, principalmente a segunda metade, está carregado de aconteci-
mentos científicos e conquistas tecnológicas que, com o passar do tempo, foram
sendo modificados, melhorados e reestruturados, sempre com o intuito de aten-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
46 UNIDADE II
ASPECTOS DA TECNOLOGIA
De acordo com Mattos (2008, p. 53), “as tecnologias se refletem naquilo em que
pessoas estão trabalhando e no que elas estão usando para fazer esse trabalho”.
O autor destaca que existem três áreas primárias da tecnologia.
A mais evidente delas é a tecnologia de produto, onde os grupos de Pesquisa
& Desenvolvimento (P&D) da empresa se empenham na criação de novos pro-
dutos e serviços. A segunda é a tecnologia de processos, ponto que se relaciona
à execução de atividades. E, por fim, a terceira área, o autor chama de tecnologia
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de informação e comunicação. Esta última possui uma importância crescente
e é onde os funcionários da empresa utilizam para adquirir, tratar, processar e
comunicar a informação.
Temos que observar que o modelo em que uma tecnologia será associada
a uma determinada área irá depender de sua aplicação. Imagine a tecnologia
de produto de uma empresa (um computador), este computador pode estar na
categoria de tecnologia de processo, sendo utilizado como máquina de comando
numérico, e ainda pode estar categorizado como tecnologia da informação de
uma terceira empresa, que seria o banco de dados em rede.
A tecnologia pode apresentar-se de duas formas (MATTOS, 2008):
■ Tecnologia Explícita:
É a que existe como conhecimentos ou habilidades de pessoas ou que se
expressa como informações contidas em documentos, como relatórios,
patentes, desenhos etc.
■ Tecnologia Implícita:
Tecnologia que se encontra incorporada em bens e serviços.
Armazenada no cérebro das pessoas.
Apenas a título explicativo e para que possa complementar seus estudos sobre
Gestão da Inovação Tecnológica, mostraremos aqui, de maneira bastante pon-
tual, sobre Ciência e Tecnologia.
Aspectos da Tecnologia
48 UNIDADE II
Construção Agrope-
Porte Serviços Comércio Indústria Total
Civil cuária
Em nº absolutos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MEI 4.774.030 3.020.248 1.054.998 937.537 23.640 9.810.483
ME 2.762.127 2.887.639 571.219 320.207 45.305 6.586.497
EPP 365.391 355.880 111.804 54.489 8.7772 896.336
DEMAIS 740.312 348.838 170.229 55.403 619.927 1.934.709
TOTAL 8.641.860 6.612.605 1.908.250 1.367.636 697.674 19.228.025
Em %
MEI 48,66% 30,79% 10,75% 9,56% 0,24% 100%
ME 41,94% 43,84% 8,67% 4,86% 0,69% 100%
EPP 40,76% 39,70% 12,47% 6,08% 0,98% 100%
DEMAIS 38,26% 18,03% 8,80% 2,86% 32,04% 100%
TOTAL 44,94% 34,39% 9,92% 7,11% 3,63% 100%
Tabela 1: Número de estabelecimentos por porte e setor de atividade econômica – Brasil 2020
Fonte: Portal Sebrae (2020).
Sendo assim, inovar não significa apenas criar algo novo, mas também remo-
delar aquilo que já existe para que seja realizado de uma maneira mais prática,
mais eficiente e também mais econômica. O fato de o empresário reestrutu-
rar sua equipe de vendas com implantação de novos métodos de trabalho, por
exemplo, é considerado um processo inovador, pois este ato vem carregado de
objetivos que podem trazer benefícios para a organização, como o aumento da
receita e também a redução de custos.
É possível identificar que a abordagem do tema Inovação tem se repercu-
tido ao longo da história da administração, sendo evidenciada com o passar dos
anos por diversos autores como uma necessidade empresarial. Observe as ideias
de dois autores: “A necessidade de ser competitivo, de manter-se vivo ou de ati-
rar-se e manter-se à frente dos concorrentes é a noção fundamental da frequente
procura da inovação” (MAÑAS, 1993, p. 37).
Enquanto a vantagem competitiva pode advir de tamanho ou patrimô-
nio, entre outros fatores, o cenário está gradativamente mudando em
favor daquelas organizações que conseguem mobilizar conhecimento e
avanços tecnológicos e conceber a criação de novidades em suas ofertas
(produtos/serviços) e nas formas como criam e lançam essas ofertas
(TIDD et al., 2015, p. 6).
Aspectos da Tecnologia
50 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Descontinuar algo é fato que acontece no decorrer da história organizacional,
como a modificação de uma estrutura de trabalho rural e braçal, onde em uma
mesma propriedade diversas famílias conviviam e desenvolviam suas atividades,
para a oferta de postos de trabalhos em fábricas. Outro exemplo para essa rea-
lidade é a fase da criação de uma linha de produção em série para atender um
público maior e popularizar um produto.
É sempre interessante
e importante observar com
cautela o que a empresa
pode ou não fazer para
inovar e obter melho-
rias significativas com as
mudanças propostas. Tidd
et al. (2015, p. 64) pontuam
que “as empresas menores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aspectos da Tecnologia
52 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É importante ressaltarmos que as vantagens geradas por essas medi-
das inovadoras perdem seu poder competitivo à medida que outros as
imitam. A menos que a organização seja capaz de progredir para uma
inovação ainda maior, arrisca-se a ficar para trás, já que os demais to-
mam a liderança ao mudarem suas ofertas, processos operacionais ou
modelos que orientam seus negócios.
Nesse ponto, entra mais uma vez a análise da necessidade e poder de fogo que a
empresa possui para bancar o desenvolvimento de um produto ou serviço inova-
dor. Entra também a questão do pioneirismo da empresa ou da marca em lançar
um item novo. De qualquer maneira, criando uma novidade ou se forçando a
“imitar” o concorrente para jogar com ele, a inovação acontece e os consumi-
dores agradecem.
De outro lado, podem existir alguns fatores externos que influenciem a inova-
ção. Muitas empresas enfrentam pressões oriundas de diversas fontes que podem
forçar uma necessidade de procurar novas formas de gerenciamento ou oportu-
nidades de novos negócios. Fontes essas como clientes, fornecedores, parceiros e
concorrentes, que permeiam o ambiente organizacional, refletem impactos dire-
tos na empresa e no momento de se tomar uma decisão.
De acordo com Tidd et al. (2015, p. 85), existe a Fase da Procura, em que
a empresa irá detectar sinais do ambiente que podem alertar sobre possíveis e
potenciais mudanças. Os autores afirmam que:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Aspectos da Tecnologia
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
porque per ceberam algo que evidencia as falhas em nossa forma de
pensar um problema. Vem de reuniões improvisadas convocadas por
alguém que descobriu algo novo e sensacional e quer saber o que os
outros acham da sua ideia. Parte do processo é a estratégia corporativa
geral da Apple: que mercados são seus alvos e como pode atingi-los?
Parte desse processo é manter-se a par dos novos desenvolvimentos
tecnológicos e ser receptivo a novas ideias, especial mente fora da em-
presa. Parte é ser criativo e aprender sempre. Parte é ser flexível e estar
disposto a abandonar noções que se tem há muito tempo. E grande par-
te dele é estar centrado no consumidor. Grande parte da inovação na
Apple diz respeito a moldar a tecnologia de acordo com as necessidades
do consumidor, sem tentar forçar o usuário a adaptar-se à tecnologia”
(KAHNEY, 2008, p. 168-169).
Forças
socioambientais
Fluxo de
Informações
Conjunto de
conhecimentos
isolados Receptividadade Inovação
a mudanças
Disponibilidade
de capital
Aspectos da Tecnologia
56 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dentro do conceito de Mattos (2008), por
se tratar de um campo relativamente novo
de estudo, o conceito de Gestão da
Tecnologia, ou também chamado
de Gestão da Inovação Tecnológica,
está sujeito a possíveis mudanças.
Para o autor, a gestão da tecnologia
cobre os aspectos de planejamento,
organização, execução e controle
das atividades empresariais. Tais
atividades são desenvolvidas em ambien-
tes intensivos em tecnologia.
Novas tecnologias são desenvolvidas com o
objetivo de sanar uma necessidade. Em consequência disso, essa
tecnologia nova substituirá uma mais antiga, pois se tornará obsoleta. Esse
ciclo é constante, pois a dinâmica do novo substituir o antecessor sempre
acontecerá nessa realidade.
Transformar ou criar algo que seja útil para o mercado tem sido uma pre-
ocupação constante das organizações modernas, com o objetivo de se tornarem
mais competitivas e gerarem mais lucro com tais criações ou transformações.
A inovação se divide em duas etapas básicas, sendo a primeira a fase a da
geração de uma ideia (invenção) e a segunda, o momento de converter essa ideia
em um negócio ou em algo que possa ser comercializado no mercado. Mattos
(2008) enfatiza essas fases, de maneira resumida, como:
Não existe uma divisão muito clara entre a invenção e a comercialização, a gera-
ção de uma ideia ou invenção se relaciona diretamente ao processo de P&D. De
outro lado, a fase da comercialização se volta principalmente ao marketing de
novos produtos ou processos.
Dentro do contexto organizacional, a gestão da tecnologia e da inovação
inserida em uma empresa possui cinco papéis básicos a desempenhar, segundo
Mattos (2008, p. 64). São eles:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, esse mesmo autor enfatiza que, dependendo do lado em que se posi-
cione a gestão da tecnologia (Demanda: Produção de Bens e serviços ou Oferta:
Centros de P&D e Universidades), a organização pode assumir diferentes enfo-
ques. Observe:
■ Na empresa produtora de bens e serviços, será a gerência sistemática e
proativa integral dos fatores e funções geradoras de novos conhecimentos,
desde o momento inicial da formulação de um plano de desenvolvimento
até a otimização da participação da empresa no mercado.
■ Nos centros de P&D e universidades, será o desenvolvimento de uma
capacidade de comercialização nos conhecimentos gerados e sua ade-
quada gerência.
Aspectos da Tecnologia
58 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todo ambiente empresarial é
composto de pessoas. Cada qual
inserida em uma determinada fun-
ção e exercendo um papel dentro
da organização. Para cada situa-
ção, é importante identificar quais
necessidades existem para que o
Capital Humano possua um perfil
condizente com as responsabili-
dades que serão desempenhadas.
De acordo com Mattos (2008,
p. 64-65), um gestor tecnológico tem a necessidade de algumas características,
como segue:
■ Orientação profissional que enfatize a contribuição da tecnologia ao obje-
tivo da empresa;
■ Capacidade e experiência técnica afins com o setor correspondente;
■ Capacitação em gestão tecnológica e domínio de conceitos e metodologias;
■ Competência interpessoal;
■ Capacidade de motivar e liderar outras pessoas;
■ Facilidade para iniciar e manter novas relações humanas;
■ Desejo de aprender e explorar de maneira contínua;
■ Poder de iniciativa;
■ Capacidade de negociação para lidar com conflitos;
■ Traços característicos de um empreendedor;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esse ciclo, com o passar do tempo, tende a se repetir, pelo fato do surgimento
de novas tecnologias que poderão ser utilizadas para criação e desenvolvimento
de novos produtos, serviços ou processos. Essa dinâmica, no contexto de mer-
cado em que vivemos, é constante e cada vez mais frenética.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
texto em que vivemos. É importante compreendermos o processo da inovação
para clarear nossos estudos.
Você pode observar na figura 2 uma visão geral do processo de desenvolvi-
mento de uma inovação, que tem por objetivo a criação e utilização da tecnologia
como forma de melhorar os produtos e serviços oferecidos por uma determi-
nada empresa (MATTOS, 2008).
4. Desenvolvimento:
Também chamado de Desenvolvimento Tecnológico ou Desenvolvi-
mento Experimental.
É o uso sistemático de conhecimentos científicos ou tecnológicos, geral-
mente alcançados por meio de pesquisas, com a finalidade de obter novos
produtos ou processos, ou seja, bens e serviços, ou também alcançar
melhorias significativas naqueles já existentes.
Transforma um conjunto específico de tecnologias em projetos detalhados.
Tais projetos são desenvolvidos considerando-se tanto as condições de inser-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção no mercado quanto a força produtiva dos novos produtos e processos.
Esta etapa tem por objetivo a viabilização de uma ideia ou concepção e sua
materialização por meio de protótipos, modelos de laboratório, instalações
piloto e todos os experimentos que possibilitam passar-se à engenharia.
Não é de domínio exclusivo de grandes empresas, como ocorre na fase
da pesquisa.
5. Engenharia:
■ Dividida em 4 fases:
a. Projeto de Concepção:
Desenvolvida a ideia do produto.
b. Projeto Básico:
São conduzidos experimentos para determinar se o conceito funciona-
rá na prática.
São realizados testes das opções alternativas, gerando muito esforço
dos envolvidos.
c. Projeto Detalhado:
Podem ser criados protótipos do projeto, onde as características podem
ser testadas e analisadas.
6. Fusão de Tecnologias:
■ Processo de combinar várias tecnologias e disciplinas científicas existen-
tes para criar uma tecnologia híbrida aplicada.
■ Somente uma pequena parcela de todas as invenções de produtos e pro-
cessos decorre de um único novo conhecimento. A maioria decorre de
aplicações criativas de tecnologias que já estão disponíveis.
■ Exemplos:
a. O casamento da eletrônica com a ótica criou sistemas de comuni-
cação por fibras óticas.
PODCAST
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a capacidade humana das empresas, o ativo mais valorizado na modernidade
organizacional: o conhecimento.
Como vimos na citação de Mattos (2008, p. 14): “O crescimento econômico
e a produtividade dos países desenvolvidos se baseiam cada vez mais no conhe-
cimento e na Informação”.
Identificamos também as três áreas da tecnologia: Produto, Processo e
Informação/Comunicação, cada qual com suas pontualidades, mas que fazem
parte do ambiente de trabalho de hoje.
No Brasil de hoje, a maioria das empresas se enquadra na categoria de micro
e pequenas, no que diz respeito ao seu porte. Cada vez mais essas empresas pre-
cisam se profissionalizar e melhorar seus processos de trabalho e também seus
produtos e serviços ofertados.
Uma empresa como essa deve estar atenta ao mercado se quiser se manter
e também crescer; precisa, portanto, avaliar as suas necessidades e a capaci-
dade para esse acompanhamento. Foi possível verificar, em nosso estudo, que a
descontinuidade é algo que faz parte da realidade empresarial, ou seja, as modifi-
cações acontecem, seja por necessidade ou por opção. Cada realidade empresarial
implica em vantagens e desvantagens em relação a decidir ou não pela inovação.
obtenção de lucro. Assim, para que esse lucro aumente, o que é desejo de todo
empresário, é necessário atender às necessidades dos seus consumidores ou ser
audacioso e inovador para criar novas necessidades para o público.
As coisas mudam e evoluem rapidamente, fazendo com que o termo “obso-
leto” cada vez mais faça parte do nosso vocabulário. Na unidade seguinte, veremos
alguns pontos relacionados a perspectivas da inovação tecnológica, bem como
tipos de inovação existentes, suas dimensões e também assuntos que se relacio-
nam ao ambiente inovador.
Considerações Finais
C&T E O BRASIL DO SÉCULO XXI
Nas últimas três décadas, é a quarta vez que a economia brasileira convive com drás-
ticas reduções em seus principais indicadores econômicos. A estagnação, que afetava
um grande segmento da sociedade brasileira, ameaça agora seu setor mais moderno.
As três crises anteriores foram momentos de aprendizagem dolorosa, que induziram à
busca de novos caminhos para o setor empresarial e para o governo. Delas surgiram as
primeiras iniciativas de busca de novos mercados, de modernização tecnológica e de
rigor na qualidade de produtos. Formaram-se competências, forjadas no calor das tur-
bulências. Estas transformaram o perfil empresarial, na busca de novas trajetórias para
o crescimento.
No contexto mundial, a constituição dos novos polos de coprosperidade, o neoprote-
cionismo emergente e a globalização dos mercados exigem respostas concertadas, re-
sultantes de uma postura estratégica. Agora, cabe identificar as competências que estão
sendo forjadas. Quais alianças se firmam para enfrentar a incerteza? Quais as estratégias
setoriais propostas?
O impasse na espera da retomada do crescimento econômico, os crescentes subsídios à
agricultura dos países desenvolvidos e as barreiras para o acesso a tecnologias e merca-
dos obrigam as empresas a buscarem novas soluções. Recursos humanos qualificados
tornam-se imprescindíveis na busca por um modelo de desenvolvimento sustentável,
na internacionalização de empresas brasileiras, na indução da inovação tecnológica e
na adoção de políticas setoriais. São os elementos para a busca de um novo paradigma
para a retomada do crescimento brasileiro.
Em economias marcadas pela desigualdade, como a brasileira, cujo setor moderno e
dinâmico convive intimamente com outro ainda atrasado e estático, o desenvolvimen-
to ocorre em ciclos sucessivos de rápido crescimento e de recessão. A maioria das em-
presas, dentro de uma racionalidade de curto prazo, tende a acompanhar esses ciclos
investindo e expandindo sua produção no momento de crescimento e hibernando no
período de recessão. Na recessão, a empresa mantém a eficiência de seu processo pro-
dutivo, protege os mercados já conquistados e reduz drasticamente os investimentos,
sufocando suas atividades de inovação.
A postura do empresário empreendedor é antecipar os ciclos econômicos, em vez de
acompanhá-los. Ele promove a inovação antecipando as oportunidades e necessidades
do mercado. A evolução recente do agronegócio brasileiro na produção de commodities
nos dá um exemplo inquestionável das dimensões do retorno que a implementação
continuada de uma estratégica tecnológica consistente e coerente pode dar, superando
as instabilidades conjunturais dos ciclos econômicos. Nesse caso, torna-se ainda neces-
sário agregar ainda mais valor por meio de diversas tecnologias na transformação e pela
implantação de um eficiente sistema de garantia de qualidade. França, Itália, Dinamarca
e Holanda são grandes exemplos de sucesso nessa estratégia. Um agronegócio com-
plementado para além das commodities, associado a uma eficaz e eficiente abordagem
67
PERSPECTIVAS DA
III
UNIDADE
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Objetivos de Aprendizagem
■ Expor assuntos relacionados à inovação tecnológica.
■ Mostrar a diferença entre inovação Incremental e inovação Radical.
■ Estudar assuntos relacionados ao ambiente inovador, como clima,
estrutura e trabalho em equipe.
■ Pontuar sobre o sucesso da inovação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Tipos de inovação
■ Dimensões da inovação
■ Proporcionando um ambiente inovador
■ Inovação bem-sucedida
77
INTRODUÇÃO
Introdução
78 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desenvolvido. Isso também é um tipo de inovação que precisa ser acompanhada.
Esses são apenas dois exemplos. Existem vários que poderiam ser enumera-
dos. Mattos (2005) afirma que toda tecnologia surge para competir e substituir
outra, porém ela passa por um período de evolução e perde espaço no mercado
até o término de sua vida útil. Você mesmo, tenho certeza, conhece alguma reali-
dade similar a essas apresentadas. Acredito até que já deva ter passado por alguma
situação assim. Tais mudanças acontecem e isso é um fato; na perspectiva orga-
nizacional, acompanhá-las ou não é uma decisão que cada empresa deve tomar.
TIPOS DE INOVAÇÃO
Para Tidd et al. (2015, p. 24-25), existem quatro categorias de inovação, as quais
ele chama de os “4 Ps” da inovação:
1. Inovação de produto → mudanças nas coisas (produtos/serviços) que
uma empresa oferece.
Ex.: novo modelo de carro, novo sistema de entretenimento doméstico.
2. Inovação de processo → mudanças na forma em que os produtos/servi-
ços são criados e entregues.
Ex.: mudança nos métodos de fabricação do carro ou do sistema de entre-
tenimento doméstico.
Tipos de Inovação
80 UNIDADE III
DIMENSÕES DA INOVAÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
para o aumento de velocidade e precisão de um torno elétrico e a sua substituição
com um processo de fabricação a laser controlado por computador.
As duas pontuações anteriores têm a inovação inserida em ambas realida-
des exemplificadas, porém, cada uma com o seu impacto diante da empresa, dos
consumidores e até do mundo.
Nível de
Sistema Energia a vapor,
Novas versões de Novas gerações,
“revolução da Tecnologia
motores automotivos, como MP3 e dowload
e Comunicações (TIC) e
aviões, aparelhos de TV versus CD e fita-cassete
biotecologia
Materiais
Novos avançados para
Melhorias em
componentes para melhoria de
Nível componentes
sistemas existente desempenho de
de componentes
componente
INCREMENTAL RADICAL
“Fazendo aquilo “Novo para “Novo para
que fazemos melhor” a empresa” o mundo”
Esses mesmos autores fazem uma relação entre os 4Ps da inovação, expostos
anteriormente, com essa questão do grau de intensidade da mesma, explicando
que isso irá ocorrer ao longo de um eixo, desde a mudança incremental até a
mudança radical.
Observe que a área representada pelo círculo, na figura 4, seria o espaço
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
PRODUTO
PROCESSO Inovação
(Serviço)
(Incremental... radical) (Incremental...radical)
(Incremental... radical)
POSIÇÃO
Figura 4: O espaço da inovação / Fonte: Tidd et al. (2015, p. 25)
Dimensões da Inovação
82 UNIDADE III
É preciso nos atentar para a percepção da mudança, que é diferente para cada
olhar e perspectiva. Cada empresa pode enxergar a novidade de uma forma dife-
rente, e a novidade pode ter, para cada empresa, um impacto distinto.
Imagine uma instituição de ensino, como a Unicesumar, por exemplo. A
utilização de computadores nos mais variados departamentos, o uso de redes,
a substituição de equipamentos de informática por outros mais modernos e
sofisticados é algo que faz parte da rotina dessa empresa, sendo uma mudança
incremental. Agora, em um pequeno negócio, em que o proprietário tem apenas
um computador com uma planilha no Excel para controlar tudo da empresa, o
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
olhar desse microempresário, em uma possibilidade de substituir seu computa-
dor, pode ser recebido com um olhar de novidade radical. Tidd et al. (2015, p.
30) dizem que “a novidade está no olho de quem a vê”.
Esse mesmo autor pontua alguns aspectos que precisam ser considerados pela
gestão para alcançar esse equilíbrio. São eles:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Estrutura apropriada
Estrutura organizacional é o elo entre as orientações estratégicas da organiza-
ção e a sua atuação no mercado. É a maneira que uma empresa irá se ajustar no
desenvolvimento de suas atividades. Não existe estrutura perfeita ou finalizada.
Na verdade, a estrutura empresarial precisa se adaptar e se adequar às mudan-
ças que ocorrem no ambiente que a envolve. A estrutura organizacional deve
estar ligada às estratégias da empresa, para que possam ser ajustadas e alinha-
das de acordo com suas necessidades.
Então vem a questão: Rigidez ou Flexibilidade? O que é melhor para que
a inovação possa fluir no contexto organizacional? Em estruturas empresariais
rígidas, as tarefas que podem ser formalizadas ou programadas acabam sendo
executadas mais positivamente. Por outro lado, as tarefas que não são perfeita-
mente estruturadas, complexas e mais dinâmicas, são mais bem executadas em
empresas de estrutura mais flexível.
Diante dessa realidade exposta, Mattos (2005, p. 28) faz a seguinte conclusão:
As organizações que administram a tecnologia na fase fluída, cujo de-
senvolvimento do produto e cuja inovação radicalmente são predomi-
nantes, devem ter uma estrutura organizacional flexível. As organiza-
ções que administram a tecnologia na fase específica, cujas pressões de
redução de custos são predominantes, devem ter uma estrutura orga-
nizacional mais rígida.
3. Papéis fundamentais
Segundo Mattos (2005), dentro das empresas tecnologicamente inovadoras,
existem pessoas que exercem funções científicas e de engenharia. Além desses,
existem outros cinco papéis críticos, que são de suma importância, sendo que
o mesmo indivíduo pode desempenhar mais de um. Tais papéis se relacionam
ao sucesso da execução dos projetos de P&D. As pessoas ou equipes que serão
responsáveis por tais funções devem ser selecionadas pela empresa para tal res-
ponsabilidade. Vejamos:
I. Gerador de ideias → Geralmente é um especialista dentro de seu campo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Foi possível observar cada especificação dos papéis fundamentais que devem ser
exercidos pelos indivíduos no contexto de uma empresa inovadora. Veja que o
ponto 4 é Trabalho em Equipe, e se relaciona diretamente com os papéis expostos
anteriormente e também com as atitudes de cada membro do grupo de trabalho.
4. Trabalho em equipe
A capacidade de se ter um efetivo trabalho em equipe é de importância vital para
a organização inovadora, pois a maioria do trabalho relacionado ao desenvol-
vimento acaba sendo multidisciplinar, assim, se tal trabalho quer obter sucesso,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
requer a colaboração de vários indivíduos existentes no contexto.
Lidar com pessoas de personalidade diferente da nossa é um ponto que pode
gerar muito conflito no ambiente de trabalho. Porém, a diversidade de opini-
ões, ideias e maneiras de pensar, pode ser encarada como ponto positivo para o
crescimento de uma empresa e para o surgimento de produtos, serviços ou pro-
cessos inovadores.
O autor aponta que diversas pesquisas mostram que as equipes são mais
efetivas quando seus membros são selecionados com diversidade nos estilos de
comportamento, experiência e habilidades, sendo que tal seleção de membros
de uma equipe precisa levar em conta os papéis críticos descritos anteriormente.
Para se montar uma equipe, o que normalmente fica a cargo do patrocinador,
deve-se iniciar por um objetivo claramente definido e produtos a serem entre-
gues. Um ponto importante também é o comprometimento do líder. Também
existe uma melhoria nessa formação da equipe pela formulação dos processos
para solucionar conflitos, privilegiando a crítica aberta e construtiva, obviamente
sem ofender a dignidade dos integrantes.
Para que o resultado positivo aconteça, é necessário comprometimento,
conhecimento, treinamento, sintonia e um relacionamento de confiança entre
os membros, cada um com suas individualidades que podem ser utilizadas para
o bem coletivo.
5. Clima inovador
O clima organizacional é a qualidade do ambiente que é sentida ou experimen-
tada pelos integrantes da equipe de uma empresa, o que reflete diretamente nos
Com certeza você já ouviu esta frase várias vezes: “Errar é humano, mas
persistir no erro é burrice”. Esse dito popular, simples, mas carregado de muita
sabedoria, pode ser encontrado, na prática, no contexto de muitas empresas,
que insistem em repetir coisas que não deram certo ao invés de aprender com
as falhas, e também com os acertos. Mattos (2005, p. 30) faz uma colocação inte-
ressante sobre essa questão:
A habilidade para ‘desaprender’ comportamentos e rotinas que não
funcionam ou ficaram inadequados também é importante nesse con-
texto. O desenvolvimento de um processo formal de revisão que iden-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tifique as experiências de aprendizagem e comunique-as para toda a
empresa é um dos modos mais importantes de aumentar a aprendiza-
gem organizacional.
O autor pontua alguns processos que, além da revisão formal, podem ser utili-
zados para aumentar a aprendizagem dentro da empresa:
■ Treinamento formal do pessoal.
■ Contato formal e informal com pessoal de outras organizações por meio
de participações em feiras, conferências e seminários.
■ Recrutamento seletivo para introduzir processos avançados que foram
desenvolvidos ou implantados em outras empresas.
■ Acesso à documentação, bibliotecas, banco de dados, Internet etc.
realizar sempre as mesmas ações, os resultados serão sempre os mesmos. Esse fato,
infelizmente, ainda faz parte da mentalidade de muitos empresários e gestores.
7. Foco no cliente
É necessário, para a organização inovadora, ter clareza nas necessidades dos
usuários de seus produtos ou serviços. Mattos (2005) elenca que uma forma
interessante de determinar necessidades que estejam latentes na maioria dos
usuários é identificar usuários pioneiros, que são aqueles que fazem modifica-
ções em produtos que podem refletir necessidades mais avançadas para a maioria
dos usuários.
Como foi citado anteriormente, sobre o exemplo da Apple, que tem sempre
como objetivo satisfazer a necessidade de seus clientes, esse tipo de comporta-
mento precisa estar impregnado na cultura de uma empresa inovadora, afinal,
são os clientes que movem o negócio para frente e, a falta deles, para trás.
Pare um momento para lembrar-se de como funcionavam os primeiros alar-
mes de carros, talvez algumas pessoas mais jovens possam não conhecer. Mas
existia um chaveiro junto à chave e que era necessário, literalmente, passar sua
base no cantinho do para-brisa do carro, e muitas vezes não funcionava direito.
Alguém percebeu que isso era descômodo para os motoristas e criaram então
um botão nesse chaveiro que aciona o alarme do automóvel. Parece uma coisa
simples, mas que veio para facilitar e satisfazer o cliente.
INOVAÇÃO BEM-SUCEDIDA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
processo de aprendizagem como forma de
incentivar e cultivar a cultura inovadora.
Assim, essa aprendizagem deve ser contí-
nua, para que essa dinâmica não pare e
continue proporcionando sucesso para
a organização. Segundo as ideias de Tidd
et al. (2015, p. 84), podemos observar:
Os inovadores bem-sucedidos acumulam recursos técnicos e habilidades
gerenciais com o passar do tempo; há inúmeras oportunidades para o
aprendizado por meio da atividade, utilização, cooperação com outras
empresas, pesquisa junto a consumidores, etc. – mas todas dependem
da disposição da empresa em ver a inovação menos como uma loteria e
mais como um processo que pode ser continuamente melhorado.
Busca - como
Seleção - o que Implementação - Captura de valor -
podemos encontrar
iremos fazer - como faremos a como iremos obter
oportunidades
e por quê? ideia acontecer? os benefícios?
de inovação?
Inovação Bem-Sucedida
92 UNIDADE III
O gestor precisa se atentar à fase da Seleção, sendo que as escolhas feitas precisam
estar ajustadas à estratégia geral adotada pela organização e que sejam definidas
e alicerçadas em áreas estabelecidas de competência técnica e mercadológica.
Vejamos agora os três tipos de informações necessárias, sugeridas pelos auto-
res, como alimentos para essa fase.
1. Fluxo de sinais sobre possíveis oportunidades tecnológicas e de merca-
dos disponíveis à empresa.
2. Base tecnológica atual da empresa. Competência tecnológica própria. É o
conhecimento que a empresa tem sobre o seu produto ou serviço, como
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o mesmo é fabricado e disponibilizado no mercado.
3. Consistência com o negócio geral, ou seja, relacionar a inovação proposta
a melhorias no desempenho do negócio como um todo.
DIFUSÃO DA TECNOLOGIA E DA
INOVAÇÃO
Inovação Bem-Sucedida
94 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
prou nosso primeiro computador, no ano de
1992, um 386 com 4 megabytes de memória RAM e um HD de 120 megabytes.
Era potência para a época! Essa máquina foi comprada por meio de um consór-
cio, pois tinha um preço muito elevado.
Com o passar do tempo, além de melhorar e evoluir os componentes, os
preços foram caindo e a facilidade de aquisição foi aumentando. O mercado foi
ficando mais aberto, os PCs começaram, gradativamente, a se popularizar mais
e, nos dias de hoje, você vai ao supermercado, passeia pelas gôndolas e coloca
no carrinho de compras: 1 lata de óleo, 1 pacote de arroz, 1 notebook, 1 garrafa
de refrigerante etc., e passa pelo caixa para fazer o pagamento.
Caso o custo dos computadores continuasse elevado, eles não teriam se
difundido para o mercado doméstico, continuariam apenas sendo utilizados
por grandes empresas e universidades, como era nos primórdios da informática.
Um ponto que Mattos (2005) comenta diz respeito ao status que também é
considerado uma vantagem relativa. Ele alerta que, nesse caso, pode acontecer
uma correlação negativa entre vantagem relativa e difusão. Como, por exem-
plo, no ramo de confecções. Uma grife de roupas pode aumentar a difusão em
alguns segmentos de mercado, mas também pode ser considerada, desnecessaria-
mente, esnobe em outros segmentos, o que pode retardar a difusão dessa marca.
Continuando os atributos pontuados que afetam a difusão da inovação, em
segundo lugar, vem o grau em que a inovação é compatível com os valores, normas
e experiência do usuário. Produtos inovadores que se encaixem nesse contexto pos-
suem melhor chance de difusão no mercado. Inovações ligadas a outras inovações
já aceitas no mercado também têm grande chance de se difundir com facilidade.
Inovação Bem-Sucedida
96 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tar, para conhecer sem o compromisso de comprar efetivamente.
Enfim, o quinto e último atributo que permeia a realidade da difusão de uma
inovação é a Observabilidade desta inovação. Esse atributo também se relaciona
de maneira positiva com a difusão.
Um exemplo citado por Mattos (2005) é o sistema de check-in automático
para voos de curta distância, implantado por empresas aéreas. Os passageiros
que se frustram na fila ficam observando os usuários da nova instalação recebe-
rem os cartões de embarque de maneira facilitada.
PODCAST
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar o estudo da unidade III, é possível notar, agora com mais ênfase, a
importância e a necessidade de uma empresa possuir um espírito inovador e empre-
endedor. Se isso não acontecer, a chance de fracasso aumenta para esta organização.
Um ponto importante, nesta parte do estudo, foi os 4 Ps da inovação: Produto,
Processo, Posição e Paradigma. Cada empresa possui a sua singularidade para
se encaixar em uma dessas categorias da inovação. Com isso, também compro-
vamos que não é preciso lançar um novo produto, inédito e mirabolante, para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considerações Finais
98 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Isso acontece em uma linha de tempo e está diretamente relacionado ao processo
de aprendizagem. No momento de escolher o que será desenvolvido, é válido
que o gestor conheça verdadeiramente o negócio em que se insere, tendo cons-
ciência de suas qualidades, bem como das limitações existentes.
Caminhando para o final da unidade, foram expostas algumas informações
sobre a difusão da inovação, ou seja, como essa novidade será encarada e aceita
pelo mercado, o potencial existente em relação aos consumidores e seu pata-
mar de crescimento.
Assim, se baseando nas informações e fazendo um link mental com os
assuntos abordados nas outras unidades, complementamos ainda mais o nosso
conhecimento sobre o tema Inovação. É possível perceber que a ênfase é dizer
não para a estagnação. As empresas e os profissionais precisam se mexer cons-
tantemente para que possam almejar novos horizontes para seus negócios.
Na próxima unidade, abordaremos alguns detalhes sobre a utilização da
estratégia no contexto de uma empresa e sua relação com a inovação, que mui-
tas vezes é utilizada com um fim estratégico para conquistar novos mercados e
aumentar a competitividade do negócio.
O REENQUADRAMENTO NA KODAK
Material Complementar
Professor Me. Danillo Xavier Saes
Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
IV
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
UNIDADE
COMO ESTRATÉGIA DE
NEGÓCIO
Objetivos de Aprendizagem
■ Expor conceitos relacionados à estratégia.
■ Abordar a importância de habilidades estratégicas para a inovação
dentro da empresa.
■ Pontuar a inovação como estratégia tecnológica e como diferencial
competitivo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conceito e definição de estratégia
■ Inovação como estratégia competitiva
■ Estratégia tecnológica como diferencial competitivo
111
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
112 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITO E DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA
Caro(a) aluno(a), falar de estratégia é muito fácil, até porque a nossa vida está
repleta dela. De maneira muito simples, é só entender a estratégia como a melhor
utilização dos recursos disponíveis para conseguir alcançar os seus objetivos.
Pense comigo: o seu objetivo poderia ser viajar da cidade onde você se
encontra, neste momento, para visitar outra cidade. Quais seriam os recursos
necessários? Concorda que seriam o meio de transporte a ser utilizado, o tempo
necessário para chegar ao local definido e a quantidade de recurso financeiro
a ser gasto? Muito bem, de posse desta informação, agora, você pode escolher
a estratégia que melhor se adequa às suas necessidades. Vale lembrar que é
muito importante ter clareza sobre isso, não existe estratégia errada, mas sim,
estratégia que deu errado.
A falsa retirada
Li Um, general de Chao, liberou rebanhos de gado com os seus pastores.
Quando os Hsiung, tribo de nômades, cujo chefe era conhecido como Khan,
chegaram a uma pequena distância, Li Um fingiu uma retirada, deixando para
trás milhares de homens, como se os tivesse abandonado. Quando o Khan
recebeu esta notícia, ficou encantado e, à frente de suas tropas, rumou ao
local. Li Um dispôs a maioria das suas tropas em alas à direita e à esquerda,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em seguida, num fulminante ataque, esmagou os hunos, sacrificando mais de
100 mil desses cavaleiros nômades, que já haviam provocado a construção da
Grande Muralha devido às suas constantes incursões guerreiras.
Fonte: adaptado de Tzu (2008).
Diz a fábula que o sultão foi traído pela esposa e, furioso, por vingança e
para não correr o risco de ser traído, decide desposar uma jovem a cada dia
e, após as núpcias, no dia seguinte, a mulher seria morta. Sherazade, filha do
primeiro-ministro do sultão, oferece-se como voluntária para se casar com
o rei, mas com o objetivo de tentar salvar o povo do medo que sentia do
seu soberano. Como era dotada de muita beleza e de inteligência incrível,
a jovem tinha o dom de contar histórias, deixando os seus desfechos para a
noite seguinte e, assim, ligando-os a uma nova história, a qual seduziria o rei
e pouparia a vida de Sherazade.
Mesmo sendo uma pequena história, até mesmo, infantil, é possível obser-
varmos o conceito de estratégia sendo utilizado, de maneira simples e sutil. A
mulher continha informações armazenadas em sua mente, que eram as histó-
rias, então, utilizou-as, estrategicamente, para um objetivo específico: poupar
a sua vida. Aproximando-se, um pouco mais, do contexto empresarial, uma
campanha publicitária, por exemplo, é uma estratégia utilizada com a finali-
dade de dar impulso a um produto, promover uma marca, divulgar um evento.
Para uma agência ou departamento de publicidade, ao desenvolver uma cam-
panha, é preciso coletar informações diversas (público-alvo, tipos de mídia que
esse público costuma visualizar, dados sobre o mercado etc.). Com as informa-
ções em mãos, a equipe que desenvolve a campanha poderá analisar, mensurar
e tomar as decisões estratégicas para a criação e o desenvolvimento da campa-
nha propriamente dita.
1 2 3
A empresa precisa A administração Os gestores
conhecer o da empresa precisam saber
produto ou serviço necessita ter as qual a capacidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que oferta, bem informações dos que sua equipe
como o segmento recursos para se de trabalho tem
onde está inserida. ancorar e poder para tirar proveito
tomar as decisões destas habilidades
corretas. e obter sucesso por
meio das estratégias
definidas.
Figura 2 - Passos para a elaboração de uma estratégia / Fonte: adaptada de Welch (2005).
Os pontos colocados pelo autor são interessantes, assim, podemos fazer uma
ligação entre os elementos para a criação de uma estratégia, elementos esses dis-
postos, anteriormente.
A fim de que a empresa possa “criar uma ideia para o negócio”, como diz
Welch (2005, p. 42), é preciso conhecer os produtos ou serviços ofertados bem
como o seu segmento de mercado.
Uma condição que pode favorecer, bastante, é colocar as pessoas certas atu-
ando em posições coerentes com as suas capacidades, de acordo com a estrutura
organizacional. A realidade dos talentos se dá de forma que as pessoas exerçam
funções segundo a sua capacidade técnica e, assim, possam atuar de maneira efi-
ciente e com qualidade, ou seja, isso é ser talentoso. O famoso QI “quem indica”,
é muito perigoso, uma vez que nem sempre você contratará colaboradores aptos,
tecnicamente, ou, com o perfil desejado para atuar na organização. Welch (2005)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pode ocultar perigos em potencial. É importante estar atento(a) a tudo o que
acontece ao redor.
Concentrar os esforços em determinada estratégia favorece que os envol-
vidos caminhem todos na mesma direção e evita que cada um vá por trajetos
diferentes. No entanto isso pode comprometer percepções diferentes para outros
caminhos, às vezes, melhores, uma vez que todos estão em uma mesma direção,
em função de um “pensamento grupal”.
É possível definir a organização por meio de sua estratégia, o que proporcionará
clareza quanto ao funcionamento da empresa. Entretanto isso contribui para a defi-
nição simplista da organização, deixando de considerar a sua rica complexidade.
Por fim, a estraté-
gia escolhida permite
colocar ordem na
organização, reduzir
a ambiguidade que
poderia surgir, além
de facilitar e simpli-
ficar as suas ações.
Infelizmente, isso
mata a criatividade
organizacional, favo-
recendo a estagnação
organizacional.
“Não se pode encarregar pessoas de algo que não sabem fazer. O correto é
selecioná-las e dar-lhes responsabilidades, conforme suas aptidões”.
(Sun Tzu)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
pontua, ainda, que existem mais dois tipos de estratégias: genéricas ou específicas.
As estratégias genéricas contribuem para que a organização se destaque no
seu mercado de atuação, por meio das seguintes lideranças: por custos, por dife-
renciação e por nicho. Agora, as estratégias específicas levam as empresas, após
a análise do ambiente organizacional, a otimizarem possíveis oportunidades de
mercado ou a minimizarem os impactos de possíveis ameaças, por exemplo: par-
cerias, alianças, fusões, aquisições etc.
Carreteiro (2009) expõe que, para uma empresa ser competitiva no mercado glo-
balizado em que vivemos, são necessárias algumas exigências, as quais envolvem
a administração dos fatores determinantes da competitividade, sendo elas apre-
sentadas na Figura 3, a seguir.
Hoje em dia, o diferencial competitivo é cada vez mais valorizado pelo mercado.
Ser diferente e inovador mostra, diante das exigências impostas pelos mais diversos
setores da economia moderna, o nível de competitividade da empresa. Por conta
disso, o planejamento a ser realizado, pensando na estratégia do negócio, torna-
-se complexo e de difícil execução, mas, segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2015), é
possível simplificar este desenvolvimento de forma que os planos sejam criados
para responder a três questões, as quais são apresentadas na Figura 4, a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Análise estratégica:
Escolha estratégica:
Monitoramento estratégico:
Figura 4 - Tipos de questões do planejamento estratégico / Fonte: adaptada de Tidd, Bessant e Pavitt (2015).
dades e com as melhores ações estratégicas para aquele momento. Passada esta
fase de análise estratégica, é preciso dar toda a atenção à fase do acompanha-
mento, na qual o(a) gestor(a) deve acompanhar os resultados obtidos, a fim de
ter o conhecimento adequado para realizar os ajustes necessários.
Assim, fica claro que a competitividade das empresas está cada vez mais
relacionada, diretamente, com a inovação. Esta torna-se, dessa forma, requisito
fundamental às organizações e à sobrevivência delas no mercado. Se os negó-
cios não buscarem a inovação, tenha certeza de que os concorrentes farão isso e
poderão se estabelecer na liderança do negócio.
De acordo com as ideias de Tidd, Bessant e Pavitt (2015), as primeiras noções
de estratégia empresarial surgiram em 1960, quando um debate sobre o assunto
se estendeu ao longo do tempo, até os dias atuais. Os dois tipos de estratégias para
a inovação mais influentes são ou racionalistas ou incrementalistas. Vejamos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
alguns pontos sobre cada um deles.
ESTRATÉGIA RACIONALISTA
O(a) gestor(a) precisa tomar cuidado, pois, de acordo com os autores, a concen-
tração exagerada nos concorrentes comerciais pode resultar em estratégias que
enfatizam muito comprometimento de recursos para o estabelecimento de poder
de monopólio às custas de nichos de mercado rentáveis e de compromisso com
o atendimento às necessidades dos seus clientes.
No mundo empresarial, esse tipo de estratégia pode ser desenvolvido por
meio da Análise SWOT, em que serão pontuadas as forças e fraquezas empre-
sariais que se relacionam às oportunidades e ameaças externas. Esta ferramenta
é utilizada a fim de analisar o cenário da empresa, de modo que a mesma tenha
base para tomar decisões gerenciais, contribuindo com o planejamento estraté-
gico e, consequentemente, com o plano de inovação. Por ser uma ferramenta de
simples aplicação, a Análise SWOT também é muito utilizada pelos setores ou
departamentos da empresa.
ESTRATÉGIA INCREMENTALISTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
organização é responsável por buscar e obter esse novo conhecimento. Para esta
realidade, o procedimento seria:
■ Tomar medidas deliberadas (ou mudanças) em direção a um objetivo
proposto.
■ Medir e avaliar os efeitos de tais medidas (ou mudanças).
■ Ajustar (se necessário) o objetivo e decidir o próximo passo (mudança).
Tais atitudes, segundo os autores, são conhecidas por algumas expressões, como:
“incremento”, “tentativa e erro”, “prove e aprove”, “vivendo e aprendendo”. Quando,
intencionalmente, escolhidas e baseadas em conhecimento prévio, essas atitu-
des possuem aparência mais respeitável:
■ Sintoma → Diagnóstico → Tratamento → Diagnóstico → Tratamento de
ajuste → Cura (para médico tratando de pacientes).
ESTRATÉGIA TECNOLÓGICA
na vida pessoal quanto na profissional. A cada dia, nos deparamos com lança-
mentos de novos produtos; tecnologias diferenciadas e inovadoras são mudanças
diárias, tanto para pessoas como para empresas. A vantagem é que essas tec-
nologias vêm recheadas de novidades e facilidades para nos auxiliar em nosso
cotidiano, mas também têm o lado perigoso, em que é necessário saber medir
a real necessidade de aquisição dessas inovações, principalmente, as empresas,
para que o dinheiro não seja desperdiçado.
Na realidade empresarial, os gestores necessitam conhecer as novidades dis-
poníveis no mercado e, assim, de maneira inteligente e sensata, decidirem por
utilizá-las ou não, dependendo das necessidade e capacidade de investimento
que a organização tiver. Toda tecnologia, quando inserida em uma empresa,
precisa gerar vantagem competitiva, pois o investimento, apenas, por si mesmo,
não vale a pena. Mattos (2008, p. 49) faz uma colocação interessante sobre este
assunto, ao dizer que:
Uma tecnologia apropriada é aquela que impulsiona a estratégica e dá
à empresa uma vantagem sustentável. [...] A vantagem competitiva é
criada aumentando-se o valor de um produto para um cliente ou redu-
zindo os custos de levar o produto para o mercado.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4. Introdução à gestão de tecnologia na organização.
Tipos
de
Estratégias
3. Estratégia de impacto: são 4. Estratégias diversificadas:
estratégias focadas, com são aquelas que não têm um
objetivos definidos. foco definido, com diversas
ações de desenvolvimento de
produtos e processos, geralmente
caminham na direção de produtos com
baixo conteúdo tecnológico.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A primeira tarefa dos líderes deve ser a definição das estratégias e ob-
jetivos das empresas e a reestruturação do ambiente organizacional,
tendo em mente a criação de estruturas flexíveis a fim de que estejam
sempre preparadas para as mudanças que ocorrem em um intervalo
de tempo cada vez menor. Como consequência direta, torna-se fun-
damental a introdução de novas capacidades e de competências mais
aderentes ao novo ambiente, que deve estimular e recompensar a cria-
tividade e a inovação e salvaguardar a empresa de qualquer bloqueio
organizacional que possa atrapalhar o ritmo das suas transformações
(ROCHA, 2009, p. 42).
Agora, esse mesmo empresário conseguiu identificar, por meio de uma Análise
SWOT, que possui duas forças em relação aos seus concorrentes: facilidade de
estacionamento e equipe de garçons com alto grau de simpatia e cordialidade.
Nesse ponto, foram identificadas duas forças muito importantes, agora, a ação é
mostrar aos clientes e potenciais clientes que esses são os diferenciais desse res-
taurante. É necessário que haja uma percepção nítida, de impacto, com o objetivo
de tornar os elogios referentes a esses dois pontos o chamariz para o boca a boca,
ou seja, falou no restaurante, lembrou-se dos diferenciais.
E A CONCORRÊNCIA?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
funcionarem na prática.
Outro elemento importante é que a avaliação da posição de mercado, jun-
tamente com a sua estratégia, seja realizada pela gestão comercial, levando em
consideração a inovação pretendida em comparação com as competências da
concorrência. Em outras palavras, definir uma estratégia com ênfase na lide-
rança que considere a inovação.
E O MERCADO?
TECNOLOGIAS REVOLUCIONÁRIAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Este mesmo autor define como tecnologia revolucionária, quando tal tecnolo-
gia engloba dois pontos:
a. Tem atributos de desempenho que, ainda, não são avaliados pelos clientes
para os produtos atuais, ou
b. tem pior desempenho em alguns atributos avaliados pelos clientes, mas
ultrapassa, rapidamente, as tecnologias existentes nesses atributos, após
alguns aperfeiçoamentos.
Outro exemplo é do filme Avatar, lançado no ano de 2009. A produção do filme foi
uma inovação na tecnologia cinematográfica por ter reinventado a maneira de pro-
duzir filmes em 3D, gravado com câmeras desenvolvidas, especialmente, para este
filme. Muitos longas-metragens, posteriormente, utilizaram técnicas semelhantes.
É importante que a empresa possua esse espírito inovador para empreender
mudanças. Se atitudes assim forem traçadas, planejadas e executadas, estrategi-
camente, significam resultados positivos no futuro, ou seja, maiores lucros aos
caixas da empresa.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante esta unidade, vimos que a utilização de ações estratégicas auxilia, direta-
mente, nas decisões organizacionais, de modo que a implementação da inovação
possa ser uma aliada da empresa à obtenção de um resultado satisfatório.
Estratégia é um plano a ser traçado para chegar a um lugar ou alcançar um
objetivo proposto. Assim, ao relacionar-se com a inovação tecnológica, a estra-
tégia pode ser utilizada como forma de auxiliar a empresa a posicionar-se no
mercado, ganhando credibilidade e confiança de seus consumidores.
As informações ligam-se, diretamente, à criação de uma estratégia. São elas
que servirão de base à elaboração de um plano de ação para que ele seja colocado
em prática. Por isso, é muito importante que a empresa tenha uma fonte confi-
ável de informações e, dessa forma, não se depare com problemas no decorrer
da execução da estratégia criada.
Resultados são sempre obtidos pelas ações de quem os busca. Então, desenvol-
ver um produto ou serviço inovador, ou, até mesmo, otimizar um procedimento
que ocorre dentro da empresa é uma ação que gera resultados. Assim, a estra-
tégia concretiza-se.
Vimos, em outra unidade, a questão da criatividade, a qual se relaciona com
a estratégia. No exemplo que pontuamos sobre a princesa Sherazade, a perso-
nagem utiliza-se da capacidade que tinha de contar histórias para conseguir
sobreviver ao sultão. Foi uma estratégia inteligente e muito criativa, o que gerou
um resultado positivo para Sherazade: a sua sobrevivência.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AMAZON GO, EXEMPLO DE ESTRATÉGIA DE TECNOLOGIA
A Amazon, que iniciou vendendo livros pela internet e, hoje, é uma das maiores lojas
de e-commerce do mundo, inovou mais uma vez. Em 2018, na cidade de Seattle (Esta-
dos Unidos), a empresa colocou, em funcionamento, a Amazon Go, uma loja de varejo,
dessa vez, com uma estrutura física, mas controlada, exclusivamente, por sistemas de
Inteligência Artificial.
Este modelo de supermercado do tipo take and go, ou, traduzindo para o português,
“pegue e vá embora”, fez tanto sucesso, que, em 2020, já existem 27 lojas espalhadas
pelas cidades de Seattle, Chicago, Nova York e São Francisco. Algumas, até mesmo, com
variedade maior de produtos ofertados ao público.
Tecnicamente, o funcionamento é muito simples para as pessoas. Como dito, quem tiver
interesse, faz o seu cadastro em um aplicativo da Amazon Go, para entrar na loja, é neces-
sário que o aplicativo faça a leitura de um QR-Code localizado na catraca de entrada, a
qual liberará o acesso bem como ativará e liberará as compras. Ao fazer isso, o reconhe-
cimento da pessoa é imediato, permitindo, inclusive, a liberação de mais pessoas que
estejam acompanhando este cliente e, que, mesmo sem o sistema, também poderão
comprar na loja. Feito isso, é só circular pelo mercado e, conforme os produtos das pra-
teleiras são retirados, eles são adicionados, automaticamente, ao carrinho de compras,
no aplicativo. Mas, se você desistir do produto? É só devolver à prateleira, e o sistema o
estorna do carrinho, automaticamente. Somente, ao sair do mercado, os produtos serão
debitados no seu cartão de crédito.
Para que esse sistema funcione, a Amazon Go trabalha combinando algoritmos de apren-
dizagem de máquina com potentes sensores e uma visão computacional. Tudo isso é
muito semelhante aos sistemas que controlam os carros autônomos, pois tais veículos
conseguem entender o ambiente ao seu redor para rodarem pela cidade.
139
Quanto ao registro das movimentações dos produtos, o mercado possui diversas câme-
ras posicionadas, estrategicamente, assim como QR-Codes que identificam os produtos.
Na saída, há mais sensores que validam e realizam a compra.
O sistema é tão detalhado, que, se você retirar o produto da prateleira e passar para
outra pessoa, o sistema entende e debita o valor da compra para quem está com o pro-
duto em mãos.
Fonte: os autores.
A INVESTIDA SURPRESA
Em certa ocasião, dez planos foram propostos por Li Ching de T’ang para serem usados
contra Hsiao Hsieh, e toda a responsabilidade de comandar os exércitos foi a ele confiada.
No oitavo mês, Li Ching de T’ang reuniu suas forças em K’uei Chou. Como estava outono,
as águas do Yangtze provocaram inundações e tornaram perigosas as estradas pelos três
desfiladeiros. Hsiao Hsieh pensou que Li Cning certamente não iria avançar contra ele, e,
por isso, não se preveniu à altura.
No nono mês, Li Ching assumiu o comando das tropas e as enviou segundo esta descri-
ção: “A rapidez extraordinária é da maior importância na guerra; não se podem desdenhar
as oportunidades. Agora estamos concentrados e Hsiao Hsieh não suspeita disso. Com
a vantagem de o rio estar alagado, iremos aparecer de surpresa sobre as muralhas da
capital dele”.
4. Sun Tzu, conhecido general e estrategista chinês, autor do famoso livro A Arte da
Guerra (2014), dizia que a suprema arte é derrotar o inimigo sem precisar lutar.
Sendo assim, assinale a alternativa correta, levando em consideração o conceito
de estratégia:
a. Relaciona-se com a decisão de inovar, em conjunto com a cultura empresarial
que está enraizada nas pessoas.
b. Representa o conjunto de normas e funções cujo objetivo é organizar a estru-
tura e o funcionamento da empresa.
c. Implica decidir como os recursos disponíveis serão utilizados para que o ob-
jetivo seja atingido.
d. Consiste em identificar oportunidades de negócio, mudando a forma de agir,
pensar e trabalhar.
e. Implica identificar decisões inovadoras, em conjunto com normas e estrutura
organizacional.
5. O processo de desenvolvimento de estratégias está, diretamente, relacionado à
qualidade das informações as quais se tem acesso, de modo a auxiliar na tomada
de decisões corretas. Welch (2005) destaca que um dos passos para elaborar uma
estratégia é a busca pelas melhores práticas. Sabendo disso, assinale a alternativa
que tenha relação com esta busca:
a. Tomar a decisão correta em relação ao talento de cada funcionário.
b. Obter grande vantagem competitiva no mercado de atuação.
c. Criar uma ideia para o negócio, de forma que o mesmo seja sustentável.
d. A empresa adapta-se à sua realidade e tem a cultura de melhoria contínua.
e. A empresa obteve pequena vantagem competitiva, em função da decisão uti-
lizada no mercado.
6. Quando uma empresa decide inovar é necessário que ela utilize a inovação como
uma estratégia em seu negócio. Com esta informação, leia as informações relacio-
nadas aos componentes importantes para uma organização inovadora, conforme
Tidd, Bessant e Pavitt (2015):
I. Quando se fala em inovar, é importante selecionar, formar e utilizar, de forma
adequada, as equipes.
II. A inovação deve envolver, apenas, os departamentos operacionais da empresa.
III. A presença de um indivíduo-chave é fundamental para que a inovação acon-
teça, verdadeiramente.
IV. É necessário ter o desejo de inovar e compartilhar dessa visão com as pessoas
envolvidas.
V. A inovação não deve envolver os departamentos operacionais da empresa.
É correto o que se afirma em:
a. Somente I, III e IV.
b. Somente I, II e III.
c. Somente II e IV.
d. Somente I e III.
e. I, II, III, IV e V.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Organizações Exponenciais
Salim Ismail, Yuri Van Gees e Michael S. Malone
Editora: Alta Books (2018)
Sinopse: atualmente, a concorrência não é mais a empresa
multinacional no exterior, mas o cara em uma garagem, no Vale do
Silício, utilizando as mais recentes ferramentas online para projetar
e imprimir, a partir da nuvem, a sua última criação. Estas empresas
estão cada vez mais rápidas, contam com pessoas cada vez mais
capazes de se reinventar a uma velocidade ímpar. Como aproveitar
todo este poder criativo? A resposta é a organização exponencial.
Aluno(a), acesse o link para conhecer matérias atualizadas, em diversas áreas, sobre inovação
tecnológica: https://www.inovacaotecnologica.com.br/
Aluno(a), acesse o link para conhecer um estudo de caso sobre o consumidor que desenhou o
novo Uno. Nesta matéria, você entenderá quando o consumidor vira um projetista: http://www.
plataformai.com.br/v4.0/2010/07/o-consumidor-desenhou-o-novo-uno/
Material Complementar
ANOTAÇÕES
Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
FERRAMENTAS PARA
V
UNIDADE
INOVAÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer ferramentas de comportamento para se tornar uma pessoa
inovadora.
■ Aprender como utilizar o Business Model Canvas para inovar.
■ Entender o Design Thinking e as suas ferramentas.
■ Discutir o princípio da Inovação Aberta.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ O comportamento inovador
■ Business Model Canvas
■ Design Thinking e suas ferramentas
■ Inovação aberta
147
INTRODUÇÃO
Inovação não cai do céu, nem acontece por acaso. Sair por aí gritando “Eureka! ”,
a famosa frase atribuída a Arquimedes de Siracusa, pode até acontecer, mas, para
isso, foi necessário muito trabalho, análise e testes para chegar ao resultado desejado.
Inovação é isso, um processo sistemático e estruturado que leva ao desenvolvi-
mento de um produto, serviço ou processo inovador. Mas isso você já sabe, não é
mesmo? Afinal, estamos na última unidade do nosso livro e, agora, quero te apre-
sentar algumas ferramentas e mais alguns conceitos que contribuirão para que você
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INTRODUÇÃO
148 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O COMPORTAMENTO INOVADOR
“Pense diferente”! Foi este slogan que a Apple, considerada uma das empre-
sas mais inovadoras do mundo, fez em 1997, para restaurar a sua imagem que
estava desgastada em função da ausência do seu fundador, Steve Jobs. Segundo
Gallo (2010, p. 118): “O objetivo integral da campanha Think different (Pense
diferente) era de que as pessoas tinham esquecido o que a Apple significava,
incluindo os funcionários”.
A Apple, para quem não sabe, foi a empresa que inventou o computador pessoal
em 1977, transformou, com o iPod, em 2001, a maneira de ouvir músicas e, em
2003, revolucionou a venda de músicas, por meio do iTunes Music Store. Vale res-
saltar que estes dois produtos foram verdadeiras inovações as quais modificaram,
por completo, um comportamento social. Gallo (2010) explica que o iPod, apesar
de ter sido uma inovação incremental, revolucionou a maneira como as pessoas
ouviam música. O mesmo aconteceu em 2003, com o iTunes Music Store, con-
tribuindo, inclusive, para o fim da era dos CDs musicais, se considerarmos que
as pessoas puderam, a partir de então, comprar, apenas, as músicas que mais as
interessavam. Isso, segundo o mesmo autor, foi um exemplo de inovação radical.
Se o iPod e o iTunes Music Store transformaram toda a indústria da música,
em 2007, chegou o momento em que o iPhone revolucionou todo o setor de
telecomunicações. Para Jobs, foi um desafio gigantesco criar um telefone incrí-
vel e apaixonante, na verdade, criar um smartphone. A tecnologia já existia, no
entanto, faltava a coragem para tentar. Segundo Gallo (2010, p. 128) argumentou:
O COMPORTAMENTO INOVADOR
150 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
internet e, agora, da possibilidade de carregar todas as funcionalidades da inter-
net com você para onde quer que vá.
O que leva, entretanto, a Apple a ser uma empresa tão inovadora? Muitas pes-
soas creditam isso ao fato de Steve Jobs ser um visionário, no entanto existem
outros empresários de sucesso e que também são considerados visionários, tais
como: Jeff Bezos (Amazon), Richard Branson (The Virgin) e Howard Schultz
(Starbucks). Todos empresários que revolucionaram os seus mercados. Mas, na
verdade, há muitos outros, talvez, menos famosos, contudo também são pessoas
com características inovadoras bastante singulares.
Dyer, Christensen e Gregersen (2018, p. 7) explicam que “uma pesquisa
recente da IBM com 1.500 CEOs identificou a criatividade como ‘a competência
de liderança’ número um do futuro”. Isso mostra que existem muito mais inova-
dores espalhados por aí do que possamos imaginar. Porém como essas pessoas
conseguem ser inovadoras? Será que qualquer pessoa pode ter esta caracterís-
tica? Bem, são estas questões que pretendo responder e, pelo menos, te ajudar a
encontrar um caminho para desenvolver competências e habilidades de um indi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
víduo inovador. Mas já posso adiantar que um dos caminhos é: “pense diferente”.
Quando nos deparamos com tantas empresas de sucesso e que transformam o seu
mercado, fica uma pergunta: será que eu, também, posso ser assim? Como essas
pessoas conseguem ter ideias tão, radicalmente, novas? Quanto a isso, quero te
deixar tranquilo(a)! A grande maioria dos indivíduos pode ser inovadora, para
isso, basta exercer a criatividade.
O COMPORTAMENTO INOVADOR
152 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Os anúncios televisivos que compunham a campanha Think different eram
denominados Crazy ones [Os malucos]. Foi uma das campanhas publicitárias
mais inovadoras de todos os tempos. [...] Enquanto imagens inspiradoras
preenchem a tela, o ator Richard Dreyfuss lia um poema de versos livres
que, apesar de não escrito por Steve Jobs, refletia sua crença no espírito da
descoberta: Saudações aos malucos. Aos desajustados. Aos rebeldes. Aos
problemáticos. Aos inadequados. Aos que enxergam as coisas de modo di-
ferente. Eles não gostam de regras. E não têm respeito pelo status quo. Você
pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. A única coisa que
você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empur-
ram a humanidade para a frente. E enquanto alguns os consideram malucos,
nós os consideramos gênios. Porque as pessoas malucas o suficiente para
acreditar que podem mudar o mundo são as que realmente o mudam”.
Fonte: Gallo (2010, p. 117).
Para algumas pessoas, não é fácil fazer este exercício. Para pensar diferente, é
necessário libertar-se de certos valores culturais que possam te prender a pen-
sar da mesma maneira. Já ouviu falar do efeito manada? Solomon (2016, p. 373)
explica que o efeito manada ou o popular “Maria-vai-com-as-outras” ocorre à
medida que “as pressões para agirmos de acordo ‘com a sociedade’ podem ser par-
ticularmente intensas e aumentar à medida que mais membros do grupo ‘social’
se “sujeitam” às pressões”. É muito difícil romper as amarras sociais.
Pensar diferente é ir contra o senso comum, por isso, nem todas as pessoas
estão dispostas a pagar o preço. Muitos foram e são chamados de loucos, quando,
na verdade, são gênios. Aliás, o louco de ontem é o inovador de agora! Imagine
Santos Dumont quando decidiu criar o seu avião e saiu voando no 14 Bis. Pense
em Elon Musk oferecendo turismo espacial. Concorda comigo?
Todas as pessoas que citei, mais aquelas que estão no começo desta unidade,
em algum momento, foram tachadas de loucas, e o que elas têm de diferente?
Pensam de maneira diferente, são criativas. Se você quer ser como elas, comece
a exercitar a sua criatividade.
O COMPORTAMENTO INOVADOR
154 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
etc. Apesar de tudo aquilo o fascinar, Jobs percebeu que não teria aplicação
prática em sua vida, contudo, dez anos após este episódio, quando estava na
Apple liderando a equipe de desenvolvimento do Macintosh, o qual seria o
primeiro computador com tela gráfica e mouse, Jobs
lembrou-se do seu curso de caligrafia, então,
ajudou a construir o primeiro computador
com letra bonita, que, hoje, se tornou
padrão na indústria de tecnologia.
A criatividade pode ser
adquirida por meio do desen-
volvimento de competências
comportamentais as quais você
adquire ao longo da sua vida.
As experiências vão formando
a pessoa, assim, com várias
experiências diferentes e
inusitadas, permitindo-se a
descobrir novidades, com
certeza, você desenvolverá
a sua criatividade. Dyer,
Christensen e Gregersen
(2018, p. 28) nos explicam:
Questionar:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observar:
Inovadores são intensos observadores. Prestam,
cuidadosamente, atenção ao mundo em sua volta, incluindo
clientes, produtos, serviços, tecnologias e empresas. Estas
observações os ajudam a compreender e a ter ideias que
levam a novos meios de fazer as coisas.
Ter networking:
os inovadores gastam muito tempo e energia descobrindo e
testando ideias, por meio de uma rede diversificada de pessoas
com backgrounds e perspectivas diferentes. Mais do que fazer
network social ou ter network para obter recursos, eles buscam
novas ideias ao conversar com pessoas capazes de oferecer um
ponto de vista, radicalmente, diferente sobre as coisas.
Experimentar:
inovadores estão, constantemente, testando novas
experiências e pilotando ideias novas. Os experimentadores
exploram, sem cessar, os mundos, intelectual e fisicamente,
desafiam convicções bem como testam hipóteses ao longo
do caminho. Visitam lugares diferentes, buscam e avaliam
informações novas, provam para aprender fatos novos.
.
Figura 1 - Descobertas inovadoras / Fonte: adaptada de Dyer, Christensen e Gregersen (2018).
O COMPORTAMENTO INOVADOR
156 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
organização tradicional e começar a
questionar tudo, observar todos, ter
novas experiências e, ainda por cima,
procura reunir-se com o maior número
de pessoas as quais, antes, nem se rela-
cionava. No mínimo, pensarão que
você está enlouquecendo. Se pensa-
rem isso, excelente! Está no caminho
certo para se tornar um(a) inovador(a).
Quando estudamos o que leva os
grandes executivos a inovarem, fica
evidente que as causas de suas moti-
vações estão em mudar o mundo
ao seu redor e, para isso, eles assu-
mem riscos de maneira inteligente,
assim, essas mudanças podem acon-
tecer. Segundo Dyer, Christensen e
Gregersen (2018, p. 30), “Steve Jobs
queria deixar sua marca no Universo.
Larry Page, cofundador do Google,
afirmou que está dedicado a ‘mudar
o mundo’”. Os inovadores têm em
comum o seu inconformismo com
o estado das coisas, a necessidade de
mudar para melhor o que existe e, para isso acontecer, é necessário sair do
quadrado. Os mesmos autores explicam: o calendário de um(a) executivo(a)
inovador(a) tem um horário, radicalmente, diferente dos menos inovadores.
Descobrimos que os empreendedores inovadores (que são também
CEOs) passam 50% a mais de tempo em atividades de descoberta (ques-
tionar, observar, experimentar, conversar) do que os CEOs sem um his-
tórico de inovação (DYER; CHRISTENSEN; GREGERSEN, 2018, p. 31).
Isso mostra que ficar enfurnado(a) dentro de uma sala de escritório ou em uma
área de produção não tornará ninguém inovador. Como diria Mulder, naquele
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Não pense que esses inovadores não erram. Além da coragem para mudar o mundo,
é necessário estar pronto(a) para assumir erros que, inevitavelmente, acontecerão. No
entanto errar faz parte do processo e a maior parte dos inovadores sabe que come-
ter erros não é motivo de vergonha, pelo contrário, significa aprendizado. Como diz
Jeff Bezos (apud DYER; CHRISTENSEN; GREGERSEN, 2018, p. 31): “Se as pessoas
que dirigem a Amazon não cometerem erros significativos, não estarão fazendo um
bom trabalho para nossos acionistas, pois não estaremos tentando romper as cercas”.
O COMPORTAMENTO INOVADOR
158 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Foi em um curso de caligrafia que Steve Jobs aprendeu os fundamentos das
fontes de computador os quais ele utilizaria dez anos mais tarde, no seu
Macintosh. Você já se perguntou o que teria acontecido se Jobs, um cara da
informática, jamais tivesse feito um curso de caligrafia?
Olá, caro(a) aluno(a), agora que você tem uma ideia de como uma organização se
prepara para a inovação, quero te apresentar uma ferramenta muito, mas muito
importante para estruturar as suas ideias, os seus projetos e negócios, principal-
mente, quando se tratar de novos produtos ou serviços. O modelo Canvas de
negócios é, talvez, a ferramenta mais utilizada, atualmente, para isso. Pensar um
novo produto ou serviço, sem elaborar o Canvas, é, como diria a minha avó: “dar
com os burros n’água”. Estruturar o Canvas é organizar as suas ideias, saber por
onde começar e, de certa forma, ter noção do resultado. Um Canvas bem-feito
te ajudará a não perder dinheiro com produtos ou serviços que só você acredita.
Se a sua ideia, contudo, for um novo negócio, o funcionamento do Canvas
será o mesmo. Aliás, o próprio nome, Business Model Canvas, já traduz a fun-
ção dele, ou seja, testar novos negócios antes de saírem do papel. Mas a maneira
de o utilizar é tão simples e oferece resultados tão precisos que, atualmente, as
empresas têm buscado a sua utilização em novos produtos ou serviços, como
venho dizendo.
Sabe quem fez Canvas? Todas as empresas de sucesso conhecidas, como Uber,
99, Airbnb, Netflix e tantas outras. Ah, quer dizer que se eu fizer o Canvas, serei
uma empresa de sucesso? Não! Quer dizer que, se você não o fizer, as chances
de fracassar se multiplicam. Esta ferramenta te ajudará, justamente, a evitar o
fracasso, mas não o impedirá.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conheço muitas pessoas que preferem ir direto “aos finalmentes”, mas se você for
como eu, provavelmente, gosta de um pouquinho de história. Por isso, antes de
entrar de cabeça na ferramenta Canvas, te contarei de onde ela veio e como surgiu.
O Business Model Canvas surgiu da tese de doutorado de Alexander
Osterwalder, em 2004, na Universidade de Lausanne, Suíça (QUINTELLA,
2017). Como Osterwalder era, também, professor da Universidade de Stanford,
localizada na Califórnia, mais precisamente, nos arredores do Vale do Silício,
berço das companhias de tecnologia e startups, o Canvas popularizou-se como
uma ferramenta que permitia a aceleração das startups. Naquela época, ele vinha
sendo adotado pelos países desenvolvidos e, pouco a pouco, ganhou adeptos até
se tornar uma ferramenta para agregar “valor às ideias de negócios, com uma pro-
posta organizada, esquematizada e bem apresentada” (QUINTELLA, 2017, p. 56).
O quadro do modelo de negócio Canvas, como mostra a Figura 2, nada mais
é do que um formulário ou quadro que contém nove componentes básicos: seg-
mento de clientes, proposta de valor, canais, relacionamento com clientes, fontes
de receita, recursos principais, atividades-chave, parcerias principais e estru-
tura de custo. Tais recursos devem ser preenchidos de maneira que, ao final,
seja possível ter uma ideia geral a respeito ou do negócio ou do produto ou do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Recursos-chave Canais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O quadro do Modelo de Negócios Canvas deve ser, preferencialmente, preenchido
utilizando post-it, bloquinhos de papéis autocolantes que podem ser, facilmente,
trocados de lugar ou substituídos por outras informações, sem comprometer o
quadro. Para tanto, recomenda-se imprimi-lo em tamanho A3 (29,7 cm de altura
x 42,0 cm de largura) e pendurá-lo em local visível bem como de fácil acesso.
Pelo fato de o quadro ser formado por nove componentes, pode ser que o
seu preenchimento gere dúvidas. Por isso, a sequência recomendada à análise é:
■ 1º – Proposta de valor.
■ 2º – Segmentos de clientes.
■ 3º – Canais.
■ 4º – Relacionamento com clientes.
■ 5º – Fontes de receita.
■ 6º – Recursos principais.
■ 7º – Atividades-chave.
■ 8º – Parcerias principais.
■ 9º – Estrutura de custo.
É claro que esta é uma sugestão, no entanto você perceberá que esta lógica de
preenchimento faz todo o sentido e, também, facilitará o seu trabalho.
Você também deve preencher o quadro lembrando que ele responderá a uma
série de perguntas do tipo: o quê? Para quem? Como? Quanto?
O QUE?
O que farei?
Qual é o valor que
ofereço?
PARA QUEM?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
COMO?
Como farei?
Figura 3 - Perguntas a serem feitas para preencher o Business Model Canvas / Fonte: adaptada de Sebrae (2013).
4. Quanto? Aqui, você saberá como são e onde estarão as suas fontes e
receitas e como se apresentará a sua estrutura de custo necessária para
colocar o seu negócio em funcionamento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Recursos-chave Canais
Estrutura de custos Fontes de receita
Figura 4 - Quadro de preenchimento do Business Model Canvas / Fonte: adaptada de Sebrae (2013).
PROPOSTA DE VALOR
Definir a proposta de valor pode ser algo desafiador, afinal, poucas são as
pessoas que têm facilidade em fazer isso. De qualquer forma, uma maneira de
tornar tal ação mais simples é se perguntar: o que farei? Qual é o valor do que
ofereço? Ou seguir as sugestões de Osterwalder (2011, p. 23) e responder:
Que valor entregamos ao cliente? Qual problema estamos ajudando a
resolver? Que necessidades estamos satisfazendo? Que conjunto de pro-
dutos e serviços estamos oferecendo para cada segmento de clientes?
Design:
como elemento importante para o valor de
uma inovação, no caso do iPhone.
Marca/status:
aqui, alguns clientes podem considerar o valor
como simples ato de poder exibir uma marca
específica enquanto sinal de riqueza. Ex.: lojas
multimarcas.
Preço:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que possa contribuir para satisfazer a algumas
necessidades de alguns segmentos de clientes.
Ex.: lojas de preços únicos (antigas R$ 1,99).
Redução de custo:
de maneira a ajudar os clientes, por meio do
aumento da margem de lucro, simplesmente,
com um custo de operações menor. Ex.: serviços
de entrega grátis.
Redução de risco:
oferecendo garantias que possam minimizar
os riscos em produtos ou serviços.
Acessibilidade:
tornando os produtos ou serviços mais
acessíveis aos clientes. Ex.: companhias aéreas
de baixo custo.
Conveniência/usabilidade:
tornam os produtos ou serviços mais fáceis de
utilizar. Ex.: lojas em postos de gasolina.
SEGMENTOS DE CLIENTES
Concentra-se em um
grande grupo de clientes
Fabricantes de
Mercado de massa com problemas e neces-
eletrônicos.
sidades
semelhantes.
Site
Visa a atender segmentos em que as namoradas
Mercado de nicho de clientes vendem o que
especializados. ganharam dos
ex-namorados.
Bancos
Distingue, no mercado,
(possuem produtos
segmentos
específicos a
Segmentado com necessidades, ligei-
clientes com muito
ramente,
dinheiro para
diferentes.
investir).
Tem dois ou mais Seg-
mentos de
clientes não relacionados A Amazon vende
Diversificado com livros, eletrônicos e
necessidades e proble- eletrodomésticos.
mas muito
diferentes.
CANAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A definição de canal pode abarcar dois aspectos: a comunicação e a entrega. A
empresa utiliza diferentes maneiras de contato com os clientes. Além disso, ela
usa formas variadas para os seus produtos e serviços chegarem aos consumidores.
A fim de preencher, corretamente, este tópico, é preciso responder com clareza:
■ Como os seus clientes conhecerão os seus produtos e serviços?
■ Como os seus produtos e serviços chegarão a eles?
O Quadro 2 oferece melhor visualização dos canais, dos seus tipos e das suas fases:
Parceiros indiretos
Fornecedores de combustíveis
Distribuidores
Parceiros indiretos
Fornecedores de grãos
Atacados
Parceiros diretos
Natura; Avon
Equipe de vendas
Parceiros diretos
Lojas de comércio em geral
Loja
Loja na internet; Extra; Pão de Açúcar;
Parceiros diretos Web
livrarias online.
TIPOS DE
DEFINIÇÃO DOS TIPOS EXEMPLOS DE NEGÓCIOS
RELACIONAMENTO
Interação humana, seja
Assistência pessoal no ponto de venda, por Serviços de TV a cabo
call center ou e-mail
Bancos (mantêm um
Interação humana, por
gerente específico para
Assistência pessoal meio de representantes,
orientar os clientes, de
dedicada inteiramente, dedicados
acordo com o perfil des-
a grupos de clientes.
sas pessoas).
A empresa provê os
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
meios com o objetivo de Restaurante que serve
Self-service
o cliente realizar o servi- por quilo.
ço por ele mesmo
Mais sofisticado do que
o self-service, a empresa
utiliza recursos de auto- Máquinas de venda de
Serviços automatizados
mação para que o cliente refrigerantes.
obtenha o produto ou
serviço.
Comunidades online
Clube Nespresso (site
cuja intenção é envolver
que reúne clientes para
Comunidades clientes em torno de um
comprar café, máquinas
produto ou de problemas
de café e acessórios).
resolvidos pelo produto.
Busca o envolvimento do Camiseteria (site de
cliente para a criação ou venda de camisetas cujos
Cocriação
o desenvolvimento de clientes criam os próprios
produtos e serviços. desenhos).
FONTES DE RECEITA
Quanto o consumidor está disposto a pagar pelo produto ou serviço? Como ele
pagará? Responder a essas perguntas é o próximo passo após a análise sobre os
clientes. De acordo com Sebrae (2013), um dos grandes segredos da cobrança
Verificaremos, no Quadro 4, alguns tipos de fontes de receita que podem ser uti-
lizadas por diferentes negócios.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
EXEMPLOS DE
TIPOS DEFINIÇÃO DOS TIPOS
NEGÓCIOS
A relação se dá, diretamente, Comércio varejista;
Vendas diretas
com o cliente. e-commerce
Hotéis; locação de au-
Dá ao usuário o direito de uso tomóveis; jogos online
Pagamento pelo uso exclusivo de um produto ou ser- (paga-se para usar
viço por tempo predeterminado. determinados recursos
avançados do jogo).
Paga-se, periodicamente, pelo TV a cabo; revistas;
Assinaturas uso contínuo do produto ou sites de música e de
serviço. jogos online.
Semelhante ao pagamento
Aluguel de roupas de
pelo uso, paga-se para utilizar
Aluguel festa; hospedagem de
um produto ou serviço por
sites.
tempo determinado.
O produto ou serviço deve ser
Programas de compu-
Licenciamento utilizado sem sofrer nenhuma
tador
alteração.
Ganho pela venda de produtos
Comissões Corretores de imóveis
e serviços de terceiros.
Um terceiro utiliza o espaço de
Jornais; revistas; sites
Anúncios outros com o objetivo de divul-
de pesquisa.
gar produtos ou serviços.
Além das fontes de receitas, é importante saber como elaborar os preços, pois
cada fonte pode ter uma maneira diferente de ser precificada. Osterwalder (2011)
explica que o tipo de mecanismo de preço escolhido pode fazer muita diferença
em termos de receita gerada, sendo tal mecanismo de preço fixo ou dinâmico.
A elaboração dos preços é outra etapa fundamental, ainda mais se conside-
rarmos que cada fonte de receita tem, provavelmente, uma maneira diferente de
precificação. É por isso que, de acordo com Osterwalder (2011), o mecanismo
de preço pode produzir diferença considerável na receita gerada. Logo, é muito
importante fazer a escolha adequada entre tais mecanismos, sejam fixos, sejam
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dinâmicos. A esse respeito, verificaremos os Quadros 5 e 6.
PRECIFICAÇÃO FIXA
PRECIFICAÇÃO DINÂMICA
RECURSOS PRINCIPAIS
O que é necessário para o seu negócio funcionar? Este é o item em que você deve
responder a essa pergunta. Fique atento(a)! É necessário identificar tudo o que
é essencial ao funcionamento correto do seu negócio. Somente assim é possí-
vel realizar, adequadamente, a sua proposta de valor. Alguns tipos de recursos
podem ser observados no Quadro 7.
TIPOS EXEMPLOS
Físicos Imóveis; máquinas; mobiliário
Intelectuais Designers; jornalistas; programadores
Pessoal não especializado (vendedores; gerentes;
Humanos
auxiliares)
Financeiros Capital próprio; financiamentos; investidores
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cio é produzir alguma coisa.
Resolução de O foco é resolver problemas Consertos; manutenção de
problemas dos clientes. equipamentos; treinamento.
Quando o negócio cria solu- Soluções para negócios, por
Plataforma ções para hospedar atividades meio da internet (Mercado
dos clientes. Livre; UOL).
Provimento de acesso e comu- Pequenos provedores de inter-
Redes
nicação. net; lan house.
PARCERIAS PRINCIPAIS
ESTRUTURA DE CUSTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
intangível.
Quando o negócio de-
pende de recursos espe-
Foco em custos fixos Fábricas em geral; clínicas
cializados para produzir
ou prestar serviços.
Grandes empresas de
O custo do produto é alto
cosméticos; de alimen-
Foco na escala de vendas e requer vender muito
tos e de produtos de
para obter lucro.
limpeza.
O negócio atende a
Fornecedores de auto-
Foco em grandes clientes grandes empresas ou
peças
governos.
Grande quantidade de
Foco em diversidade de Supermercados e lojas de
produtos e serviços para
produtos departamento
somar os ganhos.
R ecurs
u sos-cha
urso have
ave
ve
Recursos-chave
Ca
C
Canais
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Estruturaa de cus
custos
cust
us Fontes
tes de receita
it
Figura 6 - Exemplo de modelo de negócio para uma loja de doces / Fonte: Sebrae (2013, p. 39).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESIGN THINKING E SUAS FERRAMENTAS
Fica claro que “design” é a construção de algo concebido, algo, previamente, pla-
nejado. Por isso, outros significados se relacionam ao desenho industrial ou ao
192) afirma que a gestão deve buscar “caminhos criativos e inovadores” para solucionar
problemas e, para conseguir isso, o Design Thinking é “uma arte que se une à ciência”.
O designer, enquanto profissional, é aquele que mobiliza as suas capacidades
com o objetivo de compreender o sucesso de algo. Ou seja, os elementos que, em
conjunto, contribuem para algo se concretizar. Vianna et al. (2012, p. 13) destacam
a necessidade de compreender “tudo aquilo que prejudica ou impede a experiência
(emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas (considerando
todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc.)”.
A busca dos designers é pensar o todo. Uma capacidade, absolutamente, neces-
sária à gestão. Brown (2010) ressalta que David Kelley, professor da Universidade
de Stanford, costumava incluir a palavra thinking para explicar o que, realmente,
é o design. Assim, a junção das duas palavras revela “um conjunto de princípios
que podem ser aplicados por diversas pessoas a uma ampla variedade de pro-
blemas” (BROWN, 2010, p. 6).
Qual empresa não gostaria de um profissional com a capacidade de solucio-
nar problemas? Essa capacidade motivou as empresas a buscarem designers para
“tornar uma ideia já desenvolvida mais atraente [...], com base no que já existe”
(BROWN, 2010, p. 6). Não se trata, apenas, de design (no sentido de projeto ou
teoria), é a busca pelas concretização e liberação do chamado potencial disruptivo.
O Design Thinking pode e deve ser considerado uma ferramenta, sobretudo,
porque permite melhorar uma ideia existente e, além disso, colocá-la em prá-
tica. É lógico que só podemos melhorar uma ideia depois de analisá-la, logo,
técnicas e ferramentas de análise são sempre bem-vindas. O Canvas (conteúdo
estudado na Unidade 2) é uma ótima opção para isso e, caso você tenha uma
ideia e identificou nela potencial de inovação bem como de aceitação pelo mer-
cado, está mais do que na hora de utilizar o Design Thinking: é a possibilidade
de melhorá-la e de realizá-la!
Como melhorar algo que já existe? Você deve ter percebido que a palavra “ino-
vação” acompanha o Design Thinking. O segredo é a criatividade! Para isso, é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
preciso pensar diferente, é o que, popularmente, chamamos de “sair da casinha”,
então, devemos considerar a criatividade como um processo coletivo, pois, como
destaca Brown (2010, p. 26), “todos nós somos todos mais inteligentes do que
qualquer um de nós e essa é a chave para liberar o poder criativo”.
Como é difícil ser criativo(a)! Por que é tão difícil “sair da casinha” ou
“sair do quadrado”? Temos a necessidade tremenda de conforto, então, sair
desta zona de conforto é, sem dúvida, pensar diferente. Possuímos um monte
de “travas sociais”, ou seja, vergonha de parecer ridículo(a), medo de se expor.
Vergonha e medo são sentimentos que limitam muito a criatividade; alguns
daqueles indivíduos que foram rotulados, em suas épocas, como loucos, con-
seguiram transformar o mundo de maneira significativa. A partir daí foram
chamados de visionários e empreendedores!
O processo criativo pode ser liberado por meio de algumas técnicas. O tea-
tro pode ser uma delas, desde que orientado por pessoas com competência nas
técnicas de atuação, então, torna-se uma excelente forma de “destravar” a cria-
tividade. A minha recomendação é sair da zona de conforto, principalmente,
antes de tentar utilizar as etapas do Design Thinking.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Uma cultura que acredita que é melhor pedir perdão depois, em vez de
permissão antes, [...] removeu um dos principais obstáculos à geração de
novas ideias”.
(Tim Brown)
Albuquerque (2018) propõe três etapas (ou fases) a serem utilizadas durante o
Design Thinking: imersão, ideação e prototipação. Tal utilização pode ser veri-
ficada na Figura 7:
IMERSÃO
análise e síntese
IDEAÇÃO
PROTOTIPAÇÃO
Figura 7 - Esquema das etapas do processo de Design Thinking / Fonte: Albuquerque (2018, p. 130).
Essas fases não são sempre lineares (uma após a outra), mas precisam ade-
quar-se ao projeto ou ao problema a ser solucionado. Por isso, são necessá-
rias adaptações e reconfigurações de acordo com o que cada situação exigir.
Fonte: adaptado de Albuquerque (2018).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imersão
SUPERFÍCIE TÉCNICAS
Dizem Entrevistas
Pensam Explícito
S
CO
OA
N
SS
Observável
HE
Fazem
PE
Observações
CIM
Usam
AS
Tácito
EN
UE
TO
Sessão
OQ
Sabem Generativa
Sentem Latente
Sonham
PROFUNDIDADE
Figura 8 - Exemplo de escolha de técnicas de pesquisa conforme a necessidade / Fonte: Albuquerque (2018, p. 132).
Ideação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
seguir ainda mais ideias. Em seguida, segundo Albuquerque (2018), devem vir as
sessões de cocriação, tudo isso para compor um “cardápio de ideias”. Precisaremos
de muitas delas, afinal, algumas serão validadas na fase seguinte: a prototipação.
Prototipação
ATENÇÃO
x vezes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Provavelmente, você inovou! Se conseguir realizar as diferentes fases do Design
Thinking, pode ser que você tenha alcançado o seu objetivo. Lembre-se de que
esse tipo de design busca melhorar ideias preexistentes, ou, ainda, otimizar algo
já em funcionamento.
INOVAÇÃO ABERTA
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Uma das tendências de gestão mais relevantes dos últimos tempos e que tem
promovido a competitividade é a abertura das organizações em participar de
agentes e fontes de conhecimento externo.
O que mantém as empresas vivas é a capacidade de inovar e isso contribui
para que regiões, países e a própria vida das pessoas se mantenham em constante
prosperidade. Entretanto, em um contexto como o atual, de rápida transforma-
ção tecnológica, é preciso saber lidar com a diminuição, cada vez mais frequente,
do tempo do ciclo de vida do produto, o aumento significativo dos investimen-
tos em inovação em função da crescente integração tecnológica, assim como a
incerteza nos retornos financeiros. Dessa maneira, a maioria das organizações
perceberam que abrir os seus processos de inovação em busca da colaboração
externa tem trazido muitas vantagens. A este fenômeno Galdo (2016) deu o
nome de inovação aberta.
No quadro, a seguir, fica clara a diferença entre inovação fechada e aberta:
INOVAÇÃO ABERTA
188 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se minha empresa fizer descobertas, Não temos que, necessariamente,
teremos condições de ser os primeiros criarmos a pesquisa para lucrarmos
a introduzir as inovações do mercado. com ela.
Construir um modelo de negócio apro-
Ganha aquela empresa que coloca,
priado pode ser melhor do que chegar
primeiro, uma inovação no mercado.
primeiro ao mercado.
Ganharemos, se fizermos o melhor
Ganharemos, se criarmos as melhores
uso das ideias internas e externas à
ideias.
organização.
Podemos lucrar com outros usos de
Rígido controle sobre a Propriedade In-
nossas PI e devemos adquirir PI de ou-
telectual (PI), de modo que os competi-
tros, desde que contribuam para avan-
dores não lucrem com as nossas ideias.
çar os nossos modelos de negócios.
Quadro 11 - Diferenças entre inovação fechada e inovação aberta / Fonte: Galdo (2016, p. 54).
P&D
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Inovação Aberta
P&D
INOVAÇÃO ABERTA
190 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
INOVAÇÃO ABERTA NAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
INOVAÇÃO ABERTA
192 UNIDADE V
PODCAST
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A nossa unidade terminou! Fiquei muito lisonjeado de ter feito parte da sua vida,
neste curto período no qual ficamos juntos. Espero ter ajudado no seu desenvol-
vimento profissional e, também, que você tenha gostado do que apresentei. Pude
compartilhar, com muito carinho e muito trabalho, um pouco do meu conheci-
mento. Tomara que os nossos caminhos se cruzem no futuro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parabéns, você chegou até aqui! Finalizou a unidade com mérito, afinal, estou
convicto de que muito do que leu foi novidade. E aí, a sua vida mudou? Se você
permitir-se desenvolver as competências de pessoas inovadoras: questionar, obser-
var, ter networking e experimentar, pode ter certeza que é questão de tempo para
as mudanças acontecerem em seu mundo. Se acha que está tudo igual, recomendo
voltar à primeira aula desta unidade e a reler, pois ela apresenta um tópico essen-
cial, entretanto os outros tópicos também foram importantes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No final da década de 70, o mundo estava mento do computador. Sem o ventilador,
tendo contato com os primeiros compu- o computador superaquecia e começava
tadores pessoais desenvolvidos por uma a apresentar problemas, além do fato de
pequena empresa em Palo Alto, Califórnia. todos os computadores da época terem
Esta estranha empresa com nome de fruta ventiladores, a fim de, justamente, evitar
revolucionava o mundo da informática e, o superaquecimento.
nas palavras de um dos seus fundadores,
estava fazendo diferença no universo. A Para satisfazer Jobs, seria necessário desen-
empresa era a Apple, e o fundador, Steve volver um novo tipo de fonte de energia
Jobs, o qual, anos mais tarde, revoluciona- que pudesse gerar menos calor. Então,
ria a cultura de uma sociedade inteira ao o fundador da Apple saiu à procura de
criar o telefone inteligente ou smartphone. alguém que pudesse projetar esse novo
equipamento e, por meio do networking,
Nem todo mundo sabe que uma das ino- conheceu um engenheiro chamado Rod
vações mais importantes da Apple foi o Holt, funcionário da Atari. Convencido
seu computador pessoal, chamado Apple por Jobs, Holt criou um sistema de for-
II. Este computador fez a diferença na necimento de energia que revolucionou
empresa, tornando-a conhecida no mer- a maneira como os equipamentos eletrô-
cado de informática. O interessante, aqui, nicos mantinham tais sistemas, pois a sua
foi o fato de que Jobs queria um computa- invenção dispensava a necessidade de um
dor que fosse silencioso. Esta necessidade ventilador.
ocorreu após ele ter passado um tempo
estudando meditação e zen-budismo. Jobs A obsessão de Jobs pelo silêncio e a capa-
percebeu que os computadores da época cidade técnica de Holt de criar uma fonte
faziam muito barulho por conta de um inovadora de energia tornaram o Apple II
ventilador utilizado para resfriar o equipa- o menor e o mais silencioso computador
mento, então, segundo Jobs, esse barulho pessoal já construído. Se não fosse Steve
causava distração nas pessoas. Desse modo, Jobs se perguntar por que um computa-
ele determinou aos seus engenheiros que dor precisava de um ventilador, a Apple que
o Apple II deveria ser silencioso, mas, para conhecemos hoje, provavelmente, nunca
isso, o computador não poderia ter ven- teria existido.
tilador e, naquela época, essa era uma
condição radical. Ninguém havia se pre- Fonte: adaptado de Dyer, Christensen e Gre-
ocupado com o barulho do ventilador, o gersen (2018).
qual era uma peça essencial no funciona-
195
1. O Canvas Business Model é uma ferramenta de suporte composta por nove com-
ponentes que auxilia na elaboração de estratégias a serem implementadas, por
meio de processos e sistemas organizacionais estruturados. Diante desta infor-
mação, faça a relação dos componentes com as suas respectivas definições:
I. Fontes de receita.
II. Canais.
III. Proposta de valor.
IV. Estrutura de custo.
V. Relacionamento com clientes.
É possível entender que esse habitat citado pelo texto pode contribuir ao sur-
gimento de parcerias e trocas de informação, o que só é viável em função do
contexto da inovação aberta. Sobre este tipo de inovação, analise as afirmações,
a seguir:
197
No site Board of innovation, você encontra diversas ferramentas, além de modelos e formulários para
impressão que podem te ajudar a implementar a inovação na sua organização.
https://www.boardofinnovation.com/tools/
199
CONCLUSÃO
UNIDADE I
BERNARDES, C. Teoria geral da administração: gerenciando empresas brasileiras.
São Paulo: Saraiva, 2014.
CARRETEIRO, R. Inovação Tecnológica: como garantir a modernidade do negócio.
Rio de Janeiro: LTC, 2009.
COHAN, P. S. Liderança tecnológica: como as empresas de alta tecnologia inovam
para obter sucesso. Tradução Joel Donadoni. São Paulo: Futura, 1998.
DATASEBRAE. Total de empresas brasileiras. [2021]. Disponível em: https://datase-
brae.com.br/totaldeempresas-11-05-2020/. Acesso em: 16 ago. 2021.
EINSTEIN, A. Frase. Quem disse, [2021]. Disponível em: http://quemdisse.com.br/
frase.asp?frase=10128. Acesso em: 27 out. 2021.
FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Aprendizagem e Inovação Organizacional: As experi-
ências de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 1997.
KAHNEY, L. A cabeça de Steve Jobs. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
MAÑAS, A. V. Gestão da Tecnologia e Inovação. São Paulo: Érica, 1993.
INSIGHT. In: WIKIPEDIA, A Enciclopédia Livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Insight. Acesso em: 27 out. 2021.
MATTOS, J. R. L. de. Gestão da Tecnologia e Inovação: uma abordagem prática. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MUÑOZ-SECA, B.; RIVEROLA, J. Transformando conhecimento em resultados: a
gestão do conhecimento como diferencial na busca de mais produtividade e com-
petitividade. São Paulo: Clio Editora, 2004.
POSTIGO, I. Gestão Empresarial – Uma visão. Artigonal, 2009. Disponível em: http://
www.artigonal.com/gestao-artigos/gestao-empresarial-uma-visao-1259475.html.
Acesso em: 14 nov. 2011.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2015.
UNIDADE II
CARRETEIRO, R. Inovação Tecnológica: como garantir a modernidade do negócio.
Rio de Janeiro: LTC, 2009.
KAHNEY, L. A cabeça de Steve Jobs. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
MAÑAS, A. V. Gestão da Tecnologia e Inovação. São Paulo: Érica, 1993.
MATTOS, J. R. L. de. Gestão da Tecnologia e Inovação: uma abordagem prática. São
Paulo: Saraiva, 2008.
201
REFERÊNCIAS
UNIDADE III
CARRETEIRO, R. Inovação Tecnológica: como garantir a modernidade do negócio.
Rio de Janeiro: LTC, 2009.
KAHNEY, L. A cabeça de Steve Jobs. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
MATTOS, J. R. L. de. Gestão da Tecnologia e Inovação: uma abordagem prática. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MICHAELIS. Aprender. [2021]. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moder-
no-portugues/busca/portugues-brasileiro/aprender. Acesso em: 27 out. 2021.
MICHAELIS. Mudança. [2021]. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moder-
no-portugues/busca/portugues-brasileiro/mudan%C3%A7a/. Acesso em: 27 out.
2021.
MUÑOZ-SECA, B.; RIVEROLA, J. Transformando conhecimento em resultados: a
gestão do conhecimento como diferencial na busca de mais produtividade e com-
petitividade. São Paulo: Clio Editora, 2004.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman,
2015.
UNIDADE IV
ANDRADE, C. D. de. E agora, José? In: ANDRADE, C. D. de. Poesias. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1942.
ANSOFF, H. I. Corporate Strategy: an analytic approach to business policy for
growth and expansion. New York: Penguin Books, 1965.
CARRETEIRO, R. Inovação Tecnológica: como garantir a modernidade do negócio.
Rio de Janeiro: LTC, 2009.
GALLAND, A. As Mil e Uma Noites. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil, 2015.
MATTOS, J. R. L. de. Gestão da Tecnologia e Inovação: uma abordagem prática. São
Paulo: Saraiva, 2008.
REFERÊNCIAS
UNIDADE V
ALBUQUERQUE, R. A. L. Empreendedorismo, Modelos de Negócios e Inovação.
Maringá: Unicesumar, 2018.
BIAZON, V. V. Negócios Inovadores e Startups. Maringá: Unicesumar, 2018.
BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
CAMBRIDGE Dictionary. Design. [2021]. Disponível em: https://dictionary.cambrid-
ge.org/dictionary/english-portuguese/design. Acesso em: 8 out. 2021.
CHESBROUGH, H.; VANHAVERBEKE, J. W. Novas Fronteiras em Inovação Aberta.
São Paulo: Blucher, 2018.
DYER, J. M.; CHRISTENSEN, C.; GREGERSEN, H. DNA do Inovador. Rio de Janeiro: Alta
Books, 2018.
GALDO, A. M. R. Capacidades dinâmicas para a inovação aberta: análise com base no
capital intelectual. 2016. 328 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhe-
cimento) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. Disponível em: http://
btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Alessandra-Maria-Ruiz-Galdo.pdf.
Acesso em: 8 out. 2021.
GALLO, C. A Arte de Steve Jobs: princípios revolucionários sobre inovação para o
sucesso em qualquer atividade. São Paulo: Lua de Papel, 2010.
HOUAISS, A. Design. [2021a]. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/corporati-
203
REFERÊNCIAS
UNIDADE I
1. Na realidade empresarial de hoje, fazer diferente pode ser uma forma de ob-
ter vantagem competitiva em relação à concorrência intensa do ramo de ati-
vidade em que se atua. Com base nos significados expostos sobre Inovação,
discorra sobre a sua importância para as empresas da atualidade.
De maneira bem simplista inovação significa fazer algo novo, é você mudar a forma
de pensar, agir, trabalhar, percebendo e identificando possíveis oportunidades de ne-
gócio ou de melhoria para algo que já esteja em andamento. Nas ideias de Mañas
(1993), a necessidade, diante dos concorrentes, de manter-se vivo, ser competitivo e
manter-se à frente é a noção fundamental da frequente procura da inovação, ou seja,
oferecer algo que ninguém mais consegue.
2. Quando falamos em Gestão, é possível observarmos uma mudança cons-
tante na forma em que o termo é encarado na prática das empresas. Em sua
opinião, qual a importância do gestor se adaptar às realidades de negócios
impostas pelo mercado?
O desenvolvimento de um novo produto, a criação de uma nova forma de desenvol-
ver um serviço, reduzir o custo operacional que reflete no preço final do produto ou
serviço são atitudes que permitem que o empresário conquiste novas fatias de mer-
cado, aumentando, como consequência, sua lucratividade. Tidd et al. (2008) afirmam
que uma vantagem significativa se relaciona a ser capaz de fazer algo que ninguém
mais pode ou fazer melhor que os demais. Hoje, as empresas lutam cada vez mais por
vantagens no mercado. A concorrência, cada vez mais acirrada, é uma preocupação
constante dentro desta realidade. É muito importante conhecer o concorrente, mas é
mais importante ainda tentar sair na frente dele, inovando e conquistando seu espaço
no mercado. Isso resume a importância do gestor se adaptar às realidades de negó-
cios impostas pelo mercado.
3. Ainda em relação à gestão de uma empresa, discorra sobre a importância/
necessidade da inserção de tecnologia no contexto da empresa.
O fato de se inserir e utilizar novas tecnologias em um ambiente empresarial resu-
me-se no atendimento das necessidades impostas pelo ambiente em questão. Tais
inovações tecnológicas, muitas vezes, até o momento de serem criadas e lançadas,
não eram necessárias. Mas com o passar do tempo, tal necessidade é percebida por
seu possível consumidor, que passa, posteriormente, a ficar condicionado a ela e, mais
adiante, buscar uma nova tecnologia que a supere. É a dinâmica da modernidade.
UNIDADE II
1. Inovação, no contexto da Administração moderna, pode proporcionar que
uma empresa cresça no mercado ou até mesmo apenas se mantenha, afinal,
competitividade, hoje em dia, faz parte da realidade organizacional. Inovar,
nem sempre é criar alguma coisa nova e diferente. Comente a respeito.
205
GABARITO
De acordo com as ideias de Drucker (1985 apud CARRETEIRO, 2009, p. 11), “Inovação
é o ato de atribuir novas capacidades aos recursos já existentes na empresa, para ge-
rar riqueza”. Sendo assim, inovar não significa apenas criar algo novo, mas também
remodelar aquilo que já existe para que seja realizado de uma maneira mais prática,
mais eficiente e também mais econômica. O fato de o empresário reestruturar sua
equipe de vendas com implantação de novos métodos de trabalho, por exemplo, é
considerado um processo inovador, pois este ato vem carregado de objetivos que
podem trazer benefícios para a organização como o aumento da receita e também
a redução de custos.
É possível identificar que a abordagem do tema Inovação tem se repercutido ao
longo da história da administração, sendo evidenciada com o passar dos anos por
diversos autores como uma necessidade empresarial. Observe as ideias de dois au-
tores, sendo um de 1993 e outro do ano de 2008: “A necessidade de ser competitivo,
de manter-se vivo ou de atirar-se e manter-se à frente dos concorrentes é a noção
fundamental da frequente procura da inovação” (MAÑAS,1993, p. 37).
2. Existem algumas características que marcam o perfil de um Gestor de Tec-
nologia. Uma delas é a Facilidade para iniciar novas relações humanas.
Analise a sua postura profissional e pontue o que você tem de bom e o que
pode melhorar em relação a essa característica.
Resposta de cunho pessoal que deve ser direcionada pelas características a seguir:
De acordo com Mattos (2005), um gestor tecnológico tem a necessidade de algu-
mas características, como segue:
Orientação profissional que enfatize a contribuição da tecnologia ao objetivo da
empresa.
Capacidade e experiência técnica afins com o setor correspondente.
Capacitação em gestão tecnológica e domínio de conceitos e metodologias.
Capacidade de organizar e manejar informações tecnoeconômicas.
Conhecimento sobre processamento de dados e informação por via eletrônica.
Capacidade para desenvolver missões e objetivos.
Competência interpessoal.
Capacidade de motivar e liderar outras pessoas.
Facilidade para iniciar e manter novas relações humanas.
Desejo de aprender e explorar de uma maneira contínua.
Poder de iniciativa.
Capacidade de negociação para lidar com conflitos.
GABARITO
4. Desenvolvimento:
• Também chamado de Desenvolvimento Tecnológico ou Desenvolvimento Ex-
perimental.
• É o uso sistemático de conhecimentos científicos ou tecnológicos, geralmente
alcançados por meio de pesquisas, com a finalidade de obter novos produtos
ou processos, ou seja, bens e serviços, ou também alcançar melhorias signifi-
cativas naqueles já existentes.
• Transforma um conjunto específico de tecnologias em projetos detalhados.
• Tais projetos são desenvolvidos considerando-se tanto as condições de inser-
ção no mercado quanto a força produtiva dos novos produtos e processos.
• Esta etapa tem por objetivo a viabilização de uma ideia ou concepção e sua
materialização por meio de protótipos, modelos de laboratório, instalações pi-
loto e todos os experimentos que possibilitam passar-se a engenharia.
• Não é de domínio exclusivo de grandes empresas, como ocorre na fase da pes-
quisa.
5. Engenharia:
• Dividida em 4 fases:
a) Projeto de Concepção:
• Desenvolvida a ideia do produto.
• Ex.: para concepção de um computador, é necessário decidir se a CPU (Unida-
de Central de Processamento) e o monitor podem ser combinados ou devem
ser separados.
b) Projeto Básico:
• São conduzidos experimentos para determinar se o conceito funcionará na
prática.
• Realizados testes das opções alternativas, gerando muito esforço dos envol-
vidos.
• Ex.: testes podem mostrar perda de funcionalidade colocar a CPU e o monitor
no mesmo gabinete e concluir que devem ser separados.
c) Projeto Detalhado:
• Podem ser criados protótipos do projeto, onde as características podem ser
testadas e analisadas.
• Vai além da engenharia. Envolve setores de produção e marketing, para avaliar
a força produtiva e aceitação do projeto pelo mercado.
GABARITO
UNIDADE III
1. Nesta unidade, vimos que existem 4 tipos diferentes de inovação, que os
autores Tidd et al. (2008) nomeiam de “4Ps” da inovação. Observe essas
categorias e escolha uma delas que se encaixe com a realidade de traba-
lho que você vivencia ou algum exemplo que você conheça. Após feito isso,
faça uma breve descrição sobre o impacto causado por esta inovação.
Resposta de cunho pessoal onde o aluno deverá escolher uma das categorias a se-
guir e relacionar com seu contexto organizacional no momento.
Para Tidd et al. (2008, p.30), existem quatro categorias de inovação, as quais ele cha-
ma de os “4 Ps” da inovação:
1. Inovação de produto mudanças nas coisas (produtos/serviços) que uma em-
presa oferece.
Ex.: novo modelo de carro; novo sistema de entretenimento doméstico.
2. Inovação de processo mudanças na forma em que os produtos/serviços são
209
GABARITO
criados e entregues.
Ex.: mudança nos métodos de fabricação do carro ou do sistema de entretenimento
doméstico.
3. Inovação de posição mudança no contexto em que produtos/serviços são
introduzidos.
Ex.: bebida originalmente lançada como medicamento e, posteriormente, após es-
quecidas as associações com doenças, relançada como energético.
4. Inovação de paradigma mudanças nos modelos mentais subjacentes que
orientam o que a empresa faz.
Ex.: introdução de linhas aéreas de baixo custo; oferta de seguro e outros serviços
financeiros pela internet.
2. Mudança é uma palavra que faz parte do nosso cotidiano. Porém, a mudan-
ça pode ser percebida por você de uma forma diferente que eu a percebo.
Pesquise algum produto ou serviço que possa ser utilizado como exemplifi-
cação dessa percepção da mudança por olhares diferentes. Descreva sobre
isso.
Resposta de cunho pessoal no qual o aluno deve descrever sobre um objeto que
tenha sofrido mudança (levando em consideração os 4 tipos) ao longo do tempo,
mas que esta tenha característica subjetiva.
3. Trabalhar em equipe é um aspecto importante e que precisa ser conside-
rado pela gestão para que o ambiente inovador seja adequado e para que
conflitos possam diminuir. Avalie sua forma de ser, agir e pensar e compare
com a de um(a) colega de trabalho. As formas se diferenciam em muitos
pontos? Discorra algumas linhas sobre isso.
A capacidade de se ter um efetivo trabalho em equipe é de importância vital para a
organização inovadora, pois a maioria do trabalho relacionado ao desenvolvimento
acaba sendo multidisciplinar, assim, se tal trabalho quer obter sucesso, requer a co-
laboração de vários indivíduos existentes no contexto.
Lidar com pessoas de personalidades diferentes da nossa é um ponto que pode
gerar muito conflito no ambiente de trabalho. Porém, a diversidade de opiniões,
ideias e maneiras de pensar pode ser encarada como ponto positivo para o cres-
cimento de uma empresa e para o surgimento de produtos, serviços ou processos
inovadores.
Diante disso, o aluno deve elaborar sua resposta comparando seu modo de agir
com o de um colega de trabalho ressaltando as diferenças no modo de pensar e
agir, encontradas.
4. “Os inovadores bem-sucedidos acumulam recursos técnicos e habilidades
gerenciais com o passar do tempo”. Tidd et al. (2008, p. 108) fizeram tal afir-
GABARITO
mação de maneira simples e sábia. Nos dias de hoje, a valorização pelo co-
nhecimento e o que ele pode agregar de valor para os negócios tem estado
em alta. E você? O que tem feito para acumular recursos técnicos e habilida-
des gerenciais? Isso é importante para você?
Resposta de cunho pessoal que deve seguir a seguinte estrutura:
O processo de aprendizagem se relaciona com o comportamento humano. É ne-
cessário reciprocidade entre as partes, onde uma deve “Querer ensinar” e a outra
“Querer aprender”. Vamos pegar um exemplo simples. Uma pessoa quer, ou melhor,
precisa aprender a utilizar a planilha eletrônica Excel. Caso essa necessidade não
venha carregada com uma dose de vontade, o professor pode ser muito bom, mas o
aprendizado não será tão eficiente. Desenvolver competências, hoje em dia, é uma
atitude que precisa estar impregnada no cotidiano profissional. Se quisermos ob-
ter resultados diferentes, precisamos fazer coisas diferentes. Caso optemos por não
aprender novidades e realizar sempre as mesmas ações, os resultados serão sempre
os mesmos. Esse fato, infelizmente, ainda faz parte da mentalidade de muitos em-
presários e gestores. Diante disso, discorra sobre suas expectativas em termos de
desenvolvimento pessoal e profissional, seus cursos, treinamentos etc.
UNIDADE IV
1. B.
2. D.
3. A.
4. C.
5. D.
6. A.
UNIDADE V
1. B.
2. D.
3. B.
4. D.
5. C.
211
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES