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Índice
Introdução ........................................................................................................................ 3
Conclusão........................................................................................................................ 12
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Introdução
Este trabalho aborda o Baixo Mondego e o antes e depois do emparcelamento nos
campos do Mondego.
A nível do património nacional existem inúmeros vestígios que remontam aos finais
da Idade Média, no entanto apesar deste vasto espólio, poucas são as infraestruturas
que existem salientando-se a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Figueira da
Foz e o Museu do Campo na Carapinheira.
Em suma, muito ainda há a fazer pelo Baixo Mondego, apesar dos seus campos já
terem sido cantados pelo ilustre Luís Vaz de Camões, na sua obra Os Lusíadas.
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Caracterização e localização do Baixo Mondego: Rio Mondego
O Baixo Mondego, pertencente à NUT III do litoral da região centro com cerca de
2062km2 de área, engloba oito concelhos: Coimbra, Cantanhede; Condeixa-a-Nova,
Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho, Penacova e Soure. Resulta sobretudo, do
cruzamento de influências humanas, hidrográficas e morfológicas, sendo cada uma
delas um marco de diversidade. Esta zona sofreu com as devastações próprias da
Reconquista, tendo-se formado em Coimbra um condado, em 878, perdido para os
muçulmanos em 987. Só com a reconquista definitiva de Coimbra, em 1064, e depois no
final do século com a constituição de Condado Portucalense, a legião do Baixo Mondego
passou a ter alguma estabilidade e paz. Os principais polos urbanos desta região são e
Coimbra e Figueira da Foz, onde a nível de atividades económicas, encontramos o
comércio e serviços. Verifica-se ainda uma componente agrícola muito forte,
sobressaindo as culturas do arroz e do milho. Este tem características típicas do litoral
nacional: grande densidade populacional, importantes serviços de saúde e de educação,
visto que Coimbra é um grande centro hospitalar (dois hospitais centrais) e educativo
(uma grande Universidade Nacional). A população do Baixo Mondego, apesar de
envelhecida, apresenta-se mais jovem que a região centro. A elevada humidade do ar,
a menor radiação global, o menor número de horas de luz e ainda as temperaturas
médias e mais amenas, influenciadas pelo regime mediterrâneo. As temperaturas mais
altas ocorrem em agosto e as mais baixas em janeiro, aumentando a temperatura com
a proximidade do mar, no inverno e diminuindo, no verão, sendo este um elemento
regulador da mesma. Os meses mais pluviosos são os de outubro a abril. A agricultura é
condicionada pelo clima. O Rio Mondego é um dos mais importantes rios de Portugal e
é o quinto maior rio português, com 227 km de extensão. Nasce na Serra da Estrela,
passa por três distritos e desagua no Oceano Atlântico, num estuário com 25 km de
comprimento na Figueira da Foz e constitui uma zona de convergência e transição entre
o Note Atlântico e o Sul Mediterrânico. Este rio acolhe várias espécies de aves: garças
reais, garças brancas pequenas e estorninhos malhados. Nos vales encontram-se os
terrenos mais férteis e produtivos. Os principais afluentes são o rio Dão, o rio Alva, o rio
Arunca e rio Ceira. A barragem da Aguieira alimenta-se do rio Mondego e pertence à
Bacia hidrográfica principal deste rio, mas também possuí uma bacia hidrográfica
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própria. Observando as cartas hidrográfica e hipsométrica de Portugal verificamos
que a rede fluvial do Mondego constitui uma bacia simétrica, medindo cerca de 700 mil
hectares, limitados pela Serra do Caramulo a norte e a Sul pela Estrela, que o rio principal
cai da nascente até Celorico da Beira, onde forma um pequeno patamar, indo até à Foz-
Dão, que a partir desta zona a depressão longitudinal diminui até à Portela e Coimbra e
onde se inicia um alargamento do leito até à Figueira da Foz. A bacia hidrográfica do
Mondego estende-se por duas unidades diferentes da Península: o maciço antigo ibérico
e a orla mesozoica ocidental, sendo as planícies e ondulações do litoral de forma
moderna terciária e quaternária. A Bacia de receção do rio Mondego é depois do rio
Sado e é escassa de arborização, declivosa, muito vincada e escavada, nem tem
patamares importantes, nem reservatórios regulares. É propícia a erosão violenta e a
cheias súbitas e curtas. Sabendo que os campos do Mondego eram extremamente
férteis para a produção de cerais, principalmente de arroz era necessário salvaguardar
os terrenos das cheias, muito frequentes até ao início de obras de regularização e
aproveitamento do rio.
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Emparcelamento rural do Baixo Mondego
O emparcelamento relaciona-se com a correção da estrutura fundiária antiga
fragmentada e irregular para uma estrutura mais funcional que assenta no traçado das
novas redes secundárias.
No que diz respeito à rede secundária de rega, antes do emparcelamento era uma rede
de rega pouco desenvolvida, constituída por valas e canais degradados que eram
alimentados pelos açudes construídos no rio, processado por ação da gravidade e
condicionada pelo fraco declive. Devido à variabilidade sazonal do caudal do rio
Mondego, nos meses de seca era normal haver pouca água para todas as explorações
agrícolas e, por isso, esta tornava-se um alvo por parte de todos os agricultores.
Por fim, no que diz respeito à estrutura fundiária, verificava-se que esta era irregular,
larga, dispersa e pouco funcional. O pós-emparcelamento trouxe à estrutura fundiária
mais funcionalidade, através da agregação dos vários prédios de cada proprietário,
permitindo o acesso de cada prédio às redes de rega, de drenagem e viária,
proporcionando, assim, melhores condições para que as explorações agrícolas fossem
mais eficientes.
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A evolução histórica da cultura do arroz
Introduzida na Península Ibérica pelos árabes a cultura do arroz é muito antiga.
Sendo que não há datas precisas relativamente à introdução da cultura do arroz nos
Campos do mondego, várias Fontes historiográficas concluem que o arroz já era
cultivado desde a segunda metade do século XVIII.
Eram os frades do mosteiro de Santa Cruz os mais poderosos proprietários das terras
do campo mondego, assim sendo praticavam orizicultura na Quinta de Foja, verificando-
se um maior desenvolvimento desde o século XVII.
A cultura do arroz manteve-se até meados do século XIX, progredindo até ao século XX.
Em 1800 a extensão da cultura foi favorecida devido ao alto preço do arroz e ao aumento
do consumo no meio urbano.
Em 1930, a cultura do arroz voltou a ser beneficiada, ou seja, tinha garantia de preços e
de escoamento de produção.
O Concelho de Montemor-o-Velho é aquele que contribui com maior parcela e, por isso,
é considerado o “coração” da origem e cultura do Baixo Mondego.
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Doença parasitária provocada pela existência de um parasita (inseto).
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Métodos e técnicas utilizadas
O método tradicional designado por “pouco mecanizado” assenta principalmente no
trabalho manual e no uso da tração animal, uma vez que apenas se recorre à tração
mecânica para a rebaixa e para a ceifa, é uma tecnologia muito localizada, verificando-
se praticamente ao Vale do Pranto, onde são piores as condições de drenagem.
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A disponibilidade de meios mecânicos para a produção de arroz está relacionada
com várias questões. Desde logo com a grande difusão da compra de equipamento
próprio, especialmente na zona mais central do desenvolvimento recente desta
atividade
A opção pela compra está, aliás, relacionada com vários fatores, não necessariamente
irracionais, como frequentemente se crê, entre os quais se destaca a possibilidade de
compatibilizar a escassez de tempo (que resulta, para certos agricultores, da
pluriatividade) com a manutenção de uma atividade que se reconhece rentável.
De facto, pode dizer-se que a compra de água atinge proporções elevadas. Na zona da
Ereira e Montemor-o-Velho a compra é a forma largamente maioritária, enquanto na
faixa central, até S. Martinho de Árvore e Ameal, a utilização de meios próprios será
superior à compra, mas não substancialmente.
Aliás vale a pena sublinhar que este recurso a serviços de rega exteriores tanto
representa uma possibilidade de compatibilização da atividade orizícola com o
desempenho de uma profissão não agrícola, dado que as exigências de trabalho
familiares por parte dos pequenos agricultores se reproduzem bastante, como significa,
em muitos casos, uma situação de dependência e até de inevitabilidade de praticar esta
cultura.
Com efeito, não só o acesso à água, não é, nas condições atuais, possível de fazer
diretamente, sem intervenção de quem controla uma zona vasta, como as próprias
condições físicas da cultura tornam imperativo, pelo alargamento que se produz, que
todos os agricultores dessa mesma área do campo façam arroz.
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Arroz do Baixo Mondego como património Nacional
Os campos de arroz dominam o património do Baixo Mondego, desde a sua paisagem,
da sua gastronomia, do seu folclore, da sua etnografia representando a identidade local.
Por isso é necessário preservar as tradições associadas às colheitas (penhora do arroz, o
ensacamento...), os testemunhos materiais, imateriais e orais da realidade dos
trabalhadores, os utensílios, as máquinas agrícolas e até mesmo as antigas indústrias de
descasque.
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Conclusão
O Baixo Mondego situa-se na NUT III do litoral da região centro, englobando oito
concelhos, com um clima temperado e é banhado pelo rio Mondego.
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Bibliografia e webgrafia
BARBOSA MARQUES LEAL, Luís Manuel. Monte Mayor: a terra e a gente. Câmara
Municipal de Montemor-o-Velho, 2006.
BARBOSA MARQUES LEAL, Luís Manuel. Monte Mayor: a terra e a gente. Câmara
Municipal de Montemor-o-Velho, 2007.
BARBOSA MARQUES LEAL, Luís Manuel. Monte Mayor: a terra e a gente. Câmara
Municipal de Montemor-o-Velho, 2010.
CRUZ COELHO, Maria Helena da. O Baixo Mondego nos finais da idade média-Volume I.
CRUZ COELHO, Maria Helena da. O Baixo Mondego nos finais da idade média-Volume II.
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