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Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba

DGTH – Licenciatura em Geografia


Região e Regionalização

Docente: Prof. Dr. Marcio Gomes

Discente: Gustavo Nunes De Castro;

Região Do Vale do Ribeira

Sorocaba, 2018

1 - Aspectos Gerais
O Vale do Ribeira é uma região que abrange 31 municípios de dois estados, São
Paulo e Paraná, 22 e 9, respectivamente. Algumas dessas cidades estão entre as
mais antigas do Brasil, e mesmo assim a região ainda preserva cerca de 20% de
toda a Mata Atlântica remanescente. Registro é a maior cidade da região, em
números de habitantes, e é considerada a “Capital do Vale do Ribeira”.O Território
do Vale Do Ribeira (São Paulo) abrange uma área de 18.112,80 Km² e é composto
por 22 municípios.A população total do território é de 443.325 habitantes, dos quais
114.995 vivem na área rural, o que corresponde a 25,94% do total. Possui 7.037
agricultores familiares, 159 famílias assentadas, 33 comunidades quilombolas e 13
terras indígenas. Seu IDH médio é 0,75. O Território do Vale Do Ribeira (Paraná)
abrange uma área de 6.079,30 Km² e é composto por 9 municípios. A população
total do território é de 100.880 habitantes, dos quais 43.131 vivem na área rural, o
que corresponde a 42,75% do total. Possui 5.596 agricultores familiares, 0 famílias
assentadas e 12 comunidades quilombolas. Seu IDH médio é 0,69.Na região, a
renda familiar baixa e a falta de perspectivas e de oportunidades de negócios, vem
favorecendo o aparecimento de bolsões de pobreza, tanto na área rural quanto na
urbana.

2 - Caracterização do meio físico


2.1 - Geologia e geomorfologia
Quanto às características do meio físico, a região apresenta-se em grande parte do seu
território, sobre um relevo ondulado e montanhoso com grandes desníveis altimétricos. Os
terrenos da região estão assentados predominantemente sobre rochas calcárias, com alto
poder de dissolução, sendo comum nessas áreas a presença de dolinas, sumidouros e
cavernas, típicas de terrenos cársticos.

Ocorrem muitas lavras (pedreiras) que exploram as rochas calcárias, (dolomíticas) para
fabricação de cal e como corretivo de solo e as calcíticas empregadas principalmente para
fabricação de cimento. Sendo estas rochas o bem mineral mais importante da região.

2.2 - Hidrografia
A região possui uma rede hidrográfica bastante densa que vai em direção ao Oceano
Atlântico pelo Rio Ribeira do Iguape. Esta rede hidrográfica forma rios encaixados e
movimentados, produzindo um cenário típico da região. Na região próxima ao núcleo
urbanos da região metropolitana de Curitiba, encontra-se as nascentes dos principais rios
formadores do Rio Ribeira, como o Capivari e o Rio Açungui. Estas nascentes estão
localizadas nos municípios de Colombo, Campo Magro, Almirante Tamandaré, Campo
Largo e Rio Branco do Sul. Estes rios estão outorgados o seu uso para a produção de
energia e ao abastecimento urbano. Ao mesmo tempo , de acordo com a legislação
Estadual dos Recursos Hídricos, parte desta região está incluída na Bacia Hidrográfica do
Alto Iguaçu e Alto Ribeira, para fins de planejamento e de uma ação integrada.

2.3 - Vegetação

Entendemos que o conjunto da formação vegetal é produto do material de origem das


condições climáticas. Devido a região apresentar climas diferenciados que caracteriza-se
nas porções mais baixas sob um regime tropical produz uma formação florestal típica da
mata atlântica. Esta formação ocorre nos grandes vales dos rios Ribeira, Açungui e Ponta
Grossa. Nas regiões de maior altitude, acima de 600m, caracterizam-se por apresentarem
uma formação florestal de transição, com predomínio de espécies de bracatinga, e tendo
nas altitudes superiores uma formação típica das florestas de Araucária.

Devido ao relevo acidentado, com grandes desníveis altimétricos, encontra-se ainda


remanescentes florestais preservados, com representantes da fauna típica da região.

2.4 - Clima

A região apresenta um clima tropical quente na região. Esta situação climática de altas
temperaturas no verão, temperaturas amenas no outono e inverno, altas precipitações, é
característicos no vale da ribeira.

Quando ocorre o aumento da altitude mais próximas o clima se torna mais amenos e
caracterizando por ter geadas pouco frequentes e chuvas distribuídas no decorrer do ano
principalmente nos meses de verão, denominado clima subtropical úmido. Sendo a
temperatura média da região em torno de 18°C.

3 - Uso do Solo
Desde que começou a ser explorado o Vale do Ribeira demonstrou o potencial como fonte
de recursos naturais em consequência das condições climáticas e conjuntos de habitats
naturais. Os colonizadores portugueses exploraram o local de forma principal para obter
minérios, o que de certa forma gerou espécie de degradação que até os dias de hoje não foi
recuperada em termos ambientais. Europeus também trabalharam de forma ativa em
explorar de modo aurífero.
Comunidades indígenas trabalhavam com o cultivo de arroz antes da chegada dos
portugueses. Até os dias de hoje esse tipo de cultura faz parte das comunidades que
residem no local. Destaque que começou a florescer depois do começo da República foi o
café que representou potência em termos de commodities até a chegada do Crack de 1929.
Banana e chá são outros tipos de culturas agrícolas que fazem sucesso no Vale do Ribeira.
Com o potencial natural o local representa fonte de alimentos baratos para populações que
moram nas proximidades.
Em São Paulo o vale está presente em 22 cidades, cada parte com conjuntos de belezas
naturais distintas que ajudam de forma direta como atração turística entre visitantes que
apreciam praticar ecoturismo. Consiste em local com belezas exuberantes e de destaque
em nível estadual. De acordo com estimativas do governo existem dez mil espécies
botânicas e de fauna reconhecida de forma mundial por ambiental natural de valor
incomensurável de acordo com a UNESCO.
A outra atividade econômica do Vale do Ribeira está relacionada à extração e
industrialização do palmito, que acaba esbarrando na legislação ambiental extremamente
preservacionista, visto que o produto in natura é extraído, na maioria das vezes, de forma
clandestina nas matas e reservas ambientais da região. Por outro lado, a produção da
pupunha no Vale do Ribeira ainda não atende às demandas de produção e consumo dos
grandes mercados nacionais e internacionais, quer por falta de recursos para o investimento
no plantio ou pelo simples fato de haver desinteresse dos produtores locais acostumados a
plantar somente bananas por quase um século.

A - Sistema Economico da Fruticultura - que se baseia na fruticultura tropical, explorada


pelas culturas cítricas da tangerina e da laranja. Este modelo está centrado na região de
Cerro Azul com pequenas influências nos municípios de Itaperussu, Rio Branco do Sul e Dr.
Ulisses. Este sistema de produção possui uma variação de rentabilidade econômica
variável. A produção é orientada para o mercado de Curitiba e de São Paulo. Os frutos
apresenta uma baixa qualidade, que interfere na remuneração dos agricultores.

B - Sistema Agroflorestal da Bracatinga - esta espécie florestal possui uma abrangência


nos municípios de Bocaiúva, Tunas, Rio Branco e Colombo. Esta espécie se destina a
produção de lenha e de estaca para a construção civil. O manejo deste sistema
agroflorestal, permite uma rentabilidade com uma exploração complementar, com a cultura
do milho e da apicultura. Nesta mesma região, registra-se a exploração de Pinus, atividade
madeireira voltada para indústria, que receberam incentivos fiscais na década de 70 e 80 e
que se apresentam em épocas de manejo florestal.

Populações no Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira também tem valor por causa da diversidade da população que se
encontra presente no ambiente desenvolvendo trabalhos para poder sobreviver de forma
sustentável. Existem povos de diversos tipos de raças e que formam cidades populosas e
desenvolvidas ao ponto de grande parte do povo viver no território urbano. Judeus,
japoneses, portugueses, enfim, existem diversos tipos de descendência que de certa forma
representa o respeito de etnias que existe na cultura e Constituição do Brasil.
Entre as variedades de povos que existem no Vale do Ribeira vale o destaque paras as
comunidades caiçaras, que representa os povos brasileiros gerados depois da relação entre
brancos portugueses e indígenas que se estabeleceram na parte de litoral que existe no
conjunto natural. Os caboclos caiçaras possuem relação íntima com a vida na natureza.
Também possuem experiência em cultivar culturas agrícolas para sobreviver com os
recursos naturais e não precisar dispor de valores financeiros para conseguir sobreviver.
Uma individualidade geográfica não resulta da simples consideração da geologia e do
clima. Isso não é uma coisa dada de antemão pela natureza. É preciso partir da idéia
de que uma região é um reservatório onde dormem energias na qual a natureza
depositou o germe, mas cujo emprego depende do homem. É ele quem, ao submetê-
las ao seu uso, traz à luz sua individualidade. Ele estabelece uma conexão entre os
traços dispersos; aos efeitos incoerentes de circunstâncias locais ele substitui um
concurso sistemático de forças. É só então que uma região se precisa e se diferencia e
transforma-se, por extensão, numa medalha cunhada à esfinge de um povo. (VIDAL
DE LA BLACHE, 1979, p.8)
Grande parte dos especialistas aponta que os caiçaras estão entre povos com maior nível
de simpatia entre os visitantes, inclusive entre demanda turística de fora do país. Ensinam
como funciona parte dos costumes que valorizam a relação entre homens e meio ambiente.
O local tem economia que avança também por causa da procura por ecoturismo entre
paulistanos que desejam escapar do agito de São Paulo para buscar ecologia e turismo no
Vale do Ribeira. Porém, as principais atividades econômicas do povo estão na pesca e
agricultura que acontece para o consumo doméstico.

Referência Bibliográfica;
OLIVEIRA, V.G. Manejo coletivo de recursos naturais na APA de Ilha Comprida.
Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais, Esalq/USP. Piracicaba, 2002

QUEIROZ, R. C. Atores e Reatores na Juréia: idéias e práticas do ecologismo. Dissertação


de Mestrado em Antropologia Social, IFCH/UNICAMP. Campinas, 1992.

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