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Nas paisagens amplas – e lindas – do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Amazônia,
vivem milhares de espécies de animais e plantas que só existem nessa região. Também habitam o Cerrado mais
de 14 milhões de pessoas, muitas das quais dependem da agricultura e da pecuária para sobreviver e ajudar a
economia a crescer. A “savana brasileira” é, ainda, a caixa d’água do país: concentra as principais nascentes e
alguns dos mais importantes afluentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazonas,
Paraguai e São Francisco).
Esse equilíbrio entre o agronegócio e o meio ambiente, porém, tem sido tenso. A expansão desordenada das
atividades do campo provoca desmatamento, perda de habitats e ameaça a disponibilidade de água. Por
acreditar que a atividade econômica e a conservação podem andar juntas, a TNC trabalha em parceria com
governos, produtores rurais e empresas dos setores de soja e carne para tornar essas cadeias produtivas mais
sustentáveis.
Um caminho que já está dando certo é testar e difundir boas práticas agrícolas e pecuárias, para que os
produtores possam produzir mais nos trechos que já estão abertos e, ao mesmo tempo, ajudar as famílias a
restaurar a vegetação em áreas essenciais para rios e nascentes. Outra frente de ação que tem funcionado é a
articulação com empresas e associações do agronegócio, para definir compromissos abrangentes de compra e
financiamento sustentável da produção, além do desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que ajudem a
cumprir esses compromissos.
O Cerrado é um dos principais biomas brasileiros, ocupando 2.036.448 km² do território nacional. E
mesmo assim, ainda é um bioma pouco conhecido e valorizado. Até poucas décadas atrás o…
O Cerrado é um dos principais biomas brasileiros, ocupando 2.036.448 km² do território nacional. E
mesmo assim, ainda é um bioma pouco conhecido e valorizado. Até poucas décadas atrás o
Cerrado era considerado de pouca beleza e utilidade, o que acabou contribuindo com sua rápida
destruição.
Apesar disso, hoje temos conhecimento de sua tamanha importância. Atualmente sua aparência é
considerada de rara beleza. Um verdadeiro mosaico de vegetação e rios com belíssimas cachoeiras,
sem contar a imensa variedade de animais. Em sua flora possui plantas que produzem frutos de
sabor peculiar, como o pequi, e outras tantas consideradas até mesmo medicinais.
Não apenas, o Cerrado também é responsável pelo fornecimento de água, seja por suas águas
subterrâneas ou pelas nascentes de diversos rios que contribuem para importantes bacias
hidrográficas do país.
A IMPORTÂNCIA DO CERRADO PARA A SAÚDE DO BRASIL
Apesar de ter mais ou menos a metade do tamanho da Amazônia, o Cerrado é composto por quase
o mesmo número de regiões ecológicas. Sua diversidade de ambientes está relacionada aos
diversos mosaicos de vegetação e sua localização central, que permite o contato com outros quatro
biomas brasileiros.
Essas áreas de contato são chamadas zonas de transição, nas quais os biomas adjacentes
compartilham espécies e, geralmente, apresentam maior biodiversidade.
A fauna do Cerrado é riquíssima. Vale ressaltar que, apenas entre os vertebrados, há mais de 800
espécies de aves e 1.200 peixes. Além disso, também podemos contabilizar 17% e 28% de
endemismo na fauna de répteis e anfíbios, respectivamente. Não apenas, se a fauna de vertebrados
ainda é pouco conhecida, a de invertebrados é ainda menos. Algumas estimativas apontam que
existem cerca de 90 mil espécies de invertebrados no Cerrado.
E tem mais, alguns estudos estimam que o Cerrado seja responsável por abrigar 13% das
borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins de toda a Região Neotropical.
A flora não fica para trás, já que o Cerrado é considerado uma das savanas de maior biodiversidade
do planeta. Aqui existem mais de 7 mil espécies de plantas vasculares. Também já sabe-se que
mais de 700 de suas espécies vegetais apresentam potencial de uso para a nossa sociedade.
Não apenas, cerca de 900 espécies de fungos já são conhecidos. E mais, pesquisadores acreditam
que possam existir mais de 38 mil espécies no Cerrado.
O Cerrado possui uma importância imensa para todo o país, incluindo o equilíbrio hidrológico. Isso
acontece porque, apesar do clima semiárido e ambiente com períodos de deficiência hídrica, as
águas das chuvas penetram no solo e abastecem aquíferos e nascentes.
Dessa forma, o solo da região é rico em água e, por vezes, chega a ser comparado a uma “caixa
d’água” para todo o continente. Nele há grandes reservatórios subterrâneos, dos quais se destaca
parte do Aqüífero Guarani.
Este bioma também é responsável por fornecer água para diversas regiões do país, porque é nele
que nascem rios de diferentes bacias hidrográficas. A água é um importante e valioso recurso
natural do Cerrado e, dentre suas valiosas funções ambientais, destacam-se a manutenção do
suprimento e a qualidade de água, serviços de extrema importância econômica e social.
Sabendo de tudo isso, é praticamente impossível não se preocupar com a preservação de uma área
tão bela, rica e importante para todos nós. E é com muito orgulho que a Geolab está presente nesta
área, sempre cuidando do meio ambiente através do nosso projeto Futuro Sustentável!
Uma última causa para a falta de água, mais especificamente em São Paulo, está
relacionada com problemas de gestão pública e planejamento de infraestrutura. Em
2004, na renovação de sua concessão, a SABESP já sabia que a quantidade
limitada de água existente, bem como a grande dependência em relação ao
sistema Cantareira – o maior da região –, seria um grave problema nos anos
posteriores. Por isso, se obras de abastecimento tivessem sido realizadas, talvez o
problema pudesse ter sido evitado.
Atualmente, os sistemas de abastecimento de São Paulo sofrem baixas históricas,
com destaque para o próprio sistema Cantareira, que já teve de liberar suas
reservas do primeiro e do segundo volume morto. Com isso, um racionamento de
água parece ser a única solução a curto prazo, além da construção de novas
barragens e realização de obras de transposição local.
Os impactos da falta de água no Brasil são variados. Muitos analistas, em razão
das chuvas abaixo da média no início de 2015, apontam cenários caóticos caso
medidas urgentes não sejam tomadas. Além disso, vale lembrar que outras regiões
brasileiras, além do Sudeste, vêm passando pelo mesmo problema, o que gera
certa preocupação em torno da produção de energia, que, por ser em maior parte
fornecida por hidrelétricas, depende muito da disponibilidade de água no país.