Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
11ºano (exame)
Condicionalismos naturais
O clima e os recursos hídricos:
o A irregularidade da precipitação (espacial e temporal) prejudica a agricultura. Assim,
para compensar as secas em certas regiões, armazena-se a água nas albufeiras,
aumentando o potencial agrícola das regiões, ao permitir o regadio e uma maior
diversidade de culturas.
Fatores humanos
→O sector agrícola, mantém algum peso na criação de emprego, e detém uma grande
importância na ocupação do espaço e na preservação da paisagem, constituindo mesmo a
base económica essencial de alguns áreas acentuadamente rurais do país.
Sistemas de cultura
→Ocupação do solo:
o Sistema intensivo – o solo é total e
continuamente ocupado;
o Sistema extensivo – não há uma ocupação
permanente e contínua do solo; pratica-se a rotação
de culturas, por vezes, com recurso ao pousio.
→Culturas:
o Policultura – mistura de culturas no mesmo
campo, e colheitas que se sucedem umas às outras,
geralmente em áreas de solos férteis e irrigados;
o Monocultura – cultivo de um só produto no mesmo campo, associado a solos mais
pobres ou à moderna produção de mercado.
→Necessidade de rega:
o Regadio – precisam de rega regular;
o Sequeiro – com pouca necessidade de água.
→Morfologia dos campos:
o De grande ou média dimensão, com uma forma regular e sem vedação (campo
aberto);
o De pequena ou média dimensão, com uma forma irregular e com vedação (campo
fechado).
Características da agricultura:
• Tradicional de autoconsumo e subsistência:
o Produtividade baixa;
o Uso de utensílios/objetos obsoletos;
o Elevado número de trabalhadores;
o Uso de fertilizantes naturais que promovem
a produção sem prejudicar o solo;
o Qualidade superior à quantidade;
o População com experiências mas com
formação adequada;
o Predomina a policultura em áreas pequenas (minifúndios)ex: “quintaizinhos”;
1-3-4
Produção agrícola
A uma maior área de cultivo pode não corresponder maior produção, pois existem
diferenças no rendimento agrícola (relação entre a produção e a superfície cultivada), que
advêm das características das culturas, da fertilidade dos solos e das tecnologias utilizadas.
A população agrícola
PAC:
A Política Agrícola Comum (PAC) entrou em vigor a 1958 com o Tratado de Roma.
Problemas anteriores:
• Produção agrícola insuficiente;
• Pouca representatividade da agricultura no emprego e no PIB
Objetivos da PAC:
• Desenvolver a agricultura, melhorando a produtividade;
• Estabilizar os mercados;
• Melhorar o nível de vida dos agricultores;
• Assegurar preços acessíveis aos cidadãos;
• Garantir a segurança dos abastecimentos.
Exame Geografia (11º ano) 9
Princípios ou pilares da PAC:
• Unicidade de mercado – estabelecer um mercado agrícola único – eliminar as barreiras
alfandegárias e harmonizar as regras sanitárias e as normas técnicas;
• Preferência comunitária – evitar a concorrência dos produtos estrangeiros,
estabelecendo preços mínimos para as importações e subsídios para as exportações;
• Solidariedade financeira – FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola):
o FEOGA – orientação: financia os programas e projetos destinados a melhorar as
estruturas agrícolas (construção de infraestruturas agrícolas, redimensionamento das
explorações)
o FEOGA- garantia: financia as despesas de regulação dos preços e dos mercados
(apoio direto aos agricultores, despesas de armazenamento, restituições às
exportações, etc.)
Em 2005 foram criados o FEAGA- fundo europeu agrícola de garantia e o FEADER – fundo
europeu agrícola para o desenvolvimento rural – que substituíram o FEOGA
1ª reforma – 1992
Para reequilibrar a oferta e a procura:
✓ Diminuição dos preços agrícolas garantidos;
✓ Ajudas diretas aos produtores;
✓ Reformas antecipadas;
✓ Orientação da produção para novas produções;
✓ Incentivos à pluriatividade.
Para respeitar e preservar o ambiente:
✓ Promoção do pousio temporário;
✓ Incentivo à prática da agricultura biológica;
✓ Desenvolvimento da silvicultura.
2ª reforma – 1999 (Agenda 2000)
Prioridades:
✓ Segurança alimentar e bem-estar animal;
✓ Agricultura sustentável/ preservação ambiental;
✓ Desenvolvimento rural → novo pilar da PAC.
Valorização da agricultura nas suas diferentes vertentes:
✓ Económica – pelo contributo da agricultura para o crescimento económico;
✓ Social – por ser a principal atividade e forma de sobrevivência de muitas aldeias;
✓ Ambiental – por conservar os espaços, proteger a biodiversidade e a paisagem;
✓ Ordenamento do território – porque ocupa grande parte do território e, por isso,
enquadra os restantes usos do solo.
A agricultura portuguesa
A agricultura portuguesa caracterizava-se por um grande atraso em relação aos
países comunitários:
• a produtividade e o rendimento eram muito inferiores aos dos restantes países-
membros;
• o investimento era muito reduzido e as técnicas pouco evoluídas;
• as infraestruturas agrícolas eram insuficientes e as características das estruturas
fundiárias dificultavam o desenvolvimento do setor;
• havia pouca experiência de concorrência nos mercados interno e externo.
Estas fragilidades da agricultura portuguesa foram reconhecidas no Programa de Pré-
adesão e no Tratado de Adesão, o que permitiu o benefício de condições especiais e uma
integração faseada:
• na 1ª fase de integração, até 1990, Portugal não esteve sujeito às regras de preços e
mercados da PAC, e usufruiu dos incentivos financeiros do PEDAP (Programa Específico
de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa);
Sustentabilidade do turismo:
As atividades turísticas devem ser planeadas no respeito pelo ambiente e pelos
valores culturais locais, preservando a diversidade biológica e cultural e promovendo a
qualidade da oferta, ajustando-a à capacidade de ocupação dos lugares.
Produtos tradicionais → Com a crescente procura de alimentos de qualidade, aumenta-se
a venda de produtos tradicionais, o que desenvolve as áreas rurais.
O artesanato constitui também uma forma de diversificar as atividades rurais e de criar
emprego, e é um elemento representativo da identidade cultural que importa preservar.
A instalação de indústrias em áreas rurais pode ser promovida pela oferta de:
o mão de obra relativamente barata;
o infraestruturas e boas acessibilidades;
o serviços de apoio à atividade produtiva;
o proximidade de mercados regionais com alguma importância;
Serviços:
Os serviços podem desenvolver as áreas rurais, pois:
o proporcionam melhor qualidade de vida;
o criam emprego, promovendo a fixação da população;
o apoiam outras atividades económicas.
→A PAC, ao valorizar o papel do agricultor como agente de conservação ambiental,
incentiva a criação de novos serviços na área do ambiente.
Silvicultura:
Energia eólica:
Os locais mais adequados para a produção de energia eólica situam-se, regra geral,
em áreas rurais. A instalação de parques eólicos contribui para aumentar a oferta de
emprego e para diversificar a base económica da população rural (o que aumenta a prática
da pluriatividade e do plurirrendimento).
Energia hídrica:
A energia hídrica foi sempre muito utilizada nas áreas rurais, mas é também o
recurso nacional mais utilizado para a produção de eletricidade, nas centrais hidroelétricas.
Atualmente, aposta-se na construção de mini-hídricas que têm impactes ambientais
menores e que podem servir melhor pequenas localidades.
Definir cidade :
Nos espaços urbanos destacam-se as cidades. Estas caracterizam-se:
o pela densa ocupação humana e elevado índice de construção;
o pela intensa afluência de trânsito;
o pela concentração de atividades terciárias;
o pelo elevado nº de equipamentos sociais, desportivos e culturais.
As áreas terciárias
- O centro da cidade:
Nas cidades, identifica-se uma área central – o CBD (Central Business District). Nele,
há uma grande concentração de atividades terciárias, que geram emprego e constituem
uma oferta diversificada de:
o comércio especializado e banal;
o serviços especializados, como os do governo e da administração pública, finanças e
economia, de apoio às empresas, e de apoio ao cidadão;
o animação lúdica e cultural;
o hotéis e restauração.
Assim, no CBD, há uma grande concentração de funções raras, principalmente as
mais sensíveis à centralidade. Para o CBD convergem as principais artérias de circulação, o
que lhe confere acessibilidade e centralidade, mas também intenso tráfego de veículos e
peões.
Demograficamente, o CBD tem:
o uma numerosa população flutuante;
o um reduzido nº de habitantes – essencialmente idosos e jovens adultos bem sucedidos.
Diferenciação espacial
No CBD, os estabelecimentos de maior prestígio e os serviços que necessitam de
maior contacto com o público ocupam o piso térreo e as ruas principais, enquanto que as
funções com menor importância ocupam os andares mais altos e as ruas secundárias.
Nas margens do centro, predomina o comércio grossista (transação de bens entre o
produtor e o retalhista), e nas ruas mais centrais, o comércio retalhista (venda de bens
diretamente ao consumidor e em quantidades limitadas).
As áreas residenciais
As áreas industriais
Muitas indústrias deixaram a cidade devido:
• à grande exigência de espaço;
• ao elevado custo do solo e das rendas;
• ao congestionamento do trânsito e pouco estacionamento;
• à poluição e ruído;
O planeamento urbano contempla áreas destinadas à indústria na periferia – zonas
ou parques industriais.
→Nas cidades mantêm-se indústrias como a panificação, a confeção de alta-costura,
as artes gráficas e a joalharia.
Dinamismo económico
Saturação de infraestruturas
o Incapacidade de resposta de infraestruturas e serviços;
o Trânsito, dificuldade de estacionamento e poluição automóvel.
Degradação e precariedade das habitações
o Alguns edifícios de habitação começam a degradar-se pois os arrendatários ou
proprietários não investem na sua renovação;
o A população de recursos escassos ocupa casas degradadas, ou habita em bairros de
lata ou de génese clandestina.
Envelhecimento da população urbana e solidão
o A população urbana tem vindo a envelhecer, e a se tornar mais solitária;
o Com a ausência dos pais, alguns jovens tornam-se indisciplinados e delinquentes;
o As deslocações pendulares provocam stresse e doenças do sistema nervoso;
o Nas cidades, a solidão revela-se também pelo forte anonimato.
o
Exame Geografia (11º ano) 23
Desemprego e pobreza
o A pobreza urbana inclui desempregados, idosos com baixas pensões, trabalhadores mal
remunerados, famílias monoparentais, minorias étnicas e culturais e sem-abrigos;
o A pobreza e as desigualdades sociais impulsionam a criminalidade e a consequente
insegurança.
Pressão ambiental
o Poluição sonora, luminosa e atmosférica;
o Ilhas de calor nas áreas centrais das cidades, causadas pelos materiais de construção e
pela impermeabilização dos solos, que absorvem e refletem a radiação solar, pela
climatização e iluminação artificiais, e pelo calor gerado pelos transportes pela forte
concentração de gases poluentes;
o Ocupação de solos com elevada aptidão agrícola e áreas sensíveis do ponto de vista
ambiental;
o Falta de zonas verdes e de caminhos pedonais;
o A paisagem urbana é desvirtuada por agressões que diminuem a sua qualidade estética.
O papel do planeamento:
O planeamento procura gerir a utilização do espaço de forma equilibrada, de modo
a criar condições de vida adequadas para a população. Neste âmbito, assumem particular
importância os Planos Municipais do Ordenamento do Território (PMOT):
• o Plano Diretor Municipal (PDM) – instrumento de gestão territorial de nível local que
fixa as linhas gerais de ocupação do território municipal;
• os Planos de Urbanização (PU) – definem a organização espacial de uma área do
perímetro urbano do território municipal onde seja necessária uma intervenção;
• os Planos de Pormenor (PP) – desenvolvem e concretizam propostas de organização
espacial de qualquer área específica do concelho.
Desequilíbrios a atenuar
→O desequilíbrio da rede urbana portuguesa evidencia-se pelo contraste:
o na dimensão demográfica dos centros urbanos;
o na repartição geográfica – forte concentração urbana no litoral (litoralização);
o no nível de funções – predomínio das funções de nível superior nas principais áreas
urbanas do litoral, com destaque para Lisboa e Porto.
Economias de aglomeração
As áreas urbanas atraem as atividades económicas, e estas, por sua vez, contribuem
para a expansão das áreas urbanas. Aplica-se aqui o princípio das economias de escala –
racionalizar os investimentos de forma a obter o menor custo unitário.
As vantagens das grandes concentrações urbanas advêm do facto destas
funcionarem como economias de escala – a população e as várias empresas utilizam as
mesmas infraestruturas de transporte, comunicação, distribuição de água, energia, etc, para
além de beneficiarem das respetivas relações de complementaridade.
Rede nacional:
É necessario uma ✓ muitas cidades pequenas;
reorganização e consolidação ✓ poucas cidades médias
da rede urbana, na prespetiva ✓ duas grandes cidades (AMP e AML que
de um desenvolvimento concentram grande parte da população e da
Modos de transporte
Competitividade dos diferentes modos de transporte
Em Portugal Continental, o transporte rodoviário é o mais utilizado no tráfego
interno de mercadorias e de passageiros. O seu papel dominante deve-se à:
o grande flexibilidade de itinerários;
o maior diversidade de veículos e adequação à carga e aos espaços em que vai circular.
O transporte ferroviário perdeu capacidade competitiva. Porém, evidencia uma
tendência de recuperação no tráfego:
o suburbano, pela maior segurança e rapidez e pelo menor impacte ambiental;
o inter-regional de passageiros, pela rapidez.
No tráfego externo de mercadorias, o transporte marítimo ocupa o primeiro lugar
por ser o mais adequado para transportar cargas volumosas e pesadas a longas distâncias.
Este modo de transporte tem-se tornado mais competitivo, nas curtas e médias distâncias
com:
o a utilização dos navios rápidos, mais leves e velozes;
o a modernização dos portos marítimos.
O transporte aéreo é o mais importante no tráfego de passageiros de longa
distância, porém tem ainda fraca representatividade. O aumento da capacidade de carga e
da autonomia de voo confere maior competitividade ao transporte aéreo de mercadorias.
Redes de telecomunicações
Com o desenvolvimento das telecomunicações a difusão de informação, a distância-
tempo e a distância-custo diminuíram bastante. Surgiu então um novo conceito de espaço,
o ciberespaço, onde se desenvolve uma interação casa vez maior entre pessoas, empresas e
organizações de todo o mundo.
As tecnologias da informação e da comunicação (TIC) são cada vez mais utilizadas e
têm hoje em dia uma função fundamental na dinamização das atividades económicas e das
relações territoriais.
A distribuição espacial das redes de telecomunicação
Em Portugal tem havido progressos significativos tanto no que diz respeito à criação
de infraestruturas e ao alargamento das redes de telecomunicação, como no que se refere à
capacidade de acesso e de utilização.
Os contrastes apresentados pela distribuição das redes de telecomunicação podem-
se explicar pela maior concentração da população e atividades económicas no litoral.
As TIC
O papel das TIC no dinamismo dos espaços geográficos
Os fluxos de informação tendem a ser cada vez mais rápidos e intensos, aumentando os
contactos e o intercâmbio entre áreas geograficamente distantes.
São cada vez mais comuns o telecomércio – realização de negócios e transações
comerciais à distância – e o teletrabalho, que permite a realização do trabalho a partir de
casa sem a deslocação física do trabalhador.
Assiste-se, também, ao crescimento do número de serviços disponíveis através da
internet, o que, além de aumentar a sua acessibilidade por parte dos cidadãos, dinamiza a
utilização dos próprios serviços, reduzindo custos e aumentando a sua rendibilidade.
Natureza e biodiversidade
O domínio «natureza e biodiversidade» pretende proteger, conservar, restabelecer e
desenvolver o funcionamento dos ecossistemas, de modo a travar a desertificação e a perda
de biodiversidade. Nesse âmbito, têm sido adotadas medidas:
• proteger e restaurar a estrutura e o funcionamento dos sistemas naturais;
• deter a perda da biodiversidade, na UE e à escala mundial;
• proteger os solos da erosão e da poluição;
• proteger as águas marinhas e as espécies piscícolas ameaçadas;
• promover a utilização sustentável dos recursos biológicos.
Recursos naturais e resíduos
O domínio «recursos naturais e resíduos» pretende aumentar a eficiência na utilização dos
recursos naturais e na gestão de recursos e resíduos, a fim de assegurar padrões de
produção e de consumo mais sustentáveis, e de assegurar que o consumo de recursos
naturais não ultrapassa a capacidade de carga do ambiente. Nesse âmbito, deve-se:
• monitorizar a qualidade das águas;
• drenar e tratar as águas residuais;
• conservar e valorizar as florestas, os solos, as orlas costeiras, as paisagens naturais e as
águas marinhas;
• apoiar a sustentabilidade das atividades económicas, para melhorar o desempenho
ambiental das empresas;
• promover o uso de tecnologias com menor impacte ambiental;
• prevenir a produção de resíduos;
• recuperar, incinerar e depositar resíduos em aterros.
Ambiente, saúde e qualidade de vida
O domínio «ambiente, saúde e qualidade de vida» pretende contribuir para um elevado
nível de qualidade de vida e de bem-estar social para os cidadãos, proporcionando um
ambiente em que o nível de poluição não provoque efeitos nocivos na saúde humana e no
ambiente. Nesse âmbito, têm sido adotadas medidas:
• monitorização da qualidade do ar e da água para consumo;
• alargamento dos sistemas de drenagem e tratamento das águas residuais e de recolha
e tratamento de resíduos;