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Direito da Família – 2º ano Dia: turma A

Teste único 17/12/2020


Duração: 90 minutos

I (6 v.)
Catarina e David, que viviam em união de facto há cinco anos, decidiram ter um filho
mediante técnica de procriação medicamente assistida (PMA), com recurso a sémen de
dador com quociente de inteligência (QI) muito elevado, por acharem que assim seria
maior a probabilidade de o futuro descendente vir a ter um melhor futuro. Na sequência
da aplicação desta técnica, com o consentimento de Catarina e David, nasceu António.
Um mês depois, mais precisamente no dia seguinte àquele em que se tinha separado de
David, Catarina declarou o nascimento da criança e identificou-se como sua mãe, sem ter
aludido ao facto de ter havido PMA. Após ter ouvido Catarina em declarações, o
Ministério Público chamou David e disse que este ficaria a constar imediatamente no
registo como pai de António. David contestou a afirmação, alegando que não perfilhava
a criança, porque não tinha qualquer ligação biológica com esta. Pronuncie-se sobre o
problema em apreço.

II (6 v.)
Fernanda e Guilherme, casados, mas separados de facto, progenitores de Helena, que
tem oito anos de idade, pretendem apresentar numa conservatória do registo civil acordo
que contém, entre outras, as seguintes cláusulas: a) Helena residirá habitualmente uma
semana com um progenitor e outra semana com o outro progenitor; b) Atendendo à
repartição equitativa do tempo de convívio, nenhum dos progenitores estará obrigado a
prestar alimentos à criança; c) De qualquer modo, as questões de particular importância e
as orientações educativas mais relevantes serão definidas sempre por acordo entre o pai e
a mãe; d) A administração dos bens da filha incumbirá exclusivamente a Fernanda. Tome
posição sobre as cláusulas deste projecto de acordo.

III (8 v.)
Onze meses antes de se casarem, Samuel e Renata outorgam convenção antenupcial, em
que se estipula que: a) Serão próprios os bens adquiridos depois do casamento por
doação e comuns todos os frutos adquiridos, também depois do casamento, por virtude
de bens próprios; b) Qualquer um dos cônjuges poderá doar livremente dinheiro que
tenha recebido pelo seu trabalho a quem entender; c) As dívidas que venham a ser
contraídas para fazer obras na casa de morada da família, a fixar num imóvel que Renata
leva para o casamento, só responsabilizam o cônjuge que as tiver contraído e o respectivo
património próprio; d) Renata poderá alienar ou onerar livremente todos os seus imóveis
próprios. Aprecie a validade e o teor da convenção, sem se esquecer de indicar
fundamentadamente o regime de bens que vigora para o casamento.

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