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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE

DIREITO DA ª VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DO FORO


REGIONAL DE SANTO ANDRÉ/ SP

**URGENTE**

DOUGLAS SILVESTRE PICCININ, brasileiro, casado, portador da


cédula de identidade sob o nº 45.998.463-SSP/SP, e do CPF/MF sob o nº
386.581.688-67, residente e domiciliado na Rua Adriatico, nº 151, Jd. Do Estádio,
Santo André – SP – CEP 09172-180, e, CAMILA MARIA TAVARES
PICCININ, brasileira, casada, portadora da cédula de identidade sob o nº
39.394.077-SSP/SP, e do CPF/MF sob o nº 401.113.138-56, residente e
domiciliada na Rua Adriatico, nº 151, Jd. do Estádio, Santo André/ SP – CEP
09172-180, por sua advogada que esta subscreve, conforme incluso instrumento
de mandato (DOC. 01 e DOC. 02), vêm, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, apresentar

AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL

pelos fatos e fundamento a seguir:

DAS INTIMAÇÕES
Preliminarmente, requer-se a Vossa Excelência que as intimações
alusivas ao presente feito sejam dirigidas EXCLUSIVAMENTE à advogada
ALINE DIAS, inscrita na OAB/SP sob o nº 377.933, sob pena de nulidade.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


A nossa Carta Magna assegura às pessoas o acesso ao Judiciário,
senão vejamos:
“CF/ 88 – Art. 5º, LXXIV – o Estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.

Neste caminho a Lei 1.060/50, garante a assistência judiciária à parte


processual, in verbis:

“Art. 4º - A parte gozará dos benefícios da


assistência judiciária, mediante simples
afirmação, na própria Petição Inicial, de que
não está em condições de pagar à custa do
processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família”.

Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos,, que


os Requerentes têm direito e, assim requerem os benefícios da JUSTIÇA
GRATUITA, pois não possuem condições para, sem o prejuízo de sua
manutenção e de sua família, arcar com as custas do processo em comento
(artigos 98 e 99, §3º do Código de Processo Civil).

I – DOS FATOS

Os cônjuges casaram-se na data de 18 de julho de 2015, permanecendo


juntos desde então, sob o Regime de Comunhão Parcial de Bens (DOC. 03).

Ocorre que é impossível a permanência entre os cônjuges.

Dessa forma, pretende os cônjuges o divórcio, visto que não lhe é mais
satisfatório permanecer casados entre si.

O casal não possui filhos, porém possuem 02 (dois) animais de estimação


– cachorros, que teêm como filhos.

Posto isso, os cônjuges vêm pleitear a tutela jurisdicional para ver seus
direitos resguardados no que concerne ao pedido de Divórcio Consensual.

II – DA GUARDA COMPARTILHADA DOS ANIMAIS DE


ESTIMAÇÃO - CACHORROS

O casal possui 02 (dois) cachorros, contraídos na constância do


casamento, que atende pelo nome de Valentina e Ivan, com idade de 04 e 03
anos. Os Requerentes estão de comum acordo que os cachorros ficarão com
residência estabelecida junto à Requerente, com guarda compartilha entre
ambos, porém com alternanância quinzenal para que com cada Requerente,
sem prejuízo, a ambas as partes, da perda definitiva da guarda compartilhada,
pela prática de violência ou maus tratos ao animal, de acordo com o artigo 32ª,
da Lei nº 9.605/98.

Não obstante, fica acordado que as despesas com veterinário,


medicamentos, vacinas, internações, alimentação e higiene serão
compartilhadas entre os cônjuges.

Apesar do Código Civil ainda classificar o referido animal como semovente,


e pela ausência de normas que regulamentem o compartilhamento da guarda de
animal de estimação, direito a ser tutelado em decorrência da relação afetiva
desenvolvida, roga-se pela homologação com fulcro no artigo 4º da Lei nº
4.657/42, que prevê, quando omissa a lei, a decisão consonante com a analogia,
os costumes e os princípios gerais do direito. Ademais, reafirma a jurisprudência
em RESP 673.214 acerca da relevância desse vínculo afetivo, reconhecendo
estudos sobre a matéria que qualifica “os animais não humanos como seres
sencientes com um sistema nervoso cientificamente capaz de sentir dor e
experimentar outras emoções, incluindo sofrimento e angústia.” Sendo assim, faz-
se imprescindível a convivência compartilhada ddo animal entre as partes a fim
de minimizar o seu sofrimento em decorrência do distanciamento do casal, em
detrimento à dissolução do casamento.

III – DA AUSÊNCIA DE BENS A PARTILHAR


Declaram os requerentes inexistirem bens imóveis ou móveis a ser objeto
de partilha.

IV – DOS NOMES

Diante da dissolução matrimonial, requer seja alterado o nome dos ex-


cônjuges, para o de solteiro.

A cônjuge passará a utilizar novamente o seu nome de solteira, qual


seja: CAMILA MARIA TAVARES.

V - DO EMBASAMENTO JURÍDICO

Em face do exposto, nos precisos termos do artigo 226, §6º da


Constituição Federal, diz:
O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Ainda, aduz o artigo 1.574:

Dar-se-á a separação judicial por mutuo


consentimento dos cônjuges que forem casados por
mais de um ano e o manifestarem perante juiz,
sendo por ele devidamente homologada a
convenção.

Nesse diapasão ensina João Roberto Parizatto:

O casamento apesar de todos os critérios legais


exigidos pelo Código Civil deve reunir pessoas
que se amam e querem constituir família, quando
esses deverão ter tolerância reciproca, respeito,
confiança, aliado a tantos outros fatores para que
a união tenha condições de sobreviver.
Deflagrado o desamor, a falta de confiança e
respeito, não se justifica a continuidade da
relação, podendo a separação ser decretada
como ato benéfico aos próprios cônjuges.
(PARIZATTO, João Roberto. Separação e
Divórcio: alimentos. 4. ed. Leme: Edipa, 2004. p.
26).

VI – DOS PEDIDOS:

a) Seja julgado procedente o pedido de divórcio consensual, com base


no artigo 226, §6º, da CF/88, pondo fim à sociedade conjugal existente
entre os cônjuges, por não haver possibilidade de reconciliação entre
os mesmos;

b) A guarda compartilhada dos animais de estimação – Valentina e Ivan,


conforme os termos apresentados;

c) Seja expedido mandado de averbação para o Cartório de Registro


Civil;
d) Sejam alterados os nomes dos ex-cônjuges para o de solteiro;

e) A concessão do benefícios da justiça gratuita, tendo em vista que o


Requerentes não possuem recursos de arcar com as despesas do
processo, sem prejuízo próprio e de sua família, nos termos da Lei
1.060/50 e dos artigos 98 e 99, §3º, do CPC;

VII– DAS PROVAS

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial, documental e o depoimento das partes.

VIII – DO VALOR DA CAUSA


Dá à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais).

Termos em que espera DEFERIMENTO.

São Paulo, 02 de agosto de 2023.

ALINE DIAS
OAB/SP 377.933

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