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Aula 08/03/2024
Família e Sucessões

FAMÍLIA AVUNCULAR

Casamento e ou união estável formada entre tio e sobrinha ou tia e sobrinho

Dos Impedimentos

Art. 1.521. Não podem casar:

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau


inclusive;

Art. 3º Se algum dos nubentes, para frustrar os efeitos do exame médico


desfavorável, pretender habilitar-se, ou habilitar-se para casamento, perante outro
juiz, incorrerá na pena do art. 237 do Código Penal.

Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe


cause a nulidade absoluta:
• Pena - detenção, de três meses a um ano.
Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus representantes
legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que
nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão,
para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente,
sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto
de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.
• O que fazer?
STJ – AREsp 417119 - atestado médico emitido por dois médicos
afirmando não existir inconveniente sob o ponto de vista da sanidade e da saúde
de qualquer deles e da prole.

Cumprida a exigência, mitiga-se o impedimento.

• Casos de casamento avuncular


STJ AREsp 417.119 (2013)

Após o falecimento de um homem (o tio abaixo), um cidadão pediu:

a) A anulação do casamento entre um tio e sobrinha pela falta do exame emitido


pelos 2 médicos, e
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b) o reconhecimento de união estável homoafetiva entre os dois.

Masss,

a sobrinha juntou prova de ter se submetido a uma histerectomia (remoção do


útero) antes do casamento.

• Casamento nuncupativo
• Não existem objetivos pré-constituídos para o casamento, que
descumpridos, imporiam sua nulidade, mormente naqueles realizados com
evidente possibilidade de óbito de um dos nubentes - casamento nuncupativo
-, pois esses se afastam tanto do usual que, salvaguardada as situações
constantes dos arts. 166 e 167 do CC-02, que tratam das nulidades do negócio
jurídico, devem, independentemente do fim perseguido pelos nubentes, serem
ratificados judicialmente.
• E no amplo espectro que se forma com essa assertiva, nada impede que o
casamento nuncupativo realizado tenha como motivação central, ou
única, a consolidação de meros efeitos sucessórios em favor de um dos
nubentes - pois essa circunstância não macula o ato com um dos vícios citados
nos arts. 166 e 167 do CC-02: incapacidade; ilicitude do motivo e do objeto;
malferimento da forma, fraude ou simulação. Recurso ao qual se nega
provimento.
• (STJ, REsp 1330023 / RN, RECURSO ESPECIAL 2012/0032878-2, Relator(a)
Ministra NANCYANDRIGHI (1118) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento 05/11/2013 Data da Publicação/Fonte DJe 29/11/2013)
• Casamento avuncular
STJ – MS 29310 (2010)

Aos 72 anos, um juiz se casou com sua sobrinha de 25 anos, apenas alguns
meses antes de falecer.

O TCU anulou a pensão;


Sobrinha (esposa) questionou a via utilizada, pois havia casamento

Marco Aurélio em 2010 reestabeleceu a pensão

O Ministro Marco Aurélio, em 2020/2021 (sessão virtual) afirmou que

“não se trata aqui de decretar a nulidade do negócio jurídico, e sim, negar


validade a ele, quando identificados fortes indícios de fraude, no que tange ao
efeito gerador da pensão estatutária”

O caso é realmente estarrecedor e mostra que não se tem respeito maior pela
fidelidade de propósito, respeito maior com a coisa pública.
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• Família fissional

É a entidade familiar composta por pessoas que fizeram a opção, ou por


circunstâncias da vida, de viverem juntas somente nos finais de semana ou por
períodos de férias, viagens ou lazer.

Esta expressão tem sua origem no latim fissione, de fissão, cindir.

Mas não é uma família que tenha uma fissão, apenas uma maneira diferente de
convivência.
Pessoas ficam juntos por determinado período do ano ou aos finais de semana
Por, trabalho, preferencia...
• Família homoafetiva
Casamento
x
União estável
Família isossexual

Art. 1.566, CC. São deveres de ambos os cônjuges:


I - fidelidade recíproca;

Art. 1.724, CC. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos


deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação
dos filhos. União estável aqui

• ? A lealdade como dever decorrente da união estável (artigo 1724 do CC) e a


fidelidade como dever do casamento (artigo 1566 do CC) são óbices para o
reconhecimento de uniões poligâmicas para fins do Direito de Família ?

• Famílias paralelas

Situação em que uma pessoa,


não necessariamente o homem, convive com outra pessoa,
não necessariamente uma mulher,
em dois núcleos distintos e simultâneos.

DIREITO DAS FAMÍLIAS. UNIÃO ESTÁVEL CONTEMPORÂNEA A CASAMENTO.


UNIÃO DÚPLICE. POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO FACE ÀS
PECULIARIDADES DO CASO.

Ao longo de vinte e cinco anos, a apelante e o apelado mantiveram um


relacionamento afetivo, que possibilitou o nascimento de três filhos. Nesse
período de convivência afetiva - pública, contínua e duradoura - um cuidou do
outro, amorosamente, emocionalmente, materialmente, fisicamente e
sexualmente.
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Durante esses anos, amaram, sofreram, brigaram, reconciliaram, choraram, riram,


cresceram, evoluíram, criaram os filhos e cuidaram dos netos. Tais fatos
comprovam a concreta disposição do casal para construir um lar com um subjetivo
ânimo de permanência que o tempo objetivamente confirma. Isso é família.
O que no caso é polêmico é o fato de o apelado, à época dos fatos, estar
casado civilmente. Há, ainda, dificuldade de o Poder Judiciário lidar com a
existência de uniões dúplices. Há muito moralismo, conservadorismo e
preconceito em matéria de Direito de Família.
TJMG. Apelação Cível nº. 1.0017.05.016882-6/003 --- 2008

TJRS reconhece “união estável paralela ao casamento”


(processo nº 70082663261, novembro de 2020)

O apelo ao TJRS foi movido por mulher que se relacionou por mais de 14
anos com o parceiro, enquanto ele mantinha-se legalmente casado – e até
que morresse, em 2011.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) atendeu parcialmente a


pedido em recurso e reconheceu união estável concomitante ao casamento.

A questão chegou ao STF

Tema 529: Possibilidade de reconhecimento jurídico de união estável e de


relação homoafetiva concomitantes, com o consequente rateio de pensão
por morte, no RE 1.045.273/SE.

Homem com união estável reconhecida judicialmente com uma mulher


E também em união estável com outro homem

• Tese fixada pelo STF


A preexistência de casamento ou de união estável de um dos conviventes,
ressalvada a exceção do artigo 1723, §1º do Código Civil,

impede o reconhecimento de novo vínculo referente ao mesmo período,


INCLUSIVE para fins previdenciários, em virtude da consagração do dever de
fidelidade e da monogamia pelo ordenamento jurídico-constitucional brasileiro.
• Opinião
O não reconhecimento da família paralela é boa solução?
Tese do stf, impede o reconhecimento de novo vinculo referente ao mesmo
período, inclusive para fins previdenciários
1723, paragrafo 1
Casado, separou de fato de contrai união estável, a nova pessoa tem direitos se
ele voltar ao casamento
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2 parte

• Família multiespécie
 núcleo familiar humano em convivência compartilhada com os seus animais de
estimação

• No Código Civil de 2002, os animais são tratados como


 Objetos destinados a circular riquezas art. 445, § 2º (venda de animais);

 Garantir dívidas (art. 1.444) (penhor pecuário); ou

 Estabelecer responsabilidade civil (art. 936).

Classificação

Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Alteração do CC

Dos Bens Móveis e Animais

Art. 82-A Os animais, que são objeto de direito, são considerados seres vivos
dotados de sensibilidade e passíveis de proteção jurídica, em virtude da sua
natureza especial.

§ 1º A proteção jurídica prevista no caput será regulada por lei especial, a qual
disporá sobre o tratamento ético adequado aos animais; ainda não existe

§ 2º Até que sobrevenha lei especial, são aplicáveis subsidiariamente aos


animais as disposições relativas aos bens, desde que não sejam incompatíveis
com a sua natureza e sejam aplicadas considerando a sua sensibilidade;

§ 3º Da relação afetiva entre humanos e animais pode derivar legitimidade para a


tutela correspondente de interesses, bem como pretensão indenizatória por
perdas e danos sofridos.

AGRAVO DE INSTRUMENTO.

Decisão que extinguiu a ação, parcialmente, em relação ao pedido de “posse


compartilhada e regime de visitas” de cão de estimação do casal, por
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entender o MM. Juiz singular que o Juízo da Família e Sucessões não é


competente, pois a questão é cível.

Competência para julgar o pedido que é do juízo da 3ª Vara de Família e


Sucessões do Foro Central, em que se discute o reconhecimento e dissolução de
união estável.

TJSP 2018, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2052114-52.2018.8.26.0000


AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO – DECISÃO QUE
INDEFERIU A FIXAÇÃO DE POSSE COMPARTILHADA E REGIME
PROVISÓRIO DE CONVIVÊNCIA DO AGRAVANTE COM ANIMAL DE
ESTIMAÇÃO –
CONVIVÊNCIA COM O GATO “MEL” QUE INTEGRAVA A ROTINA DIÁRIA DO
CASAL DESDE O ANO DE 2007 – ANIMAL QUE ESTÁ SOB A POSSE DA
AGRAVADA DESDE A SEPARAÇÃO DE FATO DO CASAL, OCORRIDA EM
AGOSTO DE 2015 –
ANIMAL QUE EXERCE AUXÍLIO À AGRAVADA EM TRATAMENTO
PSICOLÓGICO – POSSE DO ANIMAL QUE DEVE PERMANECER COM A
AGRAVADA –
AGRAVANTE QUE, NO ENTANTO, DEMONSTRA TER GRANDE AFETO PELO
ANIMAL DE ESTIMAÇÃO –
REFORMA PARCIAL DA DECISÃO AGRAVADA PARA O FIM DE QUE POSSA O
AGRAVANTE PERMANECER COM O ANIMAL DE ESTIMAÇÃO EM FINAIS DE
SEMANA ALTERNADOS, DAS 10 HORAS DO SÁBADO ÀS 17 HORAS DO
DOMINGO. DÁ-SE PROVIMENTO EM PARTE AO RECURSO.
TJSP, 2016, Agravo de instrumento 2128999-78.2016.8.26.0000.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIMINAR DE BUSCA E APREENSÃO – ANIMAL


DE ESTIMAÇÃO – AQUISIÇÃO DURANTE NAMORO – DISCUSSÃO SOBRE A
PROPRIEDADE DO BEM – ACORDO FIRMADO - POSSE COMPARTILHADA -
[...] Muito se discute atualmente se animal deve ser considerado coisa ou ser.
A jurisprudência deste E. Tribunal tem reconhecido que o animal integra o núcleo
familiar – precedentes; -
Presente demanda não deve ser tratada apenas como apreensão de uma
"coisa" - deve-se levar em conta todas as peculiaridades do caso e os interesses
das partes, que apresentam inquestionável estima pelo animal; -
Apesar de não estar configurado o instituto da união estável, nos termos do art.
1723 e seguintes do Código Civil no presente caso, já que as partes apenas
mantiveram namoro, não há óbice para que seja instituída posse compartilhada do
animal, nos moldes de uma "guarda compartilhada". RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO
TJSP, 2018, Agravo de instrumento 2197295-21.2017.8.26.0000

AGRAVO DE INSTRUMENTO. GUARDA-COMPARTILHADA. INSTITUTO DO


DIREITO DE FAMÍLIA. APLICAÇÃO AOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO. DISCÓRDIA
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ACERCA DA POSSE DOS BICHOS. AUSENCIA DE PLAUSIBILIDADE DO


DIREITO. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. IMPOSSIBILIDADE.
2. Inexiste plausibilidade jurídica no pedido de aplicação do instituto de
família, mais especificamente a guarda compartilhada, aos animais de
estimação, quando os consortes não têm consenso a quem caberá a posse dos
bichos.
Tratando-se de semoventes, são tratados como coisas pelo Código Civil e
como tal devem ser compartilhados, caso reste configurado que foram
adquiridos com esforço comum e no curso do casamento ou da entidade familiar
(artigo 1.725, CC).
3. In casu, ausente o prévio reconhecimento da união estável, deve-se aguardar a
devida instrução e formação do conjunto probatório, para se decidir sobre os bens
a partilhar.
TJDF, 2017, Agravo de instrumento 20160020474570 0050135-88.2016.8.07.0000

 Os animais de estimação são seres sencientes (tem sensações).

 Discute-se o melhor interesse do animal?

Projeto de Lei 179/2023

O Projeto de Lei 179/2023 reconhece a família multiespécie como entidade


familiar e garante pensão alimentícia para animais de estimação.

(Câmara dos Deputados).

• Princípio de proteção da dignidade da pessoa humana


art. 1.º, inc. III, da CF/1988 afirma que o nosso Estado Democrático de Direito tem
como fundamento a dignidade da pessoa humana.

Qual é o conteúdo da dignidade?

A dignidade humana pode ser descrita como um fenômeno cuja existência é


anterior e externa à ordem jurídica, e nela foi incorporado.

Trata-se da ideia que reconhece aos seres humanos um status diferenciado na


natureza, independentemente de atribuição por qualquer ordem jurídica”.
• Quais os tipos de bem de família?
Voluntário: art. 1.711 do Código Civil

Legal: Lei n. 8.009/90


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• Julgado
• Art. 226, CF: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
• § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes.

• LEI Nº 8.009, DE 29 DE MARÇO DE 1990.


• Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é
impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial,
fiscal

• STJ, REsp 182.223/SP – no slide a seguir:

A interpretação teleológica do art. 1º, da Lei 8.009/1990, revela que a norma


não se limita ao resguardo da família.

Seu escopo definitivo é a proteção de um direito fundamental da pessoa


humana: o direito à moradia.

Se assim ocorre, não faz sentido proteger quem vive em grupo e abandonar
o indivíduo que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solidão.

É impenhorável, por efeito do preceito contido no art. 1º da Lei 8.009/1990, o


imóvel em que reside, SOZINHO, o devedor celibatário.

PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA

Princípio da afetividade

A comunidade de existência formada pelos membros de uma família é


moldada pelo liame socioafetivo vincula cada um, sem aniquilar as suas
individualidades.

Afetividade

Princípio da afetividade – cont.


Art. 1.584. A guarda:

§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai
ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a
natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as
relações de afinidade e afetividade.

Abandono paterno-filial
Alexandre Fortes - 2005
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Primeira instância – sem indenização / havia pagamento regular da pensão

Apelação Cível 408.555-5 MG- reformou a decisão


“Princípio da afetividade. A dor sofrida pelo filho, em virtude do abandono
paterno, que o privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e
psíquico, deve ser indenizável, com fulcro no princípio da dignidade da
pessoa humana”

Um filho conseguiu na Justiça o direito de receber indenização de 200 salários


mínimos (R$ 52 mil) de seu pai, por ter sido abandonado por ele aos seis anos de
idade. A decisão é da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Alçada de Minas Gerais.
Ainda cabe recurso.

Os juízes acolheram o recurso proposto pelo estudante de Ciências da


Computação, Alexandre Batista Fortes, de 23 anos. Em primeira instância, o
pedido de reparação pelo abandono havia sido negado.

• O relator do recurso, juiz Unias Silva, registrou que "a família já não se baseia
mais em uma relação de poder ou provimento econômico, mas num convívio
cercado de afeto e carinho entre pais e filhos".

• Segundo informações do site Espaço Vital, a pensão alimentícia, ultimamente


de cerca de R$ 1,2 mil, sempre foi paga pelo pai. Mas Alexandre garante que
"só queria do pai amor e o reconhecimento como filho".
• O advogado Rodrigo Pereira da Cunha, em nome do autor da ação, sustentou
que “o pai não deu alimento para a alma do filho. Sempre foi um pai muito
ausente, nunca cedeu aos apelos do filho, o que é ruim, pois a presença do pai
é fundamental para a formação da personalidade de cada um”.

Legislação a respeito do acompanhamento filial


Art. 229, CF. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores

Art. 1.634, CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:

I - dirigir-lhes a criação e a educação

Em 2012 - Superior Tribunal de Justiça STJ, REsp 1.159.242/SP

Abandono afetivo. Compensação por dano moral. POSSIBILIDADE.

“Comprovar que a imposição legal de cuidar da prole foi descumprida


implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob a forma de
omissão.
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Apesar das inúmeras hipóteses que minimizam a possibilidade de pleno


cuidado de um dos genitores em relação à sua prole, existe um núcleo
mínimo de cuidados parentais que, para além do mero cumprimento da lei,
garantam aos filhos, ao menos quanto à afetividade, condições para uma
adequada formação psicológica e inserção social.”

Ministra Nancy Andrighi - amar é faculdade, cuidar é dever

• Prescrição
03 anos a partir da maioridade: para pedir indenização por abandono afetivo

Art. 206 CC:

§ 3º Em três anos:
V - a pretensão de reparação civil;

Artigo 1.694: os parentes são até o quarto grau, então até os parentes de quarto
grau podem pedir pensão
Ao cônjuge não pode ser atribuído um grau de parentesco pois ele não é parente,
é cônjuge
Os enteados são mais fácil de conseguir e os cônjuges, os sogros é mais difícil
porém como são parentes pode.
• Art. 197, CC. Não corre a prescrição:

II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;


"O prazo prescricional das ações de indenização por abandono afetivo começa a
fluir com a maioridade do interessado.
Isso porque não corre a prescrição entre ascendentes e descendentes até a
cessação dos deveres inerentes ao poder familiar"
REsp 1.298.576-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 21/8/2012.

• Princípio da solidariedade familiar

• Tanto na hipótese dos alimentos entre colaterais de terceiro e quarto graus,


quanto no caso dos alimentos entre parentes por afinidade, o fundamento
justificador da imposição é, sem dúvida, a solidariedade familiar. Para que
serve um parente, senão para ser solidário com o outro nos momentos de
necessidade?
• Frustra-se a própria fundamentação do parentesco negar o reconhecimento da
obrigação alimentar em tais hipóteses.
• (FARIAS; ROSENVALD.2012, p. 820).
• Princípio da igualdade substancial entre os filhos
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Art. 227, § 6º, CF: os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação

CC/1916 - Art. 337. São legítimos os filhos concebidos na constância do


casamento

Art. 376. O parentesco resultante da adoção limita-se ao adotante e ao adotado.

Art. 377. Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a


relação de adoção NÃO envolve a de sucessão hereditária.

• Princípio do planejamento familiar

Princípio da não intervenção ou da liberdade


Art 226, § 7º, CF:
Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade
responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao
Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,
vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

Art. 1.513, CC: é defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito privado
interferir na comunhão de vida instituída pela família.
• Centro de Pesquisas de Assistência Integrada à Mulher e à Criança
(CPAIMC) 1974 - 1994

Financiamento por instituições como a Family Planning International Assistance

Estratégia agressiva e eficaz na criação e consolidação de uma ideologia


contraceptiva intervencionista.
Financiou treinamentos de profissionais vinculados ao ensino da medicina, da
enfermagem e de outras áreas afins, e sustentou uma rede de médicos que
atuavam na realização de esterilização cirúrgica, doando o equipamento e
subsidiando as suas atividades.

• Princípio da igualdade entre cônjuges e companheiros


• No CC de 1916
• Art. 233. O marido é o chefe da sociedade conjugal.

• Compete-lhe:

• I. A representação legal da família.


• II. A administração dos bens comuns e dos particulares da mulher.
• III. Direito de fixar e mudar o domicílio da família.
• IV. O direito de autorizar a profissão da mulher e a sua residência fora do tecto
conjugal.
• V. Prover à manutenção da família.
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• Diferença na igualdade
• Art. 1.643, CC02. Podem os cônjuges, independentemente de autorização
um do outro:
• I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;

• Art. 247, CC16. Presume-se a mulher autorizada pelo marido:

• I. Para a compra, ainda a crédito, das coisas necessárias à economia


doméstica.
• Princípio do facilitação da dissolução do casamento
• Lei do divórcio
 18 casamentos/uniões

 6 casamentos civis
• Lei n. 6.515/77 – Lei do divórcio
Colocou fim ao instituto do Desquite

• O desquite foi instituído no ano de 1942, a partir do artigo 315, da Lei nº 3.071,
de 1º de janeiro de 1916 (Código Civil de 1916).
• Este era uma modalidade de separação do casal e de seus bens materiais,
sem romper o vínculo conjugal, o que impedia novos casamentos.
• Assim, o desquite rompia a sociedade conjugal, pondo fim aos deveres de
coabitação e de fidelidade recíproca e ao regime de bens, mas mantinha
incólume o vínculo matrimonial.
• Nesse contexto, o termo desquite - significando não quites, em débito para
com a sociedade - remete ao rompimento conjugal em uma época em que o
casamento era perpétuo e indissolúvel
• Princípio da igualdade na chefia familiar
• Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente
• Princípio da função social da família

Deve haver um ambiente saudável para o desenvolvimento de seus membros de


forma digna, principalmente para os filhos menores, pois estes estão se moldando
de acordo com os valores que lhe são repassados

Semana fantástica

Cc1916: sem separação e sem divorcio


1972: desquite – equivalia a separação judicial (não podia se casar mais
civilmente)
1977: divórcio e separação (a separação não permite se casar novamente)
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Casamento
Natureza jurídica: o que isso (algum assunto) quer dizer para o direito
No casamento a teoria contratualista é a predominante porém não é a única certa

Função social da família

Contrato de namoro: anterior ao casamento, anterior a formação de um casal mais


sério. O contrato de namoro afasta a união estável, fundamentalmente, entretanto
as realidade dos fatos é superior a realidade contratual. Se eles conviver como um
casal publicamente e ficar caracterizado a união estável o contrato não terá
validade. Ele é feito para a proteção de bens
A intenção de constituir família não caracteriza união estável ainda que haja
coabitação.
Capacidade para casamento: poder fazer. Ela impede que uma pessoa se case
com qualquer pessoa. Está relacionado a idade, ou a quem é absolutamente
incapaz
Idade núbio: 16 anos já tem capacidade para se casar
Quem é emancipado não precisa de autorização
Se um dos dois pais não autorizar poderá recorrer ao juiz para solução do
desacordo: 1631, cc. A autorização pode ser revogada, 1518
O casamento sem autorização do juiz ou dos pais é anulado: 1550
Impedimento: tem suas nuances, atinge determinadas pessoas em certas
situações.

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