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Direito Civil

Da celebração do casamento. tivessem ciência da revogação,


responderá por perdas e danos.
A celebração será suspensa se algum dos
contraentes: O nubente que não estiver em eminente
risco de vida poderá fazer-se representar
- Recusar a solene afirmação da sua no casamento nuncupativo.
vontade
A eficácia do mandato não ultrapassará
- Declarar que esta não é livre e 90 dias.
espontânea
Só por instrumento público se poderá
- Manifestar-se arrependido revogar o mandato.
(não será admitido retratação no mesmo Provas do Casamento.
dia).
Diretas: certidão de casamento
Casamento urgente: em caso de
moléstia grave de um dos nubentes, o *Justificada a falta/perda do registro, é
presidente do ato (juiz de paz), irá admissível qualquer outra espécie de
celebrá-lo onde se encontrar o impedido, prova.
sendo urgente, ainda que a noite, perante
2 testemunhas que saibam ler e escrever. Casamento consular: casamento de
brasileiro, celebrado no estrangeiro:
*Na falta do juiz de paz, poderá ser um deverá ser registrado em 180 dias, a
substituto legal. contar da volta de 1 ou ambos os
cônjuges ao Brasil, no cartório do
Casamento nuncupativo: Quando 1 respectivo domicílio ou em sua falta, no
dos nubentes estiver em iminente risco 1º Ofício da Capital do Estado em que
de vida, não obtendo a presença do juiz passarem a residir (portanto, para que
de paz e nem de substituto, poderá o tenha validade no Brasil, necessário
casamento ser celebrado na presença de registro do matrimonio no BR).
6 testemunhas (que não tenha
parentesco em linha reta ou colateral até Invalidade do casamento (NULO)
3º grau).
É nulo o casamento por infringência de
Realizado o casamento, devem as impedimento (art. 1521) – qualquer
testemunhas comparecer perante a interessado pode propor a ação de
autoridade judicial mais próxima em 10 nulidade, inclusive o MP.
dias, pedindo que lhes tome a termo a
declaração: É anulável o casamento:

Que foram convocadas por parte do 1). De quem não completou idade
enfermo, que este parecia em perigo de mínima para casar-se – 180 dias
vida, mas em seu juízo, e que em sua 2). Do menor em idade núbil, sem
presença, declaram os contraentes, livre autorização do representante legal –
e espontaneamente, receber-se como prazo de 180 dias.
marido e mulher.
3). Por vício da vontade – 3 anos:
Casamento por procuração: mediante
procuração, por instrumento público, Se houver erro essencial quanto à pessoa
com poderes especiais. do outro, sendo este erro:

A revogação do mandato não necessita • Diz respeito a identidade, sua


chegar ao conhecimento do mandatário, honra e boa fama, sendo esse
mas celebrado o casamento sem que o erro aquele que torno
mandatário ou o outro contraente insuportável a vida em comum
• Ignorância de crime anterior ao todos os efeitos até o dia da sentença
casamento que, por sua natureza anulatória.
torne insuportável a vida em
Se somente 1 estava de boa-fé – efeitos
comum
somente a este e aos filhos.
• Ignorância, anterior ao
casamento de defeito físico Ambos de má-fé – efeitos somente aos
irremediável que não seja filhos.
deficiência ou de moléstia grave
(inclui quem nunca se dá a Quando o casamento for anulado por
prática sexual – estéril não). culpa de 1 dos cônjuges, este incorrerá:

4). Do incapaz de consentir ou manifestar • Perda de todas as vantagens


seu consentimento – 180 dias havidas do cônjuge inocente (só
se for comunhão universal de
5). Realizado pelo mandatário, sem que bens).
ele ou outro contraente soubesse da • Na obrigação de cumprir as
revogação do mandato, e não sobrevindo promessas que lhe fez no
coabitação entre os cônjuges – 180 dias contrato antenupcial.
6). Por incompetência da autoridade Eficácia do Casamento
celebrante – 2 anos
Homem e mulher assumem a condição
*Pessoa deficiente em idade núbia de consortes, companheiros e
poderá contrair matrimonio, expressando responsáveis pelos encargos da família.
sua vontade ou por meio de seu
responsável/curador. *Poderá acrescer ao seu sobrenome, o
do outro.
Anulação de casamento de menor de 16
anos, será requerida: Deveres dos cônjuges:

• Pelo cônjuge do menor • Fidelidade recíproca


• Seus representantes legais • Mútua assistência
• Por seus ascendentes • Sustento, guarda e educação dos
filhos
*O menor que não completou a idade • Respeito e consideração mútuos
núbil poderá, depois de completá-la,
confirmar seu casamento, com a - A direção da sociedade conjugal será
autorização de seus pais ou suprimento exercida por ambos, havendo
judicial. divergência, poderá recorrer ao juiz.

Anulável o casamento por coação, - Se um dos cônjuges estiver em lugar


quando o consentimento de um ou não sabido por mais de 180 dias,
ambos os cônjuges houverem sido interditado judicialmente ou privado, o
captados mediante fundado temor de outro exercerá com exclusividade a
mal considerável ou iminente para a vida direção da família, cabendo-lhe a
sua e de seus familiares (somente o administração dos bens.
cônjuge que incidiu em erro ou sofreu
Dissolução da sociedade e do vínculo
coação pode demandar a anulação,
conjugal.
todavia, a coabitação, havendo ciência
do vício, valida o ato) – 4 anos. A sociedade conjugal termina:
Casamento putativo: embora anulável • Pela morte de 1 dos cônjuges
ou nulo, se contraído de boa-fé por • Pela nulidade ou anulação do
ambos os cônjuges, p casamento em casamento
relação a estes, como aos filhos, produz • Pelo divorcio
Dissolvido o casamento, o cônjuge utilizados em fertilização in vitro),
poderá manter o nome de casado. decorrentes de concepção
artificial homologa (marido).
Qualquer dos cônjuges pode propor a
ação de separação judicial, imputando ao • Havidos por inseminação
outro qualquer ato que importe grave artificial heteróloga
violação dos deveres do casamento e (espermatozoides não são do
torne insuportável a vida em comum. marido e sim de doador), desde
que tenha previa autorização do
Caracteriza a impossibilidade da marido.
comunhão de vida:
*Se a mulher contrair novas núpcias e lhe
• Adultério nascer algum filho, no prazo de 300 dias,
• Tentativa de morte este se presume do primeiro marido, já
• Sevícia ou injuria grave que nasceu dentro do prazo de 300 dias,
• Abandono voluntário do lar, a contar da data do falecimento desde, e
durante 1 ano contínuo do segundo, se nascimento ocorrer após
• Condenação por crime infamante o prazo.
• Conduta desonrosa
Cabe ao marido o direito de contestar a
A sentença de separação judicial importa paternidade dos filhos nascidos de sua
a separação de corpos e partilha de bens. mulher, sendo a ação
IMPRESCRÍTIVEL (Ação negatória de
O cônjuge considerado culpado na ação paternidade).
de separação judicial, perder o direito de
usar o sobrenome. A filiação de prova com certidão de
nascimento, a falta ou defeito do termo
*O divórcio pode ser concedido sem a de nascimento poderá provar-se a
prévia partilha de bens. filiação por qualquer meio admitido:
Filiação • Quando houver começo de prova
Os filhos, havidos ou não da relação de por escrito, proveniente dos pais,
casamento, ou por adoção, terão os conjunta ou separadamente
mesmos direitos, proibida qualquer • Quando existirem veementes
discriminação. presunções resultantes de fatos já
certos
Presumem-se concebidos do
casamento os filhos: A ação de prova de filiação compete ao
filho, enquanto viver, passando aos
• Nascidos 180 dias depois de herdeiros (Investigação de Paternidade).
estabelecida a convivência
conjugal Reconhecimento dos filhos
• Nascidos nos 300 subsequentes à O filho havido fora do casamento pode
dissolução da sociedade conjugal, ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
por morte, separação judicial, separadamente.
nulidade e anulação do
Súmula 277 STJ – julgada procedente a
casamento
investigação de paternidade, os
• Havidos por fecundação artificial alimentos são devidos a partir da citação.
homóloga (espermatozoides
pertencem ao marido), mesmo O reconhecimento de filhos havidos fora
que falecido o marido. do casamento é irrevogável e será feito:
• Havidos, a qualquer tempo, - No registro de nascimento
quando se tratar de embriões
excedentários (que não foram
- Por escritura pública ou escritura mãe não for conhecida ou capaz, será o
particular tutor do menor.
- Por testamento Extinção do Poder Familiar
- Por manifestação direta e expressa Extingue-se o poder familiar:
perante o juiz
- Pela morte dos pais ou do filho
*O reconhecimento pode proceder o
nascimento do filho ou ser posterior ao - Pela emancipação
seu falecimento, se ele deixar - Pela maioridade
descendente.
- Pela adoção
O filho havido fora do casamento,
reconhecido por 1 dos cônjuges, não - Por decisão judicial
poderá residir no lar conjugal sem o
*Pai/Mãe que contrai novas núpcias não
consentimento do outro.
perde os direitos ao poder familiar,
O filho reconhecido enquanto menor = exercendo-os sem qualquer interferência
ficará sob a guarda do genitor que o no novo cônjuge/companheiro.
reconheceu e se ambos o reconhecerem
Suspensão do Poder Familiar
e não houver acordo, sob aquele que
melhor atende aos interesses do menor. + subjetivo/temporário – pode ser
somente inerente a 1 dos filhos.
Filho maior = não pode ser
reconhecimento sem o seu Se o pai/mãe abusar de sua autoridade,
consentimento, e o menor pode faltando aos seus deveres, cabe ao juiz,
impugnar o reconhecimento nos 4 anos requerendo algum parente ou MP, adotar
que se seguirem à maioridade ou a medida que lhe pareça segura ao
emancipação. menor, até suspendendo o poder
familiar.
Adoção
*suspende igualmente o pai/mãe
A adoção de crianças e adolescentes será condenados por sentença irrecorrível em
deferida na forma da lei 8069 (ECA). virtude de crime cuja pena é de até 2
A adoção de maiores de 18 anos anos de prisão.
dependerá da assistência efetiva do Destituição do Poder Familiar
Poder Público e de sentença constitutiva,
aplicando-se, no que couber as regras da Definitiva/inerente a todos os filhos.
lei 8069.
Poderá por ato judicial o poder familiar o
Poder Familiar pai/mãe que:
Quem tem o poder familiar? Os pais e na • Castigar imoderadamente o filho
falta ou impedimento de um deles, o • Deixa o filho em abandono
outro exercerá com exclusividade.
• Praticar atos contrários a moral e
Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, bons costumes
enquanto menores – até 18 anos. • Incidir, reiteradamente, nas faltas
Separação judicial, divórcio e a previstas de suspensão
dissolução da união estável, NÃO • Entregar de forma irregular o
ALTERAM as relações entre pais e filhos. filho a 3º para fins de adoção
• Praticar contra outro que tem o
O filho, não reconhecido pelo pai, fica
mesmo poder familiar homicídio,
sob poder familiar exclusivo da mãe, se a
feminicídio, lesão corporal grave,
ou seguido de morte, quando se
tratar de crime doloso ou É obrigatório o regime de separação de
envolvendo violência doméstica bens no casamento (regime legal):
e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição da - Das pessoas que o contraírem com
mulher inobservância das causas suspensivas
• Estupro ou outro crime contra - Da pessoa maior de 70 anos
dignidade sexual
- De todos os que dependerem, para
• Praticar contra os filhos ou outro casar-se, de suprimento judicial
descendente as mesmas coisas
acima. Art. 1642 - Podem, sem autorização
do cônjuge:
Usufruto e Administração de bens de
filhos menores • Praticar todos os atos de
disposição e administração
O pai/mãe, enquanto exercerem o poder necessários ao desempenho de
familiar: sua profissão
- São usufrutuários dos bens dos filhos • Administrar os bens próprios
- Tem a administração dos bens filhos • Desobrigar ou reivindicar os
menores sob a sua autoridade imóveis que tenham sido
gravados ou alienados sem o seu
*Os pais devem decidir em comum as consentimento ou suprimento
questões relativas aos filhos e a seus judicial
bens, havendo divergência, poderá • Demanda a rescisão dos
recorrer ao juiz. contratos de fiança e adoção ou
Não podem os pais, ALIENAR/VENDER, invalidação do aval, realizados
ou gravar ônus real os imóveis dos filhos, pelo outro cônjuge
nem contrair em nome deles, obrigações • Reivindicar bens comuns, doados
que ultrapassem os limites da simples ou transferidos pelo outro
administração – SALVO AUTORIZAÇÃO cônjuge ao concubino, desde que
CONCEDIDA POR JUIZ. provado que os bens não foram
adquiridos pelo esforço comum
Não há a necessidade de prestar contas destes, se o casal estiver
quando fizer 18 anos. separado de fato por mais de 5
Direito Patrimonial anos

Nubentes tem a liberdade para estipular Art. 1647 - Nenhum dos cônjuges
o regime de bens, que começará a pode, sem autorização do outro,
vigorar desde a data do casamento. exceto no regime de separação
absoluta:
Cabe a alteração do regime de bens,
mediante autorização judicial em pedido • Alienar ou gravar ônus real os
motivado de ambos os cônjuges, bens imóveis
ressalvando direitos de 3º. • Pleitear, como autor ou réu,
acerca desses bens ou direitos
Não havendo convenção de regime de
bens = será o regime da comunhão • Prestar fiança ou aval
parcial. • Fazer doação, não sendo
remuneratória, de bens comuns,
Se for escolhido outros regimes, exceto o ou dos que possam integrar
regime de comunhão parcial, será futura meação
necessário efetuar o pacto antenupcial
• *São válidas as doações nupciais
por escritura pública.
feitas aos filhos quando casarem
ou estabelecerem economia - Bens adquiridos por fato eventual, com
separada. ou sem concurso de trabalho ou despesa
anterior
Regime de Comunhão Parcial
- Bens adquiridos por doação, herança ou
legado em favor de ambos

- Benfeitorias em bens particulares de


cada cônjuge

- Frutos de bens comuns, ou dos


particulares de cada cônjuge, percebidos
na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a
comunhão
Advém da falta de pacto antenupcial.
São incomunicáveis os bens cuja
No regime de comunhão parcial, aquisição tiver por título uma causa
comunicam-se os bens que sobrevierem anterior ao casamento.
ao casal, na constância do casamento.
(Presumem-se adquiridos na constância
Excluem-se da comunhão: do casamento os bens móveis, quando
não se provar que foram em data
- Bens que casa cônjuge possuir ao casar-
anterior)
se, e os que lhe sobrevierem na
constância do casamento por doação ou
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar

- Bens adquiridos com valores


exclusivamente pertencentes a 1 dos
cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares

- Obrigações anteriores ao casamento

- Obrigações provenientes de atos


ilícitos, salvo reversão em proveito do
casal

- Bens de uso pessoal, os livros e


instrumentos de profissão

- Proventos do trabalho pessoal de casa Regime de comunhão universal


cônjuge
Importa na comunhão de todos os bens
- Pensões, meio-soldos, montepios e presentes e futuros, bem como suas
outras rendas dívidas. Cada cônjuge passa a ter direito
a metade ideal do patrimônio comum.
Entram na comunhão:
São excluídos da comunhão:
- Bens adquiridos na constância do
- Bens doados ou herdados com a
casamento por título oneroso, ainda que
cláusula de incomunicabilidade e os sub-
em nome de 1 cônjuge
rogados em seu lugar
- Bens gravados de fideicomisso e o
direito do herdeiro fideicomissário
- Dívidas anteriores ao casamento, salvo São devidos os alimentos quando quem
se provierem de despesas com seus os pretende não tem bens suficientes,
aprestos ou reverterem em proveito nem pode prover pelo seu trabalho, à
comum própria mantença.
- Doações antenupciais feitas por 1 dos Ex-cônjuge – se casar novamente, cessar
cônjuges ao outro com a clausula de o dever de prestar alimentos. Ou então,
incomunicabilidade se houver mudança financeira, pode
pedir a exoneração.
*essas incomunicabilidades não se
estendem aos frutos. Filhos – 18 anos cessa a obrigação, ou 24
se fizer faculdade.
Regime de Participação final dos
aquestos. Lei de Alimentos – 5478
Ao se casarem, os cônjuges não Bem de Família
comunicam seu patrimônio pretérito.
Igualmente, durante o casamento, cada Art. 1711 – voluntária, pode nomear 1
um segue administrando seus bens, sem dos bens como bem de família (não pode
a interveniência do outro. No entanto, na ser devedor inadimplente).
hipótese de divórcio, cada um terá Lei 8009 – obrigatório, legal e
direito à metade dos bens (dos aquestos). involuntário. Art. 3º:
Separação de bens (separação A impenhorabilidade é oponível em
convencional) qualquer processo de execução civil,
Patrimônio não se comunica e não há fiscal, previdenciária, trabalhista, exceto:
exceções. - Pelo titular do crédito decorrente do
Estes permanecem sob a administração financiamento destinado a construção ou
exclusiva de cada um dos cônjuges, que a aquisição do imóvel
os poderá livremente alienar ou gravar - Pelo credor de pensão alimentícia
ônus real.
- Para cobrança de impostos, predial ou
Ambos os cônjuges são obrigados a territorial, taxas e contribuições devidas
contribuir para as despesas do casal na em função do imóvel familiar.
proporção dos seus rendimentos.
União estável
Alimentos
É reconhecido como entidade familiar a
Dever personalíssimo, irrenunciável e união estável entre homem e mulher,
imprescritível. configurada na convivência pública,
Dever familiar de sustento é diferente de continua e duradoura e estabelecida com
obrigação alimentar. o objetivo de constituição da família.
*Não se constituirá se houver os
Dever de sustento: decorrente do poder
familiar, cessa com a maioridade. impedimentos do casamento.

Obrigação alimentar: fixada


judicialmente, deve ser extinta
judicialmente, através de ação de
exoneração.
Os alimentos devem ser fixados na
proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

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