Você está na página 1de 8

Direito de Família – Prof.

Simone Maria Maluceli Pinto Schellenberg

14/03/2022

Modelo da CF de 88:

 Contemporâneo ou atual (família instrumento);


 Plural ou múltipla;
 Horizontalizada;
 Eudemonista;
 Comunidade de afetos;

Arranjos familiares contemporâneos (para além da família nuclear):

 Casamento;
 União estável;
 Unipessoal;
 Recomposta/ mosaico;
 Homoafetiva – desde 2013;
 Extensa;
 Monoparental;
 Anaparental;
 Pluriparental;
 Multiespécie;
 Poliafetiva;

21/03/2022

Princípios regentes:

 Princípio da função social da família;


 Princípio da efetividade e da solidariedade familiar;
 Princípio da pluralidade familiar;
 Princípio da igualdade entre os pares familiares;

Princípio da liberdade e da não intervenção

 De conceber e/ou escolher o arranjo familiar;


 De escolher a regência patrimonial da família;
 De fazer o planejamento familiar;
 De escolher o modelo de formação da prole;
 Princípio da igualdade entre as origens da filiação;
 Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente;
 Princípio de proteção da dignidade da pessoa humana;

Filiação legítima: filhos de pais casados entre si

Filiação ilegítima: natural (pais que não tinham impedimento para casar-se, mas não
casaram) e espúria (adulterina – um dos pais era casado com outra pessoa; incestuosa e
clérica – um dos pais é freira ou padre).

*Hoje em dia, todas as filiações são legítimas.

24/03/2022

 Princípio da igualdade entre as origens de filiação;


 Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente;
 Princípio de proteção da dignidade da pessoa humana;

Direito matrimonial:

Casamento: união que, cumpridas as formalidades legais, estabelece uma comunhão


plena de vida, uma espécie de comunidade de existência regida pelos princípios gerais
do direito de família, cuja interferência é defesa a todos, inclusive ao poder público.

Natureza jurídica do casamento:

 Concepção contratualista;
 Concepção institucionalista;
 Concepção eclética ou mista;

Art. 1514 CCB/02 – o assamento se realiza no momento em que o homem e a mulher


manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer àquele vínculo conjugal, e o
juiz os declara casados.

 Características:

a. Nasce da liberdade de escolha;


b. Revestido de solenidade (a lei impõe o cumprimento das formalidades);

c. Regido por normas de ordem pública (regras normatizadas);

d. Animus de permanência (projeção de futuro);

e. Relação dotada de exclusividade (monogâmica);

07/04/2022

 O ideal é que o casamento aconteça na sede do cartório com toda a publicidade


(portas abertas), diante de 2 testemunhas;
 Caso a opção dos noivos seja por um prédio particular, o número de testemunhas
dobra (4) e a publicidade deve ser mantida (portas abertas);
 Diante dos noivos (em pessoa ou por procurador) e das testemunhas, o
presidente do ato (celebrante) perguntará sucessivamente, ao noivo e a noiva, se
pretendem casar-se de livre e espontânea vontade. A resposta a tal pergunta deve
ser inequívoca (pura e simples), sem condição ou termo, sob pena de se
suspender a cerimônia. Alerte-se que o nubente que der causa à suspensão não
poderá se retratar no mesmo dia;
 Obtendo resposta pura e simples, o celebrante reproduz o contido no art. 1.535,
parte final, CCB, nos seguintes termos e declara o casamento como realizado.

1. Casamento por procuração: os noivos durante a cerimônia podem ser representados


por procurador devidamente habilitado (instrumento publico de mandato com poderes
especiais, específicos e expressos para a representação naquele ato). O mandato perde a
eficácia em 90 dias e precisa, para a respectiva revogação ocorrer.

 O mandante responderá por perdas e danos, caso a revogação ocorra e o procurador,


bem como o outro contraente, não sejam avidados a tempo (acontecendo a cerimônia).

2. Casamento em caso de moléstia grave: na hipótese de um dos nubentes se acometer


de moléstia grave que ponha em risco sua vida, o mesmo poderá convocar (ao lado do
outro), em qualquer horário, o celebrante e o Oficial de Registro – ou seus respectivos
substitutos -, mais duas testemunhas alfabetizadas, para a realização imediata da
cerimônia, no local onde estiver o doente.
 Após o oficial (ou se substitutivo) lavrará o termo avulso de celebração que, em 5
dias, deve ser registrado em livro próprio, no Cartório de Registro Civil, onde aconteceu
o processo de habilitação, ficando ali arquivado.

3. Casamento nuncupativo (in extremis vitae momentis ou in articulo mortis), na


hipótese, contudo, de um dos pretendentes ao casamento estar em iminente risco de
vidam inexistindo condições de convocar a autoridade competente (Tal qual se
comentou na hipótese anterior), é possível que o casal, na presença de 6 testemunhas
(que não sejam parentes em linha reta ou irmãos), rigorosamente se case (inclusive com
possibilidade de representação do nubente que não está em risco).

 Após, em até 10 dias, caberá às testemunhas comparecem ao Judiciário para que os


depoimentos sejam tomados a termo, nos moldes do previsto no art. 1.541 CCB.
Autuado o pedido e ouvidas as declarações, o Juiz mandará que se procedam as
diligencias que entender necessárias ara conferir se os interessados no casamento
poderiam ter se habilitado normalmente, abrindo prazo, inclusive, para que os
interessados se manifestem em 15 dias.

4. Casamento urgente: na hipótese de ser urgente o casamento, ouvido o MP é


possível que seja dispensada a publicação do edital de proclamas.

Prova do casamento: o casamento se prova com exibição de prova dieta, seja


específica (certidão de casamento) ou supletória (documentos públicos que mencionem
o estado civil), embora haja hipóteses nas quais a lei permite a utilização (por terceiros,
não pelos casados) de meio indireto de prova (“posse de estado de casado”).

 Não se pode contestar p casamento de pessoas falecidas (art. 1.545 CCB), diante
da incidência da regra “in dubio pro matrimonium”.

11/08/2022

Efeitos jurídicos do casamento

 A constituição da família matrimonial impõe efeitos aos casados nos âmbitos


social, pessoal, patrimonial. Dando origem a direitos e obrigações regulados por
normas jurídicas do direito de família.

1. Efeitos sociais do casamento:

- Nascimento ou criação da família matrimonial;


- Estabelecimento o parentesco por afinidade;

- Constituição do estado civil de casado;

- Emancipação do cônjuge menor de idade;

2. Efeitos pessoais do casamento:

- Fidelidade recíproca;

- Escolha compartilhada do domínio conjugal;

- Vida em comum, no domicílio conjugal eleito, embora possa haver ausência para
atender encargos públicos, exercício profissional ou interesses particulares relevantes;

- Mútua assistência;

- Sustento, guarda e educação dos filhos;

- Respeito e consideração mútuos;

- Direção colaborativa da sociedade conjugal, salvo na ausência ou impossibilidade de


um dos cônjuges, quando o outro assumirá a administração exclusiva da família e dos
bens;

3. Efeitos patrimoniais do casamento – os efeitos patrimoniais do casamento


são regidos por 3 princípios:

- Princípio da variedade;

- Princípio da liberdade de pacto;

- Princípio da mutabilidade (art. 1.639, § 2º CCB – o pedido consensual e motivado ao


Juízo de Direito, assegurados os direitos de terceiros);

Regime de bens:

1. Comunhão parcial de bens: é o regime supletivo (em substituição à comunhão


universal de bens, desde a promulgação da Lei 6.515, em 27/12/1977);

Aquisições que formam massa comum ao casal na CPB:

- Os bens que sobrevieram à celebração e tiveram ido adquiridos (a título oneroso e com
verbas havidas na vigência do casamento);
- Os bens adquiridos por fato eventual durante a vigência do casamento;

- As benfeitorias realizadas em bens particulares, além dos frutos desses bens (havidos
na constância do casamento ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão);

18/04/2020

Regime de bens

01. Comunhão parcial de bens: é o regime supletivo (em substituição à comunhão


universal de bens, desde a promulgação da Lei 6.515, em 27/12/1977);

Aquisições que formam massa comum ao casal na CPB:

 Os bens que sobrevivem à celebração e tiverem sido adquiridos (a título oneroso


e com verbas havidas na vigência do casamento);
 Os bens adquiridos por fato eventual – ex. ganhar na mega sena; durante a
vigência do casamento;
 As benfeitorias realizadas em bens particulares, além de frutos desses bens
(havidos na constância do casamento ou pendentes ao tempo de cessar a
comunhão);

Ex. um casal construir na casa dos pais (pai de um deles): a outra pessoa é credor de
metade do investimento;

Ex. frutos de rendimentos individuais viram massa comum, alugar uma casa que já é
propriedade de um cônjuge, os valores recebidos são de ambos;

Aquisições que formam massa comum ao casal na CPB:

 Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, desde que a transmissão


tenha sido feita expressamente em valor do casal;
 OBS: presume-se (iurus tantum), ainda, que os bens móveis que guarnecem a
residência do casal são de ambos os cônjuges;

Aquisições que não formam massa comum ao casal na CPB:

 Os bens que cada cônjuge tinha ao casar-se e os sub-rogados (inclusive no


tocante à manutenção e administração);
 Os bens recebidos em reação ou sucessão no curso do casamento (incluindo os
sub-rogados);
 Os bens adquiridos com valores anteriores ao casamento;
 Obrigações anteriores e as provenientes de ato ilícito (salvo se contraídas em
benefício do casal);
 O direito aos proventos do trabalho;
 Os bens de uso pessoal, profissional e os livros;
 O direito as pensões, meios-soldos e rendas semelhantes, pois de exclusiva
titularidade do cônjuge-beneficiário;

02. Comunhão universal de bens: para se ter esse efeito patrimonial no casamento é
obrigatório, sob pena de nulidade, que os noivos façam pacto antenupcial por escritura
pública e realizem a sua juntada no processo de habilitação do casamento civil;

Aquisições que formam massa comum ao casal na CUB:

 Todos os bens adquiridos na constância do casamento ou antes deste;

Aquisições que não formam massa comum ao casal na CUB:

 Os bens herdados ou doados com cláusula de incomunicabilidade, e os sub-


rogados em seu lugar;
 Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário (antes
de se concretizar a condição suspensiva);
 As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem dos respectivos aprestos
(preparativos) ou reverterem em proveito do casal;
 As doações antenupciais feitas de um nubente ao outro, gravadas com cláusulas
de incomunicabilidade;

Aquisições que não formam massa comum ao casal na CUB:

 Os bens de uso pessoal, profissional e os livros;


 O direito aos proventos do trabalho;
 As pensões, meios-soldos e rendas semelhantes, de exclusiva titularidade do
cônjuge;

OBS: a incomunicabilidade antes da referida não se estende aos frutos (do patrimônio
particular), percebidos ou vencidos na constância do casamento;

03. Separação de bens:


 Na regra do regime de separação de bens, não há necessidade de outorga uxória
ou marital, como nos demais regimes;
 Para se ter esse efeito patrimonial no casamento, é obrigatório, sob pena de
nulidade, que os noivos façam pacto antenupcial por escritura pública, e
realizem sua juntada no processo de habilitação do casamento civil;
 O regime de separação de bens não forma massa patrimonial comum como
os regimes de comunhão parcial e universal;
 Os cônjuges, salvo estipulação expressa em sede de pacto antenupcial, obrigam-
se, na proporção de deus proventos e bens, a custear as despesas do casal;

Você também pode gostar