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1511- 1783A CC
REGRA DE OURO: Pluralidade familiar - AFETO: Família
Eudemonista.
Art. 226 CF: Família é decorrente de casamento, União estável
e família monoparental. - Rol exemplificativo.
Casamento: 1511 e seguintes - não existe hierarquia entre
entidades familiares.
União entre duas pessoas, reconhecida e regulamentada pelo
Estado formada com objetivo de constituição de uma família e
baseado no vínculo de afeto.
1511: comunhão de vida, igualdade entre os cônjuges.
STJ e STF admitem o casamento homoafetivo.
Teoria Mista Eclética: Casamento é uma instituição no
conteúdo, mas é um contrato na formação. Negócio Jurídico
Especial: Monogamia/escolha/vida.
DISPOSIÇÕES GERAIS – 1511/1516
- Celebração é gratuita
- Homoafetivo
- Casamento religioso – casamento civil (1535) - habilitação
(antes ou depois) - Em qualquer religião
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO – 1517/1520
- Idade Núbil: 16 anos - Emancipação - precisa de
autorização dos pais ou representantes – se os pais não
autorizarem (suprimento judicial-curador especial) a
autorização dos pais é revogável até a celebração do
casamento.
- Não é possível casamento com menos de 16 anos.
Impedimentos para o casamento - NULO
1521-1522
Proibição do casamento
Causas de impedimentos (1521):
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi
do adotante;
VI - as pessoas casadas;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal;
ALIMENTOS
Vetores constitucionais
• Princípio da dignidade da pessoa humana.
• Solidariedade
Pessoas envolvidas
• Alimentante: devedor.
• Alimentando: credor.
Sentido amplo
Alimentos compreendem as necessidades vitais de uma
pessoa, com o objetivo de manutenção de sua dignidade
(alimentação, moradia, saúde, vestuário, lazer, educação,
cultura etc.). Tudo isso está ligado ao direito ao patrimônio
mínimo.
Obs.: existem diferenças entre os alimentos devidos no campo
das relações familiares e os alimentos indenizatórios (devidos,
por exemplo, em caso de homicídio). No caso do último, não há
que se falar em prisão civil por dívida.
CLASSIFICAÇÃO DE ALIMENTOS
Quanto à fonte
• Legais.
• Convencionais.
• Indenizatórios.
Quanto à fonte
• Civis/côngruos.
• Naturais.
Quanto ao tempo
• Pretéritos.
• Presentes.
• Futuros.
Quanto ao pagamento
• Próprios: in natura.
• Impróprios: em dinheiro.
Quanto à finalidade
• Definitivos.
• Provisórios (tutela antecipada).
• Provisionais (medida cautelar).
• Transitórios.
Art. 1.694 + art. 1.695, do CC: Para fixar os alimentos, deve-
se demonstrar as necessidades vitais para tal. Isso decorre
de um pedido de proteção do patrimônio mínimo, decorrente
da solidariedade e, conseguinte, decorrente do vínculo de
parentesco, casamento ou união estável.
O CC estabelece que a fixação dos alimentos depende da
demonstração de necessidade do alimentando e a
possibilidade do alimentante. Deve haver uma
proporcionalidade, pois o instituto dos alimentos não é
destinado ao enriquecimento, mas sim à proteção do mínimo
existencial. Assim, ao determinar o valor dos alimentos, o juiz
deve considerar uma proporção entre necessidade e
possibilidade.
CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS
Personalíssimo
Devem ser pagos somente em virtude de uma relação de
parentesco. O direito a alimentos não se transmite aos
herdeiros do credor.
Reciprocidade (art. 1.694, CC)
O CC estabelece quem pagará os alimentos. Assim, é possível
dizer que os alimentos são devidos entre as pessoas previstas
no art. 1.694, do CC.
Ou seja, os alimentos são devidos entre parentes, cônjuges e
companheiros. Mas quem são esses parentes que podem exigir
ou pagar alimentos? São eles:
• pais e filhos (art. 1.696, CC);
• descendentes e irmãos (art. 1.697, CC).
Importante: tios, sobrinhos e primos, pela lei, não são
obrigados a pagar alimentos.
Na regra do art. 1.697, a ordem para pedir alimentos é a
seguinte:
• 1º: ascendentes (mais próximos em relação aos mais
remotos);
• 2º: descendentes (mais próximos em relação aos mais
remotos);
• 3º: colaterais até o 2º grau: irmãos (primeiro os bilaterais e,
posteriormente, os unilaterais).
É possível pedir alimentos aos avós, conforme Súmula n.
596, do STJ. Tal súmula estabelece a regra dos alimentos
avoengos, que são subsidiários e complementares. Ou seja, só
se atinge os avós quando os pais não puderem ou não tiverem
condições de fazer.
O inadimplemento de alimentos gera a execução pelo
rito da penhora ou pelo rito da prisão. Nesse sentido, é o
credor quem escolherá o rito a ser utilizado. No caso do rito da
prisão, esta será pelo prazo de um a três meses, conforme o
Código de Processo Civil.
Vale lembrar que os avós também podem ser presos em uma
execução pelo rito da prisão.
Irrenunciáveis
Não se pode abrir mão dos alimentos, salvo quando se tratar
da questão do cônjuge ou companheiro.
Divisíveis (art. 1.698, CC)
Se existem vários devedores, todos devem suportar o valor dos
alimentos. Nesse sentido, se um filho gera um gasto mensal de
R$ 1.000,00, o pai é responsável por 50% desse valor e a mãe
é responsável pelos demais 50%. No entanto, deve-se levar
em consideração a questão da proporcionalidade, da
necessidade e da possibilidade de cada um.
Existe um caso em que não existe essa divisibilidade, mas sim
a solidariedade. Esse é o caso do idoso (aquele que tem
mais de 60 anos). (PAI IDOSO)
Nesse sentido, se um idoso com mais de 60 anos tem quatro
filhos, pode escolher de qual deles cobrará o valor total dos
alimentos. Vale lembrar que o CPC dispõe sobre o instituto do
chamamento ao processo. Nesse sentido, o filho que for
acionado para pagar o todo dos alimentos pode chamar os
demais filhos ao processo.
Os alimentos ainda são:
• intransmissíveis (art. 1.700, CC);
• irrepetíveis (não se pode pedir de volta);
• impenhoráveis (art. 1.707, CC); e
• incompensáveis (art. 1.707, CC)
Obs.: os alimentos gravídicos são aqueles devidos no curso da
gestação. Não há uma obrigatoriedade de realizar um exame
de DNA intrauterino para a fixação desses alimentos, que
podem ter como base os simples indícios de paternidade. Se,
após o nascimento, for descoberto que o filho não é de quem
pagou os alimentos gravídicos, o suposto pai não pode pedir de
volta o valor pago a título de alimentos.
Imprescritíveis
Os alimentos são imprescritíveis em relação à necessidade em
si. Ou seja, pode ser que uma pessoa nunca tenha necessitado
de alimentos ao longo de sua vida, mas isso não gera a perda
do direito a exigir esses alimentos pelo decurso do tempo.
Por outro lado, se os alimentos já foram fixados em decisão
judicial, mas não foram pagos, então há um prazo
prescricional de dois anos para se cobrar, conforme art.
206, § 2º, do Código Civil.
É importante lembrar que o art. 198, I, do CC, dispõe que não
corre prescrição contra o absolutamente incapaz (o menor de
16 anos). A prescrição prejudica o credor e beneficia o
devedor.
No entanto, o que muitos esquecem é da regra do art. 197, I,
do CC, que dispõe não correr prescrição entre ascendente e
descendente durante a vigência do poder familiar, que se
encerra quando o filho atinge a maioridade ou é emancipado.
EXTINÇÃO DOS ALIMENTOS
A morte é uma das causas de extinção dos alimentos.
Quando ocorre alguma alteração no binômio necessidade
x possibilidade, é possível requerer a revisão dos
alimentos (para majorar ou reduzir).
Nesses casos, é preciso uma decisão judicial, pois ninguém
pode deixar de pagar alimentos automaticamente, salvo no
caso dos cônjuges, em que o juiz fixa alimentos de maneira
temporária.
Súmula n. 358 do STJ estabelece que os alimentos só
param quando houver o contraditório do alimentando.
Importante: se ocorre dívida de alimentos e, após ação
judicial, o devedor dos alimentos se exonera, ainda será
possível cobrar o que ficou em débito se estiver dentro do
prazo prescricional.
Se um dos pais sempre suportou sozinho(a) os custos
com o filho, mesmo sem ter dado entrada em uma ação
de alimentos, poderá cobrar do outro o pagamento de
metade do que foi gasto ao longo da vida com aquela
criança. Nesses casos, o prazo prescricional será de 10
anos.
A emancipação não desobriga os pais ao pagamento de
alimentos. (A RESPONSABILIDADE SERÁ SOLIDÁRIA)
Não existe a possibilidade de deixar de pagar alimentos
automaticamente, justamente por conta da Súmula n.
358, do STJ.
GUARDA: PROTEÇÃO DA PESSOA DOS FILHOS
A guarda compartilhada é a preferencial quando
existe a necessidade de fixação de guarda. Ela se
aplica somente sobre filhos menores e não é o mesmo
que poder familiar. Vale lembrar que o poder familiar é o
poder que os pais possuem sobre os filhos.
Ainda que divorciados, os pais ainda possuem poder
familiar, no entanto, há uma discussão acerca da guarda.
Ter a guarda compartilhada não significa que será extinta
a obrigação de pagar alimentos. Isso porque a guarda
compartilhada não se confunde com essa obrigação de
pagar alimentos.
Além da guarda compartilhada, existem também as
guardas unilateral e alternada. Na unilateral, a
guarda da criança permanece com um dos genitores
e o outro exerce o direito de convivência, que é
fixado pelas visitas. Em muitos casos, utiliza-se critérios
objetivos para definir essas visitas.
A guarda compartilhada é diferente, pois não faz
essa divisão do tempo que o menor passará com
cada um dos genitores. Na realidade, o tempo que o
menor passa com cada um deles é definido pela rotina do
dia a dia. Por conta disso, é necessário que exista um
certo nível de diálogo entre os pais.
Já a guarda alternada é aquela que envolve uma
divisão matemática do tempo em que o menor passa
com cada um dos pais. A grande desvantagem dessa
modalidade é que o menor fica sem um lar de referência.
Multiparentalidade: gera todos os efeitos de paternidade e
maternidade. Também podem envolver os avós, que gozam do
direito de visita. Não existe uma previsão de que os avós não
podem ser presos por dívida de alimentos.
O STJ tem um julgado sobre esse tema em que dispõe não ser
cabível a prisão civil dos avós em dívida de alimentos, contudo,
levou em consideração um caso específico em que os avós
pagavam os alimentos voluntariamente.
BEM DE FAMÍLIA
Trata-se da materialização da teoria do patrimônio mínimo, que
é algo estritamente ligado ao princípio da dignidade da pessoa
humana.
Existem duas modalidades de bens de família: convencional e
legal.
O bem de família legal é aquele que decorre da Lei n.
8.009/1990, que dispõe que o bem de família do devedor não
responde por suas dívidas.
É considerado bem de família o imóvel residencial (e os
bens móveis que estejam dentro dele) que serve como
ambiente familiar. O CC ainda prevê a regra do bem de
família convencional.
Quando uma pessoa possui vários bens imóveis, pode
escolher um deles (registrando essa escolha no cartório)
para que sirva como bem de família e tenha essa proteção
(vide arts. 1.711 e 1.722).
O bem de família convencional é, portanto, instituído pela
vontade e deve possuir escritura pública, testamento ou
adoção.
O valor do bem de família convencional deve ser de até
1/3 do patrimônio líquido da pessoa.
Ele gera a impenhorabilidade e a inalienabilidade,
possuindo duração limitada à vida dos instituidores.
Bens de alto valor não são considerados para fins de
patrimônio mínimo.
Assim, se uma casa possui obras de arte caras e enfeites
suntuosos, isso pode ser penhorado em um eventual
processo de execução.
Súmula n. 364: “Single” (solteiro, divorciado ou viúvo). O art.
1º da Lei n. 8.009/1990 dispõe que o bem de família do
devedor não poderá ser penhorado para o pagamento de suas
dívidas. Diante disso, por entender que o bem de família é um
instituto que visa defender a dignidade da pessoa humana, o
STJ entendeu que essa proteção também se aplica ao bem
pertencente ao solteiro, ao divorciado e ao viúvo. Quando o
STJ fez uma análise da Lei n. 8.009/1990, o fez de uma
maneira teleológica, visando a verdadeira essência e finalidade
dessa lei.
Súmula n. 449: Garagem com matrícula própria é penhorável,
pois não está ligada ao imóvel.
Súmula n. 549: Estabelece que o bem de família do fiador é
penhorável.
O STF decidiu que o bem de família no contrato de
locação comercial é impenhorável. No entanto, há uma
discussão no sentido de que essa decisão desvirtua a
essência e a finalidade do contrato de fiança.
TUTELA E CURATELA:
A tutela e a curatela envolvem cuidar de alguém considerado
incapaz.
Vale lembrar que, com base no Estatuto da Pessoa com
Deficiência (Lei n. 13.146/2015), a pessoa com deficiência é
considerada plenamente capaz, logo, não é tutelada nem
curatelada.
O incapaz é aquele previsto pela lei como tal, ou seja, o
menor de 16 anos (também chamado de menor impúbere).
Além disso, também existe a figura do relativamente
incapaz, que envolve:
• O menor púbere (maior de 16 e menor de 18 anos);
• Os ébrios habituais;
• Os toxicômanos;
• Aqueles que por causa transitória ou permanente não
manifestam vontade;
• Os pródigos
Os incapazes podem praticar atos da vida civil, contudo, devem
ser representados para que isso ocorra.
Os menores serão representados primeiramente pelos
genitores, por conta do poder familiar.
Tutela
É importante lembrar que não coexiste a tutela e o poder
familiar dos pais.
Assim, o fenômeno da tutela sempre terá aplicação
sobre os menores, que podem ser púberes ou
impúberes.
O tutor deve atuar sempre na proteção integral do menor.
Os pais têm o direito de designar um tutor para os
próprios filhos. Isso porque é o tutor que tomará conta
dos aspectos existenciais e patrimoniais do menor.
Essa escolha dos pais pode ser feita por meio de
testamento ou de documento autêntico, podendo ser
revogada. Além disso, a escolha é livre e dispensa a
homologação do juiz. Caso os pais percam o poder
familiar, não poderão nomear um tutor.
Na falta de nomeação dos pais, tem-se a chamada tutela
legítima legal (vide art. 1.731, CC). Nesse sentido, a tutela
será concedida aos parentes consanguíneos, sendo que os
ascendentes têm uma maior preferência (os mais próximos em
detrimento dos mais remotos).
Caso os ascendentes não possam ser tutores ou se não
existirem, serão chamados os colaterais até o 3º grau, que
são: irmãos, tios e sobrinhos. Nesse último caso, os mais
velhos devem exercer essa tutela.
• Irmãos órfãos devem ter um só tutor (vide art. 1.733, CC).
• Os incapazes de exercer a tutela não podem ser tutores (vide
art. 1.735, CC).
• É possível a apresentação de uma escusa do tutor
(“desculpa”). Vide arts. 1.736 e 1.739 do CC.
• O exercício da tutela é sempre fiscalizado (vide arts. 1.740 a
1.752, CC). O Ministério Público sempre irá atuar nessas
demandas.
• Com 12 anos, o menor poderá emitir opinião, contudo, isso
não significa que sua vontade será aceita.
• Os atos do tutor podem ser fiscalizados e demandam
autorização judicial (art. 1.748, CC).
• O art. 1.749 do CC dispõe sobre os atos que não podem ser
praticados, de forma alguma, pelo tutor.
• O tutor ainda deve prestar contas (vide arts. 1.755 a 1.762,
CC) e o fim da tutela se dá quando a pessoa deixa de ser
incapaz (vide art. 1.763, CC).
Curatela
Instituto aplicável aos maiores incapazes (vide art. 4º, CC),
que são:
• Ébrios habituais;
• Toxicômanos;
• Aqueles que por causa transitória ou permanente não
manifestam vontade; e
• Pródigos. O pródigo é aquele gastador compulsivo. Os
pródigos podem ser curatelados apenas sob aspectos
patrimoniais (vide art. 1.782, CC).
O curador irá tomar conta da pessoa e dos bens dela.
Podem ser:
• Cônjuge ou companheiro;
• Pai ou mãe;
• Descendentes (mais próximos possuem preferência); ou
• Pessoa escolhida pelo juiz.
A curatela é uma medida excepcional. (só vai ser utilizado se
realmente necessário)
As pessoas com deficiência são consideradas capazes.
Pontos importantes:
Curatela compartilhada (art. 1.755-A): dois curadores;
Tomada de decisão apoiada (art. 1.783-A): a pessoa
consegue manifestar vontade, mas precisa de uma segurança
para tomar suas decisões.
Nesse caso, são designados dois apoiadores, que podem
ser fiscalizados, trocados ou responsabilizados, sendo a
decisão final do curatelado.
A idade avançada, por si só, não gera a necessidade de
curatela. No entanto, se em virtude de alguma situação ou
doença, o idoso não conseguir manifestar a sua vontade, então
é possível falar sobre curatela.