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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2018 I Série- N.

º 146

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Preço deste número - Kz: 250,00


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«Imprensa». A 3.' série Kz: 150111.00 raria da Imprensa Nac ional - E. P.

SUMÁRIO O Presidente da República decreta, nos tennos da alí-


nea 1) do aitigo 120.º e do n .º 3 do aitigo 125.º, ambos da
Presidente da República Constituição da República de Angola, o seguinte:
Decreto Presidencial n. 0 224/18: ARTIGO l.º
Aprova o Regulamento dos Conselhos Provinciais e Municipais de (Aprovação)
Concertação Social.
É aprovado o Regulamento dos Conselhos Provinciais e
Decreto Presid encial n.º 225/18:
Aprova o Regulamento dos Consell10s de Auscultação da Comunidade Municipais de Conce1tação Social, anexo ao presente Decreto
nos níveis de Administração Provincial, Municipal, Comunal e de Presidencial e que dele é pa1te integrante.
Distrito Urbano.
ARTIGO 2.º
De creto Presidencial n. 0 226/18: (Dúvidas e omissões)
Aprova o Estatuto da Carreira dos Agentes do Sistema Nacional de
En1prego e Formação Profissional. - Revoga toda a legislação que As dúvidas e omissões resultantes da inte1pretação e apli-
contrarie o disposto no presente Dip loma, n omeadamente o Decreto cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
n.º 78/07, de 13 de Noven1bro.
República.
Decreto Presid encial n.º 227/18:
Estabelece o Regime Ju-idico de Vinculação e de Contribuição da Protecção ARTIGO 3.º
Social Obrigatória. - Revoga o Decreto n.º 38/08, de 19 de Junho (Entrada em vigor)
e toda a legislação que contrarie o disposto no presente Dip loma.
O presente Decreto Presidencial entra em vigor à data da
Decreto Presid encial n.º 228/18:
sua publicação.
Estabelece os Procedimentos sobre a Elaboração dos Relatórios a apre-
sentar pelos Órgãos da Administração Local do Estado e aprova o Apreciado em Conselho de Ministros, n o Huambo, aos 28
respectivo Modelo. - Revoga toda a legislação que contrarie o dis- de Agosto de 2018.
posto no presente Decreto Presidencial, especialmente o Decreto
Executivo n.º 64/01. de 26 de Outubro. Publique-se.
Luanda, aos 19 de Setembro de 2018.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA O Presidente da Rep1íblica, JoÃo MANUEL GONÇALVES


LOT.JRENÇO.

Decreto Presidencial n.º 224/18


de 27 de Setembrn REGULAMENTO DOS CONSELHOS
Considerando que a L ei n .º 15/16, de 12 de Setembro, PROVINCIAIS E MUNICIPAIS
da Achninistração L ocal do Estado, prevê n o seu aitigo 12.º DE CONCERTAÇÃO SOCIAL
a existência do Conselho Provincial de Con ce1tação Social,
como órgão colegial consultivo do Governador da Província; CAPÍTULO I
Tendo em conta que o referido Diploma prevê igualmente, Disposições Gerais
a nível municipal, a existência do Conselho M unicipal de
ARTIGO 1.0
Concertação Social, como órgão de apoio consultivo do
(Objecto)
Administrador Municipal;
H avendo necessidade de se regulamentar, em sede de um O presente D iploma estabelece a organização e fimciona-
único D iploma, a estmtw·a de organização e funcionamento mento dos Conselhos Provinciais e Mw1icipais de Conce1tação
dos referidos Órgãos; Social.
4646 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Decreto Presidencial n.º 227/ 18 f) O tt·abalhador contt·atado no âmbito da legislação


de 2 7 de Setembro nacional que presta serviços no exte1ior em ins-
Ao longo da vigência do Decreto n .º 38/08, de 19 de tituições que representam o Estado Angolano;
Junho, que estabelece o Regime Jurídico da Vinculação e de g) O estagiário que presta se1viços à Entidade Emprega-
Contribuição da Protecção Social Obrigatória, constatou-se dora contribuinte da Protecção Social Obrigatória;
que detenninadas matérias deveriam ser objecto de apetfei- h) Os trabalhadores que prestam actividade de carácter
çoamento de modo a pennitir a sua melllor interpretação e temporário ou sazonal legalmente estabelecido;
aplicação; i) O ref01mado que retomar à actividade laboral.
Tendo em vista o apetfeiçoamento do Regime Jurídico de ARTIGO 4.0
(Entidades empregadoras)
Vinculação e de Contribuição da Protecção Social Obrigató1ia
e o consequente cumprimento dos requisitos legais para o Para efeitos do presente Diploma, consideram-se entidades
empregadoras as pessoas singulares ou colectivas, públicas
acesso às prestações;
ou p1ivadas, que têm tt·abalhadores contratados no âmbito da
O Presidente da República decreta, nos tennos da alí-
legislação laboral ou da relação jurídica de emprego público.
nea 1) do artigo 120.º e do n .º 3 do aitigo 125.º, ambos da
ARTIGO 5. 0
Constituição da República de Angola, o seguinte: (Dependentes)

CAPÍTULO I Consideram-se dependentes os familiares dos trabalhado-


Disposições Gerais res vinculados à Protecção Social Obrigatória, nomeadamente
o cÔl°tiuge ou pessoa em situação legalmente equiparada e os
ARTIGO 1.0
(Objecto) descendentes.

O presente Diploma estabelece o Regime Jurídico de CAPÍTULO II


Vinculação e de Conttibuição da Protecção Social Ob1igatória. Relação Jm·ídica de Vinculação
ARTIGO 2.° ARTIGO 6. 0
(Âmbito) (Vinculação)

1. O presente Diploma aplica-se às entidades empregadoras 1. A relação jurídica de vinculação efectiva-se mediante a
e equiparadas e aos tt·abalhadores abrangidos pela Protecção inscrição da Entidade Empregadora e dos respectivos tt·aba-
Social Obrigatória. lhadores na Entidade Gestora da Protecção Social Obtigató1ia.
2. O presente Diploma aplica-se supletivamente aos demais 2. A inscrição confere às entidades empregadoras e equi-
regimes especiais que integram a Protecção Social Obrigató1ia. paradas e aos tt·abalhadores e demais pessoal abrangido a
ARTIGO 3.0
qualidade de contribuintes e de segurados respectivamente,
(Trabalhadores abrangidos) com direito a um número de identificação.
O regime estabelecido no presente Diploma abrange os ARTIGO 7.0
(Inscrição)
seguintes gmpos de trabalhadores e pessoal equiparado:
1. A inscrição da Entidade Empregadora junto da Entidade
a) Os trabalhadores que exercem actividade profissional
Gestora da Protecção Social Ob1igató1ia é feita ob1igato1iamente
remunerada ao abrigo de contrato de trabalho, nos
30 (tt·inta) dias após a sua constituição, devendo declarar a
tennos da legislação laboral; existência de tt·abalhadores sob sua responsabilidade.
b) Os funcioná1ios públicos, agentes achninistt·ativos e 2. A Entidade Empregadora compete efectuar a inscrição
os tt·abalhadores contratados na função pública; do trabalhad01~ bem como o registo dos respectivos dependen-
e) As pessoas singulares que em função das caracte- tes junto da Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória
no prazo de 30 (tt'inta) dias contados a paitir do início do vín-
rísticas específicas da actividade exercida sejam
culo jurídico-laboral.
consideradas trabalhadores por conta de outt·em;
3. Para efeitos do disposto no número anterior, a Entidade
d) As pessoas singulares titulares de empresas agrícolas, Empregadora deve solicitar ao tt·aballlador os documentos
de comércio, indústria ou prestação de serviços, os dos seus dependentes.
sócios, os gerentes ou administradores ou membros 4 . Ao tt·abalhador recai a responsabilidade de itúonnar à
de órgãos sociais e os directores contratados de Entidade Empregadora da alteração do número de dependen-
tes no prazo de 30 (tlinta) dias a paitir da ocmTência do facto
pessoas colectivas, com ou sem finalidade lucra-
para que este comunique à Entidade Gestora da Protecção
tiva, que sejam remunerados;
Social Obrigatória.
e) O contt·atado por empresa de tt·abalho temporário, 5. Os prazos referidos nos n .os 1 e 2 do presente aitigo
que presta serviço para atender a necessidade podem ser alargados para 60 (sessenta) dias, caso as circuns-
tt·a11sitória de substituição de pessoal regular e tâncias existentes na localidade assim o justifiquem, mediante
pe1manente ou a acréscimo extt·aordinário de pedido fundamentado da Entidade Empregadora ao se1viço
serviço de empresas; local da Entidade Gestora de Protecção Social Obrigatória.
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6. A inscrição rep01ta-se à data do início do exercício da 2. A obrigação contributiva constitui-se com o início do
actividade laboral. exercício da actividade laboral do trabalhador ao se1viço da
7. A Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória Entidade Empregadora, devendo esta elaborar a respectiva
folha de registo de remunerações.
pode proceder à inscrição oficiosa das entidades empregado-
ARTIGO 11.º
ras e dos trabalhadores, decoITente de um processo inspectivo
(Determinação do montante das contribuições)
ou a pedido do trabalhador, nas situações em que estes não
O montante das cootribuições é detenninado pela aplicação
estejam inscritos. de uma taxa às remunerações do trabalhador que constituem
ARTIGO 8.º a base de incidência contributiva, nos tennos previstos no
(Documentos para a inscrição) presente Diploma.
1. Para efeitos de insc1ição, a Entidade Empregadora deve ARTIGO 12.º
apresentar as cópias do bilhete de identidade e do Número de (Fixação e actualização da taxa contributiva)

Identificação Fiscal do responsável da empresa. l. A taxa contributiva é fixada em 8% para a Entidade


2. Para efeitos de inscrição, os trabalhadores devem apre- Empregadora e 3%para o trabalhador, do total das remunera-
ções do trabalhador sobre as quais incidem as contribuições.
sentar à Entidade Empregadora cópia do bilhete de identidade
2. Sem prejuízo do disposto no número anterior para a
ou, no caso de estrangeiros residentes, cópia do documento de
Entidade Empregadora, a taxa contributiva para o trabalha-
identificação equivalente, bem como as cópias dos documen- dor já refo1mado é fixada em 8%
tos de identificação dos dependentes, caso existam. 3. A legislação sobre regimes especiais que integram a
ARTIGO 9.0 Protecção Social Obrigatória pode fixar a percentagem de
(Obrigação de comunicar) taxas contributivas adequadas aos respectivos regimes.
1. Sempre que a Entidade Empregadora estabeleça relação 4. A taxa contributiva deve ser actualizada tendo como
pressupostos a realização de estudos actuais, a análise dos
jurídico-laboral com um trabalhador já inscrito fica obrigada a
indicadores macroeconómicos, bem como o custo da Protecção
comunicar à Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória.
Social Obrigatória, nomeadamente as despesas com as pres-
2. A Entidade Empregadora fica obrigada a comunicar à
tações e de funcionamento.
Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória a modifi- 5. A actualização da taxa contributiva prevista no presente
cação do contrato de trabalho de que resulte a suspensão ou a1tigo é feita por Decreto Presidencial.
cessação da obrigação contributiva 30 (trinta) dias após a
ARTIGO 13.º
verificação do facto. (Base de incidência contributiva)
3. Caso a Entidade Empregadora não cumpra com o dis- 1. Considera-se base de incidência cont1ibutiva a remunera-
posto no número anterior, presume-se a vigência da relação ção ilíquida do trabalhador, nomeadamente todas as prestações
laboral, mantendo-se a obrigação contributiva, tendo por pecwliárias que, nos teimos da relação jmidico-laboral, são
base de incidência a remuneração apurada ou, na falta desta, devidas pelas Entidades Empregadoras aos trabalhadores.
a última remuneração declarada. 2. No caso do trabalhador auferir pa1te da remuneração em
4. Além das obrigações referidas nos números anteriores espécie, esta deve sei· referenciada em dinheiro, para efeito
do presente aitigo, as Entidades Empregadoras devem ainda de base de incidência contributiva.
infonnar as seguintes situações: 3. Não integram a base de incidência cont:tibutiva as seguin-
a) A alteração de quaisquer dos elementos relativos tes prestações pecwliárias:
a) As prestações sociais pagas pelas Entidades Empre-
à sua identificação, incluindo os relativos aos
gadoras no âmbito da Protecção Social Obrigató1ia;
estabelecimentos comerciais, bem como o início,
b) O valor coITespondente ao Subsídio de Férias;
suspensão ou cessação da actividade; e) Os valores coffespondentes à subsc1ição ou paiticipa-
b) As situações detrabalhada·es não inscritos no Sistema ção efectuada pelos trabalhadores e pelas entidades
de Protec ção Social Obrigatória ou relativamente empregadoras de modalidades de protecção social
aos quais não estejam a ser pagas contribuições e complementar previstas em legislação própria.
que estejam a trabalhar. 4. O estabelecido no n.º 1 do presente aitigo não prejudica
a fixação de bases de incidência de regimes especiais que são
CAPÍTULO III fixadas em Diploma próprio.
Relação Jurídica Contributiva
ARTIGO 14.º
ARTIGO 10.º (Folha de registo de remunerações)
(Contribuição) 1. As Entidades Empregadoras devem declarar à Entidade
1. A relação jurídica contributiva concretiza-se mediante Gestora da P:rotecção Social Obrigató1ia, através da folha de
o pagamento das contribuições devidas à Entidade Gestora registo de remunerações, a relação dos tt·abalhadores ao seu
da Protecção Social Obrigatória porpaite da entidade contri- se1viço, o valor da reinuneração que constitui a base de inci-
buinte, nos tennos previstos no presente Diploma. dência contt·ibutiva e a taxa contt·ibutiva aplicável.
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2. A folha de registo de remunerações prevista no número ARTIGO 17.0


(Carreira contributiYa)
anterior deve ser elaborada através do sistema electrónico
disponibilizado pela Entidade Gestora da Protecção Social 1. A caiTeira conti·ibutiva do ti·abalhador con-esponde ao
número de meses de enti·ada de conti·ibuições, bem como o
Obrigatória.
pe1iodo de equivalência à enti·ada de conti·ibuições nos ter-
3. Na eventualidade do contribuinte não cumprir com a
mos legalmente previstos.
obrigação de declarar a base de incidência contributiva real
2. Para efeitos do disposto do número ante1ior, a equiva-
de um ou de vários segurados num dete1minado mês, sem lência à enti·ada de conti·ibuições é o instituto jw·ídico que
que faça qualquer declaração de suspensão ou desvinculação pe1mite manter os efeitos da can-eira contributiva dos segura-
cmTespondente, o valor da re1mmeração que constitui a base dos enquanto estiverem a beneficiar de prestações pagas pela
de incidência contributiva é a última rem1meração declarada, Protecção Social Ob1igató1ia ou que afectados pela ocmrência
sem prejuízo do apuramento oficioso do valor real. de detenninadas situações deixem de receber ou sejam dimi-
4. A falta da elaboração da folha de registo de remunera- nuídas as respectivas remunerações nos tennos estabelecidos
ções ou a insuficiência das infmmações prestadas na mesma na legislação em vigor sobre a matéria.
3. Sempre que se justificar, a Entidade Gestora da Protecção
podem ser sup1idas oficiosamente pela Entidade Gestora da
Social Obrigatória pode solicitar aos requerentes dos bene-
Protecção Social Obrigatória, designadamente por recurso
fícios os comprovativos de deteiminado período da can-eira
aos dados de que disponha no seu sistema de infonnação,
conti·ibutiva.
no sistema de info1mação fiscal ou dec01Tente de acção de
ARTIGO 18.º
fiscalização ou, ainda, por comunicação do trabalhador devi- (Prestação de informações)
damente comprovada. 1. A Entidade Gestora da Protecção Social Ob1igatória deve
5. O suprimento oficioso das declarações previstas nos disponibilizar aos contribuintes e aos segurados as info1mações
números anteriores é notificado à entidade contribuinte. relacionadas com a sua situação vinculativa e conti·ibutiva de
ARTIGO 15.0 preferência ati·avés de meios electi·ónicos de consulta.
(Pagamento das contribuições) 2. As Entidades Empregadoras devein disponibilizar
l. O pagamento das contribuições, quer as dev idas pelo semesti-almente info1mações relativas a situação vinculativa
empregador, como as respeitantes ao trabalhador é da respon- e conti·ibutiva dos respectivos ti·abalhadores utilizando os
meios mais adequados.
sabilidade da Entidade Empregadora, devendo esta fazer o
desconto directo na remuneração do trabalhador. CAPÍTULO I V
2. As contribuições devem ser pagas mensahnente, atra- Regime das Contravenções
vés da liquidação da guia de pagamento, até ao dia 1Odo mês ARTIGO 19.º
seguinte àquele a que as contribuições dizem respeito, salvo nos (Contravenção)

regimes especiais em que forem dete1minados outros prazos. 1. Constitui conti·avenção todo o facto ilícito e censurável
3. A obrigação contributiva extingue-se apenas no momento praticado pela Entidade Empregadora previsto no presente
em que for completado o pagamento, no caso do montante Diploma e que comine com uma multa.
pago ser insuficiente para o cumprimento integral da contli- 2. Só é punido como contravenção o facto descrito e decla-
rado passível de multa por lei anterior ao momento da sua
buição devida.
prática.
ARTIGO 16.º
(Jw·os de mora) ARTIGO 20.0
(Momento da prática do acto)
l. A Fntidade Empregadora que não cumpra com a obri-
O acto considera-se praticado no momento ein que o
gação conti·ibutiva, no prazo previsto no presente Diploma,
agente actuou ou, no caso de omissão, deveria ter actuado,
está sujeita ao pagamento de juros de mora de 1% ao mês
independentemente do momento em que o resultado se tenha
sobre o valor do capital inicial da dívida.
produzido.
2. Os j1..D·os de mora começam a ser contados no dia seguinte
ARTIGO21.º
à data limite do pagamento das conti·ibuições.
(Remw1eração média mensal)
3. Contam-se por inteiro os juros do mês seguinte ao do
vencimento da obrigação e os do mês em que se efectua a Para efeitos do presente Dip !orna, considera-se remunera-
cobrança. ção média mensal o montante que resulta da soma dos salários
4. Os juros de mora previstos no presente aitigo são cal- ilíquidos e de outras remunei·ações efectivamei1te praticados
culados e aplicados automaticamente pelo sistema electi·ónico na empresa, no mês anterior ao da prática da infracção, que
da Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória, sem constituam base de incidência conti·ibutiva para a Protecção
prejuízo da actuação dos Serviços de Inspecção da Entidade Social Obrigatória, dividindo essa soma pelo número de ti·a-
Gestora da Protecção Social Obrigatória. balhadores da empresa em causa.
I SÉRIE-N.º 146-DE 27DE SETEl\ffiRO DE 2018 4649

ARTIGO 22.0 d) A retenção indevida cio valor relativo ao desconto


(Contravenções relativas à vinculação)
ela remuneração do trabalhador destinado à obri-
As Entidades Empregadoras que não cumpram com as gação cont1ibutiva é ptmível com wna multa de 4
suas obrigações relativas à vinculação na Protecção Social (quatro) a 8 (oito) vezes o valor da remtmeração
Ob1igatória incoITem na prática de contravenção punível nos média mensal;
seguintes tennos: e) A não utilização elas Folhas ele Registo Electrónica
a) A falta ou atraso na comunicação do início de acti- ele Remunerações é ptmível com uma multa de 3
vidade da Entidade Empregadora, bem como da (três) a 6 (seis) vezes a remuneração média mensal.
respectiva suspensão, é punível com wna multa ARTIGO 24.0
de uma a três vezes a remuneração média mensal; (Conll·avenções relativas à concessão e r ecebimento de prestações)
b) Anão insc1ição dos trabalhadores por paite da Enti- A recusa pela Entidade Empregadora em pagar as presta-
dade Empregadora é punível com uma multa de ções de segurança social ou fornecer documentos a que esteja
três a seis vezes a remuneração média mensal; obrigada por lei é punível com tmrn multa de três a seis vezes
e) O atraso na inscrição ou na comunicação de admissão o valor da remuneração média mensal.
de trabalhadorjá inscrito é punível com uma multa ARTIGO25.º
de uma a três vezes a remuneração média mensal; (Retenção de contribuições)

d) A não comunicação por paite da Entidade Emprega- 1. A retenção, pelas Entidades Empregadoras das contri-
dora de que não tem ao seu se1viço trabalhadores, buições deduzidas nas remtmerações dos seus trabalhadores
é punida com uma multa de uma a 3 (três) vezes e não depositadas à Entidade Gestora da Protecção Social,
a remuneração média mensal; além ele constituir infracção nos te1mos previstos no presente
e) A falta de info1mação sobre a mudança de endereço Diploma, constitui crime ele abuso ele confiança, confo1me
ou da sede do empregador já inscrito, é punível estabelecido no Código Penal.
com uma multa de uma a três vezes a remunera- 2. São puníveis, ainda, quaisquer outras condutas que
sejam praticadas pelas Fntidades Empregadoras, segurados
ção média mensal;
e beneficiários que causem prejuízos financeiros e patrimo-
./)Anão remessa dos comprovativos dos dependentes
niais à Protecção Social Obrigató1ia.
dos segurados é punível com uma multa de uma
a três vezes a remuneração média mensal; ARTIGO 26.0
(Graduação do montante da multa)
g) As falsas declarações ou a utilização de qualquer
A dete1minação do montante da multa faz-se em função da
outro meio, por paite da Entidade Empregadora,
gravidade da contravenção, tendo em consideração o tempo
de que resulte enquadramento num regime da
de incumprimento da obrigação e o número de trabalhado-
Protecção Social Obrigatória sem que se veri-
res abrangidos, a dimensão económica da empresa e dos seus
fiquem as condições legalmente exigidas e das
antecedentes na prática de contravenções.
quais resulte prejuízo para o Sistema de Protecção
ARTIGO 27.0
Social Obrigatória, é punível com wna multa de (Concw·so de conll·avenções)
três a oito vezes a remuneração média mensal.
1. Quem tiver praticado várias contravenções é pwlido
ARTIGO 23.º
com uma multa de montante igual à soma das multas aplica-
(Contravenções relativas à relação juridica conll·ibutiva)
das às infracções em concurso.
A Entidade Empregadora que não cwnpra com as suas 2. A prática de várias contravenções em concurso de con-
obrigações relativas à relação jmídica contributiva incoITe travenções pelo mesmo infractor deve ser autuada e instrnída
na prática de contravenção ptmível, nos seguintes te1mos: no mesmo processo.
a) As falsas declarações ou a utilização de meios frau-
ARTIGO 28.º
dulentos de que resulte a aplicação indevida de um (Reincidência)
esquema contributivo, é pllllível com uma multa de 1. Considera-se reincidente quem pratica uma contravenção
quatro a oito vezes a remuneração média mensal; da mesma natureza, no prazo de seis meses após lhe ter sido
b) A falta de entrega das folhas de registo de remune- aplicada uma multa nos tennos previstos no presente Diploma.
ração e da liquidação da respectiva contribuição 2. Em caso de reincidência, os limites mínimos e máxi-
nos prazos regulamentares, é punível com uma mos da multa prevista no tipo de contravenção são elevados
multa ele uma a seis vezes o valor ela remuneração em até 5 (cinco) vezes do respectivo valor.
média mensal; ARTIGO 29.º
e) A não inclusão de trabalhadores nas folhas de registo (Dedução em beneficio)
de remw1eração é punível com uma multa ele 4 No caso de ser aplicada uma multa a um contribuinte que
(quatro) a 8 (oito) vezes o valor da remuneração seja simultaneamente titular do direito a receber ou a ser reem-
média mensal; bolsado de prestações sociais da Protecção Social Ob1igató1ia,
4650 DIÁRIO DA REPÚBLICA

pode operar-se a sua compensação, respeitando os limites três remunerações declaradas no mês anterior ao da infracção,
mensais referidos no n.º 5 do aitigo 13.º da Lei de Bases da nos casos em que a responsabilidade de vinculação e contri-
Protecção Social, desde que este, devidamente notificado para buição é do trabalhador.
o efeito, não tenha efectuado o pagamento no prazo fixado, 2. A graduação das multas referidas no número anterior
nem interposto recurso da decisão de aplicação da multa. obedece o disposto no aitigo 26.º do presente Diploma.
ARTIGO 30.º ARTIGO 34.º
(Sujeitos responsáveis pelas contravenções) (Acesso às prestações sociais)

1. São responsáveis pelas contravenções e pelo pagamento 1. A concretização das relações jurídicas de vinculação
das multas, as pessoas colectivas ou entidades equiparadas, e de contribuição previstas no presente Diploma constituem
abrangidas pelo presente Diploma, em seu nome ou por sua condições prévias para o acesso às prestações sociais que
conta, pelos titulares dos seus órgãos sociais, mandatários, integram a Protecção Social Obrigatória.
representantes e trabalhadores. 2. Constituem condições prévias para o acesso às prestações
2. Os administradores, gerentes ou membros do órgão social que integram a Protecção Social Obrigatória, a comprovação
de direcção respondem solidaiiamente pelo pagamento da multa da não acumulação de prestações sociais da mesma natureza
com as pessoas colectivas ou equiparadas suas representadas. em outros organismos do Estado.
ARTIGO 31.° ARTIGO 35. 0
(Reversão do produto das multas) (Manipulação da Carreira Contributiva)

1. O produto das multas aplicáveis no âmbito deste Diploma 1. A Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória
constitui receita da Entidade Gestora da Protecção Social pode indeferir os processos de concessão de prestações sem-
Obrigatória. pre que se verifique a manipulação da can-eira contributiva
2. O produto das multas das contravenções de Segmança com o propósito de se aceder a prestações indevidamente.
Social aplicadas pela Inspecção Geral do Trabalho reve1te 80% 2. Sem prejuízo das demais situações, considera-se mani-
a favor da Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória pulação da can-eira contributiva o aumento significativo das
e 20% a favor da Inspecção Geral do Trabalho. contribuições para o cumprimento dos requisitos de acesso,
ARTIGO 32.º
bem como do montante das prestações.
(Prescrição do procedimento e da contravenção) ARTIGO 36.º
(Revogação)
1. Sem prejuízo das causas de suspensão e intenupção da
prescrição previstas no presente Diploma, o procedimento por É revogado o Decreto n.º 38/08, de 19 de Junho, e toda
contravenção extingue-se, por efeito da prescrição, logo que a legislação que contrarie o disposto no presente Diploma.
sobre a prática do facto ilícito sejam deco1Tidos 5 (cinco) anos. ARTIGO 37.º
2. A prescrição a que se refere o número ante1ior suspende- (Vigência)
-se durante o tempo em que o procedimento estiver pendente, O presente Diploma entra em vigor 90 (noventa) dias após
a paitir da interposição do recurso da decisão, até à decisão a data da sua publicação.
final do mesmo. Apreciado em Conselho de Ministros, no Huambo, aos 28
3. O prazo da prescrição do procedimento inte1rnmpe-se: de Agosto de 2018.
a) Com o levantamento do auto de notícia; Publique-se.
b) Com a comunicação ao infractor dos despachos,
Luanda, aos 19 de Setembro de 2018.
decisões ou medidas contra ele tomadas ou qual-
quer notificação, designadamente para o exercício O Presidente da Rep1íblica, JoÃo MANUEL GONÇALVES

do direito de audição; LOURENÇO.

e) Com as declarações prestadas pelo infractor;


d) Com a decisão da autoridade administrativa que Decreto Presidencial n. º 228/ 18
de 27 de Setembro
procede à aplicação da multa.
4. Ocon-e a prescrição do procedimento da contravenção Considerando que os relatórios constituem um instmmento
quando, desde o seu início e ressalvado o tempo de suspen- de capital impo1tãncia para a mensuração da linha que separa
são, tenha deco,Tido o prazo de 5 (cinco) anos. o planeado e o realizado, bem como o impacto das políticas
públicas a nível local, facilitando a monitorização dos pro-
CAPÍTULO V gramas do Executivo;
Disposições Finais Havendo necessidade de assegurar o acompanhamento,
ARTIGO 33.º controlo, fiscalização e prestação de contas dos Órgãos da
(Contravenções dos regime s especiais) Administração Local do Estado que conc01rnm para a boa
1. As contravenções previstas no presente Diploma são governação, em conformidade com o disposto no n.º 4 do
aplicadas aos demais regimes especiais da Protecção Social a1tigo 6.º da Lein.º 15/16, de 12 de Setembro, da Administração
Obrigatória, devendo as multas serem graduadas entre uma a Local do Estado;

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