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Quinta-feira, 7 de Junho de 2012 I Série – N.

º 108

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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SUMÁRIO lúvel ou arrendamento em função da diferente capacidade


aquisitiva dos interessados;
Presidente da República Considerando que, para além do regime de compra e
venda, pode se estabelecer o regime de acesso aos imóveis des-
Decreto Presidencial n.º 107/12:
Aprova o regime de Acesso aos Imóveis destinados à habitação na tinados à habitação na Cidade do Kilamba e a serem geridos
Cidade do Kilamba geridos pelo Fundo de Fomento Habitacional. pelo Fundo de Fomento Habitacional através das modalidades
— Revoga toda a legislação que contrarie o disposto no presente de arrendamento urbano e renda resolúvel, nomeadamente tal
Decreto Presidencial.
como disposto na alinea. k), n.º 1, artigo 1.º, da Lei n.º 3/07,
Decreto Presidencial n.º 108/12: de 3 de Setembro;
Cria o Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) destinado
a apoiar as Micro, Pequenas e Médias Empresas. — Revoga toda a
O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
legislação que contrarie o disposto no presente Diploma. nea l) do artigo 120.º e do n.º 3 do artigo 125.º, ambos da
Despacho Presidencial n.º 79/12: Constituição da República de Angola, o seguinte:
Indica Adão Francisco Correia de Almeida, para o cargo de Assistente Artigo 1º. — É aprovado o regime de Acesso aos Imóveis
Permanente do Executivo, nas Sessões Plenárias da Comissão destinados à habitação na Cidade do Kilamba geridos pelo
Nacional Eleitoral.
Fundo de Fomento Habitacional, anexo ao presente Decreto
Despacho Presidencial n.º 80/12: Presidencial e que dele é parte integrante.
Altera a estrutura da Comissão Nacional de Reintegração Socio-
Produtiva dos Desmobilizados e Deslocados (CNRSPDD) para Artigo 2.º — As dúvidas e omissões suscitadas da inter-
Grupo Multissectorial para a Reintegração dos Ex-Militares pretação e aplicação do presente Diploma são resolvidas
(GMRE), e aprova o seu respectivo Regulamento. — Revoga toda a pelo Presidente da República.
legislação que contrarie o disposto no presente Diploma designada-
mente, o Despacho n.º 31/08, de 18 de Novembro.
Artigo 3.º — É revogada toda a legislação que contrarie
o disposto no presente Decreto Presidencial.
Despacho Presidencial n.º 81/12:
Delega poderes ao Ministro da Economia, para conferir posse aos mem- Artigo 4.º — O presente Diploma entra em vigor na data
bros do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Apoio da sua publicação.
às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM). Publique-se.
Despacho Presidencial n.º 82/12: Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
Delega poderes ao Ministro da Economia, para conferir posse aos O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
membros do Conselho de Administração do Instituto do Fomento
Empresarial.
REGIME DE ACESSO AOS IMÓVEIS DO
ESTADO DESTINADOS À HABITAÇÃO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA NA CIDADE DO KILAMBA.

CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Decreto Presidencial n.º 107/12
de 7 de Junho ARTIGO 1.º
(Âmbito)
Considerando que a Lei n.º 3/07, de 3 de Setembro, Lei
de Bases do Fomento Habitacional, estabelece como um O presente Diploma estabelece o regime de acesso aos
dos princípios estruturantes, a diversificação de regimes de imóveis destinados à habitação na Cidade do Kilamba geri-
acesso ou aquisição de habitação por compra, renda reso- dos pelo Fundo de Fomento Habitacional.
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ARTIGO 2.º crédito previstos para a aquisição de habitação própria e per-


(Regime de Acesso)
manente, previsto no Decreto Presidencial n.º 259/11 de 30
O acesso aos imóveis pode ser feito por uma das seguin- de Setembro, e segundo o critério de prestação constante.
tes modalidades: 2. O valor da renda terá implícita uma taxa de remune-
a) Arrendamento, nos termos gerais do direito e do ração de capital (taxa de juros), que deverá ser fixada pelos
presente Diploma; e departamentos ministeriais responsáveis pelas finanças e
b) Renda resolúvel, nos termos do presente Diploma. pela habitação, em articulação com o Banco Nacional de
Angola.
ARTIGO 3.º
3. O valor da renda resolúvel será amortizado ou liqui-
(Condições de Acesso aos Imóveis) dado em prestações mensais constantes durante um período
Podem ter acesso aos imóveis objecto do presente de tempo não superior a 30 anos.
Diploma, qualquer pessoa que reúna cumulativamente os 4. As prestações vencem-se no último dia útil do mês a
seguintes requisitos: que respeitam, sem prejuízo de o pagamento puder ser feito
a) Ser cidadão angolano; até ao oitavo dia.
b) Residir em Angola, salvo nos casos de cumpri- 5. Na falta de pagamento do valor da renda dentro dos
mento de missão oficial no exterior do país; prazos contratualmente estabelecidos, o beneficiário pagará
c) Ser maior de 18 anos; uma indemnização ao Estado correspondente ao dobro da
d) Não possuir imóvel próprio nem estar inscrito renda por cada mês em falta.
em nenhum programa habitacional do Estado, ARTIGO 7.º
incluindo cooperativas com o apoio de fundos (Benfeitorias)

públicos. Os encargos com as despesas de conservação do imóvel


e os respectivos encargos inerentes ao condomínio correm
CAPÍTULO II por conta do arrendatário.
Regime de Acesso
ARTIGO 8.º
SECÇÃO I (Inalienabilidade)
Regime de Arrendamento
O arrendatário não pode alienar por qualquer título o
ARTIGO 4.º imóvel, enquanto este se encontrar sujeito ao ónus do regime
(Arrendamento)
de renda resolúvel.
1. A aquisição da qualidade de arrendatário dos imóveis
ARTIGO 9.º
do Estado é feito por meio da celebração de um contrato de (Resolução do Contrato)
arrendamento urbano entre o interessado e a entidade desig-
1. Para os efeitos do presente Diploma, o contrato no
nada para o efeito pelo Titular do Poder Executivo, sempre
regime de renda resolúvel resolve-se em caso de falta de
que não seja intenção do interessado adquirir, por qualquer
pagamento da renda de pelo menos seis prestações;
outra forma prevista na lei, a propriedade do imóvel.
2. O disposto no número anterior não é aplicável:
2. Os contratos de arrendamento celebrados por período
a) Em caso de força maior ou de doença prolongada
de tempo superior a 6 (seis) anos estão sujeitos a escritura
que impede o trabalho;
pública.
b) Se o adquirente se ausentar do seu domicílio legal
3. O contrato de arrendamento não pode ser celebrado
por tempo não superior a dois anos sem que dele
por período superior a trinta (30) anos.
se saiba parte e sem ter deixado procurador ou
4. Devem constar necessariamente do contrato de arren-
representante legal ou por tempo determinado,
damento os elementos referentes ao valor da renda mensal,
em cumprimento de deveres militares.
o prazo e condições de resolução.
3. A resolução do contrato com fundamento nas
SECÇÃO II
Regime de Renda Resolúvel
circunstâncias previstas neste artigo segue a forma da exe-
cução administrativa por dívida ao fisco, com as necessárias
ARTIGO 5.º adaptações.
(Renda resolúvel)
1. O acesso aos imóveis destinados à habitação pode ser CAPÍTULO III
feito através do regime de renda resolúvel mediante contrato Disposições Finais
sujeito a escritura pública.
ARTIGO 10.º
2. O pagamento da última prestação da renda, dos (Encargos Notariais)
imóveis em regime da renda resolúvel pode implicar a trans-
missão integral e efectiva aos arrendatários. 1. Aos Ministérios da Justiça e das Finanças compete
ARTIGO 6.º
adoptarem medidas de aligeiramento do processo de cons-
(Valor da renda e forma de pagamento) tituição do regime de renda resolúvel.
1. O valor da renda resolúvel será determinado em con- 2. Os encargos notariais, registrais e demais emolu-
formidade com a fórmula aplicável no regime geral de mentos são reduzidos a metade nos casos de constituição
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do regime de renda resolúvel de habitações sociais que O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
têm como adquirentes pessoas de condição social carente nea l) do artigo 120.º e do n.º 3 do artigo 125.º, ambos da
comprovada. Constituição da República de Angola, o seguinte:
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
CAPÍTULO I
Constituição, Designação, Duração e Natureza
Decreto Presidencial n.º 108/12 ARTIGO 1.º
de 7 de Junho
(Objecto, fins e âmbito)
Considerando o interesse público do Estado em apoiar O presente Diploma tem por fim criar as condições
e permitir que as Micro, Pequenas e Médias Empresas materiais e a regulamentação do regime de aplicação e con-
(MPME) angolanas beneficiárias de incentivos, ao abrigo do cessão do incentivo do capital de risco promocional previsto
regime jurídico do fomento do empresariado privado ango- no artigo 27.º da Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, destinado
lano, tenham acesso, no início da sua actividade ou na fase de a apoiar as Micro, Pequenas e Médias Empresas, (MPME)
arranque dos seus projectos de investimento de risco, a meios detentoras do estatuto especial de beneficiárias do fomento
financeiros que lhes sejam negados pela tradicional banca empresarial, na fase de arranque das suas actividades ou na
comercial e de investimento, e que só encontram resposta dos seus projectos de investimento de risco em todos os sec-
adequada, através de uma intervenção pública de fomento, tores de actividades económicas não mineiras, como tais,
com a regulamentação e concretização do incentivo de capi- sujeitos ao regime geral de livre acesso e de exercício sem
tal de risco promocional, consagrado no artigo 27.º da condicionamentos específicos.
Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, do Fomento do Empresariado ARTIGO 2.º
(Constituição, designação, duração e capitalização)
Privado Angolano;
1. O Fundo Activo de Capital de Risco Angolano, abre-
Tendo em conta que o incentivo de capital de risco pro-
viadamente designado por FACRA, é criado pelo presente
mocional assenta, por um lado, numa ratio legis de interesse
Decreto Presidencial, dotado de personalidade jurídica
público do fomento empresarial implícito e explícito nos
e autonomia administrativa e financeira, a que compete
princípios gerais da livre concorrência e do tratamento pre-
ao Ministério da Economia, como autoridade tutelar do
ferencial para atenuar as desigualdades concorrenciais das
fomento empresarial, a promoção da sua constituição, com
MPME angolanas e, por outro lado, na tipologia e sistema
o recurso rateado às fontes de receitas públicas destinadas
de incentivos fiscais e financeiros da Lei do Fomento do
ao fomento do desenvolvimento económico em geral e das
Empresariado Privado Angolano prioritariamente atribuídos
MPME em particular.
a empresas angolanas;
2. A duração do FACRA estende-se por um período de 10
Atendendo a necessidade de diversificar e sustentar um
anos a partir da sua capitalização inicial, com uma possível
forte crescimento económico, de melhorar as condições
extensão por mais um período de 5 anos.
do mercado laboral, de aumentar o número de empregos,
3. O capital do FACRA é fixado no artigo 10.º e rea-
bem como de promover o espírito empresarial e a inovação
liza-se inicialmente a partir de um montante inicial a ser
em MPME nacionais nos termos da Lei n.º 30/11, de 13 de
transferido até ao final do ano de 2012 e a sua realização
Setembro, cujo Programa de apoio tem por objecto secto-
integral faz-se progressivamente ao longo dos dois anos ini-
res prioritários de actividades económicas fora dos recursos
ciais da sua existência por integrações anuais em razão do
naturais, sujeitas ao regime geral de livre acesso e exercício;
rateio das receitas disponíveis destinadas ao fomento do
Reconhecendo a urgência de orientar e promover o
desenvolvimento económico em geral, conforme disposto
desenvolvimento de sectores económicos prioritários espe-
no artigo 10.º
cíficos que promovem e dinamizem a participação activa
ARTIGO 3.º
dos diversos agentes económicos privados e dos diversos (Natureza e regime geral de capital de risco promocional)
estratos sociais potenciando, as bases materiais do bem-estar O FACRA é um fundo público de capital de risco pro-
social alargado da comunidade nacional; mocional que se rege pelas normas e princípios aplicáveis
Considerando que para o cumprimento desses desidera- da legislação sobre fomento do empresariado privado ango-
tos é necessário criar, nos termos da Lei n.º 30/11, de 13 de lano, e as do regime geral de capital de risco promocional,
Setembro, conjugadas com a Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, em razão das características gerais e comuns de livre acesso
um fundo público de capital de risco promocional; e exercício das actividades sectoriais abarcadas, e na moda-
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lidade de fundos públicos de capital de risco, bem como qualidade de titular do interesse público e fomento empresa-
subsidiariamente pela legislação aplicável às MPME, e as rial, mandante e responsável apenas pelo fornecimento dos
normas do presente Decreto Presidencial. fundos públicos e, por outro, a posição jurídica da EG na
ARTIGO 4.º qualidade de gestora privada dos investimentos.
(Acesso a incentivos e regimes públicos) 3. As alterações impostas pela necessidade de adaptação
1. Para facilitar a concretização dos fins do FACRA pre- das normas de gestão a novas circunstâncias e factos super-
vistos no artigo 1.º, ao próprio FACRA ou a qualquer das venientes são feitas pela forma prevista no presente Decreto
empresas objecto dos seus investimentos é garantido o acesso Presidencial.
à incentivos, benefícios ou outros instrumentos de políticas
ARTIGO 7.º
públicas, incluindo ao Programa de Desenvolvimento das (Remuneração)
MPME, bem como a qualquer fundo público de garantia de A estrutura da remuneração, a indexação e as quantias
crédito, a incentivos fiscais específicos ou a quaisquer outros
devidas à EG do FACRA são fixadas no AG, a ser aprovado
benefícios.
de acordo com o artigo 6.º
2. Para efeitos do n.º 1 do presente artigo, não deve o
ARTIGO 8.º
acesso aos incentivos ou regimes públicos ser condicionado (Actividade e fins)
por quaisquer restrições impostas às empresas em cujo capi-
1. O FACRA tem por objecto a realização dos seguin-
tal haja, independentemente da percentagem, participações
tes fins:
do Estado.
a) O financiamento em capital de risco as micro,
3. A criação do FACRA, os pagamentos aos seus for-
necedores de serviços, as alterações aos seus estatutos ou pequenas e médias empresas nacionais com
regulamentos, incluindo aumentos de capital e quaisquer elevado potencial, designadas por MPME,
actos de registo ou de constituição, resultantes da apli- conforme definido pela Lei n.º 30/11, de 13
cação do presente Decreto Presidencial, ficam isentos do de Setembro;
pagamento de quaisquer taxas, impostos, emolumentos ou b) O investimento em projectos empresariais em fase
contribuição administrativa. de arranque das MPME;
ARTIGO 5.º c) A promoção da viabilidade económica e financeira
(Tutela e superintendência) das MPME e de um espírito empresarial respon-
A tutela do FACRA é da competência do Ministério da sável;
Economia, como autoridade tutelar e executiva da política d) A garantia de retorno rentável dos capitais públicos
de fomento empresarial sendo a superintendência da compe- investidos, tendo em consideração os critérios
tência do Titular do Poder Executivo, sem prejuízo da tutela de gestão da aplicação dos investimentos.
do Ministro das Finanças em matéria das finanças públicas 2. A actuação do Fundo orienta-se ainda pelas seguintes
e do Orçamento Geral do Estado, e o exercício de acções ou directivas programáticas:
actos coordenados ou conjuntos entre si e com as tutelas dos a) Estimular o crescimento das MPME;
sectores económicos abrangidos pelo FACRA em razão das b) Diversificar os investimentos económicos, fora dos
matérias específicas em causa.
sectores das actividades de recursos naturais e
CAPÍTULO II que promovam a substituição de importações;
Gestão c) Promover a criação e o desenvolvimento das
ARTIGO 6.º MPME em sectores prioritários de actividade
(Gestão privada) económica;
1. A gestão do FACRA cabe a uma entidade gestora pri- d) Apoiar a criação de emprego;
vada especializada, designada por EG, conforme definido e) Criar competências de gestão e responsabilidade
no artigo 12.º, conforme os termos do acordo de gestão, empresarial;
doravante designado por AG, que deve ser aprovado por f) Fomentar a internacionalização das empresas
Decreto Executivo do Ministro da Economia e será regido nacionais;
pelo presente Decreto Presidencial, e em conformidade, g) Melhorar a qualidade dos produtos e serviços ofe-
o Ministério da Economia tem poderes para, em nome do recidos por empresas nacionais.
FACRA, celebrar o AG e quaisquer alterações ao mesmo e 3. A execução dos objectivos do FACRA é alcançada
definir directrizes de gestão para o FACRA. mediante a aquisição pelo período inferior à extinção do
2. O contrato previsto no n.º 1 do presente artigo clarifica Fundo, de participações no capital das empresas beneficia-
a separação entre a titularidade do Estado, da função de ges- das e participação nos respectivos órgãos deliberativos e de
tão definindo, por um lado, a posição jurídica do Estado na gestão.
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ARTIGO 9.º CAPÍTULO III


(Montante referencial do FACRA) Organização, Responsabilidades e Processos de Decisão
1. O capital do FACRA é realizado através de recei- ARTIGO 11.º
tas públicas afectadas pelo Estado ao Programa de (Empresa gestora)
Desenvolvimento, nos termos decididos por Decreto 1. A Empresa gestora tem as competências e os poderes
Executivo ministerial. de gestão e assume a responsabilidade pela gestão e condu-
2. A capitalização alvo do FACRA é no valor em Kwanzas ção das operações do FACRA de acordo com o estabelecido
equivalente a USD 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta no presente Decreto Presidencial, cujos poderes e funções
milhões de dólares dos Estados Unidos da América) e rea- incluem, nomeadamente:
lizada progressivamente a partir da capitalização inicial no a) Gestão do investimento:
valor em Kwanzas equivalente a USD 100.000.000,00 (cem (i) Encontrar, seleccionar e investir em MPME
milhões de dólares dos Estados Unidos da América) a ser com potencial elevado;
transferido até ao final do ano de 2012. (ii) Monitorizar a execução do plano, com valor
acrescentado;
3. A realização integral da capitalização alvo deve ser
(iii) Encontrar e aproveitar as oportunidades de
concluída nos primeiros dois anos após o início da actuação
desinvestimento.
do Fundo.
b) Gestão activa do portfólio:
4. O FACRA está autorizado a comprar moeda estran-
(i) Participação no Conselho de Administração
geira, executar transacções internacionais ou qualquer outra
das subsidiárias;
operação cambial no curso da sua actividade normal, e sem
(ii) Ajuda na montagem da equipa de gestão;
que as instituições financeiras envolvidas em tais operações (iii) Assessoria na elaboração do plano de
estejam obrigadas a aprovação adicional, contudo estando negócios;
estas últimas obrigadas a reportar atempadamente tais ope- (iv) Envolvimento de consultores externos espe-
rações às autoridades relevantes imediatamente após a sua cializados, nacionais ou estrangeiros;
execução. (v) Envolvimento de parceiros estratégicos
5. Os Ministros da Economia e das Finanças podem nacionais ou estrangeiros.
promover aumentos de capital do FACRA, pelo recurso às 2. A EG deve designar um director, que exerça funções
seguintes fontes acrescidas: a tempo integral, que deve ser o Director do FACRA e que
a) As receitas resultantes das aplicações rentáveis do seja representante perante o Estado e terceiros.
Fundo em participações sociais de capital de 3. A EG pode envolver consultores especializados nacio-
risco e as do respectivo reembolso; nais ou internacionais, conforme considere adequado aos
b) O rendimento de aplicações em títulos ou obriga- interesses do FACRA, para apoiar no exercício dos deveres
ções; previsto no n.º 1 do presente artigo.
c) Depósito em instituições financeiras bancárias; ARTIGO 12.º
(Comissão de Investimentos)
d) Direitos de opção de compra ou venda de partici-
1. A Comissão de Investimentos é um órgão de ges-
pações;
tão do FACRA composto por quatro peritos em corporate
e) As participações ou contribuições de outras enti-
finance, capital de risco, banca de investimento e/ou ciên-
dades públicas, de empresas ou organizações
cias, indústria ou tecnologia, nomeados em igual proporção
estrangeiras e internacionais através de acor-
pelo Ministério da Economia e pela EG.
dos ou doações destinados a contribuir para o
2. A Comissão de Investimentos é responsável pela defi-
fomento empresarial angolano; nição das prioridades de investimento sob a estratégia do
f) Quaisquer outros instrumentos financeiros adequa- FACRA aprovada, pela revisão e pela validação de inves-
dos à rentabilização do Fundo. timentos e decisões de desinvestimento e pela prossecução
ARTIGO 10.º dos respectivos relatórios de avaliação.
(Despesas)
3. A Comissão de Investimentos é também responsável
Constituem despesas do FACRA em geral, as que resul- pela revisão e aprovação dos planos de gestão activa para a
tem de encargos decorrentes da aplicação do presente carteira de investimentos do FACRA.
Diploma, e designadamente, as despesas administrativas e 4. O Presidente da Comissão de Investimentos deve ser
de funcionamento do Fundo. designado pela MPME.
2592 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 13.º ARTIGO 17.º


(Deveres dos gestores) (Selecção dos candidatos e procedimentos subsequentes)

Os membros dos órgãos da entidade gestora do FACRA 1. As MPME angolanas, dotadas de estatuto de benefi-
e todos os seus técnicos e trabalhadores estão sujeitos aos ciárias de incentivos ao abrigo da legislação do fomento do
seguintes deveres gerais e especiais: empresariado privado angolano, que sejam seleccionadas
a) Respeitar e fazer cumprir as normas e princípios como detentoras de requisitos de actividade ou de projectos
gerais das leis relativas ao fomento do empre- de investimento de risco e que apresentem um bom potencial
sariado privado angolano, às MPME e demais para beneficiar do incentivo de capital de risco promocional
legislação aplicável; devem apresentar a sua candidatura à entidade gestora do
b) Respeitar a livre iniciativa privada e a propriedade FACRA devidamente instruída pelos seguintes elementos:
privada das empresas beneficiárias; a) Plano de negócios e outros elementos que demons-
c) Guardar sigilo profissional, analogamente ao que trem a intenção do investimento;
é aplicável aos auditores de contas e às institui- b) Documentos que provem a sua identificação ou
ções financeiras, dos dados e informações sobre constituição e registo comercial no caso de
as contas, negócios e demais elementos das empresas sob forma societária;
empresas candidatas e das que beneficiam do c) Certidão da administração fiscal de que a candidata
incentivo de capital de risco que tenham obtido não tem dívidas fiscais;
no exercício da actividade de avaliação das can- d) Os demais elementos que o Regulamento porven-
didaturas e o acompanhamento da gestão; tura veja como convenientes.
d) Gerir a aplicação do capital de risco junto das 2. O FACRA deve avaliar a candidatura e uma vez con-
empresas segundo critérios legais e de ren- siderada económica e financeiramente viável o acesso
tabilidade previstos no Decreto Presidencial ao FACRA é decidido pela Comissão de Investimentos,
constitutivo e regulamentar do FACRA; seguindo-se os procedimentos relativos à celebração dos
e) Cumprir as directivas emanadas pelos órgãos de actos jurídicos que corporizem a participação do FACRA
tutela e superintendência do FACRA. no capital social da empresa beneficiária e demais acordos
ARTIGO 14.º parassociais ou contratos-programa eventualmente consi-
(Governo da sociedade e órgãos de supervisão)
derados convenientes que definam a participação no capital
O FACRA deve ser governado pelos seguintes órgãos: ou outras formas de intervenção do FACRA na gestão das
a) Conselho de Supervisão, conforme definido no empresas beneficiárias, o programa dos investimentos, o
Artigo 16.º; prazo das metas de viabilidade a atingir e do consequente
b) Conselho Fiscal, conforme definido no Artigo 17.º termo final da participação pública.
ARTIGO 15.º
ARTIGO 18.º
(Conselho de Supervisão)
(Regras de conduta)
1. O Conselho de Supervisão é composto por três mem- O Ministério da Economia pode aprovar instruções
bros, sendo dois deles designados em nome do Estado por gerais e regras de conduta específicas dirigidas às pessoas
despacho do Ministro da Economia, e um dos membros que integram a estrutura orgânica e de funcionamento da
designado pela EG.
entidade gestora directamente envolvidas nas actividades de
2. Ao Conselho de Supervisão compete, a supervisão
gestão do FACRA, conforme previsto no presente Decreto
da actividade e gestão do FACRA, revisão e discussão dos
Presidencial.
resultados financeiros, económicos e sociais do FACRA
e, se necessário, revisão e adaptação da estratégia de CAPÍTULO IV
investimento. Disposições Finais
ARTIGO 16.º ARTIGO 19.º
(Conselho Fiscal) (Legislação aplicável)

1. O Conselho Fiscal é composto por três membros A seguinte legislação é aplicável à constituição e gestão
incluindo um contabilista certificado e independente, a do FACRA:
designar unanimemente pelo Ministério da Economia e a a) A Lei n.º 30/11, de 13 de Novembro em matéria
EG, sendo cada um dos restantes dois membros designados das normas e princípios aplicáveis à classifica-
respectivamente pela EG e pelo Ministério da Economia. ção da MPME e seu regime especial de fomento;
2. O Conselho Fiscal é responsável pela revisão e valida- b) A Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, em matéria das
ção do relatório anual de contas. normas e princípios aplicáveis ao fomento do
I SÉRIE — N.º 108 — DE 7 DE JUNHO DE 2012 2593

empresariado privado angolano em geral e ao Publique-se.


incentivo de capital de risco promocional; Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
c) A legislação aplicável aos fundos públicos, aos
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
contratos de sociedades comerciais e às associa-
ções de simples participação, quanto às matérias
Despacho Presidencial n.º 80/12
do regime geral dos fundos públicos e das socie- de 7 de Junho
dades comerciais ou das associações de simples
Considerando que através do Despacho Presidencial
participação de interesses conforme for a opção
n.º 5/02, de 4 de Junho, foi criada a Comissão Nacional
contratual aplicada à EG; de Reintegração Social e Produtiva dos Desmobilizados
d) Subsidiariamente, e com as devidas adaptações, a e Deslocados, cuja finalidade principal é coordenação dos
legislação aplicável às instituições bancárias em esforços para a reintegração social dos desmobilizados resul-
geral e às instituições financeiras especiais, no tantes dos diversos acordos de paz assinados pelo Governo
que concerne às matérias de natureza análoga a da República de Angola;
das operações bancárias e financeiras. Tendo em conta que o Despacho n.º 31/08, de 18 de
ARTIGO 20.º
Novembro, aprovou o regulamento da Comissão Nacional
(Revogação) de Reintegração Social e Produtiva dos Desmobilizados e
É revogada toda a legislação contrária ao disposto no Deslocados;
presente Diploma. Havendo necessidade de se ajustar a forma de organi-
zação e funcionamento da referida Comissão de modo a
ARTIGO 21.º
(Dúvidas e omissões) adaptá-la à dinâmica do novo figurino de gestão que se pre-
tende mais eficaz e dotá-la de uma estrutura mais simples e
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
operativa, reformulando o conceito de Comissão Nacional
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
de Reintegração Socio-Produtiva dos Desmobilizados e
República.
Deslocados (CNRSPDD) para Grupo Multissectorial para a
ARTIGO 22.º
Reintegração dos Ex-Militares (GMRE);
(Vigência)
O Presidente da República determina, nos termos da alí-
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da
da sua publicação. Constituição da República de Angola, o seguinte:
Apreciado em Conselho de Ministro, em Luanda, aos 18 ARTIGO 1.º
de Abril de 2012. (Aprovação)

Publique-se. É alterada a estrutura da Comissão Nacional de


Reintegração Socio-Produtiva dos Desmobilizados e
Luanda, aos 5 de Junho de 2012. Deslocados (CNRSPDD) para Grupo Multissectorial para a
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Reintegração dos Ex-Militares (GMRE), e aprovado o seu
respectivo regulamento, anexo ao presente diploma.
Despacho Presidencial n.º 79/12 ARTIGO 2.º
de 7 de Junho (Revogação)

Considerando a necessidade de se proceder a indica- É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no
ção de um assistente permanente do Executivo às Sessões presente diploma, designadamente, o Despacho n.º 31/08,
Plenárias da Comissão Nacional Eleitoral, nos termos da alí- de 18 de Novembro.
nea a) do n.º 1 do artigo 145.º da Lei n.º 36/11, de 21 de ARTIGO 3.º
(Dúvidas e Omissões)
Dezembro;
O Presidente da República determina, nos termos da alí- As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
cação do presente diploma são resolvidas pelo Presidente da
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º ambos da
República.
Constituição da República de Angola, o seguinte:
ARTIGO 4.º
1. É indicado Adão Francisco Correia de Almeida; Vice- (Entra em Vigor)
-Ministro da Administração do Território para os Assuntos
O presente Despacho entra em vigor na data da sua
Institucionais e Eleitorais, para o cargo de Assistente
publicação.
Permanente do Executivo, nas Sessões Plenárias da
Publique-se.
Comissão Nacional Eleitoral.
2. Este Despacho entra em vigor na data da sua Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
publicação. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
2594 DIÁRIO DA REPÚBLICA

REGULAMENTO DO GRUPO MULTISSECTORIAL 2. O Coordenador pode convidar, sempre que necessá-


PARA A REINTEGRAÇÃO DOS EX-MILITARES rio, titulares de outros departamentos ministeriais relevantes
com potencial para oferta de oportunidades de reintegração
CAPÍTULO I para os ex-militares.
Disposições Gerais
CAPÍTULO III
ARTIGO 1.º
Estrutura do Grupo Multissectorial
(Definição)
O Grupo Multissectorial para a Reintegração dos ARTIGO 5.º
(Órgãos)
Ex-Militares é um órgão de carácter orientador para a reinte-
gração social dos ex-militares. O Grupo Multissectorial é constituído por:
ARTIGO 2.º
a) Coordenador;
(Natureza Jurídica) b) Grupo Técnico Executivo;
O Grupo Multissectorial, abreviadamente designado c) Grupo Técnico Provincial;
GMRE, é uma pessoa colectiva pública, dotada de auto- d) Grupo Executivo Municipal.
nomia administrativa, financeira e patrimonial para o SECÇÃO I
funcionamento interno e implementação dos projectos de Coordenador
reintegração social dos ex-militares.
ARTIGO 6.º
ARTIGO 3.º (Competências)
(Atribuições)
1. O Grupo Multissectorial é dirigido por um
O Grupo Multissectorial tem as seguintes atribuições:
Coordenador, membro do Executivo, nomeado por Despacho
a) assegurar a necessária articulação entre os diversos
sectores transversais e programas com objecti- do Presidente da República, a quem compete:
vos congéneres que propiciem e mobilizem a) dirigir o Grupo Multissectorial e representá-lo
sinergias potenciadoras para implementação dos publicamente;
projectos dos ex-militares; b) convocar os titulares dos sectores membros do
b) controlar a implementação do programa de rein- Grupo Multissectorial, quando a situação o exi-
tegração dos ex-militares, estabelecendo as gir, para tratar de assuntos relacionados com a
prioridades e instrumentos para a sua execução;
participação destes no Grupo;
c) praticar os actos funcionais e operacionais res-
peitantes à coordenação da implementação do c) assegurar a elaboração dos relatórios periódicos de
programa de reintegração social e económica actividades do Grupo Multissectorial para serem
dos ex-militares; enviados ao Titular do Poder do Executivo;
d) elaborar e gerir o seu orçamento. d) controlar a execução financeira dos programas e
projectos;
CAPÍTULO II
Composição e) exercer as demais acções necessárias ao desenvolvi-
mento das atribuições do Grupo Multissectorial
ARTIGO 4.º
para a Reintegração;
(Membros do Grupo Multissectorial)
2. O Coordenador do Grupo Multissectorial é represen-
1. O Grupo Multissectorial integra os titulares dos
tado, nas suas ausências e impedimentos, pelo titular de
seguintes departamentos ministeriais e órgãos:
um departamento ministerial designado em plenária, que é
a) Ministério da Assistência e Reinserção Social;
coadjuvado pelo Coordenador do Grupo Técnico Executivo.
b) Ministério da Defesa Nacional;
SECÇÃO II
c) Ministério do Interior; Grupo Técnico Executivo
d) Ministério das Finanças;
ARTIGO 7.º
e) Ministério da Economia; (Natureza)
f) Ministério da Administração Pública, Emprego e
1. O Grupo Técnico Executivo é a estrutura operativa
Segurança Social;
g) Ministério da Administração do Território; e executiva, coordenadora da interacção técnica dos vários
h) Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento sectores transversais do Grupo Multissectorial.
Rural e das Pescas; 2. Para manter a sua funcionalidade operacional, o
i) Estado Maior General das Forças Armadas Ango- Grupo Técnico Executivo é integrado por técnicos senio-
lanas; res, em regime de representação, indicados pelos titulares
j) Serviço de Inteligência e de Segurança de Estado; dos sectores designados no artigo 4.º, para representarem
k) Instituto de Reintegração Sócio-Profissional dos os mesmos e cumprirem com as atribuições previstas no
Ex-Militares. artigo 11.º do presente regulamento.
I SÉRIE — N.º 108 — DE 7 DE JUNHO DE 2012 2595

ARTIGO 8.º aproveitamento pelo Grupo Técnico Executivo a


(Atribuições)
favor dos beneficiários;
O Grupo Técnico Executivo tem as seguintes atribuições: c) servir de elo de ligação entre o Grupo Técnico Exe-
a) analisar e emitir pareceres sobre as propostas de cutivo e as estruturas do Sector que representa.
projectos no âmbito da implementação do pro-
SECÇÃO III
grama de reintegração social e económica dos Grupo Técnico Provincial
ex-militares;
ARTIGO 12.º
b) estudar e propor, no âmbito da execução das pro- (Definição e Natureza)
postas e projectos, as medidas necessárias para à 1. O Grupo Técnico Provincial é a estrutura executiva
sua implementação; provincial do Grupo Multissectorial para a Reintegração dos
c) aconselhar tecnicamente os sectores sobre as
Ex-Militares, a quem cabe implementar as medidas concer-
experiências dos programas e projectos de rein-
tegração dos ex-militares já executados; nentes à execução dos projectos aprovados superiormente.
d) realizar visitas de monitoria e avaliação da exe- 2. O Grupo Técnico Provincial tem natureza executiva e
cução dos projectos de reintegração; os membros funcionam em regime de representação.
e) avaliar o impacto dos projectos de reintegração ARTIGO 13.º
social e económica dos ex-militares; (Atribuições)
f) assegurar o apoio administrativo ao Grupo Técnico
Para assegurar a realização das acções técnicas que per-
Multissectorial;
mitam a execução com êxito do programa de reintegração
g) elaborar relatórios periódicos das actividades;
h) acompanhar, dirigir e controlar as actividades dos dos ex-militares, o Grupo Técnico Provincial tem as seguin-
grupos técnicos provinciais; tes atribuições:
i) solicitar dos sectores informações sobre a aplicação a) realizar estudos e análises bem como emitir pare-
dos recursos disponibilizados para a reintegra- ceres e propostas com vista à implementação de
ção social e económica dos ex-militares; projectos;
j) controlar o padrão de benefícios empregue nos
b) propor medidas e acções necessárias à implemen-
projectos dos sectores para a reintegração dos
ex-militares. tação do programa de reintegração geral dos
ex-militares em projectos e subprojectos;
ARTIGO 9.º
(Composição) c) acompanhar a execução dos projectos aprovados
1. O Grupo Técnico Executivo é integrado por represen- a serem implementados na respectiva província;
tantes dos Sectores Membros do Grupo Multissectorial e é d) trabalhar com os órgãos da administração local do
coordenado pelo Vice-Ministro da Assistência e Reinserção Estado na selecção dos projectos a serem imple-
Social. mentados na respectiva localidade;
2. O Coordenador pode convidar, sempre que necessário, e) seleccionar os projectos locais viáveis;
representantes de outros órgãos.
f) participar na selecção, no controlo e registo dos
ARTIGO 10.º
(Estrutura funcional e operacional)
beneficiários;
g) elaborar mensalmente os relatórios de actividades
1. A funcionalidade do Grupo Técnico é mantida pelo
para serem apresentados ao Governador Provin-
pessoal que opera da seguinte forma:
cial;
a) em regime de representação, os técnicos seniores
h) divulgar actos realizados a nível da província no
indicados pelos titulares dos sectores Membros
do Grupo Multissectorial; âmbito do programa geral de reintegração;
b) pessoal eventual e ou assalariado, que assegura o i) apreciar propostas de termos de referência para
serviço de apoio administrativo, constante do pedidos públicos de propostas de projectos a
Anexo I do presente Regulamento. serem remetidos pelos sectores;
2. Ao nível local são constituídos Grupos Técnicos j) analisar as propostas de projectos apresentadas por
Provinciais e Grupos Executivos Municipais. potenciais parceiros de implementação;
ARTIGO 11.º k) propor a aprovação das propostas de acordo com o
(Atribuições dos Representantes dos Sectores) programa geral de reintegração;
São atribuições dos representantes dos sectores: l) avaliar a execução dos projectos em curso com base
a) participar nas actividades do Grupo Técnico Exe- em relatórios de progresso e visitas de monitoria;
cutivo; m) avaliar o impacto dos projectos em termos de efec-
b) estudar as possibilidades e oportunidades exis- tividade de reintegração social e económica dos
tentes junto do sector que representa para o seu ex-militares que neles participam.
2596 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 14.º b) avaliar e aprovar as propostas de projectos conce-


(Composição)
bidas para apoio a reintegração dos beneficiários
1. O Grupo Técnico Provincial tem composição identificados;
Multissectorial, é dirigido por um dos responsáveis das c) acompanhar a implementação dos projectos imple-
Direcções Provinciais referidas nas alíneas a), b), e c), mentados ao nível local a favor dos ex-militares;
do n.º 2, do presente artigo, nomeado por Despacho do d) reportar numa periodicidade mensal ao Coordena-
Coordenador do Grupo Multissectorial sob proposta do dor do Grupo Técnico Provincial o evoluir das
Governador Provincial. actividades no Município e pontualmente toda a
informação relevante.
2. O Grupo Técnico Provincial integra os seguintes
2. O Grupo Executivo Municipal reúne uma vez por mês
elementos:
com a Administração Municipal para análise e ponto de situ-
a) um técnico da Direcção Provincial da Assistência e ação sobre o desenvolvimento das acções.
Reinserção Social; 3. O Grupo Executivo Municipal funciona sob depen-
b) um técnico da Direcção Provincial da Administra- dência do coordenador do Grupo Técnico Provincial, a
ção Pública, Emprego e Segurança Social; quem deve prestar, mensalmente, contas da sua actividade.
c) dois técnicos da Direcção Provincial da Agricul- ARTIGO 17.º
tura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas; (Composição)

d) um técnico da Direcção Provincial da Educação e 1. O Grupo Executivo Municipal é Coordenado por um


da Cultura; Administrador Municipal Adjunto e integra os seguintes
e) um técnico da Delegação Provincial da Justiça; elementos:
f) um técnico do Serviço Provincial do IRSEM. a) responsáveis das Repartições das áreas sociais;
3. No desenvolvimento das suas atribuições, o Grupo b) um representante da Direcção Provincial da Agri-
Técnico Provincial é reforçado com oficiais das Forças cultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas;
Armadas destacados em comissão de serviço. c) um técnico do Serviço Provincial do IRSEM;
4. Os membros do Grupo Técnico Provincial são nome- d) representantes dos beneficiários.
ados por despacho do Governador Provincial por indicação 2. Os membros do Grupo Executivo Municipal são indi-
dos respectivos directores ou delegados provinciais. cados por despacho do Governador Provincial, sob proposta
do respectivo Administrador Municipal e nomeados por des-
5. Caso seja necessário, e em função das características
pacho do Coordenador do Grupo Multissectorial.
de cada província, podem ser integrados no Grupo Técnico
Provincial técnicos de outros órgãos do Governo Provincial. CAPÍTULO IV
6. No desenvolvimento das suas atribuições, o Grupo Disposições Finais
Técnico Provincial pode convidar para participar nas suas ARTIGO 18.º
reuniões representantes de ministérios, técnicos ou parceiros (Prestação de Contas)
estratégicos relevantes para apreciação de propostas que lhe 1. O Grupo Técnico Provincial funciona sob o princípio
digam respeito, em função da natureza dos serviços a contra- de dupla subordinação, dependendo:
tar, em regime de representação. a) do Governador Provincial a quem presta, men-
SECÇÃO IV salmente, a informação das actividades que
Grupo Executivo Municipal
desenvolve e que deve aprovar os relatórios
ARTIGO 15.º periódicos e outros a serem enviados ao Grupo
(Natureza)
Técnico Executivo;
O Grupo Executivo Municipal é a estrutura executiva b) executiva e operativamente do Grupo Técnico
local a quem compete aumentar o dinamismo, a funciona- Executivo.
lidade na operacionalização dos programas e projectos de 2. O Grupo Técnico Provincial deve reunir sempre que
apoio à reintegração dos ex-militares, bem como proporcio- for necessário.
nar desconcentração na execução das tarefas. 3. O Grupo Técnico Provincial presta contas da sua
ARTIGO 16.º actividade ao Grupo Técnico Executivo mediante a apresen-
(Atribuições)
tação de relatórios trimestrais.
1. O Grupo Executivo Municipal tem as seguintes ARTIGO 19.º
atribuições: (Dotação Orçamental)
a) participar no levantamento de dados junto dos O Grupo Multissectorial para a Reintegração dos
beneficiários realizado pelas equipas técnicas do Ex-Militares dispõe de uma dotação orçamental própria a
IRSEM e do Grupo Técnico Provincial; ser inscrita no Orçamento Geral do Estado.
I SÉRIE — N.º 108 — DE 7 DE JUNHO DE 2012 2597

ARTIGO 20.º d) Jaime Joaquim Pedro Fortunato — Administrador;


(Senhas de Presença)
e) Maria Ruth António Chitas — Administradora.
Os representantes dos Sectores Membros do Grupo 2.º — As dúvidas e omissões resultantes da interpreta-
Multissectorial têm direito à senha de presença, nos termos ção e aplicação do presente Despacho são resolvidas pelo
da legislação em vigor. Presidente da República.
3.º — O presente Despacho entra imediatamente em
ANEXO I vigor.
Quadro de Pessoal Eventual e Assalariado do Grupo Publique-se.
Multissectorial para a Reintegração dos Ex-Militares, refe- Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
rido na alínea b) do n.º 1, do artigo 10.º O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Grupo de N.º de
Categoria/cargo
pessoal Lugares
1 Técnico Médio Principal de 1.ª Classe Despacho Presidencial n.º 82/12
Técnico
Médio

de 7 de Junho
1 Técnico Médio Principal de 2.ª Classe
Considerando que nos termos da Constituição o
1 Oficial Administrativo Principal
Presidente da República tem competência para nomear os
Adminis-
trativo

1 Primeiro Oficial Ministros de Estado, Ministros, Secretários de Estado, Vice-


1 Motorista de Ligeiros Principal Ministros e entidades equiparadas;
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Tendo sido nomeadas algumas entidades para diver-
sos cargos e havendo necessidade de delegar poderes ao
Despacho Presidencial n.º 81/12 Ministro da Economia para conferir posse as mesmas, nos
de 7 de Junho termos do artigo 3.º, do Decreto Presidencial n.º 183/10,
Considerando que nos termos da Constituição o de 25 de Agosto, conjugado com o n.º 5 do artigo 6.º do
Presidente da República tem competência para nomear os Decreto Presidencial n.º 6/10, de 24 de Fevereiro;
Ministros de Estado, Ministros, Secretários de Estado, Vice- O Presidente da República determina nos termos da alí-
-Ministros e entidades equiparadas; nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da
Tendo sido nomeadas algumas entidades para diver- Constituição da República, o seguinte:
sos cargos e havendo necessidade de delegar poderes ao 1.º — São delegados poderes ao Ministro da
Ministro da Economia para conferir posse as mesmas, nos Economia, para conferir posse aos Membros do Conselho
termos do artigo 3.º, do Decreto Presidencial n.º 183/10, de de Administração do Instituto do Fomento Empresarial
25 de Agosto, conjugado com o n.º 5 do artigo 6.º do Decreto nomeadamente:
Presidencial n.º 6/10, de 24 de Fevereiro; a) Sérgio Mendes dos Santos — Presidente;
O Presidente da República determina nos termos da alí- b) Nádia Eloy Cruz — Administradora;
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da c) Óscar Rodrigues — Administrador.
Constituição da República de Angola, o seguinte: 2.º — As dúvidas e omissões resultantes da interpreta-
1.º — São delegados poderes ao Ministro da Economia, ção e aplicação do presente Despacho são resolvidas pelo
para conferir posse aos membros do Conselho de Presidente da República.
Administração do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas 3.º — O presente Despacho entra imediatamente em
e Médias Empresas (INAPEM), nomeadamente: vigor.
a) António Francisco de Assis — Presidente;
Publique-se.
b) Samora Kitemba de Mendonça — Administrador;
c) António Lopes João da Conceição Nicolau — Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
Administrador; O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

O. E. 505 - 6/108 - 550 ex. - I.N.-E.P. - 2012

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