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º 108
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Decreto Presidencial n.º 107/12
de 7 de Junho ARTIGO 1.º
(Âmbito)
Considerando que a Lei n.º 3/07, de 3 de Setembro, Lei
de Bases do Fomento Habitacional, estabelece como um O presente Diploma estabelece o regime de acesso aos
dos princípios estruturantes, a diversificação de regimes de imóveis destinados à habitação na Cidade do Kilamba geri-
acesso ou aquisição de habitação por compra, renda reso- dos pelo Fundo de Fomento Habitacional.
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do regime de renda resolúvel de habitações sociais que O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
têm como adquirentes pessoas de condição social carente nea l) do artigo 120.º e do n.º 3 do artigo 125.º, ambos da
comprovada. Constituição da República de Angola, o seguinte:
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
CAPÍTULO I
Constituição, Designação, Duração e Natureza
Decreto Presidencial n.º 108/12 ARTIGO 1.º
de 7 de Junho
(Objecto, fins e âmbito)
Considerando o interesse público do Estado em apoiar O presente Diploma tem por fim criar as condições
e permitir que as Micro, Pequenas e Médias Empresas materiais e a regulamentação do regime de aplicação e con-
(MPME) angolanas beneficiárias de incentivos, ao abrigo do cessão do incentivo do capital de risco promocional previsto
regime jurídico do fomento do empresariado privado ango- no artigo 27.º da Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, destinado
lano, tenham acesso, no início da sua actividade ou na fase de a apoiar as Micro, Pequenas e Médias Empresas, (MPME)
arranque dos seus projectos de investimento de risco, a meios detentoras do estatuto especial de beneficiárias do fomento
financeiros que lhes sejam negados pela tradicional banca empresarial, na fase de arranque das suas actividades ou na
comercial e de investimento, e que só encontram resposta dos seus projectos de investimento de risco em todos os sec-
adequada, através de uma intervenção pública de fomento, tores de actividades económicas não mineiras, como tais,
com a regulamentação e concretização do incentivo de capi- sujeitos ao regime geral de livre acesso e de exercício sem
tal de risco promocional, consagrado no artigo 27.º da condicionamentos específicos.
Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, do Fomento do Empresariado ARTIGO 2.º
(Constituição, designação, duração e capitalização)
Privado Angolano;
1. O Fundo Activo de Capital de Risco Angolano, abre-
Tendo em conta que o incentivo de capital de risco pro-
viadamente designado por FACRA, é criado pelo presente
mocional assenta, por um lado, numa ratio legis de interesse
Decreto Presidencial, dotado de personalidade jurídica
público do fomento empresarial implícito e explícito nos
e autonomia administrativa e financeira, a que compete
princípios gerais da livre concorrência e do tratamento pre-
ao Ministério da Economia, como autoridade tutelar do
ferencial para atenuar as desigualdades concorrenciais das
fomento empresarial, a promoção da sua constituição, com
MPME angolanas e, por outro lado, na tipologia e sistema
o recurso rateado às fontes de receitas públicas destinadas
de incentivos fiscais e financeiros da Lei do Fomento do
ao fomento do desenvolvimento económico em geral e das
Empresariado Privado Angolano prioritariamente atribuídos
MPME em particular.
a empresas angolanas;
2. A duração do FACRA estende-se por um período de 10
Atendendo a necessidade de diversificar e sustentar um
anos a partir da sua capitalização inicial, com uma possível
forte crescimento económico, de melhorar as condições
extensão por mais um período de 5 anos.
do mercado laboral, de aumentar o número de empregos,
3. O capital do FACRA é fixado no artigo 10.º e rea-
bem como de promover o espírito empresarial e a inovação
liza-se inicialmente a partir de um montante inicial a ser
em MPME nacionais nos termos da Lei n.º 30/11, de 13 de
transferido até ao final do ano de 2012 e a sua realização
Setembro, cujo Programa de apoio tem por objecto secto-
integral faz-se progressivamente ao longo dos dois anos ini-
res prioritários de actividades económicas fora dos recursos
ciais da sua existência por integrações anuais em razão do
naturais, sujeitas ao regime geral de livre acesso e exercício;
rateio das receitas disponíveis destinadas ao fomento do
Reconhecendo a urgência de orientar e promover o
desenvolvimento económico em geral, conforme disposto
desenvolvimento de sectores económicos prioritários espe-
no artigo 10.º
cíficos que promovem e dinamizem a participação activa
ARTIGO 3.º
dos diversos agentes económicos privados e dos diversos (Natureza e regime geral de capital de risco promocional)
estratos sociais potenciando, as bases materiais do bem-estar O FACRA é um fundo público de capital de risco pro-
social alargado da comunidade nacional; mocional que se rege pelas normas e princípios aplicáveis
Considerando que para o cumprimento desses desidera- da legislação sobre fomento do empresariado privado ango-
tos é necessário criar, nos termos da Lei n.º 30/11, de 13 de lano, e as do regime geral de capital de risco promocional,
Setembro, conjugadas com a Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, em razão das características gerais e comuns de livre acesso
um fundo público de capital de risco promocional; e exercício das actividades sectoriais abarcadas, e na moda-
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lidade de fundos públicos de capital de risco, bem como qualidade de titular do interesse público e fomento empresa-
subsidiariamente pela legislação aplicável às MPME, e as rial, mandante e responsável apenas pelo fornecimento dos
normas do presente Decreto Presidencial. fundos públicos e, por outro, a posição jurídica da EG na
ARTIGO 4.º qualidade de gestora privada dos investimentos.
(Acesso a incentivos e regimes públicos) 3. As alterações impostas pela necessidade de adaptação
1. Para facilitar a concretização dos fins do FACRA pre- das normas de gestão a novas circunstâncias e factos super-
vistos no artigo 1.º, ao próprio FACRA ou a qualquer das venientes são feitas pela forma prevista no presente Decreto
empresas objecto dos seus investimentos é garantido o acesso Presidencial.
à incentivos, benefícios ou outros instrumentos de políticas
ARTIGO 7.º
públicas, incluindo ao Programa de Desenvolvimento das (Remuneração)
MPME, bem como a qualquer fundo público de garantia de A estrutura da remuneração, a indexação e as quantias
crédito, a incentivos fiscais específicos ou a quaisquer outros
devidas à EG do FACRA são fixadas no AG, a ser aprovado
benefícios.
de acordo com o artigo 6.º
2. Para efeitos do n.º 1 do presente artigo, não deve o
ARTIGO 8.º
acesso aos incentivos ou regimes públicos ser condicionado (Actividade e fins)
por quaisquer restrições impostas às empresas em cujo capi-
1. O FACRA tem por objecto a realização dos seguin-
tal haja, independentemente da percentagem, participações
tes fins:
do Estado.
a) O financiamento em capital de risco as micro,
3. A criação do FACRA, os pagamentos aos seus for-
necedores de serviços, as alterações aos seus estatutos ou pequenas e médias empresas nacionais com
regulamentos, incluindo aumentos de capital e quaisquer elevado potencial, designadas por MPME,
actos de registo ou de constituição, resultantes da apli- conforme definido pela Lei n.º 30/11, de 13
cação do presente Decreto Presidencial, ficam isentos do de Setembro;
pagamento de quaisquer taxas, impostos, emolumentos ou b) O investimento em projectos empresariais em fase
contribuição administrativa. de arranque das MPME;
ARTIGO 5.º c) A promoção da viabilidade económica e financeira
(Tutela e superintendência) das MPME e de um espírito empresarial respon-
A tutela do FACRA é da competência do Ministério da sável;
Economia, como autoridade tutelar e executiva da política d) A garantia de retorno rentável dos capitais públicos
de fomento empresarial sendo a superintendência da compe- investidos, tendo em consideração os critérios
tência do Titular do Poder Executivo, sem prejuízo da tutela de gestão da aplicação dos investimentos.
do Ministro das Finanças em matéria das finanças públicas 2. A actuação do Fundo orienta-se ainda pelas seguintes
e do Orçamento Geral do Estado, e o exercício de acções ou directivas programáticas:
actos coordenados ou conjuntos entre si e com as tutelas dos a) Estimular o crescimento das MPME;
sectores económicos abrangidos pelo FACRA em razão das b) Diversificar os investimentos económicos, fora dos
matérias específicas em causa.
sectores das actividades de recursos naturais e
CAPÍTULO II que promovam a substituição de importações;
Gestão c) Promover a criação e o desenvolvimento das
ARTIGO 6.º MPME em sectores prioritários de actividade
(Gestão privada) económica;
1. A gestão do FACRA cabe a uma entidade gestora pri- d) Apoiar a criação de emprego;
vada especializada, designada por EG, conforme definido e) Criar competências de gestão e responsabilidade
no artigo 12.º, conforme os termos do acordo de gestão, empresarial;
doravante designado por AG, que deve ser aprovado por f) Fomentar a internacionalização das empresas
Decreto Executivo do Ministro da Economia e será regido nacionais;
pelo presente Decreto Presidencial, e em conformidade, g) Melhorar a qualidade dos produtos e serviços ofe-
o Ministério da Economia tem poderes para, em nome do recidos por empresas nacionais.
FACRA, celebrar o AG e quaisquer alterações ao mesmo e 3. A execução dos objectivos do FACRA é alcançada
definir directrizes de gestão para o FACRA. mediante a aquisição pelo período inferior à extinção do
2. O contrato previsto no n.º 1 do presente artigo clarifica Fundo, de participações no capital das empresas beneficia-
a separação entre a titularidade do Estado, da função de ges- das e participação nos respectivos órgãos deliberativos e de
tão definindo, por um lado, a posição jurídica do Estado na gestão.
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Os membros dos órgãos da entidade gestora do FACRA 1. As MPME angolanas, dotadas de estatuto de benefi-
e todos os seus técnicos e trabalhadores estão sujeitos aos ciárias de incentivos ao abrigo da legislação do fomento do
seguintes deveres gerais e especiais: empresariado privado angolano, que sejam seleccionadas
a) Respeitar e fazer cumprir as normas e princípios como detentoras de requisitos de actividade ou de projectos
gerais das leis relativas ao fomento do empre- de investimento de risco e que apresentem um bom potencial
sariado privado angolano, às MPME e demais para beneficiar do incentivo de capital de risco promocional
legislação aplicável; devem apresentar a sua candidatura à entidade gestora do
b) Respeitar a livre iniciativa privada e a propriedade FACRA devidamente instruída pelos seguintes elementos:
privada das empresas beneficiárias; a) Plano de negócios e outros elementos que demons-
c) Guardar sigilo profissional, analogamente ao que trem a intenção do investimento;
é aplicável aos auditores de contas e às institui- b) Documentos que provem a sua identificação ou
ções financeiras, dos dados e informações sobre constituição e registo comercial no caso de
as contas, negócios e demais elementos das empresas sob forma societária;
empresas candidatas e das que beneficiam do c) Certidão da administração fiscal de que a candidata
incentivo de capital de risco que tenham obtido não tem dívidas fiscais;
no exercício da actividade de avaliação das can- d) Os demais elementos que o Regulamento porven-
didaturas e o acompanhamento da gestão; tura veja como convenientes.
d) Gerir a aplicação do capital de risco junto das 2. O FACRA deve avaliar a candidatura e uma vez con-
empresas segundo critérios legais e de ren- siderada económica e financeiramente viável o acesso
tabilidade previstos no Decreto Presidencial ao FACRA é decidido pela Comissão de Investimentos,
constitutivo e regulamentar do FACRA; seguindo-se os procedimentos relativos à celebração dos
e) Cumprir as directivas emanadas pelos órgãos de actos jurídicos que corporizem a participação do FACRA
tutela e superintendência do FACRA. no capital social da empresa beneficiária e demais acordos
ARTIGO 14.º parassociais ou contratos-programa eventualmente consi-
(Governo da sociedade e órgãos de supervisão)
derados convenientes que definam a participação no capital
O FACRA deve ser governado pelos seguintes órgãos: ou outras formas de intervenção do FACRA na gestão das
a) Conselho de Supervisão, conforme definido no empresas beneficiárias, o programa dos investimentos, o
Artigo 16.º; prazo das metas de viabilidade a atingir e do consequente
b) Conselho Fiscal, conforme definido no Artigo 17.º termo final da participação pública.
ARTIGO 15.º
ARTIGO 18.º
(Conselho de Supervisão)
(Regras de conduta)
1. O Conselho de Supervisão é composto por três mem- O Ministério da Economia pode aprovar instruções
bros, sendo dois deles designados em nome do Estado por gerais e regras de conduta específicas dirigidas às pessoas
despacho do Ministro da Economia, e um dos membros que integram a estrutura orgânica e de funcionamento da
designado pela EG.
entidade gestora directamente envolvidas nas actividades de
2. Ao Conselho de Supervisão compete, a supervisão
gestão do FACRA, conforme previsto no presente Decreto
da actividade e gestão do FACRA, revisão e discussão dos
Presidencial.
resultados financeiros, económicos e sociais do FACRA
e, se necessário, revisão e adaptação da estratégia de CAPÍTULO IV
investimento. Disposições Finais
ARTIGO 16.º ARTIGO 19.º
(Conselho Fiscal) (Legislação aplicável)
1. O Conselho Fiscal é composto por três membros A seguinte legislação é aplicável à constituição e gestão
incluindo um contabilista certificado e independente, a do FACRA:
designar unanimemente pelo Ministério da Economia e a a) A Lei n.º 30/11, de 13 de Novembro em matéria
EG, sendo cada um dos restantes dois membros designados das normas e princípios aplicáveis à classifica-
respectivamente pela EG e pelo Ministério da Economia. ção da MPME e seu regime especial de fomento;
2. O Conselho Fiscal é responsável pela revisão e valida- b) A Lei n.º 14/03, de 18 de Julho, em matéria das
ção do relatório anual de contas. normas e princípios aplicáveis ao fomento do
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Considerando a necessidade de se proceder a indica- É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no
ção de um assistente permanente do Executivo às Sessões presente diploma, designadamente, o Despacho n.º 31/08,
Plenárias da Comissão Nacional Eleitoral, nos termos da alí- de 18 de Novembro.
nea a) do n.º 1 do artigo 145.º da Lei n.º 36/11, de 21 de ARTIGO 3.º
(Dúvidas e Omissões)
Dezembro;
O Presidente da República determina, nos termos da alí- As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
cação do presente diploma são resolvidas pelo Presidente da
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º ambos da
República.
Constituição da República de Angola, o seguinte:
ARTIGO 4.º
1. É indicado Adão Francisco Correia de Almeida; Vice- (Entra em Vigor)
-Ministro da Administração do Território para os Assuntos
O presente Despacho entra em vigor na data da sua
Institucionais e Eleitorais, para o cargo de Assistente
publicação.
Permanente do Executivo, nas Sessões Plenárias da
Publique-se.
Comissão Nacional Eleitoral.
2. Este Despacho entra em vigor na data da sua Luanda, aos 7 de Junho de 2012.
publicação. O Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
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de 7 de Junho
1 Técnico Médio Principal de 2.ª Classe
Considerando que nos termos da Constituição o
1 Oficial Administrativo Principal
Presidente da República tem competência para nomear os
Adminis-
trativo