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CASAMENTO

PRIMAZIA – É visto como uma forma superior de família, porém não há essa superioridade, pois existe sim uma
primazia histórica, mas não uma hierarquia.

INFLUÊNCIA DA IGREJA – Durante um período historio, o casamento era atrelado à influência da igreja, de tal modo
que toda sua estrutura era baseada nos aspectos religiosos. Hoje, o casamento no civil também vale.

RECONHECIMENTO DO ESTADO

FIGURAS ANTERIORES

NAMORO → CONTRATO – O namoro não poderia ser considerado nem mesmo um pré-contrato ou expectativa de
direito.

Verifica-se, no entanto, que o “contrato de namoro” não terá validade, podendo ser declarado nulo. De qualquer
forma, a competência para questões oriundas do namoro é da Vara Cível.

NOIVADO – O noivado é mero compromisso moral e social e pode ser desfeito a qualquer tempo. Não há se se falar
em pré-contrato. Poderá existir ressarcimento civil pelos danos morais e materiais provocados pelos contratos já
firmados como decoração, igrejas, e danos emocionais.

COABITAÇÃO – Ainda que exista a coabitação, ela, por si só, não configura união estável.

TIPOLOGIA

Civil Dec. 181/1890 – Antes desse decreto

RELIGIOSO CF 1934 → LRP x CC/02

NATUREZA JURÍDICA

INSTITUIÇÃO

MISTA

PLANO DA EXISTÊNCIA

1. MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
SILÊNCIO
2. AUTORIDADE COMPETÊNTE
3. DIVERSIDADE DOS SEXOS

PLANO DE VALIDADE (1521/1550)

São os IMPEDIDOS:

1. parente em linha reta até 2º grau – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco civil ou natural;
2. afins em linha reta;
3. adotante e cônjuge do adotado
4. colaterais – dec. 3200/41 – até 3º grau, primos podem casar e sobrinhos podem casar diante laudo médico.
5. adotado e filho de adotante – não podem casar
6. casados – consistuiria bigamia, o que é crime.
7. homicídio – o cônjuge sobrevivente não poderá casar com aquele que tentou mata-lo e foi condenado por
homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
* para a doutrina majoritária o crime deve ser doloso.
* para parte da doutrina, a sentença não precisa transitar em julgado.

Adúlteros – Para o C.C. de 1916, os adúlteros eram impedidos de casar novamente, hoje não há esse impedimento.

Obs. A oposição à celebração pode ser impugnada até a celebração do casamento, pois após esse momento, não pode.

PL 2285/07

NULIDADE ABSOLUTA – Os impedidos que casarem terão o casamento considerado nulo, por serem absolutamente
dirimentes ou de ordem pública.

ANULÁVEL – art. 1. 550

1. IDADE MÍNIMA NÚBIL – É preciso ter 16 anos para o casamento, exigindo a autorização de ambos os pais ou
representantes, até os 18 anos.

+ art. 1520 – excepcionalmente, será permitido aos que ainda não alcançaram a idade núbil, o suprimento
para o casamento diante da: 1. gravidez; e 2. evitar imposição de cumprimento de pena criminal, mas, nesse
caso, essa segunda não mais prevalece no C.C.
+ ap. 70067947952
+ autorização – pode ser suprida pelo juiz a denegação injusta do consentimento.
+ presentes na celebração – pode revogar até a celebração do casamento.

2. DEFEITOS - Caracterizado por vícios de vontade.

+ coação – aquele que mediante violência ou grave ameaça, obrigar outro a casar, será anulável.
+ dolo – utilidade de instrumento ardil para manipular sua vontade.
+ erro – art. 1.557 – refere-se ao erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (identidade, honra e boa
fama, ignorância de crime anterior ao casamento, a ignorância de defeito físico irremediável que não seja
deficiência ou moléstia grave transmissível, capaz de por em risco a saúde do cônjuge.

3. INCAPAZ DE CONSENTIR – Aquele que for incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento, como exemplo, a pessoa que se encontra embriagada.

4. REVOGAÇÃO DO MANDATO

5. AUTORIDADE INCOMPETENTE – Pode anular ou convalidar se não foi anulado o casamento no prazo específico.

+ prazo – 1.560 – Os prazos podem variar entre 180 dias para casamento por coação, 2 anos se a autoridade for
celevrante for incompetente.

+ coabitação –

+efeitos – ex nunc?

+ perda das vantagens

PLANO DE EFICÁCIA – Produção de efeitos na realidade.

IRREGULAR – CAUSAS SUSPENSIVAS

Elencadas no art. 1.523, não devem casar:

i. viúvo que tem filho, enquanto não fizer o inventário e der partilha aos herdeiros;
ii. viúva/mulher cujo casamento de desfez por ser nulo/anulado, até 10 meses depois do começo da
viuvez/dissolução conjugal. – hoje está superado.
iii. o divorciado, enquanto não homologada ou decidida a partilha;
iv. tutor/curador e seus descendentes, irmãos, cunhados e sobrinhos, com a pessoa curatelada/tutelada,
enquanto não cessar a tutela/curatela, e não saldarem as contas.

Perceba que essas causas suspensivas recam sobre a possível e eventual confusão sobre o patrimônio. É
permitido aos nubentes dos incs. i,iii, iv, requererem ao juiz a não aplicação da causa suspensiva, provando-se a
inexistência de prejuízo de patrimônio para aquelas pessoas (herdeiros, curatelados, ex-cônjuge). No caso do inciso
ii., a mulher deve provar o nascimento do filho/inexistência da gravidez, na fluência do prazo.

Vale lembrar que as causas suspensivas só incidirão se forem arguidas, caso contrário, o casamento irá passar
normalmente com o escolhido regime. A incidência de alguma causa suspensiva gerará casamento válido, porém
irregular, e o casamento somente poderá ser por separação obrigatória de bens.

Obs. Não se reconhece a união estável diante dos impedimentos matrimoniais, porém as causas suspensivas NÃO
impedem ou suspendem a união estável.

Quem pode arguir? Colaterais e parentes em linha reta até 2º grau. – Assim, se houver causa arguida por algum desses,
e o juiz acolher, o regime será o da separação obrigatória de bens.

No plano da eficácia, não pode ser alegada causas suspensivas durante a celebração.

Se por acaso tiver falando em regime de bens para fraudar recebimento de verbas pelos credores, o regime
de bens não se aplica com relação aos mesmos. Se os credores forem terceiros de boa-fé, não aplica o regime de bens
porque seria fraude contra credores. Então os terceiros de boa-fé estão protegidos independentemente do regime de
bens que lhes forem imputados.

Os três institutos do termo, condição e modo ou encargo, não se aplicam ao casamento. Não se pode modular
os efeitos no plano da eficácia com algum desses institutos. – Qualquer clausula nesse sentido será nula.

FORMAS ESPECIAIS

1. Procuração – a procuração deve ser especificamente para esse fim – válida por 90 dias.
Se houver revogação da procuração e sabia desta, o casamento pode ser anulável, e se não sabia,
o casamento também poderá ser anulado, mas se começar a morar junto, não pode mais anular – uma vez
em que a coabitação convalida o casamento.
2. Nuncupativo - é o casamento no iminente risco de vida, mas com preservação da capacidade mental.
Necessita de 6 testemunhas que não sejam parentes + devem ir ao cartório, em até 10 dias, para reduzir a
termo. Vara ou de Familia ou de Registros Públicos – jurisdição voluntária no qual o MP deve se manifestar. O
juiz poderá negar diante do desacordo dos termos apresentados pelas testemunhas. A sentença tem efeitos
ex tunc até a data do casamento. Caso o nubente não morra este poderá ratificar o ato, na presença da
autoridade competente, validando o casamento.
3. Moléstia Grave – Para a validade do ato, faz-se necessário que o nubente esteja em condições de manifestar
sua vontade, mas impossibilitado de se locomover, a presença de duas testemunhas que saibam ler e escrever
e a presença da autoridade competente ou de seu substituto e em qualquer lugar. Para produzir efeitos, o ato
deve ser registrado em 5 dias no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais e arquivar.
Aqui, o processo de habilitação foi cumprido, só haverá a impossibilidade de movimentação do cônjuge. A
título de distinção, o casamento não tem o processo de habilitação.
4. Autoridade Diplomática – Em regra é no Consulado do Brasil em pais estrangeiro. Para que esses casamentos
produzam efeito no Brasil, será necessário seu registro, em até 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos
os cônjuges ao Brasil, no cartório de domicílio, ou no 1° Oficio da capital do estado onde forem residir. Para
doutrina, a “volta” tem animo definitivo, quando volta pra ficar.
Autoridade Estrangeira – divórcio – No Brasil, será considerada em 1 ano, a contar da data da sentença
estrangerira OU requerer perante ao STJ a homologação da sentença de divórcio.
EFEITOS do casamento

1. NOME DE CASADO – Adicionar um do cônjuge ou suprimir um para adotar o nome. Deve acionar também o
MP para manifestação do mesmo. Após o divórcio, a mulher pode manter o sobrenome do homem. Se este
não quiser que a mulher permaneça com o nome, pode entrar com ação de alteração do registro.
Pode passar para o novo cônjuge? A doutrina/jurisprudência entende que sim.
2. VIDA EM COMUM – Coabitação é a tradução da vida em comum, mas vida em comum não é só coabitação.
O que se busca é a convivência mútua. Abandono do lar. Débitos conjugais – seria a suposta obrigação de
manter conjunção carnal – teria consequências para o divórcio, separação de fato e anulação do casamento.
3. MÚTUA ASSISTÊNCIA – Se refere apenas a assistência financeira – as condições morais e espirituais de
convivência não são tuteladas. O que se discute aqui também é a assistência de alimentos se o cônjuge não
trabalha. Observando a necessidade e possibilidade.
4. SUSTENTO, EDUCAÇÃO E GUARDA – Efeito do nascimento – Obrigação da obrigação de sustento, guarda e
educação dos filhos, prevalecendo sempre o bem-estar do menor.
5. RESPEITO E CONSIDERAÇÃO
6. FIDELIDADE RECÍPROCA – A infidelidade, por sua vez. também se caracteriza por uma relação
extramatrimonial, mas não' necessariamente por conjunção carnal. É o dever de não trair.

HABILITAÇÃO DO CASAMENTO

• Procedimento exclusivamente cartorário, burocrático LRP/PROV TJ-BA – raramente feito e caro


• Pode fazer online – casamento via web – preenchimento da habilitação;
• Paga os custos referentes à habilitação
• Homologada habilitação, o cartório faz edital para pessoas, em 15 dias, impugnarem o edital;
• Nota da oposição seria a impugnação – raro.
• Pode contestar
• Cerificação – pronto para casar – 90 dias para marcar a celebração.
• Hoje o MP só se manifesta em alguns processos – necessidade.
Princípios

2. Princípio da Variedade – Possibilidade facultada aos interessados de estabelecer novos regimes, a partir da
combinação das regras existentes.

OS REGIMES DE BENS

É necessário celebrar pacto nupcial para a escolha de regime de bens distintos da comunhão parcial – que serve como regime
legal supletivo de vontade. Para criar novos modelos de regimes de bens é necessário fazer o pacto antenupcial, através de
escritura pública, registrada no cartório de imóveis do domicílio dos nubentes.

Aquestos – São os bens adquiridos onerosamente durante a convivência conjugal.

COMUNHÃO PARCIAL DE BENS

Obs. Esse regime também é o legal no caso de união estável, não havendo contrato entre os companheiros em sentido contrário,
conforme o art. 1.725 da atual codificação.

Quanto à administração do patrimônio comum, competirá a qualquer dos cônjuges, desde que com a anuência do outro para os
atos a título gratuito que impliquem em cessão dos bens comuns.

Segundo o art. 1.658, comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento, sendo eles listados abaixo:

i. bens adquiridos na constância, mesmo que em nome de um dos cônjuges;


ii. por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
iii. por doação, herança ou legado, em favor dos cônjuges;
iv. benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
v. frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Obs. Fato eventual entende-se por jogo, aposta, loteria, caso em que o cônjuge deverá dividir o valor, se recebido na
constância da união no regime da comunhão parcial.

Porém há exceções taxativas apresentadas abaixo:

a. bens de cada cônjuge receber por doação ou sucessão e os sub-rogados em seu lugar;
b. bens cuja aquisição tiver por titulo uma causa anterior ao casamento*
c. bens adquiridos com o valor que um cônjuge recebeu provindo da sub-rogação dos bens particulares;
d. obrigações anteriores ao casamento;
e. obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo se em proveito do casal;
f. bens pessoais, livros, instrumentos e profissão;
g. os salários do trabalho pessoal; *FGTS entende que n entra aqui
h. as pensões; meio-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Obs. Para doação a um dos cônjuges, o STJ já entendeu que essa doação não integra a meação, ainda que
inexistente clausula de incomunicabilidade.

Obs. Sumula 251 STJ determina que a meação de cada cônjuge somente responde por ato ilícito quando o credor,
na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou o casal.

Obs. Em 2016, o STJ deduziu pela não comunicação dos valores relativos ao FGTS recebidos anteriormente à união.
O STJ também fixou entendimento de que os valores depositados no FGTS durante a relação devem ser partilhados
A respeito. o Enunciado 340 da IV Jornada do CJF concluiu que "no regime da comunhão parcial de bens é sempre
indispensável a autorização do cônjuge,_ ou seu suprimento judicial, para atos de disposição sobre bens imóveis"

COMUNHÃO UNIVERSAL

O patrimônio existente antes e o adquirido depois do matrimônio irão se comunicar, inclusive as dívidas tidas no
decorrer da união.

A administração do patrimônio competirá a qualquer dos cônjuges, mas a anuência do outro será obrigatória para os
outros a título gratuito que impliquem em cessão dos bens comuns ou atos de disposição (alienação ou oneração). –
outorga uxória

Excluem-se da comunhão:

▪ bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;


▪ bens fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada condição suspensiva;
▪ dívidas anteriores ao casamento, salvo se derivaram dos aprestos, ou reverterem em proveito comum;
▪ doações antenupciais feitas por um cônjuge em favor do outro com clausula de incomunicabilidade;
▪ bens de uso pessoais, livros e instrumentos de profissão;
▪ pensões, meios-soldos. montepios e outras rendas semelhantes.

Obs. Essa incomunicabilidade dos itens listados acima não alcança os frutos vencem ou quando são percebidos durante
o casamento.

Obs. O STJ já entendeu ser partilhável a indenização trabalhista auferida na constância do casamento pelo regime da
comunhão universal.

Obs. O fideicomisso é uma forma de substituição testamentária em que um primeiro herdeiro (fiduciário) pode ser
substituído por outro (fideicomissário). o fideicomissário será pessoa não existente no momento da abertura da
sucessão. Doar para o filho da nubente caso venha a nascer. * - Assim, enquanto o bem permanecer com o fiduciário
é que estará presente a referida clausula de incomunicabilidade.

Obs. Aliás, mesmo na hipótese de uma separação de fato temporária, com posterior reconciliação do casal, os bens
adquiridos no período em que havia cessado a convivência não serão partilhados, por não decorrer de esforço comum.

SEPARAÇÃO ABSOLUTA/CONVENCIONAL

Nesse regime prevalece a independência patrimonial entre o casal, ou seja, o patrimônio anterior ao casamento;
presente e futuro não se comunicam, pertencendo a cada cônjuge de forma independente, com exclusividade de
domínio, posse e administração, inclusive quantos aos débitos anteriores e posteriores ao casamento – inexistência de
qualquer ponto de interseção de bens.

É, sem dúvida, o mais simplificado de todos os regimes patrimoniais, por não apresentar pontos de comunhão,
afastando as controvérsias naturais de uma liquidação de bens comuns. No regime de separação convencional não
existe bens comuns, estabelecendo, pois, uma verdadeira separação absoluta de bens. No ponto, inclusive, que se
difere da separação obrigatória ou legal, submetida ao art. 1.641 do Código. Nesta (separação obrigatória), por conta
da incidência da Súmula 377 STF, haverá comunhão dos aquestos (bens adquiridos onerosamente na constância do
casamento), deixando claro que a separação não é total. Naquela (separação convencional), inexistem bens comuns,
permitindo que seja, de fato, denominada separação absoluta ou total. Isso, por si só, já serve para justificar a exigência
de outorga, consentimento, do cônjuge para alienar ou onerar bens imóveis – e para prestar fiança ou aval – se o
matrimonio estiver sob o regime de separação obrigatória, sendo totalmente desnecessária, por lógico, essa outorga
se o casamento é regido pela separação convencional.

Obs. Cada cônjuge responde individualmente pelas suas dívidas não vinculando o patrimônio do outro.

São características fundamentais da separação absoluta/convencional:

i. administração particular dos bens por casa consorte;


j. liberdade de disposição patrimonial;
k. responsabilidade patrimonial individual pelas dividas e obrigações assumidas.
Há divergência sobre o rateio das despesas do lar – a única hipótese de comunhão de dividas nesse regime diz respeitos
aos débitos assumidos para a mantença da família – o juiz deve estabelecer o quantum da contribuição de casa um
para a manutenção das despesas do casamento.

Ver sobre sumula 377 no áudio**

Para Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, somente se comunicam os bens, na separação convencional, aqueles adquiridos
conjuntamente pelo casal, formando um condomínio, espontaneamente, sobre eles. Como exemplo, um cônjuge se beneficia do
esforço do outro para exercício de sua atividade empresarial – nesse caso, seria razoável a divisão dos bens adquiridos com esse
esforço comum, com vistas a evitar o enriquecimento sem causa, proibido pelo C.C. Da mesma maneira, ·um dos consortes auxiliou
na reforma, reconstrução, manutenção ou conservação de um bem pertencente ao outro, é cabível que se indenizem os gastos,
evitando o enriquecimento sem causa do titular.

Obs. Dessa forma, mesmo quando os noivos escolhem, expressamente, a separação absoluta de bens, o legislador atribui direito
patrimonial ao cônjuge, garantindo-lhe uma participação na sucessão dos bens daquele que morreu. O STJ já pacificou entendimento
quanto ao direito sucessório do cônjuge casado no regime de separação absoluta de bens.

PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS

Raramente aplicado, tem características de um regime híbrido – cada cônjuge possui patrimônio próprio e lhe cabe,
à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na
constância do casamento.

É hibrido por até determinado momento trazer características do regime de separação absoluta e em outro momento
ter características do regime de comunhão parcial. Desse modo, durante o matrimônio, cada cônjuge tem liberdade
e independência com o seu patrimônio e, na época da dissolução da sociedade conjugal, cada cônjuge tem direito à
metade dos bens adquiridos onerosamente pelo casal na constância do casamento.

Caracteristicas:

+ os cônjuges possuem independência para administração do patrimônio;


+ se divide apenas o que foi adquirido por ambos os cônjuges, havendo necessidade de prova do comum esforço.

Obs. O patrimônio próprio constitui os bens que cada cônjuge possuía antes de casar e os por ele adquiridos, a
qualquer título, na constância do casamento.

Já em caso de dissolução da sociedade, os cônjuge terão direito à meação, sendo esse direito irrenunciável, incessível
ou impenhorável na vigência do regime matrimonial – art. 1.682.

Obs. Se um cônjuge fez doações sem a autorização do outro, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge ou herdeiros
para que retorne ao monte partilhável, assim será feito também com os bens alienados em detrimento da meação.

Obs. Se um cônjuge liquidou dívida do outro, o valor deverá ser apurado para liquidação do monte.

Obs. O cônjuge também não responderá pelas dívidas adquiridas pelo outro se sua meação foi inferior ao valor da
dívida, prevalecendo a independência patrimonial.

Excluem-se:

- os bens adquiridos anteriormente ao casamento e os sub-rogados em seu lugar, os que sobrevierem por sucessão
ou liberalidade a as dividas relativas a esses bens.

Os bens moveis presumem-se adquiridos durante o casamento.

As dívidas contraídas posteriormente responderão se provadas que foram revertidas, parcial ou totalmente, em favor
do outro cônjuge.

Obs. Esse regime também exige o pacto nupcial, e no pacto o casal poderá dispensar a vênia conjugal por meio de
clausula expressa.
Obs. Se, no momento da dissolução dos bens adquiridos onerosamente durante a connão for possível a divisão dos
bens, por diferentes motivos (impossibilidade material ou por não mais estar sob a posse do cônjuge), deverá haver
uma reposição em dinheiro, calculando-se o valor dos aquestos (CC, art. 1.684).
UNIÃO ESTÁVEL

(histórico)

Inconstitucionalidade do art. 1.790.

A Lei dos Registros Públicos (Lei n. 6.015/1973) admitiu o uso pela concubina do patronímico de seu companheiro,
contanto já vivessem em concubinato pelo menos há cinco anos, ou em menor tempo se deste relacionamento
houvesse filhos e não existisse qualquer impedimento legal para o casamento.

Posteriormente, os conviventes foram reconhecidos como prestadores de serviço ou como sócios de uma sociedade
de fato, cabendo indenização pelo período de serviço prestado.

Em conformidade, diz a Súmula 380 do STF: "Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é
cabível a sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum."

A Constituição Federal de 1988, ao enunciar o art. 226, § 3º que, “para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento”.

Em 1994 - Lei 8.971 – obrigatório que os companheiros fossem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou
viúvos e vivessem publicamente em união estável pelo prazo mínimo de 5 anos ou por qualquer tempo se houvesse
prole.

Em 1996 – Lei 9.278 – reconheceu união estável entre homem e mulher como entidade familiar, assegurando aos
companheiros o direito de herdar, entre outros.

Recepcionada pelo C.C, em seu art. 1.723, conceituou união estável utilizando-se de alguns requisitos, sendo eles:

▪ publicidade – status perante a sociedade / existência de uma convivência – o que a lei exige é notoriedade;
▪ contínua – duradoura com caráter de não ser interrompido – não há exigência de um lapso temporal mínimo
de tempo.
▪ estabilidade –
▪ objetivo de constituir família – não basta a coabitação – essencial para constituir união estável.

Entendimento do STJ – namoro qualificado pela coabitação seria a união estável sem o objetivo de constituir família.

STF Súmula 382 – A vida em comum sob o mesmo teto more uxório, não é indispensável à caracterização do
concubinato. Para caracterizar concubinato não é necessária coabitação e isto é, por analogia, estendido para a união
estável.

Obs. Com relação à pessoa dos filhos, repita-se também aqui a questão de a lei não prever expressamente a extensão
das presunções de paternidade previstas para o casamento (CC, art. 1.597) à união estável, pendendo a doutrina. no
entanto, a realizar essa interpretação extensiva.

ELEMENTOS ACIDENTAIS – tempo (não precisa mais quanto mais tiver, melhor), prole (se tiver, melhor para
comprovação), coabitação (não é requisito)

DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL

Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de Família, assegurado o segredo de justiça.
– art. 9º da L9278/96. Antes, não tínhamos a dissolução na competência da Vara de Família, visto que a união estável
era reconhecida como sociedade de fato.

ADOÇÃO

O direito dos conviventes à adoção está condicionado à prova da estabilidade da família (ECA 42 § 2.º e 197-A III),
exigência que não é feita aos casados.
Obs. Apesar de não existir hierarquia entre casamento e unicao estável, essa condição, por uma parte da doutrina, é
considerada inconstitucional. Assim, a CF não faz qualquer adjetivação discriminatória – é afronta ao principio da
igualdade.

IMPEDIMENTOS – Os impedimentos previstos para o casamento constantes no art. 1.521 se aplicam para a união
estável, com a exceção do inciso VI – pessoa casada que se achar separada de fato ou judicialmente.

O STJ já entendeu que a união estável constituída por aqueles impedidos de casar, mesmo que de boa-fé, não gerará
qualquer efeito.

União estável. Reconhecimento de duas uniões concomitantes. Equiparação ao casamento putativo. Lei n.
9.728/1996. Mantendo o autor da herança união estável com uma mulher, o posterior relacionamento com
outra, sem que se haja desvinculado da primeira, com quem continuou a viver como se fossem marido e
mulher, não há como configurar união estável concomitante, incabível a equiparação ao casamento putativo.
2. Recurso especial conhecido e provido (REsp 789.293/RJ. Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO,
TERCEIRA TURMA, julgado em 16.02.2006, DJ 20.03.2006, p. 271).

Obs. Os casais conviventes que infringem os impedimentos matrimoniais serão chamados de concubinos e não terão
seus direitos resguardados.

DEVERES

Lealdade é diferente de fidelidade. Respeito. Assistência Mútua (em todos os âmbitos). Maria Berenice Dias, se a
pessoa não cumpre a assistência material com intenção de punir outro cônjuge/convivente, pode estar diante, se a
vítima for mulher, do que a Lei Maria da Penha tipifica como violência material. Guarda. Sustento e Educação dos
filhos (só existe diante de prole).

ACTIO IN REM VERSO – Quando não era possível a dissolução da união estável, a ação era a actio in rem verso, ainda
que não houvesse contribuição patrimonial, o cônjuge colaborou para a construção do patrimônio, logo teria direito
se não seria considerado enriquecimento ilícito. Nessa época, a actio in rem verso deveria ser interposta como se
indenizatória fosse, fazia mera indenização, já que não havia partilha.

REGIME – Prevalecerá o regime de comunhão parcial de bens, cabendo às partes convencionar outro regime de bens,
via contrato OU escritura pública – não há de se falar em esforço comum.

Para alteração do regime de bens da união estável difere daquela do casamento. Há duas formas de alteração:

▪ Por contrato
▪ Por escritura pública

Alteração tem retroage.O STJ já determinou que os efeitos da alteração não retroagem na união estável. – ex nunc.

CONVERSÃO

Dá-se de duas formas: judicial e administrativo perante Cartório de Registro de Pessoas Naturais.

O art. 1.726 diz que precisa ser de forma judicial, entretanto, a CF já impõe facilitação da conversão da unicao estável
em casamento. Essa é uma das formas.

STJ – Não há preferência da via, é um OU outro.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

▪ Identificar como convivente em união estável. Art 319 – para fins processuais precisa se identificar como
convivente em união estável.
▪ Alteração do Registro Civil – Para alteração – art. 57 LRP – necessita dois requisitos: união estável constituída
por escritura pública e autorização expressa do companheiro/companheira.
▪ União Estável Putativa – Em se tratando de união estável que afronta aos impedimentos legais, há que se
invocar o princípio da boa-fé e reconhecer a existência de uma união estável putativa.

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