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TRABALHO AVALIATIVO

1º. BIMESTRE DIREITO DE FAMÍLIA - FACULDADES ANHANGUERA

PROFa. ANDRÉA FRANCOMANO

NOME DO ALUNO:CAMILA CAMARA FERREIRA NEVES – TURMA 10 º SEMENTRE- NOTURNO

ASSUNTO: FAMÍLIA

A) Sobre o Casamento, quais são as causas suspensivas? Cite-as e explique-as.


As causas suspensivas são recomendações de que os pretensos nubentes não se casem
diante de certas situações. Assim, possuem natureza inibitória, mas não são regra
proibitiva e nem de ordem pública.

O intuito seria resguardar situações particulares de interesse patrimonial de


determinadas pessoas ou proteger os filhos. 

Diferentemente dos impedimentos matrimoniais, as causas suspensivas não se aplicam


à união estável. 

Art. 1.523. Não devem casar: 


I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da
sociedade conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
partilha dos bens do casal; 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto
não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas
contas. 
O parágrafo único do mesmo artigo estabelece as situações excepcionais nas quais os
nubentes podem solicitar autorização judicial para que casar, afastando a aplicação da
norma supra. Vejamos: 

A viúva ou mulher cujo casamento é nulo ou foi anulado poderá se casar antes
de dez meses, caso inexistente prejuízo para o herdeiro;

A viúva ou mulher cujo casamento for nulo ou anulado poderá se casar


imediatamente após a viuvez ou a dissolução da sociedade conjugal, se for
comprovado o nascimento de filho ou a inexistência de gravidez; 

O divorciado poderá se casar antes de homologada ou decidida a partilha dos


bens do casal, se comprovado não haver prejuízo para o ex-cônjuge; e
 O tutor ou curador, seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou
sobrinhos poderão se casar com a pessoa tutelada ou curatelada, mesmo
durante a tutela ou curatela, se inexistente prejuízo para a pessoa tutelada ou
curatelada.

Já o art. 1.524 do CC estabelece os legitimados para arguir as causas suspensivas, são


eles: parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins (pais,
avós, bisavós, filhos, netos, bisnetos, sogros, avós do cônjuge, bisavós do cônjuge,
enteados, genros e noras) e pelos colaterais em segundo grau, consanguíneos ou afins
(irmãos e cunhados).

A oposição de causa suspensiva deve ocorrer durante a fase de habilitação, após isso, a
via adequada é ação autônoma ou incidentalmente em alguma ação já em curso para
discussão de outra matéria, como por exemplo um inventário. 

Mesmo com a oposição de causas suspensivas, a validade do casamento não será


afetada, mas ocorrerá a imposição do regime de separação obrigatória de bens. 
Se alegadas previamente ao término do prazo dos proclamas, haverá a suspensão da
habilitação, para que as partes se manifestem sobre elas. 

Impedimento matrimonial é a vedação do casamento, enquanto a incapacidade


matrimonial é a inabilitação de uma pessoa para o casamento, distinta da
incapacidade civil, ligada à legitimação. 

O art. 1.517 do CC estabelece que o homem e a mulher que tenham entre 16 e 18 anos
podem se casar, mediante autorização de ambos os pais, ou de seus representantes
legais. 

Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art.


1.631 do CC e essa autorização poderá ser suprida judicialmente. 

Em 2019, a Lei 13.811 alterou o art. 1.520 do CC para proibir o casamento de pessoas
menores de 16 anos, em qualquer caso. Antes dessa norma, era permitido o
casamento daquele que não atingiu a idade núbil (16 anos) para (i) evitar imposição ou
cumprimento de pena criminal e (ii) em caso de gravidez. 

B) Discorra sobre a Súmula 377 do STJ.

Para o STJ, a Súmula 377/STF, isoladamente, não confere ao cônjuge o direito à


meação dos bens adquiridos durante o casamento sem que seja demonstrado o
esforço comum. A nova interpretação se consolida no fato de que o esforço
comum antes presumido agora deverá ser necessariamente provado, pois aquele
que alega haver contribuído para a aquisição do patrimônio deverá fazer
comprovação de tal fato. A contribuição não necessita ser material, devendo ficar
apenas demonstrado pela análise do caso concreto o auxílio que pode estar
justificado até mesmo na comunhão plena de vida existente entre os cônjuges,
tornando-se, assim, fundamento bastante para a comunicação, com fulcro em
contribuição imaterial.

C) Quando é Nulo o Casamento e quais são os efeitos dessa Nulidade para os envolvidos,
terceiros e filhos?
O não cumprimento formal do rito do casamento ou a existência de um
impedimento matrimonial tornam o casamento nulo. Como falta de idade,
consanguinidade, existência de um vínculo anterior ou disparidade de culto
religioso entre o casal.

D) Quando um Casamento é Anulável? Discorra sobre o tema.


Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento
de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de
mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus
familiares

E) Discorra sobre: 1. IDADE MÍNIMA; 2. IDADE NÚBIL; 3. VÍCIO DE VONTADE.


Segundo o nosso Código Civil a idade para que qualquer pessoa possa casa é de 16
anos", esclarece. Ela ressalta ainda que no Brasil a maioridade civil é da pessoa que
tem mais de 18 anos. "Especificamente para o casamento o menor de 18 pode
contrair núpcias se for maior de 16 e ter a autorização dos pais."
Casamento do menor sem idade núbil e a alteração do artigo 1.520 do Código Civil.
A idade núbil consiste na idade mínima exigida pelo Código Civil para que a pessoa possa
casar, 16 anos. Antes da Lei 13.811/2019, excepcionalmente, era permitido que fosse
realizado o casamento antes da idade mínima, em caso de gravidez.
O vício de vontade deve ser cabalmente demonstrado pela parte que o alega, que
deve comprovar que, embora tenha agido de determinada forma, assim o fez sob
coação, ou por dolo, erro ou ignorância, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores, nos termos dos artigos 138 e seguintes do Código Civil .

F) Quando é válido o casamento e quais seus efeitos? Discorra sobre o tema.


O casamento produz efeitos sociais, tal qual, a constituição de uma entidade
familiar. Trata-se de um dos modelos múltiplos e possíveis de família e que conta
com especial proteção do estado. Nos termos do art. 5º, parágrafo único, II, do
CC, o casamento do civilmente incapaz produz a sua emancipação, Em tese, o
casamento tem que ser: existente, válido e regular para que exista de fato e de
pleno direito. Entretanto, caso o casamento seja existente mas não seja válido, ele
será NULO. Existindo e sendo válido, será ANULÁVEL. * O casamento inexistente é
aquele no qual não houve qualquer manifestação de vontade.

G) Quais os efeitos do casamento válido?


Em tese, o casamento tem que ser: existente, válido e regular para que exista de
fato e de pleno direito. Entretanto, caso o casamento seja existente mas não seja
válido, ele será NULO. Existindo e sendo válido, será ANULÁVEL. * O casamento
inexistente é aquele no qual não houve qualquer manifestação de vontade.
H) Discorra sobre os deveres do casamento.

De acordo com o artigo 1.566 do Código Civil, ambos os cônjuges têm o dever de


fidelidade recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência,
sustento, guarda e educação dos filhos e respeito e consideração mútuos.
 Fidelidade recíproca: a fidelidade deve ser:
 
Entende-se que para configurar a infidelidade amorosa, além da traição deve haver
relacionamento carnal. A mera troca de mensagens virtuais não teria o condão de
caracterizar a infidelidade amorosa.

A configuração da infidelidade financeira reclama a existência de dolo consistente


em esconder o patrimônio, de modo a não revelar sua real situação financeira.
Bem como em ariscar patrimônio ou praticar gastos compulsoriamente sem a
anuência do cônjuge.

Já a infidelidade pessoal atrela-se ao dever de o cônjuge faltar com o dever de


comunicação relativos à aspectos pessoais que atingem a família, como a perda
do emprego ou diagnóstico de doença grave.

Tal dever, hodiernamente, é relativizado, uma vez que pode ser mitigado em caso
de necessidade de trabalho em lugares distantes ou tratamentos em outro
estado ou até mesmo País. Logo, para ensejar efeitos jurídicos de quebra deste
dever, deve haver o abandono familiar, cuja consequência é o abandono material
e afetivo.

A mútua assistência reflete tanto aspectos pessoais quanto patrimoniais, de


modo que um cônjuge deve apoiar o outro em sua rotina e problemas, bem como
responsabilizar-se solidariamente com as despesas familiares ou com a economia
doméstica.

Sustento: tem caráter alimentar, devendo arcar com as despesas necessárias a uma
boa qualidade de vida da criança.
 Guarda: tange o dever de proteção que os pais têm para com os filhos, como o
cuidado de checagem do que o filho faz na internet (guarda virtual) e de horários em
que o filho chega à casa.
 Educação: devem os pais prezar pela presença do filho na escola, bem como pela
verificação do rendimento escolar. Atrela-se ainda questões como vestimenta,
comportamento e educação alimentar.
Respeito e consideração mútuos:
Consiste em um dever relacionado à necessidade de um tratamento de forma
respeitosa e afetiva. Quando se quebra tal dever, tem-se a infidelidade. Deve
tratar o outro de maneira digna.
I) Quais os efeitos do casamento sobre os bens patrimoniais?
No regramento da Comunhão Universal, os bens adquiridos antes e durante o
casamento comunicam-se entre os respectivos cônjuges, inclusive doações e
heranças, formando um patrimônio comum ao casal, Assim, estamos falando dos
efeitos patrimoniais, os quais são figurados por meio dos regimes de bens viáveis
na legislação, os quais regulam o patrimônio do casal que formalizou sua união seja
por meio do casamento ou da união estável

J) O que é o Casamento Putativo? Discorra sobre o assunto.

Considera-se putativo o casamento nulo ou anulável, mas contraído de boa-fé, ou


seja, celebrado com a convicção de se tratar de um casamento plenamente válido.
De fato, o termo “putativo” deriva do latim putativus, que significa “reputado ser o
que não é” (no caso, reputado ser válido, embora seja nulo ou anulável, A boa-fé a
que se refere o Código Civil ao disciplinar o casamento putativo (art. 1561) é a boa-
fé subjetiva, isto é, a boa-fé de conhecimento. Em outras palavras, considera-se de
boa-fé o nubente que efetivamente desconhecia a causa de nulidade ou
anulabilidade, e que, se a conhecesse, não teria se casado. Verificada a
putatividade, o casamento produzirá todos os seus efeitos até a data da sentença
anulatória, tanto em relação aos filhos quanto em relação aos nubentes (ou em
relação a um deles, se somente um estava de boa-fé ao celebrar o casamento). Se
ambos os nubentes estavam de má-fé, os seus efeitos civis só aos filhos
aproveitarão (art. 1561 do Código Civil).

K) Explique os Regimes de bens do Casamento e os direitos a partir de cada um deles, para


os cônjuges.
Os principais regimes de bens utilizados pelos casais são: comunhão parcial de
bens, comunhão universal de bens e separação total de bens. Além destes, existem
o de separação obrigatória de bens – decorrente da lei -, o de participação final nos
aquestos e o regime misto, As principais diferenças entre os regimes de casamento
é a comunicação dos bens adquiridos e sua partilha. Por regra e resumidamente
falando: No regime da comunhão universal, todos os bens se comunicam. Na
comunhão parcial, somente aqueles bens adquiridos após o casamento. Na
separação total, nenhum bem se comunicará. Comunhão universal de bens:
implica que todos os bens dos cônjuges, sendo obtidos antes ou depois do
matrimônio, serão partilhados em caso de separação. Comunhão parcial: implica
que somente os bens adquiridos após o matrimônio serão partilhados em caso de
separação.  a separação total de bens é um regime no qual os bens de cada pessoa
não se comunicam ao longo de um casamento ou união estável. Isso é válido tanto
para os bens anteriores a essa união, quanto para os desenvolvidos ao longo dela .
L) Discorra sobre os direitos do Companheiro, relativamente ao regime de bens do casal.

Sobre os direitos de herança, a lei disciplina no artigo 1.790 do Código Civil que: “A
companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens
adquiridos onerosamente na vigência da união estável, 1.829 do Código Civil, que
disciplina a sucessão cônjuge, não havendo diferenciação de tratamento entre cônjuge
e companheiro, no tocante ao recebimento de herança ou legado. A partir de então,
portanto, os companheiros, para fins de sucessão, terão os mesmos direitos que os
cônjuges, de acordo com o art. Diante do exposto, podemos verificar que a recente
decisão do STF igualou cônjuges e companheiros para fins de recebimento de
herança ou legado (fins sucessórios), sendo aplicadas aos companheiros as mesmas
regras anteriormente aplicadas aos cônjuges .

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