Você está na página 1de 2

1

DIREITO CIVIL - SUCESSÕES


PROF. DRA. ANDRA OLIVEIRA
ALUNA- SHIRLEY SILVA DE LIMA.
BACHARELADO EM DIREITO

TRABALHO PARA A NOTA SUBJETIVA DE NP2 - VALOR 4,0

CASO 01. Em maio de 2018, Lúcio, que não tinha qualquer parente até quarto grau, elaborou seu
testamento, deixando todos os seus bens para sua colega de trabalho e grande amiga Lívia. Em
janeiro de 2020, Lúcio descobriu que era pai de Patrícia, uma criança de 7 anos, e reconheceu
prontamente a paternidade. Em abril de 2021, Lucio faleceu, sem, contudo, revogar o testamento
elaborado em 2018.
Sobre os fatos narrados, responda aos itens a seguir.

A) A sucessão de Lúcio observará sua última vontade escrita no testamento? Explique com a
legislação.

Não. Pois, Lúcio não sabia que era pai. Descobrindo, após ter elaborado testamento, ter
uma filha de 7 anos, Patrícia. Portanto, por força do art. 1.973 do CC estabelecem que em
relação ao desconhecimento de um descendente quando formalizado testamento ocorre o
rompimento de tal testamento, ou seja, não poderá prosperar o testamento. Consoante a
isso, o art. 1.974 CC é categórico quando se trata da ignorância da existência de herdeiros
necessários e que conseqüentemente ocorrerá o rompimento do testamento.

B) O inventário e a partilha dos bens de Lúcio poderão ser feitos extrajudicialmente?

Não. Devido a existência de uma menor, uma criança de 7 anos, Patrícia. E com base do
art. 610, § 1º, CPC, menciona os requisitos para que o inventário e a partilha seja no modo
extrajudicial. E dentre esses requisitos tem a capacidade, ou seja, se todos forem capazes,
poderá o inventario e partilha ser extrajudicial. Ressaltando também que no próprio caput
do referido artigo diz que se houver testamento o inventário será de forma judicial.

CASO 02: Felipe deseja lavrar um testamento e deixar toda a sua herança para uma instituição de
caridade que cuida de animais abandonados chamada Abrigo Lázaro. O único parente de Felipe é
seu irmão Flávio, com quem tem uma boa relação desde sempre. Felipe não possui outros parentes
nem cônjuge ou companheiro e procura você na condição de advogado e indaga se sua vontade
poderia ser acatada em testamento. Explique com base na legislação vigente.
2
Sim. Pois, por força do art. 1.850 CC estabelece que para exclusão de herdeiros colaterais basta
não menciona- los no testamento. Dessa forma, como no referido artigo poderá Felipe dispor toda
sua herança para a instituição.

CASO 03. Os pais de Estevão já haviam falecido e, como ele não tinha filhos, sua sobrinha Clara
era seu único parente vivo. Seu melhor amigo era Carlos Alberto.
Em um determinado dia, Estevão resolveu fazer sozinho uma trilha perigosa pela Serra da
Ibiapaba e, ao se perder na mata, acidentou-se gravemente. Ao perceber que podia morrer, redigiu
em um papel, datado e assinado por ele, declarando a circunstância excepcional em que se
encontrava e que gostaria de deixar toda a sua fortuna para Carlos Alberto. Em razão do acidente,
Estevão veio a falecer, sendo encontrado pelas equipes de resgate quatro dias depois do óbito. Ao
seu lado, estava o papel com sua última declaração escrita em vida, que foi recolhido pela equipe
de resgate e entregue à Polícia. Ao saber do ocorrido, Clara, sua sobrinha, consulta você como seu
advogado para saber se a declaração escrita por Estevão tinha validade. Dê o seu parecer e
explique com base na legislação.

A declaração escrita por Estevão tem validade por força do art. 1.879 CC. Segundo o referido
artigo orienta sobre circunstâncias excepcionais, que no qual, foi o caso de Estevão. Dessa forma,
devida a situação que se encontrava Estevão sozinho em uma trilha, acidentado gravemente
escreveu em um papel com data e assinado de próprio punho deixando toda sua herança para seu
amigo Carlos Alberto. Sob tais condições, ou seja, circunstância excepcional é possível a
validação do testamento mediante o estabelecido no artigo supracitado.

CASO 04. Vívian e Márcio são casados, pais de Clara e Maria, menores impúberes, faleceram em
um grave acidente automobilístico. Em decorrência deste fato, Lúcio, avô paterno nomeado tutor
dos menores, restou incumbido, nos termos do testamento, do dever de administrar o patrimônio
dos netos, avaliado em quatro milhões de reais. De acordo com o testamento, o tutor foi
dispensado de prestar contas de sua administração. A avó materna de Clara e Maria procura você,
advogado para saber se é possível exigir que Lúcio preste constas da administração, pois desconfia
que suas netas possam estar sendo lesadas. Responda com base na legislação.

Sim. É possível exigir de Lúcio a prestação de contas da administração da herança com base do
art. 1. 757 CC. Assim, mediante a orientação do referido artigo a prestação de contas é obrigatória
por força de lei não sendo possível sequer aos pais, eventualmente instituidores da tutela, autorizar
sua dispensa.

Você também pode gostar