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Inicialmente cumpre frisar que diante d regime escolhido pelo casal (comunhão parcial
de bens) apenas os bens constituídos na constância da relação comporão a parcela de bens
destinadas a Catelyn a titulo de meação.
Ressalto que a meação não se confunde com direito hereditário, sendo este um instituto
do direito de família operado em razão do casamento e o outro a em decorrência da morte,
instituto do direito sucessório.
Dito isto cumpre esclarecer que não houve testamento realizado em vista e por sito o
acervo sucessório seguirá as regras legais do CC/02 respeitando a ordem de vocação
hereditária que de logo já ressalto ser sucessiva e excludente, ou seja, existindo herdeiros
da classe anterior exclui as demais.
Assim, a herança será deferida seguindo a primeira classe hereditária, ou seja, para os
descendentes e cônjuge sobrevivo. Cumpre frisar que em razão da igualdade da filiação
previsto constitucionalmente todos os filhos independentes da sua natureza (se bilaterais
ou unilaterais) farão jus ao acervo sucessório. Porém conforme se verá mais a frente existe
algumas regras.
Assim, Catelyn Stark fará jus a metade dos bens constantes na relação conjugal a titulo
de meação, quais sejam a casa (200.000) dois carros (30.000 cada). Assim, terá direito a
130.000 a título de meação.
Por sua vez segundo os ditames do CC/02 os bens doados a um dos cônjuges não se
comunicam no regime de comunhão parcial de bens. Assim a meação não tangenciará o
apartamento doado por Robert.
Tendo em vista que a meação não pode ser cumulada com direito hereditário em se
tratando dos mesmos bens que foram objeto daquele, a cônjuge não participará da herança
quanto a outra metade.
Quanto aos outros 130.000 (metade dos bens após a meação) eles serão divididos entre
os descendentes por direito próprio. De logo ressalto que os irmãos bilaterais herdam o
dobro dos irmãos unilaterais. Assim, a herança será dividida em 9 partes cabendo aos 4
filhos bilaterais uma cota parte de 2/9 avos para cada um. E para o irmão unilateral caberá
apenas 1/9.
Quanto ao apartamento doado, Catelyn terá direito, porém será direito sucessório (por
cabeça). Assim, de acordo com o CC/02 o cônjuge que herdar com descendentes terá
direito ao mesmo quinhão dos mesmos, porém sua cota não pode ser inferior a ¼ da
herança. Portanto ¼ deste bem será destinado a cônjuge sobreviva.
Questão 02 – Josiel, casado com Maria pelo regime da comunhão universal de bens, faleceu em
um acidente aéreo. Josiel não tinha descendentes e deixou os seguintes bens a inventariar: um
imóvel residencial adquirido durante o casamento no valor de R$ 300.000,00 e uma fazenda
herdada de seu pai com cláusula de incomunicabilidade no valor de R$ 100.000,00. Além de sua
esposa, Josiel deixa os seguintes parentes vivos: Antônio (avô materno), Ana e Pedro (avós
paternos), Rita (irmã bilateral) e Cátia (irmã unilateral). Faça a partilha de forma fundamentada.
(Valor 3,5)
Dito isto, cumpre ressaltar que com o advento do CC/02 o regime de comunhão de bens
escolhido pelos nubentes influencia diretamente na forma que a herança será dividida
após a morte de seu titular.
Assim, tendo em vista que Maria é casada com o de cujus sob o regime de comunhão
universal de bens, frisa-se que todos os bens do casal se comunicam, tanto os adquiridos
na constância da relação quanto os adquiridos antes do matrimonio, salvo se inscritos com
clausula de incomunicabilidade.
Ademais, ressalta-se que a meação não se confunde com direito hereditário. O primeiro
instituto é o direito do cônjuge de receber metade dos bens do de cujus, com
fundamentação no direito de família. Já o segundo instituto é direito sobre uma quota
parte dos bens do morto em razão da sua morte, com fulcro no direito sucessório.
Portanto, Maria terá direito apenas a meação, vez que este instituto não pode ser cumulado
com o direito hereditário tendo em vista que o morto não deixou bens particulares.
Portanto, de acordo com a regra do código civil, metade da herança será dividida para os
ascendentes paternos e a outra metade aos maternos. Assim, 75.000 será ofertada ao avô
paterno (Antônio) e os outros 75.000 será dividido para os dois avós paternos
proporcionalmente ½ de 75000 para ambos.
Os irmãos por serem herdeiros facultativos e somente herdam na hipótese de não haver
herdeiros necessários, ficarão excluídos.
Quanto ao bem com clausula de incomunicabilidade o cônjuge não poderá herdar em
razão da disposição contida. Sendo dividido os bens aos avós da forma que fora dito
acima.
Questão 03 - José, solteiro, possui três irmãos: Raul, Ralph e Randolph. Raul era pai de Mauro e
Mário. Mário era pai de Augusto e Alberto. Faleceram, em virtude de acidente automobilístico,
Raul e Mário, na data de 15/4/2005. Posteriormente, José veio a falecer em 1º/5/2006.
Sabendo-se que a herança de José é de R$ 90.000,00, como ficará a partilha de seus bens? (Valor
3,0)
Diante do exposto a herança será dividida 1/3 para Ralph, 1/3 para Rodolfo e 1/3 para
mauro pelas razões a seguir expostas.
Ralph e Rodolfo são irmãos do de cujus e, portanto, herdeiro colateral. Como não existe
qualquer herdeiro necessário, terão direito a sua quota parte da herança.
Assim, sabe-se que ambos herdarão por direito próprio ou por cabeça sua quota parte no
valor de 30.000 para cada um.
Quanto a Raul, sabe-se que ele é pre-moroto ao de cujus e assim, Mauro terá direito a
herdar a cota parte destinada a seu pai através da representação. Assim, fica claro que
Mauro terá direito a 1/3 da herança que era destinada a seu pai Raul.
Mauro morreu junto com Raul em decorrência de um acidente de carro, seus filhos não
herdarão por dois fatores que podem ser utilizados em conjunto ou em separado a
depender do detalhe da morte.
Sabe-se que um dos requisitos para herdar por representação é que o representado tenha
sido pre-morto ao de cujus. Como a comoriencia é uma ficção jurídica na qual na ausência
de provas quanto a hora exata que cada um faleceu presume-se que a morte ocorreu ao
mesmo tempo. Ausente a pre morte de Mario impossibilita que seus filhos herdem por
representação.
Ocorre que, ainda que se saiba que Mario morreu antes de Raul, os seus filhos não teriam
como herdar por representação, isto porque na sucessão de colaterais somente é possível
o direito de representação apenas de uma classe. Assim, Mario se vivo teria o direito de
representar Raul e fazer jus a metade da cota parte do seu pai em conjunto com mauro.
Porém a mesma explanação não se pode utilizar para seus filhos pois não é possível a
representação do representante, dito de modo grosseiro.