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A morte põe fim à pessoa natural. O que acarreta uma série de situações, sendo uma delas o
surgimento do fenômeno da herança.
Aberta a herança transmite-se desde logo aos herdeiros legítimos e testamentários (princípio
da saisine).
Princípios
PRINCÍPIO DA “SAISINE”
PRINCÍPIO “(NON) ULTRA VIRES HEREDITATIS” (além do conteúdo da herança) – Art. 1792, CC
A herança também possui uma função social, ela permite uma redistribuição da riqueza do de
cujus. Como é uma transferência de bens, que de um modo geral, produz riqueza, a função
social é continuada.
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Trata-se de um princípio que delimita a atuação do Direito de sucessão. Percebe-se que anda
lado a lado com o processo civil, visto que, a consonância das duas disciplinas delimita a
competência territorial de qualquer sucessão que for ser realizada no território nacional, logo,
a sucessão abre-se no local do último domicílio do de cujus.
PRINCÍPIO DO RESPEITO À VONTADE MANIFESTA
Aceitação expressa: feita por declaração escrita do herdeiro, por meio de instrumento público
ou particular.
Aceitação tácita: resultante tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. Pode-se
citar como exemplo o fato de que o herdeiro toma posse de um bem e começa a administrá-lo
e geri-lo como se fosse seu.
Indireta: ocorre quando alguém a faz por ele, o que se verifica nos seguintes casos:
b) aceitação pelo tutor ou curador - À vista do que temos no art. 1.748, II, do Código Civil, o
tutor só poderá aceitar pelo tutelado, heranças, legados ou doações, se tiver autorização
judicial para assim fazer. Tal exigência também se estende ao Curador, à vista do que reza o
art. 1.774, do mesmo Código.
A aceitação é ato unilateral que se aperfeiçoa com a manifestação de vontade de seu titular.
Assim, são
características da aceitação:
** É ato indivisível, não sendo admitida aceitação parcial (art. 1.808, CC); pode, no entanto,
ocorrer em separado quando o herdeiro possui dupla qualidade, por exemplo, de sucessor
necessário e legatário;
** É ato incondicional, ou seja, não aceita termo ou condição (art. 1.808, CC).
**É ato jurídico irretratável e irrevogável. No entanto, a aceitação pode ser anulada se verificados
vícios.
Sucessão Legitima: a lei define a forma de partilhar os bens e quem são os herdeiros.
Obs. Todo herdeiro necessário é legítimo, mas nem todo herdeiro legítimo é necessário, pois os
necessários são: cônjuge/companheiro, descendentes e ascendentes. (STF declarou a
inconstitucionalidade do artigo 1790, pois não se deve fazer diferença entre cônjuge e
companheiro para fins de sucessão).
A sucessão legitima ocorre quando o morto não deixa testamento, bem como quando não
houver herdeiro necessário.
Pode o falecido dispor de 100% dos bens para testamento? Pode, desde que não haja herdeiros
necessários, pois estes, têm direito a 50% dos bens (legítima).
Regra geral: não havendo descendentes, a herança será deferida aos ascendentes.
·Independe do regime de casamento;
·Por cabeça;
·Os mais próximos excluem os mais distantes;
·Não existe representação;
·Na hipótese de sucessão dos ascendentes, com ou sem a existência do cônjuge sobrevivente,
estabelece-se uma linha imaginária, dividindo a quota-parte em 50%.
Ex. ¹ (sem cônjuge): Maria tem Pai, Mãe, Avó Materna, Avô Materna, Avô Paterno e Avó Paterna.
Aplica-se a regra do mais próximo, excluindo o mais remoto. Os mais próximos são Pai e Mãe e
a herança é dividida por cabeça, dividida por 2, metade para o Pai e metade para a Mãe.
Ex. ² (com cônjuge): Maria é casada com João tem Pai, Mãe, Avô Materno, Avó Materna, Avô
Paterno e Avó Paterna. No ano de 2010, o Pai e a Mãe de Maria morreram e, em 2020, Maria
morreu. João, quando estiver concorrendo com 2º grau na ascendência ou mais terá direito a
50% da herança de Maria. Nos restantes 50% aplica-se a linha imaginária: metade desses 50%
para a linha paterna e a outra metade dos 50% para a linha materna.
EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO
PENAS CIVIS: razão subjetiva – o herdeiro é desprovido de moral para receber a herança.
causas:
homicídio doloso ou tentativa contra o autor da herança ou em face do seu
cônjuge/companheiro, ascendentes ou descendentes;
incidência da lei – arts. 1962 e 1963 + testamento com declaração expressa + decisão judicial;
alcança os herdeiros necessários, ascendentes, descendentes e cônjuge sobrevivente;
causas:
art. 1814 + art. 1962: ascendentes deserdando os descendentes;
art. 1814 + art. 1963: descendentes deserdando os ascendentes;
ü nem todos os motivos da deserdação configuram a indignidade;
QUOTA-DISPONÍVEL
Parte da herança que é reservada exclusivamente aos herdeiros necessários – parte indisponível
– equivale à metade do acervo, deduzidas as dívidas e as despesas do funeral (art. 1847, CC).
Legítima: porção de bens que a lei reserva aos herdeiros necessários (ascendentes,
descendentes, cônjuge/companheiro, colaterais).
calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as
dívidas e as despesas de funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a
colação.
fórmula
Fórmula para calcular a legítima