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DIREITO CIVIL VII

-Aspectos Históricos do direito de sucessões


Os primeiros fragmentos legais estão presentes na Roma antiga a qual
dizia que com a morte de uma pesca e patrimônio pertencente a esse
era destinado a 50% para e império e o restante para o primogênito. Na
idade média o direito das sucessões assegurava e direito de herança
em 100% para o primogênito, salvo, casos legais.
No ano de 1804 o código civil francês criado por Napoleão Bonaparte
sistematizou O direto das sucessões em um capitulo dispondo que com
a morte a herança será destinada aos herdeiros (até os colaterais de
sexto grau).

14/08

O direito das sucessões sempre esteve presente nas legislações


brasileiras
Desde as ordenações até o atual CC de 2002.

A atual constituição de 1988, em seu artigo 5º, inciso XXX contempla


o direito das sucessões.

Aspectos gerais da sucessão

Os estudos do direito das sucessões possuem 2 modalidades:

A- Sucessão testamentária: é aquela que ocorre segundo a vontade


manifestada pelo falecido em testamento, legado ou codicilo
B- Sucessão legítima é aquela regulamentada por lei, e a mesma será
utilizada apenas se não for caso de sucessão testamentária, por falta
de manifestação de vontade ou por ela ser invalida ou ineficaz.

Art. 1.786. Os descendentes, que concorrerem à sucessão do


ascendente comum, são obrigados a conferir as doações e os dotes,
que dele em vida receberam.

Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança


aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não
forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se
o testamento caducar, ou for julgado nulo.

O legislador acolheu o princípio da Saisine pelo qual, com a morte abre-


se a sucessão e a herança será transmitida automaticamente aos
herdeiros legítimos e testamentários

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos


herdeiros legítimos e testamentários.

O artigo 1785 diz que a sucessão será aberta no último domicílio do


falecido
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
A lei que regular a sucessão e a legítima para suceder é a lei vigente
ao tempo do óbito do falecido

Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei


vigente ao tempo da abertura daquela.
Observação: a resolução 03/2007 do CNJ dispõe que o inventário
cartorário poderá ser proposto em qualquer cartório do território
nacional.

Os herdeiros podem ser de 2 tipos:


A- Herdeiros necessários: tem direito ao menos a metade da herança
que são os ASCENDENTES, DESCENDENTES E CÔNJUGE
(companheiro)

B- Herdeiro facultativo: são aqueles que não tem direito à legítima e se


o falecido não os contemplar no testamento, podem não ser
beneficiados pela herança. São os colaterais até o quarto grau, artigo
1789, 1845 e 1846 antes do CC.

17/08

Observação: o município é considerado herdeiro obrigatório diante da


inexistência de herdeiros necessários e facultativos

Observação: O artigo 1789 CC


Dispõe que havendo herdeiros necessários o testador só poderá dispor
da metade de sua herança

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor


da metade da herança.
A legítima será calculada sobre o valor dos bens existentes na abertura
da sucessão, devendo ser abatido as dívidas, a despesa do funeral
para aí sim termos a divisão dos bens aos herdeiros

Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na


abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral,
adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

A capacidade testamentária pode ser absoluta quando não existir


herdeiros necessários e relatoria se houver.

Salvo se houver justa causa, declarada do testamento não pode o


testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade,
incomunicabilidade dos bens da legítima

Mediante autorização judicial e havendo justa causa, e possível


Alienação dos bens gravados ou a conversão de um regravado para
outro.

O artigo 1849 e 1850


Que o se o testador não contemplar os herdeiros colaterais, estes serão
excluídos da sucessão

Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte


disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima.

Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que


o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
Da Herança

A herança é a universalidade de direito que surge com o óbito da


pessoa natural. É a herança que forma o Espólio, ente
despersonalizado.

Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários
sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à
propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas
normas relativas ao condomínio.

O direito da sucessão aberta, bem como o quinhão (a parte que ele


recebe) pode ser cedido por escritura pública, assim essa cessão pode
ser realizada a pessoa estranha a sucessão portando que tenha se
dado anteriormente o direito de preferência do coerdeiro

Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que


disponha o coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.

O artigo 1792 CC, dispõe que o herdeiro só responde nos limites das
forças da herança. Assim, quem paga a dívida do falecido é a herança
e não os herdeiros. Cabe ao herdeiro, entretanto, provar o excesso do
passivo, se não estiver provado por inventário.

Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças


da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver
inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
Qual o prazo para abertura do inventário?

Pelo CC, artigo 1796 é de 30 dias da abertura da sucessão. Porém


prevalece a regra PROCESSUAL, prevista no artigo 611 CPC que
preceitua o prazo é
*De 2 meses *

Observação: a não propositura do inventário no prazo acima, impõe a


aplicação de multa, conforme súmula 542, do STF
E o estado de Goiás, a multa é de 1% sobre o imposto causa mortes

21/08

Herança Jacente e Vacante

Se uma pessoa falecer sem deixar testamento e seus herdeiros


legítimos não forem conhecidos, temos a figura da herança jacente.
Nesse caso, os bens da herança serão arrecadados e administrado por
um procurador até que sejam entregues algum sucessor habilitado e
até que seja declarada a vacância da herança.
Após a arrecadação dos bens, serão expedidos editais para a ciência
dos interessados, é passado um ano da primeira publicação, sem que
haja herdeiro habilitado ou sem que seja concluída a habilitação, a
herança é declarada vacante. (Art.820 CC)
Verificada a declaração de vacância, podem os credores pedir o
pagamento de suas dívidas, até o limite das forças da herança. (Art.821
CC)
O artigo 1222 do CC, diz que regulará da vacância, os herdeiros, salvo
os colaterais ainda poderão se habilitar, pois os bens só serão
transmitidos definitivamente ao estado
*Em 5 anos Contatos da abertura da sucessão *

Vocação hereditária

São legítimos a suceder as pessoas nascidas e as já concebidas (o


nascituro) no momento da abertura da sucessão (óbito) Artigo 1798 CC

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já


concebidas no momento da abertura da sucessão.

Poderão ser chamados a suceder:

A- Os filhos não concebidos (prole eventual) pessoas indicadas pelo


testador, se essas pessoas estiverem vivas quando da abertura da
sucessão. Nesse caso os bens da herança serão administrados por um
curador e, nascendo com vida um herdeiro esperado a ele serão
transmitidos os bens, seus frutos e rendimentos de todo o período.

Os herdeiros se não nascer em 2 anos, os bens reservados a ele serão,


se não ouvir disposição encontraria, transmitidos aos herdeiros
legítimos
Artigo 1799, I CC

B- As pessoas jurídicas se houver previsão no testamento. Exemplo:


deixar bens para o amigo; artigo 1799, II CC
C- Fundações criadas pelo falecido no próprio testamento artigo 1799,
III CC

Não podem ser nomeados herdeiros ou legatários:

A- A pessoa que a ROUGO escreveu o testamento, nem o seu cônjuge


ou companheiro, ou seus ascendentes e irmãos
Artigo 1801, I CC

B- As testemunhas do testamento artigo 1801, II CC

C- O concubina no testador casado, salvo se este estiver separado do


cônjuge a mais de 5 anos.
A proibição não alcança a pessoa solteira, viúva, divorciado, separada
judicialmente ou que vive em união estável
Artigo 1802, III CC

D- o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante


quem se fizer assim como o que fizer ou aprovar o testamento também,
para se resguardar a lisura da manifestação de vontade do falecido
artigo 1801,I.

24/08

O art.1802 do Código Civil dispõe que são nulas as disposições


testamentárias em favor de pessoas não legitimadas a suceder, ainda
quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante
interposta pessoa.
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes,
os descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não
legitimado a suceder.

O art. 1803 dispõe que é lícita a deixa ao filho do concubina, quando


também o for do testador.

Aceitação e renúncia da herança

Com a morte abre-se a sucessão (princípio da saisine) ocorrendo a


transmissão da herança de forma automática. Aceitação da herança,
portanto é apenas de tornar definitiva essa transmissão artigo 1804

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao


herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o
herdeiro renuncia à herança.

São formas de aceitação da herança

Existem 3 formas de aceitação:


Expressa, tácita e presumida.

A-Expressa: ocorre quando o herdeiro se manifesta expressamente nos


autos ou ainda através de instrumento público.

B- Tácita: ocorre quando o herdeiro pratica atos positivos


demonstrando a sua aceitação a herança como por exemplo:
pagamento do imposto causa mortes; constituição de advogado para
abertura de inventário; pagamento de custas judiciais ou imonumentos

Artigo 1805 parágrafo primeiro CC, diz que os atos inofensivos como
por exemplo pagamento de despesas do funeral, de conservação do
bem ou de administração ou guarda provisória não configuram
aceitação tácita.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por


declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos
próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o
funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de
administração e guarda provisória.

C- Presumida: o código civil no artigo 1807 dispõe que o herdeiro o


legatório que for intimado e ficar silente no prazo não maior que 30 dias,
considera-se a aceita a herança.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não,


a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz
prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o
herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

Observação: se um herdeiro falece antes de manifestar a aceitação da


herança, os seus herdeiros poderão aceitar ou não a herança em seu
lugar de acordo com o princípio da representação artigo 1809 CC
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança,
o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de
vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes
da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança,
poderão aceitar ou renunciar a primeira.

Da renúncia da herança

O código civil no artigo 1806, diz que a renúncia deve ser expressa
através de instrumento público ou termo judicial.

Em regra, não se pode aceitar ou renunciar em parte uma herança,


excepcionalmente será possível renunciar á herança em partes
quando:

A- Quando é beneficiado por legado e herança, podendo escolher entre


eles

B- Quando recebe mais de 1 quinhão hereditário podendo escolher


entre eles, exemplo: quando é beneficiado tanto pela sucessão legítima
quanto por sucessão testamentária. Artigo 1808 CC

Artigo 1812 CC, diz que a manifestação de vontade para aceitar ou


renunciar a herança é irrevogável

O artigo 1810 e 1811 CC


Dispõe que na sucessão legítima, a parte que renúncia é considerada
como se nunca tivesse sido herdeira a sua parte da herança será
dividida pelos outros herdeiros da mesma classe.

É possível também que haja a renúncia translativa (que na prática e


uma aceitação e renúncia) pois o herdeiro recebe a herança e renúncia
a uma determinada pessoa havendo a incidência do imposto causa
mortes e do imposto intervi vos

Se a renúncia a herança prejudicar os credores, eles poderão, com


autorização judicial aceitar a herança em nome do renunciante. Paga
as dívidas, entretanto, deve prevalecer a vontade de renunciar a
herança artigo 1813 CC

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando


à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome
do renunciante

28/08

Dos excluídos da sucessão

A exclusão da sucessão pode ocorrer em razão de causas subjetivas,


nos casos de indignidade sucessória e deserdação (rol taxativo de
deserdação e indignidade). No primeiro caso a exclusão é prevista em
lei e determinada por decisão judicial. No segundo caso, o próprio
falecido manifesta em seu testamento o desejo de excluir o herdeiro
necessário, o que será confirmado por sentença.
Qualquer dos herdeiros ou legatários, portanto, poderá ser
considerado indigno nos seguintes casos ( art 1814 do CC):
A) pela prática ou tentativa de homicídio doloso, contra o autor da
herança, seu cônjuge, seu companheiro, ascendente ou descendente.
B) pela prática de crime contra honra (calúnia, difamação ou injúria)
contra o autor da herança, seu cônjuge ou companheiro.
C) pela prática de atos de violência ou fraude que obstarem o autor da
herança de livremente dispor de seus bens por ato de última vontade.

Como mencionado, a exclusão do herdeiro ou legatário, por


indignidade deve ser declarada por sentença e pode ser requerida em
até 4 anos contados da abertura da sucessão (art 1815 parágrafo 1 do
CC).
Ocorrendo a hipótese da indignidade prevista no art 1814 inciso 1 do
CC, o MP tem legitimidade para ingressar com demanda de exclusão.
O art 1815 A, dispõe que qualquer dos casos de indignidade previstos
no artigo 1814 diz que ocorrendo o trânsito em julgado (que não cabe
mais recurso) de sentença penal condenatória acarretará a imediata
exclusão do herdeiro ou legatário indigno, independente da sentença
prevista no art 1815.
O art 1816 do CC diz que os descendentes do excluído irão sucedê-lo
(representandoo) como se ele tivesse falecido. Ex Maria foi excluída e
suas filhas Ana e Carolina irão sucedê-la na herança, como suas
representantes.
Aquele que for excluído da sucessão não terá direito ao uso fruto ou a
administração dos bens que forem destinados aos seus sucessores,
muito menos a uma eventual sucessão desses bens.
O testador poderá por testamento perdoar um indigno reabilitando
assim o herdeiro artigo 1818, §1, CC.

Quanto a deserdação, trata-se de exclusão de herdeiros necessários


(ascendente, descendente e cônjuge, artigo 1961 CC).
A deserdação dos descendentes por seus ascendentes (como a do filho
pelo pai), pode ocorrer tanto pelas causas que autorizam a exclusão
por indignidade (reveja artigo 1814 CC) quanto pelas seguintes:

A-Ofensa física
B-injúria grave
C- relações ilícitas com a madrasta ou padrasto
D- desamparo de ascendente em alienação mental ou grave
enfermidade.
A deserdação dos ascendentes
dos seus descendentes como a do pai pelo filho pode ocorrer tanto
pelas causas que autorizam a indignidade, quanto pelas seguintes
(artigo 1963 CC)

A- ofensa física
B- injúria grave
C- relações ilícitas com a mulher ou companheira da filho ou a do neto,
ou com o marido ou companheiro da filha ou da neta
D- desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave
enfermidade

18/09

Testamento do cerrado
•Místico ou secreto, tem previsão nos artigos 1868 ao 1865.
- Testamento cerrado ou místico é assim chamado porque seu
conteúdo permanece em segredo até a morte do testador. Essa
modalidade pode ser feita nacional ou estrangeira, pelo testador
ou por outra pessoa ao seu pedido, ademais quem saiba ler podem
fazer testamento do cerrado, com surdo e mudo que saiba ler.

- Testamento particular: tem previsão nos artigos 1876 ao 1880.


• Podem ser escrito no próprio punho ou por um processo mecânico.
Se escrito por próprio punho, deve ser lido e assinado por quem o
escreveu, na presença de três testemunhas, sob pena de ser
invalidado. Poderá ser feito em língua estrangeira desde que as
testemunhas a compreende. Especialmente o testamento particular
poderá ser feito do próprio punho e assinado pelo testador sem a
presença de testemunhas, devendo posteriormente ser confirmado
pelo juíz.
• Testamentos especiais, o artigo 1826 do CC diz que são
testamentos especiais: marítimo, militar e aeronáutico.
- testamento marítimo e aeronáutico, artigos 1888 ao 1892: é feito por
aquele que está em viagem, abordo de navio ou aeronave, importante
ressaltar que pode caducar ( ficar sem validade), se o testador não
morrer na viagem, nem em 90 dias de seu desembargo, caso em que
poderia testar em forma ordinária.
Ademais, também não valerá o testamento marítimo, se, no curso da
viagem, era possível desembarcar e fazer o testamento ordinário

Testamento militar
art 1893 a 1896
É feito por militar ou por outras pessoas que também estão a serviço -
em campanha, dentro ou fora do país, tem como …. ou com …
interações interrompidas. Pode ser público ou cerrado, o testamento
militar caduca se o testador ficar 90 dias seguidos em local que possa
testar de forma ordinária. O testamento militar não caduca, mesmo
tendo testador condições de testar de forma ordinária, se ele observou
as solenidades exigidas no art 1895

21/09

Das disposições testamentárias

Conforme os artigos 1897 e 1898 do CC é possível a nomeação de um


herdeiro ou legatário das seguintes formas:

a) pura e simples, sem por qualquer ônus.


b) sob condição (evento futuro e incerto) como ocorre se o falecido
deixar um bem para o casamento futuro do herdeiro.
c) para certo fim ou modo, ou seja, com a imposição de ônus, como o
de construir uma fundação.
d) por certo motivo como por ser o legatário um cientista renomado

Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e


simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por certo
motivo.
Art. 1.898. A designação do tempo em que deva começar ou cessar o
direito do herdeiro, salvo nas disposições fideicomissárias, ter-se-á por
não escrita.
-> Destrate a interpretação da vontade testamentária deverá observar
o disposto no art 1899 CC.

Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de


interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a
observância da vontade do testador.

-> são nulas as seguintes disposições testamentárias:

-> são nulas as seguintes disposições testamentárias:

a) que institua herdeiro ou legatário sobre a condição captatoria de que


esse disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou
de terceiro, pois essa disposição afeta a liberdade de testar
b) que se refira a pessoa incerta cuja a identidade não se possa
averiguar
c) que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua
identidade a terceiro (testamento tem que ser a pessoa certa)
d) que deixe ao árbitrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do
legado.
e) que favoreça pessoa que não tem legitimidade legal para suceder.
(Art.1801 e 1802 CC)

O artigo 1901 do Cc, diz que é válida a disposição, por outro lado, que
autorize terceiro a escolher entre o beneficiado pela herança entre
pessoas, grupo de pessoas ou estabelecimento já selecionados pelo
testador
O artigo 1902, diz que se houver disposição em benéfico dos pobres,
beneficiarão os pobres ou estabelecimento de caridade particular do
domicílio do testador, salvo se tiver disposição de outra localidade

O artigo 1903 CC, diz que o erro na indicação de herdeiro ou legatário


ou da coisa legada só anulará a disposição, se não for possível
identificar a pessoa ou coisa correta

Se o testamento apontar os herdeiros sem indicar a parte de cada um,


a divisão se dará em partes iguais artigo 1904, ou seja, de houver
também coletividade a herança será dividida em tantas cotas quantos
forem os indivíduos

O artigo 1909 CC, diz que será possível anular o testamento


Em 4 anos, Contatos do conhecimento do vício, das disposições
viciadas por erro, dolo, ou coação

O artigo 19011 CC, permite ao testador inserir cláusula de


inalienabilidade, que implica em impenhorabilidade e
incomunicabilidade.

25/09

Dos Legados

Pode se unir os artigos 1912 ao 1916 dispõe o legado é a atribuição de


um bem certo para uma pessoa determinada. O legatário é o
beneficiário singular, pois recebe um bem específico.
Temos o sub-legado, quando o testador ordena ao herdeiro ou legatário
que envergue coisa de sua propriedade ou terceiro.

Se a disposição não for cumprida será considerado que o herdeiro ou


legatário renunciou a herança.
Exemplo: o testador deixa o imóvel para o legatário, se ele passar o
seu veículo para uma certa pessoa.

Se o legado for coisa genérica (como arroz, feijão e etc.) ele será
cumprido, ainda que não exista dentro dos bens do testador. É que o
bem pode ser adquirido art. 1913.

Art. 1.917. O legado de coisa que deva encontrar-se em determinado


lugar só terá eficácia se nele for achada, salvo se removida a título
transitório.

O artigo 1918 dispõe que será possível deixar em legado um crédito ou


a quitação de uma divida, mediante de entrega de título respectivo

-> Já o art. 1919 diz que é possível que o testador deixe bem em legado
para um dos seus credores. Ex: João deixa em legado um bem para a
sua credora Luiza, mas não expressa que o faz para abatimento da
dívida que tem para com ela. Assim, Luiza receberá o legado e também
terá direito a receber o seu crédito.

Art. 1.919. Não o declarando expressamente o testador, não se


reputará compensação da sua dívida o legado que ele faça ao credor.
Parágrafo único. Subsistirá integralmente o legado, se a dívida lhe foi
posterior, e o testador a solveu antes de morrer.
-> Finalmente temos o legado de alimentos, o legado de usufruto que
pode ser vitalício (se não houver fixação no prazo) e o legado de móvel
(que abrange suas benfeitorias) art 1920 a 1922.

—> os arts. 1925 e 1926 trata-se do legado em dinheiro

Art. 1.925. O legado em dinheiro só vence juros desde o dia em que se


constituir em mora a pessoa obrigada a prestá-lo.
Art. 1.926. Se o legado consistir em renda vitalícia ou pensão periódica,
esta ou aquela correrá da morte do testador.

->O legado pode ser de coisa certa e também é possível que haja
encargo para que o beneficiado recebe o seu valor
Exemplo: o encargo de construir uma creche artigo 1923, 1924 e 1928.

-> O artigo 1927 e 1928 dispõe que as prestações deixadas em


alimentos para o legatário, deverão ser pagas no início de cada período
(início de cada mês).
-> Por fim, o artigo 1939 diz sobre os casos em que o legado não terá
eficácia.

28/09

DO DIREITO DE ACRESCER ENTRE HERDEIROS E LEGATÁRIOS

A) Conceito:
Dá-se o direito de acrescer quando o testador contempla vários
benefícios (correeiros ou colegatários), deixando lhes a mesma
herança, ou a mesma coisa determinada e certa, em porções não
determinadas, e um dos concorrentes vem a faltar.

B) Hipóteses legais:
* Premorte do nomeado
* Exclusão por indignidade (art.1.814 CC)
* Falta de legitimidade (art.1.801 CC)
* Não verificação da condição sob a qual foi instituído
* Renúncia

C) Espécies de disposições conjuntas:


* Conjunção real (re tantum) - frases distintas, sem discriminação de
quinhões
* Conjunção mista (re et verb) - na mesma frase, sem distinção de
partes
* Conjunção verbal (verbis tantum) - na mesma disposição,
especificando o quinhão de cada um.

30/10

Sucessão legítima

O STF em recente julgado, firmou em repercussão geral a seguinte


tese: “no sistema constitucional vigente é inconstitucional a distinção
de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser
aplicado em ambos os casos o regime estabelecido no art. 1829 do CC
(RE 87,86,94)”
Da ordem de vocação hereditária:

A sucessão legítima ocorre por classes ,ou seja, existe uma ordem legal
daqueles que serão chamados a receber e não será chamada a classe
seguinte, se houver herdeiro da classe anterior. São chamados na
seguinte ordem:

A) os descendentes em concorrência com o companheiro ou cônjuge


sobrevivente, a não ser que tenha se casado com o falecido no regime
de comunhão universal, separação obrigatória de bens ou regime
parcial, portanto o falecido não tenha deixado bens particulares.

B) os ascendentes em concorrência com o cônjuge/ companheiro;

C) colaterais- art. 1829

OBS: situação do cônjuge ou companheiro:


1. regime em que o cônjuge ou companheiro herda em concorrência
com os descendentes:
A) comunhão parcial de bens, concorre apenas quanto aos bens
particulares deixados pelo falecido.
B) separação convencional de bens
2. regime em que o cônjuge ou companheiro não herda em
concorrência com os descendentes:
A) comunhão parcial de bens: se o falecido não deixou bens
particulares
B) comunhão universal de bens
C) separação legal/obrigatória de bens

O cônjuge sobrevivente que não é estava separado judicialmente ou de


fato a mais de 2 anos, terá o seu direito sucessório reconhecido. Se a
separação de fato ocorrer a mais de 2 anos, porque a convivência se
tornou impossível sem culpa do cônjuge sobrevivente, ele terá direito
sucessório também.
O cônjuge sobrevivente será assegurado também o direito real de
habitação do imóvel da família, se for o único imóvel dessa natureza na
herança.

No enunciado 271 da jornada de direito civil do CJF “o cônjuge pode


renunciar o direito real de habitação, nos autos de inventário ou por
escritura pública, sem prejuízo da sua participação da herança” (arts.
1830 e 1831 C.C)

Da concorrência da herança

Conforme o artigo 1832, quando o cônjuge concorrer nos descendes


iremos ter duas situações:

A) cônjuge concorre com descendeste que também são seus (seus


filhos, netos): o cônjuge deve receber pelo menos 1/4 da herança e o
restante é dividido entre os descendentes
Cônjuge concorre com descentes exclusivos do falecido Exemplo:
filhos apenas do falecido, todos receberão quinhões iguais.
Observação; na sucessão híbrida aquela em que o cônjuge concorre
com filhos comuns (dela e do falecido) e exclusivo do falecido?

A Corrente majoritária manda prestigiar os filhos, dividindo os quinhões


em partes iguais entre todos.

O artigo 1833 do CC, diz que entre os descentes, devem-se


primeiramente chamar a sucessão o de grau mais próximo, a não ser
que algum de grau mais remoto tenha direito de representação;
Exemplo; primeiro chama os filhos, se não houver filhos chamam os
netos.
Pode ocorrer todavia que um dos filhos tenha sido excluído por
indignidade e seus filhos, que são netos do falecido irão representá-lo
na sucessão.

Por fim, o artigo 1835 do CC, diz que entre os descentres, os filhos
suscedem por cabeça, ou seja, conta-se um a um.
Já os outros descendentes ( netos, bisnetos,etc) serão Contatos por
cabeça, se os herdeiros forem do mesmo grau (os herdeiros serão
apenas os netos) ou por estipe (com representantes) se os herdeiros
forem de graus diferentes. (Exemplo; Filhos, netos e bisnetos)
Com exemplo; Arthur vem a falecer deixando 3 filhos, Mauro, Guilherme
e João. Se o herdeiro João (filho do falecido) vem a falecer antes de
concluída a sucessão do seu pai, os filhos de João, Bianca e Jorge, irão
representá-lo, por isso, não serão contados por cabeça, mas por estipe
como se fossem uma só pessoa.

06/11
O art. 1836 do CC diz que se não houver descendentes serão
chamados a suceder os ascendentes em concorrência com o cônjuge.
Também aqui os ascendentes mais próximos (pais) excluem os mais
remotos (avós, etc).
Se houver ascendentes de linhas diversas (materna e paterna) divide-
se a herança ao meio. Em cada metade é dividida entre os ascendentes
da mesma linha. Exemplo: João faleceu e seus únicos parentes são
seus avós paternos são Lázaro e Joana e seu avô paterno Antônio.
Neste caso, a herança de João é dividida ao meio: a primeira metade
será dividida entre Lázaro e Joana e a outra metade será de Antônio.
Já o art. 1837 do CC diz que no caso de concorrência entre
ascendentes e cônjuges, independentemente do regime de bens,
temos o seguinte:
1. Na concorrência entre cônjuges/companheiro e ascendente em
primeiro grau (pai e mãe) o cônjuge tem direito à 1/3 da herança.
2. Na concorrência entre cônjuges/companheiro e ascendente se outro
grau (como os avós) o cônjuge tem direito à metade da herança.
O art. 1838 do CC dispõe que na ausência de descendente e
ascendente, o cônjuge/ companheiro terá direito a sucessão por inteiro,
independentemente do regime de bens do casamento.
O art. 1839 do CC diz que se não houver cônjuge sobrevivente ou se
este for divorciado do falecido ou separado de fato há mais de 2 anos.

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