Você está na página 1de 23

DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA

1. O TESTAMENTO

 Conceito: Negócio jurídico unilateral cujos efeitos se dão para depois da morte do
autor da herança que poderá dispor de conteúdo patrimonial ou extrapatrimonial em
suas cláusulas.

 Características:

a) Ato personalíssimo (art. 1.858,CC) - representantes legais não representarão o


filho, pupilo ou curatelado. Também não é possível realização de testamento por
procuração.
b) Unilateral – caráter não receptício – não há necessidade de manifestação de
vontade dos beneficiados com o testamento
c) Gratuito - não há vantagem patrimonial para o testador, não havendo
remuneração ou contraprestação
d) Formal – art. 166, IV e V – sob pena de nulidade
e) Revogável – Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a
qualquer tempo.
Exceto: art. 1.610,CC: O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo
quando feito em testamento.

2. O CONTEÚDO DO TESTAMENTO

 Disposições patrimoniais e não patrimoniais

Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens,
ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 2° São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o
testador somente a elas se tenha limitado.

 Tipos de disposições de caráter não patrimonial:

- Reconhecimento de filho
- Nomeação de tutor para filhos
- Reabilitação do indigno (art. 1814,CC)
- Deserdação
- Destinação de material genético para reprodução assistida post mortem (testamento
genético).

3. DA CAPACIDADE TESTAMENTÁRIA

 Capacidade testamentária ativa: quem pode fazer um testamento?

Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

16 ANOS

 Caso de incapacidade: ausência de pleno discernimento para o ato

 Os pródigos maiores de 16 anos podem testar?

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que
não sejam de mera administração.

 Capacidade testamentária passiva (arts. 1.798 e 1.799,CC):

Antes de tudo, vamos relembrar algumas informações importantes:


- Quem recebe por testamento são os herdeiros testamentários e os legatários.
- Herdeiro testamentário: é aquele que recebe uma quota da herança (10%, etc.)
- Legatário: é aquele que recebe bem certo e determinado (a casa X)

 Quem pode ser sucessor, seja em razão da sucessão legítima ou da sucessão


testamentária?

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da


abertura da sucessão.
A) Pessoas nascidas
B) Pessoas já concebidas no momento da abertura da sucessão (art. 2º, CC):
Nascituro (pessoa já concebida) - aquele que ainda se encontra no ventre materno.
- Se nascer vivo – recebe o patrimônio deixado
- Se nascer morto (natimorto):
- Se a sucessão for legítima: segue a ordem de vocação hereditária do autor da
herança.
- Se a sucessão for testamentária: substituto testamentário ou legítima (do autor
da herança)

Em caso de embriões criopreservados: há legitimidade para suceder?

 Na sucessão legítima (art. 1.798)

Enunciado 267, III Jornada de Direito Civil - embrião se assemelharia ao nascituro.


Vejamos:
A regra do art. 1.798 do Código Civil deve ser estendida aos embriões formados mediante o
uso de técnicas de reprodução assistida, abrangendo, assim, a vocação hereditária da pessoa
humana a nascer cujos efeitos patrimoniais se submetem às regras previstas para a petição
da herança.

- O problema que surge caso a criança venha a nascer após o término do inventário e
da partilha:
- pode ser solucionado de acordo com o próprio sistema jurídico atual em
matéria de herdeiros legítimos preteridos – por exemplo, na hipótese de filho
extramatrimonial não reconhecido pelo falecido – ação de petição de herança
dentro do prazo prescricional de dez anos a contar do falecimento do autor da
sucessão.

 Na sucessão testamentária (art. 1.799)

- Testamento com cláusula condicional e incerta: prole eventual é herdeira ou


legatária sob condição suspensiva.
- Prazo para concepção (art. 1.800, parágrafo 4º,CC): 02 anos a contar da data da
abertura da sucessão.

- E se não houver concepção ou a concepção ocorrer fora do prazo (02 anos), quem
teria legitimação para suceder? Herdeiros legítimos do autor da herança (testador).

 Quanto ao inciso II : As pessoas jurídicas

- Inscrição do ato constitutivo no respectivo registro

- Sociedades de fato podem ser beneficiadas com o testamento? Doutrina e


jurisprudência preencheram a lacuna deixada pelo legislador, em análise de cada caso
concreto, havendo posição tendenciosa à última vontade do testador, permitindo-se,
assim, deixa testamentária a pessoas ainda não personificadas.

 Quanto ao inciso III : Pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo
testador sob a forma de fundação.

- Pessoa jurídica que será constituída com o patrimônio transmitido: fins não
lucrativos e interesse coletivo. Função religiosa, moral, cultural ou de assistência
devidamente especificada em testamento

4. DA IMPUGNAÇÃO DA VALIDADE DO TESTAMENTO

Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento,


contado o prazo da data do seu registro.

Nulidade absoluta – imprescritível e jamais convalesce pelo decurso do tempo


Invalidade
Nulidade relativa – tem prazo – decadencial – convalesce pelo decurso do
tempo

 Ausência de especificidade do art. 1859, CC = polêmica!


- Referência à nulidade absoluta ou relativa?
 Doutrina majoritária (Carlos Roberto Gonçalves, Pablo Stolze Gagliano, Zeno
Veloso e Venosa) – tanto para nulidade absoluta e relativa – 05 anos.
 Doutrina minoritária (Flávio Tartuce e Cristiano Chaves de Farias)
 Testamento nulo – imprescritibilidade – art. 169,CC: O negócio jurídico nulo
não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo
 Testamento anulável (nulidade relativa) – prazo de 05 anos

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO -


TESTAMENTO FORJADO - FALSIDADE DA ASSINATURA DO
TESTADOR E DO TABELIÃO - NULIDADE INEXTINGÜÍVEL PELA
PRESCRIÇÃO (CC/1916, ART. 1632)- PROVAS SUFICIENTES -
FATOS IMPEDITIVOS E MODIFICATIVOS NÃO DEMONSTRADOS
(CPC, ART. 333, II). Apelo não acolhido. É absolutamente nulo e por isso
imprescritível o testamento público no qual o testador não participou do
ato, nem tampouco o tabelião que o teria lavrado. Sendo forjado, segundo a
prova dos autos, não produz qualquer efeito (CC/1.916, art. 1632), pois a
nulidade decorre de ofensa à predeterminação legal e configura sanção
que, na ordem prática, priva o ato irregular de sua eficácia. (TJ/PR,
Apelação Civil n.º 385.159-8, 12ª Câmara Cível, São José dos Pinhais)

 Das formas ordinárias de testamento


Art. 1.862. São testamentos ordinários:
I - o público;
II - o cerrado;
III - o particular.

1. TESTAMENTO PÚBLICO (arts. 1.864 a 1.867,CC)

 Conceito – escritura pública, redação pelo tabelião e duas testemunhas


 Vantagem e desvantagem
 Requisitos (etapas):

- 1º - Redação pelo tabelião de acordo com as declarações do testador (via oral,


minuta ou apontamentos)

-2º - Lavratura e leitura do instrumento perante duas testemunhas

Quem poderá configurar como testemunha? Para ser testemunha testamentária há que
figurar pessoa capaz e que preencha todos os requisitos desta capacidade, sob pena de
acarretar a nulidade do testamento se a incapacidade verificada for absoluta, ou a
anulação da cédula se a inabilitação for relativa.

- 3º - Assinatura – tabelião, testemunhas e testador


- E se o testador não souber ou não puder assinar? Testemunhas

- 4º - Fim da solenidade – entrega do traslado (cópia) ao testador

O cego e o testamento público:


Art. 1.867 - Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz alta, duas
vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas,
designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada menção no testamento.

 É possível que herdeiros legítimos omitam que o autor da herança deixou


testamento para outrem?
R: O Conselho Nacional de Justiça resolveu este problema por meio do Provimento
nº.566/2016, determinando que tanto os juízes (inventário judicial) quanto os
tabeliães (inventário em cartório) deverão obter uma certidão de inexistência de
testamento, acessando um sistema nacional online de cadastro de testamentos, o
RCTO (Registro Central de Testamentos On-Line).

 É possível que se tome conhecimento se certa pessoa realizou testamento?


R: Sim, basta acessar o link: link: http://censec.org.br/cadastro/certidaoOnline/.

2. O TESTAMENTO CERRADO (arts. 1.868 a 1.875,CC)

 Conceito: redação pelo próprio testador ou a seu rogo. Registro, autenticidade e


leitura. Duas testemunhas.
 Vantagem e desvantagem
 Requisitos (etapas)

- 1º Redação pelo testador (ou a seu rogo)


Quem poderá redigir o testamento além do próprio testador?
R: Testamenteiro ou tabelião.

Quem não poderá redigir o testamento?


R: (Art. 1.801, I)
- 2º Entrega do testamento perante as duas testemunhas e requerimento de aprovação

- 3º Lavratura do auto de aprovação e leitura


Auto de Aprovação:
Saibam quantos virem este auto de aprovação de testamento cerrado que, no dia... (data por
extenso)...nesta cidade de ..., neste ... tabelionato (ou onde for), compareceu ante mim o
testador (nome e qualificação completa), conhecido de mim (ou identificado por mim), de
cuja identidade e capacidade dou fé, o qual se fazia acompanhar das testemunhas (nomes e
qualificações), que também identifiquei, e que disseram conhecer o testador, do que dou
fé. Na presença das testemunhas o testador me entregou esta folha de papel e, perguntado
por mim, disse que é o seu testamento e quer que o mesmo seja aprovado por mim na forma
da lei, para em tempo ser aberto e cumprido. Tendo constatado que o testador está lúcido
pelo acerto com que responde ao que lhe é perguntado, e livre de qualquer coação ou
induzimento, recebi dele esta folha de papel, e, passando-lhe os olhos sem ler, vi que contém
o testamento do testador, não tendo rasuras, entrelinhas ou outra coisa que dúvida faça, e
que está assinado pelo testador na linha anterior àquela em que comecei este auto, numerei e
rubriquei todas as suas folhas, e o aprovo tanto quanto a lei o permite, lavrando de tudo este
auto, sempre em presença do testador e das testemunhas, do que dou fé. Li depois este auto
em voz alta e clara ao testador e às testemunhas, e, estando conformes, passam a assina-lo
comigo, tabelião (nome). Em seguida, sempre em presença do testador e das testemunhas, ele
será cosido e lacrado na forma da lei. De tudo dou fé. (Lugar, data, assinaturas do tabelião,
do testador, das testemunhas, e, encerrando, novamente do tabelião com o seu sinal público).

- 4º. Assinatura dos envolvidos - tabelião, testemunhas e testador


- 5º. O coser do envelope
- 6º. Devolução do testamento e registro do ato em livro próprio
- O falecimento do testador – testamento a ser apresentado
- O testador analfabeto – “Art. 1.872. Não pode dispor de seus bens em
testamento cerrado quem não saiba ou não possa ler” – somente em testamento
público.
Ou seja: o cego bem como o analfabeto somente podem testar por testamento
público.
- O testador surdo-mudo – “Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o
surdo-mudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua mão, e que, ao
entregá-lo ao oficial público, ante as duas testemunhas, escreva, na face externa
do papel ou do envoltório, que aquele é o seu testamento, cuja aprovação lhe
pede”.

3. O TESTAMENTO PARTICULAR (arts. 1.876, CC a 1.880,CC)


 Conceito – escrito, lido e assinado pelo testador. Três testemunhas.
 O idioma que poderá ser utilizado – qualquer idioma desde que as testemunhas
testamentárias sejam fluentes em referido idioma.
 O testamento particular excepcional:

(art. 1.879,CC)- Em circunstâncias excepcionais declaradas na cédula, o testamento


particular de próprio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poderá ser
confirmado, a critério do juiz.
- Exemplos:
-Risco iminente de morte do testador
-Estado de calamidade pública
-Testador que vivem em local isolado

 As formalidades (etapas)

- Publicação em juízo – por requerimento dos interessados.


-Citação dos herdeiros legítimos
-Confirmação das testemunhas em juízo
- Morte de uma ou duas testemunhas - ?

 Vantagem e desvantagem

 O testamento vital ou biológico

1. Conceito – caso de doença incurável ou estado terminal


2. Algumas nomenclaturas importantes para compreensão do tema:

- Eutanásia (boa morte) – facilitação da morte por conduta ativa (Art. 13,CC – veda
atos de disposição do próprio corpo quando importar em diminuição permanente da
integridade física ou contrariar os bons costumes)
- Distanásia – obstinação terapêutica/ futilidade médica. Prolongamento exagerado do
processo de morte. Ex: ventilador mecânico.
- Ortotanásia – morte correta. Evitar prolongamento do sofrimento por meio de
técnicas terapêuticas inúteis. Meio termo entre eutanásia e distanásia.
 Máquina do suicídio - Philip Nitschke (ativista pela eutanásia voluntária e suicídio
racional).

-Funcionamento - ao utilizar a máquina, a pessoa acionaria o botão, disparando


na cápsula nitrogênio líquido. Aos poucos, ele diminuiria a quantidade de
oxigênio, levando a pessoa a experienciar uma tontura. Após ficar
inconsciente, ela morreria.

3. A ortotanásia e a ética médica:

 A Resolução 1.805/2005 do CFM:

Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que


prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável,
respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.

 Resolução suspensa por decisão da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, com efeitos
erga omnes.

 Fundamento para suspensão da Resolução:


Falta de legitimidade do CFM para regulamentação de algo considerado como crime e
legitimidade regulamentar do Poder legislativo.

 Ação civil pública julgada improcedente em dezembro de 2010 - liminar cassada

 O novo Código de Ética Médica (Resolução 1.931/2009)

É vedado ao médico:
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos
os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas
inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou,
na sua impossibilidade, a de seu representante legal.

 A Resolução 1.995/2012 do CFM que dispõe sobre as Diretivas Antecipadas de


Vontade

CFM resolve:
Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e
expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não,
receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua
vontade.

• O testamento vital e a ortotanásia na doutrina e legislação brasileiras

Enunciado 528 da V Jornada de Direito Civil, o qual dispõe:


É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado
"testamento vital", em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de
saúde, ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a
sua vontade.
Art. 15, CC : Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento
médico ou a intervenção cirúrgica.

• O testamento vital na jurisprudência:

Medidas judiciais tomadas por instituições de saúde que versam sobre as Diretivas
Antecipadas de Vontade, manifestadas na modalidade verbal, com o paciente no leito
hospitalar
- CONSTITUCIONAL. MANTENÇA ARTIFICIAL DE VIDA. DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA. PACIENTE, ATUALMENTE, SEM CONDIÇÕES DE
MANIFESTAR SUA VONTADE. RESPEITO AO DESEJO ANTES MANIFESTADO
(Apelação Cível Nº 70042509562, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Armínio José Abreu Lima da Rosa, Julgado em 01/06/2011).
- APELAÇÃO CÍVEL. ASSISTÊNCIA À SAÚDE. BIODIREITO. ORTOTANÁSIA.
TESTAMENTO VITAL (Apelação Cível Nº 70054988266, Primeira Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Irineu Mariani, Julgado em 20/11/2013).

• A natureza jurídica do testamento vital:


O testamento vital ou biológico é realmente um testamento ou é uma mera disposição
unilateral de vontade?
- Declaração vital ou biológica – ato jurídico em sentido estrito unilateral
• Ato jurídico em sentido estrito = os efeitos são estabelecidos pela lei
(normas de caráter cogente)
• Negócio jurídico = os efeitos são estabelecidos pela vontade das partes
(normas de caráter facultativo)
• Obs: há que se ater que o testamento, via de regra, tem efeitos para
depois da morte do autor da herança, por sua vez, o então denominado
“testamento vital” terá efeitos para ANTES da morte do testador fato
que esvazia e contraria o próprio conceito de testamento.

• A forma do ato:
Forma livre nos temos do art. 107, CC: A validade da declaração de vontade não
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

 Do Codicilo
(arts. 1.881, CC a 1.865, CC)

1. Conceito: “Pequeno escrito”


- Legado de imóveis – não pode ser feito por meio de codicilo.

2. Objeto do codicilo:
- Fazer disposições sobre o enterro do autor da herança
- Fazer disposições sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas
pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar (art. 1.902,CC –
domicilio do testador quando da sua morte)
- Fazer disposições sobre móveis, roupas ou joias de pouco valor de seu uso
pessoal.
- Fazer disposição referente a perdão do indigno (art. 1.818)

3. A forma do codicilo:

Escrito particular ou escrito público?


• Datado e assinado – sob pena de nulidade.
• Há necessidade de testemunha? Não há.

4. Revogação do codicilo:
• Por outro codicilo de forma expressa ou tácita
• Codicilo revoga testamento? Divergência entre civilistas.
– Grande parte dos civilistas entende que testamento revoga codicilo,
mas codicilo não revoga testamento

5. Testamento nulo pode ser aceito como codicilo?

Não – No Brasil não existe a denominada cláusula codicilar, segundo a qual o


testamento nulo deve ao menos ser aceito como codicilo .

6. A abertura do codicilo – abertura pelo juiz, leitura pelo escrivão, lavratura e


assinatura pelo apresentante
Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o testamento
cerrado.

 Dos legados
(arts. 1.912 a 1.940, CC)

1. Alguns conceitos e questões fundamentais

 Legado:
Bem certo e determinado deixado em testamento ou codicilo

 Prelegado ou legado precípuo:


Quando o sucessor é ao mesmo tempo herdeiro legítimo e legatário. Necessidade de
declaração expressa do testador sob pena do legado ser descontado da legitima do
herdeiro legítimo.

 Figuras:
- Legatário – aquele que recebe bem certo e determinado (beneficiário do legado)
- Legante – autor da herança (testador)
- Onerado – aquele que é indicado pelo testador para fazer valer as vontades do autor
da herança.
 Legitimidade para escolha do legatário: testador ou terceiro

- Regra: testador
- Exceção: terceiro (art. 1.901, I)
- Testador menciona em testamento duas ou mais pessoas. Quem escolherá
entre essas duas será terceiro.
- Vejamos:
Art. 1.901. Valerá a disposição:
I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro,, ou pertencentes a uma
família, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado; dentre duas ou
mais pessoas mencionadas pelo testador

- Também poderá caber a terceiro - escolha do valor de legado como forma de


remuneração de serviço prestado

Art. 1.901. Valerá a disposição:


II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia de que
faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar o valor
do legado.

 A quem cabe os encargos da herança e os encargos do legado?


- Observação: Principio da gravitação jurídica – o acessório segue o principal

2. As modalidades de legado

a) Legado de coisa alheia

Regra: é ineficaz o legado de coisa que não pertence ao testador (art. 1912,CC).
- Exceções:

1° Coisa legada adquirida ulteriormente pelo testador


2° Instituição de legatário para entrega de bem de sua propriedade a terceiro.

Q: E se ele não entregar?


R: Renúncia ao legado – destino do bem: substituto testamentário ou herdeiros legítimos

Q: Cabe ao legatário buscar execução do legado?


R: Não!
Art. 1.938. Nos legados com encargo, aplica-se ao legatário o disposto neste Código quanto
às doações de igual natureza.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.

b) Legado de coisa genérica (incerta) – Art. 1915, CC

 Conceito: legado de coisa que se determina pelo gênero, ainda que tal coisa não
exista entre os bens deixados pelo testador.

- Exemplos:

- “Deixo a Maria um apartamento de até R$200.000,00”


- “Deixo a José uma fazenda no Estado de Goiás”

 Legitimidade para escolher o legado genérico: (ou seja, quem tem legitimidade
para transformar o legado de coisa incerta em legado de coisa certa)

1º. Herdeiro – indicado pelo autor da herança – se falecido, o encargo passa aos
seus sucessores.
2º. O próprio beneficiado
3º. Terceiro – pessoa estranha à sucessão – se este falecer – a escolha caberá ao
magistrado (art. 1.930, CC).

c) Legado de coisa certa (singularizada) - art. 1.912,CC

- Coisa individualizada
- Requisito: deve estar na propriedade do testador
- Se não estiver? Ineficácia do legado
- Se estiver mas apenas parcialmente? Parcialmente eficaz

d) Legado de coisa localizada – art. 1.917, CC


Legado de coisa que deva encontrar-se em determinado lugar só tem eficácia se nele
for encontrado

Exemplo: livros da biblioteca do escritório ou os bens do cofre da sala de estar.

- Se não estiver? - Caducidade do legado - ineficácia do legado


- Exceções:

1° Remoção a titulo provisório


2° Remoção dolosa por terceiro
3° Possibilidade de identificação do bem

e) Legado de imóvel

 Em que momento o legatário pode adquirir o imóvel legado? É necessário aguardar a


partilha de bens? (art. 1.923, par. 1º,CC)
“(...) faz-se preciso recorrer à distinção entre posse direta e indireta. O legatário, no
momento da morte do testador, adquire o domínio da coisa certa legada, bem como a
posse indireta dela (CC, art. 1.923). A posse direta, entretanto, só será por ele adquirida
no momento em que o herdeiro lhe entregar o objeto do legado (CC, art. 1.923, § 1º). Até
esse momento, cabe-lhe o direito de reclamar a entrega daquilo que se tornou seu por
força do testamento, e cuja propriedade resultou da morte do testador “ (RODRIGUES,
2003).

 As benfeitorias úteis, necessárias e voluptuárias e demais bens acessórios caberão ao


legatário?

- Apenas as benfeitorias deverão ser entregues juntamente com o imóvel legado.


Diante disso, os outros bens acessórios não seguirão o bem principal (imóvel). Assim,
frutos, produtos, pertenças, partes integrantes não serão do legatário.

Vejamos:

Art. 1.922. Se aquele que legar um imóvel lhe ajuntar depois novas aquisições, estas, ainda
que contíguas, não se compreendem no legado, salvo expressa declaração em contrário do
testador.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo às benfeitorias necessárias, úteis ou
voluptuárias feitas no prédio legado.

 A acessão invertida: terá o legatário direito a ela?


Construção ou plantação que superam o valor do solo legado: legatário indenizado
pelo valor do terreno
f) Legado de crédito (art. 1.918,CC)

- Cumprimento pela entrega do título de crédito do testador ao legatário (cessão de


crédito). Possibilidade que tem o testador de deixar para alguém, em testamento, um
crédito seu.

- Exemplo: “deixo para Giselda o que me deve Caio”.

- E se o devedor paga a dívida ao credor (testador) antes de aberta a sucessão?


Caducidade do legado – ineficaz

g) Legado de quitação de dívida (remissão)

- Legatário – devedor perdoado.

- Dívida existente no momento da realização do testamento com atualizações a partir


da data da morte do testador.

h) Legado de dívida

- Legatário paga a dívida do testador: é condição para recebimento do legado

- Se ele não pagar: renúncia ao legado (art. 1.913,CC)

- Há possibilidade de compensação entre o débito do testador e o legado por ele


deixado a seu credor? (art. 1.919,CC) – NÃO!

i) Legado de alimentos (art. 1.920,CC)

 É necessário vínculo familiar? NÃO!


 É impenhorável?

- Regra: impenhorabilidade
- Exceção: a questão da possibilidade de subsistência do legatário e a transformação
do legado em concessão genérica de renda – assim, pode ser penhorável.

 Possibilidade de subsistência do legatário: cancelamento ou redução do legado


(solicitada pelos herdeiros do autor da herança).
- Termo inicial – começo de cada período (art. 1.928,CC)
- Limitações – valor adstrito ao limite da força da herança e no limite da parte
disponível
- Legitimidade para cumprimento do encargo:
- onerado
- herdeiros legítimos – em caso de omissão do testador
- Testementeiro – em caso de inexistência de herdeiros legítimos

- Execução sob pena de prisão, é possível? Diversidade da origem do crédito –


NÃO!!!

3. A caducidade do legado

 Conceito – perda da eficácia do legado por fatores supervenientes à realização do


testamento.
Art. 1.939. Caducará o legado:
I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a
forma nem lhe caber a denominação que possuía; (Exemplo: Madeira X casa de madeira)
II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; nesse caso,
caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador;
III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do herdeiro ou
legatário incumbido do seu cumprimento; (substituição do bem ou perdas e danos se o
herdeiro ou onerado tiver responsabilidade pela perda)
IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815;
V - se o legatário falecer antes do testador.

 O Direito de acresccer e a substituição


testamentária

1. O DIREITO DE ACRESCER (arts. 1.941 a 1.946,CC)

 Conceito (art. 1.941,CC) testador beneficia, conjuntamente, duas ou mais pessoas


por meio de herança ou legado e uma delas não pode ou não quer receber sua parte, tal
parte acrescerá aos demais coerdeiros desde que haja quinhões não determinados.
- Exemplo: testador beneficiou dois herdeiros com trinta por cento de sua parte
disponível sem determinar quanto caberia a cada um deles.

 A renúncia quanto ao acréscimo pelo coerdeiro (art. 1.945,CC): não é possível


renunciar ao acréscimo de forma isolada da herança ou legado que já lhe caberia.
Art. 1945. CC Não pode o beneficiário do acréscimo repudiá-lo separadamente da herança
ou legado que lhe caiba, salvo se o acréscimo comportar encargos especiais impostos pelo
testador; nesse caso, uma vez repudiado, reverte o acréscimo para a pessoa a favor de quem
os encargos foram instituídos.

 Requisitos:

a) Existência de coerdeiros ou colegatários na mesma cláusula testamentária que são


beneficiados com o mesmo bem ou com a mesma porção hereditária – cláusula
conjuntiva – beneficia os herdeiros em conjunto sem especificar a quota parte de
cada um.

b) Quinhões não determinados.

c) Ausência de nomeação de substituto para cada um dos beneficiados – pois caso


haja substituto testamentário para algum dos herdeiros ou legatários a cota parte
que ele não puder ou não quiser receber irá para tal substituto.

 Direito de acrescer entre colegatários:


Art. 1.942. O direito de acrescer competirá aos colegatários, quando nomeados
conjuntamente a respeito de uma só coisa, determinada e certa, ou quando o objeto do
legado não puder ser dividido sem risco de desvalorização.

 Requisitos:
a) Disposição testamentária conjuntiva que estipule legado em favor de duas ou mais
pessoas – Exemplo: “deixo para A, B e C meu imóvel rural Y”.

b) Coisa legada deve ser certa e determinada – a questão do legado de dinheiro (coisa
genérica/incerta).

2. A SUBSTITUIÇÃO TESTAMENTÁRIA (arts. 1.947 a 1.960,CC)

 Conceito: possibilidade jurídica estabelecida se herdeiro ou legatário não quiser ou


não puder receber o patrimônio deixado pelo de cujus.

a) Pessoa beneficiada não quer receber – caso de renúncia ao patrimônio.


b) Pessoa beneficiada não pode receber – morte do beneficiado, exclusão por
indignidade ou deserdação.

 Espécies:

a) Substituição vulgar ou ordinária – testador indica alguém para substituir o


beneficiado que não quis ou não pode receber a herança.

- Se nula a cláusula que beneficia herdeiro ou legatário – a do substituto


subsiste

- Possibilidade de existência de substituto do substituto ou apresentação de


dois substitutos concomitantes -Art. 1.948. Também é lícito ao testador
substituir muitas pessoas por uma só, ou vice-versa, e ainda substituir com
reciprocidade ou sem ela.

- Condição ou encargo imposto ao herdeiro ou legatário – se aplica ao


substituto sob pena de caducidade da cláusula. Art. 1.949. O substituto fica
sujeito à condição ou encargo imposto ao substituído, quando não for
diversa a intenção manifestada pelo testador, ou não resultar outra coisa da
natureza da condição ou do encargo.

b) Substituição recíproca – coerdeiros e colegatários são substitutos um dos outros,


ao mesmo tempo
• Divisão da cota entre eles – proporcional (e não igualitária).

c) Substituição Fideicomissária – transfere-se a propriedade a diferentes pessoas de


forma sucessiva.

- Fideicomitente (testador) Fiduciário (substituto)


Fideicomissário (beneficiário – prole eventual)

- Exemplo: “Deixo meu imóvel rural Y para o filho de A (fideicomissário) desde


que ele se gradue em Direito pela USP entre os anos de 2040 e 2045”. Até que
isto não ocorra a propriedade do bem deixado em legado será de B (fiduciário).

- O fiduciário é proprietário sob condição resolutiva e o fideicomissário é


proprietário sob condição suspensiva. Isto significa que com o implemento da
condição estabelecida pelo testador, o fiduciário perde um direito e o
fideicomissário adquire um direito que até então estava suspenso.

 Requisitos/condições para a substituição fideicomissária:


 Apenas a prole eventual pode ser nomeada fideicomissária
Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos
ao tempo da morte do testador. Parágrafo único. Se, ao tempo da morte do testador, já
houver nascido o fideicomissário, adquirirá este a propriedade dos bens fideicometidos,
convertendo-se em usufruto o direito do fiduciário.

 Aceitação do fiduciário

- Renúncia do fiduciário – extingue-se o fideicomisso e o fideicomissário tem


propriedade efetiva do bem.

- Renúncia do fideicomissário – caducidade do fideicomisso – propriedade plena e


efetiva do fiduciário, salvo disposição contrária do testador (art.1955., CC)

- Regra: fiduciário não pode dispor do patrimônio – autorização judicial para venda
em caso de deterioração do bem

- Impossibilidade de fideicomisso em segundo grau – não se permite uma


sucessividade de fiduciários, embora seja possível a nomeação de substituto simples
para o fiduciário e para o beneficiário (fideicomissário)
Art. 1.959. São nulos os fideicomissos além do segundo grau

 A EXTINÇÃO DO TESTAMENTO:
Caducidade, Revogação e Rompimento
1. A REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO (arts. 1.969 a 1.972,CC)

 Conceito: ato unilateral – direito potestativo – plano de eficácia do negócio jurídico.


 Finalidade: extinção total ou parcial do testamento anterior.
 Formalidade para revogação:

-Art. 1.969, CC: O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como
pode ser feito.

- Exemplo: um testamento público PODE revogar um testamento público


anteriormente feito, todavia, este mesmo testamento público pode ser revogado por um
testamento cerrado.

Cuidado! Testamento revoga codicilo mas codicilo não revoga testamento.


 Quanto ao modo de revogação:

a). Expressa: quando no novo testamento há expressa menção de revogação do


testamento anterior.

- Exemplo: “Neste presente instrumento público revogo totalmente o testamento


anterior datado do ano de 2010”

b). Tácita: quando o testamento posterior possui conflito de disposições


testamentárias com o testamento anterior.

- Exemplo: Testamento de 2010 – “Deixo para X meu anel de formatura”


Testamento de 2018 – “Deixo para Y meu anel de formatura”.

 Quanto à extensão da revogação:

a) Total: pode ser expressa ou tácita:


- Expressa: “Neste presente instrumento público revogo totalmente o
testamento anterior datado do ano de 2010” .
- Tácita: quando o testamento posterior tem total conflito com as disposições
testamentárias do testamento anterior (revogado).
Exemplo:
• Testamento de 2010: “Deixo para João todo o meu patrimônio imóvel”
• Testamento de 2018: “Deixo para José todo o meu patrimônio imóvel”

b) Parcial: pode ser expressa ou tácita


- Expressa: “Neste presente instrumento público revogo parcialmente o
testamento anterior datado do ano de 2010” . As cláusulas a serem
revogadas são as a, b e c, apenas.
- Tácita: quando o testamento posterior tem parcial conflito com o
testamento anterior (revogado)

Exemplo:
• Testamento de 2010: “Deixo para João meu carro Y e para José o
meu computador Z”
• Testamento de 2018: “Deixo para Mateus o meu computador Z”.
 Caducidade e invalidade do testamento revogatório
Art. 1.971, CC: A revogação produzirá seus efeitos, ainda quando o testamento, que a
encerra, vier a caducar por exclusão, incapacidade ou renúncia do herdeiro nele nomeado;
não valerá, se o testamento revogatório for anulado por omissão ou infração de solenidades
essenciais ou por vícios intrínsecos.
 Testamento revogatório caduco – persiste a revogação do testamento anterior.

Exemplo:

- No novo testamento (revogatório) o herdeiro nomeado renuncia a sua parte. Isto


significa que persiste a revogação do testamento anterior.
- No novo testamento (revogatório) o herdeiro nomeado é excluído da sucessão por
indignidade – desta forma, persiste a revogação do testamento anterior.

 Testamento revogatório inválido – não persiste a revogação do testamento anterior.


Neste caso o testamento anterior não pode ser considerado revogado.

2. O ROMPIMENTO DO TESTAMENTO (arts. 1.973 a 1.975,CC)

 Conceito: tem-se rompimento do testamento quando há surgimento de algum


descendente sucessível ou outro herdeiro necessário - que o testador não tinha ou
desconhecia tê-lo quando fez o testamento – que faz cessar os efeitos do testamento.

 Consequência: revogação presumida, ou seja, presume-se a revogação da declaração


de última vontade do testador

 Hipóteses:

a) Superveniência de descendente sucessível cujo testador não tinha ou desconhecia


que tinha quando testou:
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia
quando testou, rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente
sobreviver ao testador.

b) Desconhecimento da existência de herdeiros necessários quando da realização do


testamento:
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros
necessários.
c) Conhecimento do testador acerca de herdeiros necessários (art. 1975,CC):
redução das disposições testamentárias.
Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, não
contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa
parte.

 Existência de herdeiro necessário e superveniência de mais um herdeiro


desconhecido pelo testador:

O rompimento apenas ocorrerá se o testador não tiver herdeiro necessário no momento


da realização do testamento pois, se tiver e mesmo assim testou, o novo herdeiro
dividirá com aquele a legítima.

 Os demais herdeiros necessários:


Art. 1.974 do Código Civil: Rompe-se também o testamento feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários. (Pai e mãe)

- Como ocorre o rompimento do testamento?


R: De ofício, a requerimento do interessado ou do MP (interesse de incapaz)

3. A CADUCIDADE DO TESTAMENTO

 Conceito – perda de eficácia por circunstância posteriores à realização do testamento


 Hipóteses mencionadas de forma difusa pelo Código Civil:

1ª. Se os sucessores instituídos falecerem antes do testador ou simultaneamente a ele –


art. 8º e 1.943,CC
2ª. Se não se der o implemento da condição à qual estava sujeita a instituição de
herdeiro

3ª. Se os instituídos falecerem depois do instituidor, mas antes do implemento da


condição - arts. 1.809 e 1.843,CC.

4ª. Se os instituídos forem excluídos da sucessão, ou incapazes de herdar, ou se


renunciarem – arts. 1.943, 1.798, 1.799, 1.801 e 1.971,CC.

5ª. Se houver modificação substancial ou perecimento de coisa legada por caso


fortuito, pois se o perecimento se der por culpa de um herdeiro, o legatário terá direito
a perdas e danos, e, se ocorrer o fato por ato culposo do próprio legatário, nenhum
direito lhe assiste.

Você também pode gostar