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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ________ VARA DE FAMÍLIA DA


COMARCA DE ________ .

PROCESSO Nº ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , RG nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de ________ ,
________ , ________ , vem à presença de Vossa Excelência, por
meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar

CONTESTAÇÃO c/c RECONVENÇÃO

Em face da Ação de Divórcio movida por ________ , dizendo e


requerendo o que segue:

I. BREVE SÍNTESE

Trata-se de Ação de Divórcio, o qual, diferentemente do que foi narrado na


inicial, deve ser conduzido pelos fatos e fundamentos a seguir dispostos.

II. DAS PRELIMINARES

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DA INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO

Nos termos do art. 238 do CPC, a Citação é o ato pelo qual são convocados
o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual, indispensável para a
validade do processo, conforme leciona a doutrina:

"A citação é indispensável para a validade do processo e


representa uma condição para concessão da tutela jurisdicional,
ressalvadas as hipóteses em que o processo é extinto sem afetação
negativa da esfera jurídica do demandado (indeferimento da
petição inicial e improcedência liminar). Não se trata de requisito
de existência do processo. O processo existe sem a citação: apenas
não é válido, acaso desenvolva-se em prejuízo do réu sem a sua
participação." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART,
Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil
comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art.
239)

Trata-se, portanto, de matéria de ordem pública que pode ser alegada em


qualquer fase de jurisdição, não ficando ocorrendo a preclusão, conforme leciona
Arruda Alvim ao disciplinar sobre a matéria:

"o processo sem citação (ou com citação nula somada à revelia) é
juridicamente inexistente em relação ao réu, enquanto situação
jurídica apta a produzir ou gerar sentença de mérito (salvo os
casos de improcedência liminar do pedido - art. 332 do
CPC/2015). Antes a essencialidade da citação para o
desenvolvimento do processo, não há preclusão para a arguição
da sua falta ou de sua nulidade, desde que o processo tenha
corrido à revelia. Pode tal vício ser alegado inclusive em
impugnação ao cumprimento da sentença proferida no processo
viciado, ou até mesmo por simples petição, ou, se houver interesse

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jurídico, em ação própria (ação declaratória de inexistência)"
(Novo contencioso Cível no CPC/2015. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2016, n.3.1.3, p. 204.)

Ocorre que no presente caso, o contestante teve conhecimento da presente


ação apenas quando ________ . Ou seja, não foi regularmente citado nos termos da lei, não
podendo ser aplicado os efeitos da REVELIA.

No presente caso, a citação não foi recebida diretamente pelo Réu, correndo
indevidamente o processo à revelia, evidenciando a nulidade da citação, conforme
precedentes sobre o tema:

AÇÃO MONITÓRIA. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


AÇÃO DE COBRANÇA. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
NULIDADE DA CITAÇÃO. VIOLAÇÃO MANIFESTA DA
NORMA JURÍDICA. ART. 966, V, DO CPC. Ação rescisória
proposta com base no inciso V, do art. 966, do CPC. Caso em que a
firma individual, que se confunde com a sua titular, foi citada por
carta AR, na ação de cobrança movida pelo Banco, recebida por
terceira pessoa, prosseguindo o feito à revelia, culminando com
a sentença de procedência. Citação irregular em afronta manifesta
à norma jurídica, cabendo a rescisão da sentença de mérito e a
nulidade de todos os atos a partir da citação, inclusive, sendo o caso
de julgar procedente a ação monitória. Determinação de retorno dos
autos à origem para a renovação do ato citatório e o regular
processamento do feito a partir deste. AÇÃO RESCISÓRIA
JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (TJ; Ação Rescisória, Nº
70079916235, Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Pedro Luiz Pozza, Julgado em: 28-03-2019)
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A lei autoriza a citação por edital somente nos casos expressos no art.

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256 do CPC, quais sejam:

Art. 256.A citação por edital será feita:

I - quando desconhecido ou incerto o citando;

II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se


encontrar o citando;

III - nos casos expressos em lei.

§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o


país que recusar o cumprimento de carta rogatória.

§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a


notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na
comarca houver emissora de radiodifusão.

§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se


infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante
requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos
cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos.

Portanto, não enquadrado nas situações acima referidas, a citação por edital é
nula, pois tem como requisito básico que sejam esgotados todos os meios de citação
pessoal.

A doutrina, ao lecionar sobre o cabimento da citação por edital, destaca:

"Requisito básico. Deve ser tentada a localização pessoal do réu


por todas as formas, razão pela qual se diz que a citação por edital
é subsidiária da citação pessoal. Somente depois desta resultar

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infrutífera é que estará aberta a oportunidade para a citação por
edital." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018.
Versão ebook, Art. 256)

Requisitos não observados, devendo ser considerada nula a citação realizada:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONHECIMENTO -


NULIDADE DA CITAÇÃO - EDITAL - EXAURIMENTO DAS
DILIGÊNCIAS - NULIDADE. 1. A citação por edital é medida
excepcional, permitida apenas quando a parte autora esgota todos
os meios que tem ao seu alcance para localização do réu e aqueles
restam comprovadamente frustrados. 2. Não havendo o
exaurimento dos meios necessários para a localização da parte
ré, é nula a citação por edital. 3. Sentença cassada. (TJ-MG - AC:
10439130157449001 MG, Relator: José Américo Martins da Costa,
Data de Julgamento: 27/06/2019, Data de Publicação: 05/07/2019,
#35844799)

Ação rescisória de sentença, com base no art. 966, III e V do CPC.


Compra e venda de veículo. "Ação declaratória de rescisão
contratual c.c. reintegração de posse e indenização por danos
morais." Nulidade da citação. Citação do réu por edital. Alegada
nulidade da citação editalícia. Acolhimento. Necessidade de
esgotamento de todos os meios disponíveis para a citação do
réu. Violação do art. 256, §3º do CPC. Nulidade absoluta.
Precedentes jurisprudenciais. Ação julgada procedente para
desconstituir a. r. sentença rescidenda. (TJSP; Ação Rescisória
2097624-88.2018.8.26.0000; Relator (a): Francisco Occhiuto
Júnior; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Araras - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/02/2019; Data de
Registro: 04/02/2019)

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Ação Rescisória. Nulidade de citação. A citação pela via editalícia
constitui medida excepcional a ser realizada quando a parte
reclamada cria embaraço para o recebimento da notificação postal
ou pessoal ou quando, após serem realizadas várias diligências, não
se logra êxito em localizá-la. Verificado, no caso em apreço, que a
autora-reclamada altera a localização de sua sede, porém procede
a atualização da informação em órgão oficial, de rigor o
reconhecimento da nulidade da citação. Ação rescisória que se
julga parcialmente procedente. (TRT-2, 1000337-
63.2018.5.02.0000, Rel. FLAVIO VILLANI MACEDO - Seção
Especializada em Dissídios Individuais - 7 - DOE 15/08/2019)

Assim, conforme previsão do art. 239, §1º, o prazo de defesa passa a fluir do
comparecimento espontâneo do réu, devendo serem aceitas as razões de defesa aqui
dispostas.

No presente caso, a citação ocorreu por whatsapp, sem qualquer prova


robusta da titularidade da conta por parte do Réu, em manifesta contrariedade à previsão
expressa do CPC, que disciplina os meios idôneos que devem ocorrer a citação:

Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico,


no prazo de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a
determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo
citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme
regulamento do Conselho Nacional de Justiça.

Dessa forma, para validade da citação por meios eletrônicos de citação, deve
ser regulado por lei, o que não ocorre no presente caso.

O CNJ, ao analisar o tema, se pronunciou positivamente aos meios


eletrônicos para intimações, excluindo expressamente esta possibilidade às citações:

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"A intimação via aplicativo whatsaspp foi oferecida como
ferramenta facultava, sem imposição alguma às partes. Sua
utilização foi idealizada para a realização de intimações e não de
citações." (PROCEDIMENTO DE CONTROLE
ADMINISTRATIVO - 0003251-94.2016.2.00.0000)

Portanto, manifestamente ilegal a citação realizada por whatsapp, conforme


precedente sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Inventário e partilha - Pedido de


citação por meio do aplicativo whatsapp - Inviabilidade - Citação
por meio eletrônico, disciplinada pelo art. 246, V, do CPC,
depende da regulamentação legal específica - Lei nº 11.419/2006,
relativa à informatização do processo judicial, condiciona a prática
de atos processuais eletrônicos ao prévio credenciamento perante o
Poder Judiciário e ao uso de assinatura eletrônica, o que resta
inviabilizado na via indicada - Documentos juntados que não
comprovam, inequivocamente, a titularidade da conta do
aplicativo atribuída à citanda - Recurso desprovido. (TJSP;
Agravo de Instrumento 2112063-36.2020.8.26.0000; Relator (a):
Marcus Vinicius Rios Gonçalves; Órgão Julgador: 6ª Câmara de
Direito Privado; Foro Central Cível - 8ª Vara da Família e
Sucessões; Data do Julgamento: 18/06/2020; Data de Registro:
18/06/2020, #45844799)

AÇÃO PENAL. CRIME DE TRÂNSITO. SENTENÇA


CONDENATÓRIA. PRELIMINAR DE NULIDADE ACOLHIDA.
CITAÇÃO POR WHATSAPP. INVALIDADE. AFRONTA AO
ARTIGO 66 DA LEI N. 9.099/1995. REFORMA DO JULGADO
PARA DECLARAR NULO O PROCESSO DESDE O ATO,
INCLUSIVE. (TJSP; Apelação Criminal 0070115-
03.2017.8.26.0050; Relator (a): Fernanda Afonso de Almeida;

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Órgão Julgador: 1ª Turma Recursal Criminal; Foro de Santos -
1.VARA FAMILIA; Data do Julgamento: 30/08/2019; Data de
Registro: 30/08/2019, #15844799)

Ademais, a lei nº 11.419/2006, que regula a informatização do processo


judicial, condiciona a prática de atos processuais por meio eletrônico ao prévio
credenciamento perante o Poder Judiciário, bem como ao uso de assinatura eletrônica, o
que não ocorre no presente caso.

Pelo contrário, sequer há prova suficiente da titularidade da conta que se


efetivou a citação, não permitindo a conclusão acerca da ciência relativa aos atos
praticados.

Desta forma, requer seja reconhecida a nulidade da citação, com retorno do


processo ao cômputo do prazo para defesa, tornando sem efeito todos os atos posteriores.

DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA

Afinal, as ações que versem sobre ________ possuem competência definida


em razão da matéria.

Por tal razão, Vicente Greco Filho disciplina sobre o tema: "é absoluta a
competência em razão da matéria, ou seja, em razão da lide submetida ao Judiciário" (in
"Direito Processual Civil Brasileiro", Volume 3, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 156).

No presente caso, considerando que a demanda versa exclusivamente sobre


os bens adquiridos na constância da relação, tem-se por competente a Vara de Família.

Trata-se de posicionamento adotado na jurisprudência, devendo ser


respeitado no presente processo:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO


AJUIZADA COM O INTUITO DE RECONHECER A

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AQUISIÇÃO ONEROSA DE BENS NA CONSTÂNCIA DA
UNIÃO ESTÁVEL. COMPETÊNCIA DAS VARAS DE
FAMÍLIA. INVENTÁRIO E EVENTUAIS DEMANDAS DE
COMPETÊNCIA DAS VARAS DE ÓRFÃOS E SUCESSÕES.
ATRIBUIÇÃO SUBSTANCIAL DISTINTA. CONEXÃO.
AUSÊNCIA. 1. Demanda a respeito da aquisição onerosa de bens
na constância de união estável é da competência das Varas de
Família, nos termos do art. 27 da Lei de Organização Judiciária do
Distrito Federal e dos Territórios. 2. A competência em razão da
matéria, por ser absoluta absoluta, não enseja prorrogação ou
prevenção em virtude da conexão. 3. Não é possível a reunião dos
autos de processo de competência das Varas de Família, à guisa de
conexão, por conexão com o inventário e eventuais temas de
competência das Varas de Órfãos e Sucessões, por guardarem
distintos critérios de atribuição de competência absoluta. 4.
Conflitos acolhidos para declarar competente o Juízo da Vara de
Família e de Órfãos e Sucessões do Guará. (TJDFT, Acórdão
n.1075746, 07125831420178070000, Relator(a): ALVARO
CIARLINI, 1ª Câmara Cível, Julgado em: 20/02/2018, Publicado
em: 28/02/2018, #05844799)

Ao incluir na demanda pedido de indenização pelo uso de imóvel comum, o


Autor retira da Vara de Família a competência para apreciação da lide, conforme
precedentes sobre o tema:

DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E FAMÍLIA.


APELAÇÃO. DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL.
SOBREPARTILHA. (...) O pedido de indenização pelo uso
exclusivo de imóvel comum do casal não se insere na esfera de
competência das Varas de Família (art. 27 da LOJ/DF). 10.1. A
pretensão tem cunho estritamente patrimonial, de viés obrigacional,
sendo da competência do Juízo Cível comum. 10.2. Jurisprudência:

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Dissolvida a união estável, não há de se falar na competência do
Juízo de Família para apreciar eventuais demandas referentes aos
bens conjuntos dos ex-companheiros, cabendo tal mister ao Juízo
Cível. 11. Recurso improvido. (TJDFT, Acórdão n.1092703,
20150111282888APC, Relator(a): JOÃO EGMONT, 2ª TURMA
CÍVEL, Julgado em: 25/04/2018, Publicado em: 02/05/2018)

Diante o exposto, exposto, requer seja acolhida a presente preliminar,


determinando-se o recebimento e processamento do processo na Comarca competente, qual
seja ________ .

DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA

A presente demanda foi proposta em foro incompetente, uma vez que trata-
se de ação que envolve alimentos, em clara inobservância ao previsto no Código de
Processo Civil, que dispõe:

I- para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e


reconhecimento ou dissolução de união estável:

a)de domicílio do guardião de filho incapaz;


(...)

II- de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que


se pedem alimentos;

Portanto, envolvendo menor e respectivamente alimentos, a competência é


objetivamente da residência do alimentando.

O Estatuto da Criança e do Adolescente ao dispor sobre o tem, prevê


igualmente a competência para o julgamento de ações que digam respeito a crianças e
adolescentes é determinada "pelo domicílio dos pais ou responsável", nos termos do art.
147, I da Lei 8.069/1990 (ECA).

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O STJ, inclusive, sumulou o tema ao dispor que:

Súmula nº 383 STJ: "A competência para processar e julgar as


ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do
domicílio do detentor de sua guarda".

Portanto, manifestamente incompetente o foro ________ , considerando que


o alimentando, sob a guarda de ________ reside sob a jurisdição de ________ .

Nesse sentido, por ordem objetiva legal, independente de se tratar de


revisional de alimentos, mesmo nos casos de exoneração, o foro competente é do domicílio
do alimentando, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE


ALIMENTOS. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. FORO DO
DOMICÍLIO DA ALIMENTANDA. MANUTENÇÃO DA
DECISÃO. Caso em que a parte agravante postulou a reforma da
decisão que acolheu o pedido de incompetência e remeteu os autos
para a comarca de Gaurama. Para tanto, afirmou que a competência
é do domicílio do recorrente, pois é pessoa idosa, nos termos do art.
53, III, e , do CPC. Ainda, sustentou que o art. 53, inc. II, do CPC,
dispõe sobre a competência de processos em que se pedem
alimentos, e não quando se pede a exoneração. Ocorre que a regra
de competência absoluta prevista no art. 80, do Estatuto do Idoso, é
aplicável apenas nas ações de proteção judicial dos interesses
difusos, coletivos e individuais indisponíveis ou homogêneos
previstos no art. 79, do referido diploma legal, não sendo este o
caso. Outrossim, conforme art. 53, II, do CPC, nas ações que
versam sobre alimentos, é competente o foro de domicilio ou
residência da alimentada. Agravo desprovido. (TJRS, Agravo de
Instrumento 70078297397, Relator(a): José Antônio Daltoe Cezar,
Oitava Câmara Cível, Julgado em: 04/10/2018, Publicado em:

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11/10/2018, #15844799)

APELAÇÃO CÍVEL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. A


apelante, em contestação, suscitou a incompetência do juízo de
Alvorada para processar e julgar o feito, visto que reside nesta
capital, onde foi citada. Entretanto, tal questão não foi apreciada
pelo juízo a quo, razão pela qual, conforme autoriza o art. 1.013, §
1º, do CPC, deve ser apreciada em grau de apelação. E, no ponto,
assiste razão à demandada! Ocorre que nos termos do art. 53, inc.
II, do CPC, o foro competente para processar e julgar as ações que
versam sobre alimentos é o do domicílio do alimentado.
ACOLHERAM A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
DEDUZIDA NA CONTESTAÇÃO, PREJUDICADA A ANÁLISE
DA APELAÇÃO. UNÂNIME. (TJRS, Apelação 70078821782,
Relator(a): Luiz Felipe Brasil Santos, Oitava Câmara Cível, Julgado
em: 04/10/2018, Publicado em: 11/10/2018)

Portanto, os limites de competência legalmente estabelecidos buscam


conferir ao processo a intenção legal da efetividade jurisdicional, conforme leciona doutrina
especializada sobre o tema:

"Domicílio ou residência do alimentando. A norma abrange as


ações que têm como fundamento ou pedido os alimentos: ação
especial de alimentos, regida pela LA; ação de alimentos em rito
ordinário; ação revisional de alimentos; ação em que se oferecem os
alimentos (LA 24); ação de execução de alimentos. A ação pode ser
ajuizada tanto no foro do domicílio, quanto no da residência do
alimentando. Em sendo este incapaz, incide a regra do CPC 50.
Sendo cumulada com investigação de paternidade, prevalece o foro
especial (STJ 1)." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT,
2018. Versão ebook, Art. 53)

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No presente caso, a competência territorial, deve ser observada de forma a
garantir o princípio do contraditório, uma vez que , assim não sendo, inviabiliza a ampla
defesa do contestante.

Razões pelas quais devem motivar à imediata redistribuição do feito.

DA INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

O legislador tratou de prever, no novo código de processo civil, claramente


os fatos que conduzem à inépcia da inicial, in verbis:

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


(...)
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em
que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação


decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de
bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a


ser pago no tempo e modo contratados.

Conforme leciona doutrina especializada sobre o tema:

"O autor tem de apresentar a sua fundamentação de modelo

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analítico, tal como ela é exigida para a decisão judicial (art. 489,
§1º, CPC), sob pena de inépcia. A parte não pode expor as suas
razões de modo genérico; não pode valer-se de meras paráfrases
da lei (art. 489, §1º, I, CPC), não pode alegar a incidência de
conceito jurídico indeterminado, sem demonstrar as razões de sua
aplicação ao caso (art. 489, §1º, II, CPC) etc." (DIDIER JR,
Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1. 19ª ed. Editora JusPodivm,
2017. p. 635)

A petição é manifestamente incoerente, o pedido não decorre logicamente da


narração dos fatos, configurando manifesta contradição.

Dessa forma, considerando que a petição inicial deixou de indicar elementos


mínimos necessários para a conclusão da controvérsia, tais como ________ , deve ser
imediatamente extinta sem julgamento do mérito, conforme precedentes sobre o tema:

INÉPCIA DA INICIAL - Ausência de pedido de indenização por


danos morais - Referência apenas na nomenclatura da ação - Autora
devidamente assistida por advogado o qual deveria ter formulado
pedido específico e quantificado - Ofensa à regra dos artigos 485,
inciso I, c.c. 330, inciso I, e § 1º, inciso I e II, todos do Código de
Processo Civil, em que pese o procedimento simplificado da Lei nº
9.099/95 - Inépcia reconhecida - Manutenção da sentença que
julgou a ação extinta sem resolução de mérito - RECURSO
DESPROVIDO. (TJSP; Recurso Inominado Cível 1000019-
91.2020.8.26.0097; Relator (a): Camila Paiva Portero; Órgão
Julgador: 1ª Turma Cível; Foro de Buritama - Juizado Especial
Cível e Criminal; Data do Julgamento: 24/08/2020; Data de
Registro: 24/08/2020)

No presente caso, deixou o Autor de indicar adequadamente ________ ,


inviabilizando o contraditório e a ampla defesa. Afinal, todo e qualquer elemento

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necessário para a resolução do litígio são inerentes à petição inicial.

Assim, ausentes informações indispensáveis à ação, a extinção do processo é


medida que se impõe, conforme precedentes sobre o tema:

INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL - Veiculação de pedido


indeterminado - Autora que ajuizou a demanda em face do plano de
saúde do qual é beneficiária, pleiteando o reembolso de despesas
médicas - Ausência de identificação das despesas - Não
atendimento à decisão que determinou a emenda da inicial -
Apresentação de notas fiscais avulsas somente na réplica, ausentes
quaisquer esclarecimentos sobre a documentação juntada - Artigo
330, §1º, II, CPC - Vício que impossibilita a defesa da ré, bem
como a própria prestação jurisdicional - Inépcia verificada -
Sentença mantida - Recurso desprovido. (TJSP; Apelação Cível
1013480-58.2019.8.26.0100; Relator (a): Luiz Antonio de Godoy;
Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível -
33ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/12/2020; Data de Registro:
16/12/2020, #65844799)

INÉPCIA DA INICIAL - Ausência de pedido de indenização por


danos morais - Referência apenas na nomenclatura da ação - Autora
devidamente assistida por advogado o qual deveria ter formulado
pedido específico e quantificado - Ofensa à regra dos artigos 485,
inciso I, c.c. 330, inciso I, e § 1º, inciso I e II, todos do Código de
Processo Civil, em que pese o procedimento simplificado da Lei nº
9.099/95 - Inépcia reconhecida - Manutenção da sentença que
julgou a ação extinta sem resolução de mérito - RECURSO
DESPROVIDO. (TJSP; Recurso Inominado Cível 1000019-
91.2020.8.26.0097; Relator (a): Camila Paiva Portero; Órgão
Julgador: 1ª Turma Cível; Foro de Buritama - Juizado Especial
Cível e Criminal; Data do Julgamento: 24/08/2020; Data de

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Registro: 24/08/2020, #65844799)

INÉPCIA DA INICIAL - Pedido que não decorre dos fatos


narrados - Inépcia corretamente reconhecida - Recurso não provido.
(TJSP; Apelação Cível 1003886-31.2017.8.26.0022; Relator (a):
Osvaldo Magalhães; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Público;
Foro de Amparo - 2ª Vara; Data do Julgamento: 20/05/2020; Data
de Registro: 20/05/2020, #35844799)

No mesmo sentido, o CPC exige que a petição inicial apresente os


documentos necessários para a compreensão do litígio.

Art. 320.A petição inicial será instruída com os documentos


indispensáveis à propositura da ação.

No entanto, no presente caso, o Autor sequer juntou indicar documento


faltante, evidenciando a sua inépcia, conforme precedentes sobre o tema:

TELECOMUNICAÇÕES. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO


ESSENCIAL (COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA). INÉPCIA
DA PETIÇÃO INICIAL - ARTIGO 320 DO NCPC. RECURSOS
PREJUDICADOS. Compulsando os autos observa-se que a parte
autora instruiu a inicial apenas com a certidão eleitoral (mov. 1.4).
Referido documento não é apto a comprovar seu endereço, pois
sequer possui o logradouro. Assim, a autora foi intimada por duas
vezes para apresentar a documentação correta, contudo, deixou o
prazo transcorrer (mov. 6 e 13 - autosin albis recurso inominado). É
entendimento do C. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná que a
ausência de documento essencial leva à extinção da demanda por
inépcia da inicial, com base no artigo 320 do NCPC, que preceitua:
"a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação". A comprovação de endereço da parte autora é

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essencial ao deslinde da demanda, isto porque, não há comprovação
de sua efetiva residência a fim de fixar-se a competência territorial
do juizado em que se propôs a demanda. Insta salientar que nos
juizados especiais a incompetência territorial pode ser reconhecida
de ofício, conforme enunciado 89 do FONAJE, portanto, necessária
se faz a comprovação de endereço. Assim, tem-se que a petição
inicial não preenche os requisitos previstos nos artigos 319 e 320 do
NCPC. Destarte, casso a sentença e determino a extinção do
processo, sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 485, inciso
I, do NCPC, ante a ausência de documento essencial à propositura
da demanda. Recursos prejudicados. Deixo de condenar as partes
recorrentes ao pagamento de honorários advocatícios. Conforme
previsão do art. 4º da lei estadual 18.413/2014, não haverá
devolução das custas recursais. (TJPR - 3ª Turma Recursal -
0006215-70.2018.8.16.0153 - Santo Antônio da Platina - Rel.: Juiz
Fernando Swain Ganem - J. 21.03.2020, #85844799)

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA


COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS.
PROCESSO ANTERIOR COM AS MESMAS PARTES.
EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. NÃO
COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DAS CUSTAS. (...) O
artigo 320 do CPC dispõe que a petição inicial deve ser
instruída com os documentos indispensáveis à propositura da
ação. 2. Não tendo o autor juntado à petição inicial os
documentos indispensáveis ao andamento do feito, e tendo
ainda sido intimado è emendá-la, porém manteve-se inerte,
correta é a sentença que extinguiu o feito nos moldes do artigo
485, I do CPC. 3. A extinção baseada no indeferimento da petição
inicial independe de intimação pessoal da parte. (...)?
(20160810079157APC, Relator: Rômulo de Araújo Mendes, 1ª
Turma Cível, DJE: 21/03/2018). 6. É entendimento pacífico deste

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Tribunal a inaplicabilidade da Súmula 240 do STJ, a qual prevê que
a extinção do processo pelo abandono da causa pelo autor depende
de requerimento do réu, quando o demandado não esteja integrado à
relação processual, posto que não levada a efeito a citação. Veja-
se: ?(...) Ausente o aperfeiçoamento da relação processual, mostra-
se inaplicável o enunciado 240 do colendo Superior Tribunal de
Justiça, o qual considera necessário o requerimento do réu na
hipótese de extinção do processo por abandono de causa. 4. Recurso
desprovido.? (20130110981266APC, Relator: Mario-Zam Belmiro,
2ª Turma Cível, DJE: 29/09/2016). 7. Recurso improvido. (TJDFT,
Acórdão n.1091053, 07102601520178070007, Relator(a): JOÃO
EGMONT, 2ª Turma Cível, Julgado em: 20/04/2018, Publicado em:
30/04/2018)

Motivos que devem conduzir à imediata extinção do processo sem


julgamento do mérito.

DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Foi juntado ________ , com o objetivo de comprovar ________ .

Ocorre que referido documento apresenta alguns detalhes notórios que


indicam que o mesmo não é verdadeiro em sua essência, tais como:

 Algumas folhas do contrato apresentam formatação e


impressão distintas, indicando a troca de páginas, conforme
imagens comparativas que junta em anexo;

 Alguns parágrafos apresentam fontes distintas, indicando


claramente a inserção de conteúdo posteriormente;

 A assinatura é nitidamente falsificada, uma vez que

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


apresentam vários elementos gráficos distintos da verdadeira
assinatura;

 O documento apresenta rasuras com o objetivo de ocultar ou


alterar informações;

 ________ .

 O documento indica informações manifestamente


inverídicas, conforme ________ ;

 ________ .

Para comprovar referidos argumentos, junta em anexo conforme imagens


comparativas identificando cada uma destas evidências e ________ .

Nos termos do Art. 430 do CPC/15, a arguição de falsidade pode ser


suscitada na contestação, na réplica ou a partir da intimação da juntada do documento aos
autos.

No presente caso, as evidências da falsidade são inequívocas, uma vez que


________ , cabendo àquele que apresentou o documento impugnado provar a sua
autenticidade, conforme expressamente previsto no CPC:

Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:


(...)

II- se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o


documento.

Desta forma, cabe à parte que produziu o documento comprovar a sua


autenticidade, conforme precedentes sobre o tema:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
COBRANÇA. CHEQUE EXTRAVIADO. DEVOLUÇÃO PELA
ALÍNEA ?20?. ÔNUS DA PROVA. ARTIGO 429, INCISO II,
CPC. FALSIDADE DOCUMENTAL. 1. O onus probandi, via de
regra, é incumbência da parte ré quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, nos
termos do art. 333, inciso II, do CPC. Porém, versando o caso
sobre falsidade documental, o ônus da prova obedece à regra
contida no artigo 429, inciso II, do CPC, ou seja, aquele que fez
ingressar nos autos um documento e afirma a sua autenticidade,
deve prová-la, se a parte contrária refutar elementos essenciais
à validade do documento. 2. Escorreita a sentença que julgou
improcedente o pedido da parte autora, que não se desincumbiu do
ônus de provar a autenticidade do documento apresentado. 3.
Recurso de apelação conhecido e desprovido. (TJ-DF
07027528420188070006 DF 0702752-84.2018.8.07.0006, Relator:
SILVA LEMOS, Data de Julgamento: 20/03/2019, 5ª Turma Cível,
Data de Publicação: Publicado no DJE : 15/04/2019 . Pág.: Sem
Página Cadastrada., #65844799)

Assim, evidenciada a falsidade, tem-se por necessário o


reconhecimento da nulidade do documento no processo, afinal,
"Constatado que a assinatura aposta em um documento é falsa,
ele se torna inválido ao fim que se destina." (TJ-MG - Apelação
Cível 1.0145.17.045750-4/001, Rel.(a): Des.(a)Rubens Gabriel
Soares, #85844799)

Trata-se de conduta atentatória à boa fé esperada que deve conduzir ao


imediato reconhecimento da falsidade, com todos os reflexos legais, em especial à
condenação por LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. Nesse sentido:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - INCIDENTE DE FALSIDADE

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DOCUMENTAL - PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO
DO RECURSO - DESERÇÃO - NÃO CONFIGURAÇÃO -
FALSIDADE MATERIAL - PERÍCIA GRAFOTÉCNICA -
ASSINATURA FALSA - COMPROVAÇÃO. - Constatado que a
assinatura aposta no documento questionado é falsa, deve ser
acolhido o incidente de falsidade documental - Não servem para
afastar a conclusão da perícia grafotécnica elementos de prova que
nada se relacionam à autenticidade do documento impugnado, mas
apenas à dívida que por meio dele se pretendia cobrar. (TJ-MG -
AC: 10035120084302001 MG, Relator: Ramom Tácio, Data de
Julgamento: 09/09/0019, Data de Publicação: 20/09/2019,
#55844799)

Portanto, além das referidas evidências, caso não sejam suficientes para
comprovar a falsidade do referido documento, requer seja promovido no trâmite deste
incidente, exame pericial dos documentos ________ .

DA PEREMPÇÃO

A Perempção é a perda do Direito de Ação do Autor de demandar acerca do


mesmo objeto da ação, quando o mesmo abandona o processo por três vezes.

Assim, considerando que o Autor deu causa, por 3 (três) vezes a sentença
fundada em abandono da causa (Processos nº ________ ), não poderá propor nova ação
contra o réu com o mesmo objeto, nos termos do §3º do Art. 486 do CPC.

DA LITISPENDÊNCIA

Ocorre a litispendência quando a mesma ação é proposta repetidamente pelo


Autor, ou por ter o indeferimento da liminar ou mesmo querer escolher o julgador, o que é
vedado pelo CPC nos termos do §1º, Art. 337.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Ao lecionar sobre o tema, a doutrina conceitua:

"Litispendência. A palavra litispendência tem dupla acepção no


direito brasileiro: ora significa o marco a partir do qual pende a
lide (art. 240, CPC), ora exprime o efeito de obstar a coexistência
de mais de um processo com o mesmo objeto. Nessa última
caracterização, a litispendência objetiva impedir o inútil dispêndio
de atividade processual e evitar julgamentos contraditórios sobre a
mesma situação jurídica. Há litispendência quando se repete ação
que está em curso (art. 337, § 3.º, CPC). Considera-se que uma
ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido (art. 337, § 2.º, CPC). O
acolhimento da alegação de litispendência leva à extinção do
processo sem resolução de mérito (art. 485, V, CPC)."
(MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI,
Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado - Ed.
RT, 2017. e-book, Art. 337.)

Cabe destacar que a litispendência se configura mesmo quando houver ações


com nomenclaturas distintas, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE. EXTINÇÃO DA AÇÃO.
RECONHECIMENTO DE LITISPENDÊNCIA. INEXISTÊNCIA
DE TRÍPLICE INDENTIDADE (PARTES, CAUSA DE PEDIR E
PEDIDO). EFEITOS PROCESSUAIS E SUBSTANCIAIS DA
LITISPENDÊNCIA. APLICABILIDADE DA TEORIA DA
IDENTIDADE DA RELAÇÃO JURÍDICA MATERIAL.
IDENTIFICAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA DISCUTIDA.
RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA.1. Para que haja a constatação de litispendência e seus
efeitos, não é necessário que as demandas tenham a mesma

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


nomenclatura, pertençam a uma mesma classificação de processos
e, ainda, tenham identidade de partes. O que deve ser observado é
se existe reprodução idêntica e exata de objeto já litigioso,
consoante a teoria da identidade da relação jurídica material.
Entender de modo diverso é permitir que sejam formados dois ou
mais títulos executivos judiciais acerca do mesmo objeto (imóvel),
o que poderia ensejar enorme insegurança jurídica ante a
possibilidade de prolação de decisões conflitantes atribuindo a
posse do mesmo imóvel a várias pessoas.2. Na lição de Araken de
Assis, a litispendência produz duas espécies de feitos: processuais e
substanciais. Enquanto os efeitos processuais da litispendência se
manifestam no plano do processo e se referem aos elementos da
demanda, com um olhar para o seu interior, como por exemplo, a
proibição de renovação da demanda, a perpetuação da competência,
a prevenção da competência, a perpetuação do valor da causa e a
proibição de inovar o estado de fato; Já os efeitos substanciais
dizem respeito às relações materiais das partes, entre si ou com
terceiros, e seus reflexos externos ao processo, a exemplificar: a
litigiosidade da coisa, a indisponibilidade patrimonial relativa, a
constituição em mora do réu, a interrupção da prescrição e da
decadência e a averbação da demanda.(ASSIS, Araken de. Processo
Civil Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2016. v. 2, tomo 2, p. 688).3. Na análise da litispendência, o
julgador, em regra, deve adotar a teoria da tríplice identidade
(partes, causa de pedir e pedido) prevista no art. 337, § 2º do CPC.
Não obstante, quando insuficiente, ou seja, faltar alguns dos 03
elementos, abre-se espaço para a chamada teoria da identidade da
relação jurídica material, segundo a qual o que importa é a
identificação da relação jurídica discutida nas demandas, se é
essencialmente a mesma, conquanto existam diferenças em relação
a alguns elementos, ou seja, a litispendência deve sobrepujar a
análise meramente literal dos elementos da ação, pois seu objetivo é

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


evitar, de forma efetiva, que sejam movidos, concomitantemente,
diversos processos que tenham o mesmo resultado prático.4. Se
existem vários processos (ações possessórias) já em andamento,
contendo partes diversas, mas, onde a causa de pedir e o pedido são
os mesmos/idênticos, ou seja, em todas as ações discute-se a posse
sobre o mesmo imóvel, é de se reconhecer o fenômeno da
litispendência entre os processos em tramitação, especialmente
quando a questão sobre a posse já foi reconhecida no processo
originário, sob pena de haver decisões conflitantes nas demais ações
possessórias.5. Recurso conhecido e não provido. Sentença
mantida. (TJDFT, Acórdão n.1099385, 20170710020864APC,
Relator(a): ALFEU MACHADO, 6ª TURMA CÍVEL, Julgado em:
23/05/2018, Publicado em: 29/05/2018)

Portanto, considerando que estamos diante da repetição da ação nº ________


, cujas partes, pedido e causa de pedir são as mesmas, tem-se a necessária declaração de
litispendência.

DA CONEXÃO E DO JUÍZO PREVENTO

A Conexão ocorre sempre que duas ou mais ações tiverem pedido ou a causa
de pedir comuns, devendo ser reunidas para decisão conjunta, salvo se um deles já houver
sido sentenciado, nos termos do Art. 55, §1º do CPC/15.

No presente caso, já consta em andamento ação discutindo a mesma causa de


pedir, ajuizada em ________ , no Juízo da ________ Vara ________ da Comarca de
________ , sob nº ________ .

O objeto da referida ação é ________ , ou seja, conexa com a presente causa,


devendo ser julgado, portanto, pelo Juízo prevento, nos termos do Art. 58 do CPC/15:

Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.

Assim, considerando que nos termos do Art. 59. do CPC/15, "o registro ou a
distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.", não é possível dar continuidade à
presente demanda, devendo ser redistribuída para o Juízo competente, ora prevento.

A jurisprudência confirma o presente entendimento:

APELAÇÃO CÍVEL. PRELIMINAR DE OFÍCIO.


INCOMPETÊNCIA. PREVENÇÃO. AJUIZAMENTO DE AÇÕES
IDÊNTICAS. JUÍZOS DIVERSOS. DESISTÊNCIA DA
PRIMEIRA DEMANDA APÓS O DEFERIMENTO DA TUTELA
DE URGÊNCIA NA SEGUNDA. FLAGRANTE VIOLAÇÃO AO
JUIZ NATURAL. REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO
PREVENTO. 1. O registro ou a distribuição da petição inicial
torna prevento o juízo, nos termos do art. 59 do CPC. 2. Viola o
princípio do juiz da natural o ajuizamento de ações idênticas em
juízos diversos com o escopo astucioso de escolha arbitrária do
juízo mais conveniente, a exemplo do que primeiro deferir a tutela
de urgência, devendo os autos, em caso de desistência da primeira
ação, serem remetidos ao juízo prevento para, caso pertinente,
conservar os atos decisórios, inteligência dos artigos 286, incisos II
e III, e 64, §§ 3º e 4º, do CPC. 3. Recurso conhecido, preliminar de
incompetência suscitada de ofício acolhida, apelo prejudicado. (TJ-
DF 20160111202604 DF 0034607-11.2016.8.07.0001, Relator:
ANA CANTARINO, Data de Julgamento: 22/03/2018, 8ª TURMA
CÍVEL, Data de Publicação: Publicado no DJE: 27/03/2018)

A doutrina ao lecionar a matéria esclarece sobre a obrigatoriedade da fixação


de competência em razão do Juízo prevento:

"A prevenção fixa a competência em função de determinado

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


elemento temporal. É critério de determinação da competência, que
impõe a reunião das causas e seu julgamento conjunto."
(MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI,
Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado - Ed.
RT, 2017. e-book, Art. 58)

Assim, competente o juízo do local da distribuição da primeira ação, razão


pela qual REQUER a redistribuição do feito para o JUÍZO PREVENTO.

DA COISA JULGADA

Cumpre destacar que estamos diante de objeto previamente decidido,


refletindo em coisa julgada, tratando-se de causa idêntica a ação transitada em julgado sob
nº ________ .

Conforme expressa previsão do CPC/15, pode-se conceituar Coisa Julgada,


da seguinte forma:

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna


imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a
recurso.

Ao lecionar sobre o tema, respeitável doutrina esclarece:

"Conceito. Coisa julgada material (auctoritas rei iudicatae) é a


qualidade que torna imutável e indiscutível o comando que emerge
da parte dispositiva da decisão de mérito (interlocutória ou
sentença) não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário
(CPC 502; LINDB 6.º § 3.º), nem à remessa necessária do CPC
496 (STF 423; Barbosa Moreira.Temas3, 107). (...) Decisão de
mérito.O objeto da coisa julgada material é a decisão demérito.
Verifica-se o julgamento do mérito quando o juiz profere decisão

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


nas hipóteses do CPC 487. Acolher ou rejeitar o pedido (CPC 487
I) significa pronunciar-se pela procedência ou improcedência da
pretensão (lide, objeto, mérito, pedido, objeto litigioso
[Streitgegenstand]), isto é, sobre o bem da vida pretendido pela
parte." (NERY JUNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade.
Código de Processo Civil Comentado. 17ª ed. Editora RT, 2018.
Versão ebook, Art. 502)

Portanto, com o reconhecimento da coisa julgada material , tem-se o


reconhecimento de sua imutabilidade, não podendo vir a ser julgado novamente, conforme
precedentes sobre o tema:

AÇÃO RESCISÓRIA. COISA JULGADA. VALE-REFEIÇÃO.


IDENTIDADE DE PARTES, CAUSA DE PEDIR E PEDIDO.
RESCISÃO DO JULGADO. EXTINÇÃO DO FEITO. O
julgamento de nova demanda com as mesmas partes, causa de
pedir e pedido de demanda anterior já com trânsito em julgado
configura a violação da coisa julgada, autorizando a rescisão
nos termos do art. 966, inciso IV, do CPC. Feito extinto em novo
julgamento, com base no art. 485, inciso V, do CPC. AÇÃO
RESCISÓRIA JULGADA PROCEDENTE. FEITO JULGADO
EXTINTO PELA COISA JULGADA. APELAÇÃO
PREJUDICADA. (TJ; Ação Rescisória, Nº 70081608499, Segundo
Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Francesco Conti, Julgado em: 13-09-2019)

Portanto, tem-se configurada Coisa Julgada não passível de nova análise


judicial.

DA INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA


AO CONTESTADO

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Pelo que se depreende da documentação apresentada, o contestado apenas
declarou ser pobre nos termos da lei para auferir os benefícios da Gratuidade de Justiça.

Ocorre que a declaração de pobreza gera apenas presunção relativa acerca


da necessidade, cabendo ao Julgador verificar outros elementos para decidir acerca do
cabimento do benefício.

No presente caso, há inúmeras evidências de que o contestado tem condições


de pagar as custas, tais como:

________ .

Basta um simples acesso às redes sociais que fica evidente a vida abastada
conduzida pelo beneficiário.

Neste sentido, não pode ser aceita a mera declaração de pobreza, devendo
ser exigida prova da impossibilidade no pagamento das custas processuais, conforme
precedentes sobre o tema:

PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. GRATUIDADE DA


JUSTIÇA. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE JUSTIFIQUEM A
CONCESSÃO.1. O Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015)
passou a dispor sobre a gratuidade da Justiça, revogando alguns
artigos da Lei nº 1.060/50.2. Por outro lado, embora tenha mantido
a presunção de veracidade da afirmação da pessoa física quanto a
sua hipossuficiência financeira (§3º do art. 99), o atual diploma
processual deixa expresso que ao Juiz cabe verificar o efetivo
preenchimento dos pressupostos legais, podendo, em caso de
dúvida, determinar ao interessado que apresente elementos
probatórios (§ 2º do art. 99).3. No caso concreto, em sede de
contestação o INSS impugnou a alegada necessidade da autora ao
benefício da gratuidade da Justiça, sendo certo que, por ocasião da

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


apresentação da réplica, houve a oportunidade da parte agravante
comprovar sua hipossuficiência frente às despesas do processo, mas
apresentou alegações genéricas, desacompanhadas de qualquer
documento. Ademais, a autora aufere rendimentos que inviabilizam
a concessão do benefício postulado.4. Agravo de instrumento
desprovido. (TRF 3ª Região, 10ª Turma, AI - AGRAVO DE
INSTRUMENTO - 5027310-07.2019.4.03.0000, Rel.
Desembargador Federal NELSON DE FREITAS PORFIRIO
JUNIOR, julgado em 05/03/2020, Intimação via sistema DATA:
06/03/2020, #85844799)

Assim, não comprovada a situação de miserabilidade, o indeferimento do


pedido é medida que se impõe.

Apesar da possibilidade da Pessoa Jurídica obter a gratuidade de Justiça, a


prova de hipossuficiência é requisito indispensável à sua concessão.

Desta forma, o pedido de gratuidade deve vir instruído com prova suficiente
da impossibilidade da empresa em arcar com as custas processuais, o que não ocorre no
presente caso, devendo conduzir ao seu indeferimento, conforme precedentes sobre o tema:

Justiça gratuita - Indeferimento - Pessoa jurídica com condição


econômica suficiente a arcar com o recolhimento do preparo
sem prejuízo da continuidade da atividade comercial - Análise
da situação concreta - Recurso a que nega provimento. (TJSP;
Agravo de Instrumento 0100080-88.2022.8.26.9026; Relator (a):
Helen Komatsu; Órgão Julgador: 2ª Turma Cível e Criminal; Foro
de Votuporanga - Vara do Juizado Especial Cível e Criminal; Data
do Julgamento: 29/04/2022; Data de Registro: 29/04/2022)

AGRAVO INTERNO. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA


JURÍDICA. HIPOSSUFICIÊNCIA NÃO COMPROVADA.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


INDEFERIMENTO. - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a
pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais (Súmula 481,
STJ). - Não demonstrada a hipossuficiência, indefere-se o
benefício da gratuidade judiciária. (TJ-MG - Agravo Interno Cv
1.0043.17.001513-5/003, Relator(a): Des.(a) Aparecida Grossi,
julgamento em 23/01/2020, publicação da súmula em 29/01/2020,
#45844799)

"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - Pedido de benefício da gratuidade


da Justiça - Pessoa jurídica - Admissibilidade desde que
comprovada a falta de condições de pagar as custas e despesas
processuais - Art. 99, §3º do CPC/2015 - Súmula 481 do STJ -
Comprovação no caso concreto - Recurso da ré-denunciada nesta
parte provido. CONTRATO - Transporte de pessoas - Colisão -
Violação à cláusula de incolumidade - Nexo causal evidente - Culpa
de terceiro que não ilide a responsabilidade da transportadora na
execução do contrato - Passageiro que sofreu danos corporais -
Danos materiais e extrapatrimoniais demonstrados -
Proporcionalidade no arbitramento - Valor de R$ 5.000,00 que não
deve ser reduzido - Recurso das rés nesta parte improvido." (TJSP;
Apelação Cível 0018636-43.2012.8.26.0309; Relator (a): J. B.
Franco de Godoi; Órgão Julgador: 23ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Jundiaí - 6ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/08/2020;
Data de Registro: 04/08/2020, #65844799)

Agravo de instrumento. Gratuidade de justiça. Pessoa jurídica.


Necessidade de demonstração dos requisitos legais. Recurso ao qual
se nega provimento. (TJSP; Agravo de Instrumento 0100135-
70.2020.8.26.9006; Relator (a): Eduardo Calvert; Órgão Julgador:
4ª Turma Recursal Cível e Criminal; Foro de Guararema - Juizado
Especial Cível e Criminal; Data do Julgamento: 24/08/2020; Data

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


de Registro: 02/09/2020, #55844799)

Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores sobre o tema esclarecem:

"Havendo dúvidas fundadas, não bastará a simples declaração,


devendo a parte comprovar sua necessidade (STJ, 3.ª Turma. AgRg
no AREsp 602.943/SP, rel. Min. Moura Ribeiro, DJe 04.02.15). Já
compreendeu o Superior Tribunal de Justiça que "Por um lado, à
luz da norma fundamental a reger a gratuidade de justiça e do art.
5º, caput, da Lei n. 1.060/1950 - não revogado pelo CPC/2015 -,
tem o juiz o poder-dever de indeferir, de ofício, o pedido, caso
tenha fundada razão e propicie previamente à parte demonstrar
sua incapacidade econômico-financeira de fazer frente às custas
e/ou despesas processuais. Por outro lado, é dever do magistrado,
na direção do processo, prevenir o abuso de direito e garantir às
partes igualdade de tratamento" (STJ, 4ª Turma. RESp
1.584.130/RS, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 07.06.2016,DJe
17.08.2016)."(MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio
Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil
comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art.
99, #15844799)

Motivos que devem conduzir ao imediato indeferimento do pedido de


Gratuidade de Justiça.

III. MÉRITO DA CONTESTAÇÃO

A Contestaste impugna todos os fatos articulados na inicial o que se


contrapõem com os termos desta contestação, esperando a IMPROCEDÊNCIA DA
AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos: ________

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DA ALTERAÇÃO DO STATUS CIVIL DO ALIMENTANDO

Além da situação financeira averiguada de quem supre e de quem recebe


alimentos, o Código Civil estabeleceu uma presunção de suficiência diante da assunção de
novo casamento pela Requerida:

Art.. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do


credor, cessa o dever de prestar alimentos. (grifo nosso).

Ou seja, diante do status civil da Requerente, eis que atualmente se encontra


na condição de ________ , é de presumir a sua suficiência, uma vez que, neste momento
entende-se que ela dispõe de ampla capacidade de prover o seu próprio sustento, uma vez
que se presume a mútua assistência proveniente do matrimônio.

Portanto, o credor de alimentos que contrai núpcias perde o direito dos


alimentos fixados, caso contrário, seria aceitar que o alimentante pudesse prover as
necessidades do casal, o que não lhe cabe.

Trata-se unicamente de análise objetiva do binômio necessidade-


possibilidade, conforme precedentes sobre o tema:

Desta forma, ficou perfeitamente demonstrada a desnecessidade de garantia


dos alimentos, culminando na imediata improcedência da demanda.

DA MAIORIDADE CIVIL DO ALIMENTANDO

O Código Civil, em seu art. 1.699, dispõe que:

"se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira


de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado
reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução
ou majoração do encargo".

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Assim, a obrigação alimentar deve permanecer somente enquanto o
alimentado permanece com a necessidade de sustento, o que se presume existir somente até
o advento da maioridade.

Ocorre que nos termos da Súmula 358 do STJ, esse encerramento não é
automático, sendo necessário o presente pedido.

"O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a


maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório,
ainda que nos próprios autos."

Pleito que deve ser conferido liminarmente conforme precedentes sobre o


tema:

Portanto, com base na documentação probatória que junta em anexo,


imperioso se faz a Improcedência da presente ação para exonerar o autor do pagamento da
pensão alimentícia em tela.

DO PAGAMENTO IN NATURA

Insta consignar sobre o necessário abatimento do valor cobrado dos


pagamentos realizados in natura, vejamos:

O valor pactuado inicialmente foi de ________ . Conforme inequívoca


ciência e consentimento do credor, parte dos pagamentos a título de alimentos eram pagos
in natura com o adimplemento das prestações ________ .

O consentimento da credora se demonstra por meio de ________ . Já os


pagamentos se comprova por meio de ________

Portanto, passível de compensação dos valores cobrados com os valores


pagos a título de necessidades essenciais do alimentante, conforme recente
posicionamento do STJ:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Da referida decisão, importante destacar o seguinte trecho:

Razões pelas quais, requer o reconhecimento da possibilidade de


compensação dos valores pagos à título de ________ , no total de R$ ________ por mês, no
período de ________ .

DA INVIABILIDADE DOS ALIMENTOS PLEITEADOS

A obrigação alimentar entre cônjuges é excepcional e exige prova da sua


imprescindibilidade, o que não ocorre no presente caso, como passa a demonstrar.

PARTILHA NÃO REALIZADA

Os alimentos compensatórios, fixados à título de antecipação de parte da


renda líquida dos bens comuns, só pode ser concedido quando, após a partilha, houver o
uso exclusivo do bem por apenas um dos cônjuges.

Ocorre que a partilha sequer foi finalizada, inviabilizando qualquer


cálculo que possibilite mensurar os valores hipoteticamente devidos.

Portanto, o pagamento dos alimentos é indevido, conforme precedentes


sobre o tema:

Agravo de instrumento. Ação de divórcio litigioso. Decisão que


indeferiu a tutela antecipada pleiteada pela requerida.
Inconformismo da requerida. Acolhimento parcial. Alimentos entre
ex-cônjuges que é excepcional e transitório e deve ser fixado, desde
que demonstrada a necessidade daquele que os requer. Agravante
que deixou o lar conjugal em outubro de 2019, locou imóvel no
valor de R$750,00 mensais e vem provendo sua própria
subsistência desde então. Necessidade não demonstrada. Pedido de
arbitramento de aluguel pelo uso exclusivo do imóvel.
Impossibilidade. Antes da efetiva realização da partilha não

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


incidem as regras do condomínio, porque não há, até lá,
propriamente condomínio, mas mancomunhão dos bens, a
resultar em sua indivisibilidade. Manutenção no plano de saúde
do agravado. Acolhimento. Agravante que, ao que parece, sempre
foi beneficiária do plano de saúde do ex-cônjuge e encontra-se
acometida de enfermidades, com tratamento em andamento.
Recurso provido em parte. (TJSP; Agravo de Instrumento 2092724-
91.2020.8.26.0000; Relator (a): Piva Rodrigues; Órgão Julgador: 9ª
Câmara de Direito Privado; Foro de Brotas - 1ª Vara; Data do
Julgamento: 29/05/2020; Data de Registro: 29/05/2020, #75844799)

SOBREPARTILHA. EXTINÇÃO DE CONDOMÍNIO. Bem


imóvel e bens móveis que o guarnecem adquiridos durante a
vigência da sociedade conjugal. Tese de sub-rogação no imóvel
litigioso do produto da anterior alienação de imóvel particular do
ex-marido. Não comprovação. Comunicabilidade do imóvel (art.
1.658 e 1.660, I, do CC) e dos bens móveis que o guarnecem (art.
1.662 do CC). Realidade fática que não tem o condão de obrigar a
autora a manter a copropriedade indefinidamente. Divisão
proporcional do valor produto da alienação. Sentença mantida.
ARBITRAMENTO DE ALUGUEL. Uso exclusivo do imóvel que
decorre da mancomunhão resultante de dissolução do vínculo
matrimonial, e não de condomínio propriamente dito. Divorciando
que ocupa o bem por direito próprio. Impossibilidade de
cobrança de qualquer valor pelo uso enquanto pendente a
efetiva partilha do patrimônio comum. Pedido de arbitramento
de contraprestação que somente poderá ser apreciado após o
trânsito em julgado da ação de divórcio e partilha de bens.
Precedentes. Sentença reformada. Recurso parcialmente provido.
(TJSP; Apelação Cível 1010762-55.2017.8.26.0554; Relator (a):
Rômolo Russo; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Santo André - 1ª Vara de Família e Sucessões; Data do

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Julgamento: 16/06/2020; Data de Registro: 16/06/2020, #75844799)

Razões pelas quais não há fundamento jurídico a respaldar a continuidade


dos alimentos, devendo ser imediatamente suspenso.

AUSÊNCIA DE PROVA DA NECESSIDADE

Os alimentos devem ser fixados nos limites da capacidade do alimentante e


necessidade do alimentado, devendo atender ao binômio Necessidade/Possibilidade.

No presente caso, não há qualquer prova ou elementos hábeis à concluir pela


necessidade do alimentado, sendo incabíveis alimentos conforme precedentes sobre o tema:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALIMENTOS.


PREJUDICIAL DE MÉRITO. REJEITADA. EX-CÔNJUGE.
NECESSIDADE NÃO DEMONSTRADA. CAPACIDADE
LABORAL. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. O
artigo 1.694 do Código Civil prevê a possibilidade de prestação
alimentar fundada nas relações de parentesco e na solidariedade
familiar. 2. A obrigação de prestar alimentos, recíproca entre ex-
cônjuges ou ex-companheiros, decorre do Princípio Constitucional
da Solidariedade e do dever de mútua assistência, sendo o valor
fixado com fundamento no binômio necessidade/possibilidade. 3.
Tal obrigação, porém, deve ser vista como medida excepcional,
motivo pelo qual não se admite a presunção da necessidade do
alimentando ou alimentanda, parte processual incumbida de
comprovar situação condizente com o direito pleiteado. 4. O
pagamento de alimentos, regra geral, deve respeitar o binômio
necessidade x possibilidade, sendo devido na proporção das
necessidades de quem os pedem e nos recursos da pessoa que os
prestam. 5. A finalidade dos alimentos compensatórios é indenizar o
ex-cônjuge que sofreu queda no padrão de vida após o processo de

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


separação, divórcio ou dissolução de união estável, com o intuito de
evitar o desequilíbrio financeiro/econômico do mesmo. 6. Faz-se se
necessária a análise da situação de cada caso concreto, costume e
pretensão, dada a imaterialidade e volatilidade dos alimentos
compensatórios. 7. A falta de comprovação de que a apelante
não possui capacidade laboral, tampouco padeça de alguma
enfermidade física ou mental apta a impedir o labor afasta o
dever do apelado em prestar alimentos. 8. Apelação conhecida e
não provida. (TJDFT, Acórdão n.1252591,
07352584920198070016, Relator(a): EUSTÁQUIO DE CASTRO,
8ª Turma Cível, Julgado em: 27/05/2020, Publicado em:
05/06/2020)

Portanto incabíveis os alimentos ao presente caso.

DO ESTADO CIVIL DO ALIMENTANDO

Além da situação financeira averiguada de quem supre e de quem recebe


alimentos, o Código Civil estabeleceu uma presunção de suficiência diante da assunção de
novo casamento:

Art.. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do


credor, cessa o dever de prestar alimentos. (grifo nosso).

Ou seja, diante do novo status civil da alimentanda, eis que atualmente se


encontra na condição de ________ , conforme ________ , é de presumir a sua suficiência,
uma vez que, neste momento entende-se que ela dispõe de ampla capacidade de prover o
seu próprio sustento.

Isso porque com a nova relação, se presume a mútua assistência proveniente


do matrimônio.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Portanto, o credor de alimentos que contrai núpcias perde o direito dos
alimentos fixados, caso contrário, seria aceitar que o alimentante pudesse prover as
necessidades do novo casal, o que não lhe cabe.

Tem-se pela necessidade da análise objetiva do binômio necessidade-


possibilidade, conforme precedentes sobre o tema:

ALIMENTOS - EXONERAÇÃO - PAGAMENTO DE PENSÃO


ALIMENTÍCIA À EX-CÔNJUGE - RÉ QUE VIVE EM UNIÃO
ESTÁVEL - EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR -
EXEGESE DO ARTIGO 1708 DO CÓDIGO CIVIL - CASAL,
ADEMAIS, QUE ESTÁ SEPARADO HÁ MAIS DE 19 ANOS -
APELANTE QUE JÁ TEVE TEMPO MAIS DO QUE
SUFICIENTE PARA SE REESTRUTURAR
FINANCEIRAMENTE - AÇÃO PROCEDENTE - SENTENÇA
MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível
1020043-33.2017.8.26.0005; Relator (a): Erickson Gavazza
Marques; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional V - São Miguel Paulista - 2ª Vara da Família e Sucessões;
Data do Julgamento: 03/07/2020; Data de Registro: 03/07/2020,
#15844799)

EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. EX-ESPOSA.


ADMISSIBILIDADE. AUTOR QUE, NA AÇÃO DE DIVÓRCIO
DAS PARTES, EM 2017, ACORDARA QUE ASSUMIRIA
DESPESAS ORDINÁRIAS DE CONSUMO DO IMÓVEL
COMUM, ONDE ENTÃO RESIDIA, ALÉM DA OBRIGAÇÃO
DE MANTER A RÉ COMO SUA DEPENDENTE EM PLANO
DE SAÚDE. CASO, PORÉM, EM QUE, PASSADOS TRÊS
ANOS DO DIVÓRCIO, O AUTOR JÁ SAIU DA RESIDÊNCIA
COMUM, CONSTITUINDO NOVA UNIÃO ESTÁVEL. RÉ QUE
TRABALHA COMO VENDEDORA E AUFERE SALÁRIO DE

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


R$ 1.400,00. ALIMENTOS ENTRE EX-CÔNJUGES QUE SÃO
EXCEPCIONAIS, A FIM DE QUE NÃO CONSTITUAM
INCENTIVO AO ÓCIO. RÉ QUE TEM PLENA APTIDÃO DE
TRABALHAR PARA PROVER O PRÓPRIO SUSTENTO. AÇÃO
PROCEDENTE. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO
PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1001975-55.2019.8.26.0590;
Relator (a): Vito Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito
Privado; Foro de São Vicente - 1ª Vara da Família e Sucessões;
Data do Julgamento: 19/06/2020; Data de Registro: 19/06/2020,
#85844799)

"APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE


ALIMENTOS EM FACE DE EX-CÔNJUGE. Sentença de
procedência. Insurgência da requerida. Existência de união estável,
posterior ao divórcio com o autor, que autoriza a cessação do dever
de prestar alimentos. Inteligência do artigo 1.708 do Código Civil.
Alimentada, ademais, que passou a receber benefício previdenciário
decorrente do falecimento do ex-companheiro. Alteração
substancial na capacidade econômico-financeira que altera o
binômio alimentar e possibilita a exoneração pretendida.
Inteligência do artigo 1.699 do Código Civil. Alimentos que,
ademais, em caso de cônjuges e companheiros, são excepcionais e
temporários. Sentença ratificada, nos termos do art. 252 do RITJSP.
NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO." (v.32350). (TJSP;
Apelação Cível 1000540-54.2017.8.26.0028; Relator (a): Viviani
Nicolau; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Aparecida - 1ª Vara; Data do Julgamento: 09/03/2020; Data de
Registro: 09/03/2020, #45844799)

Desta forma, ficou perfeitamente demonstrada a Desnecessidade dos


alimentos, culminando com a imediata suspensão da continuidade da pensão fixada.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DOS BENS COMUNS - A PARTILHAR

De todo patrimônio disponível, requer a partilha dos seguintes bens:

Dos bens imóveis

 Apartamento ________ , avaliado em R$ ________ , matrícula sob nº


________ , com inscrição de alienação fiduciária em favor de ________
, uma vez que conta com ________ do valor financiado com referida
instituição bancária, que corresponde a R$ ________ .

 Casa ________ , avaliada em R$ ________ , matrícula sob nº


________ .

Dos bens móveis

 Veículo automotor modelo ________ , ________ , ________ , avaliado


pela tabela Fipe em R$ ________ , integralmente quitado.

 Veículo automotor modelo ________ , ________ , avaliado pela tabela


Fipe em R$ ________ com inscrição de alienação fiduciária em favor de
________ uma vez que conta com ________ do valor financiado com
referida instituição bancária, que corresponde a R$ ________ .

Dos direitos possessórios

 Casa ________ , avaliada em R$ ________ , matrícula sob


nº ________ .

O simples fato de não estar regularizado o loteamento que se encontra o bem


não é óbice à sua partilha, uma vez que ausente má fé dos possuidores que estão tentando a
sua regularização por ________ , conforme ________ em anexo .

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Nesse sentido é o recente posicionamento do STJ:

"Em dissolução de vínculo conjugal, é possível a partilha de


direitos possessórios sobre bem edificado em loteamento
irregular, quando ausente a má-fé dos possuidores." (REsp
1.739.042-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 08/09/2020, DJe 16/09/2020)

Das ações e títulos financeiros

 ________ de quotas na sociedade empresária ________ , avaliadas em


________ cada.

 ________ quotas de ações da empresa ________ .

 ________ bitcoins, avaliados em ________ em R$ ________ , conforme


extrato em anexo.

Do saldo das contas bancárias e demais bens

 R$ ________ no Banco ________ , Ag. ________ , Conta Poupança


________ e em nome de ________ ;

 R$ ________ no Banco ________ , Ag. ________ , Conta Corrente


________ no valor de R$ ________ em nome de ________ .

 R$ ________ em joias, depositadas no Banco ________

DOS BENS INDIVIDUAIS - A NÃO PARTILHAR

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Dos bens imóveis

 Apartamento ________ , avaliado em R$ ________ , matrícula sob nº


________ , com inscrição de alienação fiduciária em favor de ________
, uma vez que conta com ________ do valor financiado com referida
instituição bancária, que corresponde a R$ ________ .

 Casa ________ , avaliada em R$ ________ , matrícula sob nº


________ .

Dos bens móveis

 Veículo automotor modelo ________ , ________ , ________ , avaliado


pela tabela Fipe em R$ ________ , integralmente quitado.

 Veículo automotor modelo ________ , ________ , avaliado pela tabela


Fipe em R$ ________ com inscrição de alienação fiduciária em favor de
________ uma vez que conta com ________ do valor financiado com
referida instituição bancária, que corresponde a R$ ________ .

Dos direitos possessórios

 Casa ________ , avaliada em R$ ________ , matrícula sob


nº ________ .

O simples fato de não estar regularizado o loteamento que se encontra o bem


não é óbice à sua partilha, uma vez que ausente má fé dos possuidores que estão tentando a
sua regularização por ________ , conforme ________ em anexo .

Nesse sentido é o recente posicionamento do STJ:

"Em dissolução de vínculo conjugal, é possível a partilha de

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


direitos possessórios sobre bem edificado em loteamento
irregular, quando ausente a má-fé dos possuidores." (REsp
1.739.042-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 08/09/2020, DJe 16/09/2020)

DAS DÍVIDAS E OBRIGAÇÕES

Das dívidas, requer a partilha das seguintes obrigações:

________ - ________ - ________

________ - ________ - ________

________ - ________ - ________

DA PARTILHA

Considerando o regime de comunhão parcial de bens adotado, comunicam-


se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, nos termos do Art. 1658
do Código Civil.

DO FINANCIAMENTO PAGO POR ESFORÇO COMUM

Não obstante a compra do ________ anteriormente ao casamento, deve ser


considerado que o pagamento do financiamento assumido foi pago no curso da relação,
presumindo-se ser fruto de esforço comum.

Portanto, deve compor a meação as parcelas de todo o período na constância


do casamento.

Nesse sentido são os precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO - Ação de Divórcio - Propositura anterior de Medida

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Cautelar de Separação de Corpos pelo marido contra a mulher - (...)
- Comprovado que o veículo foi adquirido pelo réu em data anterior
ao casamento, é partilhável apenas as parcelas do seu
financiamento, diante da presunção de pagamento pelo esforço
comum - Honorários advocatícios - Condenação do autor ao
pagamento de honorários de sucumbência na medida cautelar -
Descabimento - Princípio da causalidade - Ré que deu causa a ação
- Recurso parcialmente provido. (TJSP; Apelação Cível 1001868-
64.2015.8.26.0650; Relator (a): José Aparício Coelho Prado Neto;
Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro de Valinhos -
3ª Vara; Data do Julgamento: 22/01/2020; Data de Registro:
22/01/2020, #05844799)

DIVÓRCIO - Propositura pela mulher - Regime de comunhão


parcial de bens - Presunção de esforço comum - Partilha de imóvel
comum - (...) Imóvel adquirido pelo réu antes do casamento que não
integrou a partilha - No entanto, são partilháveis as prestações do
financiamento imobiliário quitadas durante o casamento -
Insurgência do varão, porquanto pretende ressarcir a autora somente
com relação aos valores para amortização do empréstimo - Não
acolhimento - Prestações que foram pagas com numerário do casal,
no curso do matrimônio - (...) - Sentença mantida - Aplicação do
disposto no artigo 252 do Regimento Interno desta Corte -
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1002844-
52.2018.8.26.0008; Relator (a): Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª
Câmara de Direito Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 1ª Vara
da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 17/12/2019; Data de
Registro: 17/12/2019, #15844799)

Requer, dessa forma, seja incluída na partilha as parcelas pagas no período


de ________ , que se tratam de pagamentos concomitante à união do casal.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DAS BENFEITORIAS REALIZADAS

Não obstante a aquisição do imóvel ter ocorrido anteriormente ao casamento,


deve ser considerado na partilha as benfeitorias e valor agregado ao imóvel no curso da
união, conforme clara redação do Código Civil:

Art. 1.660. Entram na comunhão:


(...)

IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;

Afinal, após a constituição da união, o casal uniu esforços para ampliar e


melhorar a moradia em que viviam, realizando conjuntamente investimentos nas
benfeitorias do imóvel.

Como prova deste investimento conjunto tem-se ________ .

Portanto, os valores das benfeitorias e a valorização do imóvel neste período


devem compor a meação, conforme precedentes sobre o tema:

Reconhecimento e dissolução de união estável e divórcio. Ausência


de prova segura de que a união se tivesse iniciado em 1.995. Fato,
porém, que não alteraria a partilha deliberada. Terreno adquirido
pelo varão em 1994, ausente prova adequada de pagamento de
prestações já depois da união. Partilha do valor das benfeitorias
que, porém, se preserva. Sentença mantida. Recurso desprovido.
(TJSP; Apelação Cível 1006116-06.2018.8.26.0606; Relator (a):
Claudio Godoy; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Suzano - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 14/01/2020;
Data de Registro: 14/01/2020, #15844799)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C


ALIMENTOS E DIREITO DE VISITAS. VISITAÇÕES

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


ASSISTIDAS. MANUTENÇÃO. MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA. NECESSIDADE, ENTRETANTO, DE SE
REGULAMENTAR AS VISITAS NOS FINAIS DE SEMANA.
PARTILHA. BENS ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DO
CASAMENTO, QUE DEVEM SER PARTILHADOS ENTRE AS
PARTES, ASSIM COMO AS DÍVIDAS CONTRAÍDAS NESSE
PERÍODO. PRESUNÇÃO DE BENEFÍCIO COMUM NÃO
DESCONSTITUÍDA. EX-CÔNJUGE QUE FAZ JUS À
INDENIZAÇÃO PELA REALIZAÇÃO DE BENFEITORIAS
EM IMÓVEL PARTICULAR DO OUTRO CONSORTE.
ALIMENTOS. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO À EMPREGADORA
PARA DESCONTO EM FOLHA. POSSIBILIDADE. RECURSOS
PARCIALMENTE PROVIDOS. (TJSP; Apelação Cível 1000575-
35.2018.8.26.0042; Relator (a): Maria do Carmo Honorio; Órgão
Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de Altinópolis - Vara
Única; Data do Julgamento: 14/08/2014; Data de Registro:
26/01/2020, #15844799)

AÇÃO DE DIVÓRCIO E RECONHECIMENTO DE UNIÃO


ESTÁVEL ANTERIOR AO CASAMENTO C/C PEDIDO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS, PARTILHA DE BENS E
ARBITRAMENTO DE ALUGUEL. I. Existência de união estável
pretérita ao casamento. Pretensão de reconhecimento da entidade
familiar desde julho/1987. Inadmissibilidade. (...). II. Partilha de
bens. Terreno adquirido pelo cônjuge varão anteriormente à
constituição da união estável. Exclusão do bem imóvel da
comunhão, na forma do artigo 1.659, inciso I, do Código Civil.
Evidência, todavia, de realização de construção durante a
vigência da união estável e posterior casamento, diante das
circunstâncias evidenciadas pela prova documental e das
alegações das partes. Reconhecimento da meação, assim, que
deve ser feita sobre as acessões e benfeitorias incorporadas ao

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


imóvel particular, na forma do disposto no artigo 1660, inciso IV,
do Código Civil. III. Alimentos transitórios à virago. Duração
estipulada pelo prazo de um ano. Adequação. Alongamento que não
encontra justificativa em elementos robustos. Medida que atendeu,
com rigor, à regra do artigo 1.695 do Código Civil. SENTENÇA
REFORMADA EM PARTE. APELO PARCIALMENTE
PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1000977-35.2016.8.26.0512;
Relator (a): Donegá Morandini; Órgão Julgador: 3ª Câmara de
Direito Privado; Foro de Rio Grande da Serra - Vara Única; Data do
Julgamento: 24/01/2020; Data de Registro: 24/01/2020, #85844799)

DOS PROVENTOS EM CONTA

O Código Civil previu claramente que os proventos pessoais não se


comunicam na partilha do casal, devendo ser excluído da meação, in verbis:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


(...)

VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas


semelhantes.

Desta forma, o valor constante na conta pessoal do contestante , deve ser


totalmente excluída da partilha, pois proveniente exclusivamente do seu trabalho pessoal.

Trata-se de entendimento reiterado nos tribunais:

Montante levantado pelo marido anos após a separação de fato do


casal. Hipótese de incomunicabilidade, por constituir provento
do trabalho pessoal do cônjuge, a teor do artigo 1.659, inciso VI,
do CC. Jurisprudência desta Câmara. Sentença reformada em parte.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Recurso parcialmente provido. (TJSP; Apelação Cível 1006076-
64.2016.8.26.0292; Relator (a): J.B. Paula Lima; Órgão Julgador:
10ª Câmara de Direito Privado; Foro de Jacareí - 1ª Vara de Família
e Sucessões; Data do Julgamento: 03/12/2019; Data de Registro:
03/12/2019, #95844799)

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. PARTILHA DE


BENS. REVERSÃO DE EMPRÉSTIMO EM BENEFÍCIO DA
FAMÍLIA. INOVAÇÃO RECURSAL. PARTILHA DE CONTA
SALÁRIO. IMPOSSIBILIADE. (...) .2. No regime de comunhão
parcial, os valores constantes de conta salário não podem ser
objeto de partilha, uma vez que proventos do trabalho pessoal
de cada cônjuge, quantias excluídas do patrimônio comum. Art.
1.659, VI, CC.3. (...) Sucumbência redistribuída e honorários
majorados. (TJDFT, Acórdão n.1099023, 20161410016433APC,
Relator(a): ROBERTO FREITAS, 1ª TURMA CÍVEL, Julgado em:
16/05/2018, Publicado em: 28/05/2018, #95844799)

DA CONTA POUPANÇA E INVESTIMENTOS

A conta poupança e investimentos realizados no curso da relação devem


compor a partilha, uma vez que passam a constituir o patrimônio do casal.

União estável. Sentença de procedência. Irresignação da ré em


relação à partilha do saldo existente em conta poupança de sua
titularidade. Partilha que se impõe como consequência lógica do
reconhecimento e dissolução da união estável havida entre as partes.
Proventos recebidos durante a convivência que passam a
integrar o patrimônio comum do casal. Inaplicabilidade da regra
do inciso VI do art. 1.659 do Código Civil. Ausência de prova de
que o saldo da poupança é proveniente de depósitos anteriores à
união estável. Sentença mantida. Recuso desprovido. (TJSP;

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Apelação Cível 1000709-33.2017.8.26.0257; Relator (a): Alexandre
Marcondes; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Ipuã - Vara Única; Data do Julgamento: 22/01/2020; Data de
Registro: 22/01/2020, #15844799)

CIVIL - DIREITO DE FAMÍLIA - DIVÓRCIO - PARTILHA -


REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL - VEÍCULO
AUTOMOTOR - VALOR DE MERCADO NA DATA DA
SEPARAÇÃO DE FATO - TABELA FIPE - SALDO
ACUMULADO EM CONTAS CORRENTE E POUPANÇA -
DIVISÃO - CABIMENTO - VALORES DECORRENTES DE
PROVENTOS DO TRABALHO - IRRELEVÂNCIA -
PRECEDENTES DO STJ(...)3 "O entendimento atual do
Superior Tribunal de Justiça é o de que os proventos do
trabalho recebidos, por um ou outro cônjuge, na vigência do
casamento, compõem o patrimônio comum do casal, a ser
partilhado na separação, tendo em vista a formação de
sociedade de fato, configurada pelo esforço comum dos
cônjuges, independentemente de ser financeira a contribuição
de um dos consortes e do outro não" (REsp n. 1.399.199, Relator
para acórdão Min. Luis Felipe Salomão). É irrelevante, portanto,
para efeitos de partilha, se os valores acumulados encontrados em
contas corrente e poupança decorrem de proventos do trabalho,
devendo ser partilhados independentemente da origem. (TJSC,
Apelação Cível n. 0313317-93.2017.8.24.0020, de Criciúma, rel.
Des. Luiz Cézar Medeiros, Quinta Câmara de Direito Civil, j. 22-
10-2019, #05844799)

Devendo, portanto, o montante constante nas contas de investimentos do


contestado serem partilhados.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS

Eventuais créditos a serem recebidos pelo ex-companheiro em reclamação


trabalhista, proposta antes da separação, deve ser incluídos na partilha.

Isso porque a verba pleiteada junto à Justiça do Trabalho é referente a direito


adquirido durante o casamento, de modo que teria ingressado no patrimônio do casal caso
tivesse sido paga corretamente pelo empregador.

Nesse sentido, confirma a jurisprudência sobre o tema:

DIVÓRCIO LITIGIOSO. PARTILHA DE BENS. Casamento sob o


regime de comunhão parcial de bens. Ré que pretende a partilha de:
dois imóveis; verbas trabalhistas; quotas da empresa JAR; capital
social da empresa Duarcom. (...). Verbas trabalhistas. Existência de
duas ações trabalhistas ajuizadas pelo autor nos anos de 2010 e
2011, presumindo se tratar de trabalho exercido na constância do
casamento, motivo pelo qual deve ser abrangido pela partilha.
Eventual crédito a ser recebido pelo autor, do qual deverão ser
deduzidas despesas com custas, despesas processuais e honorários
advocatícios, bem como eventuais tributos que incidam sobre o
valor. Sentença reformada para determinar a partilha tão somente
das quotas sociais da empesa JAR, pertencentes ao autor, bem como
do imóvel objeto da matrícula 156785, e de eventual crédito
trabalhista, na proporção de 50% para cada parte. Honorários
mantidos. Recurso parcialmente provido. (TJSP; Apelação Cível
1034140-13.2018.8.26.0002; Relator (a): Fernanda Gomes
Camacho; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional II - Santo Amaro - 8ª Vara da Família e Sucessões; Data
do Julgamento: 15/12/2011; Data de Registro: 30/01/2020,
#65844799)

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DIVÓRCIO E PARTILHA - Insurgência da requerida contra a
divisão de bens regulamentada na sentença - Correta a partilha do
automóvel adquirido durante o casamento, bem como das
respectivas dívidas de financiamento - Correta, também, a partilha
da empresa individual constituída na constância do matrimônio, não
havendo provas da utilização de recursos exclusivos da requerida -
Por outro lado, incorreto o afastamento da partilha dos créditos
provenientes de reclamação trabalhista proposta antes da separação
e referentes a direitos adquiridos durante o casamento - Sentença
reformada em parte - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJSP; Apelação Cível 1009147-02.2016.8.26.0510; Relator (a):
Elcio Trujillo; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Rio Claro - 2ª Vara da Família e Sucessões; Data do Julgamento:
10/12/2019; Data de Registro: 10/12/2019, #95844799)

Razões pelas quais, os créditos trabalhistas devem compor igualmente a


parcela a ser partilhada.

DA DESNECESSIDADE DE PROVA DA PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA DE


CADA CÔNJUGE

No regime de comunhão parcial de bens, presume-se esforço comum na


aquisição dos bens na constância do casamento.

CIVIL - DIREITO DE FAMÍLIA - UNIÃO ESTÁVEL -


REQUISITOS CONFIGURADORES - CC, ART. 1.723 -
PARTILHA DE BENS - PATRIMÔNIO ADQUIRIDO
ONEROSAMENTE DURANTE A RELAÇÃO - PRESUNÇÃO
DE ESFORÇO COMUM - PARTILHA DEVIDA 1 A configuração
da união estável, consoante o art. 1.723, do Código Civil, reclama a
existência de relação pública, continua e duradoura e,
principalmente, estabelecida com o objetivo de constituição de

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


família. 2 No regime da comunhão parcial de bens, regra também
aplicável nas relações de união estável, há presunção de esforço
comum em relação aos bens adquiridos de forma dispendiosa na
constância da união, mostrando-se prescindível a comprovação de
contribuição mútua para a partilha de bens. 3 "Na união estável,
vigente o regime da comunhão parcial, há presunção absoluta de
que os bens adquiridos onerosamente na constância da união são
resultado do esforço comum dos conviventes. 3. Desnecessidade de
comprovação da participação financeira de ambos os conviventes na
aquisição de bens, considerando que o suporte emocional e o apoio
afetivo também configuram elemento imprescindível para a
construção do patrimônio comum [...]" (REsp n. 129.599.1, Min.
Paulo de Tarso Sanseverino). COMUNHÃO PARCIAL DE BENS -
ALEGAÇÃO DE SUB-ROGAÇÃO DE BEM PARTICULAR -
NÃO COMPROVAÇÃO "A sub-rogação afasta a presunção de
contribuição e inviabiliza a partilha. A prova de sua ocorrência,
todavia, é ônus do interessado, pois do contrário prevalece a
presunção de comunicação dos bens adquiridos onerosamente na
constância do casamento [...]" (AC n. 2015.003819-1, Des. Henry
Petry Junior).(...) (TJSC, Apelação Cível n. 0300337-
15.2015.8.24.0011, de Brusque, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros,
Quinta Câmara de Direito Civil, j. 20-08-2019)

DOS BENS INDIVIDUAIS - A NÃO PARTILHAR

DOS VALORES EM CONTA BANCÁRIA

Nos termos da redação prevista no Código Civil

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


(...)
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Portanto, os valores constantes nas contas bancárias de propriedade do
cônjuge não entram na partilha, conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DIVÓRCIO.


TEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO. DEFENSORIA PÚBLICA.
PARTILHA DE BENS. SALDO EM CONTA POUPANÇA.
CRÉDITO TRABALHISTA. REGIME DE COMUNHÃO
PARCIAL DE BENS. INVIABILIDADE DE MEAÇÃO. (...). 2.
No regime de comunhão parcial de bens persiste a noção de que os
bens que são adquiridos onerosamente na vigência do casamento
devem formar o patrimônio comum do casal. No entanto, o art.
1.659, que trata do referido regime, elenca hipóteses de exclusão
de alguns bens da comunhão, como, por exemplo, os proventos
do trabalho pessoal de cada cônjuge. 3. Embora a apelante (ex-
esposa) sustente ter contribuído com as economias depositadas na
conta poupança em debate, fato é que, como bem destaca a
sentença, as contas bancárias são de titularidade exclusiva do
apelado, havendo presunção juris tantum de que os saldos resultam
dos proventos de seu trabalho pessoal e que o ônus de comprovar o
contrário é da apelante, o que não ocorreu. 4. (...). Sentença
reformada a fim de que sejam partilhados os bens móveis que
compunham o lar comum, da forma proposta pela apelante na
reconvenção. (TJDFT, Acórdão n.1181128,
07138848420178070003, Relator(a): ROBSON BARBOSA DE
AZEVEDO, 5ª Turma Cível, Julgado em: 26/06/2019, Publicado
em: 08/07/2019)

DOS BENS ADQUIRIDOS COM NUMERÁRIO

Dispõe expressamente o Código Civil que:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


(...)

II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a


um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;

Portanto, os bens adquiridos, mesmo que na constância do casamento, mas


com valores pertencentes exclusivamente a um dos cônjuges advindo de bens ou direitos
particulares anteriores ao casamento, não se comunicam na partilha.

Mesmo que os bens adquiridos na constância da relação se presumem de


esforço comum, tal presunção não é absoluta, uma vez que a lei busca resguardar o direito
do companheiro que contribuiu na constância da relação na construção do patrimônio
comum. Trata-se da mens legis no presente caso.

Assim, considerando que o patrimônio referido foi fruto exclusivamente do


esforço do contestante , tem-se pela necessária exclusão da meação, em perfeito
enquadramento ao Art. 1.661 do Código Civil:

Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por


título uma causa anterior ao casamento.

Portanto, a presunção existente deve ser quebrada, conforme provas em


anexo, não havendo que se falar em partilha do ________ , conforme precedentes sobre o
tema:

Nesse sentido:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E


DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL AJUIZADA PELA EX-
COMPANHEIRA. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA.
RECURSO DO REQUERIDO. PLEITO DE REFORMA DA
SENTENÇA PARA INCLUIR NA PARTILHA IMÓVEIS
ADQUIRIDOS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


INSUBSISTÊNCIA. REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE
BENS (ART. 1.725 DO CÓDIGO CIVIL). CONJUNTO
PROBATÓRIO QUE DEMONSTRA AQUISIÇÃO COM
RECURSO EXCLUSIVO DA REQUERIDA. NUMERÁRIO
RECEBIDO DO SEGURO DE VIDA DO SEU GENITOR,
CUJA ESTIPULAÇÃO É ANTERIOR À UNIÃO ESTÁVEL.
AQUISIÇÃO QUE TEM POR TÍTULO UMA CAUSA
ANTERIOR. EXEGESE DO ARTIGO 1.661 DO CÓDIGO CIVIL.
BENS ADQUIRIDOS COM VALORES PARTICULARES OU
SUB-ROGADOS EM SEU LUGAR. INCOMUNICABILIDADE
NOS TERMOS DO ARTIGO 1.659, INCISO II, DO CÓDIGO
CIVIL. POSTERIOR SUB-ROGAÇÃO DO VALOR DA VENDA
PARA AQUISIÇÃO DE IMÓVEL EM NOME DA GENITORA
DA REQUERENTE. (...). RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0300680-
28.2016.8.24.0091, da Capital, rel. Des. Denise Volpato, Sexta
Câmara de Direito Civil, j. 14-05-2019)

DIREITO DAS FAMÍLIAS. RECONHECIMENTO E


DISSOLUÇÃO E PARTILHA DE UNIÃO ESTÁVEL. (...).
Alegação de que a união estável terminou em abril de 2005,
devendo os bens que foram adquiridos neste período entrar na
partilha do patrimônio, bem como a empresa adquirida em
30/08/1993 deveria entrar na partilha de bens, ante o esforço
comum da apelante para constituição do patrimônio. Descabimento.
Ausência de provas. A empresa Sociedade *** foi adquirida em
agosto de 1993, ou seja, três meses após o início da união
estável, não tendo assim, a apelante tempo hábil para ter
contribuído para compra da empresa. Quanto ao tempo final da
união, também não merece acolhimento o argumento da apelante,
tendo em vista que a mesma assinou uma declaração em sentido
contrário. Desprovimento dos recursos. (TJRJ, APELAÇÃO

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


0001762-89.2009.8.19.0209, Relator(a): NAGIB SLAIBI FILHO,
SEXTA CÂMARA CÍVEL, Julgado em: 07/03/2018, Publicado
em: 13/03/2018)

DOS BENS ADQUIRIDOS ANTERIORMENTE À UNIÃO

Nos termos do disposto no Código Civil, somente os bens adquiridos na


constância do casamento devem ser partilhados, e conforme clara redação do Código Civil
devem ser excluídos:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:

I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe


sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão,
e os sub-rogados em seu lugar;

Portanto, considerando que o ________ foi adquirido em ________ ,


anteriormente à data da união do casal, em ________ , não deve compor a meação.

Nesse sentido, confirma a jurisprudência sobre o tema:

Divórcio. Sentença de parcial procedência. Insurgência da autora


quanto aos alimentos devidos pelo réu aos filhos menores e à
partilha. Alimentos. Binômio possibilidade-necessidade respeitado.
Ausência de sinais de riqueza a justificar a majoração dos
alimentos. Imóvel adquirido muito antes do casamento das
partes. Autora que não formulou na inicial pedido para o
reconhecimento da união estável que afirma ter havido antes do
matrimônio. Notícia de que o réu vendeu um terreno particular
para comprar o imóvel que se pretende partilhar. Bem que, em tese,
é excluído da comunhão. Inteligência do artigo 1.659, I, do CC.
Sentença mantida. Recuso desprovido. (TJSP; Apelação Cível

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


1000474-77.2017.8.26.0318; Relator (a): Alexandre Marcondes;
Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de Leme - 1ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 22/01/2020; Data de Registro:
22/01/2020, #05844799)

Divórcio. Sentença de parcial procedência. (...). Imóvel adquirido


muito antes do casamento das partes. Autora que não formulou
na inicial pedido para o reconhecimento da união estável que afirma
ter havido antes do matrimônio. Notícia de que o réu vendeu um
terreno particular para comprar o imóvel que se pretende partilhar.
Bem que, em tese, é excluído da comunhão. Inteligência do artigo
1.659, I, do CC. Sentença mantida. Recuso desprovido. (TJSP;
Apelação Cível 1000474-77.2017.8.26.0318; Relator (a): Alexandre
Marcondes; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Leme - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 22/01/2020; Data de
Registro: 22/01/2020, #75844799)

APELAÇÃO CÍVEL. Ação de divórcio litigioso com partilha de


bens e alimentos. Dissolução. Sentença de parcial procedência.
Inconformismo. Não acolhimento. Pretensão autoral de partilha dos
Bens (automóvel e moto) na proporção de 50% (cinquenta por
cento) para cada um dos cônjuges. Bens adquiridos antes do
casamento pelo Réu. Autora que não comprovou o esforço
comum na aquisição. Ônus da prova que incumbia à Requerente e
do qual não se desincumbiu (art. 373, inciso I do Código de
Processo Civil). Sentença mantida. Decisão bem fundamentada.
Ratificação, nos termos do artigo 252, do Regimento Interno.
RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1000261-
65.2017.8.26.0126; Relator (a): Penna Machado; Órgão Julgador:
10ª Câmara de Direito Privado; Foro de Caraguatatuba - 1ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 28/01/2020; Data de Registro:
30/01/2020, #35844799)

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Razões pelas quais, o ________ não deve compor a meação.

DOS BENS ADQUIRIDOS APÓS A SEPARAÇÃO DE FATO

Não obstante a formalização tardia do divórcio, a separação do casal já é


fática desde ________ , data em que o cônjuge alugou outro imóvel e saiu da residência
comum.

Dessa forma, em que pese a separação de fato não romper o vínculo conjugal
(art. 1.571 do CC), reconhece-se que ela põe fim ao regime matrimonial de bens,
impedindo que os bens posteriormente adquiridos se comuniquem.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCOMUNICABILIDADE DE


BENS. Sentença de procedência. Inconformismo da ré. Alegação de
que as benfeitorias em um dos imóveis foram realizadas durante a
constância do casamento e que não há que se falar em extinção do
regime de bens antes da data do divórcio. Partes que se
encontravam separadas de fato há cerca de 10 anos, antes da
propositura da ação de divórcio. Ausência de provas de que as
benfeitorias realizadas no imóvel localizado no município de São
Paulo ocorreram durante o casamento. Imóvel que foi adquirido
antes do casamento. Impossibilidade de partilhar as benfeitorias. Os
outros bens foram adquiridos após a separação de fato do casal, fato
afirmado, inclusive, pela própria ré. Separação de fato que põe fim
ao regime matrimonial de bens, impedindo que os bens
posteriormente adquiridos se comuniquem. Bens que devem ser
excluídos da partilha. Precedentes do E. STJ e dessa E. Corte.
Sentença mantida. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação
Cível 1063381-66.2017.8.26.0002; Relator (a): Ana Maria Baldy;
Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional II -
Santo Amaro - 4ª Vara da Família e Sucessões; Data do
Julgamento: 22/01/2020; Data de Registro: 22/01/2020, #75844799)

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIVÓRCIO E PARTILHA.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. SEPARAÇÃO DE FATO.
Promovida a separação fática entre os cônjuges, rompem-se os
vínculos patrimoniais, de tal sorte que, a partir de então, cessa a
meação sobre o passivo e o ativo amealhados. Precedentes desta E.
Corte e do E. STJ. DATA DA SEPARAÇÃO. Em que pese a
concessão de medida cautelar de separação de corpos em abril de
2011, as provas dos autos demonstram que as partes se separaram
em 02.10.2009, devendo esta última data prevalecer para fins de
partilha dos bens e das dívidas do casal. Decisão reformada.
RECURSO PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2177811-
49.2019.8.26.0000; Relator (a): Rosangela Telles; Órgão Julgador:
2ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional II - Santo Amaro - 5ª
Vara da Família e Sucessões; Data do Julgamento: 10/12/2019;
Data de Registro: 10/12/2019).

Razões pelas quais, os bens adquiridos após a separação de fato, mesmo que
antes do divórcio não podem compor a meação.

Dessa forma, a partilha deve ser ser feita nos seguintes termos:

Considerando o regime de comunhão total de bens adotado, comunicam-se


todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas nos termos do Art.
1.667 do Código Civil, devendo a partilha ser feita nos seguintes termos:

Considerando o regime de comunhão total de bens adotado, cada cônjuge


possui patrimônio próprio, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito
à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento, nos
termos do Art. 1.672 do Código Civil, devendo a partilha ser feita nos seguintes termos:

De todo patrimônio disponível, requer seja deferida a partilha da seguinte


forma:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


1. ________ , no valor de R$ ________ que será será destinado ao
________ .

2. ________ , no valor de R$ ________ que será será destinado ao


________ .

3. ________ , no valor de R$ ________ que será será destinado ao


________ .

As dívidas acima relacionadas, serão cobertas pelos seguintes bens e valores:

________ - ________ - ________ que será paga por meio de


________

________ - ________ - ________ - que será paga por meio de


________ ...

Portanto, totalmente improcedente os pedidos ventilados na inicial, razão


pela qual conduz à sua imediata extinção.

DA RECONVENÇÃO

Conforme disposição expressa do Art. 343 do CPC, pode o Réu em sede de


contestação arguir a Reconvenção, o que faz pelos fatos e direito a seguir.

DA GUARDA

Inicialmente cumpre destacar que o direito busca, precipuamente, resguardar


os direitos e interesses do menor, devendo ser conduzida a presente ação ao fim de atendê-
los.

A legislação brasileira, em atenção às necessidades dos menores, previu no


Código Civil, em seu artigo 1.583 as condições mínimas que genitor deve prover para que a

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


guarda lhe seja atribuída, in verbis:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos


genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda
compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos
e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto,
concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

Dessa forma, deve-se definir a guarda com primordial atenção aos interesses
do menor, a ser conduzida conforme os termos e condições a seguir.

DA GUARDA UNILATERAL

Não obstante a orientação pela guarda compartilhada instituída pela Lei


13.058/14, cabe ao Magistrado a sensibilidade de conceber que não se trata de uma regra
absoluta, afinal, se os pais não possuem uma relação saudável, não terão condições de
conduzir uma guarda compartilhada.

No presente caso, não presentes os requisitos necessários à boa convivência


familiar a justificar a guarda compartilhada, a guarda unilateral é medida necessária.

Nesse sentido, busca a intervenção deste judiciário, a fim de que as crianças


detenham uma vida digna com aquele que possa lhe prover as melhores condições.

No presente caso, a guarda em favor da mãe é a que melhor atende os


interesses do menor, entendimento diferente só pode ocorrer em casos extremos, conforme
leciona a doutrina sobre o tema:

"No entender de Sílvio de Salvo Venosa, a mãe, costumeiramente,


é mais apta, e teria melhores condições de exercer a guarda dos
filhos de tenra idade, devendo, somente em casos muito extremos,

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


ser dela retirada (...)." (MADALENO, Rolf. MADALENO, Ana
Carolina Carpes. Síndorme da alienação parental. Importância da
detecção. 5ª ed. Forense: 2017. Kindle edition. p. 626)

Nesse sentido, confirmam os precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO GUARDA. MELHOR


INTERESSE DA CRIANÇA. Sobreposição à inovação trazida pela
Lei 13.058/2014, que instituiu o regime da guarda compartilhada. A
preferência estabelecida pelo tipo legal não se confunde com a
aplicação do princípio do melhor interesse da criança. Portanto, até
que o estado latente de beligerância entre os genitores não seja
efetivamente superado, não se vislumbra cogitar a adoção da guarda
compartilhada, pois sua incidência pressupõe respeito ao disposto
no art. 227 da Constituição Federal, sendo certo que o apelante
pretende exclusivamente a inversão da guarda unilateral a seu favor.
Elementos fático-probatórios que indicam que a genitora goza de
melhores condições para o exercício da guarda unilateral, não
havendo comprovação de maus tratos à infante ou situação de
abandono. Cuidados dispensados pela avó materna, em
complementaridade com a genitora, são salutares ao
desenvolvimento da criança. Eventual descumprimento de regime
de guarda pactuado após a propositura desta demanda que deve ser
objeto de cumprimento de sentença. RECURSO NÃO PROVIDO.
(TJSP; Apelação Cível 1001802-91.2017.8.26.0140; Relator (a):
Rosangela Telles; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Chavantes - Vara Única; Data do Julgamento: 28/05/2012;
Data de Registro: 03/02/2020, #45844799)

No presente caso, a guarda em favor da mãe é a que melhor atende os


interesses do menor, especialmente por se tratar de um recém nascido que exige o
contato com a mãe que lhe confere cuidados maternos, como a amamentação, que são

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


insubstituíveis.

Nesse sentido entende a jurisprudência sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de Regulamentação de


Guarda e Visitas - Deferimento de tutela de urgência antecedente -
Fixação da guarda provisória compatilhada na residência materna -
Manutenção - Necessidade - Criança recém-nascida, com menos
de um ano de idade - Presunção da imprescindibilidade dos
cuidados maternos e amamentação, ainda que parcial -
Inexistência de fato grave desabonador a comprometer a saúde ou a
integridade da criança no convívio com a família materna - Decisão
mantida - RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2154443-74.2020.8.26.0000; Relator (a): Penna
Machado; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Campinas - 4ª. Vara de Família e Sucessões; Data do Julgamento:
06/11/2020; Data de Registro: 06/11/2020)

Entendimento diferente só pode ocorrer em casos extremos, conforme


leciona a doutrina sobre o tema:

"No entender de Sílvio de Salvo Venosa, a mãe, costumeiramente,


é mais apta, e teria melhores condições de exercer a guarda dos
filhos de tenra idade, devendo, somente em casos muito extremos,
ser dela retirada (...)." (MADALENO, Rolf. MADALENO, Ana
Carolina Carpes. Síndorme da alienação parental. Importância da
detecção. 5ª ed. Forense: 2017. Kindle edition. p. 626)

No presente caso, a negligência por parte da mãe na condução da educação


dos filhos fica perfeitamente demonstrada diante de ________ , devendo ser deferida a
alteração da guarda em favor do genitor, conforme precedentes sobre o tema:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Recurso de Apelação - Ação de modificação de guarda -
Insurgência da genitora/apelante contra sentença que julgou
procedente o pedido de modificação de guarda - Apuração pelo
Conselho Tutelar de negligência da mãe - Estudo psicossocial
apurou ausência de higiene e organização na residência materna -
Constatação de que o genitor revela interesse e ostenta melhores
condições estruturais para os cuidados essenciais da criança -
Sentença mantida - Recurso desprovido.(TJSP; Apelação Cível
1003526-79.2018.8.26.0081; Relator (a): José Eduardo Marcondes
Machado; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Adamantina - 1ª Vara; Data do Julgamento: 26/02/2020; Data de
Registro: 26/02/2020, #25844799)

No presente caso, a situação retratada pelos fatos, denotam que os pais não
ostentam melhor condição para cuidar e se responsabilizar pelos filhos, recaindo sobre o
Autor a melhor oportunidade de desenvolvimento dos menores.

Nesse sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE GUARDA.


CONCESSÃO PROVISÓRIA EM FAVOR DA AVÓ PATERNA.
MANUTENÇÃO. 1. Ainda que as crianças estivessem, quando do
ajuizamento da ação, sob a guarda da genitora, domiciliada em
Porto Alegre, tendo em vista que já se encontram sob os cuidados
da avó paterna, que reside em Bagé, afigura-se inadequada a
pretendida remessa dos autos à Comarca de Porto Alegre. 2. A
concessão da guarda das infantes em favor da agravada não ocorreu
de forma prematura, mas após a realização de estudo social, para o
qual não contribuiu a recorrente, deixando de comparecer ao
agendamento e de atender aos telefonemas, concluindo a expert pela
fragilidade do contexto a que estavam inseridas as meninas na
companhia materna. 3. Inexistindo no instrumento qualquer

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


adminículo de prova a evidenciar situação de risco a que possam
estar submetidas as infantes ao permanecer sob os cuidados da avó
paterna, deve esse arranjo ser mantido, por ora. AGRAVO DE
INSTRUMENTO DESPROVIDO. (TJRS, Agravo de Instrumento
70079661617, Relator(a): Ricardo Moreira Lins Pastl, Oitava
Câmara Cível, Julgado em: 21/03/2019, Publicado em: 25/03/2019)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE


GUARDA AJUIZADA PELOS TIOS PATERNOS.
REVOGAÇÃO DA DECISÃO QUE HAVIA CONCEDIDO A
GUARDA PROVISÓRIA DA INFANTE A ESTES,
DEFERINDO-A PARA A AVÓ MATERNA. RECURSO DOS
AUTORES GUARDA. CRIANÇA QUE RESIDIA COM A
GENITORA E QUE, COM O FALECIMENTO DESTA,
PERMANECEU COM A AVÓ MATERNA/AGRAVADA.
AUTORIZAÇÃO PARA QUE A MENINA PASSASSE UM
PERÍODO COM OS TIOS PATERNOS, OS QUAIS, NO
ENTANTO, NÃO A DEVOLVERAM. COMPORTAMENTO
INJUSTIFICADO. DECLARAÇÃO DO GENITOR,
DEPENDENTE QUÍMICO, NO SENTIDO DE NÃO POSSUIR
CONDIÇÕES DE CRIAR A FILHA. AVÓ QUE CUIDA DE
MAIS DUAS IRMÃS DA CRIANÇA POR PARTE DE MÃE.
MANUTENÇÃO DAS MENORES NO MESMO NÚCLEO
FAMILIAR. AUSÊNCIA DE PROVAS DA INAPTIDÃO DA
AGRAVADA PARA O EXERCÍCIO DA GUARDA.
PERMANÊNCIA DA NETA COM A AVÓ MATERNA QUE,
POR ORA, MELHOR SE COADUNA COM OS INTERESSES
DA INFANTE. COMPETÊNCIA. DECLINAÇÃO PARA O
DOMICÍLIO DA ATUAL GUARDIÃ DA CRIANÇA.
APLICAÇÃO DOART. 147,I, DOECA.PRINCÍPIO DO JUIZ
IMEDIATO. COMPETÊNCIA ABSOLUTA. DECISÃO
MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC,

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Agravo de Instrumento n. 4034130-75.2018.8.24.0000, de Tubarão,
rel. Des. Cláudia Lambert de Faria, Quinta Câmara de Direito Civil,
j. 30-04-2019, #75844799)

Diante todo o exposto, diante dos fatos narrados e das provas aqui
apresentadas, resta demonstrada a inviabilidade da guarda compartilhada.

DA ALIENAÇÃO PARENTAL

No presente caso, é de suma importância que seja reconhecida a ocorrência


de alienação parental, situação abusiva que afasta cada vez mais a relação com as crianças,
devendo ser coibida.

De clara redação, prevê o art. 2º da Lei nº 12.318/2010, que dispõe sobre a


alienação parental:

Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na


formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou
induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a
criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento
ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação
parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados
por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no
exercício da paternidade ou maternidade;
II - dificultar o exercício da autoridade parental;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência
familiar;
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares,
médicas e alterações de endereço;
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares
deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles
com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa,
visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o
outro genitor, com familiares deste ou com avós.

Neste caso, fica perfeitamente demonstrada a ocorrência do inciso ________


mediante a reiterada atitudes da genitora em ________ .

Tais atitudes possuem consequências gravíssimas, em notória caracterização


da alienação parental.

Nos termos do art. 3º da Lei nº 12.318/2010, "A prática da alienação


parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar
saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres à
autoridade parental decorrentes de tutela ou guarda".

Assim, considerando a busca pelo melhor interesse da criança e o dever dos


pais de garantir o bem-estar da menor, inequívoco que o ideal, neste momento, é o
deferimento do presente pedido para fins de ________

Conforme denota-se nos documentos em anexo, o risco de perder totalmente


o contato com o filho fica evidenciado por meio de:

________ ;

________ .

Por todo exposto, fica demonstrada a grave situação de risco do menor,

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


devendo ser imediatamente combatida.

DA REGULAMENTAÇÃO DE CONVIVÊNCIA

Inicialmente cumpre destacar que o direito busca, precipuamente, resguardar


os direitos e interesses da criança, devendo ser conduzida a presente ação ao fim de atendê-
los.

No presente caso, a forma em que as visitas estão ocorrendo vem


prejudicando a formação e desenvolvimento das crianças, pois ________ .

Tratam-se de motivos que devem ser considerados, especialmente pelas


________ em anexo.

Motivos fortes suficientes a motivar a imediata suspensão das visitas, ou, em


último caso que sejam visitas monitoradas, conforme precedentes sobre o tema:

AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE GUARDA. SUSPEITA DE ABUSO


SEXUAL. SUSPENSÃO DAS VISITAS PATERNAS.
CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. 1. A prova se
destina a formar a convicção do julgador ex vi do art. 370 do
NCPC, devendo o julgador determinar a produção das provas que
entender necessário para o deslinde do feito, cabendo-lhe indeferir
aquelas desnecessárias ou protelatórias. 2. (...) 3. Diante dos
fortíssimos indicativos de abuso sexual praticado pelo genitor, bem
como pelo sofrimento psíquico do agora adolescente, justifica-se a
suspensão das visitas, questão que poderá ser reexaminada em
ação própria, caso a ação penal seja julgada improcedente e se o
genitor comprovar que se submeteu a tratamento psiquiátrico e
logrou superar os seus possíveis conflitos pessoais. Recurso
desprovido. (TJRS, Apelação 70079968467, Relator(a): Sérgio
Fernando de Vasconcellos Chaves, Sétima Câmara Cível, Julgado

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


em: 27/03/2019, Publicado em: 29/03/2019)

AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE VISITAS C/C ALIMENTOS.


SUSPENSÃO DAS VISITAS. CABIMENTO, CASO
CONCRETO. Mantida a suspensão das visitas, pois há inclusive
ação criminal transcorrendo no JECRIM visando a apurar supostos
maus-tratos perpetrados pela madrasta, esposa do ora recorrente, em
face do recorrido e filho unilateral deste, considerando o melhor
interesse da criança, até maior dilação probatória e esclarecimento
dos fatos. RECURSO DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70078936903, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado em 18/10/2018).

O ambiente hostil e rodeado por más influências contribui para uma situação
de risco ao desenvolvimento do menor, sendo devida a suspensão das visitas, ou, em último
caso que sejam visitas monitoradas, conforme precedentes sobre o tema:

VISITAS DA GENITORA. INDEFERIMENTO. SITUAÇÃO DE


RISCO. Demonstrada a situação de risco aos infantes pela
genitora, fica mantido, por ora, o indeferimento das visitas,
para preservar o interesse das crianças. Recurso desprovido.
(Agravo de Instrumento Nº 70080357882, Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Julgado em 27/02/2019).

SUSPENSÃO DAS VISITAS DA GENITORA. SITUAÇÃO DE


RISCO. 1. Tendo a decisão recorrida se limitado a examinar a
questão do indeferimento das visitas da genitora à menor, não
examinando a questão da suspensão do poder familiar, não merece
ser conhecido o recurso nessa parte, valendo gizar que a decisão que
determinou a suspensão do poder familiar não foi impugnada pela
via recursal adequada, no momento oportuno. 2. Demonstrada a

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


situação de risco a que foi exposta a menor, é de ser mantida a
decisão que suspendeu as visitas da genitora, ao menos por
enquanto, como forma de preservação da menor. Recurso
conhecido em parte e desprovido. (Agravo de Instrumento Nº
70080688716, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em
24/04/2019).

No presente caso, as condições psicológicas do genitor são prejudiciais à


formação da criança, não sendo favorável ao seu desenvolvimento a continuidade das
visitas nos moldes entabulados, conforme precedentes sobre o tema:

AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE VISITAS PATERNAS.


IMPROCEDÊNCIA. MANUTENÇÃO. INADEQUAÇÃO DO
ESTABELECIMENTO DA CONVIVÊNCIA FORÇADA. 1. Caso
em que as avaliações psicológicas e psiquiátricas, bem como o
depoimento prestado em juízo pela filha menor, revelam que, em
razão do quadro de saúde do recorrente, do seu potencial agressivo,
do distanciamento havido e da resistência por ela apresentada, não
se afigura razoável, nem tampouco saudável, neste momento,
estabelecer uma convivência paterno-filial forçada. 2.
Manutenção da sentença que julgou improcedente o pedido de
regulamentação das visitas paternas em finais de semana alternados.
APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70077945723,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo
Moreira Lins Pastl, Julgado em 18/10/2018).

Dessa forma, deve ser reduzida a periodicidade das visitas e que sejam
monitoradas de forma a resguardar a segurança do menor.

No presente caso, o plano de convivência vigente não esta adequado à rotina


escolar do menor, uma vez que indicar impedimentos.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


A alteração das visitas busca resguardar uma rotina saudável da criança
viabilizando participar das atividades escolares que ocorrem exatamente nos dias das
visitas, tais como indicar atividades, conforme provas em anexo.

Em busca de atender ao melhor interesse do menor, o plano de convivência


deve ser alterado da seguinte forma:

1. Convivência:
1.1 ________ semanal, mediante ________ ;
1.2 Endereço do pai: ________
1.3 Endereço da mãe: ________
1.4 Fins de semana: ________
1.5 Feriados: ________
1.6 Datas festivas: ________

Trata-se de FATO SUPERVENIENTE, originado pela Pandemia,


reconhecida inclusive pela OMS. Com isso, todas as orientações governamentais são
destinadas para o isolamento social, a fim de evitar a proliferação do COVID-19.

Com isso, considerando que ________ atua na área da saúde conforme


________ , tem-se pelo impedimento de ficar em isolamento, pelo contrário, é obrigada,
por ética profissional, seguir auxiliando no pelotão de frente no combate aos efeitos da
doença.

Portanto, evidente que enquanto enfrentarmos os efeitos desta pandemia,


tem-se um ambiente desfavorável às crianças junto ________ , especialmente porque:

 As crianças devem permanecer em isolamento em casa, sem


a presença ________ que segue trabalhando, acompanhadas
somente ________ ;

 Diariamente a ________ retorna do trabalho com alto risco

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


de contágio, ou, no mínimo, trazendo consigo o vírus,
expondo as crianças ao contágio;

 O filho ________ sofre de ________ , que pode ser muito


agravada em caso de contato com o vírus.

Por outro lado, o requerente está cumprindo quarentena em casa, por meio
de trabalho remoto, o que viabiliza um contato direto com as crianças, agregando mais ao
desenvolvimento delas e, certamente, mais seguro.

Portanto, tem-se configurado fato grave e excepcional a motivar a


modulação da regulamentação de visita para restringir o acesso ________ .

Com isso, considerando que ________ esteve recentemente em viagem para


________ , país com alto número de contágio, conforme ________ em anexo, tem-se por
exigível que cumpra a quarentena antes de dar seguimento ao calendário de visitação.

Cabe destacar que ________ sofre de asma e doenças respiratórias que a


colocam no grupo de risco, conforme provas em anexo.

Portanto, tem-se pela impossibilidade de cumprir o regime de visitação


estabelecido. Sendo necessário, portanto, que seja regulado de forma diversa.

Portanto, para melhor atender os interesses do menor é que devem ser


analisadas as presentes considerações e ao final deferir o pedido.

A convivência familiar é direito garantido por lei que resguarda os interesses


do menor.

Mais do que um direito dos pais em, a convivência com os pais busca
resguardar o melhor desenvolvimento da criança, conforme dispõe o "caput" do art.
1.589 do Código Civil:

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos,
poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar
com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar
sua manutenção e educação.

A doutrinadora Maria Berenice Dias ao disciplinar sobre a matéria destaca:

"O rompimento do casamento ou da união estável dos genitores


não pode comprometer a continuidade dos vínculos parentais,
pois o exercício do poder familiar em nada é afetado. O estado de
Família é indisponível." (in Manual de Direito das Famílias. 12ª ed.
Revista dos Tribunais: 2017. pg. 545)

E assevera ainda:

"O direito de convivência não é assegurado somente ao pai ou à


mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que reforça
os vínculos paterno e materno-filial. (...) O interesse a ser
resguardado, prioritariamente, é do filho, e objetiva atenuar a
perda da convivência diuturna na relação parental" (op. cit.
p.557)

Trata-se de princípio que deve ser mantido no presente caso, devendo ser
incluído inclusive um pernoite ao Autor, conforme pacífica jurisprudência:

AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE VISITAS. PREVALÊNCIA DO


INTERESSE DA MENOR. MANTIDAS AS VISITAS
PATERNAS. Como decorrência do poder familiar, tem o pai
não guardião o direito de avistar-se com o filho,
acompanhando-lhe a educação e mantendo com ele um vínculo
afetivo saudável. A regulamentação de visitas materializa o
direito do filho de conviver com o genitor não guardião,

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


assegurando o desenvolvimento de um vínculo afetivo saudável
entre eles, mas sem afetar as suas rotinas de vida. RECURSO
DESPROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70080274657, Oitava
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liselena Schifino
Robles Ribeiro, Julgado em 21/03/2019).

Cabe destacar que a pandemia não pode ser utilizada como subterfúgio para
impedir o contato com as crianças, especialmente pelos prejuízos que o isolamento social já
causa à crianças, não podendo ser motivo para afastar o contato com seu genitor.

Nesse sentido, são os precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE GUARDA C.C.


REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS. Decisão que fixou,
liminarmente, a guarda unilateral dos filhos em favor da
genitora/agravada e deixou, por ora, de fixar regime de visitas em
favor do genitor, em razão da pandemia de COVID-19.
Inconformismo do réu. Guarda compartilhada que exige maturidade
e consenso entre os pais. Partes que, aparentemente, não possuem
um bom relacionamento. Inviabilidade por ora. Regime de visitas
que tem por finalidade, primordial, atender os interesses dos
menores e fortalecer os vínculos entre eles e o genitor. Pandemia
do coronavírus (COVID-19) que, apesar da gravidade, não pode
impedir o contato do genitor com os filhos por tempo
indeterminado. Agravante que tem ciência sobre a necessidade
de observar os cuidados necessários para preservar a saúde dos
menores. Estado de São Paulo que já vem flexibilizando as regras
de isolamento. Necessidade de manutenção dos vínculos de afeto
entre os menores e seu genitor. Decisão reformada, para fixar as
visitas do pai aos filhos em finais de semanas alternados, das 20h da
sexta-feira às 19:30h do domingo, conforme sugerido pela genitora
na inicial. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSP;

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Agravo de Instrumento 2128524-83.2020.8.26.0000; Relator (a):
Ana Maria Baldy; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado;
Foro Regional VII - Itaquera - 2ª Vara da Família e Sucessões; Data
do Julgamento: 10/12/2020; Data de Registro: 10/12/2020)

Portanto, para atender ao interesse da criança envolvida, a convivência


familiar deve ser promovida da seguinte forma:

1. Convivência:
1.1 ________ semanal, mediante ________ ;
1.2 Endereço do pai: ________
1.3 Endereço da mãe: ________
1.4 Fins de semana: ________
1.5 Feriados: ________
1.6 Datas festivas: ________

DA GUARDA COMPARTILHADA

Pela produção probatória, resta demonstrado o direito das crianças em ter um


ambiente saudável e garantidor de suas necessidades, o que só é possível com a guarda
compartilhada.

A definição da guarda deve buscar primordial atenção aos interesses do


menor, sendo que a guarda compartilhada foi introduzida no Direito Brasileiro como o
melhor mecanismo para o desenvolvimento da criança, conforme redação do Art. 1.584 do
Código Civil:

§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda


do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder
familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos
genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


Conforme decisão do STJ (REsp 1878041/SP), apenas duas condições
podem impedir a aplicação obrigatória da guarda compartilhada, a saber:

a) a inexistência de interesse de um dos cônjuges; e

b) a incapacidade de um dos genitores de exercer o poder familiar.

O que não ocorre no presente caso. Sendo interesse de ambos os pais


compartilhar a guarda da criança.

Nesse sentido é o posicionamento do STJ:

RECURSO ESPECIAL. CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA


COMPARTILHADA. OBRIGATORIEDADE. PRINCÍPIOS DA
PROTEÇÃO INTEGRAL E DO MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. GUARDA ALTERNADA.
DISTINÇÃO. GUARDA COMPARTILHADA. RESIDÊNCIA
DOS GENITORES EM CIDADES DIVERSAS.
POSSIBILIDADE. 1- Recurso especial interposto em 22/7/2019 e
concluso ao gabinete em 14/3/2021. 2- O propósito recursal
consiste em dizer se: a) a fixação da guarda compartilhada é
obrigatória no sistema jurídico brasileiro; b) o fato de os genitores
possuírem domicílio em cidades distintas representa óbice à fixação
da guarda compartilhada; e c) a guarda compartilhada deve ser
fixada mesmo quando inexistente acordo entre os genitores.

3- O termo "será" contido no § 2º do art. 1.584 não deixa


margem a debates periféricos, fixando a presunção relativa de
que se houver interesse na guarda compartilhada por um dos
ascendentes, será esse o sistema eleito, salvo se um dos genitores
declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


4- Apenas duas condições podem impedir a aplicação obrigatória da
guarda compartilhada, a saber: a) a inexistência de interesse de um
dos cônjuges; e b) a incapacidade de um dos genitores de exercer o
poder familiar.

5- Os únicos mecanismos admitidos em lei para se afastar a


imposição da guarda compartilhada são a suspensão ou a perda do
poder familiar, situações que evidenciam a absoluta inaptidão para
o exercício da guarda e que exigem, pela relevância da posição
jurídica atingida, prévia decretação judicial.

6- A guarda compartilhada não se confunde com a guarda alternada


e não demanda custódia física conjunta, tampouco tempo de
convívio igualitário dos filhos com os pais, sendo certo, ademais,
que, dada sua flexibilidade, esta modalidade de guarda comporta as
fórmulas mais diversas para sua implementação concreta,
notadamente para o regime de convivência ou de visitas, a serem
fixadas pelo juiz ou por acordo entre as partes em atenção às
circunstâncias fáticas de cada família individualmente considerada.

7- É admissível a fixação da guarda compartilhada na hipótese em


que os genitores residem em cidades, estados, ou, até mesmo, países
diferentes, máxime tendo em vista que, com o avanço tecnológico, é
plenamente possível que, à distância, os pais compartilhem a
responsabilidade sobre a prole, participando ativamente das
decisões acerca da vida dos filhos. 8- Recurso especial provido.
(REsp 1878041/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/05/2021, DJe 31/05/2021,
#65844799)

A guarda compartilhada é o ideal a ser buscado no exercício do Poder


Familiar entre pais separados, mesmo que demandem deles reestruturações, concessões e

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


adequações diversas, para que seus filhos possam usufruir, durante sua formação, do ideal
psicológico de duplo referencial.

Na lição da Ministra Nancy Andrighi:

"A custódia física conjunta é o ideal a ser buscado na fixação da


guarda compartilhada, porque sua implementação quebra a
monoparentalidade na criação dos filhos, fato corriqueiro na
guarda unilateral, que é substituída pela implementação de
condições propícias à continuidade da existência de fontes
bifrontais de exercício do Poder Familiar". (STJ - Resp: 1251000
Dje 31/08/2011.)

No mesmo sentido, Maria Berenice Dias ao destacar sobre os benefícios da


guarda compartilhada destaca:

Os fundamentos da guarda compartilhada são de ordem


constitucional e psicológica, visando basicamente garantir o
interesse da prole. Significa mais prerrogativas aos pais, fazendo
com que estejam presentes de forma mais intensa na vida dos
filhos. A participação no processo de desenvolvimento integral
leva à pluralização das responsabilidades, estabelecendo
verdadeira democratização de sentimentos. Indispensável manter
os laços de afetividade, minorando os efeitos que a separação
sempre acarreta nos filhos, conferindo aos pais o exercício da
função parental de forma igualitária. (in Manual de Direito das
Famílias. 12ª ed. Revista dos Tribunais: 2017. pg. 550)

Portanto, requer a imposição judicial das atribuições de cada um dos pais,


e o período de convivência da criança sob guarda compartilhada.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


DO PLANO DE PARENTALIDADE

Definida a guarda, deve ser homologado desde já o plano de parentalidade,


que nas palavras de Rolf Madaleno, ao disciplinar sobre o tema conceitua:

"o plano de parentalidade é um instrumento utilizado para


concretizar a forma pela qual ambos os genitores pensam em
exercer suas responsabilidades parentais, detalhando os
compromissos que assumem a respeito da guarda, dos cuidados e
com a educação dos seus filhos." (in Manual de Direito de Família.
Forense. 2017. Kindle edition, p. 3282)

Para tanto, propõe como plano de convivência da guarda compartilhada nos


seguintes termos:

1. Convivência:
1.1 ________ semanal, mediante ________ ;
1.2 Endereço do pai: ________
1.3 Endereço da mãe: ________
1.4 Fins de semana: ________
1.5 Feriados: ________
1.6 Datas festivas: ________

2. Despesas:
2.1 Escola: ________
2.2 Plano de saúde: ________
2.3 Alimentação: ________
2.4 Vestuário: ________
2.5 Material escolar: ________

As despesas extraordinárias passam a ser custeadas pelos genitores, na


proporção de 50% cada.

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


As alterações de quaisquer dos termos firmados deverão ser previamente
formalizados e aceite por ambas as partes no prazo de 15 dias.

DA GUARDA PROVISÓRIA

A guarda provisória, trata-se de pedido urgente, cabível nos termos do


Código de Processo Civil, Art. 300, que dispõe que "a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:

DA URGÊNCIA - DO PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL:


O RISCO fica perfeitmanete caracterizado diante da ________ ,
ademais, o afastamento definitivo do Autor de seu filho é iminente,
podendo causar à criança danos irreparáveis à sua formação e
integridade física.

PROBABILIDADE DO DIREITO: - O direito a ser resguardado


é o que melhor atender o interesse da criança. Conforme
amplamente demonstrado, o pedido aqui pleiteado vem para suprir
exatamente este direito, pois em benefício do menor.

Situações que evidenciam o necessário deferimento da tutela de urgência,


com a determinação de guarda provisória, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDA CAUTELAR EM


CARÁTER ANTECEDENTE DE SEPARAÇÃO DE CORPOS.
DEFERIMENTO DE TUTELA DE URGÊNCIA
CONCEDENDO AO GENITOR A GUARDA PROVISÓRIA
DA FILHA DO CASAL. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS
PREVISTOS NO ART. 300 DO CPC . TENTATIVA DE

#5844799 Tue Jan 17 22:46:12 2023


RESGUARDAR O MELHOR INTERESSE DA MENOR.
AGRAVANTE QUE POSSUI HISTÓRICO DE USO DE
DROGAS E INSTABILIDADE EMOCIONAL. ESTADO
PSICOLÓGICO E PSIQUIÁTRICO DA AGRAVANTE QUE
DEVE SER MELHOR ANALISADO NA INSTRUÇÃO DO
FEITO. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL PARA
ALTERAÇÃO DA GUARDA NESTE MOMENTO. AGRAVO
CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO MANTIDA. (Classe:
Agravo de Instrumento,Número do Processo: 0013684-
84.2017.8.05.0000, Relator (a): Baltazar Miranda Saraiva, Quinta
Câmara Cível, Publicado em: 22/02/2018 , #65844799)

Razão pela qual deve ser concedido o pedido de tutela cautelar antecedente.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o contestante pretende


instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) Depoimento pessoal do ________ , para esclarecimentos sobre


________ , nos termos do Art. 385 do CPC;

b) Ouvida de testemunhas, uma vez que ________ cujo rol segue


abaixo: ________

c) Obtenção dos documentos abaixo indicados, junto ao ________


nos termos do Art. 396 do CPC;

d) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência nos


termos do Parágrafo Único do art. 434 do CPC;

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e) Análise pericial da ________ .

Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova


pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o direito
pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa:

Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla defesa, conforme


dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de empregar todos os meios
legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código,
para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz."

Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla


defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou


administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis


abarcar todas as medidas passíveis de serem desenvolvidas como
estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito de apresentar as
razões da defesa perante o magistrado, o direito de produzir
provas, formular perguntas às testemunhas e quesitos aos peritos,
quando necessário, requerer o depoimento pessoal da parte
contrária, ter acesso aos documentos juntados aos autos e assim
por diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso de Direito
do Trabalho Aplicado - vol. 8 - Ed. RT, 2017. Versão ebook. Cap.
14)

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Para tanto, o contestante pretende instruir o presente com as provas acima
indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DOS REQUISITOS NÃO ATENDIDOS À TUTELA DE URGÊNCIA

Trata-se de pedido de tutela de urgência para fins de ________ .

Ocorre que nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

Diferentemente do que disposto na decisão agravada, os requisitos para a


concessão do pedido liminar NÃO foram demonstrados, vejamos:

DA IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA

Inicialmente, insta chamar atenção ao fato de que a medida concedida irá


gerar efeitos irreversíveis, uma vez que ________ .

Tal situação é expressamente vedada pelo CPC ao dispor:

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos
da decisão. (CPC/15 - ART. 300)

No presente caso, todavia, a irreversibilidade é evidente, uma vez que


________ .

Assim, não pode ser concedida a medida, conforme posicionamento do


Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO


DE INSTRUMENTO. (...). FLAGRANTE

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IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. INVIABILIDADE. 1.
Inviável a antecipação da tutela recursal se evidenciada a
flagrante irreversibilidade da medida. 2. No caso dos autos,
sobressai cristalina a irreversibilidade do provimento exarado - que
decreta prematuramente o trânsito em julgado da sentença -
pendente, não só o julgamento do mérito do próprio recurso de
agravo de instrumento, mas também da apelação interposta contra a
referida sentença. 3. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg
no AgRg no REsp: 1219044 PI 2004/0019340-7, Relator: Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA)

No mesmo sentido é a jurisprudência recente nos tribunais:

TUTELA DE URGÊNCIA. VEROSSIMILHANÇA: AUSÊNCIA.


RISCO DE IRREVERSIBILIDADE DO PROVIMENTO. - A
concessão da tutela de urgência de natureza antecipada pressupõe
(i) a probabilidade do direito e (ii) o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo art. 300 CPC. Na ausência de quaisquer
desses, não é de se conceder a tutela antecipatória, sob pena de
decisão contra legem - Prova vinda com a inicial da demanda que
evidencia o provável Direito, mas não a situação de urgência
(perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo), tampouco
a verossimilhança dos fundamentos ao pedido de concessão
imediata de pensionamento - Perspectiva de irreversibilidade dos
efeitos financeiros do provimento liminar. Vedação à tutela
antecipada. NEGADO PROVIMENTO AO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de
Instrumento Nº 70080584469, Décima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em
13/02/2019).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE

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FAZER C/C REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS
COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. TUTELA DE
URGÊNCIA DE CARÁTER SATISFATIVO.
IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. I. Nos termos do art. 300,
do Código de Processo Civil, para que a tutela provisória de
urgência seja concedida é necessária a presença concomitante de
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco de resultado útil do processo. II. In casu, a tutela
antecipada concedida, visando a construção de benfeitorias e
infraestrutura em loteamento, possui características de
irreversibilidade e satisfativa, pelo que deve ser revogada.
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-
GO - AI: 05540637420188090000, Relator: MAURICIO
PORFIRIO ROSA, Data de Julgamento: 29/03/2019, 1ª Câmara
Cível, Data de Publicação: DJ de 29/03/2019, #55844799)

TUTELA DE URGÊNCIA INDEFERIDA. RECEIO DE


IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. SEGURANÇA
DENEGADA. Muito embora seja possível vislumbrar a
verossimilhança das alegações do impetrante, no sentido de que foi
exposto a uma situação que se passou a denominar "limbo
previdenciário", não se pode ignorar o evidente risco de
irreversibilidade dos efeitos de uma determinação judicial de
pagamento de verbas salariais vencidas, em sede de tutela de
urgência, quando ainda não estabelecido o contraditório na
reclamação trabalhista de origem. O indeferimento da pretensão
antecipatória, pela autoridade impetrada, encontra, pois,
fundamento no art. 300, §3º, do NCPC, pelo que não há se falar em
violação a direito líquido e certo, amparável pela via mandamental.
Segurança denegada. (Processo: AgR - 0000729-
09.2018.5.06.0000, Redator: Gisane Barbosa de Araujo, Data de
julgamento: 08/04/2019, Tribunal Pleno, Data da assinatura:

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09/04/2019, #25844799)

Assim, considerando a irreversibilidade da medida concedida em caráter


liminar, a revogação da tutela antecipada é medida urgente que se impõe, sob pena de grave
lesão desproporcional ao Agravante.

DA AUSÊNCIA DE PERICULUM IN MORA

Trata-se de ________ , ou seja, tal circunstância NÃO confere grave risco


de perecimento do resultado útil do processo.

Para a concessão do pedido liminar, o perigo de dano deve ser notório e


iminente, o que não ocorre no presente caso, afinal desde de ________ até a distribuição da
ação, transcorreram mais de ________ dias, o que reduz a urgência aduzida pela parte
autora.

Humberto Theodoro Júnior ao conceituar o risco da demora disciplina:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse
demonstrado pela parte", em razão do "periculum in mora", risco
esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Assim, não demonstrados os requisitos indispensáveis à concessão da tutela


liminar, indispensável a revogação da liminar, conforme precedentes sobre o tema:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - OBRIGAÇÃO DE


FAZER - ESCRITURAÇÃO - TUTELA DE URGÊNCIA -
REQUISITOS ART. 300 DO CPC - IRREVERSIBILIDADE. -
Para a antecipação dos efeitos da tutela, o art. 300 do Novo
Código de Processo Civil exige a presença dos requisitos da

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probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo - Estando ausentes os requisitos para a
concessão da tutela de urgência nos termos do art. 300 do CPC, não
há que se falar em deferimento da medida. (TJ-MG - AI:
10281180016640001 MG, Relator: Pedro Aleixo, Data de
Julgamento: 22/05/2019, Data de Publicação: 24/05/2019,
#85844799)

Diante de tais circunstâncias, é inegável a inexistência de fundado receio de


dano irreparável, sendo imprescindível a revogação da liminar concedida.

DA AUSÊNCIA DO FUMUS BONI IURIS

Diferentemente do que foi narrado no pedido liminar, o Direito pleiteado


esbarra ________

Afinal, a lei dispõe claramente que ________

Este entendimento é pacífico nos tribunais, vejamos:

________ .

Assim, não demonstrada de forma inequívoca a probabilidade do direito, não


há que se conceder o pedido de urgência, conforme precedentes sobre o tema:

EMENTA: REPASSE DE DUODÉCIMOS. MUNICÍPIO DE


CATUTI. ÔNUS DA PROVA. RISCO DE
IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. TUTELA SATISFATIVA.
INADIMISSIBILIDADE. - Para a concessão da tutela de
urgência prevista no art. 300 do CPC/15 são necessários
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo - Aplica-se à
hipótese o parágrafo 3º do artigo 300 do CPC/2015, havendo risco

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de irreversibilidade da medida, caso concedida a tutela, eis que
eventual e imediata transferência compulsória da integralidade dos
recursos cobrados, sem prévia comprovação do "quantum" devido,
poderia impactar o orçamento público do Estado de Minas Gerais
no que diz respeito a recursos afetados para áreas diversas -
Ressalta-se, ainda, que o parágrafo 3º do artigo 1º da Lei 8437/92
proíbe a concessão da tutela contra a Fazenda Pública nas hipóteses
em que esta esgote, no todo ou em parte, o objeto da ação, sendo
esta a hipótese. (TJ-MG - AI: 10522180014071001 MG, Relator:
Wander Marotta, Data de Julgamento: 05/02/0019, Data de
Publicação: 12/02/2019, #75844799)

Diante todo o exposto, ausentes os requisitos mencionados, deve ser


indeferida a antecipação de tutela.

Dessa forma, o pedido de antecipação de tutela deve ser INDEFERIDO.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O Contestante atualmente trabalha como ________ , tendo sob sua


responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia arcar com as
despesas processuais.

Para tal benefício o Requerente junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas
judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Art. 99 Código de
Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso.

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§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância,
o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do
próprio processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

A assistência de advogado particular não pode ser parâmetro ao


indeferimento do pedido:

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do requerente,


sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e
honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem


tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É
possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda mensal,
seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito
que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A
gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do
acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça,
o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou
tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar

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recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA,
Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e
pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

IV - DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

O deferimento do pedido de Gratuidade de Justiça;

O acolhimento das preliminares arguidas com a imediata extinção do processo


sem resolução de mérito, nos termos dos arts. 354 e 485 do CPC;

Seja reconhecida a conexão, para fins de que o presente processo tramite em


conexão ao processo nº ________

O reconhecimento da concessão indevida da AJG ao Autor, devendo o mesmo


arcar com as custas processuais e honorários de sucumbência;

A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da presente demanda;

Em sede de RECONVENÇÃO, requer:

O recebimento das razões de reconvenção para o seu devido processamento,


nos termos do art. 343 do CPC;

Seja intimado o Autor para apresentar resposta, nos termos do §1º art. 343, do
CPC;

A total procedência da RECONVENÇÃO para alterar a guarda em favor do

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Contestante e ________

i.1) Cumulativamente requer ________

i.2) Subsidiariamente, caso assim não entenda, requer ________

A produção de todas as provas admitidas em direito;

A condenação do Autor ao pagamento de honorários advocatícios nos


parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC.

Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc. VII
do CPC.

Do valor da causa à Reconvenção: R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

Anexos:

1. Cópia da inicial e andamentos do primeiro processo

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2. Cópia da inicial e trânsito em julgado do primeiro processo

3. Custas processuais

4. Comprovante de renda

5. Declaração de hipossuficiência

6. Procuração

7. Provas do alegado

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