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FACULDADE DE TEOLOGIA, FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS GAMALIEL

CENTRO EDUCACIONAL E CULTURAL DA AMAZONIA – CECAM


CURSO BACHAREL EM DIREITO

BRUNA SALOMÃO DIAS MUNHOZ


ITANA PONTES MORAES
SAMARA PATRÍCIA BALIEIRO SOARES
SILVIO LEONARDO DA SILVA PIRES

AÇÃO RESCISÓRIA

TUCURUÍ/PA
2023
BRUNA SALOMÃO DIAS MUNHOZ
ITANA PONTES MORAES
SAMARA PATRÍCIA BALIEIRO SOARES
SILVIO LEONARDO DA SILVA PIRES

AÇÃO RESCISÓRIA

Trabalho acadêmico apresentado junto a disciplina


de Direito Processual Civil II, da Faculdade de
Teologia, Filosofia e Ciência Humanas Gamaliel –
FATEFIG, como requisito parcial para obtenção
dos créditos de notas na referida disciplina,
ministrada pelo professor Renan Faraon.

TUCURUÍ/PA
2023
INTRODUÇÃO

A ação rescisória é um instrumento jurídico de grande importância que permite a


revisão de decisões judiciais que já estão definitivamente encerradas, ou seja, não são mais
passíveis de recurso. Essa ação autônoma possibilita questionar a validade de uma decisão
com base em vícios graves ou ilegalidades, garantindo assim o respeito aos princípios
fundamentais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório. Neste trabalho, serão
abordados diversos aspectos relacionados à ação rescisória no Código de Processo Civil,
como sua natureza jurídica, previsão legal, competência para julgamento, hipóteses em que é
cabível e os prazos para sua propositura.

2 AÇÃO RESCISÓRIA: CONCEITO

A ação rescisória é uma ação, com a finalidade de desmontar a coisa julgada, que
se construiu com vícios gravíssimos de nulidade, que estão previstos em um rol taxativo,
podendo ser necessário julgar novamente a lide. A ação rescisória é um aparato de
afastamento da coisa julgada, mas não pode ser considerada constitucional, pois ataca a
coisa julgada e a constituição quer preservar é aquela sem ter sido formada por vícios de
nulidade.
A ação rescisória tem como finalidade rever e refazerprocessos que já estavam em
trânsito em julgado, gerando assimnovos julgamentos de causas. Possui como objetivo
principal, anular ou desfazer uma decisão judicial que não possui recursos cabíveis contra.
Conforme o disposto no Código de Processo Civil de 2015, o artigo 966 estabelece que a
decisão de mérito, que tenha se tornado definitiva, pode ser rescindida nas seguintes
circunstâncias:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida
ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal
ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos (BRASIL, 2015).
3 NATUREZA JURIDICA

A ação rescisória é uma ação independente, possui uma natureza desconstitutiva


(tirar os efeitos de outra decisão que está em vigor) e declaratória de nulidade de sentença
(reconhecer que a sentença não pode gerar efeitos por possuir vícios). Para Vicente Greco
Filho que afirma que se trata de uma ação de natureza constitutiva negativa porque modifica
o mundo jurídico, desfazendo a sentença transitada em julgado, podendo conter também
outra eficácia quando a parte, novo julgamento em substituição do rescindido. “A ação
rescisória tem a natureza jurídica de ação constitutiva negativa, que produz, portanto, uma
sentença desconstitutiva, quando julgada procedente.” (WAMBIER, Teresa Arruda Al- vim.)

JURISPRUDÊNCIA
PROCESSO
AgInt na AR 6287 / SP .
AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA
2018/0147420-0
RELATORA
Ministra REGINA HELENA COSTA (1157)
ÓRGÃO JULGADOR
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
DATA DO JULGAMENTO
02/05/2023
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 04/05/2023
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA
PROPRIEDADE PRIVADA. AGRAVO INTERNO NA AÇÃO
RESCISÓRIA. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
APLICABILIDADE. AÇÃO RESCISÓRIA. OFENSA À COISA JULGADA.
PREEXISTÊNCIA AO TEMPO DA EMISSÃO DO JULGADO RESCINDENDO.
VIOLAÇÃO À LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA
DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL LITERALMENTE VIOLADO. USO
DA AÇÃO DESCONSTITUTIVA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL.
ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO
ATACADA. APLICAÇÃO DE MULTA. ART. 1.021, § 4º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL DE 2015. DESCABIMENTO.
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. In casu, aplica-se o Código de Processo Civil
de 2015.
II - A rescindibilidade com base no art. 485, IV , do CPC/1973 (atual art. 966, IV,
do CPC/2015) pressupõe, entre outros requisitos, que a coisa julgada violada seja
preexistente ao julgado rescindendo, ou seja, tratando-se a coisa julgada de
pressuposto processual negativo a sua observância exige a sua preexistência ao
tempo da emissão do julgado rescindendo, de modo que, ainda que a controvérsia já
tenha sido decidida anteriormente, não tendo, contudo, se tornado imutável ao tempo
da prolação do novo juízo, não haverá que se fazer em hipótese de rescindibilidade.
Precedentes desta Corte.
III - Verifico que não foram apontados os dispositivos legais que teriam sido
afrontados, portanto não cabe o prosseguimento do pedido rescisório neste ponto,
uma vez que viabilidade da ação rescisória por ofensa à literal disposição de lei
reclama a demonstração de afronta ao texto legal de modo direto, frontal e
inequívoco.
IV - A ação rescisória não é o meio adequado para corrigir suposta injustiça da
sentença, apreciar má interpretação dos fatos, reexaminar as provas produzidas ou
complementá-las. Dessa forma, a presente ação rescisória apresenta-se como mero
inconformismo dos Autores com o resultado do acórdão rescindendo que lhes foi
desfavorável, o que manifestamente não cabe na via processual escolhida, na esteira
da orientação dessa Corte Superior.
V - Os Agravantes não apresentam, no agravo, argumentos suficientes para
desconstituir a decisão recorrida.
VI - Em regra, descabe a imposição da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do Código
de Processo Civil de 2015 em razão do mero desprovimento do Agravo Interno em
votação unânime, sendo necessária a configuração da manifesta inadmissibilidade
ou improcedência do recurso a autorizar sua aplicação, o que não ocorreu no caso.
VII - Agravo Interno improvido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual
de 26/04/2023 a 02/05/2023, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos
termos do voto da Sra. Ministra Relatora.

PROCESSO
AgInt na AR 6599 / DF
AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA
2019/0304026-6
RELATOR
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA (1146)
ÓRGÃO JULGADOR
CE - CORTE ESPECIAL
DATA DO JULGAMENTO
25/04/2023
DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE
DJe 02/05/2023
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA. FALTA
DE IMPUGNAÇÃO DE TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. ARTS. 932, III, e 1.021, § 1º, do CPC/2015. SÚMULA N. 182/STJ.
AGRAVO NÃO CONHECIDO.
1. O agravante deve atacar, de forma específica, todos os fundamentos da decisão
agravada, sob pena de não conhecimento do recurso, incidindo a orientação dos arts.
932, III, 1.021, § 1º, do CPC/2015 e, por analogia, da Súmula n. 182/STJ.
2. No presente caso, o agravante deixou de impugnar os dois fundamentos adotados
na decisão agravada para julgar improcedente a rescisória, a saber: (i) a questão
fático-jurídica invocada na rescisória foi decidida, fundamentadamente, no acórdão
rescindendo, o que descaracterizaria o alegado "erro de fato" (art. 966, § 1º, do
CPC/2015 e jurisprudência), e (ii) a suposta violação do art. 1.007, § 4º, do
CPC/2015, se de fato ocorresse, seria meramente reflexa - nem frontal, nem direta -,
tendo em vista que dependeria "da prévia constatação na apreciação das guias e dos
comprovantes de pagamento, o que não se admite na via rescisória".
3. Agravo interno não conhecido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual
de 19/04/2023 a 25/04/2023, por unanimidade, não conhecer do recurso, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.

4 COMPETENCIA PARA JULGAMENTO


Nossa constituição vigente estabelece que os tribunais tem a competência de julgar
as ações rescisórias de seus julgados, no tocante aos tribunais inferiores, e aos julgados de
primeiro grau, particularmente as demandas firmadas no art. 485, V do CPC/15, podemos
citar duas corretas sumulas do Supremo Tribunal Federal que dão solidificação ao
regulamento constitucional, a Súmula 249/STF e a Súmula 515/STF.

SÚMULA Nº 249
“É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória, quando, embora
não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo,
tiver apreciado a questão federal controvertida.”

SÚMULA Nº 515
“A competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando
a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja
diversa da que foi suscitada no pedido rescisório.”

5 HIPOTESES DE CABIMENTO

Nosso código de processo civil tem rol taxativo no que se refere ao cabimento de
ação rescisória, tais hipóteses estão previstas no art. 966 CPC:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida
ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - Ofender a coisa julgada;
V - Violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal
ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os
casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter
se pronunciado.
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão
transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - Nova propositura da demanda; ou
II - Admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros
participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos
termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra
decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de
casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão
discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.(Incluído pela
Lei nº 13.256, de 2016) 
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao
autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação
particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a
impor outra solução jurídica.(BRASIL, 2015).
Como podemos ver no art. 966 CPC estão todas as hipóteses de cabimento, todavia
nossa jurisprudencia nos ensina que o demandante deve demonstrar claramente em qual inciso
do referido artigo se alicerça seu pedido (STJ 1ª seção, AR XXXXX/DF, rel. Min. Eliana
Calmon, rel. para acórdão Min. Francisco Falcão, j. 17.06.2002,DJ 31.03.2003. p. 137), tendo
o entendimento da necessidade da compreensão processual sendo instrumento de tutela do
direito, este genuíno ponto de encontro dos direitos fundamentais um local ordenado na
colaboração, verifica-se que uma indicação equivocada de um inciso por outro, este não deve
dar brecha a improcedência da solicitação rescisória, uma vez que o juiz tem o dever de
determinar a elucidação da demanda (art. 321 CPC).

6 PRAZO

Nas ações rescisórias temos o prazo decadencial porem com advento do novo código
de processo civil, este vem regulado em seu art. 975 CPC:
Art. 975.  O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em
julgado da última decisão proferida no processo.
§1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se
refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia
em que não houver expediente forense.
§2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data
de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado
do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.
§3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar,
para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no
processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão
(BRASIL, 2015).
Como visto no artigo citado o prazo decadência se inicia com o transito em julgado
de ultima decisão no processo com isso podemos determinar o inicio da decadência nesse
sentido alguns julgados nos dão melhor entendimento:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. PRAZO DECADENCIAL. ART.
975 DO CPC. NÃO INTERRUPÇÃO PELO MANEJO DE RECLAMAÇÃO.
AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO.
1. O acórdão rescindendo teve sua última decisão proferida pela Corte Especial e
trânsito em julgado certificado nos autos em 31 de maio de 2016. A presente ação
rescisória, por sua vez, foi apresentada a esta Corte somente em 19 de outubro de
2018, quando já extinto o direito à rescisão, conforme expressamente disposto no
art. 975, caput, do CPC.
2. O manejo de reclamação constitucional, que não tem natureza de recurso, não se
constitui "decisão proferida no processo", como requer o art. 975 do CPC, não se
prestando, também por isso, para retardar o início do prazo decadencial de
ajuizamento da ação rescisória.
3. Agravo interno não provido.
(AgInt na AR 6.351/DF, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 24/04/2019, DJe 26/04/2019)

No mesmo sentido:

(AgInt na AR 5.859/BA, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,


julgado em 22/02/2018, DJe 02/03/2018)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NA AÇÃO


RESCISÓRIA. PENSÃO ESPECIAL. FILHAS DE EX-COMBATENTE.
DECADÊNCIA. CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PARTE
BENEFICIÁRIA DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA. CONDENAÇÃO.
CABIMENTO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO PAGAMENTO. ART. 12
DA LEI N.º 1.060/50.
1. O prazo decadencial para a propositura de ação rescisória é de dois anos, contados
do trânsito em julgado da decisão, nos termos do art. 975 do CPC.
2. A falta de estipulação legal de prazo para apresentação do requerimento
administrativo de que cuida o art. 10 da Lei n.8.050/1990 não se confunde com o
prazo processual legalmente estipulado para apresentar, perante o Judiciário, a ação
rescisória.
3. A parte beneficiária da gratuidade judiciária, quando vencida, não se isenta das
custas e honorários advocatícios, apenas, tem sua exigibilidade suspensa, nos termos
do art. 98, §§ 2º e 3º, do CPC.

4. Agravo interno a que se nega provimento.


(AgInt na AR 6.085/PE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 13/12/2017, DJe 18/12/2017)

AÇÃO RESCISÓRIA - DECADÊNCIA - Prazo de dois anos, contados do trânsito


em julgado da última decisão proferida no processo - Transcurso de mais de dois
anos para a propositura da demanda - Perda do direito material de desconstituição da
decisão - Prazo que não se interrompe e nem se suspende - Improcedência liminar.
Ação Rescisória improcedente. (TJSP;  Ação Rescisória 2259935-
55.2020.8.26.0000; Relator (a): Sá Moreira de Oliveira; Órgão Julgador: 33ª Câmara
de Direito Privado; Foro de Jacareí - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento:
17/11/2020; Data de Registro: 17/11/2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ação rescisória é um recurso independente do processo principal, que tem como


finalidade impugnar uma decisão final que tenha se tornado definitiva, desde que sejam
preenchidos os requisitos legais estabelecidos. Sua importância é fundamental na busca pela
justiça e na preservação da segurança jurídica, permitindo a correção de decisões equivocadas
ou injustas e garantindo a efetivação dos direitos e a proteção dos interesses das partes
envolvidas. Ao assegurar os princípios do contraditório e da ampla defesa, a ação rescisória
desempenha um papel crucial ao possibilitar a revisão de decisões de mérito em processos
judiciais, sem comprometer a estabilidade do sistema jurídico.
A ação rescisória desempenha um papel relevante na busca pela justiça e na proteção
dos direitos das partes envolvidas, ao permitir a anulação de uma decisão judicial definitiva.
Ela é fundamental para preservar a segurança jurídica, corrigindo decisões que violem a
norma legal ou se baseiem em fundamentos equivocados. No entanto, é importante destacar
que a propositura da ação rescisória está sujeita a requisitos e prazos estabelecidos por lei, a
fim de evitar abusos e garantir a estabilidade das relações jurídicas. Portanto, a ação rescisória
é um mecanismo importante para revisar decisões judiciais, desde que sejam cumpridos os
requisitos legais e respeitados os limites impostos pelo sistema jurídico.
REFERENCIAS

BRASIL. Código de Processo Civil. 2015. Disponível em:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em 15 de
maio de 2023.

GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 17. ed., Vol 2. São Paulo:
Saraiva, 2020.

MARINONI, Luiz Guilherme. Processo de Conhecimento. 6. ed. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 2007
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Ação rescisória. RePro, São Paulo: RT, n. 40, 1985.

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