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Profa. Dra.

Simone de Alcantara Savazzoni

Direito Penal e Processual Penal Aplicados


Módulo 11 – Pressupostos Recursais e Efeitos dos Recursos

Tema: Pressupostos Recursais e Efeitos dos Recursos

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Letícia Ribeiro Fernandes - 04460148188
❑ Conceito
O recurso é um meio processual de impugnação, voluntário ou obrigatório, utilizado antes
da preclusão, apto a propiciar um resultado mais vantajoso na mesma relação jurídica
processual, decorrente de reforma, invalidação, esclarecimento ou confirmação.

A finalidade dos recursos é o reexame de uma decisão por órgão jurisdicional superior ou,
em alguns casos, pelo mesmo órgão que a prolatou, em face da argumentação trazida à
baila pelo recorrente.

A base constitucional para a existência dos recursos encontra-se no princípio do duplo


grau de jurisdição. Tal princípio, em verdade, não foi declarado de forma expressa no corpo
da Carta Magna. Sua existência devese ao fato de estar ali disciplinada a competência
recursal dos tribunais.

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Já a doutrina, por sua vez, aponta as seguintes razões para a existência do duplo grau de
jurisdição:
a) o inconformismo natural dos seres humanos;
b) a segurança jurídica, decorrente da maior experiência dos integrantes dos tribunais,
que são compostos por magistrados que já atuaram em 1ª instância por tempo
considerável ou que compõem os quadros da Corte em razão de indicação de seus pares e
nomeação do Governador (ou do Presidente da República), decorrente justamente do
reconhecimento pela atuação no Ministério Público ou na Advocacia (Quinto
Constitucional), ou, ainda, em razão do notório saber jurídico, nos casos dos tribunais
superiores. Na instância superior, ademais, os julgamentos são feitos por órgãos
colegiados;
c) o necessário controle da jurisdicionalidade, posto que o juiz, por saber que suas
decisões podem ser revistas, atua com maior empenho e de forma não abusiva;
d) a falibilidade humana, uma vez que o juiz pode cometer equívocos na interpretação da
lei ou da prova;

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Em razão do princípio do duplo grau de jurisdição, não pode ocorrer a chamada
supressão de instância. Por isso, se o juiz de 1º grau não analisou uma das teses de defesa
ao proferir sentença, não pode o Tribunal, em grau recursal, apreciar a tese e refutá-la ou
reconhecê-la. Deve anular a sentença de 1ª instância para que outra seja proferida,
analisando, desta vez, a tese olvidada na oportunidade anterior.
O duplo grau de jurisdição não é princípio absoluto, havendo algumas decisões que são
irrecorríveis, como a que recebe a denúncia ou queixa, a que decide acerca do ingresso de
assistente de acusação (art. 273 do CPP), a que denega a suspensão do processo em razão
de questão prejudicial (art. 93, § 2º, do CPP), dentre outras.
É evidente, entretanto, que a parte que se julga prejudicada poderá sempre fazer uso dos
remédios constitucionais (habeas corpus e mandado de segurança).

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Foro privilegiado X duplo grau de jurisdição

O STF já se manifestou no sentido de que não há inconstitucionalidade nas decisões em


que não haja previsão de recurso para um órgão de segunda instância, de modo que
entende que “o duplo grau de jurisdição, no âmbito da recorribilidade ordinária, não
consubstancia garantia constitucional”. Nesse sentido, alguns autores, como Nelson Nery
Jr., que considera não haver uma garantia absoluta ao duplo grau de jurisdição, embora
reconheça que há a previsão constitucional da existência de tribunais, conferindo-lhes
competência recursal.
DEVIDO PROCESSO LEGAL - NEGATIVA DE SEGUIMENTO A RECURSO. A negativa de
seguimento a recurso, no âmbito do STF, considerada a circunstância de as razões
expedidas contrariarem precedente da Corte, longe fica de implicar transgressão ao devido
processo legal. JURISDIÇÃO - DUPLO GRAU - INEXIGIBILIDADE CONSTITUCIONAL. Diante do
disposto no inciso III do artigo 102 da Carta Política da República, no que revela cabível o
extraordinário contra decisão de última ou única instância, o duplo grau de jurisdição, no
âmbito da recorribilidade ordinária, não consubstancia garantia constitucional.
AI 209954 AgR / SP - SÃO PAULO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min.
MARCO AURÉLIO Julgamento: 15/09/1998 Publicação: 04/12/1998 Órgão julgador: Segunda
Turma
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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. FORO POR
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. TÉRMINO DO MANDATO. PERDA DO DIREITO AO FORO
PRIVILEGIADO. MANTENÇA DA VALIDADE DOS ATOS JÁ PRATICADOS. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Cessado o mandato eletivo, perde o agravante o direito ao foro por prerrogativa de função,
isso porque "o objetivo do foro por prerrogativa de função é resguardar a função pública, e
não o agente que a ocupa." Outrossim, são assegurados os atos já ocorridos perante o
Tribunal competente à época em que foram declarados.
2. Agravo regimental desprovido.

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❑ Visão geral dos recursos

Espécies de Recursos
Interpostos na primeira
Interpostos no Tribunal
Instância

1. Recurso em Sentido Estrito 1. Embargos de Declaração

2. Recurso de Apelação 2. Embargos infringentes

3. Agravo em Execução 3. Embargos de Nulidade


4. Recurso Ordinário
4. Carta testemunhável
Constitucional
5. Embargos de declaração 5. Recurso Especial

6. Recurso Extraordinário

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❑ Pressupostos recursais
Um recurso só pode ser admitido quando presentes todos os pressupostos recursais. A
ausência de qualquer deles leva à rejeição do recurso. Os pressupostos recursais são
classificados em objetivos e subjetivos.

a) Previsão legal;
A interposição de recurso só é possível quando existe dispositivo legal prevendo seu
cabimento.

Ex.: da decisão que rejeita a denúncia ou queixa cabe recurso em sentido estrito, nos
termos do art. 581, I, do Código de Processo Penal. Ao contrário, da decisão que as recebe
não cabe qualquer recurso por ausência de previsão legal.

No caso de surgimento de lei nova que crie ou extinga determinado tipo de recurso,
considerando o princípio da aplicação imediata da lei processual penal (art. 2º do CPP),
deve-se levar em conta a data em que foi proferida a decisão da qual se pretende recorrer e
não a data do fato criminoso.
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PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO GRANDES LAGOS. APLICAÇÃO DO ART. 400
DO CPP COM A NOVA REDAÇÃO CONFERIDA PELA LEI Nº 11.719/08. NORMA DE NATUREZA
PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. VALIDADE DO INTERROGATÓRIO DO RÉU REALIZADO SOB A
VIGÊNCIA DE LEI ANTERIOR. PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM. I - A norma de natureza
processual possui aplicação imediata, consoante determina o art. 2º do CPP, sem
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, consagrando o
princípio do tempus regit actum. (Precedentes). II - Assim, nesta linha, o art. 400 do CPP,
com a nova redação conferida pela Lei nº 11.719/08, - regra de caráter eminentemente
processual -, possui aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos processuais
realizados em observância ao rito procedimental anterior. III - Portanto, não há que se
falar em cerceamento de defesa na espécie por ausência de realização de novo
interrogatório do ora paciente ao final da audiência de instrução e julgamento, pois o
referido ato processual foi validamente realizado pelo Juízo processante antes do advento
da novel legislação em observância ao rito procedimental vigente à época, não possuindo a
lei processual penal efeito retroativo. IV - O reconhecimento da nulidade em processo penal
pressupõe a demonstração de prejuízo, o que não ocorreu no caso, nos termos do art. 563,
do Código de Processo Penal - que regulamentou no ordenamento jurídico pátrio o
princípio pas de nullité sans grief. Recurso ordinário desprovido.
(STJ - RHC: 56487 SP 2015/0026957-0, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento:
11/10/2016, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 21/10/2016)
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JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E JUÍZO DA VARA CRIMINAL COMUM. CRIME CUJA PENA MÁXIMA
EM ABSTRATO NÃO É SUPERIOR A DOIS ANOS. ABRANGÊNCIA PELO PAR. ÚNICO, ART. 2º, DA LEI
10 .259/01. PRINCÍPIO DO EFEITO IMEDIATO EM MATÉRIA DE COMPETÊNCIA, COM
APLICAÇÃO AOS PROCESSOS EM CURSO INDEPENDENTEMENTE DA FASE EM QUE SE
ENCONTREM (ART. 2º, DO C.P.P.), SEM PREJUÍZO DOS ATOS JÁ PRATICADOS.
INAPLICABILIDADE DA RESERVA DO ART. 90, DA LEI N.º 9.099/95, E BEM ASSIM DA REGRA DO
ART. 25 DO NOVO DIPLOMA. CONFLITO JULGADO IMPROCEDENTE. As leis de processo vigem de
imediato e se aplicam às demandas em curso, sem prejuízo dos atos realizados sob a
égide da lei anterior; e, salvo exceção expressa, nelas não se irá cogitar de como possam
resultar em prejuízo ou benefício à parte. VISTOS, relatados e discutidos estes autos de
CONFLITO DE JURISIDIÇÃO Nº 214 .951-5, de CURITIBA - JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, em que
é suscitante o JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA,
suscitado o JUIZ DE DIREITO DA SETIMA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA,
interessados o MINISTÉRIO PÚBLICO E MARCELO MUNHOZ DE OLIVEIRA. 1. Trata-se de
conflito entre suscitante e suscitado, para definição da competência em conta a
investigação para apuração do delito previsto no artigo 16, da Lei 6368/76, como ficou
enquadrado pela autoridade policial o interessado supra nominado. Face o advento da Lei
10 .259/01, o Juízo suscitado declinou da competência (fls. 69), levantando então o conflito
o suscitante pelo despacho de fls. 81. Vieram os autos a esta Corte, onde a Procuradoria
Geral da Justiça exarou parecer pela procedência do conflito, declarando-se competente o
Juízo suscitado. É o relatório.
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Ouso sustentar todavia, que seja de todo impertinente a perquirição sobre a fase que
se ache o processo, isto em conta da regra do art. 2º da lei processual penal, com a
aplicação imediata da alteração que implica a nova definição de competência,
elegendo-se sem restrição alguma como Juiz natural das 'infrações de menor potencial
ofensivo' aquele do Juizado Especial Criminal Estadual. A respeito, vale lembrar a lição
de MIRABETE: "Fica assim estabelecido o chamado princípio do efeito imediato ou princípio
da aplicação imediata da lei processual penal, que se aplica também à matéria de
competência, seja ela regulada por leis do processo, seja por normas de organização
judiciária. Mesmo que a lei nova venha criar ou suprimir uma ordem de jurisdição,
substituir juízes, modificar composição de tribunais etc., deve ser ela aplicada aos
processos em curso.
(TJ-PR - CJ: 2149515 PR Conflito de Jurisdição Crime - 0214951-5, Relator: Rubens Oliveira
Fontoura, Data de Julgamento: 06/11/2002, Primeiro Grupo de Câmaras Criminais (extinto
TA), Data de Publicação: 06/12/2002 DJ: 6265)

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b) observância das formalidades legais;

✔ A apelação e o recurso em sentido estrito devem ser interpostos por petição ou por
termo.

✔ O recurso extraordinário, o recurso especial, os embargos infringentes, os embargos de


declaração, a carta testemunhável, o habeas corpus e a correição parcial só podem ser
interpostos por petição.

✔ A interposição por termo se dá quando manifestada oralmente pelo interessado (em


geral, o réu) e é certificada por escrito (reduzida a termo) por quem tenha fé pública

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Modelo de apelação por termo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CRIMINAL DA XXX DE XXX.

Autos n.: XXX.

NOME DO APELANTE, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vêm, por
intermédio de seus advogados signatários que a esta subscrevem, à presença de Vossa
Excelência, irresignado (a) com a r. sentença proferida, interpor Recurso de Apelação, com
fulcro no art. 600, § 4º, Código de Processo Penal.

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Assim, requer seja recebido o presente recurso em todos os seus efeitos, bem como
remessa dos autos ao Eg. Tribunal de Justiça do XXX, onde serão apresentadas as Razões
Recursais.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

LOCAL, DATA.

ADVOGADO XXXX

OAB XXXX

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Modelo de apelação por petição:

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ** VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE **

Processo nº: ****

(NOME), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA,
vem, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, à presença de Vossa Excelência,
não se conformando com a Respeitável Sentença, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, com
fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal.

Diante do exposto, com fulcro no artigo 600, parágrafo 4º do Código de Processo Penal,
requer a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ***, onde serão
apresentadas as razões.

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Nesses termos,

Pede Deferimento.

(local), (data)

Advogado **

OAB/***

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Razões do Recurso de Apelação

Processo nº: ***

Apelante: ***

Apelado: JUSTIÇA PÚBLICA

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ***

Colenda Câmara

Doutor Procurador de Justiça

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Em que pese o notável saber jurídico do (a) Meritíssimo (a) Juiz (a) A Quo, a respeitável
sentença que condenou como incurso nas penas do artigo 33, da lei 11.343/2006 e do artigo
16 da lei 10.826/03, merece reforma, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I- DOS FATOS
No dia ***, conforme consta na denúncia (fls. 05/07), a guarnição do ** BPM após receber
denúncias anônimas, se deslocou ao endereço onde se encontrava ***, ora APELANTE, o
mesmo foi abordado pelos policiais na frente da residência, ocasião em que nada foi
encontrado com ele. Após buscas dentro da residência, os policiais encontraram 96,68
gramas de maconha, como comprovado por laudo pericial (fls. 22), um revólver de calibre
38 e munições. Segundo a narrativa dos policiais na abordagem, o APELANTE confessou o
tráfico e a posse da arma e munições, o que posteriormente foi contestado pelo mesmo em
audiência, dizendo que a droga realmente era sua, mas apenas para consumo próprio, o
que descaracteriza o tráfico de drogas, pois não pensava em comercialização e sim o uso
próprio da substância. Quanto à propriedade da arma e das munições, o APELANTE
contestou em juízo afirmando não serem de sua propriedade, bem como foram
encontradas na casa do seu ex-cunhado, onde o APELANTE estava residindo
temporariamente, mas não em sua posse.

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O APELANTE foi denunciado pela pratica dos crimes previstos nos artigos 33 da lei
11.343/2006, 12 e 16 da lei 10.826/2003, a denúncia foi recebida na data de 04/12/2012 (fls.
79). Durante a audiência de instrução e julgamento foi realizada a oitiva de 4 testemunhas,
sendo 2 de defesa e 2 de acusação. Após a apresentação das alegações finais decidiu o (a)
Meritíssimo (a) Juiz (a) pela condenação do réu (fls. 163/169), em discordância com as
alegações aduzidas pela defesa.

O (a) Meritíssimo (a) Juiz (a) A quo, ao discordar das alegações da defesa, em que não há
nulidade pela inversão da ordem em que deveria ser realizada a oitiva das testemunhas e
do acusado durante a instrução, passou para a análise das alegações de mérito.

Discordando da palavra do réu em juízo, de que apenas era usuário desde os 14 anos de
idade e que a droga realmente era sua, porém para consumo próprio, o (a) M.M. Juiz (a) A
Quo decidiu pela condenação como incurso no crime de tráfico de drogas, previsto no
artigo 33 da lei 11.343/2006, no qual fixou a pena em 5 (cinco) anos de reclusão e 500 dias
multa.

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Já no que diz respeito aos crimes previstos na lei 10.829/2003, no qual se fez presente na
denúncia, o (a) M.M Juiz (a) decidiu pela desclassificação do concurso material dos artigos
12 e 16 da lei 10.829/2003, afastando-se a ocorrência do artigo 12 e reconhecendo a
ocorrência de um único crime, previsto no artigo 16 da referida lei. Isto exposto, o (a) M. M.
Juiz (a), fixou a pena em 3 (três) anos de reclusão e 10 (dez) dias multa.

Na soma das 2 penas fixadas pelo M. M. Juiz (a), seguindo o que prevê o artigo 69 do Código
Penal, restou a condenação em 8 (oito) anos de reclusão e 510 (quinhentos e dez)
dias-multa, fixando o valor dia-multa em 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo vigente
na época dos fatos, fixando o regime inicial de cumprimento o SEMIABERTO, concedendo
ao APELANTE o direito em recorrer em liberdade, decretando por fim o perdimento em favor
da união 1 aparelho celular bem como 1 motocicleta apreendida e as custas em razão do
acusado ter sido defendido por advogado particular, não comprovando a hipossuficiência.

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II- DO DIREITO

Verifica-se nos autos, a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em concreto


retroativa.

Conforme texto expresso do artigo 107, inciso IV do Código Penal, a prescrição é uma das
formas de extinção da punibilidade. Sendo esta forma de extinção da punibilidade do
agente pela perda da pretensão de punir ou executar a punição, após o transcurso do prazo
legal, pela inércia do Estado.

Na presente ação verifica-se a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em concreto


retroativa, que é a modalidade que leva em consideração a pena fixada na sentença penal
condenatória, devendo-se verificar se entre a data do recebimento da denúncia e a
sentença não transcorreu prazo superior àquele previsto para a prescrição, expressa no
artigo 109 do Código Penal.

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O (a) M. M. Juiz (a) A Quo, ao condenar o APELANTE como incurso na pena do artigo 16 da lei
10.829/2003, fixou a pena em 3 anos. Conforme se pode extrair do artigo 109, inciso IV, a
prescrição ocorre em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 e inferior a 4, como na
data do fato imputado ao APELANTE este era menor de 21 anos, faz jus a redução do prazo
prescricional pela metade, segundo o artigo 115 do Código Penal, restando o prazo da
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença em 4 anos.

Isto exposto, conforme se verifica nos autos, a denúncia foi recebida em 04 de dezembro de
2012, não havendo qualquer hipótese que ensejasse na interrupção da prescrição após o
recebimento da denúncia, tendo o (a) M. M. Juiz (a) proferido a sentença em 30/05/2017,
caso em que se transcorreu período superior ao de 4 anos, ocorrendo a prescrição da
pretensão punitiva em concreto retroativa.

Assim sendo, deve-se ser reconhecida e declarada a extinção da punibilidade do APELANTE


conforme o artigo 107, inciso IV do Código Penal, pela prescrição da pretensão punitiva em
concreto retroativa.

Segue decisao do TJ-MG, referente ao reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva


do estado, na modalidade retroativa:
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O (a) M. M. Juiz (a) A Quo, ao condenar o APELANTE como incurso na pena do artigo 16 da lei
10.829/2003, fixou a pena em 3 anos. Conforme se pode extrair do artigo 109, inciso IV, a
prescrição ocorre em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 e inferior a 4, como na
data do fato imputado ao APELANTE este era menor de 21 anos, faz jus a redução do prazo
prescricional pela metade, segundo o artigo 115 do Código Penal, restando o prazo da
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença em 4 anos.

Isto exposto, conforme se verifica nos autos, a denúncia foi recebida em 04 de dezembro de
2012, não havendo qualquer hipótese que ensejasse na interrupção da prescrição após o
recebimento da denúncia, tendo o (a) M. M. Juiz (a) proferido a sentença em 30/05/2017,
caso em que se transcorreu período superior ao de 4 anos, ocorrendo a prescrição da
pretensão punitiva em concreto retroativa.

Assim sendo, deve-se ser reconhecida e declarada a extinção da punibilidade do APELANTE


conforme o artigo 107, inciso IV do Código Penal, pela prescrição da pretensão punitiva em
concreto retroativa.

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O (a) M. M. Juiz (a) A Quo, ao condenar o APELANTE como incurso na pena do artigo 16 da lei
10.829/2003, fixou a pena em 3 anos. Conforme se pode extrair do artigo 109, inciso IV, a
prescrição ocorre em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 e inferior a 4, como na
data do fato imputado ao APELANTE este era menor de 21 anos, faz jus a redução do prazo
prescricional pela metade, segundo o artigo 115 do Código Penal, restando o prazo da
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença em 4 anos.

Isto exposto, conforme se verifica nos autos, a denúncia foi recebida em 04 de dezembro de
2012, não havendo qualquer hipótese que ensejasse na interrupção da prescrição após o
recebimento da denúncia, tendo o (a) M. M. Juiz (a) proferido a sentença em 30/05/2017,
caso em que se transcorreu período superior ao de 4 anos, ocorrendo a prescrição da
pretensão punitiva em concreto retroativa.

Assim sendo, deve-se ser reconhecida e declarada a extinção da punibilidade do APELANTE


conforme o artigo 107, inciso IV do Código Penal, pela prescrição da pretensão punitiva em
concreto retroativa.

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III- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para que se reforme
a Respeitável Sentença, com a consequente;

A) Após manifestação do Ministério Público, seja decretada a EXTINÇÃO DA PUBILIDADE do


APELANTE, conforme o artigo 107, inciso IV do Código Penal, pela ocorrência da Prescrição da
Pretensão Punitiva em Concreto Retroativa, no que diz respeito à condenação pelo crime
previsto no artigo 16 da lei 10.829/2003;

B) Requer ainda, a ABSOLVIÇÃO do APELANTE, nos termos do artigo 386, V e VII do Código de
Processo Penal no que tange a condenação pelo crime de tráfico de drogas, haja vista não
há prova concreta e inquestionável para sustentar uma condenação, prevalecendo o in
dúbio pro réu.

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C) Caso assim não seja o entendimento de Vossas Excelências, pelo Princípio da
Eventualidade, que seja acolhida a tese de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de USO DE
DROGAS, previsto no artigo 28 da lei 11.343/2006.

D) Isenção as custas por parte do acusado, pois o mesmo é assistido do Núcleo de Praticas
Jurídicas da ****, razão pela qual não há qualquer patrocínio de advogado particular.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
(local), (data)

Advogado ***

OAB/***

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Na jurisprudência, prevalece a orientação de que, quando possível a interposição por termo,
não se exigem formalidades especiais para que se exercite o direito de recorrer, bastando a
inequívoca manifestação de vontade, por parte do vencido, quanto ao desejo de recorrer,
daí por que devem ser processados os recursos quando interpostos, por exemplo, por cota
nos autos:

“Processual penal. Sentença absolutória. Apelação do Ministério Público por cota nos autos.
Possibilidade. Art. 578 do CPP. A lei permite além da petição, que o recurso seja interposto
por termo nos autos, ficando assegurado de maneira inequívoca o direito que tem a parte
de recorrer. Essa disposição não pode ser interpretada de forma literal, sendo inexigível
uma forma sacramental para a interposição do recurso. A disposição contida no art. 578 do
Código de Processo Penal, exige, tão somente, a irresignação da parte vencida com a
assinatura dela ou de seu representante legal, devendo, portanto, ser conhecida e julgada a
apelação do Ministério Público, interposta de sentença absolutória, por cota nos autos.
Recurso especial conhecido” (STJ — REsp 91.849/MG — Rel. Min. Vicente Leal — 6ª Turma —
julgado em 13.10.1997 — DJ 03.11.1997 — p. 56.381).

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c) tempestividade.

✔ O recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto na lei. Os prazos são
peremptórios e a perda implica o não recebimento da impugnação.

✔ Será considerado tempestivo o recurso interposto antes do termo inicial do prazo (art.
218, § 4º, do CPC).

✔ No processo penal, a regra é o prazo de 5 dias (apelação, recurso em sentido estrito). Há,
entretanto, vários outros prazos: embargos de declaração (2 dias), carta testemunhável
(48 horas), embargos infringentes (10 dias), recurso extraordinário e especial (15 dias).
Para a revisão criminal e o habeas corpus, em razão de suas características especiais,
não há prazo para a interposição.

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No processo penal não se computa no prazo o dia da intimação, incluindo- se,
entretanto, a data do vencimento (art. 798, § 1º). Assim, havendo intimação da sentença
no dia 7 do mês de agosto, o prazo para a apelação começará a contar no dia 8 e se
encerrará no dia 12.
▪ Devem ser feitas, contudo, algumas observações:
1) Se a intimação for feita em uma sexta-feira ou véspera de feriado, o dia inicial da
contagem será o primeiro dia útil subsequente.

2) Se o último dia do prazo cair em fim de semana ou feriado, ficará automaticamente


prorrogado até o primeiro dia útil seguinte (art. 798, § 3º).

3) Os prazos consideram-se suspensos em caso de recessos forenses, conforme prevê o art.


2º da Resolução n. 8/2003 do Conselho Nacional de Justiça. Em geral esses recessos são
decretados no período de 20 de dezembro a 6 de janeiro, período em que os prazos se
suspendem. Do mesmo modo, em caso de greve dos funcionários do Poder Judiciário ou de
qualquer outra razão excepcional de paralisação das atividades, os prazos também se
consideram suspensos.

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4) O prazo para o Ministério Público recorrer se inicia da data em que os autos
ingressam na secretaria da Instituição e não a partir da aposição do ciente pelo
representante ministerial. É o que decidiu o Supremo Tribunal Federal, por seu Plenário, no
julgamento do HC 83.255-5, em 5 de novembro de 2003.
O prazo de intimação pessoal do Ministério Público, para interposição de recurso, deve ser
contado a partir da entrada do processo nas dependências do Parquet. O entendimento,
desta quarta-feira (5/11), é do Supremo Tribunal Federal. Antes da decisão, os integrantes do
MP contavam prazo a partir do momento em que pegavam os processos nas prateleiras da
instituição.
A decisão da maioria plenária acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio, que
deferiu o habeas corpus ajuizado em defesa própria pelo advogado José Ramos Pereira.
Ficaram vencidos os ministros Joaquim Barbosa e Celso de Mello.
O relator classificou como "desvio de conduta" a atuação do Ministério Público que, ao
valer-se da prerrogativa de intimação pessoal, recebe o processo e o armazena para exame
futuro enquanto a defesa, ao passar pelo cartório, é informada de que o processo está com
vista ao MP, "sem que isso se faça limitado no tempo".

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5) Considerando que o defensor e o réu devem ser intimados da sentença, o prazo começa
a correr a partir da última intimação e, caso tenha sido determinada a intimação do
acusado por edital, correrá também a partir do que ocorrer por último: intimação do
defensor ou último dia do edital.

✔ Se a sentença for proferida em audiência e o réu estiver presente, o prazo se iniciará


concomitantemente para ambos (acusado e seu defensor).

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Pressupostos subjetivos
Os pressupostos subjetivos são:
a) legitimidade; Nos termos do art. 577 do Código de Processo Penal podem recorrer:
i) o Ministério Público,
ii) o querelante, o réu/querelado, seu defensor ou procurador.
Além desses, pode também recorrer o assistente de acusação.
Se o réu recorre pessoalmente da decisão declarando sua intenção ao oficial de justiça ao
ser intimado da sentença, não pode seu defensor dele desistir contra a vontade do
assistido, devendo apresentar as razões do recurso. Por outro lado, se o acusado
manifesta intenção de não recorrer, mas seu defensor protocola o recurso, deve este ser
conhecido e julgado, prevalecendo a intenção daquele que tem conhecimentos técnicos e
está mais bem preparado para avaliar os benefícios de eventual recurso. Algumas pessoas
discordam dessa interpretação dizendo que o réu pode até desconstituir seu defensor,
contudo o Supremo Tribunal Federal pacificou a questão por meio da Súmula n. 705,
segundo a qual “a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta”.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Criminal: APR 10024151630332001
MG

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO


RECURSO - SÚMULA 705 DO STF - PREFACIAL REJEITADA - RECONHECIMENTO DA TENTATIVA -
INVERSÃO DA POSSE - ROUBO CONSUMADO - REDUÇÃO DA PENA AQUÉM DO MÍNIMO LEGAL -
INVIABILIDADE - SÚMULA 231 DO STJ E SÚMULA 43 DO TJMG - APLICAÇÃO DO SURSIS -
INVIABILIDADE.
A teor do Súmula 705, do STF, "a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a
assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta". O
crime de roubo tem sua configuração com a inversão da posse da res furtiva, retirando-se
esta da esfera de vigilância do ofendido, ainda que por curto lapso de tempo. A presença de
atenuante da confissão espontânea não possui o condão de reduzir a pena aquém do
mínimo legal, especialmente em atenção aos preceituados pelos tribunais pátrios -
Súmulas 231 e 43 do STJ e TJMG, respectivamente. Diante do quantum de pena, sendo estas
superiores a 02 (dois) anos, resta inviabilizada a aplicação do benefício do sursis.

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Hipóteses especiais de legitimidade recursal:

1) De acordo com o art. 598 do Código de Processo Penal, nos crimes de competência do
Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo
Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou, caso esteja morto, seu cônjuge,
ascendentes, descendentes ou irmãos poderão fazê-lo no prazo de 15 dias a contar do
término do prazo do Ministério Público, ainda que não estejam habilitados como
assistentes de acusação.

2) O habeas corpus pode ser interposto por qualquer pessoa.

3) Da decisão que inclui ou exclui jurado da lista geral qualquer do povo pode recorrer em
sentido estrito (arts. 439, parágrafo único, e 581, XIV).

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4) Quando o juiz decreta a quebra ou a perda de fiança prestada por terceiro em favor do
réu, aquele que a prestou pode recorrer em sentido estrito (art. 581, VII).

b) interesse.
O art. 577, parágrafo único, do Código de Processo Penal dispõe que só pode recorrer aquele
que tenha algum interesse na reforma ou modificação da decisão.

O interesse em recorrer, portanto, está ligado à ideia de sucumbência e prejuízo, ou seja,


diz respeito àquele que não obteve com a decisão judicial tudo o que pretendia.

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O Ministério Público possui regras próprias e pode recorrer em favor do réu/querelado;
porém, se houver recurso idêntico por parte da defesa, aquele interposto pelo Ministério
Público ficará prejudicado.

O Ministério Público não pode recorrer em prol do querelante na ação privada exclusiva,
pois, nesse caso, a legitimidade é somente do autor da referida ação penal.

Um acusado não pode recorrer pleiteando a condenação de corréu que foi absolvido,
exceto se for vítima do crime praticado por aquele.

Como é sabido, vigora o entendimento de que o pedido de absolvição feito pelo Ministério
Público em alegações finais não impede o Juiz de condenar, o que se fundamenta no art.
385 do CPP.

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Assim, caso o Ministério Público, após a instrução, perceba que é caso de absolvição, pode
postulá-la em alegações finais e, se for o caso, interpor recurso de apelação contra a
sentença condenatória.
Nesse esteio, se o Promotor de Justiça pode recorrer contra a sentença decorrente de
processo a que ele deu início (ação penal pública), com muito mais razão, pode interpor
apelação contra a sentença proferida contra o querelado, isto é, em ação penal privada, na
qual exerce um papel de “custos legis”, e não de parte acusadora.

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Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS - Apelação Criminal: APR 10273 MS
2005.010273-2

Ementa
APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTES - MOTORISTA QUE ABANDONA O VEÍCULO
COM ENTORPECENTE APÓS PERSEGUIÇÃO POLICIAL - RÉU QUE VENDEU O VEÍCULO A TERCEIRO
- IMPOSSIBILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO CORRETA DO COMPRADOR - POLICIAIS QUE NÃO
PROCEDEM AO RECONHECIMENTO PESSOAL - PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO FEITO PELO MP -
AUSÊNCIA DE PROVAS - PROVIDO.
A condenação não pode persistir se baseada em presunção e meras conjecturas, mormente
quando o próprio órgão acusador reconhece a insuficiência de provas e pede a absolvição
do réu.

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Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF: 0000081-61.2016.8.07.0019

“Ameaça. Violência doméstica. Provas. MP. Pedido de absolvição. Maus antecedentes. Limite
temporal. Detração.
1 - O Juiz não está vinculado ao pedido de absolvição feito pelo MP em alegações finais,
desde que a condenação, devidamente fundamentada, esteja embasada nas provas dos
autos.
2 - Nos crimes praticados em situação de violência doméstica e familiar, na maioria das
vezes sem a presença de testemunhas, a palavra da vítima tem especial relevância,
sobretudo quando corroborada pelas demais provas dos autos.
3 - Não existe, no ordenamento jurídico, limite temporal para que a condenação anterior
transitada em julgado seja considerada como maus antecedentes.

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4 - Se o réu é reincidente e portador de maus antecedentes, não se justifica fixar regime
mais gravoso do que seria observado apenas em razão da quantidade da pena, com
observância dos critérios previstos no art. 59 do CP, e consoante §§ 2º, c, e 3º do art. 33 do
CP.
5 - Apurado que o réu permaneceu preso provisoriamente por tempo superior à pena
fixada,feitaa detração penal, deve ser extinta a punibilidade, que pode ser declarada de
ofício, em qualquer fase do processo ( CP, art. 42 e CPP, art. 61).
6 - Apelação provida.”

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Previsão Legal

Objetivos Tempestividade

Observância das
Pressupostos formalidades
recursais legais

Legitimidade

Subjetivos
Interesse

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❑ Efeitos dos recursos

São quatro os possíveis efeitos recursais:

a) Devolutivo
É efeito comum a todos os recursos. Significa que a interposição reabre a possibilidade de
análise da questão combatida no recurso, mediante novo julgamento.

b) Suspensivo
Significa que a interposição de determinado recurso impede a eficácia (aplicabilidade) da
decisão recorrida.
Veja-se, porém, que a regra no processo penal é a não existência do efeito suspensivo.
Assim, um recurso somente terá tal efeito quando a lei expressamente o declarar.

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Tribunal Regional Federal da 1ª Região TRF-1 - MEDIDA CAUTELAR: MC 9440 AM
2001.01.00.009440-8

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CAUTELAR. ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO


CRIMINAL. IMPROCEDÊNCIA.
1 - Inexiste fumaça de bom direito no pleito de se atribuir efeito suspensivo a recurso
criminal que o não possui, porque a lei assim o não deferiu.
2 - Improcedência da ação.

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O MP pode impetrar mandado de segurança para obter efeito suspensivo em recurso?
O efeito suspensivo ocorre quando a decisão impugnada não pode ser executada enquanto
não julgado o recurso interposto. Ou seja, a decisão impugnada não produzirá efeitos
enquanto pendente um recurso contra ela.
Ocorre que alguns recursos são recebidos apenas no efeito devolutivo, como é o caso do
recurso em sentido estrito, que, como regra, não possui efeito suspensivo (art. 581 do
Código de Processo Penal), salvo nos casos do art. 584 do CPP
Há, assim, muitos casos em que se utiliza o recurso em sentido estrito, mas não há efeito
suspensivo.
Exemplos: a interposição contra o não recebimento da denúncia ou da queixa, contra a
decisão que conceder fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la,
conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante, decretar a prescrição ou
julgar, por outro modo, extinta a punibilidade, conceder a ordem de “habeas corpus” (no
primeiro grau), anular o processo da instrução criminal etc.

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Mandado de Segurança - Cr: MS
10000190701409000 MG

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - IRRESIGNAÇÃO MINISTERIAL - CONCESSÃO DE EFEITO


SUSPENSIVO À RECURSO CRIMINAL - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 604 DO STJ - AUSÊNCIA DE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO - RESTABELECIMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA DO ACUSADO -
IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA - FEITO INDEFERIDO LIMINARMENTE. - 1.
Nos termos da Súmula 604 do Superior Tribunal de Justiça, o mandado de segurança não
se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério
Público. Além disso, o mandamus não se mostra a via adequada para o restabelecimento
da prisão preventiva que foi revogada em sede de sentença penal, sobretudo diante da
existência de recurso próprio para a análise de questões desta natureza.
2. Conforme preconiza o art. 10 da Lei 12016/09, a inicial será desde logo indeferida, por
decisão motivada, quando não for o caso de Mandado de Segurança.

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Nesses casos, como o recurso não possui efeito suspensivo, muitas vezes o Ministério
Público se utiliza da impetração de mandado de segurança. No caso do recurso em sentido
estrito contra a decisão que revogou a prisão preventiva, por exemplo, o mandado de
segurança teria a finalidade de obter o efeito suspensivo e, por conseguinte, manter o réu
preso.
No entanto, de acordo com a nova súmula do STJ (nº 604), “mandado de segurança não se
presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério
Público.”
A referida súmula é a consolidação de entendimentos já firmados pelo STJ, tendo o
desiderato de pacificar a questão nos juízos de primeiro grau, nos Tribunais de Justiça e
nos Tribunais Regionais Federais.
Nesse caso, a opção do Ministério Público seria utilizar-se do recurso adequado ao caso e,
liminarmente, requerer que o relator atribua efeito suspensivo.

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Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO EM HABEAS CORPUS: RHC 131.111 PB
2020/0181845-0 - Decisão Monocrática

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.


PRISÃO PREVENTIVA. PRISÃO DOMICILIAR NOS TERMOS DA RECOMENDAÇÃO N. 62/20 DO CNJ.
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. EXTENSÃO DOS EFEITOS DO RHC N. 120.739/PB. ART. 580 DO CPP.
IMPOSSIBILIDADE. DIVERSIDADE DE SITUAÇÕES PROCESSUAIS. EXCESSO DE PRAZO NA
FORMAÇÃO DA CULPA. NÃO CONFIGURAÇÃO. INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. RÉU QUE NÃO
CUMPRIU SEQUER 1/3 (UM TERÇO) DA PENA MÍNIMA COMINADA AOS DELITOS QUE LHE SÃO
IMPUTADOS. IMPOSSIBILIDADE DE MITIGAÇÃO DA SÚMULA N. 52/STJ. RECURSO DESPROVIDO.

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Decisão:

A Defesa impetrou o writ originário, buscando: i) aplicação de efeito extensivo ao


provimento do RHC n. 120.739/PB pelo Superior Tribunal de Justiça, que relaxou a prisão
preventiva do corréu JOSÉ MONTEIRO AZEVEDO; ii) revogação da custódia cautelar por
excesso de prazo para formação da culpa e, alternativamente; iii) concessão de prisão
domiciliar, em decorrência da pandemia da Covid-19.

A Corte a quo não conheceu da ordem em relação aos pedidos de aplicação de efeito
extensivo de decisão deste Superior Tribunal de Justiça e de substituição da prisão
preventiva por domiciliar em decorrência da Covid-19. Na parte conhecida, denegou a
ordem no tocante ao pedido de revogação da prisão, por excesso de prazo, ante o
encerramento da instrução criminal.

O acórdão foi assim ementado (fl. 74):

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Por derradeiro, a decisão abaixo demonstra que o entendimento firmado na súmula 604 do
STJ já vinha sendo aplicado há bastante tempo:

[…] É firme o entendimento jurisprudencial deste Superior Tribunal de Justiça no sentido de


que é incabível mandado de segurança para atribuir efeito suspensivo a recurso em
sentido estrito de decisão concessiva de liberdade provisória. […] (STJ, Sexta Turma, HC
45.830/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 29/11/2005)

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c) Regressivo
A interposição faz com que o próprio juiz prolator da decisão tenha de reapreciar a matéria,
mantendo-a ou reformando-a, total ou parcialmente.
Poucos recursos possuem o efeito regressivo, por exemplo, podemos citar o recurso em
sentido estrito (art. 589 do CPP) e os embargos de declaração (arts. 382 e 619 do CPP).

d) Extensivo
De acordo com o art. 580 do Código de Processo Penal, havendo dois ou mais réus, com
idêntica situação processual e fática, se apenas um deles recorrer e obtiver benefício, será
este aplicado também aos demais que não impugnaram a sentença ou decisão.
Ex.: João e José são condenados por terem cometido furto qualificado pela escalada.
Somente João recorre e o Tribunal entende que o portão que eles pularam é de pequeno
porte, o que não configura a qualificadora, de modo que desclassifica o crime para furto
simples em relação a João e estende o benefício a José, que não havia apelado.

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Esse efeito, evidentemente, não se aplica quando se trata de circunstância de caráter
pessoal.
Ex.: Paulo e Pedro cometem um crime e recebem pena acima do mínimo legal. Pedro recorre
e obtém uma redução da pena por ser maior de 70 anos na data da sentença (atenuante
genérica). Como Paulo possuía 30 anos na data da sentença, não poderá ser beneficiado.

Alega-se, em síntese, violação do art. 580 do Código Penal, visto que "deverá ser empregado
o efeito extensivo dos recursos no processo penal, que prevê que no caso de concurso de
agentes, a decisão proferida que beneficia um, beneficiará aos demais, se a questão
envolvida for de caráter objetivo" e, na espécie, "houve a extinção de punibilidade para
apenas para um dos condenados (...) e não houve reconhecimento da prescrição para
Recorrente, sem qualquer fundamentação legal que justifique tal diferenciação. Pleiteia a
atribuição de efeito suspensivo ao recurso.
(TRF-3 00030109520164036103, Data de Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA: 15/01/2020)

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Efeitos possíveis dos recursos

Devolutivo Suspensivo Regressivo Extensivo

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▪ Reformatio in pejus
O art. 617 do Código de Processo Penal veda a denominada reformatio in pejus, ou seja,
havendo recurso apenas por parte da defesa, o tribunal não pode proferir decisão que
torne mais gravosa sua situação, ainda que haja erro evidente na sentença, como, por
exemplo, pena fixada abaixo do mínimo legal.
De acordo com o referido dispositivo, “o tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser
agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”, razão pela qual
poderá a instância recursal, mesmo na hipótese de recurso exclusivo da defesa,
atribuir ao fato descrito na denúncia definição jurídica diversa e, ainda, reconhecer
agravantes e circunstâncias judiciais desfavoráveis ao réu, sempre observando, no
entanto, a impossibilidade de agravar a pena aplicada em primeiro grau.

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Sobre a possibilidade de reestruturação, pela instância recursal ordinária, das
circunstâncias desfavoráveis ao acusado, confira-se a orientação do Superior Tribunal de
Justiça:
“A proibição de reforma para pior garante ao recorrente, na espécie ora versada, o direito de
não ter sua situação agravada, direta ou indiretamente. Não obsta, entretanto, que o
tribunal, para dizer o direito — exercendo, portanto, sua soberana função de juris dictio —
encontre motivação própria, respeitada, insisto, a imputação deduzida pelo órgão de
acusação, a extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites da pena imposta no
juízo de origem” (STJ — HC 304.886/SP — 6ª Turma — Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz —
julgado em 24.02.2015 — DJe 07.04.2015)

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O Supremo Tribunal Federal também já adotou essa orientação:
“A jurisprudência contemporânea da Corte é assente no sentido de que o efeito devolutivo
da apelação, ainda que em recurso exclusivo da defesa, ‘autoriza o Tribunal a rever os
critérios de individualização definidos na sentença penal condenatória para manter ou
reduzir a pena, limitado tão somente pelo teor da acusação e pela prova produzida’ (HC nº
106.113/MT, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 1º.02.2012)” (STF — HC
137.528 — 2ª Turma — Rel. Min. Dias Toffoli — julgado em 13.06.2017 — DJe-247 — divulg.
26.10.2017 — public. 27.10.2017).

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Decisão da Corte Suprema em sentido contrário:
“Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Apelação exclusiva da defesa. Dosimetria da
pena. Configuração de reformatio in pejus, nos termos do art. 617, CPP. A pena fixada não
é o único efeito que baliza a condenação, devendo ser consideradas outras
circunstâncias, além da quantidade final de pena imposta, para verificação de existência
de reformatio in pejus. Exame qualitativo. 3. O aumento da pena-base mediante
reconhecimento de circunstâncias desfavoráveis não previstas na sentença monocrática
gera reformatio in pejus, ainda que a pena definitiva seja igual ou inferior à
anteriormente fixada. Interpretação sistemática do art. 617 do CPP. 4. Recurso provido
para que seja refeita a dosimetria da pena em segunda instância” (STF — RHC
126.763/MS — Rel. p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes — 2ª Turma — julgado em 01.09.2015 —
DJe-018 01.02.2016).

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▪ Reformatio in mellius
Apesar de pequenas divergências, entende-se que, se o recurso for exclusivo da acusação
(Ministério Público ou querelante), o tribunal pode reconhecer e aplicar ao réu reprimenda
mais benéfica em relação àquela constante da sentença, na medida em que o art. 617 só
proíbe a reformatio in pejus
Ex.: réu condenado à pena de 1 ano de reclusão, que não recorre. O Ministério Público apela
visando aumentar a pena. O tribunal pode absolver o acusado por entender que não
existem provas suficientes.

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Na jurisprudência, veja-se o seguinte julgado:
“Processual penal. Reformatio in mellius. Admissibilidade em doutrina. O recurso de
apelação do Ministério Público devolve ao Tribunal o exame de mérito e da prova. Nessas
circunstâncias, se o tribunal - verifica que houve erro na condenação ou na dosimetria da
pena, não está impedido de corrigi-lo, em favor do réu, ante o que dispõe o art. 617, do CPP,
que somente veda a reformatio in pejus, não a reformatio in mellius. Argumentos de lógica
formal não devem ser utilizados, na justiça criminal, para homologar erros ou excessos. E
não é razoável remeter-se, na hipótese, o interessado para uma revisão criminal de
desfecho provavelmente tardio, após cumprida a pena, com prejuízos para o indivíduo e
para o Estado: aquele pela perda da liberdade, a este pela obrigação de reparar o dano (art.
630, do CPP). Recurso especial do Ministério Público conhecido pela divergência
jurisprudencial, mas improvido” (STJ — REsp 2.804/SP — 5ª Turma — Rel. Min. Assis Toledo
— DJ 06.08.1990 — p. 7.347).

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Júri e reformatio in pejus

É um despropósito, além de profundamente injusto, que o acusado possa ser agravado em


sua situação penal como decorrência de seu próprio recurso.
O efeito objetivado através de todo e qualquer recurso é sempre "para melhor", nunca "para
pior". O interesse em recorrer pressupõe benefício a alcançar.
E a regra proibitiva da "reformatio in pejus indireta" tem sido sistematicamente respeitada.
Mas, quando se trata de julgamento do Tribunal do Júri e não do juiz singular ou do
segundo grau, os Tribunais, com a chancela da doutrina, não a aplicam, pois entendem
proeminente o princípio constitucional da "soberania dos veredictos" (RT 596/327), embora
sempre deixem expresso que o Juiz-Presidente, no segundo julgamento, e em face de
idêntico veredicto, não pode fixar a pena em "quantum" superior ao estipulado primeiro
(STF, HC. 66274-RJ - RTJ 127/561).

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a) STF:

"REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA. Tratando-se de preceito decorrente da lei ordinária (CPP,


art. 617), a vedação da "reformatio in pejus" indireta não se aplica às decisões do Tribunal
do Júri, cuja soberania assenta na própria Constituição Federal (art. 5º, XXXVIII). Habeas
Corpus nº 73367/MG, STF, Rel. Min. Celso De Mello, j. 12.03.96, Informativo STF, 15.03.96, nº
23).

b) STJ:
"PROCESSO PENAL. JÚRI. QUESITO. NULIDADE. REFORMATIO IN PEJUS. Inviabilidade da
aplicação do princípio da reformatio in pejus indireta nos julgamentos proferidos pelo
Tribunal do Júri, em face da soberania de suas decisões. Precedentes desta Corte e do STF".
(Recurso Especial nº 76541/DF, Rel. Min. Fernando Gonçalves, j. 22.04.97, un., DJU 19.05.97, p.
20.686).

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Da doutrina:

"Assim, anulado o Júri, em novo julgamento, os jurados poderão proferir qualquer decisão,
ainda que mais gravosa ao acusado. Por exemplo, no primeiro julgamento o réu foi
condenado por homicídio simples, ficando afastadas as qualificadoras; anulado o Júri, em
virtude de recurso da defesa, poderá agora haver condenação até mesmo por homicídio
qualificado, em face do princípio maior da soberania (os jurados estão livres para
votar)"(Curso de Processo Penal, pág. 371).

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