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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Roberto Rosio


Aula: 02 | Data: 16/04/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

NORMAS FUNDAMENTAIS e PRINCÍPIOS


2. Normas Fundamentais de Processo Civil
2.2. Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito
2.3. Princípio da Cooperação
2.4. Princípio do Efetivo Contraditório
3. Norma Processual e sua Aplicação
4. Direito Intertemporal

NORMAS FUNDAMENTAIS e PRINCÍPIOS

2. Normas Fundamentais de Processo Civil

2.2. Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito

Ex.: poder do Relator no recurso.

Art. 932 do Código de Processo Civil - Incumbe ao relator:


(...)
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o
relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que
seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.

Ex.: possibilidade de retratação do Juiz na apelação de sentença terminativa.

Art. 485 do Código de Processo Civil - O juiz não resolverá o mérito


quando:
(...)
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os
incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.

Ex.: saneamento de vício recursal nos Tribunais Superiores.

Art. 1.029 do Código de Processo Civil - O recurso extraordinário e o


recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão
interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal
recorrido, em petições distintas que conterão:
(...)
§ 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça
poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou
determinar sua correção, desde que não o repute grave.

PROCURADORIAS
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a prova do feriado local deve ser feita na interposição do Recurso
Especial, sob pena de intempestividade.

2.3. Princípio da Cooperação

Art. 6o do Código de Processo Civil - Todos os sujeitos do processo


devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável,
decisão de mérito justa e efetiva.

O modelo de legislação processual pode ser publicista ou adversarial, ambos nitidamente antagônicos.

Art. 5o do Código de Processo Civil - Aquele que de qualquer forma


participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.

Sob o ângulo publicista, o protagonista do processo é o Juiz, de forma inquestionável.

Segundo a lógica adversarial, os protagonistas do processo são as partes, de forma inquestionável pelo Juiz.

O atual CPC inaugura um modelo cooperativo de processo, que representa um misto dos modelos anteriormente
expostos, calcado na boa-fé objetiva como modelo de comportamento imposto a todos os sujeitos processuais,
inclusive o Juiz.

Ex.: Juiz que instrui por 12 anos o processo e, ao final, extingue-o sem resolução do mérito por ilegitimidade de
parte.

Ex.: O recurso interposto antes do prazo dispensa ratificação porque a realização do ato processual antes mesmo
do termo inicial do prazo reflete manifestação da boa-fé direcionada à célere prestação jurisdicional.

2.4. Princípio do Efetivo Contraditório

Art. 7o do Código de Processo Civil - É assegurada às partes paridade


de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório.

Art. 9o do Código de Processo Civil - Não se proferirá decisão contra


uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II
e III;
III - à decisão prevista no art. 701.

Art. 10 do Código de Processo Civil - O juiz não pode decidir, em grau


algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

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É a isonomia ou paridade de armas.

Art. 139 do Código de Processo Civil - O juiz dirigirá o processo


conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
(...)
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo
a conferir maior efetividade à tutela do direito;

O princípio do contraditório, segundo Alexandre de Freitas Câmara, é (a) dar ciência ao réu da existência de um
processo e aos litigantes tudo o que se passa e (b) permitir com que as partes se manifestem.

É a junção perfeita da informação do processo e da possibilidade de se manifestar.

Observação: a doutrina moderna acrescentou a esse conceito o poder de influenciar na decisão (Leonardo
Greco).
Ex.: sustentação oral em que Desembargador dormiu.
Ex.: realização de alegações finais orais em que o Juiz não presta atenção e já tem minuta de sentença pronta (art.
385 do CPC).

Observação: o art. 9º do Código de Processo Civil afirma que não se proferirá decisão sem que antes ela seja
previamente ouvida, salvo tutela de urgência (cautelar de separação de corpos em contexto de violência
doméstica e familiar contra a mulher), tutelas de evidência liminares e a tutela monitória.

Observação: o Juiz não pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, sobre fundamento sem que antes tenha
dado às partes a oportunidade de se manifestar, ainda que a matéria seja reconhecível de ofício (art. 10 do CPC,
princípio da vedação da decisão surpresa).

Ex.: Prescrição.

3. Norma Processual e sua Aplicação

O art. 15 do CPC afirma que as normas do CPC serão aplicadas supletiva e subsidiariamente aos processos
eleitorais, administrativos e trabalhistas.

4. Direito Intertemporal

O art. 14 do CPC assevera que as normas processuais não retroagirão e serão aplicáveis imediatamente aos
processos em curso (Teoria do Isolamento dos Atos Processuais).

Observação: os processos iniciados nos inexistentes rito sumário e especial seguirão com validade se ainda não
sentenciados.

Observação 2: o Novo CPC só se aplica às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir de sua vigência
(art. 1.047 do CPC).

Ex.: sistema presidencial de inquirição de testemunhas atualmente inexistente.

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