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Trabalho Apresentado ao Curso de Direito, 1° Semestre - Anhanguera

Itapeva.
Teoria Jurídica do Direito Penal
Suelen do Amaral Nascimento

O crime é um ato típico, ilícito e culpável, resultante de um conjunto de ações chamado


ITER CRIMINIS, que são as fases do crime, a sequência de ações que contribuem
para a prática do delito. Segundo a doutrina majoritária existem quatro fases do crime,
a cogitação, preparação, execução e consumação, essas são as etapas
reconhecidas, existe ainda a fase do exaurimento, essa fase, porém, não se enquadra
no iter criminis, pois se trata de uma fase pós crime, portanto não faz parte das etapas
pré execução e consumação. O ato criminoso nem sempre percorre todas as etapas
do iter criminis.

A fase da cogitação é quando o agente pretende praticar o ato ilícito e começa a


analisar de forma interna, sem demonstrar sua intenção, essa é a etapa do
pensamento, nesse momento ainda não há crime e, portanto, não pode ser
penalizado, essa fase sempre está presente nos crimes dolosos, quando há intenção,
nesse caso o agente age de forma premeditada.

A preparação consiste em conseguir meios para a realização do que foi planejado na


fase anterior, essa preparação que antecede a execução também não é penalizada,
pois ainda não houve nenhuma ação ofensiva ao bem jurídico tutelado, salvo caso
expresso em lei, como é o caso de atos preparatórios para terrorismo, nesse caso
pode se antecipar a tutela penal, porque é a preparação para um ato contra a paz
pública.

A execução é penalizada em todos os casos, mesmo que resulte apenas na tentativa,


o agente será penalizado como se o crime tivesse sido consumado, com diminuição
da pena de um a dois terços. A teoria objetivo formal entende que a execução se da
com a pratica efetiva, por exemplo, no caso de um homicídio com arma de fogo, o
momento do disparo seria o início da execução, segundo a teoria objetivo material a
execução tem início com o final da preparação, usando o mesmo exemplo, no objetivo
material reconhece- se o momento do saque da arma como já sendo parte da fase
executória, existe também o objetivo individual que compreende essa fase como o
momento que o agente caminha para exteriorizar sua intenção com a execução do
ato criminoso.

A última fase do iter criminis é a da consumação, ou seja, a conclusão do crime, o


momento em que o verbo é concretizado, por exemplo, se a intenção do agente era
matar uma pessoa, ele o faz e obtém sucesso em seu ato, tudo que foi planejado na
fase da cogitação, se realiza. Essa etapa é penalizada pois ofende de forma direta um
bem jurídico tutelado.

O exaurimento não pertence ao iter criminis, mas faz parte do pós crime, pois o crime
já estando consumado, mesmo que o agente não realize novas práticas para ofender
o bem jurídico, aquele ato, continua a produzir efeito danosos a vítima, mas não são
todos os crimes que se exaurem, apenas os crimes formais que o exaurimento tem
relevância jurídica, pois podem agravar a pena.

Dado o boletim de ocorrência que trata de um caso de Furto tentado a um


estabelecimento de ensino, durante o período noturno, tentativa realizada com
concurso de pessoas, ação pretendia efetuar o Furto de uma carga de notebooks,
avaliada em R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), seguindo as fases do iter criminis,
a primeira etapa foi realizado pelo mandante do crime que segundo o boletim tem
indícios de ser Matheus de Souza Germano que, cogitou e planejou o crime, concluída
a primeira etapa, procurou meios para realizar o crime, que nessa situação foram os
aliados que encontrou, que agiram como participes do crime, são eles: Rafael
Fortunato dos Santos e Michel Mariano Marcolino Vieira Nadorne, também nessa fase
preparatória entra o pé de cabra que estava com Matheus e os veículos utilizados
para o transporte deles até o local, caso esse crime fosse consumado. A fase da
execução, levando em consideração a teoria do objetivo individual se dá quando
adentram o veículo com intenção de se dirigir ao local do crime. Não existe
consumação nesse caso, pois o crime foi interrompido pela abordagem policial, que
apreendeu um dos veículos utilizados e os aparelhos celulares dos participes para
investigação dos fatos.

Esse caso não se trata de um crime, pois o agente não conseguiu lograr êxito em seu
plano e as ações anteriores não constitui crime. Mesmo tendo seguido as fases do iter
criminis, a infração não se consumou, por circunstâncias alheias a vontade do agente,
uma vez que, o motivo da não realização plena do ato ilícito, se dá por razão da
abordagem policial, algo que não foi previsto pelo agente, mesmo este tendo traçado
um plano para a realização do delito. Dessa forma não existe crime, pois mesmo tendo
indícios claros que eles estavam ali para realização de algum ato ilícito, a preparação
para a fase executória não infringiu nenhuma lei, a única coisa que pode ser feito
nesse caso é a investigação para descobrir se o grupo pertence a uma possível
quadrilha que tenham cometido algum crime anterior.

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