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Tentativa

03/05/2023 13:09

• Não vem comparticipação na frequência nem o que ele deixar de fora da tentativa

TENTATIVA
• Comissão do crime- forma de responsabilidade penal que não segue a aplicação linear da teoria do crime. É especial pq. Na tentativa, o crime não se consumou- os crimes na
parte especial não se conseguem aplicar pq falta algum requisito, nomeadamente a imputação subjetiva. Se não houvesse um regime legal específico- ART. 22 e 23- seria
impossível imputar estes atos
• PQ punir as tentativas-
○ Teorias objetivas- justificam com base na ideia de que o ato tentado já coloca em perigo o bem jurídico. O dp já está legitimado e obrigado a intervir- também pelo pr da
culpa
§ Criticas- desinteressam-se do estado psicológico do agente, p.e acidentes
○ Subjetivas- não na perigosidade objetiva do ato mas na decisão do agente de praticar o crime- o animus delituoso justificaria a punição do agente- não se tolera pessoas
que pretendam violar normas
§ Qualquer decisão criminosa podia ser punida, desconsidera o plano objetivo- uma tentativa sem ato objetivamente perigoso, uma tentativa impossível, seria tudo
punível
§ MFP afasta esta teoria pelo princípio da legalidade, já que intenção não chega para punir o agente, o facto tem de ter sido adequado a produzir o resultado
○ Terceira via atual- Teoria da impressão do perigo/ Conceção final-objetiva
§ Conjuga as duas
§ O que fundamenta a necessidade de punir o crime na forma tentada é a observação de que foi praticado um ato relativamente ao qual a comunidade sente que vai
afetar o bem jurídico
§ Densificação
□ Procura um ato potencialmente perigoso, a potencia para atingir o bem jurídico
□ Tenta interpretar o sentido do ato tendo em conta o plano do agente- se esse plano era praticar o crime, então está preenchido o fundamento. p.e se eu coloco a
escada na parede da casa do B para roubar a TV que está no quarto, e a minha intenção é roubar a tv, o ato é perigoso; se fosse p.e para fazer arranjos nos canos,
n era
® O plano do autor permite demonstrar que Àqueles atos seguir-se-iam atos causais diretos. O seu plano é meio de interpretação do significado objetivo
comum do agente, aferível por qualquer pessoa, segundo experiência comum
§ MFP- potencialidade objetiva do ato + intenção do agente
○ MFP- é a realização incompleta do facto típico doloso; levanta-se a questão em sede de Imputação objetiva, quando não conexão entre o comportamento do agente e o
resultado típico verificado, ou quando não há resultado
○ Não é uma extensão da tipicidade- já está incluída na ação típica, o agente comete um crime de tentativa; apenas se estende a punibilidade, e não é em todos os
casos, apenas nos previstos em leis
○ Não há, aqui, desvalor do resultado, porque o agente não pode ser imputado pelo mesmo (MFP- há, mas é não pleno, há apenas a criação do perigo), mas há desvalor
da ação- neste caso, analisamos os atos de execução (ART. 22º) já praticados pelo agente para avaliar o desvalor objetivo; para avaliar o desvalor subjetivo temos de
tentar identificar uma decisão do agente no sentido da prática do facto típico- tem de haver dolo
○ Em Portugal- Posição mista- art 22º/1 fala em atos de execução, objetivamente perigosos, mas fala também numa decisão de cometer o crime, que vem sendo
interpretada como equivalendo à existência de dolo
• Requisitos objetivos e subjetivos para podermos estar perante uma tentativa
○ Objetivos
§ Crime não consumado é o mais obvio
§ Requisito objetivo- Decisão de praticar o crime
□ FD+ Roxin-
® o tipo subjetivo de ilícito da tentativa é o mesmo que o do crime consumado.
® À decisão de cometer um crime pertence assim a totalidade das exigências típicas subjetivas:
◊ o dolo dirigido à realização objetiva (dolo do tipo)
} Tentativa Negligente
– Eduardo Correia- Tenta construir o conceito de tentativa independentemente da existência de uma decisão criminosa.
– Doutrina maioritária- Não existem Tentativas Negligentes. Uma Tentativa Negligente constitui uma verdadeira Contraditio in adjeto:
w Quem tenta alguma coisa é porque decidiu realizá-la;
w Aferir da ilicitude da tentativa exclusivamente na base da criação de um perigo conduziria a renunciar à tipicidade da ilicitude e à
determinação do tipo de ilícito verificado.
w Claro que é possível a colocação não dolosa em perigo de bens jurídicos alheios: mas isso não constitui tentativa.
} Tentativa com Dolo Eventual
– Faria Costa- A decisão criminosa em causa na Tentativa só poderia ser imputada ao agente nos quadros do Dolo Direto, mesmo sob a sua
forma mais estrita, a da intenção. Isto porque não há ainda uma decisão consolidada, o agente está apenas a conformar-se que algo noa se vai
verificar, não há uma decisão
– Doutrina maioritária e Jurisprudência portuguesa dominante + FD + MFP- Não aceita esta restrição. Não existe nenhuma incompatibilidade
lógica e dogmática entre o tentar cometer um facto doloso e a representação da realização apenas como possível, conformando-se o agente
com ela. Deve concluir-se que, tal como, em geral, no delito consumado, na tentativa o dolo pode assumir qualquer uma das suas formas:
intencional, necessária ou eventual
◊ Eventualmente especiais elementos subjetivos que a lei requeira no caso
® Uma decisão pelo facto existe logo que os motivos que empurram para o cometimento do delito alcançaram predominância sobre as representações
inibidoras, mesmo também quando possam restar ainda últimas dúvidas. Na verdade: se neste estádio da motivação o agente dá início à execução, mas se
vê como possa pôr-se em questão a existência de uma decisão pelo facto

§ Requisito objetivo- Praticar atos de execução (expressão dessa decisão)- ART. 22º
□ Atos de execução- ART. 22º utiliza a expressão para descrever o inicio da tentativa, por forma a podermos identificar o momento em que começa a análise da
possibilidade de responsabilidade penal, que é quando o DP está legitimado a intervir. Que ato é este?
® Teorias formais objetivas
◊ Muito agarradas ao formalismo do desenho típico do crime em causa- o ato em execução já deve preencher a descrição típica do crime. Se houver
correspondência entre o comportamento e pelo menos uma parte do tipo de ilícito, já ato de execução
◊ Funcionam muito mal perante crimes de execução livre- descrito por via de um comportamento proibido que admite qualquer modalidade de
execução, p.e crime de homicídio. O legislador não descreve pq quer punir todas, independentemente da forma como o faço, v. de execução vinculada-
o legislador especifica a forma de praticar o crime para preencher o tipo de ilícito, p.e crime de burla- tem de ser por meio enganoso. Funcionam mal
porque, dependendo do que o legislador escreveu, se ele nada diz, não se consegue fazer conexão entre o comportamento e o tipo ilícito de crime
® Teorias materiais objetivas
◊ Consideram todos os comportamentos que já sejam percebidos como execução do crime, deixando de lado o formalismo excessivo
◊ Olham para o ato em causa e tentam perceber se já é percetível que aquele ato já é a prática do crime
◊ Olham para a qualidade do ato
} O comportamento é adequado a causar o resultado proibido?
} Ou, não o sendo, é um comportamento imediatamente anterior a um que será adequado a fazê-lo (ideia de perigo iminente, diferença entre
atualidade e iminência- a agressão não é atual, mas está prestes a iniciar-se)
◊ FD- conexão de perigo típico, ou seja, existência de um ato temporalmente muito próximo do ato que vai causar o resultado, + proximidade típica- o
ato que já preenche o elemento típico, ou é imediatamente prévio ao ato que o fará
® ART. 22º/2 define o ato por 3 critérios:
◊ Al. a) modalidade formal de atos de execução (Acolheu a teoria formalista), que diz que eles têm de preencher um elemento constitutivo do tipo de
crime.
} Pela forma como está redigida, e em relação com as debaixo, esta al aplica-se aos crimes de execução vinculada (Que descrevem concretamente o
tipo de ilícito e o comportamento necessário para o preencher), p.e crime de burla o comportamento do agente é forma de iniciar o meio de erro
ou engano sobre factos provocados? Ou outro qualquer elemento do tipo constitutivo de crime. Se sim, já há tentativa de burla
} Aplica-se a todos os crimes cujo comportamento típico contem uma descrição do ato proibido- dos atos de execução- basta ter elemento
vinculado, não tem de ser crime vinculado, p.e furto qualificado por introdução do domicílio- a introdução do domicílio é elemento vinculado do
tipo, se não se verificar, não é possível cometer o crime; já o de furto é de execução livre
} Comp imediatamente anterior ao constitutivo do perigo já é ato de execução
◊ Al. b) e c) consagram a teoria material- exigem, não correspondência formal, mas uma analise à qualidade do comportamento e o que é que ele diz em
relação à potencialidade de perigo para o bem jurídico. Distinção entre elas:
} Al. b) todos os atos de execução adequados, idóneos a produzir o resultado típico.
– Esta alínea é adequada a punir tentativas de crimes de execução livre, que podem levar à produção do resultado típico de diversas formas-
todos os atos suscetíveis de produzir o resultado típico, apesar de não preencherem os elementos do tipo de ilícito, serão considerados atos
de execução
– Quais são? Podemos aplicar a teoria da causalidade adequada da imputação objetiva- se A aponta arma a B, não é idóneo a produzir o
resultado proibido, porque ninguém morre com aquilo. Pode morrer com o disparo, aqui premir o gatilho seria um ato de execução, porque o
meu ato dava para produzir o resultado típico- acontece que falhou, ou não o matou
– A tentativa já está acabada, só que por alguma razão falhou algo
– Muitas vezes o início da execução do crime pode coincidir com o início em que o agente pode exercer legítima defesa
} Al. c) Ato imediatamente anterior ao da al. b), comportamento que, do ponto de vista da perceção social e por juizo ex ante, será o imediatamente
anterior ao ato adequado a causar o resultado- apontar a arma, prévio ao premir do gatilho, é socialmente visto como ato prévio a disparar a
arma, já é um ato de execução.
– São atos que, não sendo idóneos a produção do resultado, são já interferentes na esfera jurídica da vítima ao ponto de, através de juizo ex-
ante, se considerar que por perceção social, é o ato imediatamente anterior ao da al. b)- proximidade temporal, te tal forma que já é
abrangido pela zona cinzenta do ato típico
– Exige-se aqui que tenha já havido interferência com a esfera jurídica da vítima ao ponto de criar um perigo para o bem jurídico
– Não pode ser um ato que, por si só, não produz o resultado
– Tem de haver uma impressão de que o bem jurídico, com este ato, já está inseguro
– Proximidade temporal muito estreita, e típica- o comportamento está tao perto que já é ensombrado pelo ato típico
® Todos os atos anteriores ao ato da execução, mesmo que sejam animados pela intenção de praticar o crime, não são puníveis- são atos preparatórios (ART.
21º), não de execução- é um ato tão distante da consumação do crime que ainda nem consubstancia um risco para o bem jurídico, mais do que isso, ainda
há tempo para o agente voltar atras e se realinhar com o direito- se o fizer, não será punido- ART. 21º, com algumas exceções, nas quais a consumação é tao
perigosa- p.e. ART. 271º, contrafação de moeda, etc.- considerando a dificuldade de por fim ao crime, os atos preparatórios são suficientes para por o bem
jurídico em risco; crimes de terrorismo também, porque as consequências são tão graves que mais vale prevenir que remediar. Fora disso, nunca atos
preparatórios são puníveis
§ p.e A quer matar B, aponta a arma. Já há tentativa? Se premir o gatilho e a bala n sai? E se ele ainda só foi a loja comprar a arma?; p.e 2- A que assaltar a casa de B,
monta a escada para entrar pela janela. Por a escada é tentativa de furto? Estar a meio dela? Abrir a janela?
• Nem todas as tentativas são puníveis- pode haver ato de execução, decisão de prática do crime, não ter sido consumado, e ainda assim o agente não ser punido
○ A resposta está no 23, que faz depender a punibilidade de outras 3 circunstâncias:
§ O crime tem de ter pena superior a 3 anos
§ OU está especialmente previsto no tipo de crime a tentativa- tentativa de homicídio, p.e
§ É necessário que a tentativa não tenha sido manifestamente impossível- ART. 23º/3 refere-se a dois tipos de situações. Já temos um ato de execução, mas
constatamos que:
□ Ineptidão do meio- O agente tenta executar o crime, mas escolhe o meio errado, que nunca produziria aquele resultado, p.e achava que tinha uma arma de fogo
que era a brincar
□ O agente dirigiu o ato de execução a um objeto inexistente- tentativa de homicídio contra pessoa já morta- o objeto necessário para a consumação do crime de
homicídio é uma pessoa vida- daquele disparo naquela direção não era possivel produzir o resultado típico
• Tentativas (NÃO MANIFESTAMENTE) Impossíveis- podem ser punidas. Com que critério?
○ FD- teoria da aparência do perigo- nas tentativas impossíveis, o bem jurídico nunca esteve em perigo, v. tentativa possível.
§ A necessidade de punir a tentativa funda-se, entao, na aparência- o agente ter levado a cabo o ato de execução causa na sociedade uma aparência de perigo para o
bem jurídico que justifica a tutela- se eu entrar num cinema com uma arma falsa e começar a ameaçar, cria a sensação de perigo
§ Juizo ex ante, sem conhecimento do agente, o juiz como observador externo, achar que o ato coloca em perigo bens jurídicos seus ou de terceiros, há uma tentativa
impossível punível
§ Não será punível quando do juízo ex ante seja percetível para o observador externo que aquele ato nunca na vida seria suscetível de causar o resultado- ele não sente
medo. p.e em vez de arma trazer uma bisnaga
○ MFP- o DP não tutela aparências. Discorda de FD
§ O fundamento encontra-se outro requisito- potencialidade objetiva de perigo equivalente à da tentativa possível. Se, não obstante impossível, teve muito próximo de
ser possível, é punível.
§ Distingue tentativas absolutamente impossíveis- em nenhuma configuração possível do evento o resultado se poderia produzir, p.e matar quem já está morto v.
relativamente impossíveis- temos um comportamento que, não tendo levado ao resultado, e sendo impossível levar ao resultado, num universo paralelo podia ter
causado um resultado proibido, por ser, em abstrato, suscetível de provocar o resultado típico- a arma será sempre possível. p.e A dispara contra B mas a arma
encrava e a bala nunca é disparada. Por ineptidão do meio, aquele comportamento nunca atingiria o resultado, a morte do agente. Mas numa construção alternativa,
sem alterar a situação de facto, é equacionável que a arma não tivesse encravado, e aí o bem jurídico já seria afetado- construção paralela alternativa, mas próxima
do evento

• Natureza- Duas teses
○ Primeira- a punição da tentativa é extensão da punibilidade (ultima categoria da teoria da infração)
○ Faria costa- é um novo tipo criminal

Tentativa

Possivel v impossível
Mas temos primeiro de ver se há desistência- ART. 24º
Nem todas excluem a punição de tentativa
Pq? A hipótese de desistência- conseguimos ver o motivo pelas modalidades de desistência admitida
ART. 24º/1 (1ª parte)- o agente já iniciou o crime- temos os atos de execução, mas os atos que praticou não são por si só suficientes para consumar o crime, p.e crimes que
precisem de vários atos- p.e furto de veículo, agente entrou no veiculo mas ainda não o furtou- A desistência fica consumada quando o agente renuncia a pratica dos restantes atos
que faltam. p.e A quer furtar a casa de B, entra na casa e apercebe-se que n há nada a furtar, vai-se embora- não se apodera de coisa alheia
2a parte- agente impede a consumação- aqui, já se pressupõe que o agente acabou a tentativa, praticou todos os atos necessários para a consumação do crime. Apos isto, inicia um
novo percurso causal no sentido de evitar que os atos de execução se consubstanciem no resultado. p.e A dispara sobre B, e depois inicia a desistência chamando o 112 para
impedir que B morresse- praticou todos os atos de execução suficientes para produzir o resultado típico. Tendo conseguido, se B não morrer (se morresse era homicídio consumado
né) temos desistência; abrange situações em que embora o agente não tenha conseguido impedir, iniciou esforços sérios no sentido de a impedir, e só não conseguiu porque
surgiram fatores externos- p.e chamei 112 mas havia medico na sala que salvou B- antecipou-se ao salvamento iniciado por A
Última parte do art. 24º ("resultado não compreendido no tipo de crime")- consumação formal v. material- o resultado proibido pelo tipo de crime não é o que o legislador quer
materialmente evitar. Temos consumação formal- o previsto na lei; e material- ART. 158º p.e comportamento proibido é mãe abandonar o filho num local isolado. O crime está
formalmente consumado, fica esgotado a partir do momento em que ela se vai embora. At some point a mãe volta para trás e vai recupera-lo- a desistência evitou o resultado
material do crime- o legislador quer realmente evitar é o sofrimento de danos à integridade física ou morte da criança, por causa do abandono. Se ela inicia esforços sérios mas o
salvamento e feito por outrem, a mãe pode beneficiar do regime da desistência, porque iniciou o processo causal
Porque beneficiar alguem que não é propriamente um agente fiel ao direito?
Teoriassss
• É um prémio- recompensa ao agente cena de filho pródigo. Incentivo pode levar o agente a, mesmo já tendo feito algo errado, repor a legalidade
• O desistente tem menor energia criminosa- não foi suficiente para a consumação do crime. Menor será a necessidade punitiva, nalguns casos nem existe já
• O desistente é alguem relativamente ao qual se extinguem as necessidades de previsão especial
• FD- Ausencia de finalidade de pena + conduta preventiva- há um efeito reparador no ato de desistência que revela a desnecessidade de aplicar a pena. Mais ou menos igual a
MFP- o ato do agente que recompõe a situação jurídica funciona como uma espécie de anti-culpa- ele passou um pano pelo que fez

Se a razao de ser do regime é a reorientação do agente, entao pressupõe-se que a desistência tem de ser voluntária. Se não o fizer, não conseguimos extrair a ilação de ausência de
necessidade de finalidades preventivas- se p.e ele só o fez porque apareceu um polícia, ele não reorientou a sua ação
Quando é?
FD- quando conseguimos compreender pela conduta social do agente, que há uma conexão causal entre a desistência e a não produção do resultado típico
MFP- é irrelevante o motivo moral que o levou a desistir, se p.e alguem desiste de furto porquê vê um gato preto e é supersticioso, é cagativo. Tem é de ser voluntário- temos
de ver o exercício de uma razão livre, que naquele momento concreto o leva a optar por uma atuação reta com o direito;

Não o será quando o agente desiste porque


O plano se afigura muito complicado
Pq por circunstância imprevisível a probabilidade de ser apanhado aumentou
Etc.
Ele parou por razões oportunistas, por alterações das circunstâncias de facto que ele tomou como certas para praticar o crime-

Sendo voluntária, há uma causa de exclusão da punibilidade

Comparticipação
Forma especial de praticar o crime que obriga a readaptar a teoria da infração- a particularidade é que temos o facto, mas este conta com a intervenção de uma pluralidade de
agentes (o mais proximo são as causas paralelas na imputação objetiva, mas eles não agem coordenadamente)- aqui, todos eles agem no sentido de praticar um só crime

O cp distingue as personagens conforme a sua contribuição para a produção do resultado típico


ART. 26º
Autores v. comparticipantes
Autores
Materiais- executa o facto típico- por si só, pratica todos os atos de execução (26/1 1ª parte)
Mediato- pratica o facto instrumentalizando alguem no sentido de o executar- pai manda filho roubar o café; está sob o controlo do autor mediato
Coautores- o facto é praticado por acordo com outros- os atos são levados a cabo por mais de uma pessoa
INSTIGADOR- determina alguem a praticar o crime- v. autoria mediata, ele convence o autor a praticar o crime. Como está no 26º parece que o CP o trata como autor, mas
não é consolidado na doutrina
MFP- está mais proximo de participante, que não toma parte direta na execução do crime
Cumplice- auxilia de forma não essencial a pratica do crime. Se fosse essencial se calhar já era coautor.
Comparticipação-
Fundamentos
Restritivo- o que fundamenta a respo de todas as pessoas que intervem é o próprio facto- todas elas terão de responder por ele- roubo por 5 pessoas, todas serão
punidos por roubo apesar de A só ter aberto o cofre. CP adota isto.
Extensivo- só responde na medida da sua ação

Conceitos
Unitários- todas as pessoas que contribuem para o crime, independentemente do seu papel na consumação do mesmo
Extensivas- diferentes tipos de intervenção no plano criminoso permitem identificar diferentes tipos de autor- ART. 26º adota esta teoria, isto justifica o rol de papeis
diferentes e enquadramentos distintos
Como se identifica um autor?
Essencial- para v. comparticipantes
= quem foi parte direta no crime
Teorias
Formais objetivas- é quem pratica o facto típico como descrito na norma criminal; mto formalistas
Subjetivas- depende da vontade do autor de ser autor ou de apenas auxiliar- fazem depender a imputação da figura de com de elementos subjetivos apenas,
Outras teorias- Todas as que contribuem para a prática do crime de alguma forma
Finais objetivas- é autor quem participa num plano criminoso em alguma prestação no sentido orientado à consumação do crime
Doutrina dominante é a da do domínio de facto- tenta conjugar as acima; desenvolvida por Roxin- apoiada por FD e MFP
□ É autor quem tem objetivamente controlo sobre a realização do facto típico- quem domina a pratica dos atos de execução e a sua ligação à consumação do crime
□ Domina o facto quem controla o "se" e "como" do plano criminoso- a forma e o meio para praticar o crime
□ Na prática, podemos olhar para os autores no 26º e ver quem tem domínio de facto. Consoante a forma como dominam o facto, podem ser autores materiais,
mediatos ou coautores; se participam, mas não dominam, serão comparticipantes
□ Autor material- executa os atos de execução, domina a ação tipica porque é ele que pratic ao facto, sem ele não há se nem como do facto típico
□ Autor mediato- não domina a ação, mas domina a vontade da execução do facto- alguem que executa o facto por intermédio de outrem. A arquitetura desta
situação é uma pessoa de fachada- da frente e alguem por trás. A da frente irá materialmente praticar o crime, executa os atos que levam à consumação do
crime; a de tras domina a vontade da pessoa da frente ao ponto de se dizer que é a sua vontade que domina a execução dos atos da pessoa da frente
® Ex.: pai convence filho menor a roubar pastilhas elásticas- ele é a pessoa da frente, não tem vontade própria, a vontade é a da pessoa de trás- como o
dominio da vontade é uma form ade dominio de facto, ele é autor
® Ex.: A diz a B para disparar sobre o arbusto dizendo que está la um coelho, mas na verdade ta lá C, que A quer ver morto. B não tem dolo, está em erro; a
vontade está na pessoa de trás- é autor mediato. A pessoa da frente não preenche uma situação de autorresponsabilidade, ou seja, não tem culpa dolosa, e
isso é um sinal óbvio de que temos um autor mediato- inimputabilidade, erro, causa de exclusão da culpa, aparelhos organizados de poder (jp)- em todos
eles a pessoa da frente não tem perceção completa, porque1- não percebeu o que fazia 2- a sua vontade foi consumida pela pessoa de trás. A pessoa da
frente é como se fosse um robot
□ Co autoria- dominio funcional do facto. Há um acordo para execução conjunta do facto- pode ser implícito, não tem de ser escrito, pode ser só um reconhecer de
olhares quando p.e seja prática frequente roubar velhos no chiado- todas as pessoas assumiram uma tarefa essencial para a realização do tipo- tem de ser
essencial. É da essencialidade que retiramos a existencia do dominío do facto- a tarefa é de tal forma essencial que sem ele o crime não se realizaria da mesma
maneira
® P.e assalto ao banco. A sequestra as pessoas no banco, B vai ao cofre, C neutraliza os seguranças, D conduz o carro de fuga- se conseguirmos demonstrar
que, a haver omissão de um destes atos, os outros agentes não conseguiriam ou não iriam executar o crime, é co autoria; Se p.e E fosse encarregado de lhes
servir aguas, não seria co autor, pq sem as aguas eles fariam o crime na mesma; o carro de fuga é duvidoso; o mastermind também- a resposta é sim, mas é
duvidoso
□ Autor v. comparticipante
® Autor mediato v. instigador
◊ Instigador- punido como autor, embora seja considerado por MFP como comparticipante. A configuração das duas figuras é parecida
} Requisitos
– Nexo objetivo entre conduta do instigador e decisão do instigado em praticar o crime- o instigador tem de ter plantado a semente da qual
nasce a vontade de praticar o crime. p.e A oferece 5000€ a B para matar C; A nem sabia quem C era, ou não tinha opiniao formada sobre ele
sla. B plantou a ideia
– Duplo dolo- dolo de instigar- de plantar a ideia e dolo da consumação do crime- dolo de fazer com que B mate C;
} B tem dolo; v. autoria mediata- há perturbação da culpa dolosa, não terá dolo
® Co autoria v. cumplice
◊ Cumplice não pratica facto essencial, não participa na pratica do crime, simplesmente auxilia
◊ Pratica conduta que aumenta o risco de o crime ser praticado, mas que por si só não é apto nem causal à pratica do crime- p.e arranja a arma do fogo
(se entendermos que não é essencial, caso a caso se verá), arranja o mapa do banco
□ O comparticipante (instigador e cumplice) não tem dominio de nada,temos de encontrar, alem dos requisitos, tem de haver um nexo de acessoriedade- tem 2
dimensões
® Quantitativa e qualitativa
◊ Quantitativa- só responderá pela prática do facto se ele se iniciar. Se eu dou os 5000 ao B e ele baza sem fazer o homicidio, não começou o ato típico
◊ Qualitativa- os atos tem de ter uma certa qualidade para permitir a punição do participante. Quais são?
1- Teoria da acessoriedade minima- basta a pratica de um ato típico
2- Acessoriedade limitada- Ato típico ilicito. FD e MFP
– Tem de se verificar os requisitos da figura, acessoriedade quant e a forma como se iniciou o crime tem de corresponder a ato típico ilícito- o
instigador responde como autor, o cumplice pelo 27º/2

3- Teorias da hiperacessibilidade- ato tipico ilicito e culposo


4- """ e punivel
® Ligação direta entre comp e facto
® Se o crime exigir qualidades especiais, basta que
◊ P.e crime que só pode ser praticado por titulares de cargos políticos, p.e corrupção- aqui todos serão punidos, para evitar fugas
® O juízo de culpa é sempre pessoal- temos de analisar o facto individualmente para cada agente, não importa quantos intervenientes sejam
○ Quando se iniciam os atos de execução
○ Comparticipação + tentativa
§ Desistência

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