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Art. 13 e 14.

Teoria do Crime

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Autor: Prof. Me. Uzian Pinto


NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

DO CRIME
Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade. (arts. 13 e 14).

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável


a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.

VEJA QUE ESTE ARTIGO FALA SOBRE O “RESULTADO”, MAS SAIBA QUE ALGUNS CRIMES NÃO
POSSUEM OU NÃO PRECISAM/EXIGEM A PRODUÇÃO DO RESULTADO, SÃO ELES:

Não exige a produção do resultado para a consumação do crime


O Crime
Formal Exemplo: Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

É o crime que se perfaz pela simples abstenção do agente, independentemente de um resultado


posterior
Omissivos
Próprios Exemplo: como acontece no crime de omissão de socorro, previsto no artigo 135 do Código
Penal, que resta consumado pela simples ausência de socorro. O agente se omite quando deve
e pode agir.

Aqui, o resultado naturalístico não só não precisa ocorrer para a consumação do delito, como
ele é mesmo impossível.
diferente do crime formal, a lei sequer olha qual era a intenção do criminoso ou se ele poderia
No crime de produzir determinado resultado: basta que o criminoso aja de uma forma que a lei considera
mera não desejada.
conduta
Exemplo: O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é de mera conduta e de
perigo abstrato..

OU SEJA, O ARTIGO REFERE-SE AOS CRIMES QUE SE CONSUMAM COM O RESULTADO, COMO:
1. Crimes Materiais e
2. Crimes Omissivos Impróprios ou Comissivo por omissão
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si


só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Obs: Se não há possibilidade de agir, não há falar em fato típico.

TEORIA DESTE ASSUNTO


a. Crimes comissivos – aqueles que consistem em um agir. Ex. O autor do homicídio esfaqueia a vítima.
B. 1. Crime omissivo próprio: há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente,
dispensando, via de regra, a investigação sobre a relação de causalidade naturalística (são delitos
de mera conduta).

B. 2. Crime omissivo impróprio OU comissivo por omissão: o dever de agir é para evitar um
resultado concreto. Trata-se da análise que envolve um crime de resultado material, exigindo,
conseqüentemente, a presença de nexo causal entre conduta omitida (esperada) e o resultado. Esse
nexo, no entanto, para a maioria da doutrina, não é naturalístico (do nada não pode vir nada). Na
verdade, o vínculo é jurídico, isto é, o sujeito não causou, mas como não o impediu é equiparado ao
verdadeiro causador do resultado (é o nexo de não impedimento).
Nos crimes omissivos impróprios quem está na posição de garantidor responde como se houvesse
praticado o crime (por isso impróprio).
Exemplo disso é uma mãe que nada faz para evitar o estupro de sua filha pelo padrasto respondendo esta
então pelo crime de estupro de vulnerável.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

Adota-se aqui a teoria normativa, em que o não fazer será penalmente relevante apenas
quando omitente possuir a obrigação de agir para impedir a corrência do resultado (dever jurídico).

Art. 14 - Diz-se o crime:


Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.

OBS: SÓ HÁ TENTATIVA NO CRIME DOLOSO.

Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Existe uma grande diferença entre tentativa e crime culposo:


Na tentativa, há vontade de se produzir um resultado (dolo), mas ele não ocorre por motivos alheios ao desejo do
agente;
No crime culposo, não há vontade de que haja um resulta (não há dolo), mas ele ocorre mesmo assim, também por
motivos alheios à vontade do agente;

ADMITE-SE TENTATIVA NÃO SE ADMITE TENTATIVA

Nas Contravenções.
CRIME DOLOSO (É A REGRA)
nos crimes culposos*
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

Nos Crimes Habituais

Nos Crimes Omissivos Puros

Crimes Comissivos por Omissão. Nos Crimes Unisubsistentes


(Omissivos Impróprios)
Nos Crimes Preterdolosos

Vamos tomar um CCHOUP ?


*salvo a culpa impropria-erro do tipo

O início de execução

A falta de consumação.
São elementos da tentativa:
= por circunstâncias alheias à vontade do agente

DOLO

O Crime Tentado admite co-autoria!

A Tentativa exige a presença de todos os elementos que compõem o tipo objetivo, quais sejam:
• autor da ação,
• uma ação ou uma omissão,
• um resultado, nexo causal e
• imputação objetiva.
Na falta e qualquer elemento não se pode falar em Tentativa!!
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

1. (FCC – DEFENSORIA PÚBLICA/AP - 2018) Nos crimes comissivos por omissão,


a) pelo critério nomológico, violam-se normas mandamentais.
b) a tipicidade é a do tipo comissivo, mas pode também, excepcionalmente, ser a do tipo omissivo.
c) a falta do poder de agir gera atipicidade da conduta.
d) são delitos de mera atividade, que se consumam com a simples inatividade.
e) no caso de ingerência, a conduta anterior deve ser a produtora do dano ou lesão.
Gabarito: C.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
Se não há possibilidade de agir, não há falar em fato típico.

2. (FCC – TRIBUNAL DE JUSTIÇA/PR) A tentativa


a) é impunível nos casos de ineficácia absoluta do meio e de relativa impropriedade do objeto.
b) não prescinde da realização de atos de execução, ainda que se trate de contravenção penal.
c) dispensa o exaurimento da infração, necessário apenas para que se reconheça a consumação nos
crimes formais.
d) constitui causa geral de diminuição da pena, devendo o respectivo redutor corresponder à
culpabilidade do agente, segundo pacifico entendimento jurisprudencial.
e) exige comportamento doloso do agente.
Gabarito: E.
ART. 14, II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
OBS: SÓ HÁ TENTATIVA NO CRIME DOLOSO.

3. (FCC - TRIBUNAL DE CONTAS/CE 2015) São elementos da tentativa:


a) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; dolo e culpa.
b) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; dolo.
c) início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do
agente; culpa consciente.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

d) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente; dolo.
Gabarito: B.

O início de execução

A falta de consumação.
São elementos da = por circunstâncias alheias à vontade do
tentativa: agente

DOLO

4. (FCC – TRIBUNAL DE JUSTIÇA/CE) Os crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão são
aqueles
a) cuja consumação se protrai no tempo, enquanto perdurar a conduta.
b) em que a relação de causalidade é normativa.
c) praticados mediante o “não fazer” o que a lei manda, sem dependência de qualquer resultado
naturalístico.
d) que se consumam antecipadamente, sem dependência de ocorrer ou não o resultado desejado
pelo agente.
e) que o agente deixa de fazer o que estava obrigado, ainda que sem a produção de qualquer
resultado.
Gabarito: B.
Adota-se aqui a teoria normativa, em que o não fazer será penalmente relevante apenas quando
omitente possuir a obrigação de agir para impedir a ocorrência do resultado (dever jurídico).

5. (FCC - TRIBUNAL DE CONTAS/CE 2015) Admite-se a tentativa nos crimes


a) unissubsistentes.
b) culposos.
c) omissivos puros.
d) omissivos impróprios.
e) preterdolosos sem consumação do resultado agregado.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

Gabarito: D.
ADMITE-SE TENTATIVA NÃO SE ADMITE TENTATIVA

CRIME DOLOSO (É A REGRA) Nas Contravenções.

nos crimes culposos*

Nos Crimes Habituais

Crimes Comissivos por Omissão. Nos Crimes Omissivos Puros


(Omissivos Impróprios)
Nos Crimes Unisubsistentes

Nos Crimes Preterdolosos

6. (FCC – TRIBUNAL DE JUSTIÇA/AP) Admite-se a tentativa


a) nas contravenções.
b) nos crimes omissivos puros.
c) nos crimes culposos.
d) nos crimes unisubsistentes.
e) nos crimes comissivos por omissão.
Gabarito: E.
ADMITE-SE TENTATIVA NÃO SE ADMITE TENTATIVA

CRIME DOLOSO (É A REGRA) Nas Contravenções.

nos crimes culposos*

Nos Crimes Habituais

Crimes Comissivos por Omissão. Nos Crimes Omissivos Puros


(Omissivos Impróprios)
Nos Crimes Unisubsistentes

Nos Crimes Preterdolosos

7. (FCC – TRIBUNAL DE JUSTIÇA/AP) O artigo 13, do Código Penal Brasileiro, que trata do resultado,
ou seja, do efeito material da conduta humana, não se aplica aos crimes:
a) habituais, comissivos e de mera conduta.
b) permanentes, formais e comissivos.
c) formais, omissivos próprios e de mera conduta.
d) comissivos, culposos e formais.
e) omissivos próprios, habituais e culposos.
Gabarito: C.
ALGUNS CRIMES Não POSSUEM OU Não PRECISAM/EXIGEM A PRODUÇÃO DO RESULTADO, São ELES:
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

1. O Crime Formal
2. O Crime Omissivo Próprio
3. O Crime de Mera Conduta

8. (FCC – TRIBUNAL DE CONTAS/AP) São crimes que se consumam no momento em que o resultado
é produzido:
a) omissivos impróprios e materiais.
b) materiais e omissivos próprios.
c) culposos e formais.
d) de mera conduta e omissivos impróprios.
e) permanentes e formais.
Gabarito: A.
SÃO CRIMES QUE SE CONSUMAM COM O RESULTADO:
1. Crimes Materiais e
2. Crimes Omissivos Impróprios ou Comissivo por omissão

9. (FCC – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL/MS) A mãe que deixa de amamentar o filho, causando-
lhe a morte, comete um crime
a) omissivo impróprio.
b) comissivo.
c) omissivo puro.
d) plurisubjetivo.
e) formal.
Gabarito: A.
Nos crimes omissivos impróprios quem está na posição de garantidor responde como se
houvesse praticado o crime (por isso impróprio).
Exemplo disso é uma mãe que nada faz para evitar o estupro de sua filha pelo padrasto
respondendo esta então pelo crime de estupro de vulnerável.

10. (FCC - TCM/GO) A consumação se dá nos crimes


a) de mera conduta, com a ocorrência do resultado naturalístico.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

b) omissivos impróprios com a prática de conduta capaz de produzir o resultado naturalístico.


c) permanentes, no momento em que cessa a permanência.
d) omissivos próprios, com a simples omissão.
e) culposos, com a prática da conduta imprudente, imperita ou negligente
Gabarito: E.
ALGUNS CRIMES Não POSSUEM OU Não PRECISAM/EXIGEM A PRODUÇÃO DO RESULTADO, São ELES:
4. O Crime Formal
5. O Crime Omissivo Próprio
6. O Crime de Mera Conduta
Pois neste crime não se exige RESULTADO! SIMPLES ASSIM!

11. (FCC - BACEN - Procurador) O resultado é prescindível para a consumação nos crimes
a) materiais e de mera conduta.
b) formais e materiais.
c) formais e omissivos impróprios.
d) omissivos próprios e materiais.
e) de mera conduta e formais.
Gabarito: E.
ALGUNS CRIMES Não POSSUEM OU Não PRECISAM/EXIGEM A PRODUÇÃO DO RESULTADO, São ELES:
1. O Crime Formal
2. O Crime Omissivo Próprio
3. O Crime de Mera Conduta

12. (FCC - DPE/SP) A respeito da tentativa, é correto afirmar:


a) Trata-se de uma ampliação, contida na parte especial do Código Penal, da proibição típica.
b) Há tentativa a partir da prática dos atos que antecedem o começo da execução até o momento da
consumação.
c) Não há co-autoria em crime tentado.
d) Enquanto os atos preparatórios ingressam no âmbito do proibido, os atos da tentativa não
ingressam.
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Teoria do Crime

e) Se falta algum elemento objetivo do tipo não se pode falar em tentativa.


Gabarito: E.
A Tentativa exige a presença de todos os elementos que compõem o tipo objetivo, quais sejam:
1. autor da ação,
2. uma ação ou uma omissão,
3. um resultado, nexo causal e
4. imputação objetiva.
Na falta e qualquer elemento não se pode falar em Tentativa!!

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