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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE

FEITOS GERAIS DA COMARCA DE CHAPADA DOS GUIMARÃES/MT.

NOME, devidamente qualificado na denúncia oferecida pelo Ministério


Público do Estado de Mato Grosso, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem
à ilustre presença de Vossa Excelência, apresentar as ALEGAÇÕES FINAIS, com
fundamento no artigo 403, parágrafo 3º do Código de Processo Penal, o que faz nos termos
que seguem:

PRÓLOGO

O acusado foi denunciado em tese por ter praticado o delito de lesão


corporal qualificado e ameaça, capitulados no artigo 129, §9 e artigo 147 do Código Penal
Brasileiro.
A denúncia foi recebida, o Denunciado foi devidamente citado e
apresentou a resposta à acusação, foi designado a instrução processual, nesta oportunidade
foram colhidos os depoimentos das testemunhas e interrogado o Denunciado, inexistindo
qualquer irregularidade a ser apontada neste momento.

O Ministério Público apresentou suas alegações finais, postulando


pela condenação do Denunciado nos termos delineados na denuncia.

É o breve relato.
Passamos a postular.

DO DIREITO

A suposta vitima, narra no boletim de ocorrência (fl. 7) que tentou dar


um tapa do Acusado e que esta ficou enfurecido e lhe bateu, posteriormente comparece a
suposta vitima para acrescentar no boletim de ocorrência que o acusado lhe ameaçou...

Já em sua oitiva na fase inquisitiva (fl. 9-10, a suposta vitima declara


que fez menção em bate-lo, ou seja, já em versão diferente do BO que tentou agredi-lo... Que
o mesmo tentou sufoca-la dizendo que iria mata-la.

(analisar o que será dito em depoimento e acrescentar)

Pois bem, analisando o exame de corpo de delito, INEXISTE qualquer


marca em seu pescoço... Sendo certo que se alguém tentar sufoca-la estaria evidente as marcas
desta dita agressão.

O Acusado na fase inquisitiva e em seu interrogatório confessa que


perdeu a cabeça e agrediu sua ex companheira, uma vez que essa lhe desferiu um golpe de
cabo de vassoura em sua cabeça e lhe feriu em diversos outros lugares, conforme se afere no
exame de corpo de delito do acusado às fl. 34-40 (LER AS LESÕES).
Ou seja, diante dos relatos a suposta vitima iniciou as agressões e o
acusado para se defender agrediu-a também.

É certo que a Lei Maria da Penha veio para coibir as praticas


machistas dentro dos lares, bem como, acabar com o medo e silencio das vitimas diante das
violências domesticas, contudo, a sua aplicação as cegas e a aquém do contexto probatório
pode levar a concretização da isonomia as avessas.

Restou evidente que as agressões foram recíprocas, vide exame de


corpo de delito da vitima e do acusado, além de que a suposta vitima MENTIU ao dizer que
TENTOU dar um tapa no acusado, quando na verdade o agrediu e muito, merecendo
descrédito de suas declarações.

Sendo assim, evidenciadas as agressões recíprocas e que o Acusado


não havia intenção/dolo de machucar ou lesionar a suposta vitima, INVIAVEL A
CONDENAÇÃO DO ACUSADO, FACE A EXCLUDENTE DE ILICITUDE DA LEGITIMA
DEFESA, RAZÃO PELA QUAL REQUER A SUA ABSOLVIÇÃO.

Quanto ao crime de ameaça, o acusado em fase policial e judicial nega a pratica de tal fato,
aliado ainda ao fato da suposta vitima ter acrescido posteriormente no BO, bem como, de
alegar que lhe pegou pelo pescoço e lhe ameaçou, sendo ausente a lesão no pescoço da
mesma.

Sinale-se, que para referendar-se uma condenação penal, mister que a


autoria e a culpabilidade resultem incontroversas. Contrário senso, a absolvição se impõe por
critério de justiça, visto que, o ônus da acusação que lhe recai.

Destarte, diante do fraco conjunto probatório produzido pela acusação


e não haverem provas seguras para condenação a Absolvição é medida Justa. A propósito,
jurisprudência já ensina que em processo penal, a prova da alegação incumbirá a quem a fizer.
O acusador deve provar a realização do fato. Portanto, cabe a prova àquele que alega, não ao
que nega –fatos não comprovados pelo órgão acusador.

Destarte, não deve Vossa Excelência se influenciar sobre o instinto


acusatório que paira sobre os membros do Ministério Público em geral, sendo a absolvição do
Denunciado nos termos do 386, VII do Código de Processo Penal a medida JUSTA,visto não
existirem provas suficientes e robustas para a condenação do acusado, bem como não
existirem provas de ter o acusado concorrido para a infração penal.

Ante ao exposto, requer de Vossa Excelência seja decretada a


absolvição do Acusado, frente as ponderações aqui esposadas.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Chapada dos Guimarães/MT, 04 de abril de 2019.

DIEGO REIS CARMONA


OAB/MT N.º 20.889

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